O poema "Canção do Exílio" descreve a saudade do autor da terra natal, onde encontra mais belezas na natureza e alegrias. O documento fornece detalhes biográficos sobre Gonçalves Dias, incluindo seus principais trabalhos e a circunstância de sua morte em naufrágio.
5. Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde Canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais
flores,
Nossos bosques têm mais
vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu
morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as
palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
6.
7.
8. Publica o livro "Últimos Cantos". No
Maranhão, conhece Ana Amélia Ferreira do
Vale, por quem se apaixona. Por ele ser
mestiço, a família dela proíbe o casamento.
Mais tarde casa-se com Olímpia da Costa.
Foi várias vezes à Europa e em 1854, em
Portugal, encontra-se com Ana Amélia, já
casada. Esse encontro inspira o poeta a
escrever o poema "Ainda Uma Vez —
Adeus!".
9. Vai à Europa para tratamento de saúde. Sem
resultados embarca de volta no dia 10 de
setembro de 1864. No dia 3 de novembro o
navio francês Ville de Boulogne em que
estava, naufraga perto do Farol de
Itacolomi, na costa do Maranhão, onde o
poeta falece.
10. Um Anjo, romance, 1843;
Beatriz Cenci, teatro, 1843;
Patkull, teatro, 1843;
Meditação, prosa, 1845;
Primeiros
Cantos, poesia, 1846;
Canção do
Exílio, poema, 1846;
Canto do Piága, poesia, 1846;
Leonor de
Mendonça, drama, 1847;
Segundos
Cantos, poesia, 1848;
Sextilhas do Frei
Antão, poemas, 1848;
Últimos
Cantos, poesia, 1851;
I - Juca Pirama, poema, 1851;
Cantos, poesia, 1857;
bado);
Dicionário da Língua
Tupi, 1858;
Liria Varia, poesia, 1869, obra
póstuma);
Canção do Tamoio, poema;
Leito de Folhas
Verdes, poesia;
Marabá, poema;
Se Eu Morrer de
Amor, poema;
Ainda Uma Vez -
Adeus, poema;
Seus Olhos, poema;
Canto de Morte, poesia;
Meu Anjo, Escuta, poema;
Olhos Verdes, poema;
O Canto do
Guerreiro, poema;
18. Cinco
Minutos, romance, 1856;
Cartas Sobre a
Confederação dos
Tamoios, crítica, 1856;
O Guarani, romance, 1857;
Verso e
Reverso, teatro, 1857;
A Viuvinha, romance, 1860;
Lucíola, romance, 1862;
As Minas de
Prata, romance, 1862-1864-
1865;
Diva, romance, 1864;
Iracema, romance, 1865;
Cartas de
Erasmo, crítica, 1865;
O Juízo de
Deus, crítica, 1867;
O Gaúcho, romance, 1870;
A Pata da
Gazela, romance, 1870;
O Tronco do
Ipê, romance, 1871;
Sonhos
d'Ouro, romance, 1872;
Til, romance, 1872;
Alfarrábios, romance, 1873;
A Guerra dos
Mascate, romance, 1873-
1874;
Ao Correr da
Pena, crônica, 1874;
Senhora, romance, 1875;
O
Sertanejo, romance, 1875.
19. UM POUCO SOBRE O LIVRO “O GUARANI”:
A obra se articula a partir de alguns fatos: a devoção e fidelidade de
Peri, índio goitacá, a Cecília; o amor de Isabel por Álvaro, e o amor deste por
Cecília; a morte acidental de uma índia aimoré por D. Diogo e a consequente
revolta e ataque dos aimorés, tudo isso ocorrendo com uma rebelião dos
homens de D. Antônio, liderados pelo ex-frei Loredano, homem ambicioso e
mau-caráter, que deseja saquear a casa e raptar Cecília.
Álvaro, que já conhecia o amor de Isabel por ele e também já a amava, se
machuca na batalha contra os aimorés. Isabel, vendo o corpo do amado tenta
se matar asfixiada junto com o corpo de Álvaro, quando o vê vivo tenta salvá-
lo, porém ele não permite e morrem juntos.
Durante o ataque, D. Antônio, ao perceber que não havia mais condições de
resistir, incumbe Peri à salvar Cecília, após tê-lo batizado como cristão. Os
dois partem, com Ceci adormecida e Peri vê, ao longe, a casa explodir. A
Cecília só resta Peri.
Durante dias Peri e Cecília rumam para destino desconhecido e são
surpreendidos por uma forte tempestade, que se transforma em dilúvio.
Abrigados no topo de uma palmeira, Cecília espera a morte chegar, mas Peri
conta uma lenda indígena segundo a qual Tamandaré e sua esposa se
salvaram de um dilúvio abrigando-se na copa de uma palmeira desprendida da
terra e alimentando-se de seus frutos. Ao término da enchente, Tamandaré e
esposa descem e povoam a Terra.
As águas sobem, Cecília se desespera. Peri com uma grande força arranca a
palmeira e faz dela uma canoa para poderem continuar pelo rio, deixando
subentendido que a lenda de Tamandaré se repetiu com Peri e Cecília e estes
20. UM POUCO SOBRE O LIVRO “IRACEMA”:
Andira: Irmão de Araquém, antigo guerreiro e herói de sua tribo.
Caubi: Irmão de Iracema.
Iracema: Índia da tribo dos tabajaras, filha de Araquém, velho pajé; era uma
espécie de vestal (no sentido de ter a sua virgindade consagrada à divindade)
por guardar o segredo de Jurema (bebida mágica utilizada nos rituais
religiosos); anagrama de América."A virgem dos lábios de mel".
Martim: Guerreiro branco, amigo dos Potiguaras, habitantes do
litoral, adversários dos Tabajaras; os Potiguaras lhe deram o nome de
Coatiabo.
Moacir: Filho de Iracema e Martim, o primeiro brasileiro miscigenado.
Poti: Herói dos Potiguaras, amigo (que se considerava irmão) de Martim.
Irapuã: Chefe dos guerreiros Tabajaras; apaixonado por Iracema.
Caubi: Índio tabajara, irmão de Iracema.
Jacaúna: Chefe dos guerreiros Potiguaras, irmão de Poti.
Araquém: Pajé da tribo Tabajara. Pai de Iracema e Caubi.
Batuirité: o avô de Poti, o qual denomina Martim Gavião
Branco, fazendo, antes de morrer, a profecia da destruição de seu povo pelos
O romance conta, de forma poética, o amor quase impossível entre um
branco, Martim Soares Moreno, pela bela índia Iracema, a virgem dos lábios de
mel e de cabelos mais negros que a asa da graúna e explica poeticamente as
origens da terra natal do autor, o Ceará.