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Ministério
da Agricultura
e do Abastecimento
ISSN 1518-4269
,
CAPTACÃO DE AGUAS SUPERFICIAIS DEI
CHUVAS EM BARRAGINHAS
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Presidente
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Ministério da Agricultura e do Abastecimento
Ministro
MARCUS VINíCIUS PRATINI DE MORAES
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Presidente
ALBERTO DUQUE PORTUGAL
Diretores
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JOSÉ ROBERTO RODRIGUES PERES
DANTE DANIEL GIACOMELLI SCOLARI
Embrapa Milho e Sorgo
Chefe Geral
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. Chefe Adjunto de Pesquisa
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Chefe Adjunto de Administração
JOÃO CARLOS GARCIA
Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios
JOSÉ HAMILTON RAMALHO
Circular Técnica, 2 ISSN 1518-4269
CAPTACÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS•
DE CHUVAS EM BARRAGINHAS
Luciano Cordoval de Barros
Milho e 50rgo
Copyright © Embrapa - 2000
Embrapa Milho e Sorgo
Caixa Postal 151
CEP 35701-970 Sete Lagoas, MG
Telefone: Oxx31 3779-1000
Fax: Oxx31 3779-1088
www.cnpms.embrapa.br
sac@cnpms.embrapa.br
Tiragem: 5.000 exemplares
Editor: Comitê de Publicações da Embrapa Milho e Sorgo
Ivan Cruz (Presidente) I Frederico Ozanan Machado Durães
(Secretário), Antônio Carlos de Oliveira, Arnaldo Ferreira da
Silva, Edilson Paiva, Paulo César Magalhães, Jamilton Pereira
dos Santos
Revisão: Oilermando Lúcio de Oliveira
Diagramação: Tânia Mara Assunção Barbosa
e Dilermando Lúci"o de Oliveira
Normalização bibliográfica: Maria Tereza Rocha Ferreira
Coordenação Editorial: Área de Comunicação Empresarial da Embrapa
Milho e Sorgo
B277c
2000
BARROS, L. C.de. Captação de águas superficiais de
chuvas em barraginhas. Sete Lagoas, MG: Embrapa
Milho e Sorgo, 2000. 16p. (Embrapa Milho e Sorgo.
Circular Técnica, 2).
Água, Captação, Chuva, Barraginha,
Mananciais
CDD 333.9111
© Embrapa - 2000
Sumário
INTRODUÇÃO .•.....•...............•..............•......•. 5
ANTECEDENTES ..............•..•.'......................... 6
BARRAGINHA, UM PROJETO SOCiAL ........................ 7
COMO FUNCIONA O SiSTEMA........................... 8
METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DAS BARRAGINHAS •••• 13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFiCAS ..•...........•.......•.... 16
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CHUVAS
EM BARRAGINHAS
Luciano Cordoval de Barros'
INTRODUCÃO,
o homem, desde a história antiga, armazenava águas
superficiais de chuva em seu proveito. No ano 106 D.C., os
nabateos já produziam alimentos no deserto de Neguev (com
precipitação média anual de 100 a 150 mm), utilizando sistemas
de captação de água superficial, que era concentrada em
tabuleiros nas partes baixas dos terrenos (Evenari, 1968). Antes
disso, a umidade residual armazenada no solo já tinha sido
usada nos tempos do rei Salomão, há cerca de dez séculos
A.C., na mesma região do Neguev (Evenari, 1983).
Segundo Lal (1982), que desenvolveu trabalhos em região
tropical semi-úmida, os danos causados pela erosão em solos
cultivados são reflexos de manejo inadequado de solos.
No início da exploração de uma área virgem, quando as
terras estão cobertas com matas ou pastagens naturais, a
necessidade de conservação do solo é praticamente nula, pois
o sistema está em equilíbrio e a erosão é mínima. Após o
desmatamento para exploração da terra, verifica-se geralmente
gra~de degradação causada pela erosão, principalmente na
forma invisível, a erosão laminar, que remove o solo em suas
camadas superficiais (Andreae, 1965).
Segundo dados obtidos pela Seção de Conservação de
Solos do Instituto Agronômico de Campinas, o Estado de São
Paulo perde anualmente, por efeito da erosão, cerca de 130
milhões de toneladas de terra (1 989). Essa perda representa
1Engenheiro-Agr6nomo, Embrapa Milho e Sorgo. Caixa Postal 151
CEP 35701-970 Sete Lagoas, MG. Fone: Oxx31 3779 1107
Fax Oxx31 3779 1088. e-mail: cordoval@cnpms.embrapa.br
5
25 % da perda sofrida pelo Brasil inteiro em igual período. Para
se ter uma idéia do volume de tais perdas, basta dizer que ela
corresponde ao desgaste de uma camada de 15 cm de
espessura, numa área de 60.000 hectares.
Com o desmatamento, foram introduzidas pastagens
artificiais, com maior densidade de gado e conseqüente
compactação do solo. Alguns produtores rurais mineiros,
percebendo !ogo os danos que viriam a ocorrer em seus solos,
facilmente erodíveis, começaram, a partir da iniciativa de alguns
entusiastas, a construir barraginhas em regiões isoladas. Isso
ocorreu há cerca de 30 anos, mas não houve continuidade
nem divulgação adequada, pois a época não era oportuna e
não havia um clima ambientalista favorável, como o verificado
a partir da ECO 92.
ANTECEDENTES
Essa tecnologia, apesar de não ser nova, estava em
esquecimento e praticamente sem uso. No ano de 1991, foi
iniciada a construção das primeiras obras para contenção de
enxurradas, na área experimental da Embrapa Milho e Sorgo,
em Sete Lagoas, Minas Gerais.
Em janeiro de 1994, foram construídas 28 barraginhas,
em um sítio no município de Araçaí, MG. Uma percepção
concreta e visível ocorreu a partir de novembro de 1995, quando
foram construídas 30 barraginhas na Fazenda Paiol, hoje
utilizadas como "vitrine" e que serviram de exemplo para a
idealização e implantação do Projeto do Ribeirão Paiol, que
consistiu na construção de barraginhas em toda sua microbacia.
Outra atividade decorrente da implantação das barraginhas
foi a realização de 11 cursos em diversas regiões do estado de
Minas Gerais, durante o período de 1997/98. Com toda essa
mobilização, hoje há vários focos de ação em municípios
mineiros, por onde têm atuado os reeditores dessa tecnologia.
Como exemplo, somente na região de Sete Lagoas, MG, já
foram construídas mais de 5.000 barraginhasó
6
BARRAGINHA, UM PROJETO SOCIAL
Pensando no futuro das águas e em sua qualidade, foi
desenvolvido, na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas,
MG, um projeto denominado JlBarragens de Contenção de Águas
Superficiais de Chuva", utilizando um sistema simples e que
não é novo, pois data de antes de Cristo, porém estava
esquecido.
O sistema foi instalado em 1995, numa propriedade rural
na microbacia do Ribeirão Paiol, no município de Sete Lagoas,
MG, com precipitação média anual de 1.350 mm, estando em
pleno funcionamento e apresentando resultados altamente
positivos, decorridos cinco ciclos de chuva. O objetivo principal
desse projeto é a recuperação das áreas degradadas devido a
escorrimentos superficiais de águas de chuvas, visando a
perenização e a revitalização de mananciais, com água de boa
qualidade, bem como tornar o vale do Paiol uma vitrine
demonstrativa de conservação de solo e água, para todo o
estado de Minas Gerais e outras regiões do País.
Em razão do sucesso verificado, o sistema foi implantado
em escala maior, em toda a área de uma microbacia, de modo
a contemplar todos os produtores rurais da mesma e possibilitar
a observação do efeito que uma propriedade poderá exercer
sobre outra vizinha e assim sucessivamente. Também serão
observados os desdobramentos da implantação desse sistema,
ou seja, aqueles que dependem da criatividade e atenção de
cada produtor, como, por exemplo, a detecção de áreas frescas
propícias para o cultivo sem irrigação, a abertura de cisternas,
o reflorestamento e o plantio de canaviais, fruteiras e outras
culturas, para recuperação das áreas degradadas em torno das
barraginhas, aproveitando o seu umedecimento. Em 1999,
foram plantadas 900 mudas de árvores em torno de 30
barraginhas. A eficiência desse sistema para a conservação do
solo e água poderá ser aumentada com a adoção de outras
práticas conservacionistas complementares, como curvas de
nível, plantio direto etc.
7
Esse projeto-piloto do Ribeirão Paiol consiste em dotar
cada propriedade e, no conjunto, toda a microbacia de pequenas
barragens ou mini-açudes, nos locais em que ocorram
enxurradas volumosas e erosivas, barrando-as e amenizando
seus efeitos desastrosos, retendo juntamente materiais
assoreadores e poluentes, como terra, adubo, agrotóxicos em
geral, esterco com antibióticos etc., que iriam diretamente para
os córregos e mananciais, provocando contaminação, enchentes
t emporárias e outros danos.
COMO FUNCIONA O SISTEMA
o solo, como um telhado, coleta a água das chuvas e
concentra-a em forma de enxurrada, que vai-se avolumando
até tornar-se danosa. Ao barrar as enxurradas com mini-açudes
sucessivos, também serão barrados assoreamentos e poluentes.
Ao encher a primeira pequena barragem, na parte mais alta, o
excesso verte pelo sangradouro à segunda barragem e assim
sucessivamente, até chegar às da baixada. Na maioria das
chuvas, as da baixada nem chegam a verter (Figura 1).
Na região denominada Brasil Central, após o
desmatamento ocorrido nas últimas quatro décadas e também
com a descapitalização dos agricultores, acelerou-se o processo
de degradação dos solos. Nessa região, predominam solos de
cerrado, porosos e profundos, os quais, sob as barragens,
funcionam como uma esponja porosa armazenadora da água
infiltrada.
O objetivo da implantação desse sistema é carregar
(Figura 2) e descarregar (Figura 3) o lago, proporcionando a
infiltração num espaço de tempo rápido entre uma chuva e
outra, de modo que, durante a estação chuvosa, ocorram de
12 a 15 recargas completas do volume 'do lago, bem como do
espaço poroso do solo, funcionando como uma espécie de
caixa d'água natural.
O sistema provocará a elevação do nível de água no
solo, o que poderá ser percebido visualmente, pela elevação
8
Figura 1. Desenho esquemático.
9
Figura 2. Barraginha cheia após a chuva.
Figura 3. Barraginha após infiltração da água retida, uma semana
depois da chuva.
10
do nível das cisternas, umedecimento das baixadas e mesmo
com o surgimento de minadouros. Na prática, isso tem uma
importância muito grande, porque ameniza estiagens
(veranicos), propicia plantios de safrinha após o encerramento
do ciclo chuvoso e, ao perenizar alguns mini-açudes de baixadas,
oferece as condições necessárias para a instalação de criatórios
de peixe, bem como irrigação suplementar. Esse sistema é
eficiente em regiões com precipitações aCima de 800 mm/
ano.
Só para exemplificar, uma chuva rápida de 60 mm é
suficiente para encher todos os mini-açudes de uma microbacia.
Se não houver esses mini-açudes, cerca de 900/0 das águas
retidas nos mesmos irão diretamente para os córregos,
contribuindo para provocar enchentes e outros danos.
Além disso, esse sistema proporciona a filtragem da água
retida e sua posterior liberação para os córregos e rios, de
maneira lenta ao longo do ano, estabilizando e perenizando os
cursos de água e mananciais. Isso é importante quando se
pensa na necessidade de garantir o abastecimento de cidades
e fazendas e também para a geração de energia elétrica, que
depende da perenização dos grandes lagos (Figura 4).
Em 1998, foram construídas 960 barraginhas, em 2 mil
hectares, na microbacia do Ribeirão Paiol, afluente secundário
do Rio das Velhas, situada na Comunidade da Estiva, município
de Sete Lagoas, MG, consolidando-se como uma unidade
demonstrativa do sistema de conservação de solo e água.
As Figuras 5 a 14 demonstram a metodologia de
construção das barraginhas.
Esse trabalho foi desenvolvido pela Embrapa, Emater-
MG e Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Sete Lagoas,
com apoio da Secretaria de Recursos Hídricos-SRH, do
Ministério do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, e do Instituto
Interamericano de Cooperação para a Agricultura-IICA. O projeto
teve a gestão administrativa e financeira da Fundação de Apoio
à Pesquisa e ao Desenvolvimento-Faped.
1 1
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• C.m'lI'
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odo
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• e'H.g.n.
«:onl'''9'0
• &uporflelt do 1010
METODOLOGIA DE CONSTRUCÃO DAS BARRAGINHAS,
As Figuras 5 e 6 demonstram os formatos possíveis das
barraginhas, sendo que a Figura 5 é trapezoidal, para
barramentos mais reforçados em calhas e grotas, e a Figura 6
é piramidal, para situações de enxurradas na beira de estradas
e calhas suaves.
As Figuras 7, 8, 9, 10 e 11 demonstram as fases evolutivas
da construção da barragem no formato trapezoidal. Os círculos
representam leirões paralelos de terra solta colocados pela pá
carregadeira e a base "a" da Figura 7 representa a terra já
acomodada e compactada pela mesma máquina. O mesmo se
repete na Figura 8, na formação da base IIb". As Figuras 7 e 8
são vistas de forma transversal. A Figura 9 mostra as fases /I a",
"b" e IIC" do aterro dentro da calha. A Figura 1O mostra a fase
"d", que é o abaulamento final na forma de travesseiro. A base
do travesseiro é o próprio nível da água no lago. A Figura 11
mostra o lago temporário formado pelo barramento.
Figura 5 Figura 6
Figura 7 Figura 8
Figura 9 Figura 10
Figura 11
13
As Figuras 12, 13 e 14 mostram os locais onde usar os
modelos trapezoidal ou piramidal. A Figura 12 mostra a situação
de gratas acentuadas, em que a construção de barraginha não
é viável. Nesse caso, delineiam-se e constroem-se curvas de
nível com ligeiro gradiente no sentido da grota e constrói-se a
barraginha piramidal no eixo da curva próximo à grata, de modo
que â mesma sangre o excesso ainda na própria curva, antes
de cair na grata coletora. Na Figura 13, pode-se ver a situação
que ocorre em áreas conservadas com curvas de nível antigas
e que arrebentam freqüentemente todos os anos, tornando
esses pontos frágeis. Nesse caso, o único recurso é a
construção de barraginhas piramidais. A Figura 14 demonstra
barraginhas trapezoidais em gratas de até 3 m de profundidade,
aplicando as fases "a", IIb'·', IIC" e IJd". Acima dessa
profundidade, não se recomenda a construção de barraginhas.
Figura 12
GnJIa
I
I
- -- - - - -----
Figura 14
14
Figura 13
GroIa
- - - -- -----
Observações: a) o processo de barraginhas é planejado
para calhas secas (enxurradas) e não para córregos. São
barramentos de até 3 horas de serviço de máquina e média
não superior a 1,5 hora por barragem; b) o período de construção
das barraginhas é na época das águas, até três meses após o
encerramento do ciclo chuvoso, pegando ainda umidade residual
do solo, o que facilita a construção, baixa os custos e dá
qualidade de compactação às mesmas. Outro componente
importante é o uso da pá carregadeira, que aumenta em até
três vezes o rendimento em relacão ao trator de esteira. Há,
ainda, outras vantagens, como: deslocamento próprio, agilidade,
facilidade de manutenção e grande número de equipamentos
disponíveis no mercado (Figura 15).
Figura 15. Utilização da pá carregadeira proporciona maior
rapidez na construção da barraginha.
15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREAE, B. Die Bodenfruchtbarkeit in den Tropen. Hamburg!
Berlin: P. Parev, 1965. 124 p.
EVENARI, M., et alo Runoff farming in the deserto I. Experimental
lavout. Agronomy Journal, V. 60, p. 29-32, 1968.
LAL, R. Management of clav soils for erosion control. Tropical
Agriculture. V. 59, n. 2, p. 133-138, 1982.
BARROS, L.C. de. Demonstração de Conservação de Solo e
Água na Microbacia do Córrego Paiol-Sete Lagoas-Minas
Gerais. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 1998. 24 P.
Relatório Final.
16

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  • 1. Ministério da Agricultura e do Abastecimento ISSN 1518-4269 , CAPTACÃO DE AGUAS SUPERFICIAIS DEI CHUVAS EM BARRAGINHAS
  • 2. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Presidente FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Ministério da Agricultura e do Abastecimento Ministro MARCUS VINíCIUS PRATINI DE MORAES Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Presidente ALBERTO DUQUE PORTUGAL Diretores ELZA ANGELA BATTAGGIA BRITO DA CUNHA JOSÉ ROBERTO RODRIGUES PERES DANTE DANIEL GIACOMELLI SCOLARI Embrapa Milho e Sorgo Chefe Geral ANTÔNIO FERNANDINO DE CASTRO BAHIA FILHO . Chefe Adjunto de Pesquisa IVAN CRUZ Chefe Adjunto de Administração JOÃO CARLOS GARCIA Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios JOSÉ HAMILTON RAMALHO
  • 3. Circular Técnica, 2 ISSN 1518-4269 CAPTACÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS• DE CHUVAS EM BARRAGINHAS Luciano Cordoval de Barros Milho e 50rgo
  • 4. Copyright © Embrapa - 2000 Embrapa Milho e Sorgo Caixa Postal 151 CEP 35701-970 Sete Lagoas, MG Telefone: Oxx31 3779-1000 Fax: Oxx31 3779-1088 www.cnpms.embrapa.br sac@cnpms.embrapa.br Tiragem: 5.000 exemplares Editor: Comitê de Publicações da Embrapa Milho e Sorgo Ivan Cruz (Presidente) I Frederico Ozanan Machado Durães (Secretário), Antônio Carlos de Oliveira, Arnaldo Ferreira da Silva, Edilson Paiva, Paulo César Magalhães, Jamilton Pereira dos Santos Revisão: Oilermando Lúcio de Oliveira Diagramação: Tânia Mara Assunção Barbosa e Dilermando Lúci"o de Oliveira Normalização bibliográfica: Maria Tereza Rocha Ferreira Coordenação Editorial: Área de Comunicação Empresarial da Embrapa Milho e Sorgo B277c 2000 BARROS, L. C.de. Captação de águas superficiais de chuvas em barraginhas. Sete Lagoas, MG: Embrapa Milho e Sorgo, 2000. 16p. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular Técnica, 2). Água, Captação, Chuva, Barraginha, Mananciais CDD 333.9111 © Embrapa - 2000
  • 5. Sumário INTRODUÇÃO .•.....•...............•..............•......•. 5 ANTECEDENTES ..............•..•.'......................... 6 BARRAGINHA, UM PROJETO SOCiAL ........................ 7 COMO FUNCIONA O SiSTEMA........................... 8 METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DAS BARRAGINHAS •••• 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFiCAS ..•...........•.......•.... 16
  • 6. CAPTAÇÃO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS DE CHUVAS EM BARRAGINHAS Luciano Cordoval de Barros' INTRODUCÃO, o homem, desde a história antiga, armazenava águas superficiais de chuva em seu proveito. No ano 106 D.C., os nabateos já produziam alimentos no deserto de Neguev (com precipitação média anual de 100 a 150 mm), utilizando sistemas de captação de água superficial, que era concentrada em tabuleiros nas partes baixas dos terrenos (Evenari, 1968). Antes disso, a umidade residual armazenada no solo já tinha sido usada nos tempos do rei Salomão, há cerca de dez séculos A.C., na mesma região do Neguev (Evenari, 1983). Segundo Lal (1982), que desenvolveu trabalhos em região tropical semi-úmida, os danos causados pela erosão em solos cultivados são reflexos de manejo inadequado de solos. No início da exploração de uma área virgem, quando as terras estão cobertas com matas ou pastagens naturais, a necessidade de conservação do solo é praticamente nula, pois o sistema está em equilíbrio e a erosão é mínima. Após o desmatamento para exploração da terra, verifica-se geralmente gra~de degradação causada pela erosão, principalmente na forma invisível, a erosão laminar, que remove o solo em suas camadas superficiais (Andreae, 1965). Segundo dados obtidos pela Seção de Conservação de Solos do Instituto Agronômico de Campinas, o Estado de São Paulo perde anualmente, por efeito da erosão, cerca de 130 milhões de toneladas de terra (1 989). Essa perda representa 1Engenheiro-Agr6nomo, Embrapa Milho e Sorgo. Caixa Postal 151 CEP 35701-970 Sete Lagoas, MG. Fone: Oxx31 3779 1107 Fax Oxx31 3779 1088. e-mail: cordoval@cnpms.embrapa.br 5
  • 7. 25 % da perda sofrida pelo Brasil inteiro em igual período. Para se ter uma idéia do volume de tais perdas, basta dizer que ela corresponde ao desgaste de uma camada de 15 cm de espessura, numa área de 60.000 hectares. Com o desmatamento, foram introduzidas pastagens artificiais, com maior densidade de gado e conseqüente compactação do solo. Alguns produtores rurais mineiros, percebendo !ogo os danos que viriam a ocorrer em seus solos, facilmente erodíveis, começaram, a partir da iniciativa de alguns entusiastas, a construir barraginhas em regiões isoladas. Isso ocorreu há cerca de 30 anos, mas não houve continuidade nem divulgação adequada, pois a época não era oportuna e não havia um clima ambientalista favorável, como o verificado a partir da ECO 92. ANTECEDENTES Essa tecnologia, apesar de não ser nova, estava em esquecimento e praticamente sem uso. No ano de 1991, foi iniciada a construção das primeiras obras para contenção de enxurradas, na área experimental da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, Minas Gerais. Em janeiro de 1994, foram construídas 28 barraginhas, em um sítio no município de Araçaí, MG. Uma percepção concreta e visível ocorreu a partir de novembro de 1995, quando foram construídas 30 barraginhas na Fazenda Paiol, hoje utilizadas como "vitrine" e que serviram de exemplo para a idealização e implantação do Projeto do Ribeirão Paiol, que consistiu na construção de barraginhas em toda sua microbacia. Outra atividade decorrente da implantação das barraginhas foi a realização de 11 cursos em diversas regiões do estado de Minas Gerais, durante o período de 1997/98. Com toda essa mobilização, hoje há vários focos de ação em municípios mineiros, por onde têm atuado os reeditores dessa tecnologia. Como exemplo, somente na região de Sete Lagoas, MG, já foram construídas mais de 5.000 barraginhasó 6
  • 8. BARRAGINHA, UM PROJETO SOCIAL Pensando no futuro das águas e em sua qualidade, foi desenvolvido, na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, MG, um projeto denominado JlBarragens de Contenção de Águas Superficiais de Chuva", utilizando um sistema simples e que não é novo, pois data de antes de Cristo, porém estava esquecido. O sistema foi instalado em 1995, numa propriedade rural na microbacia do Ribeirão Paiol, no município de Sete Lagoas, MG, com precipitação média anual de 1.350 mm, estando em pleno funcionamento e apresentando resultados altamente positivos, decorridos cinco ciclos de chuva. O objetivo principal desse projeto é a recuperação das áreas degradadas devido a escorrimentos superficiais de águas de chuvas, visando a perenização e a revitalização de mananciais, com água de boa qualidade, bem como tornar o vale do Paiol uma vitrine demonstrativa de conservação de solo e água, para todo o estado de Minas Gerais e outras regiões do País. Em razão do sucesso verificado, o sistema foi implantado em escala maior, em toda a área de uma microbacia, de modo a contemplar todos os produtores rurais da mesma e possibilitar a observação do efeito que uma propriedade poderá exercer sobre outra vizinha e assim sucessivamente. Também serão observados os desdobramentos da implantação desse sistema, ou seja, aqueles que dependem da criatividade e atenção de cada produtor, como, por exemplo, a detecção de áreas frescas propícias para o cultivo sem irrigação, a abertura de cisternas, o reflorestamento e o plantio de canaviais, fruteiras e outras culturas, para recuperação das áreas degradadas em torno das barraginhas, aproveitando o seu umedecimento. Em 1999, foram plantadas 900 mudas de árvores em torno de 30 barraginhas. A eficiência desse sistema para a conservação do solo e água poderá ser aumentada com a adoção de outras práticas conservacionistas complementares, como curvas de nível, plantio direto etc. 7
  • 9. Esse projeto-piloto do Ribeirão Paiol consiste em dotar cada propriedade e, no conjunto, toda a microbacia de pequenas barragens ou mini-açudes, nos locais em que ocorram enxurradas volumosas e erosivas, barrando-as e amenizando seus efeitos desastrosos, retendo juntamente materiais assoreadores e poluentes, como terra, adubo, agrotóxicos em geral, esterco com antibióticos etc., que iriam diretamente para os córregos e mananciais, provocando contaminação, enchentes t emporárias e outros danos. COMO FUNCIONA O SISTEMA o solo, como um telhado, coleta a água das chuvas e concentra-a em forma de enxurrada, que vai-se avolumando até tornar-se danosa. Ao barrar as enxurradas com mini-açudes sucessivos, também serão barrados assoreamentos e poluentes. Ao encher a primeira pequena barragem, na parte mais alta, o excesso verte pelo sangradouro à segunda barragem e assim sucessivamente, até chegar às da baixada. Na maioria das chuvas, as da baixada nem chegam a verter (Figura 1). Na região denominada Brasil Central, após o desmatamento ocorrido nas últimas quatro décadas e também com a descapitalização dos agricultores, acelerou-se o processo de degradação dos solos. Nessa região, predominam solos de cerrado, porosos e profundos, os quais, sob as barragens, funcionam como uma esponja porosa armazenadora da água infiltrada. O objetivo da implantação desse sistema é carregar (Figura 2) e descarregar (Figura 3) o lago, proporcionando a infiltração num espaço de tempo rápido entre uma chuva e outra, de modo que, durante a estação chuvosa, ocorram de 12 a 15 recargas completas do volume 'do lago, bem como do espaço poroso do solo, funcionando como uma espécie de caixa d'água natural. O sistema provocará a elevação do nível de água no solo, o que poderá ser percebido visualmente, pela elevação 8
  • 10. Figura 1. Desenho esquemático. 9
  • 11. Figura 2. Barraginha cheia após a chuva. Figura 3. Barraginha após infiltração da água retida, uma semana depois da chuva. 10
  • 12. do nível das cisternas, umedecimento das baixadas e mesmo com o surgimento de minadouros. Na prática, isso tem uma importância muito grande, porque ameniza estiagens (veranicos), propicia plantios de safrinha após o encerramento do ciclo chuvoso e, ao perenizar alguns mini-açudes de baixadas, oferece as condições necessárias para a instalação de criatórios de peixe, bem como irrigação suplementar. Esse sistema é eficiente em regiões com precipitações aCima de 800 mm/ ano. Só para exemplificar, uma chuva rápida de 60 mm é suficiente para encher todos os mini-açudes de uma microbacia. Se não houver esses mini-açudes, cerca de 900/0 das águas retidas nos mesmos irão diretamente para os córregos, contribuindo para provocar enchentes e outros danos. Além disso, esse sistema proporciona a filtragem da água retida e sua posterior liberação para os córregos e rios, de maneira lenta ao longo do ano, estabilizando e perenizando os cursos de água e mananciais. Isso é importante quando se pensa na necessidade de garantir o abastecimento de cidades e fazendas e também para a geração de energia elétrica, que depende da perenização dos grandes lagos (Figura 4). Em 1998, foram construídas 960 barraginhas, em 2 mil hectares, na microbacia do Ribeirão Paiol, afluente secundário do Rio das Velhas, situada na Comunidade da Estiva, município de Sete Lagoas, MG, consolidando-se como uma unidade demonstrativa do sistema de conservação de solo e água. As Figuras 5 a 14 demonstram a metodologia de construção das barraginhas. Esse trabalho foi desenvolvido pela Embrapa, Emater- MG e Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Sete Lagoas, com apoio da Secretaria de Recursos Hídricos-SRH, do Ministério do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura-IICA. O projeto teve a gestão administrativa e financeira da Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento-Faped. 1 1
  • 13. .~.... ...--------.:.: (i) ....... ...-..:...... . --.....~... • .Inçol ,,,6,lco. "lv.I mlnlllo no ptllodn "tO • Clt"" 1n1111"ÇO.. d. 'Gu, tup"tlel•• d. chuva, du"n't lodo p.,lodO chI,lVOIO . • A.e.rg. ctll.u.m.nto d. tiPO"" po'o" do 1010. •e".ndo o ençol f,.i'lcO . figura 4. Esquema do sistema em operaçãO. do Imp,dllu• nto • C.m'lI' lutl'".n. • Nlv4I1 ",61111'00 do lll1çol 1,,_'1 o M IInal do pell odo chuvutO . • e'H.g.n. «:onl'''9'0 • &uporflelt do 1010
  • 14. METODOLOGIA DE CONSTRUCÃO DAS BARRAGINHAS, As Figuras 5 e 6 demonstram os formatos possíveis das barraginhas, sendo que a Figura 5 é trapezoidal, para barramentos mais reforçados em calhas e grotas, e a Figura 6 é piramidal, para situações de enxurradas na beira de estradas e calhas suaves. As Figuras 7, 8, 9, 10 e 11 demonstram as fases evolutivas da construção da barragem no formato trapezoidal. Os círculos representam leirões paralelos de terra solta colocados pela pá carregadeira e a base "a" da Figura 7 representa a terra já acomodada e compactada pela mesma máquina. O mesmo se repete na Figura 8, na formação da base IIb". As Figuras 7 e 8 são vistas de forma transversal. A Figura 9 mostra as fases /I a", "b" e IIC" do aterro dentro da calha. A Figura 1O mostra a fase "d", que é o abaulamento final na forma de travesseiro. A base do travesseiro é o próprio nível da água no lago. A Figura 11 mostra o lago temporário formado pelo barramento. Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11 13
  • 15. As Figuras 12, 13 e 14 mostram os locais onde usar os modelos trapezoidal ou piramidal. A Figura 12 mostra a situação de gratas acentuadas, em que a construção de barraginha não é viável. Nesse caso, delineiam-se e constroem-se curvas de nível com ligeiro gradiente no sentido da grota e constrói-se a barraginha piramidal no eixo da curva próximo à grata, de modo que â mesma sangre o excesso ainda na própria curva, antes de cair na grata coletora. Na Figura 13, pode-se ver a situação que ocorre em áreas conservadas com curvas de nível antigas e que arrebentam freqüentemente todos os anos, tornando esses pontos frágeis. Nesse caso, o único recurso é a construção de barraginhas piramidais. A Figura 14 demonstra barraginhas trapezoidais em gratas de até 3 m de profundidade, aplicando as fases "a", IIb'·', IIC" e IJd". Acima dessa profundidade, não se recomenda a construção de barraginhas. Figura 12 GnJIa I I - -- - - - ----- Figura 14 14 Figura 13 GroIa - - - -- -----
  • 16. Observações: a) o processo de barraginhas é planejado para calhas secas (enxurradas) e não para córregos. São barramentos de até 3 horas de serviço de máquina e média não superior a 1,5 hora por barragem; b) o período de construção das barraginhas é na época das águas, até três meses após o encerramento do ciclo chuvoso, pegando ainda umidade residual do solo, o que facilita a construção, baixa os custos e dá qualidade de compactação às mesmas. Outro componente importante é o uso da pá carregadeira, que aumenta em até três vezes o rendimento em relacão ao trator de esteira. Há, ainda, outras vantagens, como: deslocamento próprio, agilidade, facilidade de manutenção e grande número de equipamentos disponíveis no mercado (Figura 15). Figura 15. Utilização da pá carregadeira proporciona maior rapidez na construção da barraginha. 15
  • 17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDREAE, B. Die Bodenfruchtbarkeit in den Tropen. Hamburg! Berlin: P. Parev, 1965. 124 p. EVENARI, M., et alo Runoff farming in the deserto I. Experimental lavout. Agronomy Journal, V. 60, p. 29-32, 1968. LAL, R. Management of clav soils for erosion control. Tropical Agriculture. V. 59, n. 2, p. 133-138, 1982. BARROS, L.C. de. Demonstração de Conservação de Solo e Água na Microbacia do Córrego Paiol-Sete Lagoas-Minas Gerais. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 1998. 24 P. Relatório Final. 16