1. A SÉTIMA PRAGA: A RETRIBUIÇÃO DE BABILÔNIA
Apocalipse 17
Hoje em dia, um número cada vez major de eruditos em literatura
apocalíptica reconhecem o plano arquitetônico do último livro da Bíblia.
Apreciando esta nova visão, e com respeito às últimas pragas do
Apocalipse, C. M. Maxwell faz esta promessa: "Uma vez mais nosso
conhecimento da estrutura literária vai ajudar-nos grandemente a
compreender a mensagem".1 Maxwell percebe o seguinte arranjo de
paralelismo contrastante:2
A. Descrição: as pragas (Apoc. 15, 16).
B. Narração: circunstâncias relacionadas com as pragas (Apoc.
17:1-19:10).
1
B . Narração: circunstâncias relacionadas com a Cidade Santa
(Apoc. 19:11-21:8).
1
A . Descrição: a Cidade Santa (Apoc. 21:9-22:9).
Esta estrutura de paralelismo inverso significa que os capítulos 15:1
a 19:10 tratam com o castigo divino, e que os capítulos 19:11 a 22:9
tratam com a libertação e a recompensa divinas. Surpreendentemente,
tanto a seção a respeito de Babilônia (Apoc. 17:1-19:10) como a seção a
respeito da Nova Jerusalém (Apoc. 21:9-22:9) são introduzidas pelo
mesmo anjo das pragas. Cada divisão principal começa com o convite
que o anjo faz: "Vem, mostrar-te-ei...":
APOCALIPSE 17:1 APOCALIPSE 21 :9
"Veio um dos sete anjos que têm "Então, veio um dos sete anjos que
as sete taças e falou comigo, têm as sete taças cheias dos
dizendo: Vem, mostrar-te-ei o últimos sete flagelos e falou
julgamento da grande meretriz que comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-
se acha sentada sobre muitas ei a noiva, a esposa do Cordeiro".
águas".
2. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 2
Depois de cada uma destas visões principais, João se sentiu
deprimido e se prostrou aos pés do anjo interpretador para adorá-lo, e
recebeu a mesma repreensão:
APOCALIPSE 19:10 APOCALIPSE 22:8, 9
"Prostrei-me ante os seus pés para "Eu, João, sou quem ouviu e viu estas
adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, coisas. E, quando as ouvi e vi,
não faças isso; sou conservo teu e prostrei-me ante os pés do anjo que
dos teus irmãos que mantêm o me mostrou essas coisas, para adorá-
testemunho de Jesus; adora a lo. Então, ele me disse: Vê, não faças
isso; eu sou conservo teu, dos teus
Deus. Pois o testemunho de Jesus é
irmãos, os profetas, e dos que
o espírito da profecia".
guardam as palavras deste livro.
Adora a Deus".
Com este arranjo literário João põe em correlação a destruição de
Babilônia e a descida da nova Jerusalém, com os eventos culminantes da
sétima praga. O alcance completo de Apocalipse 16 a 22 não permite
manter por mais tempo nenhuma opinião que divida Apocalipse 17 do
tempo do fim, e de sua conexão indestrutível com as últimas pragas de
Apocalipse 16.
As visões de Apocalipse 17 a 19 constituem uma unidade coerente
que ampliam adicionalmente a sétima praga (Apoc. 16:17-21). Portanto,
a compreensão adequada da sétima praga deve relacionar-se com a
interpretação angélica nos capítulos 17 a 19. Este estilo literário foi
chamado "entrelaçamento"3 ou "urdidura".4 O que Apocalipse 17 a 19
explicam está todo incluído dentro da ação da sétima praga!
Dessa maneira, João fixou cuidadosamente os capítulos 17 a 19 às
últimas pragas. O tema básico da guerra santa de libertação de Cristo
continua desenvolvendo-se em Apocalipse 16:13-16, 17:12-14 e
19:11-21. O tema da "guerra santa" não só estrutura a unidade inteira dos
capítulos 15 a 19, mas também segue adiante, à posse da "terra
3. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 3
prometida" nos capítulos 20 a 22. Este é o objetivo positivo da guerra
santa de Cristo. Desta maneira o Apocalipse contém sua própria
hermenêutica implícita.
A Relação de Apocalipse 16 e 17-19
A sétima praga (Apoc. 16:17-21) amplia-se nos capítulos seguintes
(17-19). A sétima praga contém esta declaração sumária: "E lembrou-se
Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua
ira" (16:19).
O tema de Apocalipse 17 a 19 é o juízo sobre Babilônia e nestas
visões se dá uma ampliação detalhada da sétima praga. Dessa maneira, a
taça com a praga do sétimo anjo cumpre a função de introdução aos
capítulos 17 a 19. Por conseguinte, alguns eruditos chamam o
Apocalipse 17 a 19 "apêndice" ou "tomada de primeiro plano" dos juízos
desta praga. Charles Giblin se refere à seção de Apocalipse 17:1 a 19:10
como a "interpretação angélica da queda de Babilônia".5
Precisamos reconhecer o indicador na introdução de Apocalipse
17:1: "Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo,
dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se
acha sentada sobre muitas águas". Portanto, o anjo de Apocalipse 17 está
conectado com os juízos das taças das pragas de Apocalipse 16. Jean-
Pierre Ruiz descreve isto nas seguintes palavras:
"Não há indicação literária de distância entre [Apoc.] 16:17 e 17:1, uma
indicação que indique que o que segue está compreendido, por dizê-lo
assim, dentro da ação da sétima taça. A especificação do guia angélico em
17:1 como um dos anjos das pragas reforça este vínculo".6
A correlação da última praga em Apocalipse 16 com a interpretação
do anjo em Apocalipse 17 a 19 também é de uma natureza substancial. A
retribuição divina sobre a Babilônia do tempo do fim permanece em
primeiro plano (ver Apoc. 16:19; 17:1, 5; 18:1-6, 21; 19:1-3). A breve
4. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 4
declaração em Apocalipse 16 de que "lembrou-se Deus da grande
Babilônia" (v. 19) amplia-se ulteriormente por um anjo que clama que
tem cansado a grande Babilônia, "porque os seus pecados se acumularam
até ao céu, e Deus se lembrou dos atos iníquos que ela praticou" (18:2, 5).
Apocalipse 17 e 18 explicam como se realizará o juízo de Deus
sobre Babilônia. Estes capítulos tão notáveis mostram duas etapas. Na
primeira, Deus emprega a besta e seus chifres como instrumentos para
dissolver a unidade de Babilônia, o que causa sua ruína. Disse o anjo
interpretador:
"Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão
devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo"
(Apoc. 17:16).
Deste modo a meretriz, descrita como o último poder apóstata, é a
primeira a ser julgada e em receber a lamentação do mundo (Apoc.
18:9-19).
Na segunda etapa da retribuição divina se pinta um quadro do
segundo advento de Cristo no símbolo de um cavaleiro vencedor cujo
nome é a Palavra de Deus, que vence a besta, o falso profeta e seus
exércitos (Apoc. 19:11-21). Essa descrição de Cristo como "Rei dos reis
e Senhor dos senhores" (Apoc. 19:16) apresenta a visão ampliada do
"Armagedom" tal como foi antecipada na sexta e na sétima pragas de
Apocalipse 16:13-16. As pragas de Apocalipse 16 estão ampliadas nos
capítulos 17 a 19.
A Meretriz: A Característica Principal de Apocalipse 17
Primeiro devemos prestar atenção à visão e à reação que teve João
(Apoc. 17:1-6), e depois considerar a interpretação do anjo (vs. 8-18).
"Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo,
dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha
sentada sobre muitas águas, com quem se prostituíram os reis da terra; e,
com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na
5. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 5
terra. Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher
montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com
sete cabeças e dez chifres. Achava-se a mulher vestida de púrpura e de
escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na
mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias
da sua prostituição. Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério:
BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS
ABOMINAÇÕES DA TERRA" (Ap. 17:1-6).
Percebemos três temas principais na visão de João: a prostituta, a
besta e Babilônia. Enquanto que a besta e Babilônia já se mencionaram
em Apocalipse 13 a 16, a meretriz ou prostituta é o tema novo e central
de Apocalipse 17. O interrogante é: Que realidade histórica corresponde
a esta meretriz sedenta de sangre durante a era da igreja? É a Roma
imperial, a hostil Jerusalém, o poder perseguidor Estado-Igreja da Idade
Média, ou é alguma realidade temível que está no futuro?
O enfoque contextual pode abrir uma perspectiva nova sobre este
capítulo misterioso do Apocalipse. Ao considerar o contexto dos
capítulos 12 e 13, notamos que há uma mulher grávida e uma besta de
sete cabeças. Isto requer uma avaliação das duas mulheres simbólicas em
Apocalipse 12 e 17 que estão em um contraste intencional entre si. Como
vimos antes (cap. XXI desta obra), a mulher pura do capítulo 12
representa o povo fiel do antigo e do novo pacto. Esta "mulher" deu à luz
o Messias de Israel (Apoc. 12:1-5), depois foi perseguida e fugiu ao
deserto para ocultar-se da vida pública e da sociedade por 1.260 dias
simbólicos (vs. 6, 14).
Se se contemplar à meretriz do capítulo 17 como a contraparte da
mulher pura de Apocalipse 12, devemos concluir que a meretriz
representa a igreja infiel que entrou em uma relação ilícita com os
governantes políticos do mundo, "os reis da terra" (ver Apoc. 17:2). Isto
esclarece o fato de que a prostituta é capaz de perseguir a todos os
dissidentes. João a vê "ébria do sangue dos santos, e do sangue dos
mártires de Jesus" (v. 6; ver também 16:6; 18:24).
6. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 6
A igreja medieval não executou a nenhum herege, mas sim entregou
os condenados pela Inquisição da igreja, que já tinham sido torturados,
aos governantes do mundo para que executassem as sentenças de morte
dadas pela igreja.
É espantoso chegar à conclusão de que a prostituta simbólica
representa a igreja apóstata. Requer confirmação do contexto bíblico. Tal
confirmação vem em essência dos profetas do Antigo Testamento, que
descreveu a Israel ou a Judá como uma "prostituta", como a esposa infiel
de Jeová.
Protótipos do Antigo Testamento da Prostituta Apocalíptica
Oséias começou a acusar às dez tribos do reino do Norte, o reino do
Israel, declarando: "Um espírito de prostituição está no meio deles, e não
conhecem ao Senhor" (Osé. 5:4). Meu povo "consulta o seu pedaço de
madeira, e a sua vara lhe dá resposta; porque um espírito de prostituição
os enganou, eles, prostituindo-se, abandonaram o seu Deus" (4:12).
Jeremias adotou este mesmo simbolismo para falar de Judá e de
Jerusalém: "Tu te prostituíste com muitos amantes" (Jer. 3:1); "Embora
te vista de escarlata, embora te adornes com atavios de ouro, embora
pintes com antimônio teus olhos, em vão te engalanas; te desprezarão
seus amantes, procurarão tua vida" (4:30). Não há dúvida que Jezabel, a
mulher pagã do Acabe simbolizava algo assim como um modelo para o
quadro do Jeremias de uma Jerusalém apóstata (ver 2 Reis 9:30).
Isaías incluso exclamou com horror a respeito de Jerusalém: "
Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela, que estava cheia de justiça!
Nela, habitava a retidão, mas, agora, homicidas" (Isa. 1:21).
Ezequiel transmitiu a denúncia mais elaborada de Jerusalém, que
serve como a chicote principal do simbolismo da prostituta em
Apocalipse 17. As descrições que Ezequiel e João fazem da prostituta
merecem uma comparação séria.
7. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 7
A Prostituta Apocalíptica: Antítipo do Israel Apóstata
Os principais eruditos em apocalipticismo atuais – tais como A.
Vanhoye, J. M. Vogelgesang, J-P. Ruiz e outros – mostraram que
maneira convincente que a linguagem figurada da prostituta de
Apocalipse 17 tem dependência de Ezequiel 16, 20 e 23. Mais que
qualquer outro profeta, Ezequiel descreveu a Israel (incluindo Judá e
Jerusalém) como a companheira do pacto de Jeová que era infiel, uma
prostituta sedenta de sangue que se exaltava a si mesma. O protótipo
bíblico está carregado de significado para compreender a seu antítipo em
Apocalipse 17 durante o período da igreja. Uma análise cuidadosa de
Ezequiel 16, 20 e 23 é essencial para a interpretação de Apocalipse 17,
com seu enfoque no tempo do fim.
Tanto Ezequiel como João usam o símbolo da meretriz para acusar
a infiel companheira do pacto com Deus das seguintes acusações:
imoralidade sexual ou idolatria, opressão e assassinato de seus próprios
filhos. Depois que se apresentam as acusações legais, tanto Ezequiel
como João procedem a apresentar o mesmo castigo da impenitente. É
útil colocar as passagens pertinentes lado a lado embora não há
substituto para uma leitura pessoal destes capítulos em toda sua
extensão.
A correspondência das descrições do Ezequiel e o Apocalipse é tão
evidente que Josephine M. Ford declarou: "O texto que influiu mais
sobre o autor do Apocalipse é Ezequiel 16, que é um ataque profético
sobre Jerusalém... Sua descrição é tão gráfica como em Apocalipse 17 e
18".7 Pode-se preferir aqui falar não de um "ataque" mas sim de
retribuição divina. Agora comparemos:
8. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 8
EZEQUIEL 16 e 20 APOCALIPSE 17 e 18
O JUÍZO DA PROSTITUTA O JUÍZO DA PROSTITUTA
"Eu te cobri de enfeites..." (16:11, "O quanto a si mesma se glorificou e
BJ). viveu em luxúria, dai-lhe em igual
"Assim te tornavas cada vez mais medida tormento e pranto, porque diz
bela, até assumires ares de realeza" consigo mesma: Estou sentada como
(16:13, BJ). rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei
de ver!" (18:7).
"Puseste a tua confiança na tua beleza e, "Vi a mulher embriagada com o
segura de tua fama, te prostituíste, sangue dos santos e com o sangue
prodigalizando as tuas prostituições a
das testemunhas de Jesus; e,
todos os que apareciam. Tomaste dentre
os teus vestidos e com eles fizeste quando a vi, admirei-me com
lugares altos e de várias cores e aí te grande espanto" (17:6).
prostituíste" (16:15, 16, B]).
"Tomaste os teus filhos e as tuas filhas
que me tinhas dado à luz e os imolaste a "E nela se achou sangue de
elas, a fim de que as comessem. Seria
profetas, de santos e de todos os
isso menos grave do que as tuas
prostituições? Mataste os meus filhos e que foram mortos sobre a terra"
os fizeste passar pelo fogo, oferecendo- (18:24).
os a elas" (16:20, 21, BJ).
"A mulher adúltera acolhe "Com a qual se prostituíram os reis da
estranhos em lugar do marido" terra; e os que habitam na terra se
(16:32). embebedaram com o vinho da sua
prostituição" (17:2).
"Por tudo isso hei de reunir todos os teus "Os dez chifres que viste e a besta,
amantes, aos quais agradaste...reuni-los- esses odiarão a meretriz, e a farão
ei a todos e descobrirei a tua nudez, para
devastada e despojada, e lhe
que a vejam toda... Entregar-te-ei às suas
mãos e eles deitarão por terra a tua comerão as carnes, e a consumirão
colina, arrasarão os teus lugares altos, no fogo" (17:16).
despir-te-ão dos teus vestidos, tomarão
os teus adornos e te deixarão totalmente
nua. Porão fogo às tuas casas e
executarão juízo contra ti" (16:37-41, BJ).
9. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 9
Albert Vanhoye demonstrou que Apocalipse 17:15-18 reflete uma
utilização do Ezequiel 16 e 23.8 R. H. Charles vá ao Ezequiel 23:25-29
reproduzido "em essência" em cada uma das ações levadas a cabo pela
besta e seus chifres contra a prostituta.9 Jeffrey Vogelgesang também vá
a João tomando diretamente do Ezequiel 16 e 23 nas visões a respeito de
Babilônia de Apocalipse 17 e 18. Declara o seguinte: "O sentido geral de
Apocalipse 17 corresponde ao Ezequiel 16 e 23, onde se consideram as
obras más da meretriz, depois se pronuncia o veredicto e se proclama o
castigo".10
Um ponto que geralmente os exegetas profissionais ignoram é a
questão de como se relacionam teologicamente entre si Ezequiel 16 e
Apocalipse 17, quer dizer, como é que esta correspondência que se
reconhece entre estes dois capítulos indica que existe uma tipologia
bíblica.
Para a interpretação de Apocalipse 17 é crucial definir a estrutura
tipológica entre as silhuetas destas duas prostitutas e os juízos que Deus
envia. Não há dúvida de que existe uma analogia estrutural entre as
acusações legais e o castigo retributivo das prostitutas em Ezequiel 16 e
Apocalipse 17. É inevitável a conclusão de que Apocalipse 17 depende
de Ezequiel 16, porque ambas as passagens tratam com o professo mas
apóstata povo da aliança! Esta conclusão dolorosa foi evitada
sistematicamente pela maioria dos teólogos cristãos e os eruditos em
exegese, assim como pelos eruditos rabínicos que ficaram tão
escandalizados pela linguagem severa de Ezequiel que proibiram a
leitura de Ezequiel 16 na sinagoga.11
As acusações divinas em Ezequiel 16 são de uma natureza moral:
idolatria e infidelidade conjugal. Ambos estão conectados entre si porque
o adultério metafórico de Jerusalém com o Egito, Assíria e Babilônia
compreendia a adoração dos deuses estranhos desses reis (2 Reis
10. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 10
17:13-20; Isa. 30:1-5; 31:1). A apostasia de Jerusalém na adoração se
revela de maneira especial em Ezequiel 23:
"Porque adulteraram, e nas suas mãos há culpa de sangue; com seus
ídolos adulteraram, e até os seus filhos, que me geraram, ofereceram a eles
para serem consumidos pelo fogo. Ainda isto me fizeram: no mesmo dia
contaminaram o meu santuário e profanaram os meus sábados.... e assim o
fizeram no meio da minha casa" (Ezeq. 23:37-39; ver também 20:21, BJ).
Jeremias, um contemporâneo de Ezequiel, pôs a descoberto as
mesmas práticas de sacrificar os filhos aos ídolos (Jer. 7:10, 30-34).
Quando anunciou a destruição do templo de Salomão, "lançaram mão
dele os sacerdotes, os profetas e todo o povo, dizendo: Serás morto: De
certo morrerá" (26:8).
A meretriz do tempo do fim de Apocalipse 17 é acusada dos
mesmos crimes de apostasia no culto, infidelidade sexual e idolatria
sedenta de sangue (Apoc. 17:2, 4, 6, 14). Assim como a antiga Jerusalém
se tornou inimiga de Jeová, assim a igreja institucional seria infiel a
Cristo, apóstata em seu culto de adoração, e sedenta de sangue com
todos os que recusassem prostrar-se ante ela e sua "marca" de adoração.
O castigo da prostituta em Ezequiel 16 e 23 assim como em
Apocalipse 17, em essência é o mesmo: Deus chama os antigos amantes
para que levem a cabo o castigo da prostituta (Ezeq. 16:37, 39; 23:22;
Apoc. 17:16, 17).
Walter Zimmerli resumiu nestas palavras o castigo que aparece em
Ezequiel 16: "Os mesmos poderes de quem a comunidade de Deus
parece aproveitar-se, tomarão represálias e executarão o juízo de Deus
sobre ela... como um juízo que começa pela casa de Deus (9:6)".12 Por
conseguinte, J-P. Ruiz concluiu dizendo: "O que encontramos em
Apocalipse 17:16 é uma relocação nova e consciente da linguagem de
Ezequiel 16 e 23, e uma transformação real da linguagem profética".13 O
anjo interpretador destaca que a ação destruidora da besta e seus chifres
contra a prostituta em Apocalipse 17:16 é o cumprimento da vontade de
Deus
11. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 11
"Porque Deus tem posto em seu coração que cumpram o seu intento, e
tenham uma mesma idéia, e que dêem à besta o seu reino, até que se
cumpram as palavras de Deus" (Apoc. 17:17).
Um olhar mais detido aos oráculos de juízo da antiga e a nova
prostituta, revela uma correspondência literária e temática:
EZEQUIEL 16:39 APOCALIPSE 17:16
"Entregar-te-ei nas suas mãos, e "Os dez chifres que viste e a besta,
derribarão o teu prostíbulo de culto esses odiarão a meretriz, e a farão
e os teus elevados altares; despir- devastada e despojada, e lhe
te-ão de teus vestidos, tomarão as comerão as carnes, e a consumirão
tuas finas jóias e te deixarão nua e no fogo".
descoberta".
A relação teológica entre os castigos das duas prostitutas, a antiga e
a nova, é manifestamente uma relação de tipo e antítipo. Esta tipologia
inspirada contém a chave para decifrar a visão desconcertante do tempo
do fim que João apresenta: a meretriz do tempo do fim representa a
igreja infiel e mundana que voltará a ter a supremacia por um tempo
breve sobre os governantes políticos.
J-P. Ruiz chamou nossa atenção a algumas relações notáveis do
castigo da meretriz em Apocalipse 17: "… devorarão suas carnes" (v.
16). Aqui vê "uma similitude verbal estreita" entre esta frase de
Apocalipse e a de 2 Reis 9 que descreve a predição que Elias faz da
morte de Jezabel, a rainha de Israel: "No campo de Jezreel, os cães
comerão a carne de Jezabel" (2 Reis 9:36). Ruiz declara o seguinte: "O
contexto de 2 Reis 9:36 também corresponde ao de Apocalipse 17:16".14
A correspondência básica da Jezabel histórica e seu antítipo profético
dentro da igreja, já estava indicado na carta de Cristo à igreja do Tiatira:
"Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si
mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os
meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas
aos ídolos" (Apoc. 2:20).
12. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 12
A igreja de Cristo ia permitir dentro de seu seio a uma nova Jezabel,
com suas exigências falsas como profetisa de Deus e com seu culto
religioso falso (Apoc. 2:20, 23). Os resultados amargos são os mesmos
na antiga e na nova Jezabel: o assassinato legalizado e político dos
santos de Deus.
Assim como a Jezabel da antiguidade usou a seu marido o rei Acabe
para perseguir Elias e os seguidores de Jeová, assim também a Jezabel
apocalíptica usa os governantes políticos para perseguir os seguidores de
Cristo. O cristianismo apóstata receberá o mesmo juízo condenador de
Cristo como o que recebeu Jezabel: "Pois julgou a grande meretriz... e
vingou o sangue de seus servos" (Apoc. 19:2; cf. 2 Reis 9:7). Este é o
contexto mais amplo da frase do anjo, "devorarão suas carnes", em
Apocalipse 17:16. A maldição final do pacto sobre a prostituta
apocalíptica se formula como "os dez chifres... a consumirão no fogo"
(17:16; ver também 18:8). Na lei de Moisés, este castigo estava
reservado para a imoralidade sexual da filha de um sacerdote:
"Se a filha de um sacerdote se desonra, prostituindo-se, profana a seu
pai; será queimada" (Lev. 21:9).
Enquanto que o castigo tradicional para o adultério de uma mulher
casada era o apedrejamento (Deut. 22:23, 24; João 8:5), no caso de
prostituição praticada pela filha de um sacerdote, o castigo era queimá-
la. Este castigo apocalíptico da prostituta do tempo do fim assinala uma
vez mais à natureza sacerdotal desta "mulher" caída. João informa sua
reação à visão de Apocalipse 17:1-6, quando diz: "E, quando a vi,
admirei-me com grande espanto" (V. 6). Em realidade, ficou "mudo de
assombro" ou "grandemente perplexo", o que é difícil de entender se
João tivesse visto só os imperadores romanos perseguidores ou uma
Jerusalém hostil. Isso era algo familiar para sua própria experiência.
Entretanto, se contemplou a mudança que se levaria a cabo na igreja
institucional de Cristo, que a mulher pura chegaria a ser intolerante e a
estar sedenta de sangue, isso teria sido verdadeiramente assombroso.
13. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 13
Admoestações Apostólicas Contra a Apostasia Predita
A igreja de Cristo ia repetir a história do Israel antigo, que em
general foi uma história de apostasia. O apóstolo Paulo advertiu contra a
repetição da apostasia do Israel na igreja institucional. Disse Paulo:
"Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não
cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. Não vos façais, pois,
idólatras, como alguns deles... Aquele, pois, que pensa estar em pé veja
que não caia" (1 Cor. 10:6, 7, 12).
Paulo também empregou a metáfora profética de uma mulher para
descrever à igreja quando escreveu:
"Pois lhes hei desposado com um só marido, para lhes apresentar
como uma virgem pura a Cristo. Mas temo que como a serpente com sua
astúcia enganou a Eva, seus sentidos sejam de algum jeito extraviados da
sincera fidelidade a Cristo" (2 Cor. 11:2, 3).
Expressou seu temor justificado nesta predição sinistra quando se
dirigiu aos anciões da igreja de Éfeso:
"Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos
vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se
levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos
atrás deles. Portanto, vigiai" (At. 20:29-31).
Inclusive caracterizou esta apostasia vindoura (em gr., apostasia]
dentro da igreja como uma rebelião do "homem do pecado" (em gr.,
anomías] (2 Tes. 2:3), que continuaria e permaneceria todo o tempo, até
a segunda vinda de Cristo (V. 8).
Entretanto, o Apocalipse de João desenvolve o tema da apostasia
sistematicamente em Apocalipse 12 a 19. Aqui a igreja pós-apostólica
institucional é descrita como uma "meretriz", porque sendo a "mulher"
de Cristo, unir-se-ia ilegalmente com os reis da terra:
"Com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua
devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra" (Apoc. 17:2).
Um intérprete da escola histórica de interpretação comentou:
14. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 14
"O fato de que Babilônia é distinta dos reis da terra, embora esteja
ilegalmente unida a eles, é uma prova positiva que Babilônia não é o poder
civil. O fato de que o povo de Deus está em seu meio precisamente antes de
sua derrocada, demonstra que é um professo corpo religioso. Portanto,
pensamos que deve ser evidente que a Babilônia de Apocalipse 17
simboliza à igreja professa que está ilegalmente unida ao mundo".15
O Imperativo da Hermenêutica do Evangelho
Alguns reconhecem que a meretriz de Apocalipse 17 representa ao
professo povo do pacto de Deus e sua infidelidade ao Deus do pacto. J.
M. Ford o explica assim: "É o pacto o que a faz noiva, a ruptura do qual
a converte em adúltera".16 O ler o Apocalipse à luz do antecedente do
Antigo Testamento foi um adiantamento fundamental no enfoque do
livro do Apocalipse, e muitos até falham em apreciar a importância deste
fato. Não obstante, esta chave do Antigo Testamento não é uma garantia
da aplicação histórica de Apocalipse 17. Necessita-se também estar
consciente da tipologia cristã que o Novo Testamento revela em sua
aplicação do idioma do pacto hebraico.17
Rechaçando a aplicação popular de que a meretriz se refere a Roma
imperial, esta erudita católica literaliza sua aplicação da meretriz de
Apocalipse 17 à "Jerusalém infiel" e a seu sacerdócio. Diz J. M. Ford:
"Estes textos [dos rolos de Qumran], juntos com os do Antigo
Testamento, assinalam que a meretriz em Apocalipse 17 é Jerusalém,
não Roma".18 Por conseguinte, considera a "a antiga Jerusalém,
manchada" em vez de Roma como a verdadeira contraparte da Nova
Jerusalém".19 Mas este princípio de aplicação literal é uma violação
fundamental da hermenêutica do evangelho, porque não está orientada a
Cristo e a seu povo do novo pacto (ver a Primeira parte, o cap. V desta
obra).
O Apocalipse está construído quase completamente com termos e
imagens hebraicas, como o reconhecem todos os exegetas. Portanto, para
15. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 15
evitar as interpretações especulativas, é essencial aplicar a hermenêutica
do evangelho a toda a linguagem hebraica do pacto que aparece no
Apocalipse. O idioma e o simbolismo no Apocalipse continuam sendo os
do pacto, mas em termos do novo pacto de Jesus Cristo. Este idioma
pactual cristocêntrico está firmemente estabelecido em Apocalipse
(vejam-se os caps. II e III desta obra).
O MISTÉRIO DE BABILÔNIA, A GRANDE
A meretriz tem um título escrito sobre sua frente: "Mistério:
Babilônia, a grande" (Apoc. 17:5). Este "mistério" não está restringido à
identidade da prostituta. Disse explicitamente o anjo: "Eu te direi o
mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem as sete cabeças e
dez chifres" (v. 7). Com respeito a isto, declara J-P. Ruiz:
"Tudo o que aparece no capítulo 17:7 e 8, e não precisamente os vs.
15-18, têm que ver com a mulher, a cujo juízo se convida como testemunha
a João. A repetição de guné nos vs. 7, 9 e 18 serve como o recordativo
literário de que a prostituta e a besta pertencem ao mesmo mustérion".20
Isto significa que o "mistério" de Babilônia a grande inclui a visão
de João como um tudo, a compreensão do qual requer "a mente que
tenha sabedoria" (Apoc. 17:9). Necessitou-se sabedoria já antes para
entender o "número da besta" (13:18). Requer a atividade intelectual de
calcular o número da besta (v. 18). A mesma atividade mental se
necessita em Apocalipse 17, porque indica a aplicação histórica das sete
cabeças da besta escarlate e de seus dez chifres:
"Aqui é necessário a inteligência que tem discernimento: as sete
cabeças são sete montes (em gr., óre: 'montes'] sobre os quais a mulher
está sentada. São também sete reis, dos quais cinco já caíram, um existe e
o outro ainda não veio, mas quando vier deverá permanecer por pouco
tempo" (Apoc. 17:9 e 10, BJ; ver RA, RC, que também traduzem "montes").
16. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 16
"E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o
reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a
besta" (Apoc. 17:12).
Toda a linguagem figurada é parte do "mistério" de Babilônia, a
Grande. A sabedoria sugere que façamos remontar toda esta linguagem
figurada à linguagem profética hebraica antes que busquemos aplicar os
símbolos à era da igreja. Ao mesmo tempo que detectamos uma
correspondência inegável da prostituta apocalíptica com a prostituta dos
oráculos de condenação de Ezequiel (caps. 16 e 23), observamos que a
besta com as cabeças e os chifres em Apocalipse 17 depende
essencialmente da besta com dez chifres do Daniel 7. Portanto, devemos
relacionar Apocalipse 17 com Daniel 7. Ambas as visões apocalípticas
estão conectadas de maneira indissolúvel. Ruiz reconheceu isto em sua
análise de Apocalipse 17:
"Entretanto é uma mensagem unificada oferecida em termos do Antigo
Testamento, porque o tema da besta está extraída de Daniel, enquanto que
o tema da prostituta, sua atividade e seu destino, é tomada de Ezequiel".21
O Momento Histórico Exato da Besta Ressuscitada
O segundo tema de Apocalipse 17 é a besta escarlate sobre a qual
está sentada uma prostituta. João é levado "em Espírito ao deserto". Ali
viu "uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes
de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres" (Apoc. 17:3).
Neste ponto recordamos que o dragão (Apoc. 12:3) e a besta do mar
(13:1) têm igualmente sete cabeças e dez chifres. Entretanto, cada um
dos três animais têm alguns característicos únicos que diferem dos
outros. O dragão tem sete coroas em suas cabeças (12:3), enquanto que a
besta do mar tem dez coroas sobre seus chifres (13:1). A besta escarlate
não tem coroas, mas leva a prostituta. Por conseguinte, a besta escarlate
do capítulo 17 não é idêntica à besta que sobe do mar no capítulo 13 ou
com o dragão do 12. Por outro lado, as sete cabeças e os dez chifres da
17. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 17
besta escarlate estabelecem uma conexão definida entre a besta que sobe
do mar e o dragão.
O anjo interpretador solicita que se exerça sabedoria especial para
entender as sete cabeças da besta revivida (Apoc. 17:9). Ao que parece,
o momento exato das duas últimas cabeças, a sexta e a sétima, é um
momento crucial na era da igreja para manter um conhecimento exato do
plano de Deus para nosso tempo.
De nossa análise de Apocalipse 12 a 14 aprendemos que estes
capítulos revelam progressivamente todo o alcance da era da igreja.
Enquanto que Apocalipse 12 se enfoca principalmente no começo da era
da igreja (o nascimento e a coroação do Messias, vs. 1-5), e nos séculos
pós-apostólicos (a mulher se oculta no deserto por 1.260 dias simbólicos,
vs. 6, 14), Apocalipse 13 e 17 mudam o foco principal da profecia cada
vez mais no tempo do fim da era da igreja (em Ap. 13:15-17; 17:12-14),
ampliando cada vez mais o conflito final de Apocalipse 12:17.
As sete cabeças se descrevem explicitamente como "reis"
sucessivos ou poderes mundiais, dos quais "dos quais caíram cinco, um
existe, e o outro ainda não chegou" (Apoc. 17:10). É claro que a besta
demoníaca exerce seu governo opressor por meio de uma cabeça de uma
vez no curso da história. As sete cabeças pertencem igualmente ao
dragão (cap. 12), à besta que sobe do mar (cap. 13) e à besta escarlate
que sobe do abismo (cap. 17). Não podemos dar por sentado que há 21
cabeças, mas só sete são as que representam todo o lapso de tempo da
luta de Satanás contra o povo de Deus.22 Isto significa que o dragão, a
besta do mar e a besta escarlate, cada uma representa uma cabeça
particular ou poder mundial. Relacionando cada animal ao período de
tempo central dos "1.260" dias (12:6) ou "42 meses" (13:5), estamos de
acordo com John N. Andrews, que afirmou:
"O período próprio de cada um parece ser este: o dragão antes dos
1.260 anos, a besta do capítulo 13 durante esse período, e a besta do
capítulo 17 do tempo da ferida mortal e a cativeiro no fim daquele período".23
18. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 18
As sete cabeças de cada uma das três bestas de Apocalipse 12, 13 e
17 expressam a continuidade da perseguição por parte destes poderes
mundiais ímpios. Todas estão relacionadas essencialmente pelo mesmo
espírito de ódio contra Jesus Cristo e estão decididas a proscrever e
executar os companheiros do Cordeiro de Deus. Cada "cabeça" dos
poderes estatais governantes na era da igreja está motivada pelo mesmo
dragão, ou Satanás (Apoc. 12:9).
As Sete Cabeças da Besta Escarlate
As sete cabeças foram o assunto de muita discussão nos
comentários. Recentemente, Kenneth A. Strand examinou os argumentos
do ponto de vista popular preterista, que aplica as sete cabeças a sete
imperadores romanos específicos.24 Louis Were examinou a antiga
opinião protestante que aplicava as cabeças a sete formas diferentes de
governo em Roma, a sétima das quais era o Exarcado da Ravena.25 C.
M. Maxwell apresentou uma interpretação clara e exaustiva desta seção
de Apocalipse 17.26
Todos estes investigadores chegam à conclusão de que as sete
cabeças não se referem a reis ou formas específicas do governo de Roma
através dos séculos. Todos interpretam os termos "reis" como reinos
personificados ou impérios, não como indivíduos isolados (ver Dan.
2:37-39; 7:17, 18, 23). De igual maneira, os "montes" se vêem como
símbolos de reinos, como era costume na linguagem profética (Dan.
2:44, 45; Jer. 51:25). Com respeito às "sete cabeças" da besta, Louis
Were comentou o seguinte:
"O número 7 se empregou com referência às cabeças em um sentido
simbólico e por isso não nos incumbe encontrar um número exato de 7
inimigos do povo de Deus. O número 7 se emprega no Apocalipse em um
sentido simbólico para perfeição ou integridade".27
19. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 19
Depois de examinar as diferentes propostas para identificar as sete
cabeças, o Comentário bíblico adventista conclui: "A evidência é
insuficiente para garantir uma identificação dogmática delas".28 Há uma
indicação que dá que pensar em Apocalipse 17 e que nos convida a
identificar em forma tentativa os reinos principais:
"Dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e,
quando chegar, tem de durar pouco" (V. 10).
Se se reconhecerem que as cinco primeiras cabeças ou reinos hostis
estavam no passado nos dias de João, devemos começar com: Egito,
Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia e Grécia, para ter cinco reinos que
tinham caído nos dias de João. A "cabeça" que "é" seria então Roma
imperial. A "cabeça" ainda por vir, apontaria a Roma papal durante a
Idade Média. Mas existe um problema com esta posição. Passou por
cima sua coordenação com as três fases da besta: "A besta que era, e não
é..." (Apoc. 17:11 ). Isto significa que a identificação da sexta cabeça
("que é") com a Roma imperial não quadra com a explicação do anjo de
que a besta "não é!"
Portanto, parece mais sábio adotar o ponto de vista escatológico
apresentado pelo mesmo anjo que traz a praga. Declara K. A. Strand: "A
mesma visão [Apoc. 17:1-6] está dada da perspectiva do juízo
escatológico quando a besta 'não é ' ".29
O quadro simbólico de que a sexta cabeça está viva enquanto que a
besta "não é", requer alguma explicação. A expressão "não é" com
respeito à besta indica com toda certeza que a natureza perseguidora ou
bestial da besta não está ativa durante a sexta cabeça. O período da sexta
cabeça se aplicaria então ao tempo das democracias modernas da
Revolução Francesa (1798), quando começaram a separar o Estado e a
Igreja. C. M. Maxwell vê também a visão da besta escarlate "do ponto
de vista do tempo do fim em lugar de localizar-se nos dias de São João".
Explica-o assim:
"Entende que as cinco cabeças 'caídas' seriam Babilônia, Pérsia,
Grécia, o Império Romano e a Roma cristã. A sexta cabeça (no tempo do
20. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 20
fim) 'é' a Roma cristã ferida de morte, que seria seguida muito em breve pela
sétima cabeça que 'ainda não chegou', quer dizer, a Roma cristã com sua
ferida curada. A 'hora' quando os dez reis reinam com a besta é um breve
período no próprio fim do tempo quando com zelo ditatorial a besta for
ajudada no reavivamento de sua dura perseguição".30
Podemos imaginar a coordenação da besta escarlate com suas sete
cabeças no diagrama seguinte. Toma a visão de Apocalipse 17 como
olhando para trás na história da igreja, do tempo do fim, quando a sexta
cabeça está presente.
APOCALIPSE 17
PASSADO PRESENTE FUTURO
CABEÇAS
CINCO CAÍRAM: A SEXTA ESTÁ A SÉTIMA AINDA
Babilônia; M-Pérsia; PRESENTE: NÃO VEIO
Grécia; Roma pagã; Durante o tempo do
ROMA PAPAL. fim.
CHIFRES
Coroados: Monarquias Destronados: As de- Coroados por una
medievais. mocracias desde a hora: Unem-se com a
Revolução Francesa. besta ressuscitada.
BESTA
ERA: Quando perseguiu. NÃO É: Não persegue, E SERÁ: Fará guerra
porque sofre una contra o Cordeiro e seus
ferida mortal. seguidores ( l 7:12-14).
MUDANÇA REPENTINA:
A besta e os 10 chifres
destroem a meretriz
(17:16).
A revelação nova de Apocalipse 17 tem que ver com a declaração
que nos deixa perplexos de que o anticristo (a besta que sobe do mar) de
Apocalipse 13, depois que sua ferida mortal tenha sido curada, se
21. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 21
levantará mais uma vez ao poder para orquestrar um assalto extremo
sobre os santos no tempo do fim. Esta perseguição final toma a natureza
de uma guerra político-religiosa da besta, em aliança com os dez chifres,
contra o Cordeiro e seus seguidores:
"Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam
reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.
Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade
que possuem. Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá,
pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os
chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele" (Apoc. 17:12-14).
A mensagem consoladora de Apocalipse 17 é o breve tempo do
terror final e a repentina libertação da última tirania para o Israel de
Deus. A ênfase notável sobre o tempo do fim de Apocalipse 17 requer
uma atenção especial. Os repetidos indicadores de tempo do passado,
presente e futuro em Apocalipse 17 precisam relacionar-se
adequadamente à história das três etapas da besta em Apocalipse 13.
Apocalipse 17 deve ser considerado como uma das visões de fôlego mais
importantes para o povo de Deus no tempo do fim.
A Progressão de Tempo Entre Apocalipse 13 e 17
Embora Apocalipse 17 foi considerado por alguns como nada mais
que uma repetição de Apocalipse 13, uma comparação estreita da besta
das sete cabeças em ambos os capítulos mostra que Apocalipse 17 não é
precisamente um duplicado de Apocalipse 13. Três característicos
distintivos indicam uma progressão histórica entre a besta que sobe do
mar em Apocalipse 13 e a besta escarlate de Apocalipse 17.
1. Os nomes de blasfêmia, limitados às cabeças da besta em
Apocalipse 13:1, agora cobrem todo o corpo da besta escarlate
(Apoc. 17:3), o que indica o incremento contínuo das demandas
jactanciosas do anticristo com o passar do tempo.
22. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 22
2. Os dez chifres da besta escarlate já não levam diademas reais
(como em Apoc. 13:1), mas voltarão outra vez a reinar como reis
com a besta "por uma hora" (17:12).
3. A besta escarlate não sobe do mar (como em Apoc. 13), mas sim
do abismo ou o reino da morte (17:8; ver Rom. 10:7). Isto indica
uma ressurreição do reinado da besta. Este renascimento ou
reencarnação do anticristo em escala universal é a revelação
única em seu gênero de Apocalipse 17.
As Três Etapas da Existência do Anticristo
João percebe três fases sucessivas da besta-anticristo. Primeiro, a
besta ia fazer guerra contra os santos durante 42 meses (Apoc. 13:5).
Depois assestam uma ferida mortal à besta (V. 3). Finalmente, João viu a
besta revivida reassumir sua guerra contra os santos só por "uma hora"
ou "um pouco de tempo", e imediatamente partir à sua destruição (17:8,
10, 11 ). O anjo interpretador descreve as três etapas sucessivas da besta
em forma repetida (três vezes):
"A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha
para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra ...se admirarão,
vendo a besta que era e não é, mas aparecerá" (Apoc. 17:8).
"E a besta, que era e não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai
à perdição" (Apoc. 17:11).
Dessa maneira o anjo enfatiza três vezes que a visão de João
pertence ao período quando a besta "não é", quer dizer, quando não está
reinando como perseguidora dos santos, enquanto a besta está "para subir
[mélei anabáinein] do abismo" (Apoc. 17:8). Esta descrição determina o
ponto de vista do tempo da visão de Apocalipse 17, quando a besta "não
é", quer dizer, quando recebeu sua "ferida mortal". A respeito, G.
McCready Price declarou: "Não parece haver possibilidade de negar que
esta época de 'não é' da besta deve corresponder à época da ferida de
morte de Apocalipse 13:3".31
23. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 23
No entanto, Apocalipse 17 revela que a ferida mortal não foi
infligida à mulher perseguidora. A igreja apóstata ficaria, seria só como
"uma viúva" porque a besta já não estaria disponível para executar seus
mandatos. Durante o período de sua ferida mortal, a besta "não é" (17:8;
18:7), o que significa que não persegue.
Para sintetizar os pontos de vista do tempo em Apocalipse 12, 13 e
17 digamos: o dragão fez guerra contra os santos durante o tempo da
Roma pagã (12:1-5), a besta do mar continuou esta guerra durante a
Idade Média (13:1-10), enquanto que a besta escarlate de Apocalipse 17
descreve a ameaça aos santos vista do tempo da Revolução Francesa.
Esta conclusão denota que Apocalipse 17 não aponta à Roma imperial ou
à Idade Média, e sim ao tempo dos acontecimentos finais. Por
conseguinte, estamos de acordo com a conclusão do Kenneth Strand;
"Procurar na história um cumprimento, por exemplo, da fase "não é" da
besta do capítulo 17, quando esta fase é obviamente uma vista de juízo, é
ilógico. Ou tratar todo o capítulo 17 como tendo cumprimento histórico antes
que escatológico é não compreender o verdadeiro sentido do capítulo e de
toda a segunda parte do livro do Apocalipse em que aparece".32
A Futura Sétima Cabeça
Parece completamente claro que a declaração do anjo: "Dos quais
caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou" (Apoc. 17:10),
indica poderes mundiais consecutivos. A ênfase do anjo não está nas
cinco primeiras cabeças que caíram, nem na cabeça que "é" contemplada
do ponto de vista do anjo da praga. O interesse do anjo se centra
especificamente na última, ou seja na sétima cabeça. Procede dando à
besta ressuscitada o número oito!
"E a besta, que era e não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai
à perdição" (Apoc. 17:11, RC).
A designação numérica da besta revivida é muito significativa. É "o
oitavo" embora pertença às sete cabeças (Apoc. 17:11)! Como é uma das
sete, não se deve assumir que repentinamente a besta acrescenta uma
24. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 24
oitava cabeça. O dragão de Apocalipse 12, a besta de Apocalipse 13 e a
besta revivida de Apocalipse 17, todas estão descritas só com sete
cabeças. O anjo faz três declarações paralelas concernentes à besta
revivida:
"Está para emergir do abismo" (17:8a).
"Mas reaparecerá" (17:8c).
"É ela também o oitavo" (17:11).
Combinando estas declarações, vemos que o que é contado como
"oitavo" se aplica à ascensão da besta do abismo, quer dizer, a sua
ressurreição. Vários eruditos do Novo Testamento vêem uma paródia
irônica na atribuição do número "oito" à besta restaurada. Vêem o dia da
ressurreição de Cristo como "o oitavo dia" porque veio depois de seu
descanso na tumba no sétimo dia sábado. Declara Alan Johnson: "O
oitavo era o dia do Messias, o dia da nova era e o sinal da vitória sobre
as forças do mal".33 Mas Satanás desafia esta vitória de Cristo pela
ressurreição de seu próprio reino a um novo poder mundial:
"Para recrutar tantos como lhe é possível para sua parte na guerra, a
besta imita a ressurreição de Cristo (ele 'é um oitavo rei' [V. 11]) e dará a
aparência de estar vivo e de dominar o mundo (cf. Luc. 4:5-7)".34
O contar como "oito" à sétima e final cabeça da besta indica não só
que é uma besta ressuscitada, mas também alerta a igreja às demandas
enganosas de um poderoso Messias falso. Imitará a morte e ressurreição
do Jesus como "o oitavo" (Apoc. 17:11). O contraste fundamental não
escapará à mente penetrante. Louis F. Were concluiu sua análise
profunda de Apocalipse 17 com este comentário perspicaz:
"Ao saber que o número 8 é o símbolo na Bíblia da ressurreição e do
triunfo do Senhor sobre seus inimigos, podemos captar o significado de
Apocalipse 17:11... Como Jesus triunfou sobre seus inimigos e se levantou
em poder glorioso para usá-lo na salvação de seu povo, assim se levantará
esta besta de seu lugar de morte à posição de um poder ainda maior, que
tratará de empregar para a destruição do povo de Deus".35
Mas a sétima cabeça permanecerá no poder só por "breve tempo"
(Apoc. 17:10). Depois, irá repentinamente "à destruição" em sua luta
25. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 25
contra o Cordeiro e seus seguidores (vs. 11, 14), o que ocorrerá por meio
do impacto do glorioso advento de Cristo:
"Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta... Os dois foram
lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre. Os restantes
foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado
no cavalo. E todas as aves se fartaram das suas carnes" (Apoc. 19:20, 21).
Albert Vanhoye em seu estudo clássico sobre o uso de Ezequiel no
Apocalipse, concluiu dizendo:
"Em realidade, o que é importante observar não é só que o sentido
geral da passagem [Apoc. 17:1-6, 15-18] mas sim todo seu vocabulário
corresponde ao de Ezequiel 16 e 23. Daí vem a idéia do juízo da prostituta;
também, tanto Ezequiel 16 como 23 estão construídos na forma de um
juízo".36
Esta correspondência entre o Ezequiel 16 (e 23) e Apocalipse 17
estabelece uma tipologia cristã entre a Jerusalém apóstata e a igreja
apóstata. A Babilônia do tempo do fim é uma cristandade apóstata que
adotou as formas pagãs de culto cristão, mudou a lei do Deus do pacto e
estabeleceu alianças com os poderes políticos. Toda esta infidelidade da
igreja para com Cristo está condenada à autodestruição em Apocalipse
17:16. As autoridades civis e políticas exporão em última instância a
vergonha ou culpa de Babilônia e atuarão em conseqüência como os
agentes da retribuição divina (17:16, 17). Desta forma, Apocalipse 17
funciona como o cumprimento eclesiológico de Ezequiel 16 e 23.
A Vitoriosa Igreja Remanescente de Cristo
O propósito mais elevado do Apocalipse é insistir com o povo de
Deus a sair de Babilônia e seguir a Cristo. Isto está de maneira explícita
em Apocalipse 18. Os companheiros do Cordeiro são descritos como
"chamados, eleitos e fiéis", que "se acham com ele" (Apoc. 17:14). Esta
descrição indica que os cristãos vitoriosos não só são chamados e
escolhidos por Deus (Mat. 22:14), mas sim também permanecem leais a
26. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 26
Jesus (Apoc. 14:12). Retêm "o testemunho do Jesus" e de seu senhorio
na prova final da fé (12:17; 14:12). Em meio das nuvens sombrias do
juízo de Babilônia podemos discernir a luz brilhante dos que
permanecem fiéis a Cristo até o próprio fim, ainda até o ponto do
martírio (ver 2:10).
No Apocalipse, o mártir, como testemunha de Cristo, é o genuíno
vencedor! Os seguidores de Cristo sabem que sua luta é mais que uma
batalha física. Não são rebeldes políticos; respondem à ameaça de morte
da besta com "paciência e fé" (Apoc. 13:10). É assim como conquistam a
besta. "Vencer" no livro do Apocalipse significa fundamentalmente
confessar o senhorio de Jesus Cristo em meio da perseguição; quer dizer,
ser "fiel ao meu nome (2:13, NVI). A possibilidade de fracassar é real, e
os que fracassam em guardar o testemunho do Jesus e escolhem ao
anticristo deverão fazer frente ao juízo de Deus. Seus nomes serão
apagados do livro da vida (3:5; 22:19) e perderão sua parte na árvore da
vida e na santa cidade (2:23; 22:19).
Esta é a solene advertência de João para os crentes cristãos. Tanto
em Apocalipse 13:8 como em 17:8 se faz referência ao "livro da vida"
para assinalar a certeza da vida eterna para o vencedor. As profecias de
Daniel concluem de igual maneira com a segurança de que "será
libertado seu povo, todos os que se achem escritos no livro" (Dan. 12:1).
Referências
A Bibliografia para Apocalipse 17 e 18 a encontrará nas pp. 540-543.
1 Maxwell, Apocalipsis: sus revelaciones, p. 423.
2 Ibid.
3 Collins, The Apocalypse. New Testament Message, pp. 55, 80.
4 Giblin, "Structural and Thematic Correlations in the Theology of
Revelation 16-22", Biblica 55 (1974), p. 500.
5 Giblin, The Book of Revelation. The Open Book of Prophecy, p.
159.
27. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 27
6 Ruiz, Ezekiel in the Apocalypse: The Transformation of Prophetic
Language in Apocalypsis 16, 17-19:10, p. 247.
7 J. M. Ford, Revelation, p. 283.
8 "L'Utilisation du livre d'Ézéquiel dans l'Apocalypse", Biblica 43
(1962), especialmente as pp. 440-442.
9 Charles, The Revelation of St. John, t. 2, p. 73.
10 Vogelgesang, The Interpretation of Ezekiel in the Book of
Revelation, p. 30.
11 Ver Megillah 4:10 na Mishnah [Mishná] (H. Danby), p. 207.
12 Zimmerli, Ezekiel y, t. 1, p. 349.
13 Ruiz, Ezekiel in the Apocalypse: The Transformation of Prophetic
Language in Apocalypsis 16, 17-19:10, p. 377.
14 Ibid., p. 367.
15 Andrews, Three Messages of Revelation, p. 48.
16 J. M. Ford, Revelation, p. 285.
17 Ver LaRondelle, The Israel of God in Prophecy. Principles of
Prophetic Interpretation, cap. 4.
18 J. M. Ford, Revelation, p. 285.
19 Ibid., p. 286
20 Ruiz, Ezekiel in the Apocalypse: The Transformation of Prophetic
Language in Apocalypsis 16, 17-19:10, p. 349.
21 Ibid., p. 359.
22 Satanás é a mente mestra que está por trás das 7 cabeças da besta.
Manifestou seu poder mundial como o dragão pagão por meio de
todos os impérios pagãos que oprimiram a Israel: Babilônia,
Medo-Pérsia, Grécia e o Império Romano, que correspondem às
4 primeiras cabeças. Cada vez a cabeça de plantão identifica-se
com o próprio dragão. E assim acontece com as cabeças 5 e 7. A
cabeça 6 é a cabeça ferida quando a besta "não é" (Apoc. 17:8,
11), que é o tempo entre a Revolução Francesa e nossos dias.
23 Andrews, Three Messages of Revelation, p. 78.
28. A Sétima Praga: A Retribuição de Babilônia. Apoc. 17 28
24 Strand, "The Seven Heads: Dou They Represent Roman
Emperors?", Simpósio sobre o Apocalipse. t. 2, pp. 177-206.
25 Were, The Woman and the Beast in the Book of Revelation, cap.
21.
26 Ver Maxwell, Apocalipsis: sus revelaciones, pp. 471-479.
27 Were, The Woman and the Beast in the Book of Revelation, p.
188.
28 7 CBA 868.
29 Strand, Interpreting the Book of Revelation, p. 55.
30 Maxwell, Apocalipsis: sus revelaciones, p. 472.
31 McCready Price, El tiempo del fin, p. 60.
32 Strand, Interpretando el libro del Apocalipsis, p. 54.
33 Johnson, Expositor's Bible Commentary, t. 12, Revelation, p. 561.
34 Ibid.
35 Were, The Woman and the Beast in the Book of Revelation, pp.
113, 114.
36 Vanhoye, "L'Utilisation du livre d'Ézéquiel dans l'Apocalypse",
Biblica 43 (1962), p. 441.