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Músicas de resistência na década de 1980
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2.
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1987 por Paulo Maia nestas esquinas © 1987 Paulo Maia. Todos os direitos reservados
3.
Nossa Gente
Um Mundo Natural Realmente nossa gente Você chegou tão de repente Não é a mesma que essa gente Me disse tudo e tão somente Que censura a nossa palavra Coisas que fazem bem ao coração As nossas idéias, a nossa maneira de agir Mudou por completo minha canção Felizmente temos armas Você veio do nada e me deu tudo Para lutar contra todos Não mais estranho o seu mundo Contra tudo que nos param Você mostrou que é possível Que nos ameaçam, que pensam que podem punir O toque no mundo invisível Por que viver assim? Por que dizer sim? Você devolveu o dom perdido A um mundo de valores que não são os nossos De um universo esquecido Por que a solidão? Por que dizer não? A coisa certa, o real À nossa liberdade de pensar e existir Um mundo todo natural Novamente buscam formas Sem nada mesmo para impor De manipular nossa mente inconsciente O seu caminho meu amor Tão perturbada, tão destroçada A nossa história bem marcada Mas animada em prosseguir E a nossa lua estrelado De repente nos injetam seus ideais e nos mostram Você devolveu o dom perdido Absurdos tão irreais esses normais De um universo esquecido Que guerreiam com a paz A coisa certa, o real Um mundo todo natural nestas esquinas © 1987 Paulo Maia. Todos os direitos reservados
4.
Retórica Social
Olhos Quero ser sincero e lhe dizer que o mundo é real Olhos que não conseguem mentir Quero ser moral por mais que tudo seja liberal Os que ainda podem sorrir Os que ainda podem chorar Porém tudo é igual Com suas lágrimas argumentar Nada é perfeito, retórica social Todo mundo diz o fato é real Olhos que sentem a ira Todo mundo faz nada de mal De serem mortos por outro olhar Os que podem ser a mira O mundo é assim as pessoas não se sentem bem Para as armas de um luar O espelho reflete o fim Toda a vez que a culpa é de alguém Transmitir os sentimentos Mostrar o pensamento Quero ser um homem A vontade de viver De poucas mas sábias palavras Memorizar o que não se quer esquecer Quero estar na frente de suas irônicas risadas Olhos que nascem para punir Quero ser normal Olhos que nascem para brilhar Tudo dá-se um jeito, retórica social Um olhar que quer omitir Todo mundo grita o mundo está perdido Quando por outro se apaixonar Todo mundo está desiludido Meus olhos querem viver Eternamente Simplesmente por querer te olhar Por querer sentir prazer em viver e amar nestas esquinas © 1987 Paulo Maia. Todos os direitos reservados
5.
Nada de Omitir
Uma ou Outra Nada a dizer de nada mais De uma forma ou de outra Procuro só um pouco de paz temos que persistir Será preciso dizer que estou cansado De um jeito ou de outro Será preciso viver assim viciado se há um caminho a seguir Quero sentir no olhar o prazer Onde o coração transmite ser ser Tantas frases perdidas na incompreensão Tantas formas de comparação Chega de protesto sem força nem liderança Chega de um grito mentiroso de esperança Tanta angústia no coração Chega de paixões sem destino Tanta vida perdida em vão Nem palavras de vingança Tantos sonhos perdidos no ar Chega de um mundo sem humanidade Muito nada a concretizar De mentiras nas verdades Sem faces com interrogação Algo no horizonte disfarça o olhar Chega de conter nossas emoções fechado se esconde procurando evitar O meu silêncio não pode ser ferido Mas quando falar quero ser ouvido Chega de ser só por um momento Nada de omitir seus sentimentos nestas esquinas © 1987 Paulo Maia. Todos os direitos reservados
6.
Eu E Minha
Visão Último Momento Hipnotizado pelas luzes Não me conte mais nada Viajei nas nuvens Esconda sua risada Que eram cores em vida Desperte no seu peito uma dor Um pouco mais de sal A paisagem tão exótica Nesse nosso mingau Tão lúcida, tão lógica Mas não tão desse jeito com pavor E um som tão inibido O sol já vai se pôr De repente como num instante Cadê o nosso amor? As luzes me ofuscaram a visão Nossa hora por um instante de calor Tão gelada era a escuridão A história e seu olhar “O Velho e o Mar” As cores que eu via e sentia Lua quarto minguante sem temor Transformaram-se em negro E o meu apelo era... Atravesse o oceano Viva bem mais esse ano Só por isso senti medo E diga seu adeus ao horror Vivia cada minuto uma hora Escreva uma carta A hora de que o nada importa E diga se maltrata Um fogo acendeu seu valor Hipnotizado pelo sol Senti a mais estranha sensação No nosso apartamento O mundo dava voltas No último momento E eu parado estava seguro E deite-se comigo on the floor Seguro eu e minha visão Não pode ser depressa Somente eu e minha visão Se existe mais conversa Há sempre um perigo de amor nestas esquinas © 1987 Paulo Maia. Todos os direitos reservados
7.
Pra Lá de
Bagdá Nestas Esquinas Relembrar todo o passado e pensar no que se fez Nestas esquinas correm perigo as felinas Reviver todo o pecado bem mais de uma vez Suas vaidades, pecam por suas privacidades Acredite numa união do seu céu com o meu chão Sentem a dor, falam de amor, pois é clara e E a certeza do melhor na consciência do pior ardente, real bem latente, inconsciente Um dia estaremos lá Sentimentos, sem amor Pra lá de Bagdá O que será que buscam? Outro dia, agonia O caminho é bem longo mais podemos conversar Berro, choro, alegria Sobre nós e os loucos que querem nos conquistar O viver é bem mais simples quando o inútil é Falam por elas, ficam nas suas janelas desprezado Sentem vaidade mas omitem a verdade Só de brisa vive o homem, mas de brisa é Mundo ideal, acham que a vida é normal arruinado Mas não sabem que o mundo é aqui Um dia estaremos lá Pra lá de Bagdá Esse é meu último pedido, satisfaça-me se puder Não me deixe só e ferido neste lugar qualquer Nem tudo está perdido vale a pela o que vier Um dia estaremos lá Pra lá de Bagdá nestas esquinas © 1987 Paulo Maia. Todos os direitos reservados
8.
Todas as letras
são de autoria de Paulo Maia, exceto (*), de autoria de Paulo Maia e Silvana Helal nestas esquinas © 1987 Paulo Maia. Todos os direitos reservados