2. Uma Planta Africana
Na África, o café chegou à
Europa no século XVII e
de lá passou para a
América. O café foi
trazido para o Brasil em
1727, por Francisco de
Melo Palheta, que trouxe
sementes e mudas de
café da Guiana Francesa
e as plantou no Belém do
Pará.
Francisco de Melo Palheta
3. No início, era utilizado
apenas no
consumo doméstico, e
acredita-se que, por volta
de 1760, já existissem
pequenos cultivos no Rio
de Janeiro.
A importância econômica
do café refletiu-se na sua
expansão geográfica. No
início, espalhou-se pelo
Vale do Paraíba, Sul de
Minas e Espírito Santo.
4. O Café no Vale da
ParaíbaNo início do
Segundo Reinado,
o café já era nosso
principal item de
exportação e o
Brasil o maior
exportador
mundial do
produto.
5. Essa expansão provocou,
além do enriquecimento
dos cafeicultores e da
região do vale do Paraíba,
um elevado aumento na
arrecadação do governo
central. Com o
enriquecimento, muitos
fazendeiros do vale do
Paraíba foram absolvidos
com títulos de nobreza pelo
imperador, para indicar
barões do café.
6. Embora que a presença
masculina gerenciando essas
fazendas fosse influente,
algumas mulheres também
as comandavam. Esse foi o
caso de Maria Joaquina, que
após a morte do marido,
passou a dirigir a Fazenda
Boa Vista, em Bananal,
responsável por uma das
maiores produções de café
no período: 700 mil cafeeiros.
Maria Joaquina Sampaio
Fazenda Boa Vista
(Depois)
Fazenda Boa Vista
(Antes)
7. Mão de Obra
Escrava
A região do Vale do Paraíba era bastante apropriada para a cafeicultura,
pois era abundante em terras virgens e tinha um clima favorável. A
implantação das fazendas se deu pela tradicional forma de plantation,
ou seja, grandes propriedades, cultivo para exportação e uso de mão de
obra escrava.
8. A riqueza extraída dos cafezais
era produzida pela mão de
obra escrava. Os cativos eram
responsáveis por todo o
trabalho do campo:
preparavam o terreno,
plantavam e colhiam.
9. Na época da colheita, eles deviam
entregar ao administrador da
fazenda uma quantidade específica
de grãos. Se não alcançassem,
corriam o risco de receber castigos
físicos; caso a ultrapassassem,
podiam receber uma pequena
gratificação em dinheiro, que muitos
guardavam na esperança de um dia
poder comprar a alforria.
10. No começo, os escravos
também tinham por
obrigação conduzir carros
de bois com sacas de café
até os portos do Rio de
janeiro, de onde elas eram
embarcadas para o exterior.
11. Rumo ao Oeste
Paulista
Os fazendeiros do vale do
Paraíba empregavam
técnicas agrícolas
rudimentares, como a
queimada para limpar o
terreno. Além disso, não
utilizavam cultivos nem
adubos fertilizantes. Com o
tempo, o solo da região
empobreceu e, por volta de
1870, à produção declinou.
Cafeicultores faliram,
fazendas foram
abandonadas e as cidades
que viviam do café ficaram
à diminuição.
12. Em busca de novas
terras, os fazendeiros
expandiram as
plantações de café em
direção ao oeste paulista
na segunda metade do
século XIX. Expulsaram
os Índios, derrubaram
matas e ocuparam terras
produtivas da região de
Campinas, Jundiaí e São
Carlos, para o cultivo da
planta.
13. Com os lucros das
exportações de café, os
cafeicultores melhoraram as
técnicas agrícolas. Alguns
começaram a diferençar seus
investimentos, cultivando
parte do capital em atividades
industriais e comercias.
Nesses lugares surgiu um novo tipo
de cafeicultor, mais moderna e
empresarial do que a dos
fazendeiros do vale do Paraíba.
Embora utilizassem mão de obra
escrava, os novos fazendeiros do
café passaram também a empregar
o trabalho assalariado de
trabalhadores livres de origem
europeia.
14. Desse modo, em 1872,
ano em que foi
realizado o primeiro
censo no Brasil, 80%
das pessoas em
atividades no país se
dedicavam ao setor
agrícola, 13% ao de
serviços e apenas 7%
à indústria.