O poema descreve a Amazônia como um tesouro natural valioso que pertence aos brasileiros e povos indígenas, mas que está sob ameaça de cobiça estrangeira e destruição. O autor defende a soberania brasileira sobre a Amazônia e a necessidade de protegê-la através da união dos povos da bacia amazônica e do desenvolvimento sustentável da região.
1. As Regiões do Brasil em Poesia
NORTE
... Melodias de cigarras e araras,
Sinal dos finais das tardes,
Em sons orquestrados aos ares,
Cricrilam grilos nas noites frias,
E uirapurus em tristes ave-marias
.... Silvam cobras, miam onças,
Animais noturnos em suas andanças,
Ao luar escondido a coruja pia,
E o Curupira em dança rodopia!
... Ao amanhecer a bicharada,
À música agrega novos tons,
Os bem-te-vis e a passarada,
Um a um dos mostram seus dons...
Amazônia, tudo em ti clama e canta!
(Canto da Amazônia - Betha Mendonça)
NORDESTE
... Nordeste querido que tanto amei, família querida que no nordeste deixei.
... A saudade me pegou tudo é ilusão, quero minha terra vou voltar pro meu sertão.
... Lá onde deixei toda a plantação, mandioca, macaxeira, milho e feijão.
... A mulher a me abraçar os filhos a chorar, a emoção a bater uma voz a me dizer:
... No barco da ilusão não naufrague o coração, derrame o sangue pelo nordeste
... seja um bom cabra da peste e não saia do sertão.
(Joyce)
CENTRO-OESTE
Em 26 de agosto de 1899 José Antônio Pereira descobriu um tesouro.
Surge o Arraial de Santo Antônio de Campo Grande,
descoberta por um mineiro e amada por gente do mundo inteiro.
Em busca de boa terra para plantar,
A comitiva veio esta terra explorar,
Conheceram os encantos da bela Morena
Quando ela ainda era pequena.
O Centro-Oeste tem orgulho por tê-la, capital do Mato grosso do Sul!
A mãe morena tem filhos de todo jeito, brancos, negros, amarelos.
A aparência não importa, pois a gente que aqui vive, vive bem, vive feliz.
Mãe boa, mãe nova,
Tem Segredo e tem Prosa,
És uma adolescente
Que acolhe muita gente
t
ã
o
p
o
u
c
o
2. Igual e diferente,
Em seus braços de amor.
O pôr do sol aqui é divino, um verdadeiro presente de Deus.
Encanta adultos e crianças,que se enchem de esperança, para vê-lo outra vez.
As estrelas daqui brilham diferente e os pássaros cantam harmoniosamente,
pois até eles entendem o prazer de viver aqui.
Quem visita esta morena
Acaba se apaixonando
Afinal, são 106 anos de plenos encantos.
Campo Grande, mãe da gente
Mãe valente!
Felicidades te desejo. “Um dia outrora um deserto”, isto já é seu passado,
pois hoje abriga bairros e avenidas, prédios, gigantes construções.
(Campo Grande e seus encantos - Thámony Beraldo)
SUDESTE
.. Quatro estados compõe a região sudeste
De riqueza e beleza a região se reveste..
Minas Gerais, Espirito Santo e Rio de Janeiro..
E o estado de São Paulo que do Brasil é o celeiro..
.. O Rio de janeiro cantada em verso e prosa
Ai esta a cidade maravilhosa
Que tem uma natureza exuberante
E com edifícios modernos e metrópole palpitante
.. Berço de intelectuais
Antiga terra dos cafezais
Sempre cantarei essa canção
Com sudeste em meu coração..
( Valeriano Luiz da Silva)
SUL
.. Na tardinha, o lindo céu limpo e azul
Caí a temperatura, e a geada anuncia
Esse ó nosso clima da Região Sul
No meu lindo Brasil, a parte mais fria.
.. O três Estados da região sulina
Terra abençoada, bom pra se viver
Já tivemos heróis e heroínas
Deram suas vidas sem esmorecer.
.. À tardinha o céu límpido e azulado
Começa a cair a temperatura
Pode-se esperar um clima gelado.
3. .. Depois de uma noite fria e escura
Vem no silêncio a madrugada
E a geada linda com sua brancura.
CORDEL - NORDESTE: AQUI É O MEU
LUGAR
Vou falar do meu lugar
Terra de cabra da peste
Terra de homem valente
Do sertão e do agreste
Terra do mandacaru
Do nosso maracatu
Meu lugar é o Nordeste!
Meu Nordeste tem riquezas
Só encontradas aqui
Sua música, sua dança
Sua gente que sorri
Nosso povo tem bravura
Tem tradição, tem cultura
Da Bahia ao Piauí.
01
A nossa música é linda
Temos coco e embolada
Aboio e banda de pife
Poesia improvisada
Axé, repente, baião
O forró do Gonzagão
Que faz a maior noitada.
Frevo, xote e xaxado
Violeiro, canturia
O martelo agalopado
O cordel e a poesia
O cantador de viola
Fazendo versos na hora
Pra nos trazer alegria.
02
Nossa dança é muito rica
E bastante popular
Tem ciranda, afoxé
Para quem quiser dançar
Bumba-meu-boi, capoeira
4. Essa dança brasileira
Querida em todo lugar.
Tem baião e tem forró
Pra dançar agarradinho
Tem maracatu, congada
Tem o cavalo-marinho
Festa junina animada
Pra toda rapaziada
Namorar um “bucadinho”.
03
Nossa culinária é rica
Em tradição e sabor
Tem cuscuz, tem macaxeira
Que têm um grande valor
Tem o xinxim de galinha
Rapadura com farinha
Tudo feito com amor.
Do bode tem a buchada
Carne de sol com pirão
O mocotó, a rabada
O bobó de camarão
Bredo no coco, paçoca
Vatapá e tapioca
Venha provar o qu’é bão.
04
Temos doce bem gostoso
Como o Bolo de Fubá
A cocada, a rapadura
O quindim e o mungunzá
Temos Beijinho de coco
Que deixa qualquer um loco
Venha aqui saborear.
As festas do meu Nordeste
Têm alegria e calor
O carnaval de Olinda,
De Recife e Salvador
Em Natal o “Carnatal”
Em Fortaleza o “Fortal”
Micaretas de valor.
05
Quando chega o São João
A "disputa" é pra valer
A "Capital do Forró"
Todos querem conhecer
Caruaru tem beleza
Campina Grande destreza
Para o forró não morrer.
Terra de Alceu Valença
E de Jackson do Pandeiro
Terra de Luís Gonzaga
Esse grande brasileiro
5. A terra de Elba Ramalho
E também de Zé Ramalho
Famosos no mundo inteiro.
06
A terra de Virgulino
O famoso Lampião
A terra de Vitalino
Rei do barro feito à mão
A terra do “Padim Ciço”
Dos milagres, “dos bendito”
Do poder da oração.
Piauí da Pré-História
Bahia do candomblé
Paraíba das cachaças
Em Sergipe eu boto fé
Pernambuco tem o frevo
Alagoas tem segredo
Vá descobrir o que é.
07
Maranhão é o estado
Pra dançar bumba-meu-boi
Ceará do “Padim Ciço”
Só conhece quem já foi
No Rio Grande do Norte
A cultura é muito forte
Vá! Não deixe pra depois.
Essa terra é muito boa
Dela ninguém me separa
Tem tudo pra se viver
Uma culinária rara
Uma beleza campestre
Só deixo o meu Nordeste
No último pau-de-arara.
NORTE
LITERATURA DE CORDEL EM DEFESA DA AMAZÔNIA
Recebi esta semana o Jornal Nação Nordeste. Nele a poesia “A Amazônia é nossa”,
de Marcus Lucenna, poeta e cantador; Diretor Cultural da ABLC - Academia
Brasileira de Litaratura de Cordel - www.ablc.com.br. Não há como não trazer para
MundoCordel esse brado em defesa de tesouro tão valioso. Eis a poesia, na íntegra:
A AMAZÔNIA É NOSSA
Vou falar da Amazônia
A terra da promissão
Que hoje o mundo cobiça
Pela sua imensidão
A biodiversidade
6. E a riqueza do seu chão.
A sua maior porção
Pertence a nós brasileiros
Porém, Peru e Colômbia
Tem ela nos seus terreiros
Venezuela e Bolívia
Dela também são parceiros.
Lá também vivem os primeiros
Donos deste novo mundo
Os índios a quem devemos
O respeito mais profundo
E o brasileiro cabôclo
Povo mestiço e fecundo.
Precisamos ir bem fundo
Ao tratar dessa questão
Que mexe com nossa vida
Com a nossa imaginação
Com a história e o futuro
Da nossa grande nação.
Amazônia é equação
Que temos que resolver
Se será fácil ou difícil
O tempo é quem vai dizer
É nosso dever de casa
E vamos ter que fazer.
Nós precisamos dizer
Ao mundo com galhardia
Que os povos da Amazônia
Da sua rica bacia
São os seus únicos donos
Têm dela a soberania.
Dia e noite, noite e dia
Precisamos combater
Com idéias, com ações
Senão é fácil prever
Toda essa nossa riqueza
Haveremos de perder.
Todos precisam saber
Dessa grande orquestração
Que os poderosos do mundo
Vêm movendo desde então
Pra tomarem a Amazônia
7. Movidos pela ambição.
Debaixo daquele chão
Tem prata,tem gipsita
Tem diamantes, titânio
Ferro, ágata, malaquita
Citrinos, molibidênio
Tem tungstênio e bauxita.
Veios de ouro e pepitas
Urânio, gás, manganês
Tem petróleo, alumínio
Potássio e digo a vocês
Onde tem tanta riqueza
O gringo nunca é cortês.
Gringo não quer ser freguês
E também não quer ser sócio
Quer meter a mão em tudo
Ser o dono do negócio
Acham que somos otários
Que o nosso povo é beócio.
Mas o sol em equinócio
Na linha do equador
Ilumina o nosso povo
Com tanta luz e esplendor
Que um povo com esse brilho
Não pode ser perdedor.
Precisamos dar valor
As forças que a gente tem
Novo colonizador
Aqui não vai se dar bem
Nós não queremos ser mais
Escravos de mais ninguém.
Na Amazônia ainda tem
Tântalo, topázio e linhito
Fluor, zinco, tório, cromo
Um território bonito
Nióbio, ítrio e as águas
Do Amazonas bendito.
Porém tem muitos conflitos
Com grileiro, com posseiro
Tem também falsos pastores
À serviço do estrangeiro
Queimadas pra criar gado
8. Fazendeiro e madeireiro.
Mas cabe a nós brasileiros
Puxar o mote, o refrão
Chamar os nossos vizinhos
Com bom senso e união
Pra defender nossas pátrias
Patrimônio e rico chão.
Hoje com a concentração
Das furtunas pela terra
Com a riqueza em poucas mãos
Ou a gente grita e berra
Ou pra ter a Amazônia
Teremos que entrar em guerra.
O ronco da motoserra
Fumaça e poluição
As pastagens para o gado
Matando a vegetação
Mostra que estamos errando
Na forma de ocupação.
Damos ao gringo a visão
que não sabemos cuidar
Do que eles chamam pulmão
Do mundo a fábrica de ar
É com essa conversa mole
Que eles querem nos lezar.
Precisamos implantar
A auto-sustentação
Respeitando a natureza
Porém com convicção
Que a Amazônia é nossa
E gringo não põe a mão.
No futuro a geração
Que virá depois de nós
Vai poder se orgulhar
E dizer: nossos avós
Fizeram um grande país
Não nos deixaram a sós.
Então solto minha voz
Nesse momento presente
Em nome desse futuro
Onde estará nossa gente
Se a gente fortalecer
9. Os elos dessa corrente.
Do peão ao presidente
Chico, Mané e Antônia
Do Oiapoque ao Chuí
De Mossoró à Rondônia
Precisamos nos unir
Pra salvar a Amazônia.
Mas se o gringo é nossa insônia
Agiremos dando duro
Rumando na caminhada
Com ninguém deixando furo
Unidos pela Amazônia
Senão, adeus bom futuro.
Lutemos até no escuro
Unidos em harmonia
Com garra, força e coragem
Enfrentando a vilania
Não daremos o que é nosso
Não queiram o que não é vosso
A nossa soberania.
CENTRO -0ESTE
CHEIRO DE TERRA
Na região Centro-Oeste
de agosto até setembro
a seca se faz presente,
termina lá pra dezembro
quando começa a chover
e o verde a renascer
no começo de novembro.
Quando cantam as cigarras
o sol quente vai embora
um pingo d’água aparece
a chuva não se demora;
10. umidade se levanta
melhora a dor na garganta
tudo mundo comemora.
A paisagem se transforma
ipês roxos, aquarelas
no colorido das flores
realçam as amarelas;
nossas almas se levantam
nossas vidas se encantam
debruçadas nas janelas.
Ou andando pelas ruas
de braços com a natureza
é tempo de esperança
da cor do verde certeza;
da bandeira do Brasil
no imenso céu de anil
não há clima pra tristeza.
Assim são os menestréis
que possuem a alquimia
de tudo poder transformar
mudar o clima do dia;
do povo desenganado
por ter sempre acreditado
na proposta que fazia .
Uma coisa é ser poeta
outra coisa é fantasia
divulgar pela imprensa
tanta falsa melhoria;
e mentir com veemêcia,
11. afirmar com insitência,
anda bem a economia.
Por conta d’uma pesquisa
num tempo determinado
não há metodologia
que garanta o resultado
diante de tantos fatos
de denúncias e relatos
muito pouco investigado.
A conclusão é serena:
a mentira repetida
por muitas e muitas vezes
acaba sendo entendida
por verdade verdadeira
da população inteira
que fica sendo iludida.
Com a notícia do jornal
dessa falsa melhoria
na onda do otimismo
da meteorologia;
que faz sua previsão
com ventos de opinião
colhidos no dia-a-dia.
Após rajadas de vento
de intensa comunicação
o céu mudou pra azul
o inverno virou verão;
o efeito propaganda
molhou toda a varanda
12. a manchete sensação.
O milagre econômico
enfim, choveu no molhado,
e o nosso presidente
volta a ser considerado
o estadista do ano;
sou brasileiro, me ufano,
mas estou preocupado.
Com a onda de otimismo
que apareceu de repente
deu em todos os jornais
o Brasil andou pra frente;
muita popularidade
inverteu-se a verdade
nada mudou, presidente.
A não ser o investimento
em propaganda enganosa
que derrubou a descrença
na sua rima e na prosa;
nem mudará pelo jeito
pois continua o defeito
do seu óculos cor-de-rosa.
Vá ao oftalmologista
talvez seja catarata
ou, quem sabe, vista grossa,
ou excesso de cascata;
crescimento sustentado
pela mídia agasalhado
tudo isso é bravata.
13. O frio não foi embora
o inverno continua
o povo desempregado
anda solto pela rua;
a violência persiste
a pobreza mais insiste
não há mudança de lua.
As promessas foram feitas
nem sequer foram cumpridas;
nossa dívida é maior,
não há portas de saídas;
metáfora não é poesia
acaba no outro dia
voltam todas as feridas.
Queria que fosse verdade
o sonho desse momento
mas não tenho garda-chuvas
ando solto pelo vento;
posso pedir emprestado
a qualquer aposentado
a receita do crescimento.
Pergunte ao trabalhador
que teve o salário aumentado
em cerca de vinte reais
se ele foi pesquisado;
consulte o magistério
defunto no cemitério
e militar reformado.
14. Oficial graduado
e servente de pedreiro
de galocha ou de botina,
só não vale marqueteiro;
dono de banca de bicho
que tem preso o rabicho,
e investidor estrangeiro.
Grato, dessa maneira,
mudar esse sol quadrado
todo clima de bom tempo
virou dia bem gelado;
com o jornal na cabeça
que a chuva desapareça
clama o povo molhado.
Poema: "Só de Sacanagem" de Elisa Lucinda. Saboreiem a
leitura...
Só de sacanagem
Meu coração está aos pulos
Quantas vezes minha esperança será posta a prova?
Tudo isso que está aí no ar
Malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro
Do meu dinheiro, do nosso dinheiro
Que reservamos duramente
Para educar os meninos mais pobres que nós
Para cuidar gratuitamente da saúde deles, dos seus pais
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
E eu não posso mais
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros
Venha quebrar no nosso nariz
Meu coração está no escuro
A luz é simples
Regado ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó
E os justos que os precederam: “NÃO ROUBARÁS”
“Devolva os lápis do coleguinha”
“Esse apontador não é seu, minha filha”
Pois bem, se mexeram comigo
15. Com a velha e fiel fé do meu povo sofrido
Então agora eu vou sacanear
Mais honesta ainda eu vou ficar
Só de sacanagem
Dirão: “deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba”
E eu vou dizer: “não importa, será esse o meu carnaval”
Vou confiar mais e outra vez
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos
Vamos pagar limpo a quem a gente deve
E receber limpo do nosso freguês
Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal
Dirão: “é inútil, todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”
E eu direi: “não admito, minha esperança é imortal”
E eu repito: “ouviram? IMORTAL”
Sei que não dá pra mudar o começo
Mas, se a gente quiser
dá pra mudar o final!
Elisa Lucinda
Vejam o vídeo no you tube sob a interpretação de Ana Carolina
http://www.youtube.com/watch?v=03qln0920mk