O documento descreve os primeiros registros históricos e literários do Brasil no século XVI, quando os portugueses chegaram em 1500. Relatos de viajantes eram a principal forma de literatura, com o objetivo de informar sobre as novas terras e incentivar o interesse de Portugal. Padres jesuítas também escreveram sobre sua missão de catequizar os indígenas.
9. José de Anchieta e Manuel da Nóbrega fundaram em 1554 um colégio no planalto de Piratininga que deu origem à cidade de São Paulo
10. QUADRO ESQUEMÁTICO Quinhentismo 1500 Primeiros documentos sobre o Brasil Carta de Pero Vaz de Caminha 1601 Início da Era Barroca Prosopopéia de Bento Teixeira
13. Eram Cartas Diários Relatos O PERÍODO INFORMATIVO As Obras: Não eram literárias. Faltava-lhes o caráter inventivo. Tratados Quinhentismo
14. Político-Econômica: Evidenciar o potencial de riqueza. O PERÍODO INFORMATIVO A Proposta: As obras marcam o interesse de Portugal nos empreendimentos ultramarinos. Contra-Reformista: Conversão dos indígenas. Quinhentismo
15. O PERÍODO INFORMATIVO O Conteúdo: Estas obras limitam-se à informação, à coleta e dados sobre a nova terra: * o clima * o solo * a vegetação * o relevo * os índios Quinhentismo
16. Objetividade O PERÍODO INFORMATIVO O Estilo: Era clássico, vigente em Portugal. Clareza Comedimento Quinhentismo
17. No Romantismo: Revisitação do Brasil primordial, através da visão mítica do índio e da paisagem. O PERÍODO INFORMATIVO Reflexo em Períodos Posteriores No Modernismo: Movimentos de raízes, de buscas dos arquétipos culturais. Movimentos Pau Brasil Verde Amarelo Antropofágico Tropicalismo Quinhentismo
18. Quinhentismo DECLARAÇÃO DE AMOR Eu vim do mar! sou filho de outra raça. Para servir meu rei andei à caça de mundos nunca vistos nem sonhados, por mares nunca de outrem navegados. Ora de braço dado com a procela, ora a brigar com ventos malcriados. Trago uma cruz de sangue em cada vela! Na crista da onda, em meio do escarcéu, na solidão azulada e redonda, quanta vez me afundei no inferno d’água ou com a cabeça fui bater no céu! Simples brinquedo em mãos da tempestade fabulosa ambição me trouxe aqui. A ambição pode mais do que a saudade... Ambas me foram ver, quando eu parti. A saudade abraçou-me, tão sincera, soluçando, no adeus do nunca-mais. A ambição de olhar verde, junto ao cais, me disse: vai que eu fico à tua espera! Cassiano Ricardo (em: “Martim Cererê”)
19. Quinhentismo FADO TROPICAL (Chico Buarque & Ruy Guerra) Oh, musa do meu fado, Oh, minha mãe gentil, Te deixo consternado, No primeiro abril. Mas não sê tão ingrata, Não esquece quem te amou, E em tua densa mata Se perdeu e se encontrou. Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, Ainda vai tornar-se um imenso Portugal. “Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo. Além da sífilis, é claro. Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar, meu coração fecha os olhos e, sinceramente, chora.” Com avencas na caatinga, Alecrins no canavial, Licores na moringa, Um vinho tropical. E a linda mulata, Com rendas do Alentejo, De quem, numa bravata, Arrebato um beijo. Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, Ainda vai tornar-se um imenso Portugal. “Meu coração tem um sereno jeito E as minhas mãos o golpe duro e presto. De tal maneira que, depois de feito, Desencontrado eu mesmo me contesto. Se trago as mãos distantes do meu peito, É que há distância entre intenção e gesto. E se meu coração nas mãos estreito, Me assombra a súbita impressão de incesto. Quando me encontro no calor da luta, Ostento a aguda empunhadura à proa, Mas o meu peito se desabotoa. E se a sentença se anuncia bruta, Mais que depressa a mão cega executa, Pois que senão o coração perdoa.” Guitarras e sanfonas, Jasmim, coqueiros, fontes, Sardinhas, mandioca, Num suave azulejo. O rio Amazonas, Que corre trás-os-montes E, numa pororoca, Deságua no Tejo. Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, Ainda vai tornar-se um império colonial.
20. Quinhentismo HISTÓRIA DO BRASIL (Pero Vaz Caminha) a descoberta Seguimos nosso caminho por este mar de longo Até à oitava da Páscoa Topamos aves E houvemos vista de terra os selvagens Mostraram-lhes uma galinha Quase haviam medo dela E não queriam pôr a mão E depois a tomaram como espantados primeiro chá Depois de dançarem Diogo Dias Fez o salto real as meninas da gare Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muitos bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha.
21. Quinhentismo A terra mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. Tem goiabas, melancias, Banana que nem chuchu. Quanto aos bichos, tem-nos muitos, De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais Diamantes tem à vontade Esmeraldas é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca, Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora daqui. Murilo Mendes