O documento descreve a produção de açúcar no Brasil colonial, o trabalho escravo e a invasão holandesa de Pernambuco no século XVII. Os holandeses conquistaram Pernambuco com o objetivo de controlar a produção de açúcar, porém enfrentaram dificuldades para administrar os engenhos e obter escravos. Após a restauração da independência de Portugal em 1640, os portugueses reconquistaram Pernambuco dos holandeses em 1648.
1. O Brasil Açucareiro
Séc. XVI – Principais regiões canavieiras:
Pernambuco e Bahia;
Séc. XVII – Se estende para Rio de Janeiro de
Maranhão;
Séc. XVIII – São Vicente – Sem representar
concorrência a outras partes da colônia;
A partir de 1570, a produção ganha impulso com um
grande aumento do número de engenhos;
A palavra engenho passa a ter duplo significado;
O engenho que utilizava moinhos cuja força motriz
era hidráulica era chamado de REAL e o movido por
animais era chamado de TRAPICHE;
2. A manufatura do açúcar envolvia várias
tarefas:
O plantio e o corte da cana;
O transporte até a moenda;
A trituração;
Aquecimento do caldo até a solidificação;
A purga do açúcar;
O encaixotamento e distribuição;
Organizar os turnos;
Cuidar dos animais (usados no transporte e
como tração);
Controlar os trabalhadores e punir os
escravos fugitivos ou faltosos;
3. O trabalho era especialmente duro para
o escravo:
Preparo do solo e colheita;
Corte de lenha para os fornos;
Construção de
cercas, poços, fossas, etc.;
• Os escravos eram vigiados pelos
feitores e severamente punidos (certa
cautela), pois eram muito caros;
4. HOMENS LIVRES E ESCRAVOS
Além de escravos, os engenhos comportavam
uma diversidade de trabalhadores assalariados
livres e semi-livres:
Carpinteiros;
Barqueiros;
Mestres de purgar;
Caxeiro;
Feitores;
Médicos;
Capelães;
Lavradores entre outros;
5. Sistema parecido com as fábricas;
Desmistificação da sociedade colonial
só senhores e escravos;
LAVRADOR:
Proprietário de lavoura de cana, mas que não
possuia engenho. Havia os lavradores de
cana obrigada, que só podiam moer a cana
em um engenho determinado e os lavradores
de cana livre, que podiam moê-la em qualquer
engenho.
6. A ação dos Jesuítas na colônia
A Companhia de Jesus
A Companhia foi fundada em 1534 na Europa e foi
uma reação à reforma protestante;
Jesuítas exerceram papel fundamental na empresa
colonial portuguesa:
Criação de colégios e aldeamentos indígenas;
A principal função dos colégios era formar
sacerdotes;
• A licença de ensino dos jesuítas era chamada de
Missão. Os mestres dos colégios jesuítas tinham a
missão de:
Converter os não católicos;
“Civilizar” os nativos (enquadrá-los no modo de vida
dos europeus);
• Nesses colégios jesuítas ensinavam
7. Os aldeamentos Jesuítas
A missão evangelizadora jesuíta logo
transformou-se em aldeamento para
catequização dos nativos;
Os índios eram deslocados de suas
aldeias onde estudavam a doutrina
católica e eram batizados;
As “Missões” se estenderam pelos
domínios portugueses e espanhóis;
Devia ser autossuficiente (verdadeira
cidades);
Em muitas missões os padres usavam a
dança, a música e o teatro como formas
de diálogo e conversão;
8. Da cura ao uso da força
Primeira tentativa usou como estratégia para
obter o respeito dos índios substituindo a cura
do Pajé pela intervenção médica;
Padres – médicos do corpo e da alma;
Primeira tentativa para ensinar os rituais
católicos como a missa, por exemplo, sofria
alterações (crianças encenavam passagens
do evangelho);
A segunda tentativa baseou-se no medo.
Diante das dificuldades pela palavra padres
como Manuel da Nóbrega passaram a
defender o uso da força para organizar as
missões. O documento que revela essa
mudança é o Plano Civilizador;
9. Expedições de apresamento
A expansão das missões atraiu a
cobiça de colonos paulistas, os
bandeirantes, que viam as missões
como fonte de mão-de-obra escrava;
Os nativos aculturados nas missões e já
habituados a disciplina jesuitica
passaram a ser capturados por
expedições de apresamento;
Antônio Raposo Tavares, comandou
ataques as missões de Guairá(1628 e
1651);
10. A União Ibérica
‘Período em que Portugal e Espanha foram
governados pelo mesmo monarca (1580-
1640)’.
● No antigo regime europeu era comum resolver
problemas políticos por meio de casamento
entre as casas dinásticas ou dinastias
(Período em que uma mesma família
permanece no poder);
●Com a morte do jovem rei D.
Sebastião, solteiro e sem herdeiros, inicia-se a
disputa pela sucessão;
O tio, Cardeal D. Henrique assumiu o
trono, mas a idade avançada e a condição
11. Dois grupos antagônicos formaram-se:
*O primeiro apoiava o Cardeal D. Henrique;
*O segundo defendia a solução
castelhana, isto é, a unificação das duas coroas
sob comando de Filipe II da Espanha (Sobrinho
de D. Henrique);
● A segunda opção era defendida pelas grandes
famílias aristocráticas de Portugal, pela alta
hierarquia eclesiástica e pelos grandes
mercadores, interessados no alargamento de
seus negócios com as colônias da Espanha;
● As articulações econômicas propiciadas pelo
tráfico transatlântico de escravos foram
decisivas;
●Em 1580, Filipe II invadiu
Portugal, encontrando pouca
12. A guerra global contra os holandeses
●Quando iniciou-se a União
Ibérica, Espanha enfrentava a guerra de
independência da Holanda, sua província
mais importante;
●Holandeses (Protestantes) levantaram-se
contra a Espanha por razões religiosas e
econômicas;
●Desde o séc. XV, Holanda era da máxima
importância para Portugal(Antuérpia
centro de distribuição dos portugueses na
Europa), atacada por espanhóis, o
comércio deslocou-se para Amsterdã;
13. ●Consolidados na Europa, os holandeses
voltaram-se para as fontes ultramarinas
ibéricas;
●A estratégia consistiu na fundação de
Companhias de comércio, com funções
econômicas, militares e políticas:
A Companhia das Índias Orientais (VOC);
A Companhia das Índias Ocidentais (WIC);
● A VOC, a mais importante, com ações
negociadas na bolsa de Amsterdã, rendeu
altos lucros ao se apossar das rotas do cravo
da Índia e de noz-moscada, da canela e da
pimenta, dominando o comércio no Oceano
Índico;
●Portugal integrado a Espanha pela União
Ibérica tornou-se alvo, suas possessões na
14. O Brasil holandês
A conquista de Pernambuco
Diante do sucesso da VOC, decidiram
fundar a Companhia das Índias Ocidentais
(WIC);
Objetivo da WIC: Conquista do Atlântico.
Foco: Complexo açucareiro-escravista
português (Sul)
e frotas que transportavam prata espanhola
(Norte);
●Primeira
tentativa, 1624, Bahia(Capital), sendo
expulsos um ano depois;
●Segunda
15. Os holandeses desconheciam os segredos
do açúcar;
Primeiro: Não sabiam produzir nem
administrar o engenho;
Segundo: Não tinham controle das
zonas que exportavam africanos para a
América (vitais);
Maurício de Nassau foi enviado pela WIC
para administrar o Brasil Holandês (1637-
1644):
Voltou-se para a captura de escravos em
regiões africanas controladas pelos
portugueses;
1638-Conquistou a fortaleza de São
Jorge da Mina;
16. A Produção Artística
Durante o governo de Maurício de
Nassau, articulou-se missões artísticas e
cientificas;
Objetivo: Avaliar com exatidão os recursos e
potencialidades da nova conquista;
Contratação de artistas holandeses, como
Franz Post e Albert Eckhout foram
encarregados de representar o Brasil holandês
em pinturas e mapas;
Promover um ambiente propício às
artes, invenções e desenvolvimento
intelectual, mostra a necessidade de conhecer
um território em que se sentiam estranhos;
(resulta trabalho artístico valoroso);
17. A “liberdade” religiosa
Majoritariamente protestantes, os
holandeses mostraram-se “tolerantes”com
outras manifestações religiosas;
Zelosos com os interesses econômicos e
políticos, logo perceberam que a
flexibilização das normas renderiam bons
frutos;
A tolerância religiosa não se deveu a
razões humanitárias, queriam lucrar e
sabiam que deviam contar com a adesão
dos portugueses da terra e com os
empréstimos dos judeus;
18. A Dupla restauração de 1640
Divergências entre a WIC e Maurício de
Nassau resultou em seu retorno a Holanda em
1644;
Dificuldades econômicas (colonos haviam
contraído vultuosos empréstimos com a WIC);
Descontentamento com o domínio
protestante;
Articulação do levante luso-brasileiro contra o
domínio holandês;
Em 1640, a aristocracia portuguesa revoltou-se
contra a Espanha e aclamou D. João IV como
novo rei de Portugal, pondo fim a União
Ibérica;
19. ●Ao assumir o trono português D. João
assina uma trégua com a Holanda, pois
agora tinham um inimigo em comum: a
Espanha;
●Propôs a compra de Pernambuco à
WIC, diante da recusa, foram elaborar
planos para a reconquista de Angola e
Pernambuco;
●Em 1648, vitórias decisivas, Batalhas de
Guararapes em Pernambuco e Captura
de Luanda em Angola;
●Em Pernambuco, financiadas com
recursos locais e em Angola, traficantes
20. Os resultados da expulsão dos holandeses do
Brasil
Forte concorrência do açúcar das Antilhas;
Início do séc. XVII, franceses, ingleses e
holandeses passaram a produzir açúcar em
larga escala;
Quebrou-se o monopólio português;
●Quebra do monopólio português no
comércio transatlântico de escravos;
Após a conquista de São Jorge da Mina, os
holandeses entram nesse lucrativo negócio;
●O Atlântico Sul tornou-se a base do Império
Português;
●Crescimento da influência inglesa;