2. Uma crônica é uma narração, segundo a
ordem temporal. O termo é atribuído, por
exemplo, aos noticiários dos jornais,
comentários literários ou científicos,
que preenchem periodicamente as páginas
de um jornal.
3. Crônica é um gênero literário produzido
essencialmente para ser veiculado
na imprensa, seja nas páginas de
uma revista, seja nas páginas de um
jornal. Quer dizer, ela é feita com uma
finalidade utilitária e pré-determinada:
agradar aos leitores dentro de um espaço
sempre igual e com a mesma localização,
criando-se assim, no transcurso dos dias
ou das semanas, uma familiaridade entre
o escritor e aqueles que o lêem.
4. A crônica é, primordialmente, um texto
escrito para ser publicado no jornal. Assim
o fato de ser publicada no jornal já lhe
determina vida curta, pois à crônica de
hoje seguem-se muitas outras nas próximas
edições.
5. Há semelhanças entre a crônica e
o texto exclusivamente informativo. Assim
como o repórter, o cronista se inspira nos
acontecimentos diários, que constituem a
base da crônica. Entretanto, há elementos
que distinguem um texto do outro. Após
cercar-se desses acontecimentos diários, o
cronista dá-lhes um toque próprio,
incluindo em seu texto elementos como
ficção e fantasia, elementos que o texto
essencialmente informativo não contém. Com
base nisso, pode-se dizer que a crônica
situa-se entre o Jornalismo e
a Literatura, e o cronista pode ser
considerado o poeta dos acontecimentos do
dia-a-dia.
6. A crônica, na maioria dos casos, é um texto
curto e narrado em primeira pessoa, ou
seja, o próprio escritor está "dialogando"
com o leitor. Isso faz com que a crônica
apresente uma visão totalmente pessoal de
um determinado assunto: a visão do
cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao
selecionar as palavras que utiliza em seu
texto, o cronista está transmitindo ao
leitor a sua visão de mundo. Ele está, na
verdade, expondo a sua forma pessoal de
compreender os acontecimentos que o cercam.
7. Geralmente, as crônicas
apresentam linguagem simples, espontânea,
situada entre a linguagem oral e a literária.
Isso contribui também para que o leitor se
identifique com o cronista, que acaba se
tornando o porta-voz daquele que lê.
Em resumo, podemos determinar cinco pontos:
Narração histórica pela ordem do tempo em que
se deram os fatos.
Seção ou artigo especial sobre
literatura, assuntos científicos, esporte etc.,
em jornal ou outro periódico.
Pequeno conto baseado em algo do cotidiano.
Normalmente possui uma crítica indireta.
Muitas vezes a crônica vem escrita em
tom humorístico.
8. Crônica Descritiva Crônica Narrativa
Ocorre quando uma Tem por eixo uma
crônica explora a história, o que a
caracterização de seres aproxima do conto.
animados e inanimados Pode ser narrado tanto
em um espaço, viva na 1ª quanto na 3ª
como uma pintura, pessoa do singular.
precisa como Texto lírico (poético,
uma fotografia ou dinâ mesmo em prosa).
mica como Comprometido com
um filme publicado. fatos cotidianos
("banais", comuns).
9. Crônica Dissertativa Crônica Narrativo-
Descritiva
Opinião explícita,
com argumentos mais É quando uma crônica
"sentimentalistas" do explora a
que "racionais" (em caracterização de
vez de "segundo seres, descrevendo-
o IBGE a mortalidade os. E, ao mesmo tempo
infantil aumenta no mostra fatos
Brasil", seria "vejo cotidianos ("banais",
mais uma vez esses comuns) no qual pode
pequenos seres não ser narrado em 1ª ou
alimentarem sequer o na 3ª pessoa do
corpo"). Exposto singular.
tanto na 1ª pessoa do
singular quanto na
do plural
10. Crônica Humorística Crônica Poética
Apresenta uma visão Apresenta versos poéticos
irônica ou cômica dos em forma de crônica.
fatos apresentados.
Crônica Jornalística
Crônica Lírica Apresentação de aspectos
Linguagem poética e particulares de noticias ou
metafórica. Expressa o fatos. Pode ser policial,
estado do espírito, as esportiva, etc.
emoções do cronista
diante de um fato de uma
pessoa ou fenômeno.No Crônica Histórica
geral as emoções do
escritor. Baseada em fatos reais, ou
fatos históricos.
11. Amor é um livro / Sexo é esporte Amor é para sempre / Sexo
Sexo é escolha / Amor é sorte também
Sexo é do bom / Amor é do
Amor é pensamento / Teorema bem...
Amor é novela / Sexo é cinema
Amor sem sexo/ É amizade
Sexo é imaginação / Fantasia Sexo sem amor / É vontade...
Amor é prosa / Sexo é poesia...
Amor é um / Sexo é dois
O amor nos torna / Patéticos Sexo antes / Amor depois...
Sexo é uma selva /De
epiléticos... Sexo vem dos outros / E vai
embora
Amor é cristão / Sexo é pagão Amor vem de nós / E demora...
Amor é latifúndio/ Sexo é
invasão Amor é cristão / Sexo é pagão
Amor é divino / Sexo é animal Amor é latifúndio/ Sexo é
Amor é bossa nova/ Sexo é invasão
carnaval Amor é divino / Sexo é animal
Oh! Oh! Uh! Amor é bossa nova / Sexo é
carnaval
Oh! Oh! Oh!
Amor é isso / Sexo é aquilo
E coisa e tal! / E tal e coisa!
Uh! Uh! Uh!
Ai o amor! / Hum! O sexo!
12. “Amor é propriedade. Sexo é posse. Amor é a lei; sexo é
invasão.
O amor é uma construção do desejo. Sexo não depende de
nosso desejo; nosso desejo é que é tomado por ele. Ninguém se
masturba por amor. Ninguém sofre com tesão. Amor e sexo, são
como a palavra farmakon em grego: remédio ou veneno - depende
da quantidade ingerida.
O sexo vem antes. O amor vem depois. No amor, perdemos a
cabeça, deliberadamente. No sexo, a cabeça nos perde. O amor
precisa do pensamento. No sexo, o pensamento atrapalha.
O amor sonha com uma grande redenção. O sexo sonha com
proibições; não há fantasias permitidas. O amor é o desejo de
atingir a plenitude. Sexo é a vontade de se satisfazer com a
finitude. O amor vive da impossibilidade - nunca é totalmente
satisfatório. O sexo pode ser, dependendo da posição adotada. O
amor pode atrapalhar o sexo. Já o contrário não acontece. Existe
amor com sexo, claro, mas nunca gozam juntos.
13. O amor é mais narcisista, mesmo entrega, na 'doação'. Sexo é mais
democrático, mesmo vivendo do egoísmo. Amor é um texto. Sexo é um
esporte. Amor não exige a presença do 'outro'. O sexo, mesmo solitário,
precisa de uma 'mãozinha'. Certos amores nem precisam de parceiro;
florescem até na maior solidão e na saudade. Sexo, não - é mais realista.
Nesse sentido, amor é uma busca de ilusão. Sexo é uma bruta vontade
de verdade. O amor vem de dentro, o sexo vem de fora. O amor vem de
nós. O sexo vem dos outros. 'O sexo é uma selva de epilépticos' (N.
Rodrigues). O amor inventou a alma, a moral. O sexo inventou a moral
também, mas do lado de fora de sua jaula, onde ele ruge.
O amor tem algo de ridículo, de patético, principalmente nas grandes
paixões. O sexo é mais quieto, como um caubói - quando acaba a
valentia, ele vem e come. Eles dizem: 'Faça amor, não faça a guerra'.
Sexo quer guerra. O ódio mata o amor, mas o ódio pode acender o sexo.
Amor é egoísta; sexo é altruísta. O amor quer superar a morte. No sexo,
a morte está ali, nas bocas. O amor fala muito. O sexo grita, geme,
ruge, mas não se explica.
14. O sexo sempre existiu - das cavernas do paraíso até as 'saunas
relax for men'. Por outro lado, o amor foi inventado pelos poetas
provençais do século XII e, depois, relançado pelo cinema americano
da moral cristã.
Amor é literatura. Sexo é cinema. Amor é prosa; sexo é poesia.
Amor é mulher; sexo é homem - o casamento perfeito é do travesti
consigo mesmo. O amor domado protege a produção; sexo selvagem
é uma ameaça ao bom funcionamento do mercado. Por isso, a única
maneira de controlá-lo é programá-lo, como faz a indústria da
sacanagem. O mercado programa nossas fantasias.
Não há 'saunas relax' para o amor, onde o sujeito entre e se
apaixone. No entanto, em todo bordel, finge-se um 'amorzinho' para
iniciar. O amor virou um estímulo para o sexo.
15. O problema do amor é que dura muito, já o sexo dura pouco. Amor
busca uma certa 'grandeza'. O sexo é mais embaixo. O perigo do sexo é
que você pode se apaixonar. O perigo do amor é virar amizade. Com
camisinha, há 'sexo seguro', mas não há camisinha para o amor.
O amor sonha com a pureza. Sexo precisa do pecado. Amor é a lei.
Sexo é a transgressão. Amor é o sonho dos solteiros. Sexo, o sonho dos
casados.
Amor precisa do medo, do desassossego. Sexo precisa da novidade,
da surpresa. O grande amor só se sente na perda. O grande sexo
sente-se na tomada de poder. Amor é de direita. Sexo, de esquerda -
ou não, dependendo do momento político. Atualmente, sexo é de
direita. Nos anos 60, era o contrário. Sexo era revolucionário e o
amor era careta.