O documento analisa 4 obras de arte diferentes sob a perspectiva do estilo linear e pictórico, comparando as obras A Escola de Atenas de Rafael, Seara com Ciprestes de Van Gogh, Café de Portinari e A Primavera de Archimboldo.
Análise de Obras de Arte. Entre o linear e o pictórico.
1. Entre o Linear e o Pictórico
Análise de 4 obras de arte
“O linear e o pictórico [...] são como que dois idiomas, através dos quais tudo pode
ser dito, embora cada um tenha sua força voltada para uma certa direção e tenha se
concretizado a partir de uma perspectiva diferente” (WÖLFFLIN p. 12).
2. Universidade Federal de Mato Grosso
Campus Universitário de
Rondonópolis-MT -CUR
Instituto de Ciências Humanas e Sociais- ICHS
Departamento de Letras
Especialização em Língua Portuguesa,
Gêneros Textuais.
Disciplina: Linguagem das artes visuais
Professora: Divanize Carboniere
3. Este trabalho tem como
objetivo analisar 4 obras de
artes diferentes
na perspectiva do estilo
Linear e Pictórico
4. Diferenças entre o
Linear e o Pictórico
Renascimento Barroco
Equilíbrio Perfeição Emoção Movimento
Estilo linear Estilo Pictórico
5. Evolução do século XVI ao XVII
1- A evolução da linha 1-Desvalorização gradativa da
enquanto caminho da visão e linha:
guia dos olhos
2- A percepção do objeto 2- Um tipo de percepção
pelo seu aspecto tangível em capaz de entregar-se à simples
contornos e superfícies aparência visual e abandonar
o desenho ‘tangível
3- A ênfase recai sobre os 3- A obra parece não ter
limites dos objetos limites
4-A visão por volumes e 4- A perspectiva pictórica, ao
contornos isola os objetos contrário, reúne-os.
5- O interesse está na 5- O interesse está na
percepção de cada um dos apreensão do mundo como
objetos materiais como uma imagem oscilante
corpos sólidos, tangíveis WÖLFFLIN, p 15
6. Análise das obras de arte
“O linear e o pictórico [...] são como
que dois idiomas, através dos quais
tudo pode ser dito, embora cada um
tenha sua força voltada para uma certa
direção e tenha se concretizado a
partir de uma perspectiva diferente”
(WÖLFFLIN p. 12).
7. Estilo Linear
1- A Escola de Atenas. Rafael Sanzio,1509 - 1511 . 500cm x 770cm
.Vaticano, Roma, Itália . Mov. Renascimento
8. Rafael e seus assistentes ficaram encarregados da decoração das quatro
grandiosas salas em 1508 e continuaram o trabalho sob o sucessor de
Júlio, Leão X. No entanto, Rafael morreu antes da conclusão das obras.
O afresco, de proporções monumentais, representa um encontro
imaginário de sábios e filósofos clássicos. A obra fica localizada acima da
altura da cabeça na Stanza della Segnatura, de teto abobadado. As poses
graciosas, assim como o movimento e a expressividade das figuras foram
alcançadas após centenas de estudos e esboços detalhados criados por
Rafael. Outra característica notável e a harmonia da composição.
Fonte:
http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/06/19/944153/conh
eca-escola-atenas-rafael-sanzio.html
1- A Escola de Atenas. Rafael Sanzio,1509 - 1511 . 500cm x 770cm
.Vaticano, Roma, Itália . Mov. Renascimento
9. COMENTÁRIO
É monumental. A pintura de Rafael manifesta exuberância e isso pode ser
observado em cada detalhe. Vai de encontro ao que é manifestado no
renascimento italiano. Engloba a proporção perfeita. Esta obra inclui tanto
figuras humanas quanto uma edificações, sendo assim caminha rumo
perfeição da imagem . Todas as formas , cores e traços presentes direcionam a
existência da manifestação da beleza, do equilíbrio e do belo, ora representada
pelo autor.
Curvas, linhas e contornos se entrelaçam na grande obra .
Conclui-se então que tal obra manifesta o aspecto Linear por ser visível o
traço presente da linha do equilíbrio e perfeição em toda sua extensão.
Ver de forma linear significa, então, procurar o sentido e a beleza do objeto
primeiramente no contorno – também as formas internas possuem seu contorno;
significa, ainda, que os olhos são conduzidos ao longo dos limites das formas e
induzidos a tatear as margens ( Wölfflin, p. 21).
1- A Escola de Atenas. Rafael Sanzio,1509 - 1511 . 500cm x 770cm
.Vaticano, Roma, Itália . Mov. Renascimento
10. Estilo Pictórico
2- Seara com ciprestes . Vincet Van Gogh, 1889.
Óleo sobre tela 58x80 cm. National Gallery, Londres- Inglaterra
11. COMENTÁRIO
Emoção e movimento (estilo pictórico). Van Gogh faz sua Seara
de Cipreste mover-se de forma única, é como se tudo girasse
em torno da beleza transposta para a tela. Se o estilo Pictórico
pode ser entendido como o “ ver e representar por manchas
em movimento” não resta dúvida quanto ao estilo desta obra.
Com certeza, Van Gogh foi um grande mestre em produzir
movimentos. Na verdade, é como se as nuvens e os ciprestes
estivessem se movendo de um lado para outro continuamente.
Traços e cores se misturam como únicos em toda a obra.
Não importa se o movimento é trêmulo e impetuoso, ou apenas
uma vibração e um tremeluzir silencioso: para o espectador, ele
é inexaurível” ( Wölfflin, p. 22).
Seara com ciprestes . Vincet Van Gogh, 1889.
Óleo sobre tela 58x80 cm. National Gallery, Londres- Inglaterra
12. Estilo Linear
3- Café. Cândido Portinari, 1935. Óleo sobre tela, 130x 195 cm. Museu
Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil
13. COMENTÁRIO
Em Café, Portinari representa a robustez do homem do campo fazendo
uso de formas e contornos exuberantes. Os traços leves e finos dos
corpos dos trabalhadores são substituídos por traços enormes e
encorpados fugindo da figura real e tradicional. Observa-se que os pés e
as mãos são grandes e volumosas . O artista realmente queria representar
a vida rural. O trabalho nas plantações de café. As figuras humanas não
seguem o padrão dos traços e linhas normais do realismo e perfeição por
isso, a impressão de quem os vê a primeiro momento é de
estranhamento. O mesmo com certeza não estava preocupado com
“esse” detalhe de belo e do real.
Mas, apesar de parecer e conter certos traços pictóricos, esta obra de
Portinari é uma bela imagem LINEAR. , isto pode ser visto com a
presença marcante dos contornos bem definidos.
3- Café. Cândido Portinari, 1935. Óleo sobre tela, 130x 195 cm. Museu
Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil
14. Estilo Pictórico
4- A Primavera. Giuseppe Archimboldo, 1573. Óleo sobre tela, 76x63,5 cm.
Museu do Louvre. Paris- França
15. O que nos faz gostar ou não de uma obra de arte? O óbvio, o real, o belo, o que
inspira fé e confiança? O que dizer da obras de Giuseppe? Monstruosas, horrendas?
Uma coisa é certa, quebrou barreiras e superou em muito a arte da representação. Sua
obra “ A Primavera” contém formas definidas representados por frutas , verduras,
flores e elementos da natureza. Criar rostos e figuras humanas foi fantástico. Os traços
surgem e criam o que realmente os olhos podem ver. Para a sua época, superou a tudo
e a todos. Primavera, é uma das quatro pinturas de Giuseppe onde representa as
estações. Elas foram encomendadas por Maximilliano II como um presente para
Augusto I, eleitor da Saxônia.
Partindo do pressuposto que o estilo pictórico libertou-se, de certa forma, do objeto
tal como ele é e que para esse estilo, já não existe o contorno ininterrupto, e as
superfícies tangíveis são dissolvidas. Onde manchas se justapõem sem qualquer relação
e que em sentido geométrico, desenho e modelação já não coincidem com a forma
plástica, mas reproduzem apenas a aparência óptica do objeto” (p. 23-4) a obra de
Giuseppe pode ser considerada Pictórica. Ele permite que a forma brinque consigo
mesma e mesmo parecendo grotesca consegue impressionar com seus detalhes
intercalados unido fruta a fruta, flor a flor de forma interminável. A leitura próxima
revela pequenos detalhes e mesmo com contornos não lineares ela faz surpreender a
qualquer expectador.
Fonte: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/0:
A Primavera. Giuseppe Archimboldo, 1573. Óleo sobre tela, 76x63,5 cm.
Museu do Louvre. Paris- França
16. REFERÊNCIAS:
- IMAGEM da obra “Café” de Candido Portinari.
http://grupopapeando.wordpress.com/2009/11/16/o-significado-do-
trabalho/
- Imagem da obra “ Primavera de Giuseppe Archimboldo.
Fonte: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/0:
- http://www.museuitinerante.com.br/pedagogico.asp
-Livro de Estudos / Museu Itinerante-
- WÖLFFLIN, Heinrich. Conceitos Fundamentais da História da Arte