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GONÇALVES DIAS
Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) nasceu
no dia 10 de agosto de 1823, nos arredores
de Caxias, no Maranhão.

Era filho de um comerciante português e uma
mestiça.

Iniciou seus estudos no Maranhão e ainda
jovem viaja para Portugal.
Em 1838, Gonçalves Dias estuda no Colégio
das Artes em Coimbra, onde conclui o curso
secundário.

Em 1940 ingressa na Universidade de Direito
de Coimbra, onde tem contato com escritores
do romantismo português.

Ainda em Coimbra, em 1843, escreve seu
famoso poema "Canção do Exílio", onde
expressa o sentimento da solidão e do exílio.
Volta ao Maranhão em 1845, depois de formado
em Direito na Universidade de Coimbra.

Ocupa vários cargos para o governo imperial e
realiza diversas viagens à Europa.

Conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, por quem
se apaixonou, mas por ele ser mestiço, a família
dela não permite o casamento.

Mais Tarde casa-se com Olímpia da Costa, com
quem não foi feliz.
Exerceu o cargo de oficial da Secretaria de Negócios
Estrangeiros, foi várias vezes à Europa e em 1854, em
Portugal, encontra-se com Ana Amélia, já casada. Esse
encontro inspira o poeta a escrever o poema "Ainda
uma vez — adeus!".

Em 1862, Gonçalves Dias doente, vai à Europa, para
tratamento de saúde, sem resultado, embarca de volta
no dia 10 de setembro de 1864.

No dia 3 de novembro o navio francês Ville de
Boulogne em que estava, naufraga perto do Farol de
Itacolomi, na costa do Maranhão, onde o poeta falece.
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
  Mais prazer eu encontro lá;
  Minha terra tem palmeiras,
         Onde canta o Sabiá.

   Minha terra tem primores,
 Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
  Mais prazer encontro eu lá;
  Minha terra tem palmeiras,
          Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
      Sem que eu volte para lá;
  Sem que desfrute os primores
      Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
           Onde canta o Sabiá..
OUTRAS VERSÕES
Carlos Drummond de Andrade
            NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO

Um sabiá na palmeira, longe.
Estas aves cantam um outro canto.
O céu cintila sobre flores úmidas.
Vozes na mata, e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe.
Onde é tudo belo e fantástico, só, na noite, seria feliz.
(Um sabiá, na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e voltar para onde tudo é belo e
fantástico: a palmeira, o sabiá, o longe.
Oswald de Andrade
          CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo
Murilo Mendes – CANÇÃO DO EXÍLIO
        Minha terra tem macieiras da Califórnia
           Onde cantam gaturamos de Veneza
                Os poetas da minha terra
     São pretos que vivem em torres de ametista,
    Os sargentos do exército são monistas, cubistas,
    Os filósofos são polacos vendendo a prestações.
                A gente não pode dormir
            Com os oradores e os pernilongos
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
                   Eu morro sufocado
                  Em terra estrangeira.
             Nossas flores são mais bonitas
             Nossas frutas são mais gostosas
            Mas custam cem mil réis a dúzia.
 Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
        E ouvir um sabiá com certidão de idade !
Jô Soares – CANÇÃO DO EXÍLIO ÀS AVESSAS
     Minha Dinda tem cascatas onde canta o curió
           Não permita Deus que eu tenha
                 De voltar pra Maceió.
             Minha Dinda tem coqueiros
                   Da ilha de Marajó
     As aves, aqui, gorjeiam, não fazem cocoricó.
            O meu céu tem mais estrelas
            Minha várzea tem mais cores.
                 Este bosque reduzido
              Deve ter custado horrores.
               E depois de tanta planta,
                Orquídea, fruta e cipó
           Não permita Deus que eu tenha
                 De voltar pra Maceió.
Minha Dinda tem piscina,
               Heliporto e tem jardim
             Feito pelas Brasil’s Garden
            Não foram pagos por mim.
             Em cismar sozinho à noite
                Sem gravata e paletó
              Olho aquelas cachoeiras
                 Onde canta o curió.
             No meio daquelas plantas
               Eu jamais me sinto só.
Não permita Deus que eu tenha de voltar pra Maceió.
           Pois no meu jardim tem lago
                 Onde canta o curió
              E as aves que lá gorjeiam
            São tão pobres que dão dó.
Minha Dinda tem primores de floresta tropical
             Tudo ali foi transplantado
                 Nem parece natural
                Olho a jabuticabeira
             Dos tempos da minha avó.
Não permita Deus que eu tenha de voltar pra Maceió.
               Até os lagos das carpas
                São de água mineral.
              Da janela do meu quarto
               Redescubro o Pantanal
            Também adoro as palmeiras
                 Onde canta o curió
          Não permita Deus que eu tenha
                De voltar pra Maceió.
Finalmente, aqui na Dinda,
          Sou tratado a pão-de-ló
         Só faltava envolver tudo
       Numa nuvem de ouro em pó.
          E depois de ser cuidado
             Pelo PC com xodó,
não permita Deus que eu tenha de voltar pra
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CANÇÃO DO EXÍLIO

  • 2. Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) nasceu no dia 10 de agosto de 1823, nos arredores de Caxias, no Maranhão. Era filho de um comerciante português e uma mestiça. Iniciou seus estudos no Maranhão e ainda jovem viaja para Portugal.
  • 3. Em 1838, Gonçalves Dias estuda no Colégio das Artes em Coimbra, onde conclui o curso secundário. Em 1940 ingressa na Universidade de Direito de Coimbra, onde tem contato com escritores do romantismo português. Ainda em Coimbra, em 1843, escreve seu famoso poema "Canção do Exílio", onde expressa o sentimento da solidão e do exílio.
  • 4. Volta ao Maranhão em 1845, depois de formado em Direito na Universidade de Coimbra. Ocupa vários cargos para o governo imperial e realiza diversas viagens à Europa. Conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, por quem se apaixonou, mas por ele ser mestiço, a família dela não permite o casamento. Mais Tarde casa-se com Olímpia da Costa, com quem não foi feliz.
  • 5. Exerceu o cargo de oficial da Secretaria de Negócios Estrangeiros, foi várias vezes à Europa e em 1854, em Portugal, encontra-se com Ana Amélia, já casada. Esse encontro inspira o poeta a escrever o poema "Ainda uma vez — adeus!". Em 1862, Gonçalves Dias doente, vai à Europa, para tratamento de saúde, sem resultado, embarca de volta no dia 10 de setembro de 1864. No dia 3 de novembro o navio francês Ville de Boulogne em que estava, naufraga perto do Farol de Itacolomi, na costa do Maranhão, onde o poeta falece.
  • 6.
  • 8. Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.
  • 9. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
  • 10. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá..
  • 12.
  • 13. Carlos Drummond de Andrade NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO Um sabiá na palmeira, longe. Estas aves cantam um outro canto. O céu cintila sobre flores úmidas. Vozes na mata, e o maior amor. Só, na noite, seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe. Onde é tudo belo e fantástico, só, na noite, seria feliz. (Um sabiá, na palmeira, longe.) Ainda um grito de vida e voltar para onde tudo é belo e fantástico: a palmeira, o sabiá, o longe.
  • 14. Oswald de Andrade CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase tem mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que eu veja a rua 15 E o progresso de São Paulo
  • 15. Murilo Mendes – CANÇÃO DO EXÍLIO Minha terra tem macieiras da Califórnia Onde cantam gaturamos de Veneza Os poetas da minha terra São pretos que vivem em torres de ametista, Os sargentos do exército são monistas, cubistas, Os filósofos são polacos vendendo a prestações. A gente não pode dormir Com os oradores e os pernilongos Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda. Eu morro sufocado Em terra estrangeira. Nossas flores são mais bonitas Nossas frutas são mais gostosas Mas custam cem mil réis a dúzia. Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade E ouvir um sabiá com certidão de idade !
  • 16. Jô Soares – CANÇÃO DO EXÍLIO ÀS AVESSAS Minha Dinda tem cascatas onde canta o curió Não permita Deus que eu tenha De voltar pra Maceió. Minha Dinda tem coqueiros Da ilha de Marajó As aves, aqui, gorjeiam, não fazem cocoricó. O meu céu tem mais estrelas Minha várzea tem mais cores. Este bosque reduzido Deve ter custado horrores. E depois de tanta planta, Orquídea, fruta e cipó Não permita Deus que eu tenha De voltar pra Maceió.
  • 17. Minha Dinda tem piscina, Heliporto e tem jardim Feito pelas Brasil’s Garden Não foram pagos por mim. Em cismar sozinho à noite Sem gravata e paletó Olho aquelas cachoeiras Onde canta o curió. No meio daquelas plantas Eu jamais me sinto só. Não permita Deus que eu tenha de voltar pra Maceió. Pois no meu jardim tem lago Onde canta o curió E as aves que lá gorjeiam São tão pobres que dão dó.
  • 18. Minha Dinda tem primores de floresta tropical Tudo ali foi transplantado Nem parece natural Olho a jabuticabeira Dos tempos da minha avó. Não permita Deus que eu tenha de voltar pra Maceió. Até os lagos das carpas São de água mineral. Da janela do meu quarto Redescubro o Pantanal Também adoro as palmeiras Onde canta o curió Não permita Deus que eu tenha De voltar pra Maceió.
  • 19. Finalmente, aqui na Dinda, Sou tratado a pão-de-ló Só faltava envolver tudo Numa nuvem de ouro em pó. E depois de ser cuidado Pelo PC com xodó, não permita Deus que eu tenha de voltar pra Maceió.