2. GÊNERO : Iodamoeba
FAMÍLIA ENDAMOEBIDAE
I. bütschlii
GÊNERO : Endolimax
E. nana
GÊNERO : Entamoeba
E. coli
E. hartmanni
E. dispar
E. histolytica
E. gingivalis
INTESTINO
GROSSO
BOCA
4. TROFOZOÍTO
Forma vegetativa
Ativa
Alimentação
Reprodução
Movimentação
CISTO
Forma infectante
Não se locomove
Não alimenta
Resistente
5. Trofozoítos da Entamoeba histolytica
•
•
•
•
•
•
10-40um
Núcleo com cromatina periferica
Cariosomo central
Ingerem hemácias
Produzem lesões
Pseudopodes
6. Cistos da Entamoeba histolytica
Cistos jovens com 1-2 núcleos
Cistos maduros com 4 núcleos
10-40 micras diâmetro( 20 um)
Corpos cromatoidais elípticos
Núcleos - cromatina periférica e cariossomo central
Formados pela desidratação das fezes
CISTOS
Resistência
Sobrevivência no meio ambiente
Forma responsável pela transmissão
7. Entamoeba histolytica e Entamoeba dispar são
morfologicamente idênticas
E. histolytica é patogênica
10% da população mundial infectada por E. dispar
e/ou E. histolytica
50 milhões de casos invasivos/ano principalmente
em países em desenvolvimento
Infecções são transmitidas por cistos através da via
fecal-oral
90% dos infectados podem eliminar o parasito
durante 12 meses
9. Ciclo de vida
1. CICLO NÃO INVASIVO
NÃO PATOGÊNICO
Ingestão de cistos
Trofozoítos liberados no final do íleo
Colonização do Intestino grosso
Multiplicação dos trofozoítos na
superfície da mucosa do I.grosso
Formação e eliminação do cistos
ASSINTOMÁTICO
COLITE NÃO
10. 2. CICLO INVASIVO
PATOGÊNICO
Ingestão de cistos
Trofozoítos liberados no final do íleo
Colonização do Intestino grosso
Multiplicação dos trofozoítos e invasão
da mucosa e submucosa do I.grosso
Úlceras em botão de camisa
Localizações extra intestinais
(fígado, coração, pulmão, cérebro)
Disenteria amebiana aguda
Não há formação de cistos
Disenteria amebiana
aguda
Abscesso hepático
11. Manifestações clínicas
1. ASSINTOMÁTICO
Entamoeba dispar
não invasiva
Entamoeba histolytica
90% das infecções
Autolimitada
Recorrente
Presença de cistos nas fezes
Disseminadores da infecção
13. Adesão e ativação das enzimas –
citólise direta
Lesão das células liberação de IL1,
IL8 e mediadores iflamatórios
COLITE AMEBIANA
INDUÇÃO DA INFLAMAÇÃO E LESÕES
TECIDUAIS
1. ADESÃO : Trofozoítos da E histolytica
aderem à mucosa do intestino grosso – Adesina
ou lectina de adesão (Galactosamina)
2. CITÓLISE DIRETA : Após adesão dos
trofozoítos ocorre ativação das enzimas - Lise
das células por ação de cisteína-proteinases
liberadas pelos amebaporos dos trofozoítos que
destroem a matriz extra celular
Migração de neutrófilos e
macrófagos – Citólise indireta
3. INFLAMAÇÃO: A necrose das células
epiteliais induz liberação de interleucina IL1 e
outras citocinas Atração de neutrófilos e
macrófagos (TNF alfa) - processo inflamatório
4. CITÓLISE INDIRETA: Os trofozoítos da
E.histolytica matam os neutrófilos liberação
de mediadores que lesam as células epiteliais
.
INVASÃO DA SUBMUCOSA
14. Amebíase intestinal
(A) Trofozoitos de E.
histolytica aderidos ao epitélio
interglandular
(B) Região de microinvasão
ulceração superficial
(C) Estágio avançado de
invasão tecidual, vários
trofozoítos penetrando na
úlcera.
(Microscopia eletrônica de varredura)
15. ÚLCERAS EM BOTÃO DE CAMISA
Bordas levantadas
e fundo necrótico
Pequena área de
lesão na superfície
da mucosa IG
Intensa destruição
da submucosa IG
Citólise direta por ação de enzimas da E. histolytica
Citólise indireta por ação de enzimas liberadas dos
neutrofilos destruídos pelas amebas
17. Amebíase aguda
Úlceras em botão de camisa
Bordas arredondas e elevadas com centro necrótico
Áreas de mucosa normal ou mucosa edemaciada com
hiperemia
18. Disenteria aguda por E. histolytica
Ulcerações no intestino
grosso
Diarréia
Exsudativa
Muco
Sangue
Tenesmo
Puxo
19. Disenteria amebiana aguda
Diarréia hiperperistáltica – tenesmo, cólicas
intensas no quadrante inferior do abdome
Muco e sangue
Restos celulares e pouca matéria fecal
Presença de trofozoítos hematófagos
Lesões principalmente no ceco e retosigmoíde
Sem febre
Sem leucócitos nas fezes
Diferenciar de infecções bacterianas
20. Colite Fulminante
Quadro grave da amebíase aguda
Mulheres durante a gravidez e após parto
Pacientes imunossuprimidos (corticoídes)
Perfuração intestinal
Necrose
Hemorragia intestinal
Febre, dores intensas
22. Manifestações intestinais crônicas
1. Colite não disentérica
Manifestação clínica mais frequente
Quadros diarréicos de curta duração intercalados com períodos
de fezes normais ou de constipação intestinal sem sintomas
Inflamação dos cólons sem invasão de tecidos e situações
invasivas com ulcerações leves superficiais
Dor leve
2. Ameboma
Massa tumoral na mucosa intestinal
Tecido granulomatoso , crescimento contínuo
Reação de hipersensibilidade do hospedeiro
Diferenciar de tumores benignos, esquistossomose etc
Poucas amebas dificultam diagnóstico em biopsias
23. AMEBÍASE EXTRA INTESTINAL
Disseminação hematogênica
(veias do sistema porta)
Trofozoítos resistentes à lise
mediada por complemento
Fígado
Pulmão – coração- cérebro
24. Abscesso hepático amebiano
Material necrótico dentro do abscesso
cercado por uma borda fibrinosa
Parênquima hepático adjacente normal
Raio X de tórax de paciente com
abscesso hepático amebiano
Ruptura do abscesso para o espaço
pleural direito
Formação de fístula hepatobronquial
e elevação do hemidiafragma direito
(US Centers for Disease Control and Prevention)
25. Sintomatologia
Dor constante no quadrante superior direito ou
esquerdo de início súbito
30 – 40% história clínica de disenteria amebiana
3- 5 meses após quadro intestinal sem diarreía
concomitante
Febre
Hepatomegalia
Anorexia, naúseas , vômito
Maioria dos casos Maior frequência no sexo masculino
é raro em crianças
27. Fatores que influem na
Patogenicidade
Cepas
Tipo e quantidade de enzimas produzidas pelas amebas
Zimodemas
Associação com bactérias
Alimentação do hospedeiro (carboidratos, colesterol, ferro)
Potencial de oxi-redução no intestino - stress
Estrógeno e progesterona
Corticoídes
Eritrofagocitose
Colesterol - amebaporos
28. Diagnóstico Parasitológico
Detecção de cistos e trofozoítos nas fezes
CISTOS:
- Tamanho, número de núcleos, presença ou não e
formato dos corpos cromatóides, características
da cromatina nuclear, localização do cariossoma,
etc.
TROFOZOÍTOS :
- Tamanho, características da cromatina nuclear,
localização do cariossoma, presença ou não de
hemácias internalizadas, etc.
29. Diagnóstico Parasitológico
Detecção de cistos e trofozoítos nas fezes
Exame parasitológico das fezes (EPF)
Método de exame à fresco (solução salina)
Métodos de concentração das fezes
Centrifugação: método de RITCHIE ou formol-éter
Flutuação: método de FAUST
31. Diagnóstico laboratorial
cistos em fezes formadas
trofozoítos hematófagos em fezes
diarréicas
Cistos de E. histolytica podem ser confundidos
com os de espécies comensais de Entamoeba sp
bastão
diferenciação pela morfologia
tamanho
número de núcleos
corpos cromatoídais em forma de
32. Curva de eliminação de cistos
Nº de cistos
Períodos de 7-12 dias
sem eliminação de
cistos nas fezes
dias durante um mês
Exame de fezes
negativo
33. Exame das fezes
3 exames parasitológicos
Fezes coletadas com intervalo de três a quatro dias
Exame parasitológico seriado
1 exame parasitológico semanal durante 4 semanas
Amostras de fezes coletadas dias alternados
Uso de fixadores:
Formol 10%
MIF ( mertiolate, iodo e formol)
34. MÉTODOS DE CONCENTRAÇÃO DE FEZES
Método de FAUST
Flutuação em sulfato de zinco
1. Misturar aproximadamente 2 gramas de fezes com
15mL de solução de sulfato de zinco a 33% (33 g de
sulfato de zinco em 100mL de água destilada, gravidade
específica 1,18).
2. Filtrar a solução.
3. Colocar o filtrado num tubo de centrífuga de 15mL
(preferível usar tubos de plástico)
4. Colocar o tubo na centrífuga.
5. Centrifugar a 1 500 rpm por 3 a 5 minutos.
6. Retirar 1 a 2 gotas da superfície e colocar em
lâmina/lamínula. Visualizar em microscópio óptico.
Nos casos de esteatorréia realizar a sedimentação com éter
( Método de Ritchie).
35. Espécies com morfologia
semelhante
E. hartmanni
cistos e trofozoítos menores que 10 mm
E. histolytica / E. dispar
cistos e trofozoítos maiores que 10 mm
36. Recomendações da OMS
Resultado do EPF para cistos e trofozoítos
não hematófagos
Presença de cistos ou trofozoítos de
E. histolytica / E. dispar
Trofozoítos hematófagos
E. histolytica
37. ENTAMOEBA COLI
• Cistos esféricos
• 14-30 um (15-20)
• Cistos maduros com 8
núcleos
• Cromatina irregular e
cariosomo grande e
excêntrico
Corados pelo Lugol
38. Métodos para diferenciar
E. histolytica de E. dispar
• Exame Parasitológico das Fezes (EPF) :
Cistos ⇒ indistinguíveis à luz da MO
Trofozoítos ⇒ indistinguíveis
presença de hemácias internalizadas
hematofagismo da E. histolytica
⇒ falso-positivo: semelhança com
macrófagos e células de descamação
O EPF tem baixa sensibilidade (~60 %)
período de negativação dos cistos e trofozoítos
39. Cultivo de cistos e trofozoítos das
fezes
• Isolamento direto das
fezes em meio de cultura
(Pavlova, Jones, Robson,
etc.)
• Não permite um
diagnóstico diferencial
seguro
40. Perfil de isoenzimas (zimodema)
Hexoquinase (HK) e
Fosfoglicomutase (PGM)
diferenciam isolados de E.
histolytica e E. dispar
Execução demorada
Requer cultivo de trofozoítos
41. Métodos imunológicos
Pesquisa de Anticorpos no soro
- ELISA, Imunofluorescência indireta, Hemaglutinação
indireta, Contraimunoeletroforese, etc. Métodos sensíveis
e específicos.
-
-
Indicados em casos de suspeita de
Amebíase invasiva extra intestinal
42. Pesquisa de antígenos nas fezes
• Coproantígeno ou ELISA de captura
Detecta epítopos da Lectina de 170 kDa (reconhece galactose)
São usados anticorpos monoclonais epítopo-específicos contra a
Lectina de E. histolytica / E. dispar
Os resultados variam com a especificidade dos anticorpos utilizados
Tem demonstrado mais sensibilidade que o EPF
A execução é rápida e fácil (3 a 4 h) quando comparado com técnicas
de PCR, cultivo ou zimodema
Kit comercial (TechLab)
resultados promissores
estudos para confirmar a sensibilidade e a especificidade.
43. PCR nas fezes
DNA de cistos/trofozoítos
• PCR-SHELA (Solution Hybridization Enzime-Linked Immunoassay)
- PCR com iniciadores específicos de E. h e de E. d
- O produto da PCR é detectado por método colorimétrico baseado em ensaio
imunoabsorvente ligado à peroxidase
• NESTED PCR
- Utiliza dois ciclos de amplificação
- Amplifica um fragmento de DNA ribossomal (sub-unidade pequena) iniciadores comuns
à E. h e E. d
- nova PCR utilizando-se 2 pares de iniciadores
E. h - fragmento de 427 pb
E. d - fragmento de 195 pb
• MULTIPLEX PCR
A amplificação de DNA circular extra-cromossomal
E. h - fragmento de 132 pb
E. d - fragmento de 96 pb
44. OMS - Tratamento
Não tratar E.dispar ????
Decisão de tratar ou não o paciente
depende do médico
de acordo com clínica apresentada
45. TRATAMENTO
1. Medicamentos de ação sistêmica
Absorvidas pela mucosa agem nos tecidos
Indicação
Formas invasivas
intestinais
extra intestinais
Derivados nitroimidazólicos
Metronidazol
Tinidazol
46. 2. Medicamentos de ação luminal
Agem na luz do IG
São pouco absorvidas
Devem ser administradas após tratamento de formas invasiva
(40-60% pacientes tratados persistem trofozoítos na mucosa)
Podem causar diarréia
Indicação
Assintomáticos
Colite não disentérica
Paramomicina
Etofamida
47. PREVENÇÃO DA AMEBÍASE
melhoria de condições sanitárias
destino adequado das fezes
higiene dos alimentos e das mãos
consumo de água fervida ou filtrada
tratamento dos portadores
48. Medidas de Controle
1. GERAIS
Evitar contaminação fecal da água e alimentos
medidas de saneamento básico
eliminação sanitária das fezes água encanada
controle dos indivíduos que manipulam alimentos
2. ESPECÍFICAS
Lavar as mãos após uso do sanitário
Lavar vegetais com água potável e imersão em ácido acético
ou vinagre (15 minutos) eliminar os cistos
Evitar práticas sexuais que favoreçam o contato fecal-oral.
Investigação dos contatos e da fonte de infecção com exame
de fezes dos membros do grupo familiar e contatos
O diagnóstico de casos em quartéis, creches, orfanatos e
outras instituições indica a realização de inquérito
coproscópico para detecção e tratamento dos portadores de
cistos
Fiscalização dos prestadores de serviços na área de
alimentos, pela vigilância sanitária.