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A contribuição da linguística descritiva para o ensino de língua portuguesa no Brasil Prof. Ewerton Rezer Gindri
Por que a linguística só foi instituída no século XX?     A Gramática Normativa, a Filologia e a Gramática Comparativa não delimitaram seu objeto de investigação nem constituíram um método próprio. Saussure (1916), no seu clássico trabalho Cours de LinguistiqueGénerále, observou que, por isso, não se podia falar da ciência lingüística até ali.  (Jorge Campos)
Paradigma Estrutural (Saussure e Bloomfield) Através de reflexões de natureza filosófico-linguísticas, Saussure propõe suas dicotomias e um novo paradigma.  a) Objeto: a língua; b) Método: indutivo (da observação dos fatos lingüísticos particulares para a generalização ao nível das línguas); c) Finalidade: descrever a estrutura de línguas particulares; d) Teorias fortes: Fonologia e Morfologia; e) Problemas anômalos: como tratar o significado (a Semântica é praticamente excluída da Lingüística) e como descrever relações sintáticas mais profundas.
    As ampliações teóricas que ele (o estruturalismo) sofreu buscaram reforçar o que poderíamos denominar visão formalista da linguagem... Não há nem em Saussure, nem em seus seguidores, qualquer semântica como conexão linguagem-mundo. (Jorge Campos)
Paradigma Gerativo-Transformacional Objeto: a competência (a capacidade humana, de base inata, para a linguagem) b) Método: hipotético-dedutivo (de um conjunto de suposições assumidas derivava-se a teoria da linguagem) c) Finalidade: - descrever as regras, ou princípios internos que um falante ideal usa para produzir e compreender infinitas orações gramaticais; d) Teoria forte: a sintaxe e) Problemas anômalos: o significado
O resultado das mudanças paradigmáticas Com as diferentes concepções linguísticas, surgem novos conceitos para gramática. Travaglia cita 3 tipos:  Gramática normativa; Gramática descritiva; Gramática internalizada.
Com os novos conceitos para gramática, surgem novos paradigmas de ensino-aprendizagem. Para a gramática normativa: ensinar gramática é ensinar a ler e escrever “corretamente”, tomando por modelos os clássicos da literatura, sem levar em consideração o aspecto diacrônico. Para isso valorizava-se a repetição, memorização e classificação.
Para a gramática descritiva: nesta corrente admite-se o saber pré-escolar do aluno. O papel da gramática seria o de descrever as diferentes variantes, instrumentalizando os alunos para a aquisição da variante que ainda não domina. Percebe-se a presença de estudos de caso e exemplos do cotidiano, nos exercícios escolares.
Para a gramática internalizada: embora não haja uma definição clara quanto à crença dessa corrente, no que se refere ao ensino-aprendizagem, já que se aproxima muito ao paradigma descritivo, pode-se dizer que crêem na utilização do conhecimento interno da gramática, por parte dos alunos, durante o ensino.
Aumento da produção científica nacional na área de abrangência da língua portuguesa; Há mudanças significativas nas edições de livros didáticos; Levanta-se uma  discussão nacional sobre os objetivos do ensino de língua portuguesa. Esse movimento renovador tem sua culminância nos PCNs.
Bibliografia  COSTA, Jorge Campos da.A relevância da pragmática na pragmática da relevância [recurso eletrônico] / Jorge Campos da Costa. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2008.135 p. Modo de Acesso: World Wide Web: http://www.pucrs.br/orgaos/edipucrs/ ISBN 978-85-7430-834-0 (on-line).  TRAVAGLIA, L.C.Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 2002.

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ContribuiçõEs Da LinguíStica Descritiva Para O Ensino De LíNgua Portuguesa

  • 1. A contribuição da linguística descritiva para o ensino de língua portuguesa no Brasil Prof. Ewerton Rezer Gindri
  • 2. Por que a linguística só foi instituída no século XX? A Gramática Normativa, a Filologia e a Gramática Comparativa não delimitaram seu objeto de investigação nem constituíram um método próprio. Saussure (1916), no seu clássico trabalho Cours de LinguistiqueGénerále, observou que, por isso, não se podia falar da ciência lingüística até ali. (Jorge Campos)
  • 3. Paradigma Estrutural (Saussure e Bloomfield) Através de reflexões de natureza filosófico-linguísticas, Saussure propõe suas dicotomias e um novo paradigma. a) Objeto: a língua; b) Método: indutivo (da observação dos fatos lingüísticos particulares para a generalização ao nível das línguas); c) Finalidade: descrever a estrutura de línguas particulares; d) Teorias fortes: Fonologia e Morfologia; e) Problemas anômalos: como tratar o significado (a Semântica é praticamente excluída da Lingüística) e como descrever relações sintáticas mais profundas.
  • 4. As ampliações teóricas que ele (o estruturalismo) sofreu buscaram reforçar o que poderíamos denominar visão formalista da linguagem... Não há nem em Saussure, nem em seus seguidores, qualquer semântica como conexão linguagem-mundo. (Jorge Campos)
  • 5. Paradigma Gerativo-Transformacional Objeto: a competência (a capacidade humana, de base inata, para a linguagem) b) Método: hipotético-dedutivo (de um conjunto de suposições assumidas derivava-se a teoria da linguagem) c) Finalidade: - descrever as regras, ou princípios internos que um falante ideal usa para produzir e compreender infinitas orações gramaticais; d) Teoria forte: a sintaxe e) Problemas anômalos: o significado
  • 6. O resultado das mudanças paradigmáticas Com as diferentes concepções linguísticas, surgem novos conceitos para gramática. Travaglia cita 3 tipos: Gramática normativa; Gramática descritiva; Gramática internalizada.
  • 7. Com os novos conceitos para gramática, surgem novos paradigmas de ensino-aprendizagem. Para a gramática normativa: ensinar gramática é ensinar a ler e escrever “corretamente”, tomando por modelos os clássicos da literatura, sem levar em consideração o aspecto diacrônico. Para isso valorizava-se a repetição, memorização e classificação.
  • 8. Para a gramática descritiva: nesta corrente admite-se o saber pré-escolar do aluno. O papel da gramática seria o de descrever as diferentes variantes, instrumentalizando os alunos para a aquisição da variante que ainda não domina. Percebe-se a presença de estudos de caso e exemplos do cotidiano, nos exercícios escolares.
  • 9. Para a gramática internalizada: embora não haja uma definição clara quanto à crença dessa corrente, no que se refere ao ensino-aprendizagem, já que se aproxima muito ao paradigma descritivo, pode-se dizer que crêem na utilização do conhecimento interno da gramática, por parte dos alunos, durante o ensino.
  • 10. Aumento da produção científica nacional na área de abrangência da língua portuguesa; Há mudanças significativas nas edições de livros didáticos; Levanta-se uma discussão nacional sobre os objetivos do ensino de língua portuguesa. Esse movimento renovador tem sua culminância nos PCNs.
  • 11. Bibliografia COSTA, Jorge Campos da.A relevância da pragmática na pragmática da relevância [recurso eletrônico] / Jorge Campos da Costa. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2008.135 p. Modo de Acesso: World Wide Web: http://www.pucrs.br/orgaos/edipucrs/ ISBN 978-85-7430-834-0 (on-line). TRAVAGLIA, L.C.Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 2002.