Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
O crédito e o trânsito
1. O CRÉDITO E O TRÂNSITO
Com certeza você deve estar se perguntando o que tem a ver o trânsito com o
crédito. Que relação poderá existir entre a conduta de um motorista de um
veículo no trânsito e a possível conduta desse cidadão com relação ao crédito?
Talvez, realmente não exista, talvez eu esteja sendo preconceituoso ou esteja
procurando “chifre em cabeça de cavalo” ou ainda esteja sendo influenciado
pelo aborrecimento que sinto todos os dias ao sair de casa e enfrentar o
trânsito de nossas ruas e sobreviver a uma verdadeira guerrilha urbana
proporcionada por motoristas de todos os matizes.
Nessa luta diária tenho observado motoristas que não nos respeitam, que
ultrapassam pela direita, que nos trancam, que dobram sem dar sinal, que
freiam bruscamente, que buzinam sem necessidade, que xingam as nossas
mães, que ultrapassam os sinais vermelhos, que param em cima das faixas de
pedestres e são protagonistas das mais absurdas barbeiragens e nos deixam
estressados. Fazem tudo isso porque querem sempre levar vantagens. São
seguidores da Lei de Gerson. Não importa o desconforto e os aborrecimentos
que nos causem, o importante é que se dêem bem.
Bom e daí? O que uma coisa tem a ver com a outra?
Acredito que esse tipo de comportamento deixa claro que quem comete esses
pequenos “delitos”, desrespeitando o direito dos outros, colocando as nossas
vidas em risco, com certeza cometerá outros “pequenos deslizes” para se
sentir “esperto”. Esse cidadão ao começar um processo de crédito deverá, com
toda certeza, no mínimo, tentar burlar as nossas exigências. Caso consiga, a
operação terá grandes possibilidades de se desviar a finalidade e engrossar a
nossa inadimplência.
Ora, nós que trabalhamos em uma instituição financeira e sabemos ser o
crédito, sobretudo, uma relação de confiança, como poderemos acreditar em
alguém que tenta levar sempre vantagem? Com certeza, no futuro, nos dará
muito trabalho e será fortíssimo candidato a registros no SPC e/ou SERASA.
Que fazer? Nada. Infelizmente não temos como saber como ele se comporta
no trânsito e muito menos na hora dos futuros pagamentos. Não vamos seguí-
lo pelas nossas ruas e essa exigência não consta em nossas normas de
concessão ao crédito. Apenas serve para refletirmos sobre o nosso
comportamento e entendermos que ao cometermos pequenos deslizes estamos
nos credenciando a cometer no futuro delitos muito maiores.
Longe de querer filosofar, o que nos sobra destas nossas observações é a
importância do “ cadastro falado”, devemos conversar com os nossos futuros
clientes. Nada como uma boa prosa para sabermos, inclusive, como se
comporta no trânsito. Não devemos esquecer que uma operação terá sucesso e
retorno quando começar bem.