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1 de 60
Paralaxe Estelar R. Boczko IAG-USP 08 08 09
Erro de Paralaxe 5 6 7 4 3 2 1 8 9 É 5 Não! É 3.
Efeito de Paralaxe
Animação do efeito de paralaxe
Lua observada de 2 locais diferentes ao mesmo tempo Lua Paris Porto Alegre 2007 abr 25 Paris Porto Alegre
Tipos de paralaxe ,[object Object],[object Object]
Paralaxe anual ,[object Object],[object Object]
Conceituação de paralaxe anual Estrela próxima p p máx.  = 0,76” Eclíptica É a mudança aparente na direção de um astro quando se passa de uma visão geocêntrica para uma heliocêntrica Direção geocêntrica Direção heliocêntrica Estrelas de fundo
Paralaxe de estrelas Estrela próxima 2p p máx.  = 0,76” Eclíptica Estrelas de fundo
Efeito da paralaxe anual na posição de uma estrela 1 2 3 4 4 1 2 3 Eclíptica Céu visto de “fora”
Paralaxe de uma estrela
Paralaxe de estrelas d F 2p 2p tan 2p = d/F F Jan Jun Jan Jun Sol F: distância focal do telescópio
Como se determina a distância até uma estrela?
Distância até o outro lado do rio A B C a b=? c A = 180 o  - B - C b  /  sin  B = a /  sin  A Rio
Distância até o outro lado do rio B A C b a c = ? Rio Medidos: b C tan  C =  c  / b c  = b .  tan  C
Paralaxe e Distância até uma estrela p Eclíptica p a d tan  p = a / d Mas p é muito pequeno, logo  tan p = p  rad p rad     a / d d = a / p rad Paralaxe anual de uma estrela Distância a uma estrela
Primeira paralaxe obtida
Região Polar Norte
61 Cygni
Primeira paralaxe obtida Estrela 61 Cygni Magnitude aparente = 5,21 a 6,03 Paralaxe = 0,28718 “ Distância = 11,36 a.l. Friederich Bessel (1838)
61 Cygnus : estrela binária Tamanhos comparados Sol Cygnus A Cygnus B
Estrela mais próxima ...depois do Sol!
Via Láctea e o Cruzeiro do Sul Cruzeiro do Sul        Saco de Carvão Hadar Rigel Centaurus
Centaurus ☺ Centauro ☻ A, B, C de Alfa Centaurus
Estrelas próximas
25 sistemas estelares mais próximos
Estrelas até 250 a.l.
Unidades usuais de distância até estrelas
Unidades para a paralaxe p rad  = a / d  rad     180 0 1 rad      x 0 x 0  = 180 /   1 rad  = 57,295.779.513 0 1 rad  = 57,295.779.513 0 x  3600" 1 rad  = 206264,806.247.096" 1 rad     206.265" p "  =  206.265"  a / d
Ano-luz Fóton Ondas luminosas c 300.000 km/s Percurso da luz durante 1 ano 1 ano-luz c  x  365,242199*24*60*60     9,5 trilhões de km 9,5 trilhões / 150 milhões  =  63.240 UA    1 UA    150.000.000 km
Parsec p = 1´´ Eclíptica p a d Se p = 1´´     d    1 parsec    1 pc É a distância de uma estrela ao Sol se a abertura angular sob o qual se veria o raio da órbita da Terra fosse de 1´´. 1 a.l. = 63.240 UA
Relacionar Parsec com UA p "  =  206.265"  a / d d =  206.265  a / p'' Se adotarmos a = 1 UA p'' = 1" d =  206.265  1 / 1'' d =  206.265  UA 1 pc =  206.265  UA 1 UA =  1 /   206.265  pc Explicitando d:
Relacionar Parsec com Ano-luz 1 pc =  206.265   UA 1 a.l. = 63.240 UA 1 pc =  206.265  *  1 /   63.240 a.l. 1 UA = 1 / 63.240 a.l. 1 pc    3,27 anos-luz
Unidade astronômica em parsecs p "  =  206.265"  a / d Seja: p = 1" Nesse caso: d    1pc a    ? pc Valor de a em pc: 1" = 206.265 a/1 a = 1 / 206.265 pc Se d for medido em pc: p" = 206.265 [ 1/206.265 ] / d p" = 1 / d   [pc]
Relacionar  distância (pc) e paralaxe (“) d     206.265  a /  p” a = 1 UA 1 pc     206.265 UA a    1 UA d pc  = 1 / p” a = 1 / 206.265 pc d    206.265 a / p” d    206.265 ( 1 / 206.265 ) / p”
Distância até uma estrela Enunciado: Qual a distância até a estrela Próxima se sua paralaxe é de 0,74”? p” = 0,74” d    a / p rad p rad  = p” (1 / 3600)  (   / 180) p rad     4,848 x 10 -6  p” d     a / ( 4,848 x 10 -6  p” ) d     2,06265 x 10 5  a /  p” a = 1 UA d     2,063 x 10 5  1 /  0,74” d     2,79 x 10 5  UA  
Primeira paralaxe Enunciado: Em 1838 Bessel obteve 0,316” para a paralaxe de 61 Cygni. Qual sua distância até a Terra? p = 0,316” d pc  = 1 / p” d = 3,16 pc 1 pc = 3,27 anos-luz d = 10,3 a.l.  
Paralaxes segundo o HiPParCoS Paralaxe com precisão de 0,001” para 120.000 estrelas Precisão nas distâncias até 300 a.l.: 10% HI gh  P recision  PAR allax  CO llecting  S atellite
Efeitos da  paralaxe anual
Coordenadas Heliocêntricas  e   Geocêntricas Eclíptica x y z x’ y’ z’ Heliocêntricas (x,y,z) Geocêntricas (x’,y’,z’)
Efeito observacional  da paralaxe anual Eclíptica Céu visto de “fora” T a d   ( sin     / a =  ( sin      / d sin      = (a/d)  sin    Como   é pequeno e  a/d = p  = p .  sin    S Lei do seno no   STE E
Ângulo central com extremidades num paralelo Pólo fundamental A h h 90 0 -h 90 0 -h Lei do co-seno: B cos  B =  sen  h .  sen  h +  cos  h .  cos  h .  cos  A  cos  B =  sen 2  h +  cos 2  h .  cos  A  B C
Aproximação de um ângulo medido num paralelo Pólo fundamental A h h 90 0 -h 90 0 -h C Admitindo que A e B sejam pequenos: C    B A fórmula vale também se  h  for pequeno, independente do valor de  A B
Ângulo medido num paralelo Pólo fundamental A h h 90 0 -h 90 0 -h B sen  B  /  sen  A =  sen  (90-h) /  sen  90 0 sen B / sen A = cos h / 1 Admitindo que A e B sejam pequenos: sen  A    A rad sen  B    B rad B    A .  cos  h Lei do seno: A fórmula vale também se  h  for pequeno, independente do valor de  A S
Visões geo e heliocêntricas Deslocamento da Terra para o Sol   ' Sol     : ângulo externo do triângulo STQ    =   ' +      : ângulo entre o vetor Terra-Sol e a estrela vista da Terra  ' : ângulo entre o vetor Terra-Sol e a estrela vista do Sol Visão geocêntrica Visão heliocêntrica Plano da eclíptica p p: Paralaxe anual da estrela Ponto de tangência Q
Variações devido à paralaxe anual PNE  Equador Eclíptica  s   Q Q' Q 1   '  90+   S  S   '   ' PN  '   '  Como o   QQ'Q 1  é muito pequeno, podemos considerá-lo plano Q Q' Q 1 -        .   cos    p .  sen     cos     = (      .   cos    ) / (p  .  sen    )    = p .  sen     .  cos     /  cos    sen     = (-  ) / ( p .  sen    )    = - p .  sen     .  sen    T TQ' = direção geocêntrica TQ = direção heliocêntrica
Variação nas coordenadas devido à paralaxe anual   cos     p  sin   A A” A’ cos    cos    p .  sin    p .  sin   cos    cos    sin    p .  sin    p .  sin   sin     ’ -    ’ -    PN     Equador Eclíptica A A’ A”
Variação    devido à paralaxe anual    = p .  sen     .  cos     /  cos    Lei do seno no    QPS sen  (90-   S ) /  sen  (90+   ) =  sen     /  sen  (  s -   ) sen     .  cos     =  cos    s  .  sen  (  s -   )    = p .  cos    s  .  sen  (  s -   ) /  cos    PNE  Equador Eclíptica  S   Q Q' Q 1   '  90+   S  S   '   ' PN  S H S PN Q 90+    s -   90-   S  S
Variação    devido à paralaxe anual    = - p .  sen     .  sen    Lei do seno&co-seno no    QPS -  sen     .  sen     =  sen    s  .  cos     -  cos    s  .  sen     .  cos  (  s -   )    = p .  sen    s  .  cos     -  cos    s  .  sen     .  cos  (  s -   ) sen     .  cos  (90+   ) =  cos  (90-   s ) .  sen  (90-   ) -  sen  (90-   s ) .  cos  (90-   ) .  cos  (  s -   ) PNE  Equador Eclíptica  S   Q Q' Q 1   '  90+   S  S   '   ' PN  S H S PN Q 90+    s -   90-   S  S & C
Relacionar a longitude do Sol e a direção da velocidade da Terra Lei do co-seno no      HS cos   ℓ S  =  cos    s  .  cos    s Lei do seno no      HS sen   ℓ s  /  sen  90 =  sen    s  /  sen    sen   ℓ s  .  sen     =  sen    s Lei do seno&co-seno no      HS sen   ℓ s  .  cos     =  cos    s  .  sen    s S C S & C   S PN PNE Equador Eclíptica ℓ S  S  S   H
Variações devido à paralaxe anual    = p . [ sen   ℓ s  .  sen     .  cos     -  cos     .  sen     .  cos   ℓ s  -  sen     .  sen    .  cos     .  sen   ℓ S ] cos   ℓ S  =  cos    s  .  cos    s sen   ℓ s  .  sen     =  sen    s sen   ℓ s  .  cos     =  cos    s  .  sen    s    = p .  cos    s  .  sen  (  s -   ) /  cos       = p .  sen    s  .  cos     -  cos    s  .  sen     .  cos  (  s -   )    = p . ( cos    sen   ℓ s  .  cos     -  sen     .  cos   ℓ S ) /  cos   
Paralaxe diurna ,[object Object],[object Object]
Lua observada de 2 locais diferentes ao mesmo tempo Lua Paris Porto Alegre 2007 abr 25 Paris Porto Alegre
Conceituação de paralaxe diurna Direção topocêntrica Direção geocêntrica z' z C Terra Zênite Horizonte d d' Δθ ρ É a mudança na direção aparente de um astro quando se passa de um visão topocêntrica para uma geocêntrica. O A
Paralaxe diurna horizontal  p Direção topocêntrica Direção geocêntrica z'=90 0 z C Terra Zênite Horizonte d d' Δθ ρ O p A sen   p  =  ρ / d p  é a paralaxe diurna  Δθ  quando o astro se encontra sobre o horizonte local Como  p  é muito pequeno podemos fazer a aproximação:  p rad      ρ / d sen   p      p rad
Obtenção da paralaxe diurna Direção topocêntrica Direção geocêntrica z' z C Terra Zênite Horizonte d d' Δθ ρ O A Pela definição de ângulo externo no Δ AOC: Δθ = z' - z Lei do seno no Δ AOC: sen  Δθ / ρ = d /  sen  z' Como Δθ é muito pequeno podemos fazer a aproximação:  p      ρ / d Δθ    ( ρ / d)  sen  z' sen  Δθ     ( ρ / d)  sen  z' Δθ     p   sen  z' sen  Δθ      Δθ rad
Variações devido à paralaxe diurna PN  Horizonte Equador Q' Z  '   '  OQ' = direção topocêntrica CQ = direção geocêntrica W S PN W C Q A O   '  Variações procuradas: A paralaxe diurna não muda o azimute: A = A' A paralaxe diurna muda a distância zenital:  z = z' - z PN Q' Z Q 90-  ' z  z 90-  H S  90- 
Variações    devido à paralaxe diurna  '  Variação procurada: A paralaxe diurna muda a distância zenital:  z = z' – z z' = z +   z  PQQ' sen    z /  sen  –   =  cos     /  sen  S Como   z e    são pequenos:  z / –       cos     /  sen  S       -   z  sen  S /  cos     PZQ' sen  z'  /  sen  (H-  )  =  cos     /  sen  S Desenvolvendo: sen  (H-  )  =  sen  H  cos     -  cos  H  sen    sen  (z+  z)  =  sen  z  cos    z +  cos  z  sen    z Como    e   z são pequenos: sen  (H-  )  =  sen  H .1 -  cos  H  .     sen  (z+  z)  =  sen  z .1 +  cos  z  .   z Δz = Δθ     p   sen  z'       -  p  .  sen  H .  cos     .  sec     -  p  .  cos  H .  cos     .  sec     .   Adotar que  p .   =0 (infinitésimo de segunda ordem)       -  p  .  sen  H .  cos     .  sec    S S PN  Horizonte Equador Q' Z W S PN W C Q A O   '  PN Q' Z Q 90-  ' z  z 90-  H S  90- 
Variações    devido à paralaxe diurna  '  Variação procurada: A paralaxe diurna muda a distância zenital:  z = z' – z z' = z +   z  PQQ' Como   z e    são pequenos:  PZQ' Δz = Δθ     p   sen  z' Adotar que  p .   =0 (infinitésimo de segunda ordem)       -  p  . ( sen     .  cos      cos     .  sen    cos  H ) sen     =  sen    ' .  cos    z  +  cos    ' .  sen    z .  cos  S sen     -  sen    ' =  cos    ' .   z .  cos  S sen  z' .  cos  S =  cos     .  sen     –  sen     .  cos     .  cos  H cos  S = (  cos     .  sen     –  sen     .  cos     .  cos  H ) /  sen  z'  Lembrando que: sen     -  sen    ' = 2  cos  [(  -  ')/2] .  sen  [(  -  ')/2]    = -   z .  cos  S C PN  Horizonte Equador Q' Z W S PN W C Q A O   '  PN Q' Z Q 90-  ' z  z 90-  H S  90-  S & C
Fim

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Paralaxe

  • 1. Paralaxe Estelar R. Boczko IAG-USP 08 08 09
  • 2. Erro de Paralaxe 5 6 7 4 3 2 1 8 9 É 5 Não! É 3.
  • 4. Animação do efeito de paralaxe
  • 5. Lua observada de 2 locais diferentes ao mesmo tempo Lua Paris Porto Alegre 2007 abr 25 Paris Porto Alegre
  • 6.
  • 7.
  • 8. Conceituação de paralaxe anual Estrela próxima p p máx. = 0,76” Eclíptica É a mudança aparente na direção de um astro quando se passa de uma visão geocêntrica para uma heliocêntrica Direção geocêntrica Direção heliocêntrica Estrelas de fundo
  • 9. Paralaxe de estrelas Estrela próxima 2p p máx. = 0,76” Eclíptica Estrelas de fundo
  • 10. Efeito da paralaxe anual na posição de uma estrela 1 2 3 4 4 1 2 3 Eclíptica Céu visto de “fora”
  • 11. Paralaxe de uma estrela
  • 12. Paralaxe de estrelas d F 2p 2p tan 2p = d/F F Jan Jun Jan Jun Sol F: distância focal do telescópio
  • 13. Como se determina a distância até uma estrela?
  • 14. Distância até o outro lado do rio A B C a b=? c A = 180 o - B - C b / sin B = a / sin A Rio
  • 15. Distância até o outro lado do rio B A C b a c = ? Rio Medidos: b C tan C = c / b c = b . tan C
  • 16. Paralaxe e Distância até uma estrela p Eclíptica p a d tan p = a / d Mas p é muito pequeno, logo tan p = p rad p rad  a / d d = a / p rad Paralaxe anual de uma estrela Distância a uma estrela
  • 20. Primeira paralaxe obtida Estrela 61 Cygni Magnitude aparente = 5,21 a 6,03 Paralaxe = 0,28718 “ Distância = 11,36 a.l. Friederich Bessel (1838)
  • 21. 61 Cygnus : estrela binária Tamanhos comparados Sol Cygnus A Cygnus B
  • 22. Estrela mais próxima ...depois do Sol!
  • 23. Via Láctea e o Cruzeiro do Sul Cruzeiro do Sul        Saco de Carvão Hadar Rigel Centaurus
  • 24. Centaurus ☺ Centauro ☻ A, B, C de Alfa Centaurus
  • 26. 25 sistemas estelares mais próximos
  • 28. Unidades usuais de distância até estrelas
  • 29. Unidades para a paralaxe p rad = a / d  rad  180 0 1 rad  x 0 x 0 = 180 /  1 rad = 57,295.779.513 0 1 rad = 57,295.779.513 0 x 3600" 1 rad = 206264,806.247.096" 1 rad  206.265" p " = 206.265" a / d
  • 30. Ano-luz Fóton Ondas luminosas c 300.000 km/s Percurso da luz durante 1 ano 1 ano-luz c x 365,242199*24*60*60  9,5 trilhões de km 9,5 trilhões / 150 milhões = 63.240 UA  1 UA  150.000.000 km
  • 31. Parsec p = 1´´ Eclíptica p a d Se p = 1´´  d  1 parsec  1 pc É a distância de uma estrela ao Sol se a abertura angular sob o qual se veria o raio da órbita da Terra fosse de 1´´. 1 a.l. = 63.240 UA
  • 32. Relacionar Parsec com UA p " = 206.265" a / d d = 206.265 a / p'' Se adotarmos a = 1 UA p'' = 1" d = 206.265 1 / 1'' d = 206.265 UA 1 pc = 206.265 UA 1 UA = 1 / 206.265 pc Explicitando d:
  • 33. Relacionar Parsec com Ano-luz 1 pc = 206.265 UA 1 a.l. = 63.240 UA 1 pc = 206.265 * 1 / 63.240 a.l. 1 UA = 1 / 63.240 a.l. 1 pc  3,27 anos-luz
  • 34. Unidade astronômica em parsecs p " = 206.265" a / d Seja: p = 1" Nesse caso: d  1pc a  ? pc Valor de a em pc: 1" = 206.265 a/1 a = 1 / 206.265 pc Se d for medido em pc: p" = 206.265 [ 1/206.265 ] / d p" = 1 / d [pc]
  • 35. Relacionar distância (pc) e paralaxe (“) d  206.265 a / p” a = 1 UA 1 pc  206.265 UA a  1 UA d pc = 1 / p” a = 1 / 206.265 pc d  206.265 a / p” d  206.265 ( 1 / 206.265 ) / p”
  • 36. Distância até uma estrela Enunciado: Qual a distância até a estrela Próxima se sua paralaxe é de 0,74”? p” = 0,74” d  a / p rad p rad = p” (1 / 3600) (  / 180) p rad  4,848 x 10 -6 p” d  a / ( 4,848 x 10 -6 p” ) d  2,06265 x 10 5 a / p” a = 1 UA d  2,063 x 10 5 1 / 0,74” d  2,79 x 10 5 UA  
  • 37. Primeira paralaxe Enunciado: Em 1838 Bessel obteve 0,316” para a paralaxe de 61 Cygni. Qual sua distância até a Terra? p = 0,316” d pc = 1 / p” d = 3,16 pc 1 pc = 3,27 anos-luz d = 10,3 a.l.  
  • 38. Paralaxes segundo o HiPParCoS Paralaxe com precisão de 0,001” para 120.000 estrelas Precisão nas distâncias até 300 a.l.: 10% HI gh P recision PAR allax CO llecting S atellite
  • 39. Efeitos da paralaxe anual
  • 40. Coordenadas Heliocêntricas e Geocêntricas Eclíptica x y z x’ y’ z’ Heliocêntricas (x,y,z) Geocêntricas (x’,y’,z’)
  • 41. Efeito observacional da paralaxe anual Eclíptica Céu visto de “fora” T a d   ( sin  / a = ( sin  / d sin  = (a/d) sin  Como  é pequeno e  a/d = p  = p . sin  S Lei do seno no  STE E
  • 42. Ângulo central com extremidades num paralelo Pólo fundamental A h h 90 0 -h 90 0 -h Lei do co-seno: B cos B = sen h . sen h + cos h . cos h . cos A cos B = sen 2 h + cos 2 h . cos A B C
  • 43. Aproximação de um ângulo medido num paralelo Pólo fundamental A h h 90 0 -h 90 0 -h C Admitindo que A e B sejam pequenos: C  B A fórmula vale também se h for pequeno, independente do valor de A B
  • 44. Ângulo medido num paralelo Pólo fundamental A h h 90 0 -h 90 0 -h B sen B / sen A = sen (90-h) / sen 90 0 sen B / sen A = cos h / 1 Admitindo que A e B sejam pequenos: sen A  A rad sen B  B rad B  A . cos h Lei do seno: A fórmula vale também se h for pequeno, independente do valor de A S
  • 45. Visões geo e heliocêntricas Deslocamento da Terra para o Sol   ' Sol   : ângulo externo do triângulo STQ  =  ' +   : ângulo entre o vetor Terra-Sol e a estrela vista da Terra  ' : ângulo entre o vetor Terra-Sol e a estrela vista do Sol Visão geocêntrica Visão heliocêntrica Plano da eclíptica p p: Paralaxe anual da estrela Ponto de tangência Q
  • 46. Variações devido à paralaxe anual PNE  Equador Eclíptica  s   Q Q' Q 1   ' 90+   S  S   '   ' PN  '   '  Como o  QQ'Q 1 é muito pequeno, podemos considerá-lo plano Q Q' Q 1 -    . cos  p . sen   cos  = (   . cos  ) / (p . sen  )  = p . sen  . cos  / cos  sen  = (-  ) / ( p . sen  )  = - p . sen  . sen  T TQ' = direção geocêntrica TQ = direção heliocêntrica
  • 47. Variação nas coordenadas devido à paralaxe anual   cos    p sin   A A” A’ cos  cos  p . sin    p . sin   cos  cos  sin  p . sin    p . sin   sin   ’ -   ’ -   PN     Equador Eclíptica A A’ A”
  • 48. Variação  devido à paralaxe anual  = p . sen  . cos  / cos  Lei do seno no  QPS sen (90-  S ) / sen (90+  ) = sen  / sen (  s -  ) sen  . cos  = cos  s . sen (  s -  )  = p . cos  s . sen (  s -  ) / cos  PNE  Equador Eclíptica  S   Q Q' Q 1   ' 90+   S  S   '   ' PN  S H S PN Q 90+   s -  90-  S  S
  • 49. Variação  devido à paralaxe anual  = - p . sen  . sen  Lei do seno&co-seno no  QPS - sen  . sen  = sen  s . cos  - cos  s . sen  . cos (  s -  )  = p . sen  s . cos  - cos  s . sen  . cos (  s -  ) sen  . cos (90+  ) = cos (90-  s ) . sen (90-  ) - sen (90-  s ) . cos (90-  ) . cos (  s -  ) PNE  Equador Eclíptica  S   Q Q' Q 1   ' 90+   S  S   '   ' PN  S H S PN Q 90+   s -  90-  S  S & C
  • 50. Relacionar a longitude do Sol e a direção da velocidade da Terra Lei do co-seno no   HS cos ℓ S = cos  s . cos  s Lei do seno no   HS sen ℓ s / sen 90 = sen  s / sen  sen ℓ s . sen  = sen  s Lei do seno&co-seno no   HS sen ℓ s . cos  = cos  s . sen  s S C S & C   S PN PNE Equador Eclíptica ℓ S  S  S   H
  • 51. Variações devido à paralaxe anual  = p . [ sen ℓ s . sen  . cos  - cos  . sen  . cos ℓ s - sen  . sen  . cos  .  sen ℓ S ] cos ℓ S = cos  s . cos  s sen ℓ s . sen  = sen  s sen ℓ s . cos  = cos  s . sen  s  = p . cos  s . sen (  s -  ) / cos   = p . sen  s . cos  - cos  s . sen  . cos (  s -  )  = p . ( cos  sen ℓ s . cos  - sen  . cos ℓ S ) / cos 
  • 52.
  • 53. Lua observada de 2 locais diferentes ao mesmo tempo Lua Paris Porto Alegre 2007 abr 25 Paris Porto Alegre
  • 54. Conceituação de paralaxe diurna Direção topocêntrica Direção geocêntrica z' z C Terra Zênite Horizonte d d' Δθ ρ É a mudança na direção aparente de um astro quando se passa de um visão topocêntrica para uma geocêntrica. O A
  • 55. Paralaxe diurna horizontal p Direção topocêntrica Direção geocêntrica z'=90 0 z C Terra Zênite Horizonte d d' Δθ ρ O p A sen p = ρ / d p é a paralaxe diurna Δθ quando o astro se encontra sobre o horizonte local Como p é muito pequeno podemos fazer a aproximação: p rad  ρ / d sen p  p rad
  • 56. Obtenção da paralaxe diurna Direção topocêntrica Direção geocêntrica z' z C Terra Zênite Horizonte d d' Δθ ρ O A Pela definição de ângulo externo no Δ AOC: Δθ = z' - z Lei do seno no Δ AOC: sen Δθ / ρ = d / sen z' Como Δθ é muito pequeno podemos fazer a aproximação: p  ρ / d Δθ  ( ρ / d) sen z' sen Δθ  ( ρ / d) sen z' Δθ  p sen z' sen Δθ  Δθ rad
  • 57. Variações devido à paralaxe diurna PN  Horizonte Equador Q' Z  '   '  OQ' = direção topocêntrica CQ = direção geocêntrica W S PN W C Q A O   '  Variações procuradas: A paralaxe diurna não muda o azimute: A = A' A paralaxe diurna muda a distância zenital:  z = z' - z PN Q' Z Q 90-  ' z  z 90-  H S  90- 
  • 58. Variações  devido à paralaxe diurna  '  Variação procurada: A paralaxe diurna muda a distância zenital:  z = z' – z z' = z +  z  PQQ' sen  z / sen –  = cos  / sen S Como  z e  são pequenos:  z / –   cos  / sen S   -  z sen S / cos   PZQ' sen z' / sen (H-  ) = cos  / sen S Desenvolvendo: sen (H-  ) = sen H cos  - cos H sen  sen (z+  z) = sen z cos  z + cos z sen  z Como  e  z são pequenos: sen (H-  ) = sen H .1 - cos H .  sen (z+  z) = sen z .1 + cos z .  z Δz = Δθ  p sen z'   - p . sen H . cos  . sec  - p . cos H . cos  . sec  .  Adotar que p .  =0 (infinitésimo de segunda ordem)   - p . sen H . cos  . sec  S S PN  Horizonte Equador Q' Z W S PN W C Q A O   '  PN Q' Z Q 90-  ' z  z 90-  H S  90- 
  • 59. Variações  devido à paralaxe diurna  '  Variação procurada: A paralaxe diurna muda a distância zenital:  z = z' – z z' = z +  z  PQQ' Como  z e  são pequenos:  PZQ' Δz = Δθ  p sen z' Adotar que p .  =0 (infinitésimo de segunda ordem)   - p . ( sen  . cos  cos  . sen  cos H ) sen  = sen  ' . cos  z + cos  ' . sen  z . cos S sen  - sen  ' = cos  ' .  z . cos S sen z' . cos S = cos  . sen  – sen  . cos  . cos H cos S = ( cos  . sen  – sen  . cos  . cos H ) / sen z' Lembrando que: sen  - sen  ' = 2 cos [(  -  ')/2] . sen [(  -  ')/2]  = -  z . cos S C PN  Horizonte Equador Q' Z W S PN W C Q A O   '  PN Q' Z Q 90-  ' z  z 90-  H S  90-  S & C
  • 60. Fim