1. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 OS ELEMENTOS QUE CONSTITUEM OS MAPAS: OS
RECURSOS, AS ESCOLHAS E OS INTERESSES
Competências e habilidades: saber ver e interpretar um mapa temático procedendo a
classificações, estabelecendo relações e comparações em diferentes projeções cartográficas e
escalas geográficas; relacionar a construção dos mapas às suas intencionalidades e discutir a
influência da Cartografia como um instrumento de poder.
O que são mapas?
O conceito de mapa deriva do termo latim mappa. Trata-se de uma representação gráfica e
métrica de uma porção de território sobre uma superfície geralmente plana, embora também
possa ser esférica como é o caso dos globos terrestres.
Clique aqui para visualizar alguns exemplos de mapas:
Para refletir:
Textos e mapas de jornais, revistas e livros podem ser bons ou ruins, assim como podem
conter erros; além disso, os mapas disponíveis na imprensa, muitas vezes, vão comunicar a
informação com base nos interesses de alguém. Por isso, eles podem distorcer ou até mesmo
subtrair informações. Vale dizer aos alunos que, se o mapa não tem comunicação clara e
imediata, pode ter problemas para ser lido e compreendido.
Tome nota!
Um exemplo de um mapa que não contém erros cartográficos está na página 06 do caderno do
aluno (Expectativa de vida, 2009), pois, não engana nosso olhar, nem é preciso consultar a
legenda para perceber uma distribuição geográfica do fenômeno representado, que tem
comunicação imediata e clara.
Um outro exemplo de mapa que não contém erros cartográficos, pode ser encontrado no
mapa: Evolução das 150 metrópoles mais populosas, 2010 – página 07 do caderno do aluno,
por se tratar de um mapa quantitativo que se utiliza de círculos proporcionais para representar
volumes populacionais com precisão, e que também é ordenado, pois usa cores ou tonalidades
diferentes para representar uma ordem. Ele é um bom mapa, pois seu entendimento é fácil.
Os mapas podem ser feitos de diversas maneiras. Há problemas e há escolhas geométricas.
Os mapas são espaços muitíssimo menores que o espaço das realidades representadas. Eles
são reduzidos várias vezes e esse fator de redução, como os estudantes devem saber, é a
escala cartográfica.
Exemplo: há mapas que representam a extensão do planeta que foram reduzidos 23 milhões
de vezes com relação à extensão verdadeira do planeta.
Se um mapa-múndi tiver uma escala cartográfica assim representada: 1:23 000 000, isso
significa que ele foi reduzido 23 000 000 centímetros da realidade, ou então que uma reta de
23 000 000 centímetros foi reduzida para 1 centímetro no mapa. Isso significa que um traço de
1 cm no mapa será 23 milhões de vezes (230 km) maior na superfície terrestre.
Clique aqui para visualizar o Mapa Mundi
Os quatro mapas, constantes nas páginas 11 e 12, são exemplos de representações incorretas,
pelo menos, nenhuma está inteiramente certa. E mais: não é possível a correção total. O
2. planeta Terra é esférico, sua superfície é curva e não é possível desenhá-lo no papel plano do
mapa sem algum tipo de deformação, que é na verdade a adaptação necessária para a
transferência do que é curvo para a folha de papel, que é plana. Mas é possível transcrevê-lo
com vários acertos. E escolher alguns acertos é também escolher alguns erros. Encontramos aí
um dos elementos-chave do mapa: a projeção cartográfica.
A projeção cartográfica é a técnica que permite a transcrição de uma superfície curva para
uma plana. Ela não pode respeitar ao mesmo tempo as distâncias entre os objetos, os ângulos
(a forma dos objetos) e as superfícies (a extensão territorial dos objetos). As diferentes
projeções (e são mais de 200) deformam e favorecem de maneira seletiva um ou outro de seus
elementos.
Exemplo: Embora distintos entre si, esses quatro mapas (pág. 11 e 12) representam a
superfície terrestre. Em todos são visíveis a Eurásia (Europa + Ásia), as Américas, a África e a
Oceania, mesmo que, em cada um deles, a posição dos continentes não seja a mesma. É
possível também, nas projeções de Bertin e Peters, observar linhas imaginárias que estão
representadas de maneira diferente. Essas linhas são as coordenadas geográficas.
Conclusões preliminares
Na verdade, as projeções são escolhas que devem ser ajustadas ao que se quer representar.
Não há verdades, nem certo e errado, apenas escolhas interessantes quanto ao seu potencial
de comunicação. Não há mapas sem escolhas da projeção. A projeção é, portanto, um dos
elementos-chave do mapa.
Curiosidade:
Equidistante significa “mesma distância” ou “igual distância” (eqüi + distante).
Você já ouviu falar em Anamorfose?
É a representação cartográfica que emprega outras medidas para representar as realidades
geográficas. Em vez de medidas de terreno, essa representação pode usar volumes
populacionais, valores econômicos, volumes de recursos naturais etc. Com os números
escolhidos é que serão dimensionados os objetos representados. Logo, as extensões dos
países num mapa serão diferentes, uma vez que as medidas são outras. No entanto, procura-
se manter as relações de vizinhança. A anamorfose, por tudo isso, pode ser chamada de
transformação cartográfica.
Clique aqui e veja um exemplo de Mapa anamórfico
Conclusões:
Os elementos cartográficos identificados nesta situação de aprendizagem 1 são: escala,
projeções e formas diferentes de métricas e a linguagem com base nas variáveis visuais.
Para chegar à escala e às projeções, são utilizadas as medidas dos terrenos (distâncias,
extensões, ângulos, reduções proporcionais).
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