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GONÇALVES
DIAS
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde Canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais
flores,
Nossos bosques têm mais
vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu
morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as
palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 Publica o livro "Últimos Cantos". No
Maranhão, conhece Ana Amélia Ferreira do
Vale, por quem se apaixona. Por ele ser
mestiço, a família dela proíbe o casamento.
Mais tarde casa-se com Olímpia da Costa.
 Foi várias vezes à Europa e em 1854, em
Portugal, encontra-se com Ana Amélia, já
casada. Esse encontro inspira o poeta a
escrever o poema "Ainda Uma Vez —
Adeus!".
 Vai à Europa para tratamento de saúde. Sem
resultados embarca de volta no dia 10 de
setembro de 1864. No dia 3 de novembro o
navio francês Ville de Boulogne em que
estava, naufraga perto do Farol de
Itacolomi, na costa do Maranhão, onde o
poeta falece.
Um Anjo, romance, 1843;
Beatriz Cenci, teatro, 1843;
Patkull, teatro, 1843;
Meditação, prosa, 1845;
Primeiros
Cantos, poesia, 1846;
Canção do
Exílio, poema, 1846;
Canto do Piága, poesia, 1846;
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Mendonça, drama, 1847;
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Cantos, poesia, 1848;
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Antão, poemas, 1848;
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Cantos, poesia, 1851;
I - Juca Pirama, poema, 1851;
Cantos, poesia, 1857;
bado);
Dicionário da Língua
Tupi, 1858;
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Verdes, poesia;
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Reverso, teatro, 1857;
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1874;
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Pena, crônica, 1874;
Senhora, romance, 1875;
O
Sertanejo, romance, 1875.
UM POUCO SOBRE O LIVRO “O GUARANI”:
 A obra se articula a partir de alguns fatos: a devoção e fidelidade de
Peri, índio goitacá, a Cecília; o amor de Isabel por Álvaro, e o amor deste por
Cecília; a morte acidental de uma índia aimoré por D. Diogo e a consequente
revolta e ataque dos aimorés, tudo isso ocorrendo com uma rebelião dos
homens de D. Antônio, liderados pelo ex-frei Loredano, homem ambicioso e
mau-caráter, que deseja saquear a casa e raptar Cecília.
 Álvaro, que já conhecia o amor de Isabel por ele e também já a amava, se
machuca na batalha contra os aimorés. Isabel, vendo o corpo do amado tenta
se matar asfixiada junto com o corpo de Álvaro, quando o vê vivo tenta salvá-
lo, porém ele não permite e morrem juntos.
 Durante o ataque, D. Antônio, ao perceber que não havia mais condições de
resistir, incumbe Peri à salvar Cecília, após tê-lo batizado como cristão. Os
dois partem, com Ceci adormecida e Peri vê, ao longe, a casa explodir. A
Cecília só resta Peri.
 Durante dias Peri e Cecília rumam para destino desconhecido e são
surpreendidos por uma forte tempestade, que se transforma em dilúvio.
Abrigados no topo de uma palmeira, Cecília espera a morte chegar, mas Peri
conta uma lenda indígena segundo a qual Tamandaré e sua esposa se
salvaram de um dilúvio abrigando-se na copa de uma palmeira desprendida da
terra e alimentando-se de seus frutos. Ao término da enchente, Tamandaré e
esposa descem e povoam a Terra.
 As águas sobem, Cecília se desespera. Peri com uma grande força arranca a
palmeira e faz dela uma canoa para poderem continuar pelo rio, deixando
subentendido que a lenda de Tamandaré se repetiu com Peri e Cecília e estes
UM POUCO SOBRE O LIVRO “IRACEMA”:
 Andira: Irmão de Araquém, antigo guerreiro e herói de sua tribo.
 Caubi: Irmão de Iracema.
 Iracema: Índia da tribo dos tabajaras, filha de Araquém, velho pajé; era uma
espécie de vestal (no sentido de ter a sua virgindade consagrada à divindade)
por guardar o segredo de Jurema (bebida mágica utilizada nos rituais
religiosos); anagrama de América."A virgem dos lábios de mel".
 Martim: Guerreiro branco, amigo dos Potiguaras, habitantes do
litoral, adversários dos Tabajaras; os Potiguaras lhe deram o nome de
Coatiabo.
 Moacir: Filho de Iracema e Martim, o primeiro brasileiro miscigenado.
 Poti: Herói dos Potiguaras, amigo (que se considerava irmão) de Martim.
 Irapuã: Chefe dos guerreiros Tabajaras; apaixonado por Iracema.
 Caubi: Índio tabajara, irmão de Iracema.
 Jacaúna: Chefe dos guerreiros Potiguaras, irmão de Poti.
 Araquém: Pajé da tribo Tabajara. Pai de Iracema e Caubi.
 Batuirité: o avô de Poti, o qual denomina Martim Gavião
Branco, fazendo, antes de morrer, a profecia da destruição de seu povo pelos
 O romance conta, de forma poética, o amor quase impossível entre um
branco, Martim Soares Moreno, pela bela índia Iracema, a virgem dos lábios de
mel e de cabelos mais negros que a asa da graúna e explica poeticamente as
origens da terra natal do autor, o Ceará.

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Gonçalves

  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5. Canção do Exílio Minha terra tem palmeiras, Onde Canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar - sozinho, à noite Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
  • 6.
  • 7.
  • 8.  Publica o livro "Últimos Cantos". No Maranhão, conhece Ana Amélia Ferreira do Vale, por quem se apaixona. Por ele ser mestiço, a família dela proíbe o casamento. Mais tarde casa-se com Olímpia da Costa.  Foi várias vezes à Europa e em 1854, em Portugal, encontra-se com Ana Amélia, já casada. Esse encontro inspira o poeta a escrever o poema "Ainda Uma Vez — Adeus!".
  • 9.  Vai à Europa para tratamento de saúde. Sem resultados embarca de volta no dia 10 de setembro de 1864. No dia 3 de novembro o navio francês Ville de Boulogne em que estava, naufraga perto do Farol de Itacolomi, na costa do Maranhão, onde o poeta falece.
  • 10. Um Anjo, romance, 1843; Beatriz Cenci, teatro, 1843; Patkull, teatro, 1843; Meditação, prosa, 1845; Primeiros Cantos, poesia, 1846; Canção do Exílio, poema, 1846; Canto do Piága, poesia, 1846; Leonor de Mendonça, drama, 1847; Segundos Cantos, poesia, 1848; Sextilhas do Frei Antão, poemas, 1848; Últimos Cantos, poesia, 1851; I - Juca Pirama, poema, 1851; Cantos, poesia, 1857; bado); Dicionário da Língua Tupi, 1858; Liria Varia, poesia, 1869, obra póstuma); Canção do Tamoio, poema; Leito de Folhas Verdes, poesia; Marabá, poema; Se Eu Morrer de Amor, poema; Ainda Uma Vez - Adeus, poema; Seus Olhos, poema; Canto de Morte, poesia; Meu Anjo, Escuta, poema; Olhos Verdes, poema; O Canto do Guerreiro, poema;
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18. Cinco Minutos, romance, 1856; Cartas Sobre a Confederação dos Tamoios, crítica, 1856; O Guarani, romance, 1857; Verso e Reverso, teatro, 1857; A Viuvinha, romance, 1860; Lucíola, romance, 1862; As Minas de Prata, romance, 1862-1864- 1865; Diva, romance, 1864; Iracema, romance, 1865; Cartas de Erasmo, crítica, 1865; O Juízo de Deus, crítica, 1867; O Gaúcho, romance, 1870; A Pata da Gazela, romance, 1870; O Tronco do Ipê, romance, 1871; Sonhos d'Ouro, romance, 1872; Til, romance, 1872; Alfarrábios, romance, 1873; A Guerra dos Mascate, romance, 1873- 1874; Ao Correr da Pena, crônica, 1874; Senhora, romance, 1875; O Sertanejo, romance, 1875.
  • 19. UM POUCO SOBRE O LIVRO “O GUARANI”:  A obra se articula a partir de alguns fatos: a devoção e fidelidade de Peri, índio goitacá, a Cecília; o amor de Isabel por Álvaro, e o amor deste por Cecília; a morte acidental de uma índia aimoré por D. Diogo e a consequente revolta e ataque dos aimorés, tudo isso ocorrendo com uma rebelião dos homens de D. Antônio, liderados pelo ex-frei Loredano, homem ambicioso e mau-caráter, que deseja saquear a casa e raptar Cecília.  Álvaro, que já conhecia o amor de Isabel por ele e também já a amava, se machuca na batalha contra os aimorés. Isabel, vendo o corpo do amado tenta se matar asfixiada junto com o corpo de Álvaro, quando o vê vivo tenta salvá- lo, porém ele não permite e morrem juntos.  Durante o ataque, D. Antônio, ao perceber que não havia mais condições de resistir, incumbe Peri à salvar Cecília, após tê-lo batizado como cristão. Os dois partem, com Ceci adormecida e Peri vê, ao longe, a casa explodir. A Cecília só resta Peri.  Durante dias Peri e Cecília rumam para destino desconhecido e são surpreendidos por uma forte tempestade, que se transforma em dilúvio. Abrigados no topo de uma palmeira, Cecília espera a morte chegar, mas Peri conta uma lenda indígena segundo a qual Tamandaré e sua esposa se salvaram de um dilúvio abrigando-se na copa de uma palmeira desprendida da terra e alimentando-se de seus frutos. Ao término da enchente, Tamandaré e esposa descem e povoam a Terra.  As águas sobem, Cecília se desespera. Peri com uma grande força arranca a palmeira e faz dela uma canoa para poderem continuar pelo rio, deixando subentendido que a lenda de Tamandaré se repetiu com Peri e Cecília e estes
  • 20. UM POUCO SOBRE O LIVRO “IRACEMA”:  Andira: Irmão de Araquém, antigo guerreiro e herói de sua tribo.  Caubi: Irmão de Iracema.  Iracema: Índia da tribo dos tabajaras, filha de Araquém, velho pajé; era uma espécie de vestal (no sentido de ter a sua virgindade consagrada à divindade) por guardar o segredo de Jurema (bebida mágica utilizada nos rituais religiosos); anagrama de América."A virgem dos lábios de mel".  Martim: Guerreiro branco, amigo dos Potiguaras, habitantes do litoral, adversários dos Tabajaras; os Potiguaras lhe deram o nome de Coatiabo.  Moacir: Filho de Iracema e Martim, o primeiro brasileiro miscigenado.  Poti: Herói dos Potiguaras, amigo (que se considerava irmão) de Martim.  Irapuã: Chefe dos guerreiros Tabajaras; apaixonado por Iracema.  Caubi: Índio tabajara, irmão de Iracema.  Jacaúna: Chefe dos guerreiros Potiguaras, irmão de Poti.  Araquém: Pajé da tribo Tabajara. Pai de Iracema e Caubi.  Batuirité: o avô de Poti, o qual denomina Martim Gavião Branco, fazendo, antes de morrer, a profecia da destruição de seu povo pelos  O romance conta, de forma poética, o amor quase impossível entre um branco, Martim Soares Moreno, pela bela índia Iracema, a virgem dos lábios de mel e de cabelos mais negros que a asa da graúna e explica poeticamente as origens da terra natal do autor, o Ceará.