O documento define o que é notícia, discutindo suas características como fatos recentes e de interesse público. Também apresenta os elementos que compõem uma notícia bem estruturada, como manchete, lide e corpo, seguindo a técnica da pirâmide invertida. Por fim, aborda critérios que guiam jornalistas a identificar o que é noticiável.
2. • É qualquer tipo de informação que apresenta um
acontecimento novo e recente ou que divulga uma novidade
sobre uma situação já existente;
• A origem da palavra "notícia" provém do Latim, em que
“notitia” significa “notoriedade; conhecimento de alguém;
noção”;
• Em Jornalismo, uma notícia se caracteriza por um texto
informativo de interesse público, que narra algum fato recente
ocorrido no país ou no mundo;
3. • É um gênero textual de cunho jornalístico;
• Ou seja, é uma narrativa técnica;
• A notícia trata de relatar fatos condicionados ao interesse do
público em geral;
• A linguagem deve ser clara, objetiva , precisa e imparcial;
• Também deve evitar múltiplas interpretações por parte do
receptor
4. • Nesse gênero de notícia, deve ser destacada a veracidade dos fatos,
a clareza da linguagem e a objetividade do conteúdo.
• De acordo com Nilson Lage, o gênero de narrativa adotado pela
imprensa é uma forma de organizar os fatos em sequência temporal.
Isso porque o leitor acostumou-se a seguir uma ordem lógica em
outras mídias de massa, como televisão e cinema
• Lage define então três fases do processo de produção da notícia,
começando pela seleção dos fatos, passando pela observação dos
eventos, e finalizando na nomeação às coisas. Lage explica ainda que
o jornalismo noticioso deve manter-se atento ao uso de vocábulos e
palavras para determinados públicos
5. O que compõe a notícia?
• Manchete ou título principal – Geralmente apresenta-se
grafado de forma bem evidente, com vistas a despertar a
atenção do leitor. Deve ser curto, informativo e expressivo;
• Título auxiliar, subtítulo ou bigode – Funciona como um
complemento do principal, acrescentando-lhe algumas
informações, de modo a torná-lo ainda mais atrativo.
6. • Lide (do inglês lead) - Corresponde ao primeiro parágrafo, e
normalmente sintetiza os traços peculiares condizentes ao
fato, procurando se ater aos traços básicos relacionados às
seguintes indagações: Quem? Onde? O que? Como? Quando?
Por quê?
• Corpo da notícia – Relaciona-se à informação propriamente
dita, procedendo à exposição de uma forma mais detalhada
no que se refere aos acontecimentos mencionados.
7. • Quando uma notícia é elaborada de acordo com esta
constituição, diz-se que segue a técnica da pirâmide invertida,
dado que apresenta as informações mais importantes no
início e, posteriormente, as informações complementares.
Esta técnica costumar e presentar-se do seguinte modo:
8.
9.
10.
11. • “Pode-se escrever corretamente, do ponto de vista gramatical,
mas, se forem empregados palavras difíceis, termos técnicos,
neologismos, ou excesso de adjetivação, o leitor que tenha
apenas o curso primário, por exemplo, não entenderá a
notícia, ficará irritado e deixará de lê-la até o fim. Não será
impossível que ele se torne até um inimigo do jornal”.
(ERBOLATO, 2001, p. 20)
12. Mas afinal, o que é a notícia???
• “Se um cachorro morde um homem, isso não é notícia. Se o
homem morde o cachorro, também não é notícia. Se o homem
estivesse pagando ao cachorro por seus favores sexuais, aí sim
seria notícia. Mas não seria uma notícia de primeira página.
Para ser manchete, o cachorro teria de ser menor de idade e o
homem deveria ter um cargo importante no governo. Ou o
cachorro e o homem deveriam ter, ambos, o mesmo sexo – a
menos que trabalhassem no cinema, o que transformaria a
manchete numa notinha da coluna de fofocas. Se o cachorro
tivesse falsificado o nome de alguém bastante conhecido num
cheque, aí seria notícia de novo. Agora, se o cachorro fosse um
grande anunciante, o caso teria muito menos interesse do que
poderia parecer a princípio”.
• Júnia Junqueira de Sá – ombudsman da Folha de SP em 1994.
13. • Nelson Traquina (2005) diz que os próprios jornalistas têm
dificuldades em explicar o que é notícia;
• Ricardo Noblat, em seu livro ‘Como fazer um jornal diário’
(2003), diz que apenas com o tempo e com a experiência o
jornalista terá “faro” para saber o que é notícia.
• Isabel Travancas (1992) também contribui com seu
pensamento dizendo que, é fácil perceber grandes
acontecimentos como uma revolução ou uma guerra. Mas ela
também diz que o difícil é perceber o que é notícia enquanto
há tantas informações diárias disponíveis.
14. Critérios de noticiabilidade
• Servem para guiar o jornalista, mais especificamente, sobre o
que é notícia. Chega todos os dias às redações ‘um oceano’ de
informações, mas só algumas serão repassadas à população.
• Mas “O que pode levar o leitor a perguntar: qual o critério
utilizado pelos profissionais da imprensa para escolher que
fatos devem ou não virar notícia?” Felipe Pena (2006, p.71)
• Sendo assim, alguns autores formularam o que é importante
para que a informação vire notícia;
15. Mário Erbolato Nilson Lage Mauro Wolf Manuel Carlos Chaparro
Proximidade
Marco geográfico
Proximidade Proximidade
Atualidade Atualidade
Impacto
Interesse humano
-Utilidade
Identidade Social
Identidade Humana
Interesse nacional
Conseqüências
Repercussão
Relevância quanto a evolução futura Conseqüências
Originalidade
Importância
Raridade
Confidências Expectativa ou suspense
Ineditismo
Intensidade
Surpresa
Interesse pessoal Importância do indivíduo (nível
hierárquico)
Notoriedade
Número de pessoas envolvidas
Curiosidade
Humor
Dramaticidade
Progresso
Conflito
Sexo e idade
Conhecimento
Aventura e conflito
Rivalidade
Política editorial do jornal
Oportunidade
Dinheiro
Proeminência
Culto de heróis
Descobertas e invenções
16. Referências
• LAGE, Nilson. Estrutura da notícia. 6 d. São Paulo: Ática, 2006.
• PENA, Felipe. Teorias do Jornalismo. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2006.
• ERBOLATO, Mário L. Técnicas de Codificação em Jornalismo: redação,
captação e edição no jornal diário. 5 ed. São Paulo: Ática, 2001.
• TRAQUINA, Nelson. Teorias do jornalismo, vol.II. A tribo jornalística-uma
comunidade interpretativa transnacional. Florianópolis: Insular, 2005.
• TRAVANCAS, Isabel. O mundo dos jornalistas. São Paulo, Summus, 1992.
• WOLF, Mauro. Teorias da comunicação de massa. São Paulo: Martins
Fontes: 2003.