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A Popular
A Popular
Em 1918, Pedro Grande transferiu-se de Penápolis-SP para Paranaíba e trouxe consigo o primeiro automóvel para esta
terra, modelo 1910, mais conhecido como “Carro de Bigode”. A capota era sobre quatro esteios, somente existindo duas
marchas que se mudavam por intermédio de pedais e a aceleração era manual. Seu filho Antônio Grande era o
motorista.
Pedro aqui chegou vindo pela antiga estrada boiadeira passando por Lussanvira, Pereira Barreto e Porto do Tabuado.
Montou sua oficina de consertos e fabricação de calçados, martelando a sola rústica, nunca supondo que uma oficina
humilde mais tarde se transformasse em uma das grandes firmas existentes hoje em nossa cidade.
Pedro Grande teve o dom de transferir a seu filho Antônio Grande toda a gama de virtudes que possuía, e nada mais
justo, pois Antônio Grande lutou, trabalhou e, seguindo o exemplo de seu pai, transferiu mais tarde ao seu filho Walter
Grande a oficina já próspera e que com o correr dos anos transformou-se no que hoje é: uma modelar instituição no
ramo de calçados.
Walter Grande desdobrou-se no trabalho e melhorou o estabelecimento. Arrojado por natureza compreendeu desde
muito cedo as possibilidades do empreendimento e sem olhar para as dificuldades marchou firme para a luta dos
negócios.
Hoje, a “A Popular” é uma organização que serve a cidade e região com calçados das mais afamadas marcas da Indústria
Nacional, administrada por Luiz Cláudio Grande, filho de Walter Grande. Já faz 22 anos que assumiu a loja, que hoje
possui mais duas filiais na cidade, empregando 21 pessoas, e outras em Chapadão do Sul e Costa Rica (uma em cada
cidade).
O primeiro nome da loja foi apenas A Popular, modificado para A Popular Esportes (a loja tradicional) e também A
Popular Modas. Além do nome, outras mudanças são em relação à estrutura do prédio, que foi melhorado no decorrer do
tempo.
Quando era A Popular, eram vendidos diferentes tipos de artigos na loja, hoje ela especializou-se em artigos esportivos e
confecção.
Festa de Santos Reis – Fazenda São João
As Festas de Santos Reis espalhadas pelo Brasil são uma grande tradição nos quatro cantos do país. Em Paranaíba uma
Festa de Reis que marcou a história dos devotos e participantes foi a Festa de Santos Reis na Fazenda São João, na
Velhacaria.
Altamiro Souza Silva, devoto assíduo dos três reis magos, conta que a criação da Festa surgiu a partir de uma promessa.
Segundo ele, em meados de 1981 um jovem sofreu um atentado a tiro, baleado no lado esquerdo do peito, a mãe do
rapaz “entregou” seu filho para os Santos Reis, e fez uma promessa que realizaria uma Festa de Santos Reis.
Passados três anos, Altamiro decidiu criar a Festa em sua Fazenda São João, situada na Velhacaria, região rural de
Paranaíba. Altamiro teve a ajuda de Enésio Rodrigues de Castro, que foi festeiro de Reis, mas não estava atuando.
Enésio só ajudou Altamiro após este garantir que iria buscar uma bandeira de Reis que estava localizada na Fazenda
Palmito, também em Paranaíba. “Após eu garantir que iria buscar a bandeira, o Enésio me ajudou com oito vacas, banha
de porco e uma caminhonete para eu organizar a Festa”, relembrou Altamiro.
Em novembro de 1984 Altamiro viajou para Frutal-MG e lá contratou alguns festeiros para animarem a futura Festa. De
Frutal, Altamiro passou com os festeiros na Fazenda Palmito, pegou a bandeira e seguiu até a Fazenda São João. Após
um dia da chegada da bandeira, Altamiro fez um “giro”, que durou onze dias, em toda a sua região, passando com a
bandeira de Santos Reis convidando para a Festa em sua fazenda.
Enfim, no dia 8 de dezembro de 1984 aconteceu a primeira Chegada e Festa de Santos Reis realizada na Fazenda São
João. “Foi uma Festa bastante animada com muita gente participando, cantarolando e festejando a chegada dos três Reis
Magos”, recordou Altamiro.
O proprietário da Fazenda São João e sua família realizaram quatro festas na localidade, além de 1984, também
realizaram em 1985, 1996 e 1999. Segundo Altamiro, sempre aconteceu Festas de Santos Reis na região da Velhacaria.
Os foliões cantam em dois grupos de três ou quatro vozes e tocam caixa, pandeiro, viola, violão, cavaquinho e
eventualmente uma sanfona. Cantadores e tocadores usam uma toalha branca bordada ao pescoço. Junto com a folia vai
uma bandeira com a estampa dos Santos Reis no presépio. Na chegada dos foliões a uma casa, os moradores recebem e
beijam a bandeira com grande emoção. Tem os cantos da chegada e da saudação com versos decorados e outros
inspirados pelo momento. O dono da casa faz com a bandeira uma volta na sala e em todas as dependências.
“Eu sempre fui devoto de Santos Reis e aquela festa, de 1984, com certeza ficou marcada para sempre na minha
memória e na memória de quem participou dela”, exclamou Altamiro.
Adilson Calixto Santos - Canarinho
Adilson Calixto Santos - Canarinho
Adilson Calixto Santos, o Canarinho, nasceu em 3 de abril de 1946, na cidade de Prata-MG, filho de João Calixto
Demétrio e Olívia Garnuina. Canarinho começou a cantar com dez anos de idade e aos 16 ganhou o seu primeiro
concurso tocando chorinho no cavaquinho. Na adolescência, Canarinho ganhava alguns trocados tocando e cantando em
pequenas festas e reuniões; era um exímio instrumentista.
Com 17 anos formou o primeiro trio de sua carreira, junto com Oripes Calixto Santos, seu irmão; e José Vieira. Era o
“Trio Canarinho”, Célio (Canarinho), Celmir (Oripes) e José Vieira. Em 1963 ganharam o primeiro lugar como melhor trio
em um concurso na Rádio Educadora de Uberlândia-MG. Em Ituiutaba-MG, na rádio Platina, ganharam a gravação de um
disco.
Em 1964, Oripes deixou o trio e veio para a zona rural de Paranaíba. Canarinho encontrou um substituto, João Batista
Silveira (Cenilton). Agora o trio era Célio, Cenilton e José Vieira. Tocaram juntos três anos com o nome de “Trio
Pratense”.
Em 1966, Canarinho, com 20 anos, veio para Paranaíba, trabalhar na lavoura junto com seu irmão na Fazenda Furna
Azul. Nas horas vagas cantava, animando festas nas fazendas circunvizinhas. “Guido Rodrigues Freitas, o nosso patrão,
incentivou meu irmão e eu a formarmos uma dupla. Ele foi o nosso padrinho e nos ajudou muito”, disse Canarinho.
Assim nasceu a dupla “Os Canarinhos – Célio e Celmir”. Eles ganharam o “Troféu Moraes César”, na Rádio Brasil de
Goiânia-GO, como melhor dupla.
Célio e Celmir realizavam shows em diversos estados, São Paulo, Minas Gerais, Goiás. Canarinho destaca as cidades de
Barretos-SP e Uberaba-MG. Passado algum tempo, a dupla conheceu um sanfoneiro de Cassilândia-MS, José de Almeida,
apelidado de “Zequinha Doido”, assim a dupla virou trio e ganhou o 1º festival da Música Sertaneja, realizado em
Paranaíba durante os festejos comemorativos ao aniversário da cidade em julho de 1972.
Após dois anos tocando com “Os Canarinhos”, Zequinha Doido deixou o trio e apresentou o sanfoneiro Juvenal Gomes
dos Santos que entrou para o trio com o nome de Celmar. O Trio Célio, Celmir e Celmar permaneceu junto por 12 anos,
realizando diversos shows e gravando três discos. “Fizemos shows em diversas cidades. As músicas de destaques eram
Chegando em Goiânia, Procurando Felicidade e Balança Morena. Até hoje as pessoas me pedem para ouvir essas
músicas”, disse Canarinho. O trio tinha um programa na Rádio Difusora aos domingos das 10h às 11h, chamado de
“Aonde Canta os Canarinhos”, trabalharam com os locutores Manoel Nogueira e João de Deus. O programa durou 10
anos.
Em 1978 Celmar foi assassinado. Canarinho continuou tocando com Celmar por mais um ano e depois se separaram.
A partir de 1980, Canarinho começou a sua carreira solo com o nome de “Canarinho do Sul” e até hoje faz shows com
sua viola em toda a região.
COLABORARAM: Adilson Calixto Santos (Canarinho), Daniel Castro e Márcio Seraguci
Santa Casa de Misericórdia
Santa Casa de Misericórdia
Corria a década de 1970. Paranaíba possuía na área da saúde o Hospital Nossa Senhora de Fátima, que pertencia aos
médicos Leolindo Vieira Coelho e a doutora Ana Lygia Mancini Coelho e, o Hospital São Sebastião, pertencendo ao doutor
Péricles Brandão. Na época não havia convênio público de prestação de assistência médica (SUS) à população carente.
Doutor Péricles, sentindo essa falha, se empenhou de todas as maneiras para o funcionamento de um hospital público,
mas necessariamente a Santa Casa de Misericórdia. Procurou então o prefeito, na época Antônio Augusto Corrêa da
Costa, a Câmara Municipal e auxílio do Lions Clube, principalmente o doutor Martinho Palma e Mello e José Leal, que se
prontificaram a colaborar, dando então início a reconstrução do prédio para que ali funcionasse a Santa Casa. Houve
também grande colaboração do doutor João Augusto Corrêa da Costa, amigo pessoal do doutor Péricles, secretário da
Saúde, e que, por muitos anos foi provedor da Santa Casa de Cuiabá-MT, deste teve recursos e ajuda na reforma do
prédio. Muito empenho do prefeito Antônio Augusto Corrêa da Costa e Câmara Municipal. Aqui um parênteses para
Valdemar Gonzáles, que, como mestre de obras muito se empenhou, sem nenhuma remuneração.
Conseguiram a construção da ala da enfermaria e foi dado início a construção dos apartamentos. Eleito presidente em
1974, doutor Péricles realizou um excelente trabalho cuidando especialmente da maternidade, liderando um trabalho
muito importante junto a população para que a Santa Casa fosse dotada de um aparelho de Raio X, o qual ele conseguiu
com a ajuda de Frei Pedro Holtz.
Este aparelho veio da Alemanha e serve a cidade até os dias de hoje. Trouxe também para a Santa Casa as Irmãs
Agostinianas de Malta, Irmã Eugênia e Irmã Antida Pace. Em 1980 é eleito novamente presidente do nosocômio, ficando
a nova diretoria assim constituída: Péricles Brandão, presidente; Francisco Rodrigues de Lima, vice-presidente; Ademir
Aguiar, primeiro secretário; Amilson Alves Queiroz, segundo secretário; Irmã Antida Pace, primeira tesoureiro; Natal
Ferreira de Freitas, segundo tesoureiro. A Santa Casa de Misericórdia serviu por muitos anos em seu antigo prédio, com
sua equipe de bons médicos a toda a população, principalmente aos mais necessitados. Esta foto registra a presença de
vários médicos e colaboradores da Santa Casa.
COLABORARAM: Maria Aparecida Neves Brandão, Márcio Seraguci, Daniel Castro e Leidiane Sabino
O comércio de Paranaíba!
O comércio de Paranaíba!
Paranaíba, situada no extremo oriental do Estado de Mato Grosso do Sul, é delimitada pelos rios Paranaíba e Aporé, uma
cidade que primou não só por seu vendaval de revoluções, mas também procurou sempre progredir, e, seu comércio
muito contribuiu para isto. Pelas décadas de 1930-1940, já era grande a estrutura econômica na parte da pecuária,
comunicações, transporte, educação e o comércio já estava bem evoluído, contando com muitas e diferentes casas
comerciais, que se situavam de preferência na principal rua, a Visconde de Taunay. Havia a Casa Paranaíba, Casa Daniel,
Farmácia Sant’Ana, Farmácia Royal, entre outras.
A mais conhecida era a Casa Queiroz. Nela se vendia de tudo; era constituída de dois setores: um de tecidos, calçados e
armarinhos; o outro de material pesado para uso nas fazendas. Vendia-se o arame farpado, os pregos para moirões e
porteiras, sal grosso para gado, soda caustica, querosene, panelas de ferro para uso em fogões de lenha e vários
utensílios de uso doméstico.
Era por meio do carro de boi que se fazia quase todo o transporte da mercadoria adquirida na cidade pelo fazendeiro.
Quanto mais pesado ficava o carro, mais bonito era o cantar de suas rodas, transporte rural nostálgico que já
desapareceu. De acordo com a condição do fazendeiro, as juntas de bois eram maiores e o carro mais bem construído. O
fazendeiro e seus peões chegavam logo pela manhã à cidade, faziam suas compras, adquirindo todo o necessário para o
mês em sua propriedade. Após as compras, almoçavam na casa do comerciante e seguiam depois de volta pela tranqüila
estrada.
Primeiro passavam pela casa dos parentes e amigos para um cafezinho e um bate papo. À tarde, pelas ruas arenosas,
sem calçamento, ouvia-se novamente o cantar dos carros de boi.
Aí vem aquela historinha do peão que na sua simplicidade tem muita sabedoria. Pergunta ele ao comerciante: “O senhor
vende fosfo?”. Resposta: “Eu vendo fósforo”. Num piscar de olhos retruca o peão: “Pensei que o sinhô fosse cumerciante
e não professor de purtugueis”.
COLABORARAM: Maria Aparecida Pereira Brandão, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
Vila de Sant’Anna
Vila de Sant’Anna
Ainda na época das bandeiras, vindas de São Paulo, a procura de riquezas e de índios para escravizar, chegaram os
destemidos bandeirantes a esta região de Mato Grosso. Índios e bandeirantes lutaram pela posse da terra por vários
anos quando em 1775, surge Antônio Pires de Campos, que com sua coragem e maneiras de conduzir a situação,
conseguiu a confiança de ambos os lados. Foi mais tarde envenenado por uma flecha.
Sobre a fundação da Vila de Sant’Anna sabe-se que, pelos meados de 1830, José Garcia Leal, fazendeiro e dono de
muitos escravos em Minas Gerais, fugindo de lutas violentas naquele Estado, abandonou suas propriedades e juntamente
com seus irmãos Januário Pedro e Joaquim, atravessou o rio Paranaíba, trazendo junto um grande rebanho de gados e
dezenas de escravos. Aqui fundou a vila e fixou residência a cerca três quilômetros dela. Logo a povoação se
desenvolveu, graças à chegada também de inúmeros forasteiros vindos de São Paulo e Minas Gerais, tomando maior
incremento principalmente com a abertura da estrada do Piquiri, ligando Cuiabá ao litoral, com um ramal para Uberaba e
outro para Araraquara, obra bastante incentivada pelos Garcias, que devassavam todo o sertão do sul do Estado, que
ficou conhecido pela denominação de “o sertão dos Garcias”. Em 11 de janeiro de 1836 o então presidente da província,
doutor José Pimenta Bueno, nomeava José Garcia Leal, diretor da povoação de Sant’Anna.
A primeira igreja foi construída sob a invocação de Nossa Senhora Sant’Anna, cuja imagem foi doada por Ana Angélica de
Freitas, esposa do Capitão José Garcia Leal. Pela Lei nº 5 de 4 de julho de 1857 a povoação foi elevada a categoria de
município. Ao termino do século, a Comarca era considerada o primeiro núcleo populoso do sul do Estado, pois devido a
sua invejável posição geográfica, limitando-se com Goiás, Minas Gerais e São Paulo, tornou-se na época, ponto de
passagem para inúmeras boiadas que demandavam aqueles estados.
Depois do falecimento de Manuel Garcia da Silveira, sucederam-se quatro revoluções. A primeira, a revolução Dionísio
Benitez; a segunda, João Luiz; a terceira, Olímpio Ribeiro; e a quarta só teve fim com a nomeação de um juiz de direito
para a Comarca, pelo Coronel Celestino Correa da Costa, então na presidência do Estado. O juiz nomeado, que veio do
Rio de Janeiro, via Uberaba, chegou aqui acompanhado de uma força de cinqüenta soldados do Exército, só aí começou a
ser restabelecida a paz. Sant’Anna pode enfim retornar à tranqüilidade e ao progresso.
COLABORARAM: Maria Aparecida Neves Brandão, Daniel Castro, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
Paranaíba atual
Paranaíba atual
Nossa cidade fez mais um aniversário e inicia uma nova etapa em todas as maneiras de viver. E você nos surpreende
como sempre, querida Paranaíba. É possível recordar perfeitamente trinta ou mais anos, quando ainda não havia uma
límpida e tratada água nas torneiras ou quando a eletricidade era frágil e racionada, servindo certas horas somente
quando havia uma necessidade imperiosa, como uma cirurgia que deveria ser feita as pressas. Muitas foram feitas à luz
de lampião.
Quando só tinha o Ginásio Estadual Wladislau Garcia Gomes, que para ser criado e implantado foram necessários anos de
esforços.
E eis como hoje estás bela e atual. Muitas escolas, vários cursos supletivos, faculdades bem conceituadas, praças floridas
e coloridas. Há um século e meio seus pioneiros desbravadores aqui chegaram, plantaram sua bandeira com seus
pertences, sua coragem e valentia. E a pequena e pacata vila (diga-se de passagem, que de pacata você nunca teve
nada) foi se transformando aos poucos em uma bela cidade.
Hoje, procura acompanhar tudo o que a vida moderna oferece. Paranaíba fez mais um aniversário. Que festa!!!
Alvorada desde seu primeiro aniversário, com fogos, banda de música e um belo amanhecer. Temos também desfile de
montarias ou cavalgadas.
Na festa de aniversário da cidade, os shows sempre é a parte mais esperada principalmente pela juventude. E a parte
principal é a exposição de gado, reses famosas premiadas que chegam para a festa, oriundas de toda região; mas o
rebanho de Paranaíba não fica atrás, os pecuaristas daqui expõem o que há de melhor.
A elegância entre as mulheres é impressionante, roupas típicas próprias para os festejos, roupas de outras festas que
também ficam apropriadas. Ainda falando da festa, o rodeio é um delírio para quem gosta.
Paranaíba, cidade forte e corajosa. Parabéns, Paranaíba! São 150 anos de história!
COLABORARAM: Maria Aparecida Neves Brandão, Daniel Castro, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
Mercado Municipal “Achilles da Palma e Mello”
Mercado Municipal “Achilles da Palma e Mello”
Nos meados do ano de 1963, o Lions Clube de Paranaíba, com menos de dois anos de instalação, resolveu partir para a
realização de sua primeira grande obra. Após meses de estudo, o clube resolveu construir um Mercado Municipal devido
a grande dificuldade, em decorrência das estradas de terra e a localização de Paranaíba dos centros produtivos, em
abastecer a cidade de verduras e legumes.
Foram convidadas duas famílias de imigrantes japonês que se dispuseram a mudarem-se para o município se aqui
houvesse lugar para comercializarem seus produtos. O clube procurou o local mais apropriado na cidade para erguer
essa obra. Localizado o local e de posse da planta da construção: 684 m² com 20 box e 24 bancas de verduras, o clube
partiu para a realização de inúmeras campanhas pretendendo obter os recursos necessários para a concretização dessa
idéia. Durante seis anos o clube trabalhou com afinco mesmo passando por inúmeras dificuldades, porém no mês de
julho de 1969 foi inaugurado em Paranaíba o Mercado Municipal que contou com a presença do governador Pedro
Pedrossian, de autoridades do município e cidades circunvizinhas que vieram para conhecer a obra edificada com o
intuito de solucionar o problema de abastecimento de verduras e legumes da cidade.
Em fevereiro do ano de 1970, com o falecimento do companheiro Achilles da Palma e Mello, o Lions homenageou esse
valoroso leão, em uma cerimônia pública, conferindo seu nome a essa primeira grande obra do clube; passando o
Mercado Municipal a ser chamado de Mercado Municipal Achilles da Palma e Mello.
Com o passar do tempo e dado desinteresse do município em administrar o Mercado Municipal que vinha prestando
grandes serviços à população e dado à instabilidade política da época, o clube registrou o prédio, rebatizando-o como
Mercado Achilles da Palma e Mello.
Com o surgimento dos mercadinhos, armazéns e mercados, a utilidade do mercado perdeu seu valor. Entretanto, fica
para a história de Paranaíba a grande realização da época e sua influência na mudança dos hábitos alimentares do povo.
Donana Paula – Pensão Matto-grossense
Nascida Ana Alves Gomes, entra para a história municipal com os nomes de: Ana Paula de Oliveira, este fato deve-se ao
sobrenome de seu marido; no seio familiar era carinhosamente chamada de “Sinhana” e ainda, Donana Paula da Pensão
Matto-grossense. Os nomes diferenciados não ofuscaram a personalidade desta importante mulher paranaíbense, pelo
contrário parece atribuir-lhe mais prestígio.
Donana Paula, nascida em 10 de abril de 1876, era filha da célebre Maria Antônia Alves Garcia e de Gervásio José
Gomes Garcia. Compartilhou em sua infância da companhia de dez irmãos: Francisca (Chiquinha), Joaquina (Quina),
Emerenciana, Tereza (Deda), Maria (Cota), Amélia, Senhorinha (Sinhá), Florentina (Fulô), Ananias (Nico) e Lázaro
(Lazim). Teve a infância e a mocidade passadas em um pequeno sítio nas proximidades da cidade de Prata, em Minas
Gerais.
Segundo a tradição familiar, acredita-se que, após a morte do pai Gervásio (1890), a família transfere-se para
Paranaíba, sendo que muitos de seus irmãos, inclusive os casados, fazem esta migração, ficando em Prata a filha
Emerenciana, que para cá se transfere anos mais tarde com seus sete filhos, após ter ficado viúva. A família “Maria
Antônia” estava reunida em Paranaíba.
Entre as filhas que para cá vieram solteiras estava Donana Paula, que tempos depois contraiu matrimônio com João
Paulo de Oliveira, filho do ilustre capitão Antônio Branco de Oliveira e sua ex-escrava e esposa Maria Jacintha da Silva.
Desta união, formou-se uma vasta prole composta pelos seguintes irmãos: Paulina, Lázara, Manoel, Maria, Maria Abadia,
Antônio, Leonísia, Gervásio, Balbina, Alvarina e Izaura Alves de Oliveira. Família numerosa que lhe trouxe inúmeras
alegrias – Donana deu a luz a sua última filha Izaura, ao mesmo tempo em que nascia sua primeira neta Áurea, filha de
Paulina.
Nas décadas de 1920/30, numa cidade como Paranaíba era difícil desenvolver qualquer atividade comercial; Paranaíba
era praticamente uma vila contando apenas com seis ruas, numa delas, na principal, chamada Rua do Comércio (hoje
Barão do Rio Branco), localizava-se as melhores residências e casas comerciais. Foi nesta rua que Donana instalou em
1919 sua “Casa de Pouso” ou a Pensão Matto-grossense, que resistiu ao tempo e funcionou até 1959. Após esta data a
pensão mudou várias vezes de proprietários e nomes; o prédio de grossas paredes e coberto com telhas de bica foi
demolido nos anos 90 com o nome de Pensão Brasil.
Donana, além de muito conhecida, eram também muito respeitada, sua palavra era bastante considerada pela
comunidade local. Era digna de todo o crédito. Por essa razão, foi encarregada pelos padres salesianos de Três Lagoas de
ser a “Guardiã” do patrimônio da Paróquia de Sant’Ana, nesta época composta pela velha matriz de Nossa Senhora do
Rosário (atual Matriz) e pela casa paroquial, o que ela fez com esmerado zelo de 1920 a 1945. Fundou o movimento
“Apostolado da Oração” em 1926, sendo sua presidenta vitalícia; participou ativamente da elevação do “sino Innocencia”,
justa homenagem prestada ao Visconte de Taunnay em 1934. Empenhou-se na reforma da Matriz de 1938 e em
companhia do Revmo. Pe. Agostinho Colli SDB lançaram a “pedra fundamental” da construção da torre da Matriz, a ser
construída em homenagem a Sant’Ana. Igualmente em 1943 ela é convidada de honra na inauguração desta mesma
torre. Com a chegada dos padres franciscanos (1940), agora como padres residentes, não exitou em continuar a
favorecer a paróquia com seu valoroso auxílio. Empenhou-se nas festas em prol a reconstrução da Casa Paroquial (1943)
e da Matriz (1945-49); acolheu, em 1955, as irmãs franciscanas até que pudessem ser instaladas no Educandário Santa
Clara. Faleceu em 19 de março de 1959.
Dela os mais antigos contam a seguinte historieta: Possuía fama de ser muito valente e corajosa; se por ventura alguma
coisa lhe desagradasse logo tecia ameaças, esconjuros, jurava justiça e outras tantas reações que intimidava a qualquer
um que ouvisse.
Certa feita, teceram ofensas ao seu genro Astolfo. A reação da velha Donana foi a de sempre: esbravejante com uma
espingarda descarregada em mãos bradava: eu bato, espanco, trucido e mato tal linguarudo. Um visinho de fundo, Sr.
Noginel Pegado, inocentemente lançou uns disparos para espantar uns urubus que estavam sobre sua casa. A valente
Donana, com o barulho dos tiros, caiu de susto desmaiada.
Pelo muito que ela fez à comunidade paranaibense e pelo carinho que dispensou aos que dela se aproximou, mereceu
com louvor ter seu nome imortalizado numa das ruas centrais da cidade.
COLABORARAM: Gastão R. Leal, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
A História do Teatro em Paranaíba
Em Paranaíba, essa tão antiga arte (teatro) foi cultuada por jovens de visão ampliada, idealizadores e amantes da
cultura, de mentes avançadas em seu tempo e realidade.
Na década de 1970 Willian Pereira, um menino paranaibense, brincava de fazer teatro de forma lúdica e improvisada com
os amigos. De 1972 a 1975, estudante no Educandário Santa Clara, fazia teatro com o incentivo da professora Luzia
Brito. Mudou-se para Ribeirão Preto-SP, onde cursou a 8ª série e o Ensino Médio. Estudou dois anos de arquitetura em
Londrina-PR, fez artes cênicas pela ECA-SP, ópera em Londres-Inglaterra e se especializou em direção e cenografia.
Willian Pereira é orgulho para os paranaibenses, já que hoje é destaque nacional e internacional, dirigindo profissionais
de respeito e admiração no cenário artístico dentro e fora do país.
Em 1977 surgiu em Paranaíba o Grupo TEL, dirigido por Sidney Santuci, grande teatrólogo, que realizou peças como As
Mágoas de D. Júlia. O grupo permaneceu até 1982.
Em 1981 entra em cena o grupo Scalla Teatro, Músicas e Danças, companhia que teve maior tempo de atuação na
cidade, sendo Lauro Marques o seu fundador e diretor. Os espetáculos foram apresentados na região e também outros
estados. O grupo era filiado a FESMATA (Federação Sul-mato-grossense de Teatro Amador), os integrantes participavam
de congressos e seminários em várias cidades do Estado e Capital. Paranaíba era reconhecida como “celeiro de artistas”
pela federação e pelo presidente na época Roberto Figueiredo, um dos grandes nomes do meio artístico da Capital e hoje
um dos coordenadores do FIC (Fundo de Investimento Cultural de Campo Grande). Por falta de apoio e investimento, o
grupo se desfez em 1989.
No início desta década, atuavam também em teatro a turma do JIC (Jovens Irmãos em Cristo), da comunidade Santo
Antônio, que faziam belos trabalhos em datas festivas, com a direção do padre Paulo de Aquino.
Em 1988 surgia o grupo teatral Caiapó, com formação e direção de Marley Cunha, estreando com destaque a peça: Na
Rua do Lazer Você Tem o Que Fazer. O grupo esteve em atividade até 1991.
Em 1987 nasceu o Grupo Teatral Ferreira de Morais, integrado por membros de uma mesma família, com apresentações
restritas e periódicas para a comunidade Santo Antônio e Salomé, as peças e sketes eram encenadas de fatos e
personagens reais do município, atuando com trabalhos de dramaturgia cômica e dramas como: O Mal que se Pagou com
o Bem; Retrato de Mãe; O Nascimento do Menino Jesus.
Nos anos de 1995 e 1996 surgiu o FESTTPAR (Festival Teatral de Paranaíba), coordenado pelo grupo Arte Nova da
Paróquia Santana, dirigido pelo padre Valcik. O festival, que durava uma semana, acontecia no anfiteatro do Educandário
Santa Clara, que, segundo pessoas ligadas à arte, tem o palco mais apropriado para teatro em Paranaíba. O grupo Arte
Nova atuou de 1994 a 1996, os trabalhos realizados foram: Casa de Bonecos; Castelo Mal-Assombrado; e Negra Gente
Brasileira, este concorrido no Festival de Osasco, conseguindo o 2º lugar.
Em 2005 formou-se o grupo AGIR, atualmente também desativado.
Em 2002, a empresa de telefonia CTBC fez parceria com a Escola Municipal Major Francisco Faustino e dos projetos
trabalhados havia o Teatro na Escola, daí nasceu o GRUMATA (Grupo Majorense de Artes Amadoras) “Criatividade em
Evidência”, idealizado por Hamilson Morais e mantido pela prefeitura e a comunidade Major, um projeto que utilizava as
artes cênicas como ferramenta para melhorar a aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental, dirigido pelos
professores Hamilson Morais e Janeth Munhóz. Resultando em espetáculos, cujos textos eram de autoria do próprio
grupo e o diretor Hamilson Morais. Trabalhavam ainda musicais, dança e recitação de poemas. O GRUMATA atuou de
2002 à 2006.
Hoje, o desejo de crianças e jovens de fazer teatro se torna inviável pela falta de uma política efetiva de incentivo. Os
amantes do teatro crêem que, com a construção do Memorial de Inocência, que proporcionará a tão desejada e
necessária Casa da Cultura, com um anfiteatro digno, possibilitará a continuidade dos grupos ou surgimentos de novos
que cultuam essa arte do universo mágico, contada em tempo real e ao vivo.
27 de março é dia do Teatro. E VIVA O TEATRO!
COLABORARAM: Hamilson Morais, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
Inauguração do Paranaíba Tênis Clube
Inauguração do Paranaíba Tênis Clube
A construção do PTC (Paranaíba Tênis Clube) foi iniciada pelos gerentes dos bancos da cidade e alguns médicos,
possivelmente no ano de 1971, no primeiro ano construíram a piscina e os vestuários. Uma média de 100 sócios
proprietários contribuíam mensalmente com 2 mil cruzeiros para a construção. Depois, para a conservação e ampliação
do clube.
O primeiro presidente indicado foi Antônio Sidney Vecchi, em 1971, que atou por um ano na diretoria e, junto com todos
os membros da diretoria, empenhou-se para ver o sucesso do clube.
O PTC, localizado até hoje na Rua Juscelino Kubistschek, 517, Centro, realizava bailes, festas de debutantes, churrascos,
shows com cantores famosos e outros eventos.
É inquestionável que o PTC foi o cartão postal da cidade nas décadas dos anos dourados, sendo considerado o clube mais
moderno e sofisticado do Estado.
A posse da Primeira Diretoria Executiva, legalmente constituída através da primeira eleição realizada pelo clube com os
sócios proprietários, ocorreu em 5 de fevereiro de 1973, às 19h, sob a direção do Dr. Péricles do Amaral Brandão, que
através de sua eleição para presidente do PTC, deliberou os membros da Diretoria Executiva, que assim ficou definida:
Dr. Élio Robalinho – vice-presidente; Zenith de Souza Faria – diretor aquático; Dr. Walter Faustino Dias – diretor social;
Evandro Salgueiro – secretário.
A ata foi assinada por todos os presentes na reunião. A vida social passou por diversas transformações, mas os que
viveram a época do brilho e suntuosidade sabem que foi algo que teve uma história distinta com todo seu glamour e
encantamento.
Na gestão do Dr. Péricles foram construídas as dependências sociais e o salão de baile. A memória como parceria
obrigatória da vida vivida possui variações nos diversos patamares da nossa existência. O conhecimento do passado nos
faz consciente de como se construiu tudo aquilo que usufruímos. E a vida social de uma cidade é muito importante. Após
a posse da primeira diretoria foi organizado e realizado o primeiro baile de gala para a inauguração das dependências
sociais e da sede do PTC. Isso ocorreu no dia 29 de dezembro de 1973.
A noite estava belíssima, o salão iluminado e majestoso, nada se comparava a sua primeira apresentação. Os convites do
baile bem elaborados traziam na contra-capa os dizeres: “na reserva de esperanças de sua integridade, a sociedade
paranaibense busca sua renovação e recebe as debutantes de 1973. Patronesse do Baile: Ângela Maria Favi, Miss Brasil
1972. Apresentador: Carlos Alberto Nóbrega, âncora do programa humorístico A Praça é Nossa, do STB. Conjunto: New
Boys. Era verdadeiramente o primeiro baile de gala acontecendo em Paranaíba: os cavalheiros, todos de terno e gravata,
as damas com seus vestidos longos e jóias cintilantes.
A apresentação do mesmo foi feita pelo jornalista Drauzio Magnani Zana. Diretoria, composta pelo presidente Dr. Péricles
e vice-presidente Dr. Élio Pereira Robalinho, foi muito cumprimentada pelo êxito do evento.
Os diretores do clube eram trocados anualmente, porém, depois de uma alteração do estatuto, em 1999, a eleição
passou a ser feita a cada dois anos.
Hoje, o clube possui aproximadamente 800 sócios, é presidido por Itamar Fernandes Bezerra, que já esteve na
presidência de 1996 a 1999. Hoje, também são oferecidas várias opções, como academia, boates, almoços, festas
comemorativas e outros.
Presidentes do Paranaíba Tênis Clube, pela ordem cronológica:
Antônio Sidney Vecchi – 1971/1972
José Aldo de Moura – 1972/1973 – 1977/1978
Péricles do Amaral Brandão – 1973/1974
Evandro Eurico Salgueiro – 1974/1975
Carlos Joaquim Rodrigues Cunha 1975/1976 – 1978/1979
Zenith de Souza Faria – 1976/1977
Nilo José Leal – 1979/1980
José Carlos Grande 1980/1981
Rodolfho Schmid – 1981/1982
Otaciano de Melo – 1982/1983 – 1984/1985
Gregório Garcia – 1983/1984
Barbabé Tannus Carvalho – 1985/1986
Air Tannus Carvalho – 1986/1987
José Cândido Alves Filho – 1987/1988
Waldemar Garcia Leal – 1988/1989
Ivanildo Amaral de Queiroz – 1990/1991
Arenci Ferreira de Oliveira – 1989/1990
Carlos Paulo Silva – 1991/1992 – 1992/1993
Solivan Aparecido Gouveia – 1993/1994
Wilmar Nunes Lopes – 1994/1995 – 2001/2003
Itamar Fernandes Bezerra – 1996/1999
Paulo César da Silva Queiroz – 1999/2001
Valter Alves de Souza – 2003/2005
José Carlos Mignoli – 2005/2006
Itamar Fernandes Bezerra - 2006
Colaborou: Maria Aparecida Neves Brandão, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
Brasilina Rodrigues Nunes (Dona Bitinha) - Pensão Dona Bitinha
Brasilina Rodrigues Nunes, conhecida como dona Bitinha, nasceu em Paranaíba em 18 de fevereiro de 1891. De seu
primeiro casamento com José Nunes Ribeiro nasceram Moiceta, Julieta, Rodrigo, Geraldo, Guaraci e Luiz. Seu segundo
marido foi Trasíbulo dos Santos, com o qual teve o filho João Batista Nunes Ribeiro.
Dona Bitinha ficou viúva de seu primeiro marido aos 28 anos de idade. José Nunes foi assassinado com um tiro certeiro
no coração e morreu nos braços de sua esposa.
Seu segundo marido era baiano e veio para Paranaíba com mais 40 baianos que tentavam uma vida melhor em outro
Estado. Dona Bitinha separou-se do seu segundo marido quando tinha 38 anos de idade, ainda grávida.
Para sustentar seus filhos, Bitinha desprovia-os do conforto para oferecer as camas às pessoas que chegavam de
viagens, também oferecia refeição. Assim surgiu a pensão Dona Bitinha.
A ampliação definitiva do prédio saiu no ano de 1939, conseguida por meio do trabalho árduo para sustentar seus filhos.
Colocou os seus filhos para estudar fora, Geraldo e Luiz, ambos formados em advocacia na cidade do Rio de Janeiro-RJ.
Mais tarde, deixou o filho mais novo João Batista, com 10 anos de idade, acompanhar os irmãos já instalados na cidade
maravilhosa.
João Batista formou-se em contabilidade e voltou para Paranaíba aos 30 anos.
Assim que ficou viúva, passou por momentos críticos, como mulher sozinha, passou fome e foi desprezada pela
sociedade.
Quando casada teve uma vida farta, foi dona de terras em Paranaíba e Lagoa Santa-GO. Era analfabeta e por isso foi
enganada e perdeu sua fortuna para pessoas esclarecidas.
A única coisa que restou foi uma pequena casa, a qual usou como moradia e para ser a sua pensão, na Praça da
República, 250, onde vive hoje a sua neta Soraya Nunes Amaral e sua família, e também funciona um escritório de
advocacia. Parte da construção primária do prédio foi mantida até hoje.
O local chegou a ter 13 quartos (de duas a quatro camas cada) e empregava em torno de seis pessoas.
Sua pensão teve influência política e um dos políticos renomados da época e seu amigo, que teve presença constante em
sua casa, foi Felinto Muller.
Dona Bitinha sofreu sete derrames, por isso, a partir de maio de 1976, a pensão passou a ser cuidada pelo seu filho João
Batista. Enquanto doente, ela recebeu os cuidados da nora Irany Amaral. Em 26 de setembro de 1976 dona Bitinha
faleceu.
A pensão durou até 1986, quando foi ampliada a avenida Gustavo Rodrigues da Silva, fato que ocasionou a derrubada de
parte da pensão.
Esta foi a primeira pensão da cidade. Foi muito movimentada durante todos os seus anos de funcionamento, até mesmo
com a construção de hotéis na cidade.
Pensão Dona Bitinha hospedou músicos, políticos e muitas outras pessoas, importantes ou não. Dona Bitinha amava o
seu trabalho. Segundo sua família, era muito alegre, caridosa e gostava da presença dos netos.
Ela investiu muito em sua pensão, o que proporcionou uma vida melhor para seus filhos.
Casa do Artesão
Casa do Artesão
Inaugurada em maio de 1977, a Casa do Artesão de Paranaíba veio realizar o sonho dos artesãos do município, que
antes vendiam seus produtos de porta em porta, com grandes dificuldades, sem um lugar adequado para expô-los. Seu
primeiro endereço foi na esquina da rua Coronel Carlos com a Tiradentes, numa casa antiga alugada pela Pro-Sol,
entidade presidida pela então primeira dama do Estado de Mato Grosso, Maria Lygia, que tinha como objetivos principais
oferecer oportunidades de trabalho e divulgar a arte.
Várias autoridades compareceram à inauguração, que foi marcada pela presença de dezenas de pessoas, entre elas,
diversos estudantes, levados pelos professores para conhecerem a cultura da cidade e do Estado, pois ali estavam
expostas diversas peças do artesanato indígena das tribos Kdwéus, Terena e Carajás.
A Casa do Artesão também oferecia cursos profissionalizantes como pintura, crochê, tricô, jardinagem, culinária e outros.
Além do intercâmbio entre cidades, essas casas de artesanato tornaram-se conhecidas em todo o país, participando
ativamente de importantes eventos como a Feira do Candango, Feira da Bondade, Feira Nacional do Artesanato, atraindo
interesse até de países como Japão e França. Os artesanatos de Paranaíba e Cassilândia sempre se destacaram com a
originalidade e o colorido dos balaios e peneiras e as peças em madeira; e Aparecida do Taboado, com a arte em
cerâmica. As redes cuiabanas eram muito apreciadas pela trama típica e o rico colorido.
A primeira dirigente da Casa do Artesão de Paranaíba foi Ivone Menezes Pereira, que, apesar das dificuldades, sempre
contou com o apoio das autoridades, do comércio local e de um grupo de pessoas muito especiais, que lhe deram todo o
estímulo necessário aos cursos e às campanhas filantrópicas ali realizadas. Todos os móveis e utensílios foram doados e
o artesanato exposto era quase todo em consignação.
Do pequeno lucro das vendas, a casa foi adquirindo as peças e incentivando os artesãos. Muitos deles se destacaram pela
dedicação e criatividade, principalmente o senhor Zezinho, com suas gamelas e colheres; o senhor Waldomiro (de
Cassilândia), com as belíssimas peneiras de tramas coloridas e da Mara, a sorridente artesã dos lindos e cobiçados
balainhos. Ela colhia a matéria prima na região dos coqueiros, embrenhando-se no mato com muita coragem, com medo
das cobras e fugindo das pegadas das onças. Chegava sempre impecável, com seu inseparável lencinho na cabeça,
dizendo, bem humorada, que, a qualquer momento, poderia ser devorada pela onça.
Depois da divisão do Estado, aos poucos, a Casa do Artesão foi se consolidando, abrilhantada também pelos artistas
plásticos e artesanato diversificado, expressando nas suas cores e formas, toda a riqueza das tradições paranaibenses.
Trinta anos depois, a Casa do Artesão (atualmente subordinada ao município) continua em pleno funcionamento, à rua
Wladislau Garcia Gomes, 1185, comprovando que o artesanato fascina, pois cada peça carrega consigo um pouco da
alma de seu criador, traduzindo a sua sensibilidade e o seu amor à arte.
COLABORARAM: Ivone Menezes Pereira, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
Asilo Santo Agostinho
No início da década de 1970, sob a direção dos padres agostinianos, época de muito progresso para a igreja, a qual se
abria naquele período para o trabalho laical, firmavam-se os movimentos jovens: JOC (Comunidade Nossa Senhora dos
Pobres – Bairro industrial de Lurdes), JUC (Comunidade Nossa Senhora Santana – Igreja Matriz), JEC (Comunidade São
José – Bairro São José), JUNSA (Comunidade Nossa Senhora Aparecida – Jardim América) e JIC (Comunidade Santo
Antônio – Bairro Santo Antonio). Tais movimentos, entre outros, se destacavam a nível nacional por lutarem contra a
ditadura militar. Havia, também, movimentos de casais e outros, caracterizados como movimentos de solidariedade.
Em 1974, o senhor Daniel Martins Ferreira doou um terreno e, em seguida, foram comprados mais sete terrenos, com
verbas de quermesses e pedidos de “adjitórium” promovidas pelo companheiro Lázaro Nunes de Freitas, com a ajuda do
inesquecível e incansável padre Adeodato Carmelo Schembri - completando oito lotes, sendo quatro deles com escritura
Pública lavrada em nome da Diocese de Três Lagoas e os demais em nome da Fundação dos Agostinianos, onde está
hoje construído o lar para idosos “Santo Agostinho” – fruto de corações que souberam enxergar a face do Cristo sofredor
no rosto do irmão menos favorecido pela sorte.
Naquela época, já havia muitos desabrigados e famílias inteiras moravam às margens de estradas e becos sem saídas
nos arredores da cidade. Seu Zote (João Ferreira Rodrigues), que era membro fiel e ativo da Comunidade Católica
Paranaibense, e é ainda reconhecido como legítimo “Fundador” e “Benfeitor” máximo do Asilo Santo Agostinho, iniciou a
construção de casas de madeira, com resto de materiais e ajuda de muitos benfeitores que doavam o que não mais
usavam, além de voluntários que doavam a mão de obra. Desta forma, foram construídas, em 1973, oito casas de
madeiras conjugadas ao terreno do asilo. Cada residência era composta por dois quartos e cozinha com seu tradicional
fogão à lenha. A água era proveniente de numa cisterna, que servia aos moradores, e não havia energia elétrica nas
casas.
Em 1981, numa noite do mês de setembro, ocorreu um grave acidente na então Vila Santo Agostinho (como era
chamado o Asilo), pois um incêndio atingiu as casas, visto que a primeira sede, que abrigava oito famílias, era construída
com madeiras e coberta com telhas francesas.
O fogo, provavelmente provocado por uma lamparina, iniciou-se na casa do residente de alcunha “Cearense”
(alcoólatra), incidiu rapidamente sobre as demais casas, e queimou-as totalmente, além de vitimar três moradores –
Cearense, Isabel e outro residente, sendo os dois últimos surdos-mudos.
O prédio em alvenaria, de mil metros quadrados, já estava em fase de construção, mas ainda não podia acolher os
internos, pois não contava com teto, portas, janelas, pisos; ainda faltavam muitos detalhes para concluí-lo.
Os desabrigados, então, foram levados para os pavilhões do Parque de Exposições, onde permaneceram por cerca de
trinta dias. Após esse terrível episódio, apressaram as obras de acabamento. Seu Zote, Lázaro Nunes de Freitas e Pe.
Adeodato retornaram o “peditório” (palavra utilizada pelos três benfeitores), em busca de auxílio para construir a nova
sede do asilo. Foi nessa época que o trio recebeu o apelido de “desmancha rodinha”, pois os grupos de amigos se
desfaziam quando algum deles se aproximava, pois sempre pediam ajuda para a construção da nova sede do Asilo ou
vendiam uma cartela de bingo ou rifa, com a renda destinada ao mesmo fim. Terminada a obra, os residentes
desabrigados puderam retornar ao lar que foi para eles construído.
O tempo passou, mas a obra continua. O prédio do Asilo passou por diversas reformas e ampliações, graças às pessoas
que, sensibilizadas com os idosos, não mediram esforços para melhorar as instalações do lar.
A Obra Social Nossa Senhora Santana foi instituída em 29 de setembro de 1976 e tendo o seu primeiro estatuto
aprovado naquela data, houve a necessidade de eleger uma nova diretoria, para cuidar do Asilo. Para tanto, em 30 de
setembro do mesmo ano, procedeu-se a votação da primeira diretoria, para o triênio 1976/78.
Uma curiosidade é o fato de que o senhor Zote, o qual nunca havia aceitado o cargo de presidente até então, assumiu
ininterruptamente este até o ano de 1997, ficando ele responsável pela aquisição de carne para o Asilo, e mesmo após
esta data, continuou incansavelmente à frente dos trabalhos de arrecadação, até o ano de 2005, quando foi acometido
por um AVC, que deixou sérias seqüelas, dificultando sua locomoção. Mas nem por isso ele deixou de trabalhar em
benefício aos internos do Asilo. Usando sempre sua credibilidade e influência. Seu neto Moisés continua na caminhada
iniciada por seu saudoso avô.
COLABORARAM: Lázaro Queiroz de Freitas, Mariana Sudária de Souza e Freitas, Daniel Castro, Leidiane
Sabino e Márcio Seraguci
Festa da Padroeira
Festa da Padroeira
No então povoado de Santa’Anna (nossa atual cidade), quando da vinda do padre Francisco de Salles Souza Fleury, vindo
da cidade de Franca, interior de São Paulo. Aqui chegando tratou logo da construção de uma igrejinha sob a invocação de
Nossa Senhora Santa’Anna, cuja imagem foi oferecida pela senhora Angélica de Freitas, esposa do Capitão José Garcia
Leal, sendo o padre Fleury o primeiro pároco da nova “freguesia”, que também elevou a Distrito de Paz, com seus limites
pelos rios Paraná, Paranaíba e Correntes, a Serra de Caiapó e Rio Pardo.
O tempo vai passando e a igrejinha simples precisando de novos reparos. Com a chegada do padre franciscano Frei
Pedro Holtz e seus companheiros, inicia-se a construção da primeira matriz na cidade. Construção que exigiu muito
esforço, começando que para fazer o barro havia necessidade de ser retirada a água do poço.
Com o objetivo de adquirir meios financeiros para a construção dá-se início a novena de Santa’Anna, que começava com
a “reza”, benção do Santíssimo (na época não celebrava missa a noite). Logo após, dava-se início aos festejos até o
encerramento da novena no décimo dia. Era a maior festa da cidade; com suas barraquinhas feitas de madeiras leves,
com telhado de pano situadas no largo (lugar da atual Praça da República); aí se divertiam tanto as crianças como os
adultos, com pescarias, acertos de garrafas e as doações de prendas e bandejas.
Prendas: as pessoas davam o que quisessem para ser leiloado, e as bandejas eram verdadeiras obras primas de
culinária. Nelas a dona de casa que fazia a doação, colocava os mais gostosos quitutes da região. Assavam frangos e
leitoas, doce de leite, de mamão, pão, rosca, broas de milho, pão de queijo e uma garrafa de vinho.
Tudo feito com amor, a bandeja era arrematada por quem oferecesse mais ao leiloeiro. No último dia da novena era
celebrada a missa campal pela manhã, seguida de um leilão de gado que os fazendeiros doavam à santa.
A tarde realizava-se a procissão com a coroação da santa em um andor todo enfeitado, feito por crianças vestidas de
anjos, e, ao final, era “entoado” o Hino Oficial da Padroeira.
“Senhora Sant’Anna atende aos rogos dos fiéis que...”
COLABORARAM: Maria Aparecida Pereira Brandão, Daniel Castro, Leidiane Sabino, Márcio Seraguci
O grande papel do Banco do Brasil na região de Paranaíba
O grande papel do Banco do Brasil na região de Paranaíba
A instalação do Banco do Brasil representou, no início da década de 1960, um enorme fator de desenvolvimento para a
região de Paranaíba. Aliás, foi o segundo banco a ser instalado na cidade, porém com um volume de negócios
incomparável, atendendo prioritariamente a agropecuária. A agência, situada estrategicamente no centro de Paranaíba,
na rua Barão do Rio Branco, 309, passou a atrair clientes de toda a região, desde Aparecida do Taboado até Cassilândia,
criando na cidade um movimento sem precedentes de pessoas em busca de crédito, regularização de suas propriedades,
realização de negócios, aquisição de produtos agropecuários e de equipamentos pesados (data daquela época a
instalação, na cidade, da primeira representação de tratores Valmet).
Atendendo à política governamental de apoio ao pequeno produtor, criada no tempo de Jânio Quadros, o Banco do Brasil
em Paranaíba abriu uma carteira milionária para atender, a juros simbólicos, a milhares de agricultores de parcos
recursos, proprietários ou arrendatários de pequenas glebas, mas que viam nesses empréstimos – sem quaisquer
garantias – uma feliz oportunidade de ascensão econômica. Anualmente, nos meses de agosto e setembro, quando as
terras estavam sendo preparadas para o plantio, em Paranaíba se concentrava uma enorme população flutuante que
acorria ao Banco do Brasil para apresentar suas propostas de financiamento, atendidas em quase 100% dos casos. Nem
precisa comentar o grande fomento, nessa época, dos negócios na antes tão pacata cidade de Paranaíba. Na realidade, a
cidade, ainda sem qualquer calçamento, estava despreparada para tamanho afluxo de pessoas e carros e as
conseqüentes demandas de serviços e produtos, porém já estavam se consolidando os requisitos para o crescimento da
região.
Quem eram os funcionários da nova agência bancária instalada? Uma pequena minoria provinha do então Estado de Mato
Grosso. A grande maioria era constituída de paulistas que, ao chegar à cidade, não deixava de encantar-se pela acolhida
de seu povo e pela beleza da região, a qual pouco diferenciava da paisagem descrita por Visconde de Taunay em seu
famoso livro “Inocência”, que tem como cenário a região paranaibense.
Os novos bancários para cá traziam as últimas modas, as músicas em maior evidência, seus costumes e maneira própria
de falar.
Naquela época, a comunicação, como hoje a entendemos, era extremamente precária e a troca de informações estava
extremamente dependente desses contatos com pessoas vindas de fora. Para se fazer uma idéia, em 1966, quando o ex-
funcionário Waldemar Silvestre Carlos foi transferido para Franca (SP), ainda não havia chegado até Paranaíba qualquer
notícia veiculada por jornal ou rádio sobre o início do sucesso da Jovem Guarda ou dos Beatles. Mas, independentemente
disto, a cidade era acolhedora e sabia criar seu próprio mundo de distrações, mesmo quando, por volta de 1964, uma
chuva torrencial fez ruir a única represa da cidade, responsável pelo fornecimento de energia elétrica na cidade. Agora,
as “brincadeiras dançantes” ocorriam à luz de lampiões, aumentando a emoção dos “baladeiros” daquela época. Em
julho, a Lagoa Santa, em que havia horário distinto para homens e mulheres, era o destino obrigatório dos funcionários
do Banco do Brasil bem como dos paranaibenses em geral.
Com a revolução de 1964, alguns funcionários do Banco do Brasil de São Paulo e Rio de Janeiro, certamente caídos em
desgraça, foram transferidos para Paranaíba. Apenas um deles – uma das pessoas mais cultas e entendidas em música
erudita que o autor desta já conheceu – acabou aceitando a remoção, o que, em certo sentido, foi gratificante para os
funcionários do Banco do Brasil que residiam em república, uma vez que passaram a usufruir do convívio com a música
clássica.
Para se falar do Banco do Brasil em Paranaíba, entre 1961 e 1962, não se deve omitir quatro funcionários da agência,
informais fundadores da agência: Armel Rodrigues da Silva, natural de Três Lagoas, hoje falecido, apaixonadíssimo pela
orquestra de Ray Coniff, o qual era um verdadeiro relações públicas da cidade, no sentido de introduzir seus colegas na
então fechada sociedade paranaibense; noivo e depois casado com Vilma, paranaibense da gema, eram de sua iniciativa
ou de seu estímulo as famosas brincadeiras dançantes de então; Celso Moraes e Castro, vindo de Juiz de Fora, casado
com Detinha, filha de tradicional família paranaibense, já falecida, era um exímio jogador de futebol, animando, com
seus colegas, as tardes de domingo na cidade; Jair Alves de Souza, também casado com uma paranaibense, tinha um
sonho: a criação de um jornal em Paranaíba; juntamente com o autor deste texto, Waldemar Silvestre Carlos, criou “A
Bateia”, o primeiro jornal impresso da cidade, que tratava de assuntos ligados à região, crônicas sociais e algumas
incursões na área cultural. O jornal, de tiragem mensal, impresso em Três Lagoas e subsidiado pela Prefeitura Municipal
de Paranaíba, teve curta duração, uma vez que uma crítica à administração municipal sustou aquele subsídio; Sebastião
João Fernandes Andrade, de São Carlos (SP), casado com a paranaibense Dair, boêmio da melhor cepa, o qual introduziu
em Paranaíba o prazer das noites prolongadas ao som de uma seresta ou ao sabor de um galinhaço. Por último, não
devemos esquecer de Alberto Policaro, o segundo gerente do Banco do Brasil em Paranaíba, cujo incrível dinamismo
imprimiu um impressionante impulso ao desenvolvimento da região, através dos financiamentos agropecuários; esse
funcionário, na década de 90, ascendeu ao importante cargo de presidente do Banco.
Apesar dos reclamos da administração local do Banco do Brasil e da própria sociedade paranaibense, até 1966 o governo
federal não havia aberto qualquer linha de crédito na área industrial, somente acontecendo longo tempo depois.
A essa grande instituição Banco do Brasil, a seus funcionários e à sociedade paranaibense que muito lutou pela instalação
daquela agência, muito deve o grande progresso ocorrido na década de 60 na região, no século passado, iniciando o
processo de transformação econômica que culminou com a moderna Paranaíba destes tempos.
COLABORARAM: Waldemar Silvestre Carlos, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
Pensão Santos Reis
Pensão Santos Reis
Em julho de 1959, João Batista de Paula, conhecido por João Pedro, e Lúcia Correia de Andrade, vindos da fazenda
Tamandaré, município de Paranaíba, iniciaram suas atividades no ramo de pensão, trouxeram seus filhos Sebastião
Correia, Cleusa, Guilhermina (Filhinha Correia), Jairo, Eva e a sobrinha Santinha. João Batista mudou-se para cá para
fazer tratamento e dar estudos aos filos. Faleceu no dia 25 de junho do ano seguinte e Lúcia Andrade continuou tocando
a pensão com os filhos até 31 de julho de 1966.
Em 1º de agosto de 1966, o filho Jairo Pedro de Paula (Jazim), casado com Maria Alves de Paula e pai de Zé Paulo e
Alcione, comprou a pensão de sua mãe e irmãos, dando seguimento no ramo, colocando seu filho Zé Paulo (casado com
Rosângela) para estudar. Na pensão, de dez quartos, hospedavam-se no geral pessoas que residiam em fazendas, alguns
vendedores de menor porte financeiro, soldados, jogadores de futebol e outros viajantes. A pensão servia almoço e
jantar.
Em 1968 nasceu o terceiro filho, Adão Renato (casado com Vanusa).
Na década de 1970, famílias que moravam em fazendas vinham para a cidade casar seus filhos. Na pensão era realizada
a recepção para os convidados (almoço de casamento). Em 1971, a pensão era ponto de ônibus que saiam para o
sentido fazenda Mucunjá e outra sentido Velhacaria até o Tamandaré. O trajeto era feito por perua Huiles.
Em 1974, Jazim foi convidado pelo delegado regional de polícia, Pedro Luís Faria, a servir marmitas aos presos da
delegacia local, se estendendo por longos anos.
As atividades exercidas pelo casal puderam proporcionar estudos para a formação superior dos seus três filhos.
No final da década de 1990, devido a não reestruturação do prédio, a família decide encerrar as atividades.
Atualmente, a família disponibiliza locação de quartos para universitários. O prédio foi reformado e adaptado para um
pensionato e um salão de beleza que pertence a Vanusa Pereira da Silva, nora de Jazim.
COLABORARAM: Alcione Maria de Paula, Daniel Castro, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
A famosa subida da Dona Nena
por Ailton Júnior3/5/2012 às 9h28
Em toda concentração urbana há lugares, pessoas e pratos que se tornam especiais pela sua história
e popularidade, povoando assim o imaginário coletivo com boas lembranças. Em Paranaíba há
diversos exemplos desses ícones culturais, tais como “O salgado da rodoviária”, “A voz da nota de
falecimento” ou “A pipoca da Praça da República”. Dentre eles, há um especial, a famosa “Subida (ou
Descida) da Dona Nena”.
A “Descida da Dona Nena” (ou “baixada da Nena”) compreende a baixada da rua Rui Barbosa,
localizada na passagem do Jardim Maria Paula para o Bairro Santo Antônio. Há quem entenda como
“Rua da Dona Nena”, o que abrange as ruas Rui Barbosa e Francisco de Freitas Silveira. Por ter sido
adotada pela maioria das pessoas, a expressão “descida da Dona Nena” vem a substituir o nome
oficial daquele logradouro. Acredito que a maioria dos cidadãos não sabe onde fica a Rui Barbosa ou
a Francisco de Freitas Silveira, no entanto, muitos encontrarão, por exemplo, o Armazém João Simão,
que “fica ali na [descida da] Dona Nena...”.
E assim a cultura popular vai moldando os costumes, mudando nomes oficiais e dando novas
interpretações aos lugares da cidade. Este, em especial, nos remete à história de Assunção Peralta
Marinho, a Dona Nena.
Vida de Comerciante
Filha dos espanhóis José Peralta Gervigia e Rosária Garcia Tortossa, Dona Nena é natural de
Bálsamo-SP. Criada na fazenda, veio morar em Paranaíba graças a seu irmão Vicente Peralta.
Vicente era aviador, e viu em Paranaíba um mercado promissor, pois havia poucas estradas e a
conexão com os grandes centros era feita em sua maioria pelo ar.
Após muita insistência, Assunção e o marido Francisco Timóteo Marinho acataram a sugestão de
Vicente e aterrissaram na capital do Bolsão Sul-Matogrossense por volta de 1952, “num campo de
decolagem em frente à delegacia”.
“Naquela época era muito bom pra ganhar dinheiro...”. Com essa frase, Dona Nena indica como era
Paranaíba naquela década de 50: um lugar com pouco comércio, pouca informação, e muitos
consumidores. Assim, Dona Nena prontificou-se a buscar mercadorias em São José do Rio Preto-SP
e revender em Paranaíba. A freguesia de seu bazar logo tornou-se assídua, e com os negócios indo
de vento em polpa, Dona Nena tornou-se representante das máquinas de costura Vigorelli. Além
disso, atuou como costureira também, e orgulha-se de ter vestido muitas noivas por aí. Com o passar
dos anos e o aumento da concorrência, o bazar de roupas novas passou a ser um brechó.
Ao falar sobre seus bens e a vida de comerciante, Dona Nena demonstra que possui ainda a
inquietude típica de comerciantes, e crê que tem muito a fazer ainda. Aos 85 anos, quer voltar a
movimentar seu comércio de roupas usadas, embora seja muito difícil devido a um problema na
perna, o que a impede de locomover-se sozinha.
A famosa descida
A mudança para a o local onde veio a permanecer até hoje, ocorreu há cerca de 45 anos. Dona Nena
comprou uns lotes do senhor Belarmino Antônio, e dali viu muitas coisas acontecerem e mudarem.
“Naquela época, aqui em frente tinha roça de arroz e milho, não havia muita gente por aqui”, recorda.
Com essa mudança, Dona Nena mudou também um pouco da história da cidade ao “emprestar” seu
nome àquela região e àquela rua. Acredito que isso tenha acontecido por ela ter sido uma das
primeiras moradoras do local, possuindo diversos lotes na região.
Atualmente, a rua é bastante movimentada, possui um comércio diversificado com tapeçaria, funilaria,
armazém, lan house, loja de móveis usados e, claro, o velho bazar de roupas usadas.
Sendo uma rua tão importante, que liga dois grandes bairros (de Lourdes e Santo Antônio) ao Centro,
o mais viável seria mudar o nome para “Rua da Dona Nena”, já que esse é o nome que está
enraizado em nossa cultura.
Sobre isso, a minha entrevistada sorri e não esconde que gostaria de ter seu nome eternizado no
local onde ela viu muitas coisas prosperarem. Nada mais justo do que prestar essa homenagem em
vida, enquanto há tempo. Colaborou César Leonel da Costa
P.S.
Enquanto estava escrevendo este texto, minha esposa, que é nova na cidade, veio me perguntar
onde fica a Rua da Dona Nena...

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Paranaíba

  • 1. A Popular A Popular Em 1918, Pedro Grande transferiu-se de Penápolis-SP para Paranaíba e trouxe consigo o primeiro automóvel para esta terra, modelo 1910, mais conhecido como “Carro de Bigode”. A capota era sobre quatro esteios, somente existindo duas marchas que se mudavam por intermédio de pedais e a aceleração era manual. Seu filho Antônio Grande era o motorista. Pedro aqui chegou vindo pela antiga estrada boiadeira passando por Lussanvira, Pereira Barreto e Porto do Tabuado. Montou sua oficina de consertos e fabricação de calçados, martelando a sola rústica, nunca supondo que uma oficina humilde mais tarde se transformasse em uma das grandes firmas existentes hoje em nossa cidade. Pedro Grande teve o dom de transferir a seu filho Antônio Grande toda a gama de virtudes que possuía, e nada mais justo, pois Antônio Grande lutou, trabalhou e, seguindo o exemplo de seu pai, transferiu mais tarde ao seu filho Walter Grande a oficina já próspera e que com o correr dos anos transformou-se no que hoje é: uma modelar instituição no ramo de calçados. Walter Grande desdobrou-se no trabalho e melhorou o estabelecimento. Arrojado por natureza compreendeu desde muito cedo as possibilidades do empreendimento e sem olhar para as dificuldades marchou firme para a luta dos negócios. Hoje, a “A Popular” é uma organização que serve a cidade e região com calçados das mais afamadas marcas da Indústria Nacional, administrada por Luiz Cláudio Grande, filho de Walter Grande. Já faz 22 anos que assumiu a loja, que hoje possui mais duas filiais na cidade, empregando 21 pessoas, e outras em Chapadão do Sul e Costa Rica (uma em cada cidade). O primeiro nome da loja foi apenas A Popular, modificado para A Popular Esportes (a loja tradicional) e também A Popular Modas. Além do nome, outras mudanças são em relação à estrutura do prédio, que foi melhorado no decorrer do tempo. Quando era A Popular, eram vendidos diferentes tipos de artigos na loja, hoje ela especializou-se em artigos esportivos e confecção.
  • 2. Festa de Santos Reis – Fazenda São João As Festas de Santos Reis espalhadas pelo Brasil são uma grande tradição nos quatro cantos do país. Em Paranaíba uma Festa de Reis que marcou a história dos devotos e participantes foi a Festa de Santos Reis na Fazenda São João, na Velhacaria. Altamiro Souza Silva, devoto assíduo dos três reis magos, conta que a criação da Festa surgiu a partir de uma promessa. Segundo ele, em meados de 1981 um jovem sofreu um atentado a tiro, baleado no lado esquerdo do peito, a mãe do rapaz “entregou” seu filho para os Santos Reis, e fez uma promessa que realizaria uma Festa de Santos Reis. Passados três anos, Altamiro decidiu criar a Festa em sua Fazenda São João, situada na Velhacaria, região rural de Paranaíba. Altamiro teve a ajuda de Enésio Rodrigues de Castro, que foi festeiro de Reis, mas não estava atuando. Enésio só ajudou Altamiro após este garantir que iria buscar uma bandeira de Reis que estava localizada na Fazenda Palmito, também em Paranaíba. “Após eu garantir que iria buscar a bandeira, o Enésio me ajudou com oito vacas, banha de porco e uma caminhonete para eu organizar a Festa”, relembrou Altamiro. Em novembro de 1984 Altamiro viajou para Frutal-MG e lá contratou alguns festeiros para animarem a futura Festa. De Frutal, Altamiro passou com os festeiros na Fazenda Palmito, pegou a bandeira e seguiu até a Fazenda São João. Após um dia da chegada da bandeira, Altamiro fez um “giro”, que durou onze dias, em toda a sua região, passando com a bandeira de Santos Reis convidando para a Festa em sua fazenda. Enfim, no dia 8 de dezembro de 1984 aconteceu a primeira Chegada e Festa de Santos Reis realizada na Fazenda São João. “Foi uma Festa bastante animada com muita gente participando, cantarolando e festejando a chegada dos três Reis Magos”, recordou Altamiro. O proprietário da Fazenda São João e sua família realizaram quatro festas na localidade, além de 1984, também realizaram em 1985, 1996 e 1999. Segundo Altamiro, sempre aconteceu Festas de Santos Reis na região da Velhacaria. Os foliões cantam em dois grupos de três ou quatro vozes e tocam caixa, pandeiro, viola, violão, cavaquinho e eventualmente uma sanfona. Cantadores e tocadores usam uma toalha branca bordada ao pescoço. Junto com a folia vai uma bandeira com a estampa dos Santos Reis no presépio. Na chegada dos foliões a uma casa, os moradores recebem e beijam a bandeira com grande emoção. Tem os cantos da chegada e da saudação com versos decorados e outros inspirados pelo momento. O dono da casa faz com a bandeira uma volta na sala e em todas as dependências. “Eu sempre fui devoto de Santos Reis e aquela festa, de 1984, com certeza ficou marcada para sempre na minha memória e na memória de quem participou dela”, exclamou Altamiro.
  • 3. Adilson Calixto Santos - Canarinho Adilson Calixto Santos - Canarinho Adilson Calixto Santos, o Canarinho, nasceu em 3 de abril de 1946, na cidade de Prata-MG, filho de João Calixto Demétrio e Olívia Garnuina. Canarinho começou a cantar com dez anos de idade e aos 16 ganhou o seu primeiro concurso tocando chorinho no cavaquinho. Na adolescência, Canarinho ganhava alguns trocados tocando e cantando em pequenas festas e reuniões; era um exímio instrumentista. Com 17 anos formou o primeiro trio de sua carreira, junto com Oripes Calixto Santos, seu irmão; e José Vieira. Era o “Trio Canarinho”, Célio (Canarinho), Celmir (Oripes) e José Vieira. Em 1963 ganharam o primeiro lugar como melhor trio em um concurso na Rádio Educadora de Uberlândia-MG. Em Ituiutaba-MG, na rádio Platina, ganharam a gravação de um disco. Em 1964, Oripes deixou o trio e veio para a zona rural de Paranaíba. Canarinho encontrou um substituto, João Batista Silveira (Cenilton). Agora o trio era Célio, Cenilton e José Vieira. Tocaram juntos três anos com o nome de “Trio Pratense”. Em 1966, Canarinho, com 20 anos, veio para Paranaíba, trabalhar na lavoura junto com seu irmão na Fazenda Furna Azul. Nas horas vagas cantava, animando festas nas fazendas circunvizinhas. “Guido Rodrigues Freitas, o nosso patrão, incentivou meu irmão e eu a formarmos uma dupla. Ele foi o nosso padrinho e nos ajudou muito”, disse Canarinho. Assim nasceu a dupla “Os Canarinhos – Célio e Celmir”. Eles ganharam o “Troféu Moraes César”, na Rádio Brasil de Goiânia-GO, como melhor dupla. Célio e Celmir realizavam shows em diversos estados, São Paulo, Minas Gerais, Goiás. Canarinho destaca as cidades de Barretos-SP e Uberaba-MG. Passado algum tempo, a dupla conheceu um sanfoneiro de Cassilândia-MS, José de Almeida, apelidado de “Zequinha Doido”, assim a dupla virou trio e ganhou o 1º festival da Música Sertaneja, realizado em Paranaíba durante os festejos comemorativos ao aniversário da cidade em julho de 1972. Após dois anos tocando com “Os Canarinhos”, Zequinha Doido deixou o trio e apresentou o sanfoneiro Juvenal Gomes dos Santos que entrou para o trio com o nome de Celmar. O Trio Célio, Celmir e Celmar permaneceu junto por 12 anos, realizando diversos shows e gravando três discos. “Fizemos shows em diversas cidades. As músicas de destaques eram Chegando em Goiânia, Procurando Felicidade e Balança Morena. Até hoje as pessoas me pedem para ouvir essas músicas”, disse Canarinho. O trio tinha um programa na Rádio Difusora aos domingos das 10h às 11h, chamado de “Aonde Canta os Canarinhos”, trabalharam com os locutores Manoel Nogueira e João de Deus. O programa durou 10 anos. Em 1978 Celmar foi assassinado. Canarinho continuou tocando com Celmar por mais um ano e depois se separaram. A partir de 1980, Canarinho começou a sua carreira solo com o nome de “Canarinho do Sul” e até hoje faz shows com sua viola em toda a região. COLABORARAM: Adilson Calixto Santos (Canarinho), Daniel Castro e Márcio Seraguci
  • 4. Santa Casa de Misericórdia Santa Casa de Misericórdia Corria a década de 1970. Paranaíba possuía na área da saúde o Hospital Nossa Senhora de Fátima, que pertencia aos médicos Leolindo Vieira Coelho e a doutora Ana Lygia Mancini Coelho e, o Hospital São Sebastião, pertencendo ao doutor Péricles Brandão. Na época não havia convênio público de prestação de assistência médica (SUS) à população carente. Doutor Péricles, sentindo essa falha, se empenhou de todas as maneiras para o funcionamento de um hospital público, mas necessariamente a Santa Casa de Misericórdia. Procurou então o prefeito, na época Antônio Augusto Corrêa da Costa, a Câmara Municipal e auxílio do Lions Clube, principalmente o doutor Martinho Palma e Mello e José Leal, que se prontificaram a colaborar, dando então início a reconstrução do prédio para que ali funcionasse a Santa Casa. Houve também grande colaboração do doutor João Augusto Corrêa da Costa, amigo pessoal do doutor Péricles, secretário da Saúde, e que, por muitos anos foi provedor da Santa Casa de Cuiabá-MT, deste teve recursos e ajuda na reforma do prédio. Muito empenho do prefeito Antônio Augusto Corrêa da Costa e Câmara Municipal. Aqui um parênteses para Valdemar Gonzáles, que, como mestre de obras muito se empenhou, sem nenhuma remuneração. Conseguiram a construção da ala da enfermaria e foi dado início a construção dos apartamentos. Eleito presidente em 1974, doutor Péricles realizou um excelente trabalho cuidando especialmente da maternidade, liderando um trabalho muito importante junto a população para que a Santa Casa fosse dotada de um aparelho de Raio X, o qual ele conseguiu com a ajuda de Frei Pedro Holtz. Este aparelho veio da Alemanha e serve a cidade até os dias de hoje. Trouxe também para a Santa Casa as Irmãs Agostinianas de Malta, Irmã Eugênia e Irmã Antida Pace. Em 1980 é eleito novamente presidente do nosocômio, ficando a nova diretoria assim constituída: Péricles Brandão, presidente; Francisco Rodrigues de Lima, vice-presidente; Ademir Aguiar, primeiro secretário; Amilson Alves Queiroz, segundo secretário; Irmã Antida Pace, primeira tesoureiro; Natal Ferreira de Freitas, segundo tesoureiro. A Santa Casa de Misericórdia serviu por muitos anos em seu antigo prédio, com sua equipe de bons médicos a toda a população, principalmente aos mais necessitados. Esta foto registra a presença de vários médicos e colaboradores da Santa Casa. COLABORARAM: Maria Aparecida Neves Brandão, Márcio Seraguci, Daniel Castro e Leidiane Sabino
  • 5. O comércio de Paranaíba! O comércio de Paranaíba! Paranaíba, situada no extremo oriental do Estado de Mato Grosso do Sul, é delimitada pelos rios Paranaíba e Aporé, uma cidade que primou não só por seu vendaval de revoluções, mas também procurou sempre progredir, e, seu comércio muito contribuiu para isto. Pelas décadas de 1930-1940, já era grande a estrutura econômica na parte da pecuária, comunicações, transporte, educação e o comércio já estava bem evoluído, contando com muitas e diferentes casas comerciais, que se situavam de preferência na principal rua, a Visconde de Taunay. Havia a Casa Paranaíba, Casa Daniel, Farmácia Sant’Ana, Farmácia Royal, entre outras. A mais conhecida era a Casa Queiroz. Nela se vendia de tudo; era constituída de dois setores: um de tecidos, calçados e armarinhos; o outro de material pesado para uso nas fazendas. Vendia-se o arame farpado, os pregos para moirões e porteiras, sal grosso para gado, soda caustica, querosene, panelas de ferro para uso em fogões de lenha e vários utensílios de uso doméstico. Era por meio do carro de boi que se fazia quase todo o transporte da mercadoria adquirida na cidade pelo fazendeiro. Quanto mais pesado ficava o carro, mais bonito era o cantar de suas rodas, transporte rural nostálgico que já desapareceu. De acordo com a condição do fazendeiro, as juntas de bois eram maiores e o carro mais bem construído. O fazendeiro e seus peões chegavam logo pela manhã à cidade, faziam suas compras, adquirindo todo o necessário para o mês em sua propriedade. Após as compras, almoçavam na casa do comerciante e seguiam depois de volta pela tranqüila estrada. Primeiro passavam pela casa dos parentes e amigos para um cafezinho e um bate papo. À tarde, pelas ruas arenosas, sem calçamento, ouvia-se novamente o cantar dos carros de boi. Aí vem aquela historinha do peão que na sua simplicidade tem muita sabedoria. Pergunta ele ao comerciante: “O senhor vende fosfo?”. Resposta: “Eu vendo fósforo”. Num piscar de olhos retruca o peão: “Pensei que o sinhô fosse cumerciante e não professor de purtugueis”. COLABORARAM: Maria Aparecida Pereira Brandão, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
  • 6. Vila de Sant’Anna Vila de Sant’Anna Ainda na época das bandeiras, vindas de São Paulo, a procura de riquezas e de índios para escravizar, chegaram os destemidos bandeirantes a esta região de Mato Grosso. Índios e bandeirantes lutaram pela posse da terra por vários anos quando em 1775, surge Antônio Pires de Campos, que com sua coragem e maneiras de conduzir a situação, conseguiu a confiança de ambos os lados. Foi mais tarde envenenado por uma flecha. Sobre a fundação da Vila de Sant’Anna sabe-se que, pelos meados de 1830, José Garcia Leal, fazendeiro e dono de muitos escravos em Minas Gerais, fugindo de lutas violentas naquele Estado, abandonou suas propriedades e juntamente com seus irmãos Januário Pedro e Joaquim, atravessou o rio Paranaíba, trazendo junto um grande rebanho de gados e dezenas de escravos. Aqui fundou a vila e fixou residência a cerca três quilômetros dela. Logo a povoação se desenvolveu, graças à chegada também de inúmeros forasteiros vindos de São Paulo e Minas Gerais, tomando maior incremento principalmente com a abertura da estrada do Piquiri, ligando Cuiabá ao litoral, com um ramal para Uberaba e outro para Araraquara, obra bastante incentivada pelos Garcias, que devassavam todo o sertão do sul do Estado, que ficou conhecido pela denominação de “o sertão dos Garcias”. Em 11 de janeiro de 1836 o então presidente da província, doutor José Pimenta Bueno, nomeava José Garcia Leal, diretor da povoação de Sant’Anna. A primeira igreja foi construída sob a invocação de Nossa Senhora Sant’Anna, cuja imagem foi doada por Ana Angélica de Freitas, esposa do Capitão José Garcia Leal. Pela Lei nº 5 de 4 de julho de 1857 a povoação foi elevada a categoria de município. Ao termino do século, a Comarca era considerada o primeiro núcleo populoso do sul do Estado, pois devido a sua invejável posição geográfica, limitando-se com Goiás, Minas Gerais e São Paulo, tornou-se na época, ponto de passagem para inúmeras boiadas que demandavam aqueles estados. Depois do falecimento de Manuel Garcia da Silveira, sucederam-se quatro revoluções. A primeira, a revolução Dionísio Benitez; a segunda, João Luiz; a terceira, Olímpio Ribeiro; e a quarta só teve fim com a nomeação de um juiz de direito para a Comarca, pelo Coronel Celestino Correa da Costa, então na presidência do Estado. O juiz nomeado, que veio do Rio de Janeiro, via Uberaba, chegou aqui acompanhado de uma força de cinqüenta soldados do Exército, só aí começou a ser restabelecida a paz. Sant’Anna pode enfim retornar à tranqüilidade e ao progresso. COLABORARAM: Maria Aparecida Neves Brandão, Daniel Castro, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
  • 7. Paranaíba atual Paranaíba atual Nossa cidade fez mais um aniversário e inicia uma nova etapa em todas as maneiras de viver. E você nos surpreende como sempre, querida Paranaíba. É possível recordar perfeitamente trinta ou mais anos, quando ainda não havia uma límpida e tratada água nas torneiras ou quando a eletricidade era frágil e racionada, servindo certas horas somente quando havia uma necessidade imperiosa, como uma cirurgia que deveria ser feita as pressas. Muitas foram feitas à luz de lampião. Quando só tinha o Ginásio Estadual Wladislau Garcia Gomes, que para ser criado e implantado foram necessários anos de esforços. E eis como hoje estás bela e atual. Muitas escolas, vários cursos supletivos, faculdades bem conceituadas, praças floridas e coloridas. Há um século e meio seus pioneiros desbravadores aqui chegaram, plantaram sua bandeira com seus pertences, sua coragem e valentia. E a pequena e pacata vila (diga-se de passagem, que de pacata você nunca teve nada) foi se transformando aos poucos em uma bela cidade. Hoje, procura acompanhar tudo o que a vida moderna oferece. Paranaíba fez mais um aniversário. Que festa!!! Alvorada desde seu primeiro aniversário, com fogos, banda de música e um belo amanhecer. Temos também desfile de montarias ou cavalgadas. Na festa de aniversário da cidade, os shows sempre é a parte mais esperada principalmente pela juventude. E a parte principal é a exposição de gado, reses famosas premiadas que chegam para a festa, oriundas de toda região; mas o rebanho de Paranaíba não fica atrás, os pecuaristas daqui expõem o que há de melhor. A elegância entre as mulheres é impressionante, roupas típicas próprias para os festejos, roupas de outras festas que também ficam apropriadas. Ainda falando da festa, o rodeio é um delírio para quem gosta. Paranaíba, cidade forte e corajosa. Parabéns, Paranaíba! São 150 anos de história! COLABORARAM: Maria Aparecida Neves Brandão, Daniel Castro, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
  • 8. Mercado Municipal “Achilles da Palma e Mello” Mercado Municipal “Achilles da Palma e Mello” Nos meados do ano de 1963, o Lions Clube de Paranaíba, com menos de dois anos de instalação, resolveu partir para a realização de sua primeira grande obra. Após meses de estudo, o clube resolveu construir um Mercado Municipal devido a grande dificuldade, em decorrência das estradas de terra e a localização de Paranaíba dos centros produtivos, em abastecer a cidade de verduras e legumes. Foram convidadas duas famílias de imigrantes japonês que se dispuseram a mudarem-se para o município se aqui houvesse lugar para comercializarem seus produtos. O clube procurou o local mais apropriado na cidade para erguer essa obra. Localizado o local e de posse da planta da construção: 684 m² com 20 box e 24 bancas de verduras, o clube partiu para a realização de inúmeras campanhas pretendendo obter os recursos necessários para a concretização dessa idéia. Durante seis anos o clube trabalhou com afinco mesmo passando por inúmeras dificuldades, porém no mês de julho de 1969 foi inaugurado em Paranaíba o Mercado Municipal que contou com a presença do governador Pedro Pedrossian, de autoridades do município e cidades circunvizinhas que vieram para conhecer a obra edificada com o intuito de solucionar o problema de abastecimento de verduras e legumes da cidade. Em fevereiro do ano de 1970, com o falecimento do companheiro Achilles da Palma e Mello, o Lions homenageou esse valoroso leão, em uma cerimônia pública, conferindo seu nome a essa primeira grande obra do clube; passando o Mercado Municipal a ser chamado de Mercado Municipal Achilles da Palma e Mello. Com o passar do tempo e dado desinteresse do município em administrar o Mercado Municipal que vinha prestando grandes serviços à população e dado à instabilidade política da época, o clube registrou o prédio, rebatizando-o como Mercado Achilles da Palma e Mello. Com o surgimento dos mercadinhos, armazéns e mercados, a utilidade do mercado perdeu seu valor. Entretanto, fica para a história de Paranaíba a grande realização da época e sua influência na mudança dos hábitos alimentares do povo.
  • 9. Donana Paula – Pensão Matto-grossense Nascida Ana Alves Gomes, entra para a história municipal com os nomes de: Ana Paula de Oliveira, este fato deve-se ao sobrenome de seu marido; no seio familiar era carinhosamente chamada de “Sinhana” e ainda, Donana Paula da Pensão Matto-grossense. Os nomes diferenciados não ofuscaram a personalidade desta importante mulher paranaíbense, pelo contrário parece atribuir-lhe mais prestígio. Donana Paula, nascida em 10 de abril de 1876, era filha da célebre Maria Antônia Alves Garcia e de Gervásio José Gomes Garcia. Compartilhou em sua infância da companhia de dez irmãos: Francisca (Chiquinha), Joaquina (Quina), Emerenciana, Tereza (Deda), Maria (Cota), Amélia, Senhorinha (Sinhá), Florentina (Fulô), Ananias (Nico) e Lázaro (Lazim). Teve a infância e a mocidade passadas em um pequeno sítio nas proximidades da cidade de Prata, em Minas Gerais. Segundo a tradição familiar, acredita-se que, após a morte do pai Gervásio (1890), a família transfere-se para Paranaíba, sendo que muitos de seus irmãos, inclusive os casados, fazem esta migração, ficando em Prata a filha Emerenciana, que para cá se transfere anos mais tarde com seus sete filhos, após ter ficado viúva. A família “Maria Antônia” estava reunida em Paranaíba. Entre as filhas que para cá vieram solteiras estava Donana Paula, que tempos depois contraiu matrimônio com João Paulo de Oliveira, filho do ilustre capitão Antônio Branco de Oliveira e sua ex-escrava e esposa Maria Jacintha da Silva. Desta união, formou-se uma vasta prole composta pelos seguintes irmãos: Paulina, Lázara, Manoel, Maria, Maria Abadia, Antônio, Leonísia, Gervásio, Balbina, Alvarina e Izaura Alves de Oliveira. Família numerosa que lhe trouxe inúmeras alegrias – Donana deu a luz a sua última filha Izaura, ao mesmo tempo em que nascia sua primeira neta Áurea, filha de Paulina. Nas décadas de 1920/30, numa cidade como Paranaíba era difícil desenvolver qualquer atividade comercial; Paranaíba era praticamente uma vila contando apenas com seis ruas, numa delas, na principal, chamada Rua do Comércio (hoje Barão do Rio Branco), localizava-se as melhores residências e casas comerciais. Foi nesta rua que Donana instalou em 1919 sua “Casa de Pouso” ou a Pensão Matto-grossense, que resistiu ao tempo e funcionou até 1959. Após esta data a pensão mudou várias vezes de proprietários e nomes; o prédio de grossas paredes e coberto com telhas de bica foi demolido nos anos 90 com o nome de Pensão Brasil. Donana, além de muito conhecida, eram também muito respeitada, sua palavra era bastante considerada pela comunidade local. Era digna de todo o crédito. Por essa razão, foi encarregada pelos padres salesianos de Três Lagoas de ser a “Guardiã” do patrimônio da Paróquia de Sant’Ana, nesta época composta pela velha matriz de Nossa Senhora do Rosário (atual Matriz) e pela casa paroquial, o que ela fez com esmerado zelo de 1920 a 1945. Fundou o movimento “Apostolado da Oração” em 1926, sendo sua presidenta vitalícia; participou ativamente da elevação do “sino Innocencia”, justa homenagem prestada ao Visconte de Taunnay em 1934. Empenhou-se na reforma da Matriz de 1938 e em companhia do Revmo. Pe. Agostinho Colli SDB lançaram a “pedra fundamental” da construção da torre da Matriz, a ser construída em homenagem a Sant’Ana. Igualmente em 1943 ela é convidada de honra na inauguração desta mesma torre. Com a chegada dos padres franciscanos (1940), agora como padres residentes, não exitou em continuar a favorecer a paróquia com seu valoroso auxílio. Empenhou-se nas festas em prol a reconstrução da Casa Paroquial (1943) e da Matriz (1945-49); acolheu, em 1955, as irmãs franciscanas até que pudessem ser instaladas no Educandário Santa Clara. Faleceu em 19 de março de 1959. Dela os mais antigos contam a seguinte historieta: Possuía fama de ser muito valente e corajosa; se por ventura alguma coisa lhe desagradasse logo tecia ameaças, esconjuros, jurava justiça e outras tantas reações que intimidava a qualquer um que ouvisse. Certa feita, teceram ofensas ao seu genro Astolfo. A reação da velha Donana foi a de sempre: esbravejante com uma espingarda descarregada em mãos bradava: eu bato, espanco, trucido e mato tal linguarudo. Um visinho de fundo, Sr. Noginel Pegado, inocentemente lançou uns disparos para espantar uns urubus que estavam sobre sua casa. A valente Donana, com o barulho dos tiros, caiu de susto desmaiada. Pelo muito que ela fez à comunidade paranaibense e pelo carinho que dispensou aos que dela se aproximou, mereceu com louvor ter seu nome imortalizado numa das ruas centrais da cidade. COLABORARAM: Gastão R. Leal, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
  • 10. A História do Teatro em Paranaíba Em Paranaíba, essa tão antiga arte (teatro) foi cultuada por jovens de visão ampliada, idealizadores e amantes da cultura, de mentes avançadas em seu tempo e realidade. Na década de 1970 Willian Pereira, um menino paranaibense, brincava de fazer teatro de forma lúdica e improvisada com os amigos. De 1972 a 1975, estudante no Educandário Santa Clara, fazia teatro com o incentivo da professora Luzia Brito. Mudou-se para Ribeirão Preto-SP, onde cursou a 8ª série e o Ensino Médio. Estudou dois anos de arquitetura em Londrina-PR, fez artes cênicas pela ECA-SP, ópera em Londres-Inglaterra e se especializou em direção e cenografia. Willian Pereira é orgulho para os paranaibenses, já que hoje é destaque nacional e internacional, dirigindo profissionais de respeito e admiração no cenário artístico dentro e fora do país. Em 1977 surgiu em Paranaíba o Grupo TEL, dirigido por Sidney Santuci, grande teatrólogo, que realizou peças como As Mágoas de D. Júlia. O grupo permaneceu até 1982. Em 1981 entra em cena o grupo Scalla Teatro, Músicas e Danças, companhia que teve maior tempo de atuação na cidade, sendo Lauro Marques o seu fundador e diretor. Os espetáculos foram apresentados na região e também outros estados. O grupo era filiado a FESMATA (Federação Sul-mato-grossense de Teatro Amador), os integrantes participavam de congressos e seminários em várias cidades do Estado e Capital. Paranaíba era reconhecida como “celeiro de artistas” pela federação e pelo presidente na época Roberto Figueiredo, um dos grandes nomes do meio artístico da Capital e hoje um dos coordenadores do FIC (Fundo de Investimento Cultural de Campo Grande). Por falta de apoio e investimento, o grupo se desfez em 1989. No início desta década, atuavam também em teatro a turma do JIC (Jovens Irmãos em Cristo), da comunidade Santo Antônio, que faziam belos trabalhos em datas festivas, com a direção do padre Paulo de Aquino. Em 1988 surgia o grupo teatral Caiapó, com formação e direção de Marley Cunha, estreando com destaque a peça: Na Rua do Lazer Você Tem o Que Fazer. O grupo esteve em atividade até 1991. Em 1987 nasceu o Grupo Teatral Ferreira de Morais, integrado por membros de uma mesma família, com apresentações restritas e periódicas para a comunidade Santo Antônio e Salomé, as peças e sketes eram encenadas de fatos e personagens reais do município, atuando com trabalhos de dramaturgia cômica e dramas como: O Mal que se Pagou com o Bem; Retrato de Mãe; O Nascimento do Menino Jesus. Nos anos de 1995 e 1996 surgiu o FESTTPAR (Festival Teatral de Paranaíba), coordenado pelo grupo Arte Nova da Paróquia Santana, dirigido pelo padre Valcik. O festival, que durava uma semana, acontecia no anfiteatro do Educandário Santa Clara, que, segundo pessoas ligadas à arte, tem o palco mais apropriado para teatro em Paranaíba. O grupo Arte Nova atuou de 1994 a 1996, os trabalhos realizados foram: Casa de Bonecos; Castelo Mal-Assombrado; e Negra Gente Brasileira, este concorrido no Festival de Osasco, conseguindo o 2º lugar. Em 2005 formou-se o grupo AGIR, atualmente também desativado. Em 2002, a empresa de telefonia CTBC fez parceria com a Escola Municipal Major Francisco Faustino e dos projetos trabalhados havia o Teatro na Escola, daí nasceu o GRUMATA (Grupo Majorense de Artes Amadoras) “Criatividade em Evidência”, idealizado por Hamilson Morais e mantido pela prefeitura e a comunidade Major, um projeto que utilizava as artes cênicas como ferramenta para melhorar a aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental, dirigido pelos professores Hamilson Morais e Janeth Munhóz. Resultando em espetáculos, cujos textos eram de autoria do próprio grupo e o diretor Hamilson Morais. Trabalhavam ainda musicais, dança e recitação de poemas. O GRUMATA atuou de 2002 à 2006. Hoje, o desejo de crianças e jovens de fazer teatro se torna inviável pela falta de uma política efetiva de incentivo. Os amantes do teatro crêem que, com a construção do Memorial de Inocência, que proporcionará a tão desejada e necessária Casa da Cultura, com um anfiteatro digno, possibilitará a continuidade dos grupos ou surgimentos de novos que cultuam essa arte do universo mágico, contada em tempo real e ao vivo. 27 de março é dia do Teatro. E VIVA O TEATRO! COLABORARAM: Hamilson Morais, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
  • 11. Inauguração do Paranaíba Tênis Clube Inauguração do Paranaíba Tênis Clube A construção do PTC (Paranaíba Tênis Clube) foi iniciada pelos gerentes dos bancos da cidade e alguns médicos, possivelmente no ano de 1971, no primeiro ano construíram a piscina e os vestuários. Uma média de 100 sócios proprietários contribuíam mensalmente com 2 mil cruzeiros para a construção. Depois, para a conservação e ampliação do clube. O primeiro presidente indicado foi Antônio Sidney Vecchi, em 1971, que atou por um ano na diretoria e, junto com todos os membros da diretoria, empenhou-se para ver o sucesso do clube. O PTC, localizado até hoje na Rua Juscelino Kubistschek, 517, Centro, realizava bailes, festas de debutantes, churrascos, shows com cantores famosos e outros eventos. É inquestionável que o PTC foi o cartão postal da cidade nas décadas dos anos dourados, sendo considerado o clube mais moderno e sofisticado do Estado. A posse da Primeira Diretoria Executiva, legalmente constituída através da primeira eleição realizada pelo clube com os sócios proprietários, ocorreu em 5 de fevereiro de 1973, às 19h, sob a direção do Dr. Péricles do Amaral Brandão, que através de sua eleição para presidente do PTC, deliberou os membros da Diretoria Executiva, que assim ficou definida: Dr. Élio Robalinho – vice-presidente; Zenith de Souza Faria – diretor aquático; Dr. Walter Faustino Dias – diretor social; Evandro Salgueiro – secretário. A ata foi assinada por todos os presentes na reunião. A vida social passou por diversas transformações, mas os que viveram a época do brilho e suntuosidade sabem que foi algo que teve uma história distinta com todo seu glamour e encantamento. Na gestão do Dr. Péricles foram construídas as dependências sociais e o salão de baile. A memória como parceria obrigatória da vida vivida possui variações nos diversos patamares da nossa existência. O conhecimento do passado nos faz consciente de como se construiu tudo aquilo que usufruímos. E a vida social de uma cidade é muito importante. Após a posse da primeira diretoria foi organizado e realizado o primeiro baile de gala para a inauguração das dependências sociais e da sede do PTC. Isso ocorreu no dia 29 de dezembro de 1973. A noite estava belíssima, o salão iluminado e majestoso, nada se comparava a sua primeira apresentação. Os convites do baile bem elaborados traziam na contra-capa os dizeres: “na reserva de esperanças de sua integridade, a sociedade paranaibense busca sua renovação e recebe as debutantes de 1973. Patronesse do Baile: Ângela Maria Favi, Miss Brasil 1972. Apresentador: Carlos Alberto Nóbrega, âncora do programa humorístico A Praça é Nossa, do STB. Conjunto: New Boys. Era verdadeiramente o primeiro baile de gala acontecendo em Paranaíba: os cavalheiros, todos de terno e gravata, as damas com seus vestidos longos e jóias cintilantes. A apresentação do mesmo foi feita pelo jornalista Drauzio Magnani Zana. Diretoria, composta pelo presidente Dr. Péricles e vice-presidente Dr. Élio Pereira Robalinho, foi muito cumprimentada pelo êxito do evento. Os diretores do clube eram trocados anualmente, porém, depois de uma alteração do estatuto, em 1999, a eleição passou a ser feita a cada dois anos. Hoje, o clube possui aproximadamente 800 sócios, é presidido por Itamar Fernandes Bezerra, que já esteve na presidência de 1996 a 1999. Hoje, também são oferecidas várias opções, como academia, boates, almoços, festas comemorativas e outros.
  • 12. Presidentes do Paranaíba Tênis Clube, pela ordem cronológica: Antônio Sidney Vecchi – 1971/1972 José Aldo de Moura – 1972/1973 – 1977/1978 Péricles do Amaral Brandão – 1973/1974 Evandro Eurico Salgueiro – 1974/1975 Carlos Joaquim Rodrigues Cunha 1975/1976 – 1978/1979 Zenith de Souza Faria – 1976/1977 Nilo José Leal – 1979/1980 José Carlos Grande 1980/1981 Rodolfho Schmid – 1981/1982 Otaciano de Melo – 1982/1983 – 1984/1985 Gregório Garcia – 1983/1984 Barbabé Tannus Carvalho – 1985/1986 Air Tannus Carvalho – 1986/1987 José Cândido Alves Filho – 1987/1988 Waldemar Garcia Leal – 1988/1989 Ivanildo Amaral de Queiroz – 1990/1991 Arenci Ferreira de Oliveira – 1989/1990 Carlos Paulo Silva – 1991/1992 – 1992/1993 Solivan Aparecido Gouveia – 1993/1994 Wilmar Nunes Lopes – 1994/1995 – 2001/2003 Itamar Fernandes Bezerra – 1996/1999 Paulo César da Silva Queiroz – 1999/2001 Valter Alves de Souza – 2003/2005 José Carlos Mignoli – 2005/2006 Itamar Fernandes Bezerra - 2006 Colaborou: Maria Aparecida Neves Brandão, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
  • 13. Brasilina Rodrigues Nunes (Dona Bitinha) - Pensão Dona Bitinha Brasilina Rodrigues Nunes, conhecida como dona Bitinha, nasceu em Paranaíba em 18 de fevereiro de 1891. De seu primeiro casamento com José Nunes Ribeiro nasceram Moiceta, Julieta, Rodrigo, Geraldo, Guaraci e Luiz. Seu segundo marido foi Trasíbulo dos Santos, com o qual teve o filho João Batista Nunes Ribeiro. Dona Bitinha ficou viúva de seu primeiro marido aos 28 anos de idade. José Nunes foi assassinado com um tiro certeiro no coração e morreu nos braços de sua esposa. Seu segundo marido era baiano e veio para Paranaíba com mais 40 baianos que tentavam uma vida melhor em outro Estado. Dona Bitinha separou-se do seu segundo marido quando tinha 38 anos de idade, ainda grávida. Para sustentar seus filhos, Bitinha desprovia-os do conforto para oferecer as camas às pessoas que chegavam de viagens, também oferecia refeição. Assim surgiu a pensão Dona Bitinha. A ampliação definitiva do prédio saiu no ano de 1939, conseguida por meio do trabalho árduo para sustentar seus filhos. Colocou os seus filhos para estudar fora, Geraldo e Luiz, ambos formados em advocacia na cidade do Rio de Janeiro-RJ. Mais tarde, deixou o filho mais novo João Batista, com 10 anos de idade, acompanhar os irmãos já instalados na cidade maravilhosa. João Batista formou-se em contabilidade e voltou para Paranaíba aos 30 anos. Assim que ficou viúva, passou por momentos críticos, como mulher sozinha, passou fome e foi desprezada pela sociedade. Quando casada teve uma vida farta, foi dona de terras em Paranaíba e Lagoa Santa-GO. Era analfabeta e por isso foi enganada e perdeu sua fortuna para pessoas esclarecidas. A única coisa que restou foi uma pequena casa, a qual usou como moradia e para ser a sua pensão, na Praça da República, 250, onde vive hoje a sua neta Soraya Nunes Amaral e sua família, e também funciona um escritório de advocacia. Parte da construção primária do prédio foi mantida até hoje. O local chegou a ter 13 quartos (de duas a quatro camas cada) e empregava em torno de seis pessoas. Sua pensão teve influência política e um dos políticos renomados da época e seu amigo, que teve presença constante em sua casa, foi Felinto Muller. Dona Bitinha sofreu sete derrames, por isso, a partir de maio de 1976, a pensão passou a ser cuidada pelo seu filho João Batista. Enquanto doente, ela recebeu os cuidados da nora Irany Amaral. Em 26 de setembro de 1976 dona Bitinha faleceu. A pensão durou até 1986, quando foi ampliada a avenida Gustavo Rodrigues da Silva, fato que ocasionou a derrubada de parte da pensão. Esta foi a primeira pensão da cidade. Foi muito movimentada durante todos os seus anos de funcionamento, até mesmo com a construção de hotéis na cidade. Pensão Dona Bitinha hospedou músicos, políticos e muitas outras pessoas, importantes ou não. Dona Bitinha amava o seu trabalho. Segundo sua família, era muito alegre, caridosa e gostava da presença dos netos. Ela investiu muito em sua pensão, o que proporcionou uma vida melhor para seus filhos.
  • 14. Casa do Artesão Casa do Artesão Inaugurada em maio de 1977, a Casa do Artesão de Paranaíba veio realizar o sonho dos artesãos do município, que antes vendiam seus produtos de porta em porta, com grandes dificuldades, sem um lugar adequado para expô-los. Seu primeiro endereço foi na esquina da rua Coronel Carlos com a Tiradentes, numa casa antiga alugada pela Pro-Sol, entidade presidida pela então primeira dama do Estado de Mato Grosso, Maria Lygia, que tinha como objetivos principais oferecer oportunidades de trabalho e divulgar a arte. Várias autoridades compareceram à inauguração, que foi marcada pela presença de dezenas de pessoas, entre elas, diversos estudantes, levados pelos professores para conhecerem a cultura da cidade e do Estado, pois ali estavam expostas diversas peças do artesanato indígena das tribos Kdwéus, Terena e Carajás. A Casa do Artesão também oferecia cursos profissionalizantes como pintura, crochê, tricô, jardinagem, culinária e outros. Além do intercâmbio entre cidades, essas casas de artesanato tornaram-se conhecidas em todo o país, participando ativamente de importantes eventos como a Feira do Candango, Feira da Bondade, Feira Nacional do Artesanato, atraindo interesse até de países como Japão e França. Os artesanatos de Paranaíba e Cassilândia sempre se destacaram com a originalidade e o colorido dos balaios e peneiras e as peças em madeira; e Aparecida do Taboado, com a arte em cerâmica. As redes cuiabanas eram muito apreciadas pela trama típica e o rico colorido. A primeira dirigente da Casa do Artesão de Paranaíba foi Ivone Menezes Pereira, que, apesar das dificuldades, sempre contou com o apoio das autoridades, do comércio local e de um grupo de pessoas muito especiais, que lhe deram todo o estímulo necessário aos cursos e às campanhas filantrópicas ali realizadas. Todos os móveis e utensílios foram doados e o artesanato exposto era quase todo em consignação. Do pequeno lucro das vendas, a casa foi adquirindo as peças e incentivando os artesãos. Muitos deles se destacaram pela dedicação e criatividade, principalmente o senhor Zezinho, com suas gamelas e colheres; o senhor Waldomiro (de Cassilândia), com as belíssimas peneiras de tramas coloridas e da Mara, a sorridente artesã dos lindos e cobiçados balainhos. Ela colhia a matéria prima na região dos coqueiros, embrenhando-se no mato com muita coragem, com medo das cobras e fugindo das pegadas das onças. Chegava sempre impecável, com seu inseparável lencinho na cabeça, dizendo, bem humorada, que, a qualquer momento, poderia ser devorada pela onça. Depois da divisão do Estado, aos poucos, a Casa do Artesão foi se consolidando, abrilhantada também pelos artistas plásticos e artesanato diversificado, expressando nas suas cores e formas, toda a riqueza das tradições paranaibenses. Trinta anos depois, a Casa do Artesão (atualmente subordinada ao município) continua em pleno funcionamento, à rua Wladislau Garcia Gomes, 1185, comprovando que o artesanato fascina, pois cada peça carrega consigo um pouco da alma de seu criador, traduzindo a sua sensibilidade e o seu amor à arte. COLABORARAM: Ivone Menezes Pereira, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci Asilo Santo Agostinho
  • 15. No início da década de 1970, sob a direção dos padres agostinianos, época de muito progresso para a igreja, a qual se abria naquele período para o trabalho laical, firmavam-se os movimentos jovens: JOC (Comunidade Nossa Senhora dos Pobres – Bairro industrial de Lurdes), JUC (Comunidade Nossa Senhora Santana – Igreja Matriz), JEC (Comunidade São José – Bairro São José), JUNSA (Comunidade Nossa Senhora Aparecida – Jardim América) e JIC (Comunidade Santo Antônio – Bairro Santo Antonio). Tais movimentos, entre outros, se destacavam a nível nacional por lutarem contra a ditadura militar. Havia, também, movimentos de casais e outros, caracterizados como movimentos de solidariedade. Em 1974, o senhor Daniel Martins Ferreira doou um terreno e, em seguida, foram comprados mais sete terrenos, com verbas de quermesses e pedidos de “adjitórium” promovidas pelo companheiro Lázaro Nunes de Freitas, com a ajuda do inesquecível e incansável padre Adeodato Carmelo Schembri - completando oito lotes, sendo quatro deles com escritura Pública lavrada em nome da Diocese de Três Lagoas e os demais em nome da Fundação dos Agostinianos, onde está hoje construído o lar para idosos “Santo Agostinho” – fruto de corações que souberam enxergar a face do Cristo sofredor no rosto do irmão menos favorecido pela sorte. Naquela época, já havia muitos desabrigados e famílias inteiras moravam às margens de estradas e becos sem saídas nos arredores da cidade. Seu Zote (João Ferreira Rodrigues), que era membro fiel e ativo da Comunidade Católica Paranaibense, e é ainda reconhecido como legítimo “Fundador” e “Benfeitor” máximo do Asilo Santo Agostinho, iniciou a construção de casas de madeira, com resto de materiais e ajuda de muitos benfeitores que doavam o que não mais usavam, além de voluntários que doavam a mão de obra. Desta forma, foram construídas, em 1973, oito casas de madeiras conjugadas ao terreno do asilo. Cada residência era composta por dois quartos e cozinha com seu tradicional fogão à lenha. A água era proveniente de numa cisterna, que servia aos moradores, e não havia energia elétrica nas casas. Em 1981, numa noite do mês de setembro, ocorreu um grave acidente na então Vila Santo Agostinho (como era chamado o Asilo), pois um incêndio atingiu as casas, visto que a primeira sede, que abrigava oito famílias, era construída com madeiras e coberta com telhas francesas. O fogo, provavelmente provocado por uma lamparina, iniciou-se na casa do residente de alcunha “Cearense” (alcoólatra), incidiu rapidamente sobre as demais casas, e queimou-as totalmente, além de vitimar três moradores – Cearense, Isabel e outro residente, sendo os dois últimos surdos-mudos. O prédio em alvenaria, de mil metros quadrados, já estava em fase de construção, mas ainda não podia acolher os internos, pois não contava com teto, portas, janelas, pisos; ainda faltavam muitos detalhes para concluí-lo. Os desabrigados, então, foram levados para os pavilhões do Parque de Exposições, onde permaneceram por cerca de trinta dias. Após esse terrível episódio, apressaram as obras de acabamento. Seu Zote, Lázaro Nunes de Freitas e Pe. Adeodato retornaram o “peditório” (palavra utilizada pelos três benfeitores), em busca de auxílio para construir a nova sede do asilo. Foi nessa época que o trio recebeu o apelido de “desmancha rodinha”, pois os grupos de amigos se desfaziam quando algum deles se aproximava, pois sempre pediam ajuda para a construção da nova sede do Asilo ou vendiam uma cartela de bingo ou rifa, com a renda destinada ao mesmo fim. Terminada a obra, os residentes desabrigados puderam retornar ao lar que foi para eles construído. O tempo passou, mas a obra continua. O prédio do Asilo passou por diversas reformas e ampliações, graças às pessoas que, sensibilizadas com os idosos, não mediram esforços para melhorar as instalações do lar. A Obra Social Nossa Senhora Santana foi instituída em 29 de setembro de 1976 e tendo o seu primeiro estatuto aprovado naquela data, houve a necessidade de eleger uma nova diretoria, para cuidar do Asilo. Para tanto, em 30 de setembro do mesmo ano, procedeu-se a votação da primeira diretoria, para o triênio 1976/78. Uma curiosidade é o fato de que o senhor Zote, o qual nunca havia aceitado o cargo de presidente até então, assumiu ininterruptamente este até o ano de 1997, ficando ele responsável pela aquisição de carne para o Asilo, e mesmo após esta data, continuou incansavelmente à frente dos trabalhos de arrecadação, até o ano de 2005, quando foi acometido por um AVC, que deixou sérias seqüelas, dificultando sua locomoção. Mas nem por isso ele deixou de trabalhar em benefício aos internos do Asilo. Usando sempre sua credibilidade e influência. Seu neto Moisés continua na caminhada iniciada por seu saudoso avô. COLABORARAM: Lázaro Queiroz de Freitas, Mariana Sudária de Souza e Freitas, Daniel Castro, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
  • 16. Festa da Padroeira Festa da Padroeira No então povoado de Santa’Anna (nossa atual cidade), quando da vinda do padre Francisco de Salles Souza Fleury, vindo da cidade de Franca, interior de São Paulo. Aqui chegando tratou logo da construção de uma igrejinha sob a invocação de Nossa Senhora Santa’Anna, cuja imagem foi oferecida pela senhora Angélica de Freitas, esposa do Capitão José Garcia Leal, sendo o padre Fleury o primeiro pároco da nova “freguesia”, que também elevou a Distrito de Paz, com seus limites pelos rios Paraná, Paranaíba e Correntes, a Serra de Caiapó e Rio Pardo. O tempo vai passando e a igrejinha simples precisando de novos reparos. Com a chegada do padre franciscano Frei Pedro Holtz e seus companheiros, inicia-se a construção da primeira matriz na cidade. Construção que exigiu muito esforço, começando que para fazer o barro havia necessidade de ser retirada a água do poço. Com o objetivo de adquirir meios financeiros para a construção dá-se início a novena de Santa’Anna, que começava com a “reza”, benção do Santíssimo (na época não celebrava missa a noite). Logo após, dava-se início aos festejos até o encerramento da novena no décimo dia. Era a maior festa da cidade; com suas barraquinhas feitas de madeiras leves, com telhado de pano situadas no largo (lugar da atual Praça da República); aí se divertiam tanto as crianças como os adultos, com pescarias, acertos de garrafas e as doações de prendas e bandejas. Prendas: as pessoas davam o que quisessem para ser leiloado, e as bandejas eram verdadeiras obras primas de culinária. Nelas a dona de casa que fazia a doação, colocava os mais gostosos quitutes da região. Assavam frangos e leitoas, doce de leite, de mamão, pão, rosca, broas de milho, pão de queijo e uma garrafa de vinho. Tudo feito com amor, a bandeja era arrematada por quem oferecesse mais ao leiloeiro. No último dia da novena era celebrada a missa campal pela manhã, seguida de um leilão de gado que os fazendeiros doavam à santa. A tarde realizava-se a procissão com a coroação da santa em um andor todo enfeitado, feito por crianças vestidas de anjos, e, ao final, era “entoado” o Hino Oficial da Padroeira. “Senhora Sant’Anna atende aos rogos dos fiéis que...” COLABORARAM: Maria Aparecida Pereira Brandão, Daniel Castro, Leidiane Sabino, Márcio Seraguci
  • 17. O grande papel do Banco do Brasil na região de Paranaíba O grande papel do Banco do Brasil na região de Paranaíba A instalação do Banco do Brasil representou, no início da década de 1960, um enorme fator de desenvolvimento para a região de Paranaíba. Aliás, foi o segundo banco a ser instalado na cidade, porém com um volume de negócios incomparável, atendendo prioritariamente a agropecuária. A agência, situada estrategicamente no centro de Paranaíba, na rua Barão do Rio Branco, 309, passou a atrair clientes de toda a região, desde Aparecida do Taboado até Cassilândia, criando na cidade um movimento sem precedentes de pessoas em busca de crédito, regularização de suas propriedades, realização de negócios, aquisição de produtos agropecuários e de equipamentos pesados (data daquela época a instalação, na cidade, da primeira representação de tratores Valmet). Atendendo à política governamental de apoio ao pequeno produtor, criada no tempo de Jânio Quadros, o Banco do Brasil em Paranaíba abriu uma carteira milionária para atender, a juros simbólicos, a milhares de agricultores de parcos recursos, proprietários ou arrendatários de pequenas glebas, mas que viam nesses empréstimos – sem quaisquer garantias – uma feliz oportunidade de ascensão econômica. Anualmente, nos meses de agosto e setembro, quando as terras estavam sendo preparadas para o plantio, em Paranaíba se concentrava uma enorme população flutuante que acorria ao Banco do Brasil para apresentar suas propostas de financiamento, atendidas em quase 100% dos casos. Nem precisa comentar o grande fomento, nessa época, dos negócios na antes tão pacata cidade de Paranaíba. Na realidade, a cidade, ainda sem qualquer calçamento, estava despreparada para tamanho afluxo de pessoas e carros e as conseqüentes demandas de serviços e produtos, porém já estavam se consolidando os requisitos para o crescimento da região. Quem eram os funcionários da nova agência bancária instalada? Uma pequena minoria provinha do então Estado de Mato Grosso. A grande maioria era constituída de paulistas que, ao chegar à cidade, não deixava de encantar-se pela acolhida de seu povo e pela beleza da região, a qual pouco diferenciava da paisagem descrita por Visconde de Taunay em seu famoso livro “Inocência”, que tem como cenário a região paranaibense. Os novos bancários para cá traziam as últimas modas, as músicas em maior evidência, seus costumes e maneira própria de falar. Naquela época, a comunicação, como hoje a entendemos, era extremamente precária e a troca de informações estava extremamente dependente desses contatos com pessoas vindas de fora. Para se fazer uma idéia, em 1966, quando o ex- funcionário Waldemar Silvestre Carlos foi transferido para Franca (SP), ainda não havia chegado até Paranaíba qualquer notícia veiculada por jornal ou rádio sobre o início do sucesso da Jovem Guarda ou dos Beatles. Mas, independentemente disto, a cidade era acolhedora e sabia criar seu próprio mundo de distrações, mesmo quando, por volta de 1964, uma chuva torrencial fez ruir a única represa da cidade, responsável pelo fornecimento de energia elétrica na cidade. Agora, as “brincadeiras dançantes” ocorriam à luz de lampiões, aumentando a emoção dos “baladeiros” daquela época. Em julho, a Lagoa Santa, em que havia horário distinto para homens e mulheres, era o destino obrigatório dos funcionários do Banco do Brasil bem como dos paranaibenses em geral. Com a revolução de 1964, alguns funcionários do Banco do Brasil de São Paulo e Rio de Janeiro, certamente caídos em desgraça, foram transferidos para Paranaíba. Apenas um deles – uma das pessoas mais cultas e entendidas em música erudita que o autor desta já conheceu – acabou aceitando a remoção, o que, em certo sentido, foi gratificante para os funcionários do Banco do Brasil que residiam em república, uma vez que passaram a usufruir do convívio com a música clássica. Para se falar do Banco do Brasil em Paranaíba, entre 1961 e 1962, não se deve omitir quatro funcionários da agência, informais fundadores da agência: Armel Rodrigues da Silva, natural de Três Lagoas, hoje falecido, apaixonadíssimo pela orquestra de Ray Coniff, o qual era um verdadeiro relações públicas da cidade, no sentido de introduzir seus colegas na então fechada sociedade paranaibense; noivo e depois casado com Vilma, paranaibense da gema, eram de sua iniciativa
  • 18. ou de seu estímulo as famosas brincadeiras dançantes de então; Celso Moraes e Castro, vindo de Juiz de Fora, casado com Detinha, filha de tradicional família paranaibense, já falecida, era um exímio jogador de futebol, animando, com seus colegas, as tardes de domingo na cidade; Jair Alves de Souza, também casado com uma paranaibense, tinha um sonho: a criação de um jornal em Paranaíba; juntamente com o autor deste texto, Waldemar Silvestre Carlos, criou “A Bateia”, o primeiro jornal impresso da cidade, que tratava de assuntos ligados à região, crônicas sociais e algumas incursões na área cultural. O jornal, de tiragem mensal, impresso em Três Lagoas e subsidiado pela Prefeitura Municipal de Paranaíba, teve curta duração, uma vez que uma crítica à administração municipal sustou aquele subsídio; Sebastião João Fernandes Andrade, de São Carlos (SP), casado com a paranaibense Dair, boêmio da melhor cepa, o qual introduziu em Paranaíba o prazer das noites prolongadas ao som de uma seresta ou ao sabor de um galinhaço. Por último, não devemos esquecer de Alberto Policaro, o segundo gerente do Banco do Brasil em Paranaíba, cujo incrível dinamismo imprimiu um impressionante impulso ao desenvolvimento da região, através dos financiamentos agropecuários; esse funcionário, na década de 90, ascendeu ao importante cargo de presidente do Banco. Apesar dos reclamos da administração local do Banco do Brasil e da própria sociedade paranaibense, até 1966 o governo federal não havia aberto qualquer linha de crédito na área industrial, somente acontecendo longo tempo depois. A essa grande instituição Banco do Brasil, a seus funcionários e à sociedade paranaibense que muito lutou pela instalação daquela agência, muito deve o grande progresso ocorrido na década de 60 na região, no século passado, iniciando o processo de transformação econômica que culminou com a moderna Paranaíba destes tempos. COLABORARAM: Waldemar Silvestre Carlos, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
  • 19. Pensão Santos Reis Pensão Santos Reis Em julho de 1959, João Batista de Paula, conhecido por João Pedro, e Lúcia Correia de Andrade, vindos da fazenda Tamandaré, município de Paranaíba, iniciaram suas atividades no ramo de pensão, trouxeram seus filhos Sebastião Correia, Cleusa, Guilhermina (Filhinha Correia), Jairo, Eva e a sobrinha Santinha. João Batista mudou-se para cá para fazer tratamento e dar estudos aos filos. Faleceu no dia 25 de junho do ano seguinte e Lúcia Andrade continuou tocando a pensão com os filhos até 31 de julho de 1966. Em 1º de agosto de 1966, o filho Jairo Pedro de Paula (Jazim), casado com Maria Alves de Paula e pai de Zé Paulo e Alcione, comprou a pensão de sua mãe e irmãos, dando seguimento no ramo, colocando seu filho Zé Paulo (casado com Rosângela) para estudar. Na pensão, de dez quartos, hospedavam-se no geral pessoas que residiam em fazendas, alguns vendedores de menor porte financeiro, soldados, jogadores de futebol e outros viajantes. A pensão servia almoço e jantar. Em 1968 nasceu o terceiro filho, Adão Renato (casado com Vanusa). Na década de 1970, famílias que moravam em fazendas vinham para a cidade casar seus filhos. Na pensão era realizada a recepção para os convidados (almoço de casamento). Em 1971, a pensão era ponto de ônibus que saiam para o sentido fazenda Mucunjá e outra sentido Velhacaria até o Tamandaré. O trajeto era feito por perua Huiles. Em 1974, Jazim foi convidado pelo delegado regional de polícia, Pedro Luís Faria, a servir marmitas aos presos da delegacia local, se estendendo por longos anos. As atividades exercidas pelo casal puderam proporcionar estudos para a formação superior dos seus três filhos. No final da década de 1990, devido a não reestruturação do prédio, a família decide encerrar as atividades. Atualmente, a família disponibiliza locação de quartos para universitários. O prédio foi reformado e adaptado para um pensionato e um salão de beleza que pertence a Vanusa Pereira da Silva, nora de Jazim. COLABORARAM: Alcione Maria de Paula, Daniel Castro, Leidiane Sabino e Márcio Seraguci
  • 20. A famosa subida da Dona Nena por Ailton Júnior3/5/2012 às 9h28 Em toda concentração urbana há lugares, pessoas e pratos que se tornam especiais pela sua história e popularidade, povoando assim o imaginário coletivo com boas lembranças. Em Paranaíba há diversos exemplos desses ícones culturais, tais como “O salgado da rodoviária”, “A voz da nota de falecimento” ou “A pipoca da Praça da República”. Dentre eles, há um especial, a famosa “Subida (ou Descida) da Dona Nena”. A “Descida da Dona Nena” (ou “baixada da Nena”) compreende a baixada da rua Rui Barbosa, localizada na passagem do Jardim Maria Paula para o Bairro Santo Antônio. Há quem entenda como “Rua da Dona Nena”, o que abrange as ruas Rui Barbosa e Francisco de Freitas Silveira. Por ter sido adotada pela maioria das pessoas, a expressão “descida da Dona Nena” vem a substituir o nome oficial daquele logradouro. Acredito que a maioria dos cidadãos não sabe onde fica a Rui Barbosa ou a Francisco de Freitas Silveira, no entanto, muitos encontrarão, por exemplo, o Armazém João Simão, que “fica ali na [descida da] Dona Nena...”. E assim a cultura popular vai moldando os costumes, mudando nomes oficiais e dando novas interpretações aos lugares da cidade. Este, em especial, nos remete à história de Assunção Peralta Marinho, a Dona Nena. Vida de Comerciante Filha dos espanhóis José Peralta Gervigia e Rosária Garcia Tortossa, Dona Nena é natural de Bálsamo-SP. Criada na fazenda, veio morar em Paranaíba graças a seu irmão Vicente Peralta. Vicente era aviador, e viu em Paranaíba um mercado promissor, pois havia poucas estradas e a conexão com os grandes centros era feita em sua maioria pelo ar. Após muita insistência, Assunção e o marido Francisco Timóteo Marinho acataram a sugestão de Vicente e aterrissaram na capital do Bolsão Sul-Matogrossense por volta de 1952, “num campo de decolagem em frente à delegacia”. “Naquela época era muito bom pra ganhar dinheiro...”. Com essa frase, Dona Nena indica como era Paranaíba naquela década de 50: um lugar com pouco comércio, pouca informação, e muitos consumidores. Assim, Dona Nena prontificou-se a buscar mercadorias em São José do Rio Preto-SP e revender em Paranaíba. A freguesia de seu bazar logo tornou-se assídua, e com os negócios indo de vento em polpa, Dona Nena tornou-se representante das máquinas de costura Vigorelli. Além disso, atuou como costureira também, e orgulha-se de ter vestido muitas noivas por aí. Com o passar dos anos e o aumento da concorrência, o bazar de roupas novas passou a ser um brechó. Ao falar sobre seus bens e a vida de comerciante, Dona Nena demonstra que possui ainda a inquietude típica de comerciantes, e crê que tem muito a fazer ainda. Aos 85 anos, quer voltar a movimentar seu comércio de roupas usadas, embora seja muito difícil devido a um problema na perna, o que a impede de locomover-se sozinha.
  • 21. A famosa descida A mudança para a o local onde veio a permanecer até hoje, ocorreu há cerca de 45 anos. Dona Nena comprou uns lotes do senhor Belarmino Antônio, e dali viu muitas coisas acontecerem e mudarem. “Naquela época, aqui em frente tinha roça de arroz e milho, não havia muita gente por aqui”, recorda. Com essa mudança, Dona Nena mudou também um pouco da história da cidade ao “emprestar” seu nome àquela região e àquela rua. Acredito que isso tenha acontecido por ela ter sido uma das primeiras moradoras do local, possuindo diversos lotes na região. Atualmente, a rua é bastante movimentada, possui um comércio diversificado com tapeçaria, funilaria, armazém, lan house, loja de móveis usados e, claro, o velho bazar de roupas usadas. Sendo uma rua tão importante, que liga dois grandes bairros (de Lourdes e Santo Antônio) ao Centro, o mais viável seria mudar o nome para “Rua da Dona Nena”, já que esse é o nome que está enraizado em nossa cultura. Sobre isso, a minha entrevistada sorri e não esconde que gostaria de ter seu nome eternizado no local onde ela viu muitas coisas prosperarem. Nada mais justo do que prestar essa homenagem em vida, enquanto há tempo. Colaborou César Leonel da Costa P.S. Enquanto estava escrevendo este texto, minha esposa, que é nova na cidade, veio me perguntar onde fica a Rua da Dona Nena...