SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 85
Baixar para ler offline
Memorando do processo de
produção agrícola no setor sucro
alcooleiro
06.1.2016
Pg.01
Descrição das Atividades
Predominantes no setor Sucro-
alcooleiro na Área Agrícola mais
especificamente Motomecanizacão.
Resumo das Operações
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
2
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
SUMÀRIO
1................................................................................Preparo de Solo.
2.................................................Equipamentos para preparo do solo.
3.......................................................................Preparo Convenciona.
4.................................................................................... Plantio Direto.
5........................................Sistema de produção de mudas – Meiose.
6...........................................................................Plantio mecanizado.
7...................................................................................Corte de Cana.
8....................................................................................Carregamento.
9...................................................................Máquinas e implementos.
10.................................................................................Cultivo Mínimo.
11..........................................Logística de descarga de cana inteira e
picada de uma usina de cana de açúcar.
12................................................................Maquinas e implementos.
13.................................................................................Cultico Mínimo.
14........................................................... Práticas de conservação do
solo
15....... ............................................................Agricultura de Precisão.
16............................. Aplicação de calcário com controlador de GPS.
17......................................................................Conservação de Solo.
18.................................................Sistemas de Cultivo da Cana Soca.
19............................................................................Plantas Daninhas.
20............................................................................................Pragas.
21.........................................................................Rotação e Reforma.
22.........................Manutenção Automotiva do Setor Sucroalcooleiro.
23......................Gestão da Manutenção Através dos indicadores de
Desempenho.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
3
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento1-Preparo de Solo
O preparo do solo visa a melhoria das condições físicas e químicas para garantir a brotação, o
crescimento radicular e o estabelecimento da cultura.
Como a cultura da cana-de-açúcar é altamente
mecanizada, prevê-se que mais de 30 operações ocorrem
em um mesmo talhão ao longo de cinco anos. É inevitável
que o solo esteja mais compactado ao longo dos anos do
canavial. A reforma do canavial ocorre, em média, a cada
cinco anos, mas, dependendo da produtividade do talhão,
pode ser adiada para sete, oito ou mais anos.
O preparo do solo é, então, uma questão de máxima
relevância, pois a próxima oportunidade dessa prática
agrícola levará alguns anos. Ou seja, se for adotada alguma prática inadequada, os problemas
resultantes permanecerão por um bom tempo. A alta produtividade e longevidade estão relacionadas
com o sucesso no preparo do solo.
Todas as etapas do preparo do solo são importantes. As práticas que visam a correção do solo como
calagem, gessagem e fosfatagem, que propiciarão boas condições para o crescimento radicular, o
controle de plantas daninhas, as operações de sulcação-adubação, o preparo da muda, entre outros,
colabora para o sucesso do plantio, do estabelecimento e da produtividade da cultura.
Por outro lado, sabe-se que as operações agrícolas que promovem o revolvimento da terra elevam
muito a oxigenação do solo, aumentando, também, a atividade microbiana, com consequentes perdas
de carbono para a atmosfera, contribuindo com o aquecimento global e com a perda de matéria
orgânica do solo.
Nesse sentido, as técnicas de plantio direto e cultivo mínimo, quando possíveis e indicadas,
aumentam a contribuição da cultura da cana-de-açúcar na questão ambiental, por reduzirem perdas
de carbono para a atmosfera, fazendo com que o carbono que foi "drenado" da atmosfera pela cana,
durante a fotossíntese, fique estocado no compartimento do solo. Tais técnicas contribuem, também,
para aumentar esse estoque, a não queimada das folhas de cana antes da colheita e a manutenção
da palhada no campo.
O preparo do solo visa atenuar ou eliminar os seguintes fatores:
 Físicos: compactação, adensamento e encharcamento;
 Químicos: baixo teor de nutrientes, elevados teores de alumínio (Al), manganês (Mn) e sais
de sódio (Na);
 Biológicos: nematoides, cupins, entre outros.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
4
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Durante o preparo do solo deve-se atentar para a conservação do solo, prevendo a execução de
terraços e medidas que evitem as perdas de solo por erosão e escorrimento superficial de água. O
preparo visa, também, contribuir com o controle de plantas daninhas e de algumas pragas de solo.
A escolha do sistema de preparo dependerá do
adequado diagnóstico dos fatores limitantes ao
desenvolvimento radicular.
Dependendo das condições de talhão, pode-se optar
pelo sistema convencional de preparo do solo, pelo
cultivo mínimo ou pelo plantio direto, composto por
operações de aração e gradagem com subsolagem, se
necessário.
Monitoramento agroclimático
Para o preparo do solo é necessário que haja clima favorável para evitar a compactação pelas rodas
dos tratores, por exemplo. O Sistema Agritempo (http://www.agritempo.gov.br/) fornece informações
necessárias à programação da data de preparo do solo, tomando por base os dados de precipitação
e da capacidade de campo. Clique na Figura 1 para acessar as informações sobre a melhor data de
preparo do solo para o Estado de seu interesse.
2- Equipamentos para preparo do solo
Gradagem:
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
5
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Cada vez mais a utilização das grades na maioria das
Usinas, vêm sofrendo algum tipo de restrição, devido
implantações do cultivo mínimo. As principais funções
das grades são de desagregar os torrões, nivelar a
superfície do solo para facilitar o plantio, diminuir os
vazios que resultam entre os torrões e destruir os
sistemas de vasos capilares que se formam na camada
superior do solo, a fim de evitar a evaporação de água
das camadas mais profundas.
Podem ser ainda utilizadas para a inversão de uma
camada superficial do solo para a incorporação de fertilizantes ou defensivos, enterrio de sementes
miúdas semeadas a lanço, eliminação de ervas daninhas BALASTREIRE (1990).
Escarificação:
 A escarificação é uma operação de mobilização do solo até uma profundidade máxima de 30
cm, através de implementos de hastes, denominados escarificadores. As hastes dos escarificadores
rompem a camada superficial do solo sem promover a inversão do perfil mobilizado, mantendo entre
50 e 75% da cobertura vegetal existente sobre o solo antes do preparo, BOLLER (2001).
Através do processo de escarificação se mantém uma maior porcentagem de cobertura do solo com
restos culturais, em contrapartida, os escarificadores não controlam com eficiência as plantas
daninhas.
Subsolagem:
 A subsolagem é uma operação que objetiva a
descompactação do solo, quando houver uma camada
compactada a profundidades que ultrapassem 30 cm,
BOLLER (2001). CASTRO (1985) relata que
subsolador é um implemento que consta de várias
hastes montadas numa armação de aço a uma
distância geralmente não inferior a 50 cm, às vezes
chegando a um metro de distância ou mais, capaz de
penetrar a uma profundidade maior de 30 a 35 cm,
mantendo essa profundidade durante o trabalho sem
que ocorram embuchamentos.
BALASTREIRE (1990) descreve que a correta utilização de subsoladores pressupõe conhecimentos
suficientes sobre características do solo trabalhado, tais como compactação existente na superfície,
textura e estrutura e, ainda, das características necessárias para a operação com o equipamento,
como a profundidade de trabalho, espaçamento entre hastes, dimensões e formatos de hastes,
potência necessária, etc.
 Além da cultura de cana-de-açúcar os solos cultivados com culturas anuais principalmente
com trigo/soja apresentam-se, em sua maior parte, degradados pela intensa mecanização e erosão
que vem sofrendo há vários anos. Por isso apresentam, entre 15 e 25 cm de profundidade, uma
camada compactada que dificulta a infiltração da água e o crescimento das raízes.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
6
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
CASTRO (1985) aborda que a origem das camadas compactadas está relacionada a três fatores
principais: mecanização irracional do solo caracterizada por um excesso de movimentação e
utilização de implementos inadequados à função que exercem, com a consequente degradação da
estrutura do solo; diminuição do conteúdo de matéria orgânica pelas perdas sucessivas por erosão e
queima de resíduos, matéria orgânica esta, indispensável para a atividade biológica do solo, que por
sua vez, é responsável pelas transformações e recomposição das suas características; e, incidência
de chuvas torrenciais sobre a superfície descoberta do solo, desagregando a sua estrutura pela
energia de impacto das gotas. Segundo TAYLOR & BELTRAME (1980), o rompimento das camadas
compactadas do solo traz como benefícios imediatos:
 A redução da densidade do solo, que diminui a resistência à penetração das raízes;
 Aumento no volume dos macroporos, que melhora a aeração e a drenagem interna do solo;
 Permite um fluxo vertical mais rápido da água, que diminui o escoamento superficial e o tempo
de encharcamento do solo, em áreas com declividade e planas respectivamente.
É importante se levar em consideração dois fatores a serem analisados antes da subsolagem, o
primeiro é o tipo de solo a ser subsolado, já que a subsolagem não apresenta a mesma eficiência
para diferentes tipos de solo, sendo necessário verificar também as camadas compactadas, o
segundo é se estudar o custo em relação ao benefício que a subsolagem irá proporcionar futuramente.
Ainda de acordo com TAYLOR & BELTRAME (1980), em resumo os seguintes pontos devem ser
observados para que se obtenha o máximo de eficiência do tratamento de subsolagem:
 Estabelecer a necessidade de subsolagem e localizar a profundidade da camada compactada
a ser eliminada;
 Certificar-se da profundidade da operação, para não trabalhar abaixo da profundidade crítica;
 Verificar se o espaçamento lateral entre os dentes está correto, para proporcionar uma
reestruturação completa do solo;
 Certificar-se de que o subsolador esteja de acordo com o tamanho do trator;
 Trabalhar sempre na profundidade mínima exigida, para remover a
 Compactação, de modo a maximizar a taxa de trabalho.
CAMADA COMPACTADA
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
7
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
A subsolagem é uma operação que implica em elevado consumo de energia e somente se justifica
em condições especiais, quando for detectada uma camada impeditiva ao fluxo de água e/ou ao
desenvolvimento do sistema radicular das plantas, em profundidades maiores de 30 cm, BOLLER
(2001).
Manejar e preservar a estrutura do solo em lavouras
cafeeiras é de fundamental importância para a obtenção de altas produtividades, sustentabilidade na
atividade e preservação ambiental.
Causas da compactação do solo:
 Em termos de abrangência a compactação pode ocorrer em camadas contínuas ou em
pontos isolados e descontínuos, conhecidos como área de influência. A ocorrência em camadas é
sempre mais grave, pois prejudica toda a atividade do perfil do solo em termos de infiltração d’água,
trocas gasosas, atividade biológica e penetração das raízes e é tanto mais prejudicial quanto mais
espessa e superficial, RALISCH (2001).
CAMADA
COMPACTAD
HASTE DO
SUBSOLADORAÇÃO
DA
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
8
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Segundo CAMARGO & ALLEONI (1997) as forças que atuam no solo podem ser classificadas em
externas e internas. Forças externas resultam do tráfego de veículos, animais ou pessoas, assim
como do crescimento de raízes grandes que empurram as partículas do solo para forçar sua
passagem, podendo até causar compactação. As forças internas resultam de ciclos, como
congelamento e degelo, umedecimento e secamento, e expansão e contração da massa do solo.
 Quando expressas como pressão, essa força provavelmente tem a mesma ação no sistema,
não sendo necessária distinção entre elas.
Ainda de acordo com CAMARGO & ALLEONI (1997) o rearranjamento de partículas primárias e de
agregados por implementos de tração e cultivo, principalmente a compressão causada por tráfego de
veículos, processa-se em duas fases que, em condições de campo, ocorrem separadamente:
 Fase 1 – Preparo do solo: nesta fase, grande parte da energia é consumida para destruir os
agregados, sendo os implementos de cultivo especificamente desenhados com esta finalidade,
desagregando o solo em diferentes graus;
 Fase 2 – Tráfego posterior de máquinas e implementos: os veículos e implementos que
trafegam sobre um solo bem preparado aplicam quase a totalidade de sua energia no sentido de
empurrar as partículas do solo umas contra as outras, gerando um arranjamento compacto. Quanto
maior a pulverização do solo por ocasião de preparo, maior será o potencial da compactação
posterior.
Para JORGE (1983), até 1940, um trator pesava, em média, menos que três toneladas, enquanto as
máquinas que trafegam atualmente pelos solos cultivados podem pesar mais de quinze toneladas
como é o caso das colhedoras e caminhões carregados. Na cultura de citros, a mecanização é muito
intensa, havendo pomares que acumulam, ao longo de sua existência, trezentas passadas de
máquinas por entrelinha STOLF (1987).
 Quando o solo encontra-se úmido, há uma
tendência de os valores de densidade do solo serem cada
vez maiores com o aumento do número de passadas. Além
disso, o efeito se manifesta em camadas mais profundas
do solo à medida que esse número aumenta.
Em culturas perenes ou semiperenes, como a cana-de-
açúcar, um preparo inadequado do solo pode ocasionar
decréscimos na produção que serão extensivos a todo ciclo
de cultura, já que, via de regra, a produção das soqueiras
é intimamente ligada à produção do corte anterior. O decréscimo na produção de cana-de-açúcar
num campo de demonstração foi obtido por FERNANDES et al. (1983).
 Após o primeiro corte, um latossolo vermelho-escuro argiloso com 32% de água foi
compactado com diferentes níveis: uma, duas e três passadas de um caminhão com apenas um eixo
traseiro e 16000 kg de massa. Nota-se que, embora a população de colmos tenha aumentado, talvez
devido ao maior contato de terra úmida com o tolete, houve queda de aproximadamente 10 t/ha entre
o nível máximo de compactação e a testemunha sem compactação.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
9
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
TROUSE (1978) afirma que quando as condições de umidade são ótimas e a pressão de contato é
elevada, uma única passada de determinado veículo pode ser suficiente para dificultar, ou até impedir,
o crescimento das raízes. Considera-se que a maior parte dos danos causados pela compactação
ocorre nas primeiras passadas das máquinas e implementos. À medida que o número de passadas
no mesmo local aumenta, há aumento cada vez menos acentuado na compactação, seguindo uma
escala logarítmica JAKOBSEN & GREACEN (1985). Mediante alguns experimentos realizados na
Usina Santa Elisa, verifica-se o efeito da compactação na cultura da cana e a relação tráfego x
produtividade.
Pressão de pneus e esteiras:
 CAMARGO & ALLEONI (1997) afirmam que as características dos pneus e esteiras e as da
superfície do solo determinam a pressão que será ali exercida. A distribuição da pressão na massa
do solo é determinada muito mais pela configuração das pressões na superfície do que pelas suas
características físicas. Pode-se considerar, basicamente, as pressões causadas por pneus e as
causadas por esteiras.
Mediante alguns experimentos realizados por CAMARGO & ALLEONI (1997) comparando-se um
pneu com uma esteira de mesma largura e mesma carga, pode-se afirmar que, a dada profundidade
no solo, a tensão causada pelo pneu é sempre maior que a causada pela esteira.
 REAVES & COOPER (1960) mostram que a 25 cm de profundidade no eixo vertical de carga,
a pressão causada no solo por um trator de pneu com 0,8 MPa de pressão de insuflação e de 0,096
MPa, enquanto para uma esteira de 30,5 cm de largura, essa pressão é de aproximadamente 0,035
MPa, ou seja, quase três vezes menor.
Discos de arados e grades utilizados em operações de aração e gradeação, caso não estejam bem
afiados e suas inclinações devidamente ajustadas, contribuem para agravar ainda mais esse
problema de compactação. Os principais fatores que maximizam a compactação são:
 Operações em momento impróprio;
 Montagem incorreta e modelo inadequado dos implementos;
 Cultivos excessivos;
 Restrição ao movimento de água.
RIPOLI & MIALHE (1985) afirmam que a compactação influi, ainda, na erosão de solos. A erosão
superficial arrasta partículas de solos de áreas de maior para menor cota, fenômeno responsável
pelas perdas das características agrícolas do solo. Sua ocorrência ou não depende, basicamente, do
índice de infiltração de água no perfil e da capacidade de armazenamento desse solo, que é função
de sua porosidade.
 Assim, se a água não infiltra na mesma proporção com que é depositada na superfície é
inevitável seu escorrimento devido à saturação. Portanto, é fácil perceber que a existência das
camadas compactadas devido à utilização dos implementos agrícolas e a compactação por tráfego
concorrem para aumento da erosão superficial. E mais, a drenagem do solo dificultada, com menos
reposição de água do subsolo, faz com que o nível freático abaixe, havendo menos fluxo de água
capilar ascendente.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
10
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Métodos para identificação:
 Vários são os métodos para identificação de camadas compactadas ou adensadas. Os mais
grosseiros são os métodos visuais, onde se podem constatar problemas de compactação quando, via
de regra, a área apresenta os seguintes aspectos: sulcos de erosão; resíduos vegetais não
decompostos; encrostamento superficial; falhas localizadas de germinação; sintomas de falta de N e
P mesmo com adubações adequadas; sintomas de toxidez de Mn em solos que receberam calagem.
Por sua vez, os métodos mais precisos são os laboratoriais e dentre eles, podem ser citados:
 Densidade do solo ou massa específica (g/cm³).
Quanto maior a compactação, maior esse valor, para
cada tipo de solo;
 Determinação de porcentagem de macroporos,
os quais são reduzidos à medida que é maior a
compactação;
 Determinação da taxa de difusão de oxigênio
(gO2/cm².min). É menor em maior compactação e
condutividade hidráulica saturada (cm/h) que também se
reduz com a compactação e trata-se de medição do fluxo
de água através de amostra.
Entre estes dois níveis de precisão existe um método intermediário que se utiliza de aparelhos
chamados penetrômetros ou penetrógrafos. O princípio de funcionamento desses aparelhos é: tendo-
se uma força aplicada sobre um cone de diâmetro conhecido, obtém-se o valor da resistência à
penetração desse cone no perfil do solo. Existem dois tipos de cones padronizados pela American
Society of Agricultural Engineers (ASAE), conforme mostra a (Figura 5). O menor deles é utilizado
para solos que oferecem maior resistência à penetração.
Teor de água:
 No momento do preparo do solo, o teor de água do solo deve ser baixo e na sua consistência
friável. Altos índices de água não permitem uma boa reestruturação do solo. Segundo SEIXAS (2000),
os testes realizados no plantio de Eucalyptus spp., durante a época de chuvas resultaram em maior
compactação do solo, em termos de incremento na condição inicial, refletindo a influência da umidade
do solo em termos de rearranjamento das partículas. A maior parte dos testes em condição úmida
resultou na compactação do solo.
Descompactação do solo:
 Segundo CASTRO (1985) a subsolagem é uma prática agrícola cujo único objetivo é soltar
camadas compactadas do solo, abaixo daquela considerada arável (20 a 25 cm), alcançando
profundidade de trabalho de pelo menos 30 a 35 cm. Os implementos especiais empregados são os
subsoladores. Via de regra a subsolagem não deve ser repetida no mesmo local, em período menor
do que a cada 3 anos.
A operação de subsolagem é uma prática agronômica que deve ser aplicada apenas sob
determinadas condições, não se constituindo em atividade obrigatória no preparo periódico de solo.
RIPOLI & MIALHE (1985) afirmam ainda, que a principal função da operação de subsolagem deverá
ser a de romper as camadas de solo compactadas, possibilitando a infiltração da água, melhor
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
11
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
penetração do sistema radicular para maior área de exploração no solo, melhor aeração e trocas
gasosas, melhor drenagem e diminuição da erosão superficial.
 Porém, para que esse trabalho se torne eficiente, o solo a ser subsolado deve conter baixos
teores de umidade a fim de que a operação não seja ineficiente, além de correr-se o risco de se
aumentar à compactação pelo próprio tráfego da fonte de potência ou pelo órgão ativo do subsolador.
Segundo dados do AGRIANUAL 2001, a subsolagem representa o segundo maior custo por valor
unitário das operações mecanizadas na cultura de cana-de-açúcar, só perdendo para gradagem
pesada. Uma subsolagem realizada com um trator de HM Tp 126cv. 4x4 tem seu custo ao redor de
US$18,10/ha, correspondendo esse valor a 20% do custo das operações mecanizadas para fundação
da cultura. O dado sobre a relação custo hora-máquina – implemento, fornecidos por AGRINUAL
2001.
Estudos de vários autores demonstram que em Terra Roxa Estruturada com densidade aparente
entre 1,00 a 1,05 g/cm³ ocorre uma redução na quantidade de raízes e elas se apresentam distorcidas.
Entre 1,30 g/cm³ a 1,40 g/cm³ as raízes não conseguem penetrar. RIPOLI & MIALHE (1985) enfatizam
que do ponto de vista fisiológico, a compactação afeta o crescimento das plantas devido a:
 Redução do volume de macroporos, dificultando a taxa de infiltração de água, diminuindo as
trocas gasosas na massa do solo, portanto, diminuindo o oxigênio disponível as raízes;
 Certos elementos como o Manganês (Mn) e o Ferro (Fe) podem passar a formas reduzidas
em meio pobre de oxigênio (O2) tornando-se tóxico às raízes e sendo de difícil correção;
 Os enrugamentos e torções das raízes em camada compactada dificulta
 m a absorção e translocação da solução nutritiva para a parte aérea das plantas, devido aos
danos causados nos vasos vasculares das raízes. Numa situação como esta, por exemplo, de pouco
valerão adubações, se o aproveitamento estiver comprometido.
Em determinadas culturas a compactação leva a planta desenvolver um maior número de raízes,
porém mais finas e mais curtas. Em outras, como a cana-de-açúcar, ocorrem prejuízos na
multiplicação das raízes secundárias e emissão de radícolas, antes de influir no alongamento das
raízes principais.
 CASTRO (1985) enfatiza que os solos cultivados com culturas anuais principalmente com
trigo/soja apresentam-se, em sua maior parte, degradados pela intensa mecanização e erosão que
vem sofrendo há vários anos. Por isso apresentam, entre 15 e 25 cm de profundidade, uma camada
compactada que dificulta a infiltração de água e o crescimento das raízes.
A origem das camadas compactadas está
relacionada a três fatores principais:
mecanização irracional do solo caracterizada
por um excesso de movimentação e utilização
de implementos inadequados a função que
exercem, com consequente degradação da
estrutura do solo; diminuição do conteúdo de
matéria orgânica pelas perdas sucessivas por erosão e queima de resíduos, matéria orgânica esta,
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
12
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
indispensável para a atividade biológica do solo, que por sua vez, é responsável pelas transformações
e recomposição das suas características; e incidência de chuvas torrenciais sobre a superfície
descoberta do solo, desagregando a sua estrutura pela energia de impacto das gotas.
 É importante salientar que quando o agricultor faz a subsolagem a uma profundidade maior
do que a necessária, estará ele desperdiçando dinheiro, pois além de exigir maior potência do trator,
gasta-se um maior volume de combustível e consequentemente a operação apresenta um baixo
rendimento de trabalho.
3-Preparo Convencional
O preparo convencional do solo consiste no revolvimento de camadas superficiais para reduzir a
compactação, incorporar corretivos e fertilizantes, aumentar os espaços porosos e, com isso, elevar
a permeabilidade e o armazenamento de ar e água. Esse processo facilita o crescimento das raízes
das plantas. Além disso, o revolvimento do solo promove o corte e o enterro das plantas daninhas e
auxilia no controle de pragas e patógenos do solo.
É importante usar corretamente as técnicas de preparo do terreno para evitar sua progressiva
degradação física, química e biológica. O preparo do solo tem por objetivo básico otimizar as
condições de brotamento, emergência e o estabelecimento das plantas. O sistema, deve,
ainda, aumentar a infiltração de água, reduzindo a enxurrada e, por consequência, a erosão.
No preparo do solo, é preciso considerar duas situações distintas:
Se a cana será implantada pela primeira vez: nesse caso, poderá ser indicado fazer uma aração
profunda, com bastante antecedência ao plantio, visando à destruição, incorporação e
decomposição dos restos culturais existentes, seguida de gradagem;
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
13
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Se o terreno já está ocupado com cana: o primeiro passo deve ser a destruição da soqueira, que
deve ser realizada logo após a colheita. Essa operação pode ser feita por meio de aração rasa - 15 a
20 centímetros - nas linhas de cana, seguidas de
gradagem ou gradagem pesada, enxada rotativa ou uso
de herbicida.
O preparo do solo pode, também, ser dividido em duas
etapas principais, permitindo variação de acordo com a
textura e a compactação do solo e características do
manejo adotado.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
14
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Caso seja verificada a compactação, o preparo do solo deverá prever a operação de
descompactação, que poderá ser feita com a subsolagem (caso a compactação se encontre entre 25
e 50 centímetros de profundidade) ou pode-se optar por preparo com arado de aiveca se esta estiver
a menos de 40 centímetros de profundidade.
A prevenção da compactação, como o tráfego controlado, as operações mecanizadas realizadas com
o solo seco, a permanência da palhada na superfície, a rotação de culturas na época da reforma e o
uso de matéria orgânica, em geral, são práticas muito recomendadas.
No sistema convencional de plantio são feitas,
geralmente, as seguintes operações:
 Uma aração ou gradagem pesada;
 Uma subsolagem ou mais uma gradagem;
 Uma gradagem de destronamento;
 Uma gradagem de nivelamento.
Destorroamento
A primeira aração é profunda e deve ser feita com bastante antecedência ao plantio. Seu objetivo é a
destruição dos restos da soqueira ou da cultura anterior e a incorporação e decomposição dos restos
culturais existentes. Para a destruição da soqueira pode-se utilizar herbicida ou uma enxada rotativa.
A gradagem tem o objetivo de romper blocos de terra e nivelar o terreno. Pouco antes do plantio deve
ser feita nova gradagem com o objetivo de controlar plantas daninhas e preparar o nivelamento do
terreno para a sulcação.
As grades pesadas têm substituído o arado devido ao maior rendimento operacional e, também, em
decorrência da facilidade de transporte e menor necessidade de regulagem.
Os tratores devem ter potência suficiente para atender a execução das operações, de acordo com o
implemento utilizado. A aração de um solo argiloso (grade aradora pesada) requer mais potência do
que a aração de um solo de textura arenosa ou média. A potência influencia, também, a profundidade
de operação que se pretende. Assim, quanto mais profundo, maior é a potência requerida.
A aração profunda pode auxiliar na incorporação dos corretivos e melhorar o ambiente para o
crescimento das raízes. Por isso, o preparo do solo com arado de aiveca, que consegue revolver o
solo a profundidades até 40 a 45 centímetros, pode promover ganhos em produtividade. Esse preparo
profundo, além de romper camadas compactadas, pode, também, auxiliar no controle de pragas do
solo.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
15
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Durante as operações agrícolas no sistema de cultivo da cana ocorre uma sequência de ações de
compactação e descompactação durante sucessivos ciclos da cultura, podendo promover a
desagregação da estrutura do solo. É importante que o preparo convencional não traga sérias
consequências para o solo, como a lixiviação de nutrientes. Se a estrutura do solo for modificada,
altera-se a união entre as partículas, facilitando o seu arrastamento pela água da chuva.
O uso excessivo de equipamentos de preparo do solo pode aumentar a erosão, sobretudo se o
terreno permanecer descoberto no período de maior intensidade de chuvas.
Outro problema causado pelo uso excessivo e inadequado de arado e grade é a compactação do solo
nas camadas subsuperficiais, conhecida como pé-de-arado ou pé-de-grade. As camadas,
compactadas, tendem a aumentar a erosão, pois dificultam a infiltração da água da chuva, saturando
rapidamente o solo, o que aumenta o escorrimento superficial da água, que arrasta consigo as
partículas do solo.
É importante, também, atentar para as condições de umidade do terreno antes do preparo. O ponto
de umidade ideal é aquele em que o trator opera com o mínimo esforço, produzindo os melhores
resultados na execução do serviço. Com o solo muito úmido, os problemas de compactação
aumentam. A terra (barro) fica retida nos implementos, chegando a impedir a operação. Em solo muito
seco, é preciso passar a grade várias vezes para quebrar os torrões, o que exige maior consumo de
combustível. Com isso, o custo de produção aumenta e o solo perde a estrutura.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
16
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
4 - Plantio Direto
A sustentabilidade da agricultura depende, entre outros fatores, do uso de práticas conservacionistas
que minimizem a degradação dos solos e reduzam suas perdas. O solo é um recurso natural, e como
tal, deve ser bem manejado, pois práticas inadequadas tornam a atividade agrícola economicamente
inviável, além de causar danos ao meio ambiente.
A filosofia do plantio direto tem em sua essência o equilíbrio do ecossistema, já que possibilita a auto
sustentação em termos econômicos, sociais e ecológicos. Para a cana-de-açúcar, entretanto, as
práticas de plantio direto são de difícil aplicação, por ser uma cultura semi perene, cujo preparo do
solo ocorre só a cada cinco anos ou mais e que ano após ano há intensa mecanização (colheita,
adubação, aplicação de herbicidas). Com isso, geralmente, o solo se encontra compactado, sem
condições para a indicação do plantio direto.
Mas o grande período sem movimentação do solo (cana-planta e soqueiras) e a manutenção da
palhada no campo (sem queima da cana) fazem com que as perdas por erosão na cultura da cana
sejam muito reduzidas. Considera-se, assim, que a cana é uma cultura conservacionista.
O objetivo é avaliar as características agronômicas da cana-de-açúcar em função do sistema de
plantio direto (SPD) comparativamente ao convencional (PC) com e sem adubação. O delineamento
experimental utilizado foi de blocos casualizados com quatro repetições, em esquema fatorial 4 x 2.
Os tratamentos foram: cana SPD sobre crotalária (Crotalaria juncea); cana SPD sobre feijão de porco
(Canavalia ensiformis); cana SPD sobre mucuna preta (Mucuna aterrima) e cana PC com vegetação
espontânea incorporada, sendo duplicados, pois cada um foi com e sem adubação. Em termos
nutricionais, a cana SPD sobre leguminosas foi 43% superior em teores de K, e o destaque foi feijão
de porco e mucuna que proporcionaram, em média, 26% a mais de N foliar em relação à cana PC. A
diagnose nutricional também indicou N e K como os principais nutrientes limitantes da produtividade
da cana PC, enquanto Ca, Fe, Zn e Cu foram limitantes independentes do sistema de manejo. O K
foi o principal nutriente limitante da produtividade da cana não adubada. O SPD de cana sobre
leguminosas proporcionou maiores teores foliares de N e K, além de aumentar em 27, 32 e 37%,
respectivamente, o número, o diâmetro e a produtividade de colmos em relação à cana de PC. A
cana-de-açúcar em SPD sobre palhada de leguminosas garante, além de ser mais produtiva, maior
preservação do ambiente devido à colheita da cana sem prévia queimada.
5 - Plantio da Cana convencional
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
17
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Para a implantação de um canavial, deve-se fazer, inicialmente, o planejamento da área, realizando
um levantamento topográfico. Nos locais de plantio é feito um trabalho de engenharia, conhecido
como sistematização do terreno, no qual subdivide-se a área em talhões e aloca-se os carreadores
principais e secundários.
Atualmente, busca-se obter talhões planos mantendo linhas de cana com grande comprimento para
evitar manobras das máquinas, otimizando operações mecanizadas. Em geral, os talhões de cana
são subdivididos quanto à topografia e homogeneidade do solo e apresentam, em média, entre dez
e 20 hectares.
Os princípios de conservação do solo e a execução de terraços devem orientar todo o planejamento
da sistematização do
terreno. Antes do plantio, é
necessário, também,
planejar o plantio das
mudas ou buscar no
mercado um fornecedor
idôneo. O plantio da cana
pode ser efetuado
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
18
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
manualmente ou mecanicamente.
O plantio compreende, basicamente, três etapas principais:
 Corte de mudas;
 Distribuição no sulco;
 Corte dos colmos em pedaços menores, dentro do sulco;
 Cobertura.
Porém, antes de realizar a distribuição das mudas nos talhões, muitas variáveis devem ser levadas
em consideração, como:
Amostragem do solo para fins de fertilidade
Assim que terminar a sistematização do terreno, o produtor deve coletar amostra de solo em cada
talhão para análise com vistas às operações de correção do solo e adubação.
Escolha a Variedade e formação de mudas sadias
É muito importante que, antes do plantio, o produtor escolha a variedade de cana muda, que se adapta
às características do local onde sua propriedade está estabelecida, com o objetivo de melhorar o
aproveitamento dos recursos naturais e, consequentemente, aumentar a produtividade. Daí a
importância de certificar-se se a Cana muda escolhida, é resistente às principais moléstias que podem
ocorrer em canaviais. Após a escolha da variedade, é importante, ainda, que o produtor verifique a
procedência das mudas escolhidas, se são sadias e se realmente são da variedade escolhida.
Primeiramente é feito uma averiguação do índice de maturação (IM) nos canteiros de mudas, onde
IM= brix da ponta do colmo/Brix da base do colmo, possibilitando a determinação do estágio de
maturação ideal para plantio (Tabela 2). Outros fatores devem ser levados em consideração, tais
como: idade da cana, fitossanidade, variedade, época do ano, condições edafoclimáticas do local a
ser plantado.
Épocas de plantio
A escolha adequada da época de plantio é fundamental para o bom desenvolvimento da cultura da
cana-de-açúcar, que necessita de condições climáticas ideais para se desenvolver e acumular
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
19
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
açúcar. Para seu crescimento, a cana necessita de alta disponibilidade de água, temperaturas
elevadas e alto índice de radiação solar. A cultura pode ser plantada em três épocas diferentes:
sistema de ano-e-meio, sistema de ano e plantio de inverno.
Sistema de ano-e-meio (cana de 18 meses): A cana-de-açúcar é plantada entre os meses de janeiro
e março. Nos primeiros três meses, a planta inicia seu desenvolvimento e, com a chegada da seca e
do inverno, o crescimento passa a ser muito lento durante cinco meses (abril a agosto), vegetando
nos sete meses subsequentes (setembro a abril), para, então, amadurecer nos meses seguintes, até
completar 16 a 18 meses. Este período (janeiro a março) é considerado ideal para o plantio da cana-
de-açúcar, pois apresenta boas condições de temperatura e umidade, garantindo o desenvolvimento
das gemas. Essa condição possibilita a brotação rápida, reduzindo a incidência de doenças nos
toletes.Sistema de ano (cana de 12 meses): Em algumas regiões, a cana-de-açúcar pode ser
plantada no período de outubro a novembro. Esse sistema de plantio precisa ser utilizado de forma
restrita, pois apresenta as seguintes vantagens e desvantagens:
Vantagens
 Quando se tem grandes áreas para plantio, uma segunda época de plantio facilita o
gerenciamento e otimiza a utilização de máquinas e de mão-de-obra, que ficam subdivididas
entre o período de plantio de cana de ano-e-meio e cana de ano.
Desvantagens
 Menor produtividade que a cana de 18 meses, uma vez que a cana de ano tem apenas sete
ou oito meses de crescimento efetivo (um verão);
 O preparo do solo para o plantio da cana de ano pode ser dificultado, uma vez que há pouco
tempo para o preparo, incorporação do calcário e de outros corretivos etc. Logo após a
colheita anterior é necessário arrancar as soqueiras para um novo plantio. Com o início da
estação chuvosa, ocorrem poucos dias úteis para operações agrícolas e, se a área de plantio
for muito grande, é necessária elevada quantidade de mão-de-obra nesse período;
 Em algumas situações e para variedades floríferas, a utilização de inibidores de florescimento
pode ser necessária.
Plantio de inverno
Com o uso da torta de filtro que contém cerca de 70 a 80% de umidade, aplicada no sulco de
plantio, é possível plantar a cana-de-açúcar mesmo no período de estiagem. A torta fornece a
umidade necessária para a brotação. Se ainda for feita uma fertirrigação com vinhaça, ou mesmo
irrigação, o plantio da cana pode ocorrer praticamente o ano todo.
Espaçamento e profundidade
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
20
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Escolher um espaçamento adequado é de fundamental importância, já que possibilita a otimização
de atividades como o uso intensivo de máquinas e colheita.O espaçamento adequado contribui para
o aumento da produção, pois interfere favoravelmente na disponibilização de recursos como luz, água
e temperatura – variáveis consideradas determinantes para que haja aumento de produção. O
espaçamento do plantio deve variar de acordo com a fertilidade do terreno e as características da
variedade recomendada. No caso da cana-de-açúcar, o espaçamento entre sulcos pode variar de um
metro a 1,8 metro, com as seguintes recomendações:
 A profundidade do sulco deve variar entre 20 e 30 centímetros;
 Em solos arenosos, espaçamentos mais estreitos como 1 metro ou 1,20 metro são mais
indicados, pois permitem que o fechamento da entrelinha ocorra mais rapidamente,
facilitando o controle do mato. Se a colheita for mecanizada, o espaçamento deve ser de ao
menos 1,5 metro para evitar o pisoteamento e a compactação das linhas de cana pelas
rodas das máquinas. Em solos férteis, o espaçamento mais comum é de 1,5 metro;
- Espaçamento uniforme: quando a distância entre os sulcos de plantio é constante (sem falhas) em
toda a área plantada;
- Espaçamento combinado: quando num mesmo talhão combinam-se faixas de espaçamento
uniforme com faixas de espaçamento alternado, a fim de propiciar condições para o controle do
tráfego. Para a cultura da cana é comum o chamado espaçamento abacaxi, onde duas linhas de cana
são plantadas a 0,90 centímetros de distância uma da outra, com espaçamento da entrelinha de 1,60
metro, num total de 1,80 metro. Existe, também, o plantio com sulcos largos. Neste caso, o sulcador
faz o sulco com base larga, permitindo o plantio de mudas para formar uma linha dupla. O
espaçamento total é também de 2,50 metro.
Quantidade necessária de mudas: A quantidade necessária de mudas varia entre 10 e 15 toneladas
por hectare. Quando a época de plantio é adequada e a qualidade da muda está excelente, pode-se
optar por menores quantidades de mudas.
As mudas são canas jovens, com oito a dez meses, plantadas em condições ótimas, bem fertilizadas,
com controle de pragas e doenças. É necessária a distribuição de ao menos 12 gemas por metro de
sulco. Para o plantio em épocas de estiagem, é necessário dar preferência para densidade de 15 a
18 gemas por metro.
Operação de plantio : Uma vez seguidas todas as recomendações de preparo da área que irá
receber as mudas, devem-se fazer o plantio. Como a cana-de-açúcar é uma cultura semi-perene, o
plantio é a ocasião de preparar o solo criteriosamente para o cultivo da cana que ocorrerá nos cinco
ou seis anos subsequentes. É a oportunidade de aplicar calcário e incorporá-lo e controlar pragas
como cupins, migdolus e plantas daninhas.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
21
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
6-Sistema de produção de mudas –
Meiose
Neste sistema, a produção de mudas (Figura 1) ocorre no próprio local onde se pretende instalar o
canavial. Após o preparo do terreno, sulca-se duas linhas de cana e deixa-se oito sem sulcar, as quais
podem ser utilizadas para um cultivo intercalar. Aos oito meses, as duas linhas de cana serão
suficientes para completar as oito linhas remanescentes. As vantagens são a inexistência do
transporte das mudas para o local de plantio e, também, não é necessário dispor de terreno para o
viveiro.
7-Plantio mecanizado
A mecanização é uma tendência no cultivo da cana-de-açúcar. As grandes extensões de plantio e
o período curto com as condições ótimas de clima, além da economia em mão-de-obra têm sido as
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
22
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
causas da mecanização das operações de
plantio.Existem plantadoras semimecanizado, da
qual dois trabalhadores sentados sobre a carroceria
do veículo vão direcionando as mudas para o
sistema de corte e distribuição da máquina.
No plantio totalmente mecanizado, as mudas que
alimentam a plantadora devem estar picadas e, por
isso, são colhidas mecanicamente com colhedoras.
Estas distribuem as mudas, o adubo e o inseticida, se
for necessário. Existe um modelo de plantadora que
possui, também, uma carreta para aplicação de torta de filtro no sulco. Com o auxílio de plantadoras,
vários processos que antes eram realizados de forma manual, podem ser feitos com maior eficiência
e rapidez.
A mecanização do plantio exigiu desenvolvimento das técnicas para garantir eficiência e qualidade
na operação. Um dos principais problemas já contornados é o ferimento das gemas pela colhedora,
as falhas ocorridas por espaços onde as mudas não caíam da colhedora, cobertura malfeita, entre
outros.
Atualmente, não se verifica diferenças quanto à brotação dos talhões plantados manual ou
mecanicamente. No entanto, existem avaliações com algumas máquinas plantadoras, em que todas
elas lançam as mudas na forma de colmos inteiros, mostrando que o sistema convencional de plantio
(manual) apresenta uma melhor uniformidade de distribuição dos colmos nos sulcos, enquanto o
mecanizado apresenta uma tendência de menor danificação das mudas. Algumas comparações entre
os plantios manual e mecanizado podem ser visualizadas na Tabela 1
Tabela 1. Comparação entre o plantio manual e o mecânico.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
23
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Diversos fatores influenciam o plantio mecanizado, como:
 Variedade da cana;
 Idade da muda;
 Tamanho do tolete;
 Temperatura;
 Umidade;
 Preparo do solo;
 Terra sobre a muda;
 Tempo de exposição;
 Distância da muda;
 Relevo da área;
 Posicionamento do talhão;
 Colhedora;
 Transbordo e plantadora, entre outros.
8-Corte de Cana
Inicialmente, o trabalhador corta o material sem interesse para a usina, o que ocorre no caso da
colheita da cana-crua (Figura 1). Porém, quando a cana-de-açúcar é queimada antes da colheita
(Figura 2) e tem a sua palhada eliminada pela ação do fogo, não necessita que essa atividade seja
efetuada pelos cortadores. Em seguida, o cortador faz o corte dos colmos da cana na altura basal e
o corte dos ponteiros, lançando a cana cortada sobre o terreno para a formação dos leitos.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
24
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Fig. 1. Corte manual de cana crua.
Foto: Raffaella Rossetto.
Fig. 2. Corte manual de cana queimada.
Foto: Raffaella Rossetto
A forma como os colmos cortados serão organizados sobre o terreno irá depender do modo de
carregamento efetuado na propriedade. A capacidade de corte de um trabalhador que atua nessa
atividade varia de cinco toneladas por dia, em casos em que a cana é previamente queimada, a 2,5
toneladas por dia, no caso da cana-crua. Além dessa condição inicial da cana, queimada ou não,
outro fator que influi no rendimento dos cortadores é o porte da cana que está sendo colhida. Plantas
eretas costumam facilitar a atividade, enquanto as acamadas tornam o trabalho mais difícil,
diminuindo o rendimento.
Corte mecanizado: Estima-se que o corte mecanizado proporcione redução de cerca de 20% dos
custos de produção, quando
comparado com o corte
manual. Entretanto, o corte
mecanizado no Brasil ainda
precisa ser aprimorado, pois
as máquinas nacionais
utilizadas nessa atividade
ainda são, em sua maioria,
precárias, apresentando baixo
rendimento e necessitando
frequentemente de
manutenção.
O acamamento da cana
também pode ser encarado como um problema para propriedades que se utilizam do corte
mecanizado, uma vez que nessas condições as máquinas apresentam baixo rendimento. Para que
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
25
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
haja uma elevada eficiência do corte mecanizado, o produtor deve associar ao seu cultivo
características como menor densidade de colmos na linha de cultivo, alta produtividade, além do não
acamamento da planta . É uma tarefa árdua unir as duas primeiras características, mas alguns
estudos revelam que uma variação do espaçamento não altera significativamente a produção.
Atualmente, em áreas onde é feito o corte mecanizado da cana-de-açúcar, o espaçamento entre
linhas é calculado conforme a largura do eixo da colhedora, para que as rodas da máquina não
esmaguem as soqueiras e prejudiquem a realização do próximo corte.
Para o corte mecanizado eficiente é necessário que o produtor atente para o peso dos colmos e não
para o número de perfilhos. Quanto menor o número de perfilhos (Tabela 2), menos colmos a máquina
irá cortar, podendo ocorrer menor desgaste. Se os colmos tiverem peso elevado, a produção não será
comprometida, mesmo com baixo perfilhamen
Tabela 2. Média do número de perfilho de três variedades
de cana-de-açúcar para três épocas de corte (julho, agosto e
setembro de 1993).
Fonte: Balsalobre et al. (1999).
Outro fator que deve ser considerado para o corte mecanizado é a altura e diâmetro dos colmos,
pois colmos maiores apresentam maior tendência ao acamamento, diminuindo o rendimento das
máquinas. Ou seja, a altura do colmo apresenta correlação negativa com o seu diâmetro (Tabela 3).
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
26
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Tabela 3. Características agronômicas de três variedades de
cana-de-açúcar cortada aos 300 dias de crescimento, em
relação ao plantio em dois espaçamentos entre linhas.
Fonte: Balsalobre et al. (1999).
O corte mecanizado pode reduzir a longevidade da cana-de-açúcar, pois algumas máquinas não
possuem o corte eficiente, podendo chegar a cortar próximo a 50 centímetros acima da superfície do
solo (geralmente o corte eficiente está por volta dos 20 centímetros). Portanto, durante o cultivo é
necessário que o relevo da área seja uniformizado, facilitando, assim, o corte dos colmos.
Cortar a cana em alturas elevadas pode trazer prejuízos de diversas naturezas, como o desperdício
deixado pelo toco no campo (Figura 3) e a diminuição do perfilhamento. Estudos revelam que o corte
mecanizado pode gerar perdas de cerca de 0,8 toneladas por hectare. Para que esse prejuízo seja
minimizado, recomenda-se a colheita manual dos tocos. Em canaviais onde essa prática foi adotada
chegou-se a colher cerca de oito toneladas de cana. O corte dos ponteiros também é muito importante
(Figura 4), pois assim pode-se obter uma cana de melhor qualidade e com menos palha para a
indústria, e não comprometeria o rendimento da moagem da cana.
Fig. 3. Desperdício de cana devido à colheita incorreta.
Foto: Daniel Nassif.
Fig. 4. Colheita mecanizada sem utilização do despontador.
Foto: Daniel Nassif.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
27
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
9-Carregamento
O carregamento é uma etapa que liga a colheita da cana à sua acomodação final nos caminhões que
fazem o transporte até a usina. Essa etapa utiliza a circulação de veículos mais leves do que os
treminhões dentro da lavoura, evitando, assim, a compactação do solo e aumentando a agilidade
desse processo.
Os sistemas de carregamento da cana-de-açúcar podem ser manuais e mecanizados:
Carregamento manual: pouco utilizado, esse tipo de carregamento ocorre em situações em que se
tem um relevo bastante acentuado. Geralmente, o carreador fica em local de desnível em relação ao
talhão. Neste caso, coloca-se uma prancha de madeira que possibilita o acesso do carregador até a
caçamba do veículo de transporte da cana-de-açúcar. Em outras situações, o carregamento manual
é realizado quando o transporte ocorre por meio de carro-de-boi.
Carregamento mecanizado: carregamento que se tornou comum no Brasil na década de 1950, na
região Centro-Sul, com a utilização de máquinas importadas. Atualmente, quando a propriedade
apresenta relevo adequado e a dimensão justifica o uso de máquinas, a colheita mecanizada se faz
presente em todas as regiões produtoras.
Muitos fatores podem influenciar na quantidade de matéria estranha arrastada por meio do
carregamento mecanizado da cana-de-açúcar, entre os quais:
Qualidade da queima: Em canaviais em que a queima não ocorreu de forma eficiente, é grande a
quantidade de folhas não queimadas, que na colheita mecanizada são levadas juntamente com os
colmos, aumentando a quantidade de matéria estranha no carregamento. No corte manual essas
folhas geralmente são retiradas.
Umidade e granulometria do solo: Quanto mais argiloso e úmido se encontra o solo, maior é a
possibilidade de aumento do índice de matéria estranha no carregamento de cana. O solo úmido se
adere facilmente aos colmos no momento da rolagem desses pelo terreno, que ocorre durante a ação
da máquina. O solo úmido também se adere facilmente ao rastelo que está efetuando o carregamento,
indo juntamente com a cana colhida para a caçamba, aumentando o percentual de matéria estranha.
Disposição dos colmos cortados: Quando os colmos estão dispostos em montes ou esteiras de
modo organizado, geralmente, a quantidade de material estranho é menor, pois as movimentações
das máquinas ocorrem com menos frequência.
Tipos de rastelo e garra: Rastelos com dispositivos hidráulicos que limitam a sua penetração no
terreno (acompanhando o relevo do solo), e garras que também possuem esse dispositivo limitando
o seu fechamento, geralmente carregam menor quantidade de material estranho junto aos colmos.
Habilidade do operador: Quanto mais experiente o operador, menor será a quantidade de material
estranho presente no carregamento.
Independente da classificação, os sistemas de corte e carregamento são geralmente identificados
pela forma em que a cana é recebida na indústria: cana inteira ou picada.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
28
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
É importante ressaltar aqui a definição de frentes de corte. A cana-de-açúcar que chega à usina vem
de pontos diferentes e é trabalhada por uma equipe denominada frente de corte, que opera com
equipamentos diferentes conforme o tipo de cana (corte manual ou colheita mecanizada). A
quantidade de frentes de corte depende da capacidade de moagem da usina, da distribuição
geográfica e do tamanho das fazendas, entre outros fatores.
Frentes de cana inteira
A colheita mecânica comercial de cana inteira não é muito utilizada, atualmente. Portanto, quando
uma frente é identificada como sendo de cana inteira, entende-se que o sistema seja semi-
mecanizado, ou seja, com corte manual e carregamento mecânico.
Os caminhões chegam até a frente de cana inteira e se dirigem ao ponto de engate e desengate onde
fazem o desprendimento de suas carretas (Romeu e Julieta e treminhão), que são, então, atreladas
aos tratores-reboque. Na sequência, os caminhões desengatados e os tratores com as carretas
acopladas dirigem-se para alguma carregadora dentro da área de colheita. A escolha se dá em função
da carregadora que estiver mais livre. As carregadoras permanecem paradas junto à cana disposta
em montes ou esteirada. O caminhão ou o trator é posicionado ao lado da carregadora, que se
movimenta, coletando a cana com suas garras e depositando o feixe na carroceria do caminhão ou
reboque (Figura 1).
Fig. 1. Coleta de cana inteira com motocana.
Foto: Paulo Magalhães.
Após a conclusão da carga, os caminhões e os tratores-reboque puxando as carretas dirigem-se ao
ponto de engate e desengate, onde as carretas são desprendidas dos tratores, que seguem para
atrelar alguma carreta vazia ou simplesmente aguardam a sua chegada. As carretas carregadas se
prendem aos caminhões para formar, novamente, a composição de transporte completa (Romeu e
Julieta e treminhão). Após a montagem do caminhão, é feito o acerto de carga, quando as pontas das
canas são aparadas rente à carroceria, além da amarração da carga. Realizado esse processo, o
caminhão retorna à usina.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
29
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Frentes de cana picada
Nos sistemas de cana inteira, os caminhões se desprendem das carretas e os equipamentos
entram na área de colheita. Sistemas mais modernos utilizam transbordos, implemento que possui
uma caçamba atrelada ao trator, e que possibilita transferir a cana recebida da colhedora para os
caminhões. Nesse sistema, além de possibilitar ao caminhão trazer uma carga maior por viagem,
dada a possibilidade de aumentar a sua carroceria, os caminhões não entram na área de colheita, o
que reduz a ocorrência de compactação do solo.
Nesse sistema, os caminhões de cana picada chegam primeiro e permanecem estacionados em uma
área denominada malhador. Os tratores rebocando os transbordos - normalmente duas unidades -
vêm até os caminhões, acionam os pistões hidráulicos e a carroceria dos transbordos se eleva,
transferindo a carga para os caminhões.
Após a transferência, os tratores se dirigem para as colhedoras, que permanecem no interior da área
de colheita. A colhedora realiza seqüencialmente o corte, a picação e a limpeza da cana, conduzindo-
a para os transbordos. Após a conclusão da carga (Figura 2), os tratores se dirigem novamente ao
malhador e transferem a cana para os caminhões (Figura 3), fechando, assim, o ciclo operacional.
Quando a carga dos caminhões é finalizada, estes se dirigem para a usina.
Fig. 2. Carregamento de cana picada.
Foto: Patrícia Lopes.
Fig. 3. Tranferência de cana picada para o caminhão.
Foto: Patrícia Lopes.
A colheita com cana crua está cada vez mais presente no sistema de produção da cana-de-açúcar
no Brasil. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de sistemas de colheita e manejo da cana crua
com e sem incorporação da palhada e cana queimada nos atributos físicos do solo e na produção de
colmos em cana-de-açúcar cultivada em um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico. Os tratamentos
foram cana-de-açúcar com queima e corte manual; cana-de-açúcar sem queima e corte mecanizado,
com incorporação da palha triturada até 0,30 m; e cana-de-açúcar sem queima e corte mecanizado,
sem incorporação da palha triturada. Foram determinadas a composição granulométrica, matéria
orgânica, estabilidade de agregados, densidade e porosidade do solo nas profundidades de 0,0–0,1,
0,1–0,2 e 0,2–0,3 m e resistência do solo à penetração e teor de água no solo nas profundidades de
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
30
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
0,0–0,1, 0,1–0,2, 0,2–0,3 e 0,3–0,4 m. No sistema de cana crua com incorporação da palhada, a
maior produção de colmos foi alcançada, além de maiores valores de matéria orgânica, estabilidade
de agregados, macroporosidade e teor de água no solo e menores valores de resistência do solo à
penetração e densidade do solo, comparado ao sistema cana crua sem incorporação da palhada e
cana queimada.
10-Planejamento da colheita
O planejamento da colheita da cana-de-açúcar tem como objetivo otimizar todas as práticas
referentes a esta atividade, possibilitando que o investimento realizado durante o cultivo seja
recompensado, trazendo dividendos ao produtor.
Durante a colheita podem ocorrer muitas adversidades de ordem climática, social e administrativa.
Entretanto, o planejamento deverá conter alternativas que previnam e contornem a situação sem
trazer graves prejuízos para o produtor.
A cana deve ser colhida com o máximo teor de açúcar possível. A colheita deve ser planejada para
ocorrer no período de pico de maturação da cultura, que varia de acordo com o sistema de cultivo
adotado, variedade, região de cultivo, além de outros fatores.
O sistema de produção adotado pode ser de 12, 18 meses ou ambos, em proporções específicas,
sendo que este é fator de grande influência no planejamento do corte, estando diretamente ligado ao
planejamento do plantio.
Variedades com baixa intensidade de florescimento e longo período útil de industrialização facilitam
o manejo e o planejamento do corte. É preciso considerar ainda as previsões climáticas para cada
fase do período de safra, a fim de que se possa programar as retiradas de canas de áreas com relevo
acidentado ou sujeitas a problemas de umidade excessiva.
As épocas de colheita da cana são entre os meses de abril e novembro, para a Região Centro-Sul, e
entre novembro e abril, para a Região Nordeste.
Algumas técnicas podem facilitar o planejamento da colheita, entre as quais: irrigação, maturadores,
queima, corte, transporte da cana, etc.
Processo de colheita
Os processos convencionais de colheita manual ou mecânica, com ou sem queima prévia, visam
apenas o aproveitamento dos colmos e estão constituídos de uma seqüência de operações simples
que incluem o corte da base, do ponteiro e a picagem ou enleiramento dos colmos. Em ambos os
casos, o aproveitamento da palha não faz parte do processo de colheita.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
31
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
No caso de colheita de cana crua sem queima prévia, a palha é separada dos colmos, mesmo que
parcialmente, e deixada no campo para servir de proteção ao solo e raramente é aproveitada,
mesmo que parcialmente, para outro fim. No caso do corte manual, a colheita sem queima prévia
dificulta o trabalho do cortador e reduz a quantidade de cana a ser colhida, o que inviabiliza
economicamente a operação.
Sistema de colheita mecânico
As colhedoras disponíveis no Brasil apresentam, em sua maioria, as mesmas características, mas
com pequenas variações, dependendo do fabricante, quanto ao sistema de alimentação ou
transporte do material no interior da colhedora. Estão listadas, abaixo, as principais características
destas colhedoras (Figura 1):
 São autopropelidas, com sistemas hidrostáticos e mecânicos para seu deslocamento;
 Dispõem de mecanismo para separar as linhas e para levantar a cana deitada
transversalmente. Com o avanço da colhedora, este mecanismo deita os colmos no sentido
do eixo longitudinal da máquina para tornar viável o processo de alimentação, depois do
corte da base;
 Eliminador de ponteiros, situado na parte frontal superior da máquina;
 Mecanismo de corte de base: dois discos de aproximadamente 700 milímetros de diâmetro,
com altura de corte controlada pelo operador, que têm a função de cortar os colmos em sua
base, cerca de dez a 20 milímetros acima do nível do solo;
 Transportador de rolos com duas funções: transportar os colmos até o sistema de picagem e
eliminar o grande volume de solo alimentado pelo cortador de base;
 Picador de colmo com capacidade de cortar 95 % dos colmos entre 230 e 350 milímetros;
 Sistemas de limpeza composto pelo extrator principal, localizado logo após a picagem dos
colmos, responsável por 90% do processo de limpeza (separação dos colmos das impurezas
vegetais) e pelo extrator secundário situado no extremo superior da esteira transportadora,
antes do produto colhido ser lançado ao veículo de transbordo;
 Esteiras transportadoras, capazes de girar em ângulo de 180º, permitindo que a colhedora
possa cortar sempre o mesmo lado do talhão.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
32
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Fig. 1. Esquema de uma colhedora de cana.
Foto: Paulo Magalhães.
Sistemas de carregamento e transporte
Semimecanizado
Após o enleiramento da cana colhida manualmente de cinco ou sete ruas, a matéria-prima é
recolhida por carregadoras (Figura 2) e colocada em caminhões.
Fig. 2. Carregadora de cana.
Foto: Efraim Albrecht Neto.
Existe uma grande variedade de carregadoras, sendo que a maioria é montada sobre tratores
modificados especialmente para receber este equipamento. Existem, ainda, carregadoras
especialmente projetadas para este fim, como os triciclo autopropelidos, utilizadas em regiões de
grande declividade. O transporte da carga até a usina é realizado por caminhões simples, com duas
caçambas (Romeu e Julita) (Figura 3), três caçambas (treminhão) ou até mais. A descarga no pátio
da usina é realizada no hilo convencional, no qual a cana pode ou não ser lavada, dependendo da
usina.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
33
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Fig. 3. Caminhão Romeu e Julieta.
Foto: Paulo Magalhães.
Mecanizado
Nos sistemas mecanizados de colheita (Figura 4), toda a cana que passa pela colhedora é lançada
no veículo de transbordo, um implemento tracionado geralmente por tratores, cuja função é retirar a
matéria-prima colhida de dentro do talhão e transbordá-la aos caminhões, que a transportarão à usina.
Os caminhões que realizam o transporte da cana colhida mecanicamente têm uma caçamba diferente
da que é utilizada nos sistemas semimecanizados, pois transportam cana picada. A denominação
quanto ao número de caçambas é o mesmo utilizado no sistema semimecanizado. O hilo de descarga
de cana picada também é diferente do utilizado com cana inteira, pois necessita tombar a caçamba
do caminhão. Neste caso, a cana nunca é lavada.
Fig. 4. Colheita mecanizada.
Foto: Paulo Magalhães.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
34
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
11- Logística de descarga de cana inteira
e picada de uma usina de cana de açúcar
Os sistemas logísticos são fundamentais para melhorar a eficiência operacional de usinas de cana de
açúcar. Este trabalho apresenta um estudo de caso no sistema logístico de descarga de cana inteira
e picada em uma importante usina da Região de Ribeirão Preto, a Usina São Martinho. O objetivo é
analisar o processo de descarga e propor alternativas para melhorar sua gestão. É mostrado que a
política operacional escolhida pode proporcionar redução das filas de caminhões no sistema de
descarga e, desta maneira, proporcionar aumento da quantidade de cana descarregada por período
de tempo e a redução da frota necessária para o transporte de cana do campo até a usina. Devido às
diversas fontes de incerteza e à complexidade operacional deste sistema, o método aplicado para
comparar e analisar as alternativas é baseado em técnicas de simulação, utilizando o software.
Devido a diversas fontes de incerteza no sistema de suprimento, é comum em muitas usinas um
descompasso entre a chegada de cana do campo e sua moagem ao longo do dia, resultando na
formação de grandes filas de espera de veículos transportadores nos pátios de descarga, ou seja,
altos níveis de estoque de cana e baixos níveis de utilização destes veículos. Idealmente o sistema
de descarga deve operar com o fluxo de cana transportada do campo à usina, tal que permita uma
alimentação uniforme das moendas.
Se tal situação não ocorre, pode haver paradas nas moendas, o que é altamente prejudicial para a
usina. No entanto, deixar a moenda funcionando com uma quantidade de cana descarregada
insuficiente para alimentá-la, pode implicar em desperdícios de energia e aumento de custos. Por
outro lado, a ociosidade de caminhões no pátio também é motivo de grande preocupação, pelo alto
custo de investimentos, mão-de-obra e combustível, além da falta que estes caminhões fazem no
campo, pois se não houver caminhões vazios disponíveis para receber na frente de colheita a cana
colhida, cria-se uma ociosidade no campo, envolvendo máquinas e operários.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
35
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
12-Máquinas e implementos
As características das máquinas e implementos utilizados na cultura da cana-de-açúcar variam de
acordo com o sistema de plantio, cultivo e colheita adotados. Os sistemas utilizados no Brasil podem
ser divididos em semimecanizado e mecanizado, variando entre eles a quantidade de trabalhadores,
máquinas e implementos empregados. Não existe praticamente nenhum sistema totalmente manual
em nenhuma das etapas da produção de cana.
O sistema semimecanizado combina o emprego de operações realizadas manualmente com
máquinas. Assim, no plantio toda a operação de erradicação da soqueira e preparo do solo -
subsolagem, gradagem e sulcação - é realizada mecanicamente. Já a retirada das mudas do
caminhão e seu seccionamento (picagem) são feitos manualmente. Em alguns casos, dependendo
do relevo, a cobertura e adubação também são manuais, mas na maioria das vezes esta operação é
realizada por máquinas.
As operações de corte e enleiramento da cana, durante a colheita com sistemas semimecanizados,
são realizadas manualmente, enquanto as operações de carregamento e transporte são feitas por
máquinas. Os sistemas semimecanizados, com certo grau de variação dependendo da região do
País, são ainda amplamente utilizados e representam, atualmente, mais de 60% de toda a área
plantada.
O sistema mecanizado emprega em todas as suas operações máquinas e equipamentos
desenvolvidos especialmente para a cultura de cana. Para o plantio, por exemplo, existem vários tipos
de equipamentos, sendo que os mais simples apenas picam as mudas e fazem sua distribuição no
sulco, empregando, geralmente, um maior número de pessoas para realizar a alimentação das bicas.
São implementos tracionados por trator e máquinas autopropelidas, que fazem desde a abertura do
sulco até a distribuição das mudas, adubação e cobertura do sulco em uma única operação. Nos
sistemas mecanizados de colheita, todas as operações de corte, carregamento e transporte são
realizados por máquinas.
A adoção do sistema mecanizado de plantio ou de colheita necessita de reformulação de todas as
práticas culturais para adaptar as lavouras para esse sistema. A maioria das novas usinas que estão
sendo instaladas no Brasil optou por adotar os sistemas mecanizados de plantio e de colheita. As
demais usinas ainda empregam combinação destes sistemas, em maior ou menor porcentagem,
dependendo da região, declividade do terreno, disponibilidade de mão-de-obra e capacidade de
investimento.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
36
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
13-Cultivo Mínimo
A técnica de cultivo mínimo consiste em um preparo mínimo do solo: a soqueira da cana-de-açúcar é
eliminada com o uso de herbicida e, em seguida, é feita a sulcação do solo para o novo plantio, nas
entrelinhas e linhas antigas. Para a cana-de-açúcar, que permanece no mesmo local por vários anos
sem que haja movimentação do solo (cana-planta e soqueiras), é praticamente imprescindível que se
faça a subsolagem.
Este tipo de preparo do solo é indicado para locais onde não se verifica forte compactação, problemas
com barreiras químicas, que necessitariam de calagem e gessagem, ou a existência de pragas de
solo. A subsolagem com hastes a 40 centímetros de profundidade é eficaz para romper a
compactação, sobretudo onde a situação não é tão crítica. Seria indicada, também, para áreas mais
declivosas, onde os problemas de erosão são mais críticos. Bons resultados têm sido obtidos com a
subsolagem feita na linha do sulcador, com o uso de um implemento conhecido como "beija-flor". A
técnica proporciona melhores condições de descompactação no sulco, permitindo melhor
desenvolvimento radicular, além de possibilitar que o sulco fique mais raso, facilitar a operação de
nivelamento da cana-planta e favorecer a colheita mecanizada.
É possível, também, incorporar um subsolador na haste do sulcador, visando quebrar a camada
superficial compactada. A Cooperativa de Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado
de São Paulo (Copersucar) desenvolveu, também, o sulcador-subsolador-destorroador, que efetua,
simultaneamente, as operações de subsolagem, sulcação e destorroamento através da enxada
rotativa, permitindo uma boa brotação da muda. Existe outro implemento, chamado sulcador Rossetti,
semelhante ao modelo da Copersucar, que se diferencia deste por possuir a enxada rotativa situada
atrás da haste e internamente, entre as asas do sulcador.
As vantagens do cultivo mínimo em relação ao tradicional são:
 Possibilidade de plantio em épocas chuvosas, o que pode significar a antecipação do plantio
em até alguns meses;
 Utilização mais intensa da área de plantio, já que o intervalo entre a colheita e o replantio é
menor;
 Redução da erosão;
 Redução do uso de máquinas, implementos e combustível;
 Controle de plantas daninhas, como a tiririca e a grama-seda.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
37
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Algumas plantas daninhas são favorecidas pelo novo sistema de cultivo, a exemplo das cordas de
viola.Outra prática interessante é o cultivo mínimo da cana, após o plantio de uma cultura em rotação
nas áreas de reforma do canavial. Após a erradicação da soqueira, em setembro, faz-se o preparo do
solo através de uma grade leve. Se necessário, faz-se uma subsolagem e, posteriomente, a sulcação
para o plantio da cultura em rotação. São utilizadas as culturas da soja, amendoim, girassol, crotolária,
mucuna e outros adubos verdes.
No final de março ou início de abril, a cultura em rotação já estará colhida e, então, procede-se ao
plantio da cana através da sulcação sobre a palhada da cultura plantada (soja, crotolária etc). É
interessante utilizar uma planta leguminosa como cultura em rotação para incorporar o nitrogênio
biologicamente fixado.
14- Práticas de conservação do solo
A importância da conservação dos solos; Erosão eólea; Erosão hpidrica; Erosão laminar; Erosão em
sulcos; Erosão em voçorocas; Clima; Tipo e manejo de solo; Topografia; Cobertura vegetal;
Ajustamento da área à sua capacidade de uso; Destoca de novas novas áreas e enleiramento em
nível; Rotação de culturas; Consorciação de culturas; Faixas de vegetação pemanentes; Alternância
de capinas; Cultura de produção e adubação verde; Plantio em nível; Terraceamento; Tipos de
terraços; Canais escoadouros; Naturais; Artificiais; Dimensionamento dos terraços; Construção dos
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
38
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
terraços; declividade dos terraços Tipo Nichols; Tipo Mangum; Manutenção dos terraços; Controle de
vaçorocas
O terraceamento como uma das práticas conservacionistas para a captação de água; Tipos de
terraços e modo de construção; Classificação dos Terraços; Quanto à função; Quanto à construção
tipo Nichols; Tipo Mangum; Quanto à faixa de movimentação da terra;
Terraços de Base larga: etapas de construção; Manutenção dos terraços de base larga; Sistema
convencional versus sistema de plantio direto; Terraceamento em solos de textura arenosa;
Considerações Finais.
Fonte: Implementos Agrícolas, 2015.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
39
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
15-Agricultura de precisão
A agricultura de precisão é uma nova forma de gestão ou gerenciamento da produção agrícola. É um
elenco de tecnologias e procedimentos utilizados para que as lavouras e os sistemas de produção
sejam otimizados, tendo como elemento chave o gerenciamento da viabilidade espacial da produção
e dos fatores nela envolvidos.
As técnicas agrícolas convencionais preconizam que a adição de insumos deve ser realizada de
maneira uniforme. Quando o adubo é adicionado no solo, a mesma formulação é utilizada em toda a
propriedade rural, sem que as particularidades físico-químicas de cada área sejam levadas em
consideração. Essa prática resolve somente as limitações da propriedade no que diz respeito à
disponibilização de nutrientes para a cultura, podendo contaminar a água e o solo, além
de provocar prejuízos financeiros causados pelo uso excessivo de insumos agrícolas.
Entretanto, é importante enfatizar que nem sempre o solo de uma propriedade agrícola apresenta
uma composição uniforme. O terreno pode apresentar áreas de diferentes características físico-
químicas e necessitar de quantidades diferenciadas de insumo. A conscientização social sobre
a necessidade de preservar o meio ambiente e a demanda de otimização de recursos para produzir
alimentos mais competitivos favorecem o desenvolvimento de novos métodos para conduzir a
propriedade agrícola.
Nesse contexto, a agricultura de precisão - conjunto de técnicas que permitem o gerenciamento
localizado dos cultivos - desponta como promessa no cenário brasileiro. O Sistema de
Posicionamento Global (GPS), Sistema de Informações Geográficas (GIS) e máquinas de aplicação
localizada de insumos a taxas variáveis são algumas das ferramentas que tratam, especificamente,
cada ponto da propriedade agrícola. Para essa tarefa, cada particularidade do solo é considerada. O
resultado é a otimização dos gastos da produção agrícola.
Surgimento
A idéia de agricultura de precisão surgiu antes mesmo do período da Revolução Industrial como uma
técnica de tratar a cultura em busca do seu melhor rendimento, levando em conta os aspectos de
localização, fertilidade do solo, entre outros fatores.
Os fundamentos para a agricultura de precisão moderna, como conhecemos hoje, vem do início do
século XX, porém somente na década de 1980, na Europa e nos EUA, com o desenvolvimento de
microcomputadores, sensores e software sé que a agricultura de precisão se tornou viável para os
produtores.
Agricultura de precisão no Brasil
Apesar da importância do Brasil no cenário agrícola, a agricultura de precisão brasileira ainda está
em uma fase muito incipiente. Sua ampliação favorecerá o negócio agrícola nacional através da
otimização dos investimentos de recursos na produção. Periodicamente, a Universidade de São Paulo
(USP), por meio da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq) realiza simpósios de
agricultura de precisão. Os eventos evidenciam a atual condição da agricultura de precisão no País e
dão aos especialistas um rumo das metas futuras.
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
40
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
As modificações na cadeia canavieira nacional certamente implicarão em uma expansão exponencial
da agricultura de precisão. Entre esses aspectos, podem ser destacados:
 a grande expansão da mecanização do cultivo da cana;
 a exigência legal de redução da área queimada dos canaviais antes da colheita;
 os inconvenientes no processo de produção gerados pela colheita da cana crua.
Aliar a agricultura de precisão ao cultivo canavieiro manterá o Brasil como o maior produtor mundial
de cana-de-açúcar e, sem dúvida, contribuirá para diminuir os impactos ambientais.
Ferramentas
O uso de ferramentas adequadas da agricultura de precisão contribui para a diminuição de perdas na
agricultura. Por meio de tais ferramentas de agricultura de precisão é possível obter
dados provenientes da análise da propriedade subdividida em pequenas áreas (informações
geográficas georreferenciadas), relativos a irrigação, propriedades físicas do solo, necessidade de
aplicação de defensivos. Quanto mais subdividida a propriedade rural, mais útil será a informação
georreferenciada. O controle das variáveis que influenciam o cultivo depende do maior detalhamento
das informações.
GPS
O GPS é um equipamento que associa dados de latitude e longitude às subdivisões da propriedade
agrícola. A informação do local exato viabiliza a intervenção gerencial necessária para sanar
determinado problema. O equipamento possibilita à agricultura de precisão uma alta eficácia. A
utilização do GPS tende a aumentar graças aos seus benefícios. O custo do equipamento varia
conforme o modelo.
GIS
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
41
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
São softwares que manuseiam dados geográficos e estão disponíveis no mercado em diferentes
níveis de capacidade - desde simples mostradores de mapas até integradores de informações de
diferentes bases de dados. Todos os modelos decodificam informações geográficas em gráficos.
Sistema de mapeamento de colheita
Utilizado para gerar informações sobre produtividade, o sistema armazena dados mapeados
durante a colheita.
Técnica de taxas variáveis
A análise dos dados apurados através dos mapas de produtividade permite que o agricultor regule a
aplicação de adubos, sementes e corretivos, conforme a necessidade do solo. Também é possível
adotar dados levantados por sensores que dispensam o georreferenciamento, mas incluem sistemas
de análise da informação e comando, em tempo real, para cada local adentrado.
Sensores remotos
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
42
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
Esta técnica utiliza aviões e satélites para levantar dados. É um recurso valioso para a agricultura de
precisão, mas que ainda precisa ser melhorado para fornecer dados mais precisos.
Sensores de solo
Eles fornecem dados de composição do solo, nitrogênio, compactação e salinidade. Como o pH e a
quantidade de fósforo e potássio, esses fatores não podem ser apurados por sensores remotos.
Agricultura de precisão e empregos rurais
Apesar das discussões sobre o aumento do desemprego nas propriedades agrícolas como resultado
da modernização das lavouras, a agricultura de precisão vislumbra para um farto mercado de
manuseio e manutenção de equipamentos, desenvolvimento de novos produtos e ampliação do
mercado já existente. Entretanto, essa nova estrutura demandará profissionais especializados.
16-Como Aplicar o Calcário no Solo com
controlador e GPS
Existe uma dúvida muito grande de qual a melhor maneira de aplicar o calcário. os solos
brasileiros, em geral, são ácidos e pobres em nutrientes, daí a necessidade da prática da
calagem. Qual a melhor maneira de aplicar o calcário: superficial, incorporado, junto com a
adubação NPK, no momento do plantio, etc... São as questões colocadas pelos leitores
quando se fala em calcário. Nós encontramos ou lavouras convencionais, ou exploradas no
sistema de plantio direto (SPD), ou pastagens, ou solos degradados, ou horticultura e
fruticultura. Portanto, uma variedade grande de modos de exploração econômica da terra, a
existência de plantas de sistema radicular profundo ou superficial e árvores (frutíferas) com
sistema radicular já desenvolvido que exige maiores cuidados para não prejudicar as raízes.
Funcionamento do sistema RTK
A Base RTK funciona parada em um ponto com alimentação de bateria e envia um sinal de
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
43
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
correção do erro do GPS para o equipamento trabalhando em campo. O BOM É QUE NÃO HÁ
LIMITES DE EQUIPAMENTOS QUE RECEBEM O SINAL DE CORREÇÃO AO REDOR DA
BASE. Esta comunicação entre a base e o veículo em campo é realizada por sinal de rádio.
Se por algum motivo o rádio do veículo perder a comunicação, o Piloto Automático continua o
funcionamento com a mesma precisão por 15 min e, se ainda a perda do sinal persistir, o sistema
troca para a correção SF1 ou SF2.
Figura : ilustração da Base, satélite, RTK
Precisão alcançada
O GPS de alta precisão RTK trabalhando com o Piloto Automático proporciona uma precisão de 2,5 cm
na maior parte do tempo*, podendo chegar a até 1 cm.
* 95% do tempo.
Por que usar o sistema RTK?
Por que é a melhor precisão que existe, nenhuma outra tecnologia pode chegar a 1 cm de precisão!!!
Esta precisão é necessária para várias atividades:
 Como o plantio de algodão de dia e noite para colher depois com qualquer número de linhas.
 Como na sulcação da cana, para aproveitar ao máximo o campo de produção e facilitando a colheita
mecanizada.
 Como na utilização de diversas máquinas ao mesmo tempo em uma frente de trabalho utilizando uma
"correção extremamente precisa e grátis".
17- Correção e adubação
O manejo da fertilidade do solo, envolvendo correção da acidez e adubação, é um fator determinante
da produtividade das culturas. Entretanto, o emprego de fertilizantes e corretivos deve ser criterioso
e equilibrado, considerando que o uso do solo deve ser feito de forma a manter sua fertilidade em
equilíbrio com o meio ambiente.
A cana-de-açúcar apresenta sistema radicular diferenciado de outras culturas, uma vez que, não
havendo impedimentos físicos ou químicos, atinge camadas profundas do solo. Facilitar o
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO
PAULO FRAZILIO GALVES
44
MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO
MEMORANDO DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO
DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO
AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO
ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento
crescimento das raízes em profundidade contribui para o aumento da produtividade da cultura, já que
aumenta o volume de solo explorado para a retirada de água e nutrientes.
O uso de corretivos é fundamental para a melhoria da fertilidade do solo e dos ambientes de produção
para a cana-de-açúcar. Considera-se como práticas corretivas o uso do calcário para corrigir a acidez,
o uso do gesso para diminuir a atividade do alumínio e acrescentar cálcio em profundidade, e a
fosfatagem, que adiciona fósforo em área total para aumentar o teor de fósforo em solos muito pobres
deste elemento.
A correção da acidez do solo tem efeitos diretos e indiretos sobre as plantas, alterando características
do solo, como:
 A neutralização do alumínio e do manganês, que podem ser tóxicos para as plantas;
 A elevação das concentrações de cálcio e magnésio;
 A elevação do pH;
 o aumento na disponibilidade de uma série de elementos, como o fósforo, por exemplo.
Efeitos indiretos dizem respeito ao aumento do sistema radicular das plantas em função da melhoria
da fertilidade e do aumento do cálcio, maior produtividade em função da maior disponibilidade de
nutrientes, melhoria nas características físicas e biológicas do solo.
Para a cana-de-açúcar, a calagem tem possibilitado uma maior longevidade do canavial (em geral
um corte a mais do que seria possível sem a calagem). A adubação da cultura visa adicionar os
nutrientes necessários em quantidades suficientes para garantir a máxima produtividade econômica.
É importante subtrair no cálculo dos nutrientes necessários as quantias que serão fornecidas pelo
solo, de acordo com a relação abaixo:
Adubação = (nutriente requerido pela planta - nutriente fornecido pelo solo ). F
F é o fator de aproveitamento do fertilizante, que corrige as perdas sofridas nos processos
existentes entre a aplicação e a absorção do nutriente pelas plantas.
O primeiro passo no planejamento da adubação é saber quais nutrientes são necessários para
o bom desenvolvimento da cana-de-açúcar. Os elementos químicos encontrados em maiores
concentrações são o carbono, o hidrogênio e o oxigênio, sendo que estes elementos são adquiridos
do ar e da água, pelos processos de fotossíntese.
Os minerais obtidos do solo em maior quantidade (gramas por quilo de matéria vegetal produzida)
em qualquer cultura agrícola são chamados de macronutrientes, divididos em:
Primários ou nobres: Nitrogênio (N), Fosfóro (P) e Potássio (K).
Secundários: Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S).
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro
Produção agrícola no setor sucroalcooleiro

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

"Restauração de Pastagens Degradadas e Sistemas de Integração Lavoura-Pecuári...
"Restauração de Pastagens Degradadas e Sistemas de Integração Lavoura-Pecuári..."Restauração de Pastagens Degradadas e Sistemas de Integração Lavoura-Pecuári...
"Restauração de Pastagens Degradadas e Sistemas de Integração Lavoura-Pecuári...UNDP Policy Centre
 
4- avaliação de imóveis rurais palestra.ppt
4- avaliação de imóveis rurais palestra.ppt4- avaliação de imóveis rurais palestra.ppt
4- avaliação de imóveis rurais palestra.pptDaniloRocha868926
 
Sanidade de caprino e ovino
Sanidade de caprino e ovinoSanidade de caprino e ovino
Sanidade de caprino e ovinoadelmosantana
 
Apicultura zootecnia i davi guimaraes
Apicultura zootecnia i davi guimaraesApicultura zootecnia i davi guimaraes
Apicultura zootecnia i davi guimaraesDavi Guimarães
 
Aula 1 - Sistemas de produção - thon.pptx
Aula 1 - Sistemas de produção - thon.pptxAula 1 - Sistemas de produção - thon.pptx
Aula 1 - Sistemas de produção - thon.pptxThonJovita
 
Aula extensão rural planejamento
Aula extensão rural planejamentoAula extensão rural planejamento
Aula extensão rural planejamentofabio schwab
 
Preparação do Solo e Aplicação
Preparação do Solo e AplicaçãoPreparação do Solo e Aplicação
Preparação do Solo e AplicaçãoGeagra UFG
 
Sistemas de produção e instalações para ovinocaprinocultura
Sistemas de produção e instalações para ovinocaprinoculturaSistemas de produção e instalações para ovinocaprinocultura
Sistemas de produção e instalações para ovinocaprinoculturaMarília Gomes
 
Abate humanitário de suínos!
Abate humanitário de suínos!Abate humanitário de suínos!
Abate humanitário de suínos!Raquel Jóia
 
Aula avaliação de animais para aquisição
Aula   avaliação de animais para aquisiçãoAula   avaliação de animais para aquisição
Aula avaliação de animais para aquisiçãoCutrim Junior
 
Zootecnia Geral, Sistema De Criação
Zootecnia Geral, Sistema De CriaçãoZootecnia Geral, Sistema De Criação
Zootecnia Geral, Sistema De CriaçãoSilvano Rodrigues
 
Preparo do Solo
Preparo do SoloPreparo do Solo
Preparo do SoloKiller Max
 

Mais procurados (20)

"Restauração de Pastagens Degradadas e Sistemas de Integração Lavoura-Pecuári...
"Restauração de Pastagens Degradadas e Sistemas de Integração Lavoura-Pecuári..."Restauração de Pastagens Degradadas e Sistemas de Integração Lavoura-Pecuári...
"Restauração de Pastagens Degradadas e Sistemas de Integração Lavoura-Pecuári...
 
4- avaliação de imóveis rurais palestra.ppt
4- avaliação de imóveis rurais palestra.ppt4- avaliação de imóveis rurais palestra.ppt
4- avaliação de imóveis rurais palestra.ppt
 
Adm. rural 3
Adm. rural 3Adm. rural 3
Adm. rural 3
 
Sanidade de caprino e ovino
Sanidade de caprino e ovinoSanidade de caprino e ovino
Sanidade de caprino e ovino
 
Tração Animal
Tração AnimalTração Animal
Tração Animal
 
Apicultura zootecnia i davi guimaraes
Apicultura zootecnia i davi guimaraesApicultura zootecnia i davi guimaraes
Apicultura zootecnia i davi guimaraes
 
Aula 1 - Sistemas de produção - thon.pptx
Aula 1 - Sistemas de produção - thon.pptxAula 1 - Sistemas de produção - thon.pptx
Aula 1 - Sistemas de produção - thon.pptx
 
Aula extensão rural planejamento
Aula extensão rural planejamentoAula extensão rural planejamento
Aula extensão rural planejamento
 
Preparação do Solo e Aplicação
Preparação do Solo e AplicaçãoPreparação do Solo e Aplicação
Preparação do Solo e Aplicação
 
Aula de construções
Aula de construçõesAula de construções
Aula de construções
 
Aula 2 legislação agroindústria
Aula 2   legislação agroindústriaAula 2   legislação agroindústria
Aula 2 legislação agroindústria
 
Sistemas de produção e instalações para ovinocaprinocultura
Sistemas de produção e instalações para ovinocaprinoculturaSistemas de produção e instalações para ovinocaprinocultura
Sistemas de produção e instalações para ovinocaprinocultura
 
Abate humanitário de suínos!
Abate humanitário de suínos!Abate humanitário de suínos!
Abate humanitário de suínos!
 
Avicultura de postura
Avicultura de posturaAvicultura de postura
Avicultura de postura
 
Aula avaliação de animais para aquisição
Aula   avaliação de animais para aquisiçãoAula   avaliação de animais para aquisição
Aula avaliação de animais para aquisição
 
Zootecnia Geral, Sistema De Criação
Zootecnia Geral, Sistema De CriaçãoZootecnia Geral, Sistema De Criação
Zootecnia Geral, Sistema De Criação
 
Preparo do Solo
Preparo do SoloPreparo do Solo
Preparo do Solo
 
Irrigação
IrrigaçãoIrrigação
Irrigação
 
Bovinocultura de Corte
Bovinocultura de Corte Bovinocultura de Corte
Bovinocultura de Corte
 
08.2 preparo periodico - arados de discos
08.2   preparo periodico - arados de discos08.2   preparo periodico - arados de discos
08.2 preparo periodico - arados de discos
 

Destaque

revista canaonline-antonio inacio ferraz-eletronica/agropecuária colégio cruz...
revista canaonline-antonio inacio ferraz-eletronica/agropecuária colégio cruz...revista canaonline-antonio inacio ferraz-eletronica/agropecuária colégio cruz...
revista canaonline-antonio inacio ferraz-eletronica/agropecuária colégio cruz...ANTONIO INACIO FERRAZ
 
Aula 3 do preparo do solo ao corte da cana
Aula 3  do preparo do solo ao corte da canaAula 3  do preparo do solo ao corte da cana
Aula 3 do preparo do solo ao corte da canaDr. Matrículas Edivaldo
 
CANA-DE-AÇÚCAR-CULTIVO-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA, AGROPECU...
CANA-DE-AÇÚCAR-CULTIVO-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA, AGROPECU...CANA-DE-AÇÚCAR-CULTIVO-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA, AGROPECU...
CANA-DE-AÇÚCAR-CULTIVO-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA, AGROPECU...Antonio Inácio Ferraz
 
Jessica ormaza.UTE_CONCEPCIÒN DEL HOMBRE Y CUESTIONAMIENTO SOBRE EL SER
Jessica ormaza.UTE_CONCEPCIÒN DEL HOMBRE Y CUESTIONAMIENTO SOBRE EL SERJessica ormaza.UTE_CONCEPCIÒN DEL HOMBRE Y CUESTIONAMIENTO SOBRE EL SER
Jessica ormaza.UTE_CONCEPCIÒN DEL HOMBRE Y CUESTIONAMIENTO SOBRE EL SERj2ss3c14rm1z1
 
Cover kelas xii bahasaindonesia bs smt 2
Cover kelas xii bahasaindonesia bs smt 2Cover kelas xii bahasaindonesia bs smt 2
Cover kelas xii bahasaindonesia bs smt 2Nayantaka Husna Hartono
 
Monday Mantras 16 May 2016
Monday Mantras 16 May 2016Monday Mantras 16 May 2016
Monday Mantras 16 May 2016Monday Mantras
 
Historia de la Galería de los Uffizi
Historia de la Galería de los UffiziHistoria de la Galería de los Uffizi
Historia de la Galería de los UffiziNatalia Jim
 
Recommendation Letter
Recommendation LetterRecommendation Letter
Recommendation LetterJAY NAYAK
 
Recycled Rice Bag Thong
Recycled Rice Bag ThongRecycled Rice Bag Thong
Recycled Rice Bag ThongMaral Kalinian
 
Welcome to my E-Portfolio!
Welcome to my E-Portfolio!Welcome to my E-Portfolio!
Welcome to my E-Portfolio!Larry Saavedra
 
Estrategia de lean manufacturing en el área de marketing de Unisabaneta
Estrategia de lean manufacturing en el área de marketing de UnisabanetaEstrategia de lean manufacturing en el área de marketing de Unisabaneta
Estrategia de lean manufacturing en el área de marketing de UnisabanetaLucas Díaz Restrepo
 
Nuestra tierra 32 La economía del Uruguay
Nuestra tierra 32 La economía del UruguayNuestra tierra 32 La economía del Uruguay
Nuestra tierra 32 La economía del UruguayXimena Sosa Motta
 
Communication - Bhavya Agnihotri, Universal Business School
Communication - Bhavya Agnihotri, Universal Business SchoolCommunication - Bhavya Agnihotri, Universal Business School
Communication - Bhavya Agnihotri, Universal Business SchoolUniversal Business School
 

Destaque (20)

revista canaonline-antonio inacio ferraz-eletronica/agropecuária colégio cruz...
revista canaonline-antonio inacio ferraz-eletronica/agropecuária colégio cruz...revista canaonline-antonio inacio ferraz-eletronica/agropecuária colégio cruz...
revista canaonline-antonio inacio ferraz-eletronica/agropecuária colégio cruz...
 
Aula 3 do preparo do solo ao corte da cana
Aula 3  do preparo do solo ao corte da canaAula 3  do preparo do solo ao corte da cana
Aula 3 do preparo do solo ao corte da cana
 
CANA-DE-AÇÚCAR-CULTIVO-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA, AGROPECU...
CANA-DE-AÇÚCAR-CULTIVO-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA, AGROPECU...CANA-DE-AÇÚCAR-CULTIVO-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA, AGROPECU...
CANA-DE-AÇÚCAR-CULTIVO-ANTONIO INACIO FERRAZ, TÉCNICO EM ELETRONICA, AGROPECU...
 
Jessica ormaza.UTE_CONCEPCIÒN DEL HOMBRE Y CUESTIONAMIENTO SOBRE EL SER
Jessica ormaza.UTE_CONCEPCIÒN DEL HOMBRE Y CUESTIONAMIENTO SOBRE EL SERJessica ormaza.UTE_CONCEPCIÒN DEL HOMBRE Y CUESTIONAMIENTO SOBRE EL SER
Jessica ormaza.UTE_CONCEPCIÒN DEL HOMBRE Y CUESTIONAMIENTO SOBRE EL SER
 
Cover kelas xii bahasaindonesia bs smt 2
Cover kelas xii bahasaindonesia bs smt 2Cover kelas xii bahasaindonesia bs smt 2
Cover kelas xii bahasaindonesia bs smt 2
 
Monday Mantras 16 May 2016
Monday Mantras 16 May 2016Monday Mantras 16 May 2016
Monday Mantras 16 May 2016
 
Poster endémicas
Poster endémicasPoster endémicas
Poster endémicas
 
Historia de la Galería de los Uffizi
Historia de la Galería de los UffiziHistoria de la Galería de los Uffizi
Historia de la Galería de los Uffizi
 
Recommendation Letter
Recommendation LetterRecommendation Letter
Recommendation Letter
 
Currículo
Currículo Currículo
Currículo
 
Devops sysadmin talk
Devops sysadmin talkDevops sysadmin talk
Devops sysadmin talk
 
Recycled Rice Bag Thong
Recycled Rice Bag ThongRecycled Rice Bag Thong
Recycled Rice Bag Thong
 
Makalah diabetes AKPER PEMKAB MUNA
Makalah diabetes AKPER PEMKAB MUNA Makalah diabetes AKPER PEMKAB MUNA
Makalah diabetes AKPER PEMKAB MUNA
 
Welcome to my E-Portfolio!
Welcome to my E-Portfolio!Welcome to my E-Portfolio!
Welcome to my E-Portfolio!
 
The woman
The womanThe woman
The woman
 
Communication theory
Communication theoryCommunication theory
Communication theory
 
Estrategia de lean manufacturing en el área de marketing de Unisabaneta
Estrategia de lean manufacturing en el área de marketing de UnisabanetaEstrategia de lean manufacturing en el área de marketing de Unisabaneta
Estrategia de lean manufacturing en el área de marketing de Unisabaneta
 
Nuestra tierra 32 La economía del Uruguay
Nuestra tierra 32 La economía del UruguayNuestra tierra 32 La economía del Uruguay
Nuestra tierra 32 La economía del Uruguay
 
Communication - Bhavya Agnihotri, Universal Business School
Communication - Bhavya Agnihotri, Universal Business SchoolCommunication - Bhavya Agnihotri, Universal Business School
Communication - Bhavya Agnihotri, Universal Business School
 
HPTLC
HPTLCHPTLC
HPTLC
 

Semelhante a Produção agrícola no setor sucroalcooleiro

Semelhante a Produção agrícola no setor sucroalcooleiro (20)

1 2
1 21 2
1 2
 
Senar go ppv_cultprodgraos_mod1
Senar go ppv_cultprodgraos_mod1Senar go ppv_cultprodgraos_mod1
Senar go ppv_cultprodgraos_mod1
 
Poluicao_Solo_8oC (1).ppt
Poluicao_Solo_8oC (1).pptPoluicao_Solo_8oC (1).ppt
Poluicao_Solo_8oC (1).ppt
 
Poluicao_Solo_8oC.ppt
Poluicao_Solo_8oC.pptPoluicao_Solo_8oC.ppt
Poluicao_Solo_8oC.ppt
 
Poluicao_Solo.ppt
Poluicao_Solo.pptPoluicao_Solo.ppt
Poluicao_Solo.ppt
 
Poluicao_Solo_8oC.ppt
Poluicao_Solo_8oC.pptPoluicao_Solo_8oC.ppt
Poluicao_Solo_8oC.ppt
 
Seminário stab 2013 agrícola - 07. influência do corte de cana crua na adub...
Seminário stab 2013   agrícola - 07. influência do corte de cana crua na adub...Seminário stab 2013   agrícola - 07. influência do corte de cana crua na adub...
Seminário stab 2013 agrícola - 07. influência do corte de cana crua na adub...
 
SOLOS E OCUPAÇÃO RURAL NO MUNDO
SOLOS E OCUPAÇÃO RURAL NO MUNDOSOLOS E OCUPAÇÃO RURAL NO MUNDO
SOLOS E OCUPAÇÃO RURAL NO MUNDO
 
III conservacao
III conservacaoIII conservacao
III conservacao
 
Barraginha captacao agua_chuva
Barraginha captacao agua_chuvaBarraginha captacao agua_chuva
Barraginha captacao agua_chuva
 
Compactação do solo.
Compactação do solo. Compactação do solo.
Compactação do solo.
 
30. cultivo mínimo na cana de-açúcarissn
30. cultivo mínimo na cana de-açúcarissn30. cultivo mínimo na cana de-açúcarissn
30. cultivo mínimo na cana de-açúcarissn
 
Iac plantio direto
Iac plantio diretoIac plantio direto
Iac plantio direto
 
Iac plantio direto
Iac plantio diretoIac plantio direto
Iac plantio direto
 
seja doutor do seu citros
seja doutor do seu citrosseja doutor do seu citros
seja doutor do seu citros
 
Manejo uva_fina
Manejo  uva_finaManejo  uva_fina
Manejo uva_fina
 
Variedades de cana estão devendo...
Variedades de cana estão devendo...Variedades de cana estão devendo...
Variedades de cana estão devendo...
 
Cultivo de alface pronto
Cultivo de alface prontoCultivo de alface pronto
Cultivo de alface pronto
 
Cultivo de alface
Cultivo de alface Cultivo de alface
Cultivo de alface
 
09 02-49-apostilaparaadisciplinamcs
09 02-49-apostilaparaadisciplinamcs09 02-49-apostilaparaadisciplinamcs
09 02-49-apostilaparaadisciplinamcs
 

Mais de Paulo Frazilio Mechanical Engineer (11)

Experiencia paulo frazilio
Experiencia paulo frazilioExperiencia paulo frazilio
Experiencia paulo frazilio
 
Apresentação em tema Manutenção Linear - MDL
Apresentação em tema Manutenção Linear - MDLApresentação em tema Manutenção Linear - MDL
Apresentação em tema Manutenção Linear - MDL
 
Paulo frazilio curriculo v3
Paulo frazilio curriculo v3Paulo frazilio curriculo v3
Paulo frazilio curriculo v3
 
Folheto para post video custo zero
Folheto para post video   custo zeroFolheto para post video   custo zero
Folheto para post video custo zero
 
Revista materias
Revista materiasRevista materias
Revista materias
 
Revista GFENews
Revista GFENewsRevista GFENews
Revista GFENews
 
Somatica e gf engenharia apresentação 2015 v3b
Somatica e gf engenharia apresentação 2015  v3bSomatica e gf engenharia apresentação 2015  v3b
Somatica e gf engenharia apresentação 2015 v3b
 
Portifólio GFE Consultoria
Portifólio GFE ConsultoriaPortifólio GFE Consultoria
Portifólio GFE Consultoria
 
Folheto para post video
Folheto para post videoFolheto para post video
Folheto para post video
 
Plano de revisão de 50 hs
Plano de revisão de 50 hsPlano de revisão de 50 hs
Plano de revisão de 50 hs
 
GFEngenharia
GFEngenhariaGFEngenharia
GFEngenharia
 

Produção agrícola no setor sucroalcooleiro

  • 1. Memorando do processo de produção agrícola no setor sucro alcooleiro 06.1.2016 Pg.01 Descrição das Atividades Predominantes no setor Sucro- alcooleiro na Área Agrícola mais especificamente Motomecanizacão. Resumo das Operações
  • 2. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 2 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento SUMÀRIO 1................................................................................Preparo de Solo. 2.................................................Equipamentos para preparo do solo. 3.......................................................................Preparo Convenciona. 4.................................................................................... Plantio Direto. 5........................................Sistema de produção de mudas – Meiose. 6...........................................................................Plantio mecanizado. 7...................................................................................Corte de Cana. 8....................................................................................Carregamento. 9...................................................................Máquinas e implementos. 10.................................................................................Cultivo Mínimo. 11..........................................Logística de descarga de cana inteira e picada de uma usina de cana de açúcar. 12................................................................Maquinas e implementos. 13.................................................................................Cultico Mínimo. 14........................................................... Práticas de conservação do solo 15....... ............................................................Agricultura de Precisão. 16............................. Aplicação de calcário com controlador de GPS. 17......................................................................Conservação de Solo. 18.................................................Sistemas de Cultivo da Cana Soca. 19............................................................................Plantas Daninhas. 20............................................................................................Pragas. 21.........................................................................Rotação e Reforma. 22.........................Manutenção Automotiva do Setor Sucroalcooleiro. 23......................Gestão da Manutenção Através dos indicadores de Desempenho.
  • 3. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 3 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento1-Preparo de Solo O preparo do solo visa a melhoria das condições físicas e químicas para garantir a brotação, o crescimento radicular e o estabelecimento da cultura. Como a cultura da cana-de-açúcar é altamente mecanizada, prevê-se que mais de 30 operações ocorrem em um mesmo talhão ao longo de cinco anos. É inevitável que o solo esteja mais compactado ao longo dos anos do canavial. A reforma do canavial ocorre, em média, a cada cinco anos, mas, dependendo da produtividade do talhão, pode ser adiada para sete, oito ou mais anos. O preparo do solo é, então, uma questão de máxima relevância, pois a próxima oportunidade dessa prática agrícola levará alguns anos. Ou seja, se for adotada alguma prática inadequada, os problemas resultantes permanecerão por um bom tempo. A alta produtividade e longevidade estão relacionadas com o sucesso no preparo do solo. Todas as etapas do preparo do solo são importantes. As práticas que visam a correção do solo como calagem, gessagem e fosfatagem, que propiciarão boas condições para o crescimento radicular, o controle de plantas daninhas, as operações de sulcação-adubação, o preparo da muda, entre outros, colabora para o sucesso do plantio, do estabelecimento e da produtividade da cultura. Por outro lado, sabe-se que as operações agrícolas que promovem o revolvimento da terra elevam muito a oxigenação do solo, aumentando, também, a atividade microbiana, com consequentes perdas de carbono para a atmosfera, contribuindo com o aquecimento global e com a perda de matéria orgânica do solo. Nesse sentido, as técnicas de plantio direto e cultivo mínimo, quando possíveis e indicadas, aumentam a contribuição da cultura da cana-de-açúcar na questão ambiental, por reduzirem perdas de carbono para a atmosfera, fazendo com que o carbono que foi "drenado" da atmosfera pela cana, durante a fotossíntese, fique estocado no compartimento do solo. Tais técnicas contribuem, também, para aumentar esse estoque, a não queimada das folhas de cana antes da colheita e a manutenção da palhada no campo. O preparo do solo visa atenuar ou eliminar os seguintes fatores:  Físicos: compactação, adensamento e encharcamento;  Químicos: baixo teor de nutrientes, elevados teores de alumínio (Al), manganês (Mn) e sais de sódio (Na);  Biológicos: nematoides, cupins, entre outros.
  • 4. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 4 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Durante o preparo do solo deve-se atentar para a conservação do solo, prevendo a execução de terraços e medidas que evitem as perdas de solo por erosão e escorrimento superficial de água. O preparo visa, também, contribuir com o controle de plantas daninhas e de algumas pragas de solo. A escolha do sistema de preparo dependerá do adequado diagnóstico dos fatores limitantes ao desenvolvimento radicular. Dependendo das condições de talhão, pode-se optar pelo sistema convencional de preparo do solo, pelo cultivo mínimo ou pelo plantio direto, composto por operações de aração e gradagem com subsolagem, se necessário. Monitoramento agroclimático Para o preparo do solo é necessário que haja clima favorável para evitar a compactação pelas rodas dos tratores, por exemplo. O Sistema Agritempo (http://www.agritempo.gov.br/) fornece informações necessárias à programação da data de preparo do solo, tomando por base os dados de precipitação e da capacidade de campo. Clique na Figura 1 para acessar as informações sobre a melhor data de preparo do solo para o Estado de seu interesse. 2- Equipamentos para preparo do solo Gradagem:
  • 5. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 5 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Cada vez mais a utilização das grades na maioria das Usinas, vêm sofrendo algum tipo de restrição, devido implantações do cultivo mínimo. As principais funções das grades são de desagregar os torrões, nivelar a superfície do solo para facilitar o plantio, diminuir os vazios que resultam entre os torrões e destruir os sistemas de vasos capilares que se formam na camada superior do solo, a fim de evitar a evaporação de água das camadas mais profundas. Podem ser ainda utilizadas para a inversão de uma camada superficial do solo para a incorporação de fertilizantes ou defensivos, enterrio de sementes miúdas semeadas a lanço, eliminação de ervas daninhas BALASTREIRE (1990). Escarificação:  A escarificação é uma operação de mobilização do solo até uma profundidade máxima de 30 cm, através de implementos de hastes, denominados escarificadores. As hastes dos escarificadores rompem a camada superficial do solo sem promover a inversão do perfil mobilizado, mantendo entre 50 e 75% da cobertura vegetal existente sobre o solo antes do preparo, BOLLER (2001). Através do processo de escarificação se mantém uma maior porcentagem de cobertura do solo com restos culturais, em contrapartida, os escarificadores não controlam com eficiência as plantas daninhas. Subsolagem:  A subsolagem é uma operação que objetiva a descompactação do solo, quando houver uma camada compactada a profundidades que ultrapassem 30 cm, BOLLER (2001). CASTRO (1985) relata que subsolador é um implemento que consta de várias hastes montadas numa armação de aço a uma distância geralmente não inferior a 50 cm, às vezes chegando a um metro de distância ou mais, capaz de penetrar a uma profundidade maior de 30 a 35 cm, mantendo essa profundidade durante o trabalho sem que ocorram embuchamentos. BALASTREIRE (1990) descreve que a correta utilização de subsoladores pressupõe conhecimentos suficientes sobre características do solo trabalhado, tais como compactação existente na superfície, textura e estrutura e, ainda, das características necessárias para a operação com o equipamento, como a profundidade de trabalho, espaçamento entre hastes, dimensões e formatos de hastes, potência necessária, etc.  Além da cultura de cana-de-açúcar os solos cultivados com culturas anuais principalmente com trigo/soja apresentam-se, em sua maior parte, degradados pela intensa mecanização e erosão que vem sofrendo há vários anos. Por isso apresentam, entre 15 e 25 cm de profundidade, uma camada compactada que dificulta a infiltração da água e o crescimento das raízes.
  • 6. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 6 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento CASTRO (1985) aborda que a origem das camadas compactadas está relacionada a três fatores principais: mecanização irracional do solo caracterizada por um excesso de movimentação e utilização de implementos inadequados à função que exercem, com a consequente degradação da estrutura do solo; diminuição do conteúdo de matéria orgânica pelas perdas sucessivas por erosão e queima de resíduos, matéria orgânica esta, indispensável para a atividade biológica do solo, que por sua vez, é responsável pelas transformações e recomposição das suas características; e, incidência de chuvas torrenciais sobre a superfície descoberta do solo, desagregando a sua estrutura pela energia de impacto das gotas. Segundo TAYLOR & BELTRAME (1980), o rompimento das camadas compactadas do solo traz como benefícios imediatos:  A redução da densidade do solo, que diminui a resistência à penetração das raízes;  Aumento no volume dos macroporos, que melhora a aeração e a drenagem interna do solo;  Permite um fluxo vertical mais rápido da água, que diminui o escoamento superficial e o tempo de encharcamento do solo, em áreas com declividade e planas respectivamente. É importante se levar em consideração dois fatores a serem analisados antes da subsolagem, o primeiro é o tipo de solo a ser subsolado, já que a subsolagem não apresenta a mesma eficiência para diferentes tipos de solo, sendo necessário verificar também as camadas compactadas, o segundo é se estudar o custo em relação ao benefício que a subsolagem irá proporcionar futuramente. Ainda de acordo com TAYLOR & BELTRAME (1980), em resumo os seguintes pontos devem ser observados para que se obtenha o máximo de eficiência do tratamento de subsolagem:  Estabelecer a necessidade de subsolagem e localizar a profundidade da camada compactada a ser eliminada;  Certificar-se da profundidade da operação, para não trabalhar abaixo da profundidade crítica;  Verificar se o espaçamento lateral entre os dentes está correto, para proporcionar uma reestruturação completa do solo;  Certificar-se de que o subsolador esteja de acordo com o tamanho do trator;  Trabalhar sempre na profundidade mínima exigida, para remover a  Compactação, de modo a maximizar a taxa de trabalho. CAMADA COMPACTADA
  • 7. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 7 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento A subsolagem é uma operação que implica em elevado consumo de energia e somente se justifica em condições especiais, quando for detectada uma camada impeditiva ao fluxo de água e/ou ao desenvolvimento do sistema radicular das plantas, em profundidades maiores de 30 cm, BOLLER (2001). Manejar e preservar a estrutura do solo em lavouras cafeeiras é de fundamental importância para a obtenção de altas produtividades, sustentabilidade na atividade e preservação ambiental. Causas da compactação do solo:  Em termos de abrangência a compactação pode ocorrer em camadas contínuas ou em pontos isolados e descontínuos, conhecidos como área de influência. A ocorrência em camadas é sempre mais grave, pois prejudica toda a atividade do perfil do solo em termos de infiltração d’água, trocas gasosas, atividade biológica e penetração das raízes e é tanto mais prejudicial quanto mais espessa e superficial, RALISCH (2001). CAMADA COMPACTAD HASTE DO SUBSOLADORAÇÃO DA
  • 8. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 8 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Segundo CAMARGO & ALLEONI (1997) as forças que atuam no solo podem ser classificadas em externas e internas. Forças externas resultam do tráfego de veículos, animais ou pessoas, assim como do crescimento de raízes grandes que empurram as partículas do solo para forçar sua passagem, podendo até causar compactação. As forças internas resultam de ciclos, como congelamento e degelo, umedecimento e secamento, e expansão e contração da massa do solo.  Quando expressas como pressão, essa força provavelmente tem a mesma ação no sistema, não sendo necessária distinção entre elas. Ainda de acordo com CAMARGO & ALLEONI (1997) o rearranjamento de partículas primárias e de agregados por implementos de tração e cultivo, principalmente a compressão causada por tráfego de veículos, processa-se em duas fases que, em condições de campo, ocorrem separadamente:  Fase 1 – Preparo do solo: nesta fase, grande parte da energia é consumida para destruir os agregados, sendo os implementos de cultivo especificamente desenhados com esta finalidade, desagregando o solo em diferentes graus;  Fase 2 – Tráfego posterior de máquinas e implementos: os veículos e implementos que trafegam sobre um solo bem preparado aplicam quase a totalidade de sua energia no sentido de empurrar as partículas do solo umas contra as outras, gerando um arranjamento compacto. Quanto maior a pulverização do solo por ocasião de preparo, maior será o potencial da compactação posterior. Para JORGE (1983), até 1940, um trator pesava, em média, menos que três toneladas, enquanto as máquinas que trafegam atualmente pelos solos cultivados podem pesar mais de quinze toneladas como é o caso das colhedoras e caminhões carregados. Na cultura de citros, a mecanização é muito intensa, havendo pomares que acumulam, ao longo de sua existência, trezentas passadas de máquinas por entrelinha STOLF (1987).  Quando o solo encontra-se úmido, há uma tendência de os valores de densidade do solo serem cada vez maiores com o aumento do número de passadas. Além disso, o efeito se manifesta em camadas mais profundas do solo à medida que esse número aumenta. Em culturas perenes ou semiperenes, como a cana-de- açúcar, um preparo inadequado do solo pode ocasionar decréscimos na produção que serão extensivos a todo ciclo de cultura, já que, via de regra, a produção das soqueiras é intimamente ligada à produção do corte anterior. O decréscimo na produção de cana-de-açúcar num campo de demonstração foi obtido por FERNANDES et al. (1983).  Após o primeiro corte, um latossolo vermelho-escuro argiloso com 32% de água foi compactado com diferentes níveis: uma, duas e três passadas de um caminhão com apenas um eixo traseiro e 16000 kg de massa. Nota-se que, embora a população de colmos tenha aumentado, talvez devido ao maior contato de terra úmida com o tolete, houve queda de aproximadamente 10 t/ha entre o nível máximo de compactação e a testemunha sem compactação.
  • 9. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 9 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento TROUSE (1978) afirma que quando as condições de umidade são ótimas e a pressão de contato é elevada, uma única passada de determinado veículo pode ser suficiente para dificultar, ou até impedir, o crescimento das raízes. Considera-se que a maior parte dos danos causados pela compactação ocorre nas primeiras passadas das máquinas e implementos. À medida que o número de passadas no mesmo local aumenta, há aumento cada vez menos acentuado na compactação, seguindo uma escala logarítmica JAKOBSEN & GREACEN (1985). Mediante alguns experimentos realizados na Usina Santa Elisa, verifica-se o efeito da compactação na cultura da cana e a relação tráfego x produtividade. Pressão de pneus e esteiras:  CAMARGO & ALLEONI (1997) afirmam que as características dos pneus e esteiras e as da superfície do solo determinam a pressão que será ali exercida. A distribuição da pressão na massa do solo é determinada muito mais pela configuração das pressões na superfície do que pelas suas características físicas. Pode-se considerar, basicamente, as pressões causadas por pneus e as causadas por esteiras. Mediante alguns experimentos realizados por CAMARGO & ALLEONI (1997) comparando-se um pneu com uma esteira de mesma largura e mesma carga, pode-se afirmar que, a dada profundidade no solo, a tensão causada pelo pneu é sempre maior que a causada pela esteira.  REAVES & COOPER (1960) mostram que a 25 cm de profundidade no eixo vertical de carga, a pressão causada no solo por um trator de pneu com 0,8 MPa de pressão de insuflação e de 0,096 MPa, enquanto para uma esteira de 30,5 cm de largura, essa pressão é de aproximadamente 0,035 MPa, ou seja, quase três vezes menor. Discos de arados e grades utilizados em operações de aração e gradeação, caso não estejam bem afiados e suas inclinações devidamente ajustadas, contribuem para agravar ainda mais esse problema de compactação. Os principais fatores que maximizam a compactação são:  Operações em momento impróprio;  Montagem incorreta e modelo inadequado dos implementos;  Cultivos excessivos;  Restrição ao movimento de água. RIPOLI & MIALHE (1985) afirmam que a compactação influi, ainda, na erosão de solos. A erosão superficial arrasta partículas de solos de áreas de maior para menor cota, fenômeno responsável pelas perdas das características agrícolas do solo. Sua ocorrência ou não depende, basicamente, do índice de infiltração de água no perfil e da capacidade de armazenamento desse solo, que é função de sua porosidade.  Assim, se a água não infiltra na mesma proporção com que é depositada na superfície é inevitável seu escorrimento devido à saturação. Portanto, é fácil perceber que a existência das camadas compactadas devido à utilização dos implementos agrícolas e a compactação por tráfego concorrem para aumento da erosão superficial. E mais, a drenagem do solo dificultada, com menos reposição de água do subsolo, faz com que o nível freático abaixe, havendo menos fluxo de água capilar ascendente.
  • 10. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 10 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Métodos para identificação:  Vários são os métodos para identificação de camadas compactadas ou adensadas. Os mais grosseiros são os métodos visuais, onde se podem constatar problemas de compactação quando, via de regra, a área apresenta os seguintes aspectos: sulcos de erosão; resíduos vegetais não decompostos; encrostamento superficial; falhas localizadas de germinação; sintomas de falta de N e P mesmo com adubações adequadas; sintomas de toxidez de Mn em solos que receberam calagem. Por sua vez, os métodos mais precisos são os laboratoriais e dentre eles, podem ser citados:  Densidade do solo ou massa específica (g/cm³). Quanto maior a compactação, maior esse valor, para cada tipo de solo;  Determinação de porcentagem de macroporos, os quais são reduzidos à medida que é maior a compactação;  Determinação da taxa de difusão de oxigênio (gO2/cm².min). É menor em maior compactação e condutividade hidráulica saturada (cm/h) que também se reduz com a compactação e trata-se de medição do fluxo de água através de amostra. Entre estes dois níveis de precisão existe um método intermediário que se utiliza de aparelhos chamados penetrômetros ou penetrógrafos. O princípio de funcionamento desses aparelhos é: tendo- se uma força aplicada sobre um cone de diâmetro conhecido, obtém-se o valor da resistência à penetração desse cone no perfil do solo. Existem dois tipos de cones padronizados pela American Society of Agricultural Engineers (ASAE), conforme mostra a (Figura 5). O menor deles é utilizado para solos que oferecem maior resistência à penetração. Teor de água:  No momento do preparo do solo, o teor de água do solo deve ser baixo e na sua consistência friável. Altos índices de água não permitem uma boa reestruturação do solo. Segundo SEIXAS (2000), os testes realizados no plantio de Eucalyptus spp., durante a época de chuvas resultaram em maior compactação do solo, em termos de incremento na condição inicial, refletindo a influência da umidade do solo em termos de rearranjamento das partículas. A maior parte dos testes em condição úmida resultou na compactação do solo. Descompactação do solo:  Segundo CASTRO (1985) a subsolagem é uma prática agrícola cujo único objetivo é soltar camadas compactadas do solo, abaixo daquela considerada arável (20 a 25 cm), alcançando profundidade de trabalho de pelo menos 30 a 35 cm. Os implementos especiais empregados são os subsoladores. Via de regra a subsolagem não deve ser repetida no mesmo local, em período menor do que a cada 3 anos. A operação de subsolagem é uma prática agronômica que deve ser aplicada apenas sob determinadas condições, não se constituindo em atividade obrigatória no preparo periódico de solo. RIPOLI & MIALHE (1985) afirmam ainda, que a principal função da operação de subsolagem deverá ser a de romper as camadas de solo compactadas, possibilitando a infiltração da água, melhor
  • 11. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 11 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento penetração do sistema radicular para maior área de exploração no solo, melhor aeração e trocas gasosas, melhor drenagem e diminuição da erosão superficial.  Porém, para que esse trabalho se torne eficiente, o solo a ser subsolado deve conter baixos teores de umidade a fim de que a operação não seja ineficiente, além de correr-se o risco de se aumentar à compactação pelo próprio tráfego da fonte de potência ou pelo órgão ativo do subsolador. Segundo dados do AGRIANUAL 2001, a subsolagem representa o segundo maior custo por valor unitário das operações mecanizadas na cultura de cana-de-açúcar, só perdendo para gradagem pesada. Uma subsolagem realizada com um trator de HM Tp 126cv. 4x4 tem seu custo ao redor de US$18,10/ha, correspondendo esse valor a 20% do custo das operações mecanizadas para fundação da cultura. O dado sobre a relação custo hora-máquina – implemento, fornecidos por AGRINUAL 2001. Estudos de vários autores demonstram que em Terra Roxa Estruturada com densidade aparente entre 1,00 a 1,05 g/cm³ ocorre uma redução na quantidade de raízes e elas se apresentam distorcidas. Entre 1,30 g/cm³ a 1,40 g/cm³ as raízes não conseguem penetrar. RIPOLI & MIALHE (1985) enfatizam que do ponto de vista fisiológico, a compactação afeta o crescimento das plantas devido a:  Redução do volume de macroporos, dificultando a taxa de infiltração de água, diminuindo as trocas gasosas na massa do solo, portanto, diminuindo o oxigênio disponível as raízes;  Certos elementos como o Manganês (Mn) e o Ferro (Fe) podem passar a formas reduzidas em meio pobre de oxigênio (O2) tornando-se tóxico às raízes e sendo de difícil correção;  Os enrugamentos e torções das raízes em camada compactada dificulta  m a absorção e translocação da solução nutritiva para a parte aérea das plantas, devido aos danos causados nos vasos vasculares das raízes. Numa situação como esta, por exemplo, de pouco valerão adubações, se o aproveitamento estiver comprometido. Em determinadas culturas a compactação leva a planta desenvolver um maior número de raízes, porém mais finas e mais curtas. Em outras, como a cana-de-açúcar, ocorrem prejuízos na multiplicação das raízes secundárias e emissão de radícolas, antes de influir no alongamento das raízes principais.  CASTRO (1985) enfatiza que os solos cultivados com culturas anuais principalmente com trigo/soja apresentam-se, em sua maior parte, degradados pela intensa mecanização e erosão que vem sofrendo há vários anos. Por isso apresentam, entre 15 e 25 cm de profundidade, uma camada compactada que dificulta a infiltração de água e o crescimento das raízes. A origem das camadas compactadas está relacionada a três fatores principais: mecanização irracional do solo caracterizada por um excesso de movimentação e utilização de implementos inadequados a função que exercem, com consequente degradação da estrutura do solo; diminuição do conteúdo de matéria orgânica pelas perdas sucessivas por erosão e queima de resíduos, matéria orgânica esta,
  • 12. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 12 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento indispensável para a atividade biológica do solo, que por sua vez, é responsável pelas transformações e recomposição das suas características; e incidência de chuvas torrenciais sobre a superfície descoberta do solo, desagregando a sua estrutura pela energia de impacto das gotas.  É importante salientar que quando o agricultor faz a subsolagem a uma profundidade maior do que a necessária, estará ele desperdiçando dinheiro, pois além de exigir maior potência do trator, gasta-se um maior volume de combustível e consequentemente a operação apresenta um baixo rendimento de trabalho. 3-Preparo Convencional O preparo convencional do solo consiste no revolvimento de camadas superficiais para reduzir a compactação, incorporar corretivos e fertilizantes, aumentar os espaços porosos e, com isso, elevar a permeabilidade e o armazenamento de ar e água. Esse processo facilita o crescimento das raízes das plantas. Além disso, o revolvimento do solo promove o corte e o enterro das plantas daninhas e auxilia no controle de pragas e patógenos do solo. É importante usar corretamente as técnicas de preparo do terreno para evitar sua progressiva degradação física, química e biológica. O preparo do solo tem por objetivo básico otimizar as condições de brotamento, emergência e o estabelecimento das plantas. O sistema, deve, ainda, aumentar a infiltração de água, reduzindo a enxurrada e, por consequência, a erosão. No preparo do solo, é preciso considerar duas situações distintas: Se a cana será implantada pela primeira vez: nesse caso, poderá ser indicado fazer uma aração profunda, com bastante antecedência ao plantio, visando à destruição, incorporação e decomposição dos restos culturais existentes, seguida de gradagem;
  • 13. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 13 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Se o terreno já está ocupado com cana: o primeiro passo deve ser a destruição da soqueira, que deve ser realizada logo após a colheita. Essa operação pode ser feita por meio de aração rasa - 15 a 20 centímetros - nas linhas de cana, seguidas de gradagem ou gradagem pesada, enxada rotativa ou uso de herbicida. O preparo do solo pode, também, ser dividido em duas etapas principais, permitindo variação de acordo com a textura e a compactação do solo e características do manejo adotado.
  • 14. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 14 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Caso seja verificada a compactação, o preparo do solo deverá prever a operação de descompactação, que poderá ser feita com a subsolagem (caso a compactação se encontre entre 25 e 50 centímetros de profundidade) ou pode-se optar por preparo com arado de aiveca se esta estiver a menos de 40 centímetros de profundidade. A prevenção da compactação, como o tráfego controlado, as operações mecanizadas realizadas com o solo seco, a permanência da palhada na superfície, a rotação de culturas na época da reforma e o uso de matéria orgânica, em geral, são práticas muito recomendadas. No sistema convencional de plantio são feitas, geralmente, as seguintes operações:  Uma aração ou gradagem pesada;  Uma subsolagem ou mais uma gradagem;  Uma gradagem de destronamento;  Uma gradagem de nivelamento. Destorroamento A primeira aração é profunda e deve ser feita com bastante antecedência ao plantio. Seu objetivo é a destruição dos restos da soqueira ou da cultura anterior e a incorporação e decomposição dos restos culturais existentes. Para a destruição da soqueira pode-se utilizar herbicida ou uma enxada rotativa. A gradagem tem o objetivo de romper blocos de terra e nivelar o terreno. Pouco antes do plantio deve ser feita nova gradagem com o objetivo de controlar plantas daninhas e preparar o nivelamento do terreno para a sulcação. As grades pesadas têm substituído o arado devido ao maior rendimento operacional e, também, em decorrência da facilidade de transporte e menor necessidade de regulagem. Os tratores devem ter potência suficiente para atender a execução das operações, de acordo com o implemento utilizado. A aração de um solo argiloso (grade aradora pesada) requer mais potência do que a aração de um solo de textura arenosa ou média. A potência influencia, também, a profundidade de operação que se pretende. Assim, quanto mais profundo, maior é a potência requerida. A aração profunda pode auxiliar na incorporação dos corretivos e melhorar o ambiente para o crescimento das raízes. Por isso, o preparo do solo com arado de aiveca, que consegue revolver o solo a profundidades até 40 a 45 centímetros, pode promover ganhos em produtividade. Esse preparo profundo, além de romper camadas compactadas, pode, também, auxiliar no controle de pragas do solo.
  • 15. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 15 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Durante as operações agrícolas no sistema de cultivo da cana ocorre uma sequência de ações de compactação e descompactação durante sucessivos ciclos da cultura, podendo promover a desagregação da estrutura do solo. É importante que o preparo convencional não traga sérias consequências para o solo, como a lixiviação de nutrientes. Se a estrutura do solo for modificada, altera-se a união entre as partículas, facilitando o seu arrastamento pela água da chuva. O uso excessivo de equipamentos de preparo do solo pode aumentar a erosão, sobretudo se o terreno permanecer descoberto no período de maior intensidade de chuvas. Outro problema causado pelo uso excessivo e inadequado de arado e grade é a compactação do solo nas camadas subsuperficiais, conhecida como pé-de-arado ou pé-de-grade. As camadas, compactadas, tendem a aumentar a erosão, pois dificultam a infiltração da água da chuva, saturando rapidamente o solo, o que aumenta o escorrimento superficial da água, que arrasta consigo as partículas do solo. É importante, também, atentar para as condições de umidade do terreno antes do preparo. O ponto de umidade ideal é aquele em que o trator opera com o mínimo esforço, produzindo os melhores resultados na execução do serviço. Com o solo muito úmido, os problemas de compactação aumentam. A terra (barro) fica retida nos implementos, chegando a impedir a operação. Em solo muito seco, é preciso passar a grade várias vezes para quebrar os torrões, o que exige maior consumo de combustível. Com isso, o custo de produção aumenta e o solo perde a estrutura.
  • 16. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 16 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento 4 - Plantio Direto A sustentabilidade da agricultura depende, entre outros fatores, do uso de práticas conservacionistas que minimizem a degradação dos solos e reduzam suas perdas. O solo é um recurso natural, e como tal, deve ser bem manejado, pois práticas inadequadas tornam a atividade agrícola economicamente inviável, além de causar danos ao meio ambiente. A filosofia do plantio direto tem em sua essência o equilíbrio do ecossistema, já que possibilita a auto sustentação em termos econômicos, sociais e ecológicos. Para a cana-de-açúcar, entretanto, as práticas de plantio direto são de difícil aplicação, por ser uma cultura semi perene, cujo preparo do solo ocorre só a cada cinco anos ou mais e que ano após ano há intensa mecanização (colheita, adubação, aplicação de herbicidas). Com isso, geralmente, o solo se encontra compactado, sem condições para a indicação do plantio direto. Mas o grande período sem movimentação do solo (cana-planta e soqueiras) e a manutenção da palhada no campo (sem queima da cana) fazem com que as perdas por erosão na cultura da cana sejam muito reduzidas. Considera-se, assim, que a cana é uma cultura conservacionista. O objetivo é avaliar as características agronômicas da cana-de-açúcar em função do sistema de plantio direto (SPD) comparativamente ao convencional (PC) com e sem adubação. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados com quatro repetições, em esquema fatorial 4 x 2. Os tratamentos foram: cana SPD sobre crotalária (Crotalaria juncea); cana SPD sobre feijão de porco (Canavalia ensiformis); cana SPD sobre mucuna preta (Mucuna aterrima) e cana PC com vegetação espontânea incorporada, sendo duplicados, pois cada um foi com e sem adubação. Em termos nutricionais, a cana SPD sobre leguminosas foi 43% superior em teores de K, e o destaque foi feijão de porco e mucuna que proporcionaram, em média, 26% a mais de N foliar em relação à cana PC. A diagnose nutricional também indicou N e K como os principais nutrientes limitantes da produtividade da cana PC, enquanto Ca, Fe, Zn e Cu foram limitantes independentes do sistema de manejo. O K foi o principal nutriente limitante da produtividade da cana não adubada. O SPD de cana sobre leguminosas proporcionou maiores teores foliares de N e K, além de aumentar em 27, 32 e 37%, respectivamente, o número, o diâmetro e a produtividade de colmos em relação à cana de PC. A cana-de-açúcar em SPD sobre palhada de leguminosas garante, além de ser mais produtiva, maior preservação do ambiente devido à colheita da cana sem prévia queimada. 5 - Plantio da Cana convencional
  • 17. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 17 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Para a implantação de um canavial, deve-se fazer, inicialmente, o planejamento da área, realizando um levantamento topográfico. Nos locais de plantio é feito um trabalho de engenharia, conhecido como sistematização do terreno, no qual subdivide-se a área em talhões e aloca-se os carreadores principais e secundários. Atualmente, busca-se obter talhões planos mantendo linhas de cana com grande comprimento para evitar manobras das máquinas, otimizando operações mecanizadas. Em geral, os talhões de cana são subdivididos quanto à topografia e homogeneidade do solo e apresentam, em média, entre dez e 20 hectares. Os princípios de conservação do solo e a execução de terraços devem orientar todo o planejamento da sistematização do terreno. Antes do plantio, é necessário, também, planejar o plantio das mudas ou buscar no mercado um fornecedor idôneo. O plantio da cana pode ser efetuado
  • 18. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 18 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento manualmente ou mecanicamente. O plantio compreende, basicamente, três etapas principais:  Corte de mudas;  Distribuição no sulco;  Corte dos colmos em pedaços menores, dentro do sulco;  Cobertura. Porém, antes de realizar a distribuição das mudas nos talhões, muitas variáveis devem ser levadas em consideração, como: Amostragem do solo para fins de fertilidade Assim que terminar a sistematização do terreno, o produtor deve coletar amostra de solo em cada talhão para análise com vistas às operações de correção do solo e adubação. Escolha a Variedade e formação de mudas sadias É muito importante que, antes do plantio, o produtor escolha a variedade de cana muda, que se adapta às características do local onde sua propriedade está estabelecida, com o objetivo de melhorar o aproveitamento dos recursos naturais e, consequentemente, aumentar a produtividade. Daí a importância de certificar-se se a Cana muda escolhida, é resistente às principais moléstias que podem ocorrer em canaviais. Após a escolha da variedade, é importante, ainda, que o produtor verifique a procedência das mudas escolhidas, se são sadias e se realmente são da variedade escolhida. Primeiramente é feito uma averiguação do índice de maturação (IM) nos canteiros de mudas, onde IM= brix da ponta do colmo/Brix da base do colmo, possibilitando a determinação do estágio de maturação ideal para plantio (Tabela 2). Outros fatores devem ser levados em consideração, tais como: idade da cana, fitossanidade, variedade, época do ano, condições edafoclimáticas do local a ser plantado. Épocas de plantio A escolha adequada da época de plantio é fundamental para o bom desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, que necessita de condições climáticas ideais para se desenvolver e acumular
  • 19. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 19 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento açúcar. Para seu crescimento, a cana necessita de alta disponibilidade de água, temperaturas elevadas e alto índice de radiação solar. A cultura pode ser plantada em três épocas diferentes: sistema de ano-e-meio, sistema de ano e plantio de inverno. Sistema de ano-e-meio (cana de 18 meses): A cana-de-açúcar é plantada entre os meses de janeiro e março. Nos primeiros três meses, a planta inicia seu desenvolvimento e, com a chegada da seca e do inverno, o crescimento passa a ser muito lento durante cinco meses (abril a agosto), vegetando nos sete meses subsequentes (setembro a abril), para, então, amadurecer nos meses seguintes, até completar 16 a 18 meses. Este período (janeiro a março) é considerado ideal para o plantio da cana- de-açúcar, pois apresenta boas condições de temperatura e umidade, garantindo o desenvolvimento das gemas. Essa condição possibilita a brotação rápida, reduzindo a incidência de doenças nos toletes.Sistema de ano (cana de 12 meses): Em algumas regiões, a cana-de-açúcar pode ser plantada no período de outubro a novembro. Esse sistema de plantio precisa ser utilizado de forma restrita, pois apresenta as seguintes vantagens e desvantagens: Vantagens  Quando se tem grandes áreas para plantio, uma segunda época de plantio facilita o gerenciamento e otimiza a utilização de máquinas e de mão-de-obra, que ficam subdivididas entre o período de plantio de cana de ano-e-meio e cana de ano. Desvantagens  Menor produtividade que a cana de 18 meses, uma vez que a cana de ano tem apenas sete ou oito meses de crescimento efetivo (um verão);  O preparo do solo para o plantio da cana de ano pode ser dificultado, uma vez que há pouco tempo para o preparo, incorporação do calcário e de outros corretivos etc. Logo após a colheita anterior é necessário arrancar as soqueiras para um novo plantio. Com o início da estação chuvosa, ocorrem poucos dias úteis para operações agrícolas e, se a área de plantio for muito grande, é necessária elevada quantidade de mão-de-obra nesse período;  Em algumas situações e para variedades floríferas, a utilização de inibidores de florescimento pode ser necessária. Plantio de inverno Com o uso da torta de filtro que contém cerca de 70 a 80% de umidade, aplicada no sulco de plantio, é possível plantar a cana-de-açúcar mesmo no período de estiagem. A torta fornece a umidade necessária para a brotação. Se ainda for feita uma fertirrigação com vinhaça, ou mesmo irrigação, o plantio da cana pode ocorrer praticamente o ano todo. Espaçamento e profundidade
  • 20. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 20 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Escolher um espaçamento adequado é de fundamental importância, já que possibilita a otimização de atividades como o uso intensivo de máquinas e colheita.O espaçamento adequado contribui para o aumento da produção, pois interfere favoravelmente na disponibilização de recursos como luz, água e temperatura – variáveis consideradas determinantes para que haja aumento de produção. O espaçamento do plantio deve variar de acordo com a fertilidade do terreno e as características da variedade recomendada. No caso da cana-de-açúcar, o espaçamento entre sulcos pode variar de um metro a 1,8 metro, com as seguintes recomendações:  A profundidade do sulco deve variar entre 20 e 30 centímetros;  Em solos arenosos, espaçamentos mais estreitos como 1 metro ou 1,20 metro são mais indicados, pois permitem que o fechamento da entrelinha ocorra mais rapidamente, facilitando o controle do mato. Se a colheita for mecanizada, o espaçamento deve ser de ao menos 1,5 metro para evitar o pisoteamento e a compactação das linhas de cana pelas rodas das máquinas. Em solos férteis, o espaçamento mais comum é de 1,5 metro; - Espaçamento uniforme: quando a distância entre os sulcos de plantio é constante (sem falhas) em toda a área plantada; - Espaçamento combinado: quando num mesmo talhão combinam-se faixas de espaçamento uniforme com faixas de espaçamento alternado, a fim de propiciar condições para o controle do tráfego. Para a cultura da cana é comum o chamado espaçamento abacaxi, onde duas linhas de cana são plantadas a 0,90 centímetros de distância uma da outra, com espaçamento da entrelinha de 1,60 metro, num total de 1,80 metro. Existe, também, o plantio com sulcos largos. Neste caso, o sulcador faz o sulco com base larga, permitindo o plantio de mudas para formar uma linha dupla. O espaçamento total é também de 2,50 metro. Quantidade necessária de mudas: A quantidade necessária de mudas varia entre 10 e 15 toneladas por hectare. Quando a época de plantio é adequada e a qualidade da muda está excelente, pode-se optar por menores quantidades de mudas. As mudas são canas jovens, com oito a dez meses, plantadas em condições ótimas, bem fertilizadas, com controle de pragas e doenças. É necessária a distribuição de ao menos 12 gemas por metro de sulco. Para o plantio em épocas de estiagem, é necessário dar preferência para densidade de 15 a 18 gemas por metro. Operação de plantio : Uma vez seguidas todas as recomendações de preparo da área que irá receber as mudas, devem-se fazer o plantio. Como a cana-de-açúcar é uma cultura semi-perene, o plantio é a ocasião de preparar o solo criteriosamente para o cultivo da cana que ocorrerá nos cinco ou seis anos subsequentes. É a oportunidade de aplicar calcário e incorporá-lo e controlar pragas como cupins, migdolus e plantas daninhas.
  • 21. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 21 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento 6-Sistema de produção de mudas – Meiose Neste sistema, a produção de mudas (Figura 1) ocorre no próprio local onde se pretende instalar o canavial. Após o preparo do terreno, sulca-se duas linhas de cana e deixa-se oito sem sulcar, as quais podem ser utilizadas para um cultivo intercalar. Aos oito meses, as duas linhas de cana serão suficientes para completar as oito linhas remanescentes. As vantagens são a inexistência do transporte das mudas para o local de plantio e, também, não é necessário dispor de terreno para o viveiro. 7-Plantio mecanizado A mecanização é uma tendência no cultivo da cana-de-açúcar. As grandes extensões de plantio e o período curto com as condições ótimas de clima, além da economia em mão-de-obra têm sido as
  • 22. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 22 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento causas da mecanização das operações de plantio.Existem plantadoras semimecanizado, da qual dois trabalhadores sentados sobre a carroceria do veículo vão direcionando as mudas para o sistema de corte e distribuição da máquina. No plantio totalmente mecanizado, as mudas que alimentam a plantadora devem estar picadas e, por isso, são colhidas mecanicamente com colhedoras. Estas distribuem as mudas, o adubo e o inseticida, se for necessário. Existe um modelo de plantadora que possui, também, uma carreta para aplicação de torta de filtro no sulco. Com o auxílio de plantadoras, vários processos que antes eram realizados de forma manual, podem ser feitos com maior eficiência e rapidez. A mecanização do plantio exigiu desenvolvimento das técnicas para garantir eficiência e qualidade na operação. Um dos principais problemas já contornados é o ferimento das gemas pela colhedora, as falhas ocorridas por espaços onde as mudas não caíam da colhedora, cobertura malfeita, entre outros. Atualmente, não se verifica diferenças quanto à brotação dos talhões plantados manual ou mecanicamente. No entanto, existem avaliações com algumas máquinas plantadoras, em que todas elas lançam as mudas na forma de colmos inteiros, mostrando que o sistema convencional de plantio (manual) apresenta uma melhor uniformidade de distribuição dos colmos nos sulcos, enquanto o mecanizado apresenta uma tendência de menor danificação das mudas. Algumas comparações entre os plantios manual e mecanizado podem ser visualizadas na Tabela 1 Tabela 1. Comparação entre o plantio manual e o mecânico.
  • 23. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 23 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Diversos fatores influenciam o plantio mecanizado, como:  Variedade da cana;  Idade da muda;  Tamanho do tolete;  Temperatura;  Umidade;  Preparo do solo;  Terra sobre a muda;  Tempo de exposição;  Distância da muda;  Relevo da área;  Posicionamento do talhão;  Colhedora;  Transbordo e plantadora, entre outros. 8-Corte de Cana Inicialmente, o trabalhador corta o material sem interesse para a usina, o que ocorre no caso da colheita da cana-crua (Figura 1). Porém, quando a cana-de-açúcar é queimada antes da colheita (Figura 2) e tem a sua palhada eliminada pela ação do fogo, não necessita que essa atividade seja efetuada pelos cortadores. Em seguida, o cortador faz o corte dos colmos da cana na altura basal e o corte dos ponteiros, lançando a cana cortada sobre o terreno para a formação dos leitos.
  • 24. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 24 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Fig. 1. Corte manual de cana crua. Foto: Raffaella Rossetto. Fig. 2. Corte manual de cana queimada. Foto: Raffaella Rossetto A forma como os colmos cortados serão organizados sobre o terreno irá depender do modo de carregamento efetuado na propriedade. A capacidade de corte de um trabalhador que atua nessa atividade varia de cinco toneladas por dia, em casos em que a cana é previamente queimada, a 2,5 toneladas por dia, no caso da cana-crua. Além dessa condição inicial da cana, queimada ou não, outro fator que influi no rendimento dos cortadores é o porte da cana que está sendo colhida. Plantas eretas costumam facilitar a atividade, enquanto as acamadas tornam o trabalho mais difícil, diminuindo o rendimento. Corte mecanizado: Estima-se que o corte mecanizado proporcione redução de cerca de 20% dos custos de produção, quando comparado com o corte manual. Entretanto, o corte mecanizado no Brasil ainda precisa ser aprimorado, pois as máquinas nacionais utilizadas nessa atividade ainda são, em sua maioria, precárias, apresentando baixo rendimento e necessitando frequentemente de manutenção. O acamamento da cana também pode ser encarado como um problema para propriedades que se utilizam do corte mecanizado, uma vez que nessas condições as máquinas apresentam baixo rendimento. Para que
  • 25. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 25 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento haja uma elevada eficiência do corte mecanizado, o produtor deve associar ao seu cultivo características como menor densidade de colmos na linha de cultivo, alta produtividade, além do não acamamento da planta . É uma tarefa árdua unir as duas primeiras características, mas alguns estudos revelam que uma variação do espaçamento não altera significativamente a produção. Atualmente, em áreas onde é feito o corte mecanizado da cana-de-açúcar, o espaçamento entre linhas é calculado conforme a largura do eixo da colhedora, para que as rodas da máquina não esmaguem as soqueiras e prejudiquem a realização do próximo corte. Para o corte mecanizado eficiente é necessário que o produtor atente para o peso dos colmos e não para o número de perfilhos. Quanto menor o número de perfilhos (Tabela 2), menos colmos a máquina irá cortar, podendo ocorrer menor desgaste. Se os colmos tiverem peso elevado, a produção não será comprometida, mesmo com baixo perfilhamen Tabela 2. Média do número de perfilho de três variedades de cana-de-açúcar para três épocas de corte (julho, agosto e setembro de 1993). Fonte: Balsalobre et al. (1999). Outro fator que deve ser considerado para o corte mecanizado é a altura e diâmetro dos colmos, pois colmos maiores apresentam maior tendência ao acamamento, diminuindo o rendimento das máquinas. Ou seja, a altura do colmo apresenta correlação negativa com o seu diâmetro (Tabela 3).
  • 26. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 26 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Tabela 3. Características agronômicas de três variedades de cana-de-açúcar cortada aos 300 dias de crescimento, em relação ao plantio em dois espaçamentos entre linhas. Fonte: Balsalobre et al. (1999). O corte mecanizado pode reduzir a longevidade da cana-de-açúcar, pois algumas máquinas não possuem o corte eficiente, podendo chegar a cortar próximo a 50 centímetros acima da superfície do solo (geralmente o corte eficiente está por volta dos 20 centímetros). Portanto, durante o cultivo é necessário que o relevo da área seja uniformizado, facilitando, assim, o corte dos colmos. Cortar a cana em alturas elevadas pode trazer prejuízos de diversas naturezas, como o desperdício deixado pelo toco no campo (Figura 3) e a diminuição do perfilhamento. Estudos revelam que o corte mecanizado pode gerar perdas de cerca de 0,8 toneladas por hectare. Para que esse prejuízo seja minimizado, recomenda-se a colheita manual dos tocos. Em canaviais onde essa prática foi adotada chegou-se a colher cerca de oito toneladas de cana. O corte dos ponteiros também é muito importante (Figura 4), pois assim pode-se obter uma cana de melhor qualidade e com menos palha para a indústria, e não comprometeria o rendimento da moagem da cana. Fig. 3. Desperdício de cana devido à colheita incorreta. Foto: Daniel Nassif. Fig. 4. Colheita mecanizada sem utilização do despontador. Foto: Daniel Nassif.
  • 27. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 27 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento 9-Carregamento O carregamento é uma etapa que liga a colheita da cana à sua acomodação final nos caminhões que fazem o transporte até a usina. Essa etapa utiliza a circulação de veículos mais leves do que os treminhões dentro da lavoura, evitando, assim, a compactação do solo e aumentando a agilidade desse processo. Os sistemas de carregamento da cana-de-açúcar podem ser manuais e mecanizados: Carregamento manual: pouco utilizado, esse tipo de carregamento ocorre em situações em que se tem um relevo bastante acentuado. Geralmente, o carreador fica em local de desnível em relação ao talhão. Neste caso, coloca-se uma prancha de madeira que possibilita o acesso do carregador até a caçamba do veículo de transporte da cana-de-açúcar. Em outras situações, o carregamento manual é realizado quando o transporte ocorre por meio de carro-de-boi. Carregamento mecanizado: carregamento que se tornou comum no Brasil na década de 1950, na região Centro-Sul, com a utilização de máquinas importadas. Atualmente, quando a propriedade apresenta relevo adequado e a dimensão justifica o uso de máquinas, a colheita mecanizada se faz presente em todas as regiões produtoras. Muitos fatores podem influenciar na quantidade de matéria estranha arrastada por meio do carregamento mecanizado da cana-de-açúcar, entre os quais: Qualidade da queima: Em canaviais em que a queima não ocorreu de forma eficiente, é grande a quantidade de folhas não queimadas, que na colheita mecanizada são levadas juntamente com os colmos, aumentando a quantidade de matéria estranha no carregamento. No corte manual essas folhas geralmente são retiradas. Umidade e granulometria do solo: Quanto mais argiloso e úmido se encontra o solo, maior é a possibilidade de aumento do índice de matéria estranha no carregamento de cana. O solo úmido se adere facilmente aos colmos no momento da rolagem desses pelo terreno, que ocorre durante a ação da máquina. O solo úmido também se adere facilmente ao rastelo que está efetuando o carregamento, indo juntamente com a cana colhida para a caçamba, aumentando o percentual de matéria estranha. Disposição dos colmos cortados: Quando os colmos estão dispostos em montes ou esteiras de modo organizado, geralmente, a quantidade de material estranho é menor, pois as movimentações das máquinas ocorrem com menos frequência. Tipos de rastelo e garra: Rastelos com dispositivos hidráulicos que limitam a sua penetração no terreno (acompanhando o relevo do solo), e garras que também possuem esse dispositivo limitando o seu fechamento, geralmente carregam menor quantidade de material estranho junto aos colmos. Habilidade do operador: Quanto mais experiente o operador, menor será a quantidade de material estranho presente no carregamento. Independente da classificação, os sistemas de corte e carregamento são geralmente identificados pela forma em que a cana é recebida na indústria: cana inteira ou picada.
  • 28. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 28 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento É importante ressaltar aqui a definição de frentes de corte. A cana-de-açúcar que chega à usina vem de pontos diferentes e é trabalhada por uma equipe denominada frente de corte, que opera com equipamentos diferentes conforme o tipo de cana (corte manual ou colheita mecanizada). A quantidade de frentes de corte depende da capacidade de moagem da usina, da distribuição geográfica e do tamanho das fazendas, entre outros fatores. Frentes de cana inteira A colheita mecânica comercial de cana inteira não é muito utilizada, atualmente. Portanto, quando uma frente é identificada como sendo de cana inteira, entende-se que o sistema seja semi- mecanizado, ou seja, com corte manual e carregamento mecânico. Os caminhões chegam até a frente de cana inteira e se dirigem ao ponto de engate e desengate onde fazem o desprendimento de suas carretas (Romeu e Julieta e treminhão), que são, então, atreladas aos tratores-reboque. Na sequência, os caminhões desengatados e os tratores com as carretas acopladas dirigem-se para alguma carregadora dentro da área de colheita. A escolha se dá em função da carregadora que estiver mais livre. As carregadoras permanecem paradas junto à cana disposta em montes ou esteirada. O caminhão ou o trator é posicionado ao lado da carregadora, que se movimenta, coletando a cana com suas garras e depositando o feixe na carroceria do caminhão ou reboque (Figura 1). Fig. 1. Coleta de cana inteira com motocana. Foto: Paulo Magalhães. Após a conclusão da carga, os caminhões e os tratores-reboque puxando as carretas dirigem-se ao ponto de engate e desengate, onde as carretas são desprendidas dos tratores, que seguem para atrelar alguma carreta vazia ou simplesmente aguardam a sua chegada. As carretas carregadas se prendem aos caminhões para formar, novamente, a composição de transporte completa (Romeu e Julieta e treminhão). Após a montagem do caminhão, é feito o acerto de carga, quando as pontas das canas são aparadas rente à carroceria, além da amarração da carga. Realizado esse processo, o caminhão retorna à usina.
  • 29. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 29 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Frentes de cana picada Nos sistemas de cana inteira, os caminhões se desprendem das carretas e os equipamentos entram na área de colheita. Sistemas mais modernos utilizam transbordos, implemento que possui uma caçamba atrelada ao trator, e que possibilita transferir a cana recebida da colhedora para os caminhões. Nesse sistema, além de possibilitar ao caminhão trazer uma carga maior por viagem, dada a possibilidade de aumentar a sua carroceria, os caminhões não entram na área de colheita, o que reduz a ocorrência de compactação do solo. Nesse sistema, os caminhões de cana picada chegam primeiro e permanecem estacionados em uma área denominada malhador. Os tratores rebocando os transbordos - normalmente duas unidades - vêm até os caminhões, acionam os pistões hidráulicos e a carroceria dos transbordos se eleva, transferindo a carga para os caminhões. Após a transferência, os tratores se dirigem para as colhedoras, que permanecem no interior da área de colheita. A colhedora realiza seqüencialmente o corte, a picação e a limpeza da cana, conduzindo- a para os transbordos. Após a conclusão da carga (Figura 2), os tratores se dirigem novamente ao malhador e transferem a cana para os caminhões (Figura 3), fechando, assim, o ciclo operacional. Quando a carga dos caminhões é finalizada, estes se dirigem para a usina. Fig. 2. Carregamento de cana picada. Foto: Patrícia Lopes. Fig. 3. Tranferência de cana picada para o caminhão. Foto: Patrícia Lopes. A colheita com cana crua está cada vez mais presente no sistema de produção da cana-de-açúcar no Brasil. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de sistemas de colheita e manejo da cana crua com e sem incorporação da palhada e cana queimada nos atributos físicos do solo e na produção de colmos em cana-de-açúcar cultivada em um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico. Os tratamentos foram cana-de-açúcar com queima e corte manual; cana-de-açúcar sem queima e corte mecanizado, com incorporação da palha triturada até 0,30 m; e cana-de-açúcar sem queima e corte mecanizado, sem incorporação da palha triturada. Foram determinadas a composição granulométrica, matéria orgânica, estabilidade de agregados, densidade e porosidade do solo nas profundidades de 0,0–0,1, 0,1–0,2 e 0,2–0,3 m e resistência do solo à penetração e teor de água no solo nas profundidades de
  • 30. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 30 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento 0,0–0,1, 0,1–0,2, 0,2–0,3 e 0,3–0,4 m. No sistema de cana crua com incorporação da palhada, a maior produção de colmos foi alcançada, além de maiores valores de matéria orgânica, estabilidade de agregados, macroporosidade e teor de água no solo e menores valores de resistência do solo à penetração e densidade do solo, comparado ao sistema cana crua sem incorporação da palhada e cana queimada. 10-Planejamento da colheita O planejamento da colheita da cana-de-açúcar tem como objetivo otimizar todas as práticas referentes a esta atividade, possibilitando que o investimento realizado durante o cultivo seja recompensado, trazendo dividendos ao produtor. Durante a colheita podem ocorrer muitas adversidades de ordem climática, social e administrativa. Entretanto, o planejamento deverá conter alternativas que previnam e contornem a situação sem trazer graves prejuízos para o produtor. A cana deve ser colhida com o máximo teor de açúcar possível. A colheita deve ser planejada para ocorrer no período de pico de maturação da cultura, que varia de acordo com o sistema de cultivo adotado, variedade, região de cultivo, além de outros fatores. O sistema de produção adotado pode ser de 12, 18 meses ou ambos, em proporções específicas, sendo que este é fator de grande influência no planejamento do corte, estando diretamente ligado ao planejamento do plantio. Variedades com baixa intensidade de florescimento e longo período útil de industrialização facilitam o manejo e o planejamento do corte. É preciso considerar ainda as previsões climáticas para cada fase do período de safra, a fim de que se possa programar as retiradas de canas de áreas com relevo acidentado ou sujeitas a problemas de umidade excessiva. As épocas de colheita da cana são entre os meses de abril e novembro, para a Região Centro-Sul, e entre novembro e abril, para a Região Nordeste. Algumas técnicas podem facilitar o planejamento da colheita, entre as quais: irrigação, maturadores, queima, corte, transporte da cana, etc. Processo de colheita Os processos convencionais de colheita manual ou mecânica, com ou sem queima prévia, visam apenas o aproveitamento dos colmos e estão constituídos de uma seqüência de operações simples que incluem o corte da base, do ponteiro e a picagem ou enleiramento dos colmos. Em ambos os casos, o aproveitamento da palha não faz parte do processo de colheita.
  • 31. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 31 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento No caso de colheita de cana crua sem queima prévia, a palha é separada dos colmos, mesmo que parcialmente, e deixada no campo para servir de proteção ao solo e raramente é aproveitada, mesmo que parcialmente, para outro fim. No caso do corte manual, a colheita sem queima prévia dificulta o trabalho do cortador e reduz a quantidade de cana a ser colhida, o que inviabiliza economicamente a operação. Sistema de colheita mecânico As colhedoras disponíveis no Brasil apresentam, em sua maioria, as mesmas características, mas com pequenas variações, dependendo do fabricante, quanto ao sistema de alimentação ou transporte do material no interior da colhedora. Estão listadas, abaixo, as principais características destas colhedoras (Figura 1):  São autopropelidas, com sistemas hidrostáticos e mecânicos para seu deslocamento;  Dispõem de mecanismo para separar as linhas e para levantar a cana deitada transversalmente. Com o avanço da colhedora, este mecanismo deita os colmos no sentido do eixo longitudinal da máquina para tornar viável o processo de alimentação, depois do corte da base;  Eliminador de ponteiros, situado na parte frontal superior da máquina;  Mecanismo de corte de base: dois discos de aproximadamente 700 milímetros de diâmetro, com altura de corte controlada pelo operador, que têm a função de cortar os colmos em sua base, cerca de dez a 20 milímetros acima do nível do solo;  Transportador de rolos com duas funções: transportar os colmos até o sistema de picagem e eliminar o grande volume de solo alimentado pelo cortador de base;  Picador de colmo com capacidade de cortar 95 % dos colmos entre 230 e 350 milímetros;  Sistemas de limpeza composto pelo extrator principal, localizado logo após a picagem dos colmos, responsável por 90% do processo de limpeza (separação dos colmos das impurezas vegetais) e pelo extrator secundário situado no extremo superior da esteira transportadora, antes do produto colhido ser lançado ao veículo de transbordo;  Esteiras transportadoras, capazes de girar em ângulo de 180º, permitindo que a colhedora possa cortar sempre o mesmo lado do talhão.
  • 32. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 32 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Fig. 1. Esquema de uma colhedora de cana. Foto: Paulo Magalhães. Sistemas de carregamento e transporte Semimecanizado Após o enleiramento da cana colhida manualmente de cinco ou sete ruas, a matéria-prima é recolhida por carregadoras (Figura 2) e colocada em caminhões. Fig. 2. Carregadora de cana. Foto: Efraim Albrecht Neto. Existe uma grande variedade de carregadoras, sendo que a maioria é montada sobre tratores modificados especialmente para receber este equipamento. Existem, ainda, carregadoras especialmente projetadas para este fim, como os triciclo autopropelidos, utilizadas em regiões de grande declividade. O transporte da carga até a usina é realizado por caminhões simples, com duas caçambas (Romeu e Julita) (Figura 3), três caçambas (treminhão) ou até mais. A descarga no pátio da usina é realizada no hilo convencional, no qual a cana pode ou não ser lavada, dependendo da usina.
  • 33. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 33 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Fig. 3. Caminhão Romeu e Julieta. Foto: Paulo Magalhães. Mecanizado Nos sistemas mecanizados de colheita (Figura 4), toda a cana que passa pela colhedora é lançada no veículo de transbordo, um implemento tracionado geralmente por tratores, cuja função é retirar a matéria-prima colhida de dentro do talhão e transbordá-la aos caminhões, que a transportarão à usina. Os caminhões que realizam o transporte da cana colhida mecanicamente têm uma caçamba diferente da que é utilizada nos sistemas semimecanizados, pois transportam cana picada. A denominação quanto ao número de caçambas é o mesmo utilizado no sistema semimecanizado. O hilo de descarga de cana picada também é diferente do utilizado com cana inteira, pois necessita tombar a caçamba do caminhão. Neste caso, a cana nunca é lavada. Fig. 4. Colheita mecanizada. Foto: Paulo Magalhães.
  • 34. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 34 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento 11- Logística de descarga de cana inteira e picada de uma usina de cana de açúcar Os sistemas logísticos são fundamentais para melhorar a eficiência operacional de usinas de cana de açúcar. Este trabalho apresenta um estudo de caso no sistema logístico de descarga de cana inteira e picada em uma importante usina da Região de Ribeirão Preto, a Usina São Martinho. O objetivo é analisar o processo de descarga e propor alternativas para melhorar sua gestão. É mostrado que a política operacional escolhida pode proporcionar redução das filas de caminhões no sistema de descarga e, desta maneira, proporcionar aumento da quantidade de cana descarregada por período de tempo e a redução da frota necessária para o transporte de cana do campo até a usina. Devido às diversas fontes de incerteza e à complexidade operacional deste sistema, o método aplicado para comparar e analisar as alternativas é baseado em técnicas de simulação, utilizando o software. Devido a diversas fontes de incerteza no sistema de suprimento, é comum em muitas usinas um descompasso entre a chegada de cana do campo e sua moagem ao longo do dia, resultando na formação de grandes filas de espera de veículos transportadores nos pátios de descarga, ou seja, altos níveis de estoque de cana e baixos níveis de utilização destes veículos. Idealmente o sistema de descarga deve operar com o fluxo de cana transportada do campo à usina, tal que permita uma alimentação uniforme das moendas. Se tal situação não ocorre, pode haver paradas nas moendas, o que é altamente prejudicial para a usina. No entanto, deixar a moenda funcionando com uma quantidade de cana descarregada insuficiente para alimentá-la, pode implicar em desperdícios de energia e aumento de custos. Por outro lado, a ociosidade de caminhões no pátio também é motivo de grande preocupação, pelo alto custo de investimentos, mão-de-obra e combustível, além da falta que estes caminhões fazem no campo, pois se não houver caminhões vazios disponíveis para receber na frente de colheita a cana colhida, cria-se uma ociosidade no campo, envolvendo máquinas e operários.
  • 35. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 35 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento 12-Máquinas e implementos As características das máquinas e implementos utilizados na cultura da cana-de-açúcar variam de acordo com o sistema de plantio, cultivo e colheita adotados. Os sistemas utilizados no Brasil podem ser divididos em semimecanizado e mecanizado, variando entre eles a quantidade de trabalhadores, máquinas e implementos empregados. Não existe praticamente nenhum sistema totalmente manual em nenhuma das etapas da produção de cana. O sistema semimecanizado combina o emprego de operações realizadas manualmente com máquinas. Assim, no plantio toda a operação de erradicação da soqueira e preparo do solo - subsolagem, gradagem e sulcação - é realizada mecanicamente. Já a retirada das mudas do caminhão e seu seccionamento (picagem) são feitos manualmente. Em alguns casos, dependendo do relevo, a cobertura e adubação também são manuais, mas na maioria das vezes esta operação é realizada por máquinas. As operações de corte e enleiramento da cana, durante a colheita com sistemas semimecanizados, são realizadas manualmente, enquanto as operações de carregamento e transporte são feitas por máquinas. Os sistemas semimecanizados, com certo grau de variação dependendo da região do País, são ainda amplamente utilizados e representam, atualmente, mais de 60% de toda a área plantada. O sistema mecanizado emprega em todas as suas operações máquinas e equipamentos desenvolvidos especialmente para a cultura de cana. Para o plantio, por exemplo, existem vários tipos de equipamentos, sendo que os mais simples apenas picam as mudas e fazem sua distribuição no sulco, empregando, geralmente, um maior número de pessoas para realizar a alimentação das bicas. São implementos tracionados por trator e máquinas autopropelidas, que fazem desde a abertura do sulco até a distribuição das mudas, adubação e cobertura do sulco em uma única operação. Nos sistemas mecanizados de colheita, todas as operações de corte, carregamento e transporte são realizados por máquinas. A adoção do sistema mecanizado de plantio ou de colheita necessita de reformulação de todas as práticas culturais para adaptar as lavouras para esse sistema. A maioria das novas usinas que estão sendo instaladas no Brasil optou por adotar os sistemas mecanizados de plantio e de colheita. As demais usinas ainda empregam combinação destes sistemas, em maior ou menor porcentagem, dependendo da região, declividade do terreno, disponibilidade de mão-de-obra e capacidade de investimento.
  • 36. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 36 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento 13-Cultivo Mínimo A técnica de cultivo mínimo consiste em um preparo mínimo do solo: a soqueira da cana-de-açúcar é eliminada com o uso de herbicida e, em seguida, é feita a sulcação do solo para o novo plantio, nas entrelinhas e linhas antigas. Para a cana-de-açúcar, que permanece no mesmo local por vários anos sem que haja movimentação do solo (cana-planta e soqueiras), é praticamente imprescindível que se faça a subsolagem. Este tipo de preparo do solo é indicado para locais onde não se verifica forte compactação, problemas com barreiras químicas, que necessitariam de calagem e gessagem, ou a existência de pragas de solo. A subsolagem com hastes a 40 centímetros de profundidade é eficaz para romper a compactação, sobretudo onde a situação não é tão crítica. Seria indicada, também, para áreas mais declivosas, onde os problemas de erosão são mais críticos. Bons resultados têm sido obtidos com a subsolagem feita na linha do sulcador, com o uso de um implemento conhecido como "beija-flor". A técnica proporciona melhores condições de descompactação no sulco, permitindo melhor desenvolvimento radicular, além de possibilitar que o sulco fique mais raso, facilitar a operação de nivelamento da cana-planta e favorecer a colheita mecanizada. É possível, também, incorporar um subsolador na haste do sulcador, visando quebrar a camada superficial compactada. A Cooperativa de Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (Copersucar) desenvolveu, também, o sulcador-subsolador-destorroador, que efetua, simultaneamente, as operações de subsolagem, sulcação e destorroamento através da enxada rotativa, permitindo uma boa brotação da muda. Existe outro implemento, chamado sulcador Rossetti, semelhante ao modelo da Copersucar, que se diferencia deste por possuir a enxada rotativa situada atrás da haste e internamente, entre as asas do sulcador. As vantagens do cultivo mínimo em relação ao tradicional são:  Possibilidade de plantio em épocas chuvosas, o que pode significar a antecipação do plantio em até alguns meses;  Utilização mais intensa da área de plantio, já que o intervalo entre a colheita e o replantio é menor;  Redução da erosão;  Redução do uso de máquinas, implementos e combustível;  Controle de plantas daninhas, como a tiririca e a grama-seda.
  • 37. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 37 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Algumas plantas daninhas são favorecidas pelo novo sistema de cultivo, a exemplo das cordas de viola.Outra prática interessante é o cultivo mínimo da cana, após o plantio de uma cultura em rotação nas áreas de reforma do canavial. Após a erradicação da soqueira, em setembro, faz-se o preparo do solo através de uma grade leve. Se necessário, faz-se uma subsolagem e, posteriomente, a sulcação para o plantio da cultura em rotação. São utilizadas as culturas da soja, amendoim, girassol, crotolária, mucuna e outros adubos verdes. No final de março ou início de abril, a cultura em rotação já estará colhida e, então, procede-se ao plantio da cana através da sulcação sobre a palhada da cultura plantada (soja, crotolária etc). É interessante utilizar uma planta leguminosa como cultura em rotação para incorporar o nitrogênio biologicamente fixado. 14- Práticas de conservação do solo A importância da conservação dos solos; Erosão eólea; Erosão hpidrica; Erosão laminar; Erosão em sulcos; Erosão em voçorocas; Clima; Tipo e manejo de solo; Topografia; Cobertura vegetal; Ajustamento da área à sua capacidade de uso; Destoca de novas novas áreas e enleiramento em nível; Rotação de culturas; Consorciação de culturas; Faixas de vegetação pemanentes; Alternância de capinas; Cultura de produção e adubação verde; Plantio em nível; Terraceamento; Tipos de terraços; Canais escoadouros; Naturais; Artificiais; Dimensionamento dos terraços; Construção dos
  • 38. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 38 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento terraços; declividade dos terraços Tipo Nichols; Tipo Mangum; Manutenção dos terraços; Controle de vaçorocas O terraceamento como uma das práticas conservacionistas para a captação de água; Tipos de terraços e modo de construção; Classificação dos Terraços; Quanto à função; Quanto à construção tipo Nichols; Tipo Mangum; Quanto à faixa de movimentação da terra; Terraços de Base larga: etapas de construção; Manutenção dos terraços de base larga; Sistema convencional versus sistema de plantio direto; Terraceamento em solos de textura arenosa; Considerações Finais. Fonte: Implementos Agrícolas, 2015.
  • 39. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 39 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento 15-Agricultura de precisão A agricultura de precisão é uma nova forma de gestão ou gerenciamento da produção agrícola. É um elenco de tecnologias e procedimentos utilizados para que as lavouras e os sistemas de produção sejam otimizados, tendo como elemento chave o gerenciamento da viabilidade espacial da produção e dos fatores nela envolvidos. As técnicas agrícolas convencionais preconizam que a adição de insumos deve ser realizada de maneira uniforme. Quando o adubo é adicionado no solo, a mesma formulação é utilizada em toda a propriedade rural, sem que as particularidades físico-químicas de cada área sejam levadas em consideração. Essa prática resolve somente as limitações da propriedade no que diz respeito à disponibilização de nutrientes para a cultura, podendo contaminar a água e o solo, além de provocar prejuízos financeiros causados pelo uso excessivo de insumos agrícolas. Entretanto, é importante enfatizar que nem sempre o solo de uma propriedade agrícola apresenta uma composição uniforme. O terreno pode apresentar áreas de diferentes características físico- químicas e necessitar de quantidades diferenciadas de insumo. A conscientização social sobre a necessidade de preservar o meio ambiente e a demanda de otimização de recursos para produzir alimentos mais competitivos favorecem o desenvolvimento de novos métodos para conduzir a propriedade agrícola. Nesse contexto, a agricultura de precisão - conjunto de técnicas que permitem o gerenciamento localizado dos cultivos - desponta como promessa no cenário brasileiro. O Sistema de Posicionamento Global (GPS), Sistema de Informações Geográficas (GIS) e máquinas de aplicação localizada de insumos a taxas variáveis são algumas das ferramentas que tratam, especificamente, cada ponto da propriedade agrícola. Para essa tarefa, cada particularidade do solo é considerada. O resultado é a otimização dos gastos da produção agrícola. Surgimento A idéia de agricultura de precisão surgiu antes mesmo do período da Revolução Industrial como uma técnica de tratar a cultura em busca do seu melhor rendimento, levando em conta os aspectos de localização, fertilidade do solo, entre outros fatores. Os fundamentos para a agricultura de precisão moderna, como conhecemos hoje, vem do início do século XX, porém somente na década de 1980, na Europa e nos EUA, com o desenvolvimento de microcomputadores, sensores e software sé que a agricultura de precisão se tornou viável para os produtores. Agricultura de precisão no Brasil Apesar da importância do Brasil no cenário agrícola, a agricultura de precisão brasileira ainda está em uma fase muito incipiente. Sua ampliação favorecerá o negócio agrícola nacional através da otimização dos investimentos de recursos na produção. Periodicamente, a Universidade de São Paulo (USP), por meio da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq) realiza simpósios de agricultura de precisão. Os eventos evidenciam a atual condição da agricultura de precisão no País e dão aos especialistas um rumo das metas futuras.
  • 40. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 40 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento As modificações na cadeia canavieira nacional certamente implicarão em uma expansão exponencial da agricultura de precisão. Entre esses aspectos, podem ser destacados:  a grande expansão da mecanização do cultivo da cana;  a exigência legal de redução da área queimada dos canaviais antes da colheita;  os inconvenientes no processo de produção gerados pela colheita da cana crua. Aliar a agricultura de precisão ao cultivo canavieiro manterá o Brasil como o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e, sem dúvida, contribuirá para diminuir os impactos ambientais. Ferramentas O uso de ferramentas adequadas da agricultura de precisão contribui para a diminuição de perdas na agricultura. Por meio de tais ferramentas de agricultura de precisão é possível obter dados provenientes da análise da propriedade subdividida em pequenas áreas (informações geográficas georreferenciadas), relativos a irrigação, propriedades físicas do solo, necessidade de aplicação de defensivos. Quanto mais subdividida a propriedade rural, mais útil será a informação georreferenciada. O controle das variáveis que influenciam o cultivo depende do maior detalhamento das informações. GPS O GPS é um equipamento que associa dados de latitude e longitude às subdivisões da propriedade agrícola. A informação do local exato viabiliza a intervenção gerencial necessária para sanar determinado problema. O equipamento possibilita à agricultura de precisão uma alta eficácia. A utilização do GPS tende a aumentar graças aos seus benefícios. O custo do equipamento varia conforme o modelo. GIS
  • 41. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 41 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento São softwares que manuseiam dados geográficos e estão disponíveis no mercado em diferentes níveis de capacidade - desde simples mostradores de mapas até integradores de informações de diferentes bases de dados. Todos os modelos decodificam informações geográficas em gráficos. Sistema de mapeamento de colheita Utilizado para gerar informações sobre produtividade, o sistema armazena dados mapeados durante a colheita. Técnica de taxas variáveis A análise dos dados apurados através dos mapas de produtividade permite que o agricultor regule a aplicação de adubos, sementes e corretivos, conforme a necessidade do solo. Também é possível adotar dados levantados por sensores que dispensam o georreferenciamento, mas incluem sistemas de análise da informação e comando, em tempo real, para cada local adentrado. Sensores remotos
  • 42. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 42 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento Esta técnica utiliza aviões e satélites para levantar dados. É um recurso valioso para a agricultura de precisão, mas que ainda precisa ser melhorado para fornecer dados mais precisos. Sensores de solo Eles fornecem dados de composição do solo, nitrogênio, compactação e salinidade. Como o pH e a quantidade de fósforo e potássio, esses fatores não podem ser apurados por sensores remotos. Agricultura de precisão e empregos rurais Apesar das discussões sobre o aumento do desemprego nas propriedades agrícolas como resultado da modernização das lavouras, a agricultura de precisão vislumbra para um farto mercado de manuseio e manutenção de equipamentos, desenvolvimento de novos produtos e ampliação do mercado já existente. Entretanto, essa nova estrutura demandará profissionais especializados. 16-Como Aplicar o Calcário no Solo com controlador e GPS Existe uma dúvida muito grande de qual a melhor maneira de aplicar o calcário. os solos brasileiros, em geral, são ácidos e pobres em nutrientes, daí a necessidade da prática da calagem. Qual a melhor maneira de aplicar o calcário: superficial, incorporado, junto com a adubação NPK, no momento do plantio, etc... São as questões colocadas pelos leitores quando se fala em calcário. Nós encontramos ou lavouras convencionais, ou exploradas no sistema de plantio direto (SPD), ou pastagens, ou solos degradados, ou horticultura e fruticultura. Portanto, uma variedade grande de modos de exploração econômica da terra, a existência de plantas de sistema radicular profundo ou superficial e árvores (frutíferas) com sistema radicular já desenvolvido que exige maiores cuidados para não prejudicar as raízes. Funcionamento do sistema RTK A Base RTK funciona parada em um ponto com alimentação de bateria e envia um sinal de
  • 43. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 43 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento correção do erro do GPS para o equipamento trabalhando em campo. O BOM É QUE NÃO HÁ LIMITES DE EQUIPAMENTOS QUE RECEBEM O SINAL DE CORREÇÃO AO REDOR DA BASE. Esta comunicação entre a base e o veículo em campo é realizada por sinal de rádio. Se por algum motivo o rádio do veículo perder a comunicação, o Piloto Automático continua o funcionamento com a mesma precisão por 15 min e, se ainda a perda do sinal persistir, o sistema troca para a correção SF1 ou SF2. Figura : ilustração da Base, satélite, RTK Precisão alcançada O GPS de alta precisão RTK trabalhando com o Piloto Automático proporciona uma precisão de 2,5 cm na maior parte do tempo*, podendo chegar a até 1 cm. * 95% do tempo. Por que usar o sistema RTK? Por que é a melhor precisão que existe, nenhuma outra tecnologia pode chegar a 1 cm de precisão!!! Esta precisão é necessária para várias atividades:  Como o plantio de algodão de dia e noite para colher depois com qualquer número de linhas.  Como na sulcação da cana, para aproveitar ao máximo o campo de produção e facilitando a colheita mecanizada.  Como na utilização de diversas máquinas ao mesmo tempo em uma frente de trabalho utilizando uma "correção extremamente precisa e grátis". 17- Correção e adubação O manejo da fertilidade do solo, envolvendo correção da acidez e adubação, é um fator determinante da produtividade das culturas. Entretanto, o emprego de fertilizantes e corretivos deve ser criterioso e equilibrado, considerando que o uso do solo deve ser feito de forma a manter sua fertilidade em equilíbrio com o meio ambiente. A cana-de-açúcar apresenta sistema radicular diferenciado de outras culturas, uma vez que, não havendo impedimentos físicos ou químicos, atinge camadas profundas do solo. Facilitar o
  • 44. MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO PAULO FRAZILIO GALVES 44 MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA N MEMORANDO DO PROCESSO DE PRODUÇÃOÃO AGRÍCOLA NO SETOR SUCRO ALCOOLEIRO O SETOR SUCRO ALCOOLEIRO Adicione um título ao seu documento crescimento das raízes em profundidade contribui para o aumento da produtividade da cultura, já que aumenta o volume de solo explorado para a retirada de água e nutrientes. O uso de corretivos é fundamental para a melhoria da fertilidade do solo e dos ambientes de produção para a cana-de-açúcar. Considera-se como práticas corretivas o uso do calcário para corrigir a acidez, o uso do gesso para diminuir a atividade do alumínio e acrescentar cálcio em profundidade, e a fosfatagem, que adiciona fósforo em área total para aumentar o teor de fósforo em solos muito pobres deste elemento. A correção da acidez do solo tem efeitos diretos e indiretos sobre as plantas, alterando características do solo, como:  A neutralização do alumínio e do manganês, que podem ser tóxicos para as plantas;  A elevação das concentrações de cálcio e magnésio;  A elevação do pH;  o aumento na disponibilidade de uma série de elementos, como o fósforo, por exemplo. Efeitos indiretos dizem respeito ao aumento do sistema radicular das plantas em função da melhoria da fertilidade e do aumento do cálcio, maior produtividade em função da maior disponibilidade de nutrientes, melhoria nas características físicas e biológicas do solo. Para a cana-de-açúcar, a calagem tem possibilitado uma maior longevidade do canavial (em geral um corte a mais do que seria possível sem a calagem). A adubação da cultura visa adicionar os nutrientes necessários em quantidades suficientes para garantir a máxima produtividade econômica. É importante subtrair no cálculo dos nutrientes necessários as quantias que serão fornecidas pelo solo, de acordo com a relação abaixo: Adubação = (nutriente requerido pela planta - nutriente fornecido pelo solo ). F F é o fator de aproveitamento do fertilizante, que corrige as perdas sofridas nos processos existentes entre a aplicação e a absorção do nutriente pelas plantas. O primeiro passo no planejamento da adubação é saber quais nutrientes são necessários para o bom desenvolvimento da cana-de-açúcar. Os elementos químicos encontrados em maiores concentrações são o carbono, o hidrogênio e o oxigênio, sendo que estes elementos são adquiridos do ar e da água, pelos processos de fotossíntese. Os minerais obtidos do solo em maior quantidade (gramas por quilo de matéria vegetal produzida) em qualquer cultura agrícola são chamados de macronutrientes, divididos em: Primários ou nobres: Nitrogênio (N), Fosfóro (P) e Potássio (K). Secundários: Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S).