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“O Instante do Sentido”
    por Paulo Maia
“O Instante do Sentido”


- Levitar
                                              - Liberdade, Eternidade
   - Outro Dia
                                                   - Lógico Cantor
      - Tranquilo Querer
                                                        - O Grande Vitral
            - Cada Vez Mais
                                                             - O Instante do Sentido
               - Poucas São As Palavras




                     1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.                  2
“Além do horizonte pálido, uma luz está acesa. Sua energia é
      constante. Concebida pelo poder das forças místicas.
 Inexplorável pela razão, jamais perderá o encanto, a beleza e
 sua imporância. Do outro lado está o inesperado: aquilo que
vemos, não pelos olhos, mas pelo tato; aquilo que ouvimos, não
  pela audição, mas pela visão. Tudo o que está ao alcance da
              mão e do que é permitido entender.”




           1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.      3
Levitar
Paulo Maia


 Dizer coisas tristes, falar de amores
 São muitas as vezes que me vejo assim
 No escuro não falo, no silêncio não vejo
 Minhas poucas palavras num desejo

 Te procuro não sei onde, me imagino perdido
 Mas sei que abro os olhos onde piso
 Se talvez me escuta, me entende o possível
 Não guardo segredos no invisível

 Me coloco num jogo do vazio e abstrato
 Procuro estar onde ninguém está
 Minha fala corrente não espera o medo
 As palavras jogadas no tempo

 Quero ir agora, viver uma saída
 E tirar meu peito do frio
 Do frio...
 Do frio...


               1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.   4
Outro Dia
Paulo Maia



 Um outro dia se acaba                      E os segredos onde estarão ?
 E a melodia se torna música                Mascarados por um leve toque da paz
 Olhando o que passa e nada                 Diz tudo o que ainda não faz
 Só uma mera visão rústica                  Diz tudo o que ainda...

 E os segredos onde estarão ?               E no teu sentido do outro dia
 Cada um pensa que sabe o que faz           Sempre a mesma morbidez
 Sem temer o tudo, jamais                   Nunca traduz a alegria
 Sem temer o tudo....                       Da minha fraca e clara lucidez

 Na embriaguez do outro dia                 E os segredos onde estarão ?
 Vejo o teu olhar e o desejo                Todos repassados numa monótona visão
 De me transformar no ideal                 Num outro dia que será amanhã
 Num complexo tom musical                   num outro dia...
                                            Amanhã




              1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.                     5
Tranqüilo Querer
Paulo Maia



 Realidade, governando a vida                  Tentar ocupar todo o espaço
 Felicidade, sempre escondida                  Fazer ocultar o meu cansaço
 Que caminhos devo tomar                       Sem me preocupar com tolices
 Se eu quiser te encontrar                     Que vem de encontro

 O que penso eu desses destino                 A grande cidade jurou pra mim
 Que aconteceu num desatino                    Que a liberdade era meu fim
 Sem forçar seu coração                        Como posso aceitar
 Para a minha ilusão                           Sem argumentar

 Eu quero viver                                Eu quero viver
 Tranqüilo querer                              Tranqüilo querer
 Estar no prazer                               Estar no prazer
 Tranqüilo querer                              Tranqüilo querer




              1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.                 6
Cada Vez Mais
Paulo Maia



 Abrindo as portas do deserto                  Gerações do passado
 Exorcizando todos os mistérios                Corações atrasados
 Reduzindo o caos                              Todas essas mutações
 Viajando no incerto                           Pardas claras ilusões
 Vazio                                         E o jogo
 Cada vez mais                                 Cada vez mais
 Fácil                                         Aberto

 Atitudes no olhar
 Festejando no sonhar
 Quando vencidas as tentações
 Reparamos nossas direções
 E tudo
 Cada vez mais
 Alívio




              1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.         7
Poucas São As Palavras
Paulo Maia



 Poucas são as palavras que em                Nada é o conceito do mundo que
 meditação consigo achar pra me               estamos a consumir
 expressar                                    Nada é o bastante que se pode conseguir
 Poucos são os momentos em que finjo
 só estar pra me retirar                      Tudo é o universo que representa seu
                                              abstrato
 Poucos foram os corações em que eu           Tudo é a parte em que se pode tocar
 pude me sentir
 Pouco é tudo o que eu tenho a dizer          Todos são os nomes, as verdades e as
 sobre mim                                    mentiras
                                              E poucas são as palavras que em
 Nada é o que importa para apontar            silêncio consigo ouvir
 os defeitos do meu bem-estar
 Nada é o que pensa a pessoa que              Poucas são as palavras que na confusão
 pensa que tem muito a falar                  consigo expressar pra me encontrar




              1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.                          8
Liberdade, Eternidade
Paulo Maia



 Esperar que a lua traga a nós                Esperar que a lua faça cena de novo
 esta noite                                   E as estrelas iluminem seu rosto
 Todo o sonho atrevido no instante            E deixem brilhar todo o riso
 Em que os corpos                             E viva quem queira viver
 se inflamem de alegria
 E o sexo seja outra folia                    Vou dizer:
                                              sigo agora os seus passos livres
 Reviver e sentir                             Escutando sua imaginação
 um dourado no espaço                         Que sempre servirá de lição
 Repartir com o tempo o passado               A um mundo acorrentado na ilusão
 Onde os nossos horizontes
 no presente                                  Ah! Seja assim a liberdade
 Reflitam o acaso do futuro                   Ah! Pra quem procura eternidade

 Ah! Seja assim a liberdade
 Ah! Pra quem procura eternidade




              1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.                      9
Lógico Cantor
Paulo Maia



 Acabaram-se os passos                        Não perca seu espaço,
 e eu não o conhecia mais                     reforce seu calor
 Vieram de outros lados                       Reative sua voz,
 mas vieram imortais                          meu lógico cantor

 E sempre há desculpas                        O sangue vagueia
 Desculpas a mim mesmo                        pelas veias de seu corpo
 Não posso aceitar seus segredos              E cruzam quase sempre
                                              algum caminho torto
 Quando descartam flores
 recarregam o seu fuzil                       E sempre há mentiras
 Começam os rumores                           Mentiras originais
 de uma era vã e vil                          Vivemos aceitando
                                              prazeres marginais
 E sempre há retalhos
 Retalhos da moral                            Não perca seu espaço,
 Não posso acreditar no normal                reforce seu calor
                                              Reative sua voz,
                                              meu lógico cantor


              1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.           10
O Grande Vitral
Paulo Maia



 A paisagem do grande vitral não é real           Os ventos continuam a mentir
 É peça de um sonho musical                       E a alegria do nosso passado
 O fato vivido tão doce e esquecido               Ficou entre os nossos passos
 Passa o tempo todo assim
                                                  E a paisagem do grande vitral
 E a memória que esteve sempre à mão              De sonho musical
 Não possui mais o fôlego da paixão               Passou à peça de uma vida normal
 A música que antes eu escutava
 Desafinada não significa mais nada               Você esteve lá e eu vi
                                                  Como acordei ? Juro que não sei
 Você esteve lá e eu vi
 Como acordei ? Juro que não sei




              1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.                       11
O Instante do Sentido
Paulo Maia



 O sol                                     O livre
 Criança corre inocente                    Eterna busca eterna
 Os deuses observam                        O jogo nunca começa
 Cada dia contente                         O libido numa caverna
 O mundo que os homens levam               Descansa a brisa terrena

 A paz                                     A cor
 O caos não tira a razão                   da emoção ao corpo
 As preces loucas pedem                    da mente à canção
 O ar sozinho é vão                        da boca à palavra
 Os lobos desaparecem                      dá aos homens a paixão

 O grito                                   Os olhos
 Assusta no ar                             Desvendam o mistério
 Sustenta um pedido                        Assumem a forma
 Um homem promete                          Julgam o secreto
 Traduz um tempo perdido                   Esquecem o escuro

                                           Você
                                           O sol da paz, o grito livre, a cor dos olhos

              1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.                            12
Levitar
                                                                  Nov/89
                                                               Outro Dia
                                                                  Jul/89
                                                               Tranquilo Querer
                                                                  Nov/90
                                                               Cada Vez Mais
“O Instante do Sentido”                                           Out/90
                                                               Poucas São As Palavras
                                                                  Ago/89
Todas as letras são de autoria de Paulo Maia                   Liberdade, Eternidade
              Dezembro de 1990                                    Nov/90
                                                               Lógico Cantor
                                                                  Jul/90
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                                                                  Mar/90
                                                               O Instante do Sentido
                                                                  Jun/88




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O Instante do Sentido

  • 1. “O Instante do Sentido” por Paulo Maia
  • 2. “O Instante do Sentido” - Levitar - Liberdade, Eternidade - Outro Dia - Lógico Cantor - Tranquilo Querer - O Grande Vitral - Cada Vez Mais - O Instante do Sentido - Poucas São As Palavras 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 2
  • 3. “Além do horizonte pálido, uma luz está acesa. Sua energia é constante. Concebida pelo poder das forças místicas. Inexplorável pela razão, jamais perderá o encanto, a beleza e sua imporância. Do outro lado está o inesperado: aquilo que vemos, não pelos olhos, mas pelo tato; aquilo que ouvimos, não pela audição, mas pela visão. Tudo o que está ao alcance da mão e do que é permitido entender.” 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 3
  • 4. Levitar Paulo Maia Dizer coisas tristes, falar de amores São muitas as vezes que me vejo assim No escuro não falo, no silêncio não vejo Minhas poucas palavras num desejo Te procuro não sei onde, me imagino perdido Mas sei que abro os olhos onde piso Se talvez me escuta, me entende o possível Não guardo segredos no invisível Me coloco num jogo do vazio e abstrato Procuro estar onde ninguém está Minha fala corrente não espera o medo As palavras jogadas no tempo Quero ir agora, viver uma saída E tirar meu peito do frio Do frio... Do frio... 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 4
  • 5. Outro Dia Paulo Maia Um outro dia se acaba E os segredos onde estarão ? E a melodia se torna música Mascarados por um leve toque da paz Olhando o que passa e nada Diz tudo o que ainda não faz Só uma mera visão rústica Diz tudo o que ainda... E os segredos onde estarão ? E no teu sentido do outro dia Cada um pensa que sabe o que faz Sempre a mesma morbidez Sem temer o tudo, jamais Nunca traduz a alegria Sem temer o tudo.... Da minha fraca e clara lucidez Na embriaguez do outro dia E os segredos onde estarão ? Vejo o teu olhar e o desejo Todos repassados numa monótona visão De me transformar no ideal Num outro dia que será amanhã Num complexo tom musical num outro dia... Amanhã 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 5
  • 6. Tranqüilo Querer Paulo Maia Realidade, governando a vida Tentar ocupar todo o espaço Felicidade, sempre escondida Fazer ocultar o meu cansaço Que caminhos devo tomar Sem me preocupar com tolices Se eu quiser te encontrar Que vem de encontro O que penso eu desses destino A grande cidade jurou pra mim Que aconteceu num desatino Que a liberdade era meu fim Sem forçar seu coração Como posso aceitar Para a minha ilusão Sem argumentar Eu quero viver Eu quero viver Tranqüilo querer Tranqüilo querer Estar no prazer Estar no prazer Tranqüilo querer Tranqüilo querer 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 6
  • 7. Cada Vez Mais Paulo Maia Abrindo as portas do deserto Gerações do passado Exorcizando todos os mistérios Corações atrasados Reduzindo o caos Todas essas mutações Viajando no incerto Pardas claras ilusões Vazio E o jogo Cada vez mais Cada vez mais Fácil Aberto Atitudes no olhar Festejando no sonhar Quando vencidas as tentações Reparamos nossas direções E tudo Cada vez mais Alívio 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 7
  • 8. Poucas São As Palavras Paulo Maia Poucas são as palavras que em Nada é o conceito do mundo que meditação consigo achar pra me estamos a consumir expressar Nada é o bastante que se pode conseguir Poucos são os momentos em que finjo só estar pra me retirar Tudo é o universo que representa seu abstrato Poucos foram os corações em que eu Tudo é a parte em que se pode tocar pude me sentir Pouco é tudo o que eu tenho a dizer Todos são os nomes, as verdades e as sobre mim mentiras E poucas são as palavras que em Nada é o que importa para apontar silêncio consigo ouvir os defeitos do meu bem-estar Nada é o que pensa a pessoa que Poucas são as palavras que na confusão pensa que tem muito a falar consigo expressar pra me encontrar 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 8
  • 9. Liberdade, Eternidade Paulo Maia Esperar que a lua traga a nós Esperar que a lua faça cena de novo esta noite E as estrelas iluminem seu rosto Todo o sonho atrevido no instante E deixem brilhar todo o riso Em que os corpos E viva quem queira viver se inflamem de alegria E o sexo seja outra folia Vou dizer: sigo agora os seus passos livres Reviver e sentir Escutando sua imaginação um dourado no espaço Que sempre servirá de lição Repartir com o tempo o passado A um mundo acorrentado na ilusão Onde os nossos horizontes no presente Ah! Seja assim a liberdade Reflitam o acaso do futuro Ah! Pra quem procura eternidade Ah! Seja assim a liberdade Ah! Pra quem procura eternidade 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 9
  • 10. Lógico Cantor Paulo Maia Acabaram-se os passos Não perca seu espaço, e eu não o conhecia mais reforce seu calor Vieram de outros lados Reative sua voz, mas vieram imortais meu lógico cantor E sempre há desculpas O sangue vagueia Desculpas a mim mesmo pelas veias de seu corpo Não posso aceitar seus segredos E cruzam quase sempre algum caminho torto Quando descartam flores recarregam o seu fuzil E sempre há mentiras Começam os rumores Mentiras originais de uma era vã e vil Vivemos aceitando prazeres marginais E sempre há retalhos Retalhos da moral Não perca seu espaço, Não posso acreditar no normal reforce seu calor Reative sua voz, meu lógico cantor 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 10
  • 11. O Grande Vitral Paulo Maia A paisagem do grande vitral não é real Os ventos continuam a mentir É peça de um sonho musical E a alegria do nosso passado O fato vivido tão doce e esquecido Ficou entre os nossos passos Passa o tempo todo assim E a paisagem do grande vitral E a memória que esteve sempre à mão De sonho musical Não possui mais o fôlego da paixão Passou à peça de uma vida normal A música que antes eu escutava Desafinada não significa mais nada Você esteve lá e eu vi Como acordei ? Juro que não sei Você esteve lá e eu vi Como acordei ? Juro que não sei 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 11
  • 12. O Instante do Sentido Paulo Maia O sol O livre Criança corre inocente Eterna busca eterna Os deuses observam O jogo nunca começa Cada dia contente O libido numa caverna O mundo que os homens levam Descansa a brisa terrena A paz A cor O caos não tira a razão da emoção ao corpo As preces loucas pedem da mente à canção O ar sozinho é vão da boca à palavra Os lobos desaparecem dá aos homens a paixão O grito Os olhos Assusta no ar Desvendam o mistério Sustenta um pedido Assumem a forma Um homem promete Julgam o secreto Traduz um tempo perdido Esquecem o escuro Você O sol da paz, o grito livre, a cor dos olhos 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 12
  • 13. Levitar Nov/89 Outro Dia Jul/89 Tranquilo Querer Nov/90 Cada Vez Mais “O Instante do Sentido” Out/90 Poucas São As Palavras Ago/89 Todas as letras são de autoria de Paulo Maia Liberdade, Eternidade Dezembro de 1990 Nov/90 Lógico Cantor Jul/90 O Grande Vitral Mar/90 O Instante do Sentido Jun/88 1990 © PAULO MAIA. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 13