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Tipologia, Gênero e
PLANEJAMENTO DO TEXTO
Os princípios
básicos para Ler e
Compreender um
TEXTO
Um texto é uma unidade de
linguagem em uso.
Um texto é uma unidade
semântica, constitui um
todo significativo.
Um texto tem uma
unidade formal, pois
apresenta características
que lhe dão coesão.
TEXTO: ocorrência linguística falada ou
escrita que deve apresentar 3
propriedades básicas:
Unidade Sociocomunicativa: o texto é
uma unidade de linguagem em uso;
Unidade Semântica: o texto é um todo
significativo;e
Unidade Formal: as palavras devem se
integrar para formar um todo coeso.
PRINCÍPIOS DA TEXTUALIDADE
TEXTUALIDADE
• Conjunto de características responsáveis por
caracterizar uma manifestação linguística
como texto.
Os sete fatores responsáveis pela
textualidade:
• Coesão
• Coerência
• Intencionalidade
• Aceitabilidade
• Situacionalidade
• Intertextualidade
• Informatividade
Os sete princípios da textualidade se
dividem em dois grupos:
I -Princípios centrados nos aspectos linguísticos do
texto:
1. Coesão
2. Coerência
II- Princípios que se relacionam com fatores
pragmáticos:
1. Intencionalidade 2. Aceitabilidade
3. Situacionalidade 4. Intertextualidade
5. Informatividade
COESÃO
• “A função da coesão é de criar, estabelecer e
sinalizar os laços que deixam os vários
segmentos do texto ligados, articulados,
encadeados.”
• “ A função da coesão é manter a continuidade
do texto”. (ANTUNES, Irandé, 2006)
Formas de fazer coesão no texto:
• Através da repetição.
Ex.
A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no
caminhão que vende galinhas. O vendedor ofereceu
a ela uma galinha. Ela olhou para galinha, passou a
mão embaixo das asas da galinha, apalpou o peito da
galinha, alisou as coxas da galinha, depois tornou a
colocar a galinha na banca e disse para o vendedor:
“Não presta!”
Aí o vendedor olhou para ela e disse:
“Também, madame, num exame assim nem a
senhora passava.”
• Através da substituição.
• Substituição gramatical ( retomada por
meio de pronomes ou advérbios)
Ex. Furtei uma flor daquele jardim. O
porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a
flor. Trouxe-a para casa e a coloquei num
copo. Logo senti que ela não estava feliz. O
copo destina-se a beber, e uma flor não é
para ser bebida.” (...)
• Substituição lexical ( por sinônimos,
hiperônimos, hipônimos)
Ex. Visitei o Chile no final do ano passado. O
que mais gostei no país foi de sua gente
solidária.
• O menino sorria pra mim com carinho.
Nem bem conhecia, mas já gostava do
garoto.
• Por conexão ou relação.
• Conexão entre as palavras, entre orações e
períodos através de: conjunções,
preposições, advérbios.
• Ex. O povo brasileiro sempre acreditou
numa mudança, mas essa mudança está
difícil de acontecer.
COERÊNCIA
Diz respeito à unidade de sentido de um texto.
Ocorre através da:
• Progressão
• Não-contradição
Ex.
A violência tem crescido no Brasil. Como o Brasil
tem crescido, a violência também tem crescido no
Brasil. Desde os anos 60 que a violência tem
crescido no Brasil.
• Ex.(2) O aborto é uma prática criminosa. Se
a jovem se sente sem condições de criar
seu filho, deve tirá-lo antes de nascer.
ASPECTOS PRAGMÁTICOS
• Centrado no emissor ─ intencionalidade
Ex.
Subi a porta e fechei a escada. Tirei minhas
orações e recitei meus sapatos. Desliguei a
cama e deitei-me na luz. Tudo por que ele me
deu um beijo de boa noite...
• Centrado no receptor ─ aceitabilidade
Ex.
Quando oiei a terra seca...
Por farta d’água perdi meu gado, morreu de
sede meu alasão...
• Centrada na situação ─ situacionalidade
Ex.
O carnaval de Pernambuco é animado do
Galo ao Bacalhau.
INTERTEXTUALIDADE
INFORMATIVIDADE
O Brasil é um país maior do que os menores e
menor do que os maiores. É um país grande,
porque, medida sua extensão, verifica-se que
não é pequeno. (...)
A população é toda baseada em elemento
humano, sendo que as pessoas não nascidas
no país, sem exceção, são estrangeiras. (...)
Nelson e Jorge: cem anos entre luzes e sombras
http://www.redebomdia.com.br/noticia/
16.01.2012
quanto menos previsível se
apresentar o texto, mais
informatividade. Tanto a falta
quanto o excesso de
previsibilidade, de informatividade,
são prejudiciais à aceitação do
texto por parte do leitor. Um bom
índice de informatividade atende à
suficiência de dados.
A informatividade
O PÃO E O CHÃO
O chão.
O grão.
O grão no chão.
O pão.
O pão e a mão.
A mão no pão.
O pão na mão.
O pão no chão?
Não.
é o empenho do autor em
construir um texto coerente,
coeso, e que atinja o objetivo
que ele tem em mente. Isso diz
respeito ao valor ilocutório do
texto, ou seja, o que o texto
pretende falar.
A intencionalidade
diz respeito à pertinência e à
relevância do texto no
contexto. Situar o texto é
adequá-lo à situação
sociocomunicativa.
A situacionalidade
é a expectativa do recebedor de que o
texto tenha coerência e coesão, além de
lhe ser útil e relevante.
Estabelece estratégias para o autor
alcançar aceitabilidade: cooperação
(para o autor responder às necessidades
do recebedor), qualidade
(autenticidade) e quantidade
(informatividade).
A aceitabilidade
Então:
1. a coesão: a relação de encadeamento de partes e de
unidades;
2. a coerência: o sentido atribuído por um interlocutor;
3. a intencionalidade: o que o autor quer do leitor;
4. a aceitabilidade: o que o leitor espera;
5. a informatividade: os dados novos;
6. a situacionalidade: os atores e o lugar da comunicação e
7. a intertextualidade: a referência a outros textos.
As autoras discutem as concepções de sujeito,
língua e texto que estão na base das diferentes
formas de se conceber a leitura. Situam-se na
concepção interacional e dialógica da língua,
compreendendo os sujeitos como construtores
sociais, que mutuamente se constroem e são
construídos por meio do texto, considerado o
lugar por excelência da constituição dos
interlocutores. A leitura, nesse âmbito, é
entendida como atividade interativa de
construção de sentidos.
Para isso, ressalta-se o papel do leitor enquanto
construtor do sentido do texto, que, no processo
de leitura, lança mão de estratégias como seleção,
antecipação, inferência e verificação, além de
ativar seu conhecimento de mundo, na construção
de uma das leituras possíveis, já que um mesmo
texto admite uma pluralidade de leituras e
sentidos. A leitura, além do conhecimento
linguístico compartilhado pelos interlocutores,
exige que o leitor, no ato da leitura, mobilize
estratégias de ordem linguística e de ordem
cognitivo-discursiva.
O conhecimento intertextual é que permite ao
leitor perceber como um texto está sempre se
relacionando com outros textos, numa
relação que pode ser explícita ou implícita,
tanto no que se refere à sua forma quanto ao
conteúdo. A ativação das estratégias de
leitura implica na mobilização de três
grandes redes de conhecimento: o linguístico;
o enciclopédico; e o interacional (na sua
amplidão).
1-CONHECIMENTO LINGUÍSTICO
a) O conhecimento linguístico
compreende o conhecimento
gramatical e lexical, sendo o
responsável pela articulação som-
sentido. É ele o responsável, por
exemplo, pela organização do
material linguístico na superfície
textual.
b) O conhecimento enciclopédico
(conhecimento de mundo) é aquele que se
encontra armazenado na memória de longo
tempo, também denominada semântica ou
social. Refere-se a conhecimentos gerais
sobre o mundo – uma espécie de thesaurus
mental.
c) O conhecimento interacional é o
conhecimento sobre as ações verbais, isto é,
sobre as formas de "inter-ação" por meio da
linguagem. Engloba o conhecimento do tipo
ilocucional, comunicacional,
metacomunicativo e superestrutural.
c- A) Ilocucional: Permite-nos reconhecer os
objetivos ou propósitos pretendidos pelo
produtor do texto, em uma dada situação
interacional.
c – B) Comunicacional: Diz respeito à:
quantidade de informação necessária,
numa situação comunicativa concreta,
para que o parceiro seja capaz de
reconstruir o objetivo da produção do
texto;
seleção da variante linguística adequada
a cada situação de interação;
adequação do gênero textual à situação
comunicativa.
c- C) Metacomunicativo: É aquele que permite
ao locutor assegurar a compreensão do texto e
conseguir a aceitação pelo parceiro dos
objetivos com que é produzido. Para tanto,
utiliza-se de vários tipos de ações linguísticas
configuradas no texto por meio da introdução
de sinais de articulação ou apoios textuais,
atividades de formulação ou construção
textual.
c- D) Superestrutural: Permite a
identificação de textos como exemplares
adequados aos diversos eventos da vida
social. Envolve também conhecimentos
sobre as macrocategorias ou unidades
globais que distinguem vários tipos de
textos, bem como sobre a ordenação ou
sequenciação textual em conexão com os
objetivos pretendidos.
A produção e a recepção de um texto
condicionam-se à situação ou à
ambiência, ou seja, ao conhecimento
circunstancial ou ambiental que
motivam os signos e a ambiência em
que se inserem, gerando um texto cuja
coerência e unidade são suscitados
diretamente pelo referente.
Contexto
Contexto
Percebido em duas dimensões:
 A leitura de
superfície é
percebida pelos
elementos do
enunciado,
organizados
hierarquicamente.
A estrutura de
profundidade é a
interpretação
semântica das
relações
sintáticas,
permitindo
vasculhar o ânimo
do autor.
Tipos de contextos:
 Contexto imediato: refere-se aos elementos
que seguem ou precedem o texto
imediatamente, incluindo as circunstâncias
que o motivam. (título de um livro, nome do
autor, tipo de capa... Já podem nos trazer
alguma informação sobre...)
 Contexto situacional: trata-se do contexto
estabelecido pelos elementos fora do texto
que lhe abrem possibilidades de maior
entendimento. (experiências, informações
históricas, geográficas, psíquicas... para ser
realizada uma leitura ativa, íntima)
Os princípios da textualidade nos
mostram como cada texto é conectado
ao nosso conhecimento do mundo e da
nossa sociedade.
Os princípios da textualidade devem
abranger qualquer tipo de texto. Eles
devem nos ajudar a fazer múltiplas
conexões não só dentro de um texto,
mas também entre o texto e os
contextos humanos nos quais ele
ocorre, bem como determinar que
conexões são relevantes.
 Mesmo sendo os dois princípios de textualidade
mais ‘linguísticos’, a coesão e a coerência são
afetadas por nossas crenças culturais e atitudes.
 A ‘competência comunicativa’ deve ser vista
como um potencial aberto e dinâmico que pode
sempre ser enriquecido. Para Beaugrande, as
pessoas são ‘competentes’ em graus bastante
diferentes e podem encontrar severas limitações
na sua liberdade de acessar o conhecimento e
buscar objetivos sociais.
A percepção das relações intertextuais, das
referências de um texto a outro, depende do
repertório do leitor, do seu acervo de
conhecimentos literários e de outras
manifestações culturais. Daí a importância da
leitura, principalmente daquelas obras que
constituem as grandes fontes da literatura
universal. Quanto mais se lê, mais se amplia a
competência para apreender o diálogo que os
textos travam entre si por meio de referências,
citações e alusões. Por isso cada livro que se lê
torna maior a capacidade de apreender, de
maneira mais completa, o sentido dos textos.
concerne aos fatores que
fazem a utilização de um
texto dependente do
conhecimento de outro(s)
texto(s). Um texto constrói-
se em cima do "já-dito.
A intertextualidade
Definição de tipo e gênero textual
• É impossível se comunicar verbalmente a não
ser por algum gênero, assim como é
impossível se comunicar verbalmente a não
ser por algum texto.
• Esta visão segue a noção de língua como
atividade social, histórica e cognitiva,
privilegia a natureza funcional e interativa.
Definição de tipo e gênero textual
• A língua é tida como uma forma de ação
social e histórica e que, ao dizer, também
constitui a realidade sem contudo cair num
subjetivismo ou idealismo ingênuo.
• Neste contexto os gêneros textuais se
constituem como ações sócio-discursivas
para agir sobre o mundo e dizer o mundo,
constituindo-o de algum modo.
 Texto é uma entidade concreta
realizada materialmente e
corporificada em algum gênero
textual.
 Discurso é aquilo que um texto
produz ao se manifestar em alguma
instância discursiva. O discurso se
realiza nos textos.
Domínio Discursivo
• Uma esfera ou instância de produção
discursiva ou de atividade humana.
• Não são textos nem discursos, mas
propiciam o surgimento de discursos
bastante específicos.
• Discurso jurídico, discurso jornalístico,
discurso religioso, discurso político,
etc.
TIPOS TEXTUAIS
definição
abrangem são
constituem
Tipos Textuais – Classificação segundo
Werlich(1973)
Descritiva
Estrutura simples com um verbo estático no
presente ou imperfeito, um complemento e
uma indicação circunstancial de lugar. Ex.:
Sobre a mesa havia milhares de vidros.
Expositiva
Exposição sintética pelo processo de
composição. Um sujeito e um predicado(no
presente) e um complemento com um grupo
nominal. Enunciado de identificação de
fenômenos. Ex.: Uma parte do cérebro é o
córtex.
Exposição analítica pelo processo de
decomposição. Um sujeito, um verbo da
família do verbo ter(ou verbos como contém,
consiste, compreende) e um complemento que
estabelece com o sujeito uma relação parte-
todo.Enunciado de ligação de fenômenos.Ex.:
O cérebro tem dez milhões de neurônios.
Tipos Textuais – Classificação segundo
Werlich(1973)
Narrativa
Verbo de mudança no passado, um
circunstancial de tempo e lugar. Enunciado
indicativo de ação. Ex.: Os passageiros
aterrissaram em Nova York no meio da noite.
Argumentativa
Uma forma verbal com o verbo ser no presente
e um complemento. Enunciado de qualidade.
Ex.: A obsessão com a durabilidade nas Artes
não é permanente.
Injuntiva
Um verbo no imperativo. Enunciados
incitadores à ação. Podem assumir
configuração mais longe onde o imperativo é
substituído por “deve”. Ex.: Pare! Seja
razoável. Todos brasileiros acima de 18 anos
do sexo masculino devem comparecer ao
exército para alistarem-se.
Gêneros textuais
Abrange um conjunto aberto e
praticamente ilimitado de
designações concretas determinadas
pelo canal, estilo, conteúdo,
composição e função.
Exemplos de gêneros:
telefonema, sermão, carta
comercial, carta pessoal,
romance, bilhete, aula
expositiva, reunião de
condomínio, horóscopo,
receita culinária, lista de
compras, cardápio,
instruções de uso, outdoor,
resenha, inquérito policial,
conferência, bate-papo
virtual, etc
Observações sobre Gêneros Textuais
• Quando dominamos um gênero textual,
dominamos uma forma de realizar
linguisticamente objetivos específicos em
situações sociais particulares.
• “A apropriação dos gêneros é um mecanismo
fundamental de socialização, de inserção
prática nas atividades comunicativas
humanas” -> Bronckart(1999)
Observações sobre Gêneros Textuais
• Os gêneros operam, em certos contextos,
como formas de legitimação discursiva, já que
se situam numa relação sócio-histórica com
fontes de produção que lhes dão sustentação
muito além da justificativa individual.
Observações sobre Gêneros Textuais
• Intertextualidade inter-gêneros = um gênero com função de outro
• Intertextualidade tipológica = um gênero com a presença de
vários tipos
• A possibilidade de operação e maleabilidade dá aos gêneros
enorme capacidade de adaptação e ausência de rigidez.
Miller(1984) considera o gênero como “ação social” e diz: “uma
definição de gênero não deve centrar-se na substância nem na
forma do discurso, mas na ação em que ele aparece para realizar-
se.”
• Bakhtin(1997) indicava a “construção composicional”, ao lado do
“conteúdo temático” e do “estilo” como as três características dos
gêneros.
• Os gêneros são, em última análise, o reflexo das estruturas
sociais recorrentes e típicas de cada cultura.
Gêneros textuais e ensino
• Ter em mente a questão da relação
oralidade e escrita no contexto dos
gêneros textuais, desde os mais informais
até os mais formais e em todos os
contextos e situações de vida cotidiana.
• Os gêneros são modelos comunicativos e
servem, muitas vezes para criar uma
expectativa no interlocutor e prepará-lo
para determinada reação. Operam
prospectivamente, abrindo o caminho da
compreensão.
Gêneros textuais e ensino
• Os interlocutores seguem em geral três
critérios para designarem seus textos:
–Canal/ meio de
comunicação(telefonema, carta,
telegrama)
–Critérios formais(discussão, conto,
debate, contrato, ata, poema)
–Natureza do conteúdo(piada, prefácio
de livro, receita culinária, bula de
remédio)
Gêneros textuais e ensino
• Os gêneros são geralmente determinados com
base nos objetivos dos falantes e na natureza
do tópico tratado.
• Os gêneros textuais se fundem em critérios
externos(sócio-comunicativos e discursivos) e
os tipos textuais fundam-se em critérios
internos(lingüísticos e formais).
Gêneros textuais e ensino
• Adequação tipológica que diz respeito à relação
que deveria haver, na produção de cada gênero
textual, entre os seguintes aspectos:
– Natureza da informação ou do conteúdo
veiculado;
– Nível de linguagem(formal, informal, dialetal,
culta, etc)
– Tipo de situação em que o gênero se
situa(pública, privada, corriqueira, solene, etc)
– Relação entre os participantes(conhecidos,
desconhecidos, nível social, formação, etc)
– Natureza dos objetivos das atividades
desenvolvidas.
Elementos essenciais a um bom texto:
I. COERÊNCIA, isto é, uma unidade de sentido;
II. Argumentos:
• Compatíveis com a realidade -
IMPESSOALIDADE;
• Adequados ao objetivo do texto -
OBJETIVIDADE;
• Organizados em sequência – LINEARIDADE.
Modos de organização das
ideias:
• Por progressão temática;
• Por organização
temporal/espacial;
• Por enumeração;
• Por refutação e/ou defesa de
posição.
Alguns tipos de argumentos:
• Provas concretas: dados estatísticos, fatos,
experimentos;
• Credenciamento do autor;
• Citações de autoridades no assunto (argumento de
autoridade);
• Deduções silogísticas;
• Generalizações;
• Exemplificações;
• Analogias pertinentes;
• Crenças e valores legitimados socialmente;
• Definições.
Marcadores de Coesão sequencial
1. Entre orações de argumento
(conectivos/conjunções)
a) temporais: quando, assim que, depois que, antes que,
enquanto, logo que, desde que, até que
b) Causais e consecutivos: porque, pois, como, já que,
uma vez que, visto que, por isso, então
c) Condicionais: se, caso
d) Proporcionais: à proporção que, à medida que
e) Conformativas: conforme, segundo, como
f) Finais: a fim de que, para que, para
Observações:
• As conjunções integrantes QUE e SE, fazem
articulação sintática, não semântica, entre as
orações conectadas;
• O sentido é dado pelo conjunto do enunciado;
• Os pronomes relativos funcionam como
elementos de coesão referencial por
retomada (anáfora), pois substituem
elementos anteriormente citados.
Marcadores de Coesão sequencial
2. Entre argumentos (articuladores discursivo-
argumentativo)
a) de inclusão/exclusão: até, até mesmo, inclusive
b) de adição: até, até mesmo, além de, não só ... mas
também, além disso
c) de conclusão: logo, portanto, por isso, por
conseguinte, então, assim, pois
d) de comparação:
* de igualdade: como, do mesmo modo que, tanto
como, assim como, tanto quanto, tal qual, tal como,
tão ... como, tão ... quanto, que nem (coloquial),
não só...como também, assim também
• de superioridade: mais...que, mais... do que
• de inferioridade: menos...que, menos...do que
e) de contraposição/contraste:
• Conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia,
entretanto, no entanto;
• Advérbios: diversamente, inversamente;
• Locuções prepositivas: diversamente de, inversamente a, ao
contrário de;
• Conjunções e locuções concessivas: embora, ainda que,
mesmo que, apesar de que, conquanto, se bem que, por
muito que, nem que;
• Preposições e locuções prepositivas: apesar de, não obstante
f) De explicação/justificativa: isto é, quer dizer,
pois, pois que, ou seja
g) de especificação/exemplificação: por exemplo,
como
h) outros tipos não estudados:
- de alternância: ou...ou, seja...seja, quer...quer
- de retificação: isto é, ou melhor
- de generalização/amplificação: aliás, também,
realmente
Organizadores Textuais
a) de abertura: primeiramente, para começar, o
primeiro, um fator, por um lado
b) de intermediação: em segundo lugar, em
terceiro lugar, uma outra questão, de maneira
secundária, outro fator, depois, em seguida, por
outro lado
a) de fechamento: finalizando, por fim, finalmente,
para encerrar, por último, enfim
Marcadores da posição do autor
(modalizadores)
a) possibilidades de existência: é possível, é provável
b) grau de clareza: evidentemente, não há como negar,
é certo, obviamente, talvez, parece razoável, emprego
do futuro do pretérito
c) grau de imperatividade: é indispensável,
opcionalmente, é preciso, é obrigatório
d) avaliação: curiosamente, inexplicavelmente,
brilhantemente
e) afetividade: lamentavelmente, infelizmente
f) atenuação: talvez fosse melhor, ao que parece, creio,
no meu modo de ver
Avalie seu texto:
• O tema e o tipo de texto foram respeitados;
• Houve aproveitamento da coletânea, se foi pedido;
• Há uma imagem autoral, ou seja, o texto parece ser
inédito;
• Os argumentos são coerentes, as conclusões decorrem
deles e há encadeamento entre as ideias;
• Há coesão linguística: entre orações, parágrafos e
períodos;
• O vocabulário empregado é adequado;
• O padrão formal da língua foi respeitado.
Dissertação
É a exposição ou explanação de ideias, podendo conter traços de
argumentação;
Há três partes básicas na dissertação:
 Introdução
 Desenvolvimento
 Conclusão
Dissertação
Introdução:
• Apresenta a ideia-núcleo ou ideia principal;
• Sugere o plano.
Desenvolvimento (constituído por duas partes):
• Primeira parte: retomada da ideia central enunciada na
introdução, por meio de aspectos discriminados, como por
exemplos, aspectos físicos, econômicos, políticos, morais etc.
Dissertação
Desenvolvimento:
• Segunda parte: fundamentação da primeira parte, por meio
de razões, provas, exemplos ou pormenores, ou seja, os fatos.
Conclusão:
• É o desfecho da dissertação; retoma as ideias da introdução,
apresentando uma avaliação final do assunto discutido.
Argumentação
A argumentação visa sobretudo a convencer, persuadir
ou influenciar o leitor ou ouvinte. Procura-se principalmente
formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-lo
de que a razão está conosco, de que nós é que estamos de
posse da verdade.
Proposição:
• Deve tentar convencer mediante a apresentação de razões.
• Evidência de provas à luz de raciocínio coerente e
consistente.
Argumentação
Condições da Argumentação
• A argumentação deve basear-se nos sãos princípios da lógica.
Entretanto, nos debates, nas polêmicas, nas discussões que se
travam a todo o instante, na simples conservação, na imprensa,
nas assembleias ou agrupamentos de qualquer ordem, a
argumentação não raro se desvirtua, degenerando em “bate-
boca” estéril ou falacioso.
Argumentação
Condições da Argumentação
• O insulto, a ironia, o sarcasmo, por mais brilhantes que sejam,
por mais que irritem ou perturbem o oponente, jamais
constituem argumentos, antes revelam a falta deles. Tampouco
valem como argumentos os preconceitos, as superstições ou
generalizações apressadas que se baseiam naquilo que a lógica
chama de juízos de simples inspeção.
Argumentação
Consistência dos Argumentos
A argumentação esteia-se em dois elementos principais:
• A consistência do raciocínio
• A evidência de provas
Argumentação
Evidência: é a certeza manifesta, a certeza a que se chega pelo
raciocínio (evidência da razão) ou pela apresentação dos fatos
(evidência de fato), independentemente de toda teoria.
São cinco os tipos mais comuns de evidência:
• Os fatos propriamente ditos.
• Os exemplos.
• As ilustrações.
• Os dados estatísticos (tabelas, números, gráficos, etc.)
• O testemunho.
Argumentação
Fatos:
• Constituem o elemento mais importante da argumentação em
particular assim como da dissertação ou explanação de ideias
em geral.
• Só os fatos provam, só eles convencem. Mas nem todos os fatos
são irrefutáveis; seu valor de prova é relativo, sujeitos como
estão à evolução da ciência, da técnica e dos próprios conceitos
ou preconceitos de vida: O que era verdade ontem pode não o
ser hoje.
• Os fatos mais evidentes ou notórios são os que mais provam.
Argumentação
Exemplos: são fatos típicos ou representativos de determinada situação.
Ilustrações: quando o exemplo se alonga em narrativa detalhada e
entremeada de descrições, tem-se a ilustração.
• Há duas espécies de ilustração: a hipotética e a real.
• A primeira, como o nome diz, é invenção, é hipótese: narra o que poderia
acontecer ou provavelmente acontecerá em determinadas circunstâncias.
• A ilustração real descreve ou narra em detalhes um fato verdadeiro. Mais
eficaz, mais persuasiva do que a hipotética, ela vale por si mesma como
prova.
Argumentação
Dados estatísticos:
• Dados estatísticos são também fatos, mas fatos específicos.
• Têm grande valor de convicção, constituindo quase sempre
prova ou evidência incontestável. Entretanto, é preciso ter
cautela na sua apresentação ou manipulação, já que sua
validade é também muito relativa: Com os mesmos dados
estatísticos tanto se pode provar como refutar a mesma
tese.
Argumentação
Testemunho:
• O testemunho é ou pode ser o fato trazido à colação por
intermédio de terceiros.
• Se autorizado ou fidedigno, seu valor de prova é inegável.
Entretanto, sua eficácia é também relativa.
Argumentação Informal
• O que é a argumentação? É uma declaração seguida de
prova (fatos, razões, evidência).
• Presente no nosso cotidiano: Toda vez que conversamos
queremos, de certa forma, convencer o nosso pequeno
público.
• Risco: Nesse tipo de argumentação muitas vezes nos
baseamos em indícios e não em fatos. Exemplo: Quando
alguém nos paga uma dívida podemos deduzir que essa
pessoa recebeu o seu salário do mês, porém isso não é
necessariamente verdade, a razão do pagamento da divida
pode ter sido outra. Ex: O antigo devedor pode ter ganhado
na loteria.
Argumentação Informal
• Estrutura: Quando usamos uma ideia abstrata, a
argumentação assume uma estrutura mais complexa.
Exemplo:
“O castigo físico é a melhor maneira de se educar uma criança”.
(Nesse caso podemos tanto validar a declaração quanto
contestá-la.)
Argumentação Informal
Para contestar dividiremos a nossa argumentação em quatro
estágios:
1º estágio: Proposição (Declaração, tese, opinião)
2º estágio: Concordância Parcial
3º estágio: Contestação (é o “miolo” desse tipo de
argumentação)
4º estágio: Conclusão (Portanto; por consequência; de forma
que)
Argumentação Informal
• Ou seja...
Essa é a estrutura típica da argumentação informal, escrita ou
falada. Ela pode ocorrer por contestação, com ou sem
concordância parcial, quando se deseja negar a tese de uma
outra pessoa.
Refutando Argumentos
• Comece a refutar o argumento que pareça ser o mais forte;
• Procure atacar os pontos mais fracos da argumentação
contrária;
• “Redução às últimas consequências”: levar os argumentos
contrários ao máximo de sua extensão;
• Veja se o opositor apresentou uma evidência adequada ao
argumento empregado;
Refutando Argumentos
• Escolha/cite uma autoridade no assunto que tenha dito
exatamente o contrário que seu opositor;
• Aceite os fatos, mas demonstre que foram mal-empregados;
• Ataque a fonte na qual se basearam os argumentos de seu
opositor;
• Cite exemplos semelhantes, mas que provem o contrário do
que seu opositor afirma;
Refutando Argumentos
• Demonstre que a fala/sentença de seu opositor foi deturpada;
• Analise cuidadosamente os argumentos contrários, tentando
revelar as falsidades que contêm.
Argumentação Formal
A argumentação formal é pouco diferente, em sua essência, da
informal.
Proposição:
• Deve ser clara, definida quanto aquilo que se afirma ou nega.
• Deve-se argumentar a favor ou contra uma ideia a respeito da
qual nem todos estão de acordo, já que a argumentação implica
divergência de opinião. Fatos não se discutem.
• Deve ser preferencialmente afirmativa e específica para que
todos possam posicionar-se contra ou a favor. Ex.: a religião. É
um tema muito vago, portanto acaba por não permitir que seja
tomada uma posição, apenas proporciona uma explanação.
Argumentação Formal
Análise da proposição:
• Não costuma ser feita na análise informal.
• Antes que a proposição seja discutida, deve-se definir o seu
sentido e o significado de alguns termos contidos nela.
Argumentação Formal
Análise da proposição:
• Ex.: A paz mundial só se tornaria possível se houvesse respeito
entre as nações e suas respectivas culturas.
• Talvez fosse necessário conceituar as palavras “paz”, “respeito”
e “culturas”.
• Além disso, o autor deve esclarecer o que ele tem a intenção de
provar.
Argumentação Formal
Formulação dos argumentos:
• É a fase em que o autor deve procurar provas convincentes para
justificar seu ponto de vista.
• Para isso, ele deve se utilizar de fatos concretos e autênticos
como gráficos, exemplos, estatísticas, estudos, comparações,
etc.
• A ordem em que as provas são apresentadas é muito
importante, de modo que costuma-se, na maioria das vezes,
apresentá-las em ordem crescente, ou seja, da menos
convincente àquela que seja capaz de mais impressionar o leitor.
Argumentação Formal
Formulação dos argumentos:
• Além disso, é importante manter um suspense antes de chegar
às conclusões, até um ponto em que elas acabem por se impor.
• É importante que o autor dê ênfase nos pontos principais, e
antecipe possíveis repostas para objeções do leitor.
Argumentação Formal
Conclusão
• A conclusão será obtida naturalmente a partir da comprovações
apresentadas. De um modo mais geral, consiste em tornar
explícita a essência da proposição.
Dados estatísticos
Testemunho
Argumento
Exemplos
brubralu@bol.com.br
Tarefa para 04.11.2015
Escolher um tema de seu interesse e
delimitar;
Escolher uma forma de desenvolver o texto;
Escolher e selecionar formas de trabalhar os
argumentos;
Usar o máximo de marcadores de coesão.
Duas páginas de texto; times new romam 12;
espaçamento 1,5 – margem 3,3,2,2

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Planejamento do texto

  • 2. Os princípios básicos para Ler e Compreender um TEXTO
  • 3. Um texto é uma unidade de linguagem em uso.
  • 4. Um texto é uma unidade semântica, constitui um todo significativo.
  • 5. Um texto tem uma unidade formal, pois apresenta características que lhe dão coesão.
  • 6.
  • 7. TEXTO: ocorrência linguística falada ou escrita que deve apresentar 3 propriedades básicas: Unidade Sociocomunicativa: o texto é uma unidade de linguagem em uso; Unidade Semântica: o texto é um todo significativo;e Unidade Formal: as palavras devem se integrar para formar um todo coeso.
  • 9. TEXTUALIDADE • Conjunto de características responsáveis por caracterizar uma manifestação linguística como texto.
  • 10. Os sete fatores responsáveis pela textualidade: • Coesão • Coerência • Intencionalidade • Aceitabilidade • Situacionalidade • Intertextualidade • Informatividade
  • 11. Os sete princípios da textualidade se dividem em dois grupos: I -Princípios centrados nos aspectos linguísticos do texto: 1. Coesão 2. Coerência II- Princípios que se relacionam com fatores pragmáticos: 1. Intencionalidade 2. Aceitabilidade 3. Situacionalidade 4. Intertextualidade 5. Informatividade
  • 12. COESÃO • “A função da coesão é de criar, estabelecer e sinalizar os laços que deixam os vários segmentos do texto ligados, articulados, encadeados.” • “ A função da coesão é manter a continuidade do texto”. (ANTUNES, Irandé, 2006)
  • 13. Formas de fazer coesão no texto: • Através da repetição. Ex. A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no caminhão que vende galinhas. O vendedor ofereceu a ela uma galinha. Ela olhou para galinha, passou a mão embaixo das asas da galinha, apalpou o peito da galinha, alisou as coxas da galinha, depois tornou a colocar a galinha na banca e disse para o vendedor: “Não presta!”
  • 14. Aí o vendedor olhou para ela e disse: “Também, madame, num exame assim nem a senhora passava.”
  • 15. • Através da substituição. • Substituição gramatical ( retomada por meio de pronomes ou advérbios) Ex. Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e a coloquei num copo. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e uma flor não é para ser bebida.” (...)
  • 16. • Substituição lexical ( por sinônimos, hiperônimos, hipônimos) Ex. Visitei o Chile no final do ano passado. O que mais gostei no país foi de sua gente solidária. • O menino sorria pra mim com carinho. Nem bem conhecia, mas já gostava do garoto.
  • 17. • Por conexão ou relação. • Conexão entre as palavras, entre orações e períodos através de: conjunções, preposições, advérbios. • Ex. O povo brasileiro sempre acreditou numa mudança, mas essa mudança está difícil de acontecer.
  • 18. COERÊNCIA Diz respeito à unidade de sentido de um texto. Ocorre através da: • Progressão • Não-contradição Ex. A violência tem crescido no Brasil. Como o Brasil tem crescido, a violência também tem crescido no Brasil. Desde os anos 60 que a violência tem crescido no Brasil.
  • 19. • Ex.(2) O aborto é uma prática criminosa. Se a jovem se sente sem condições de criar seu filho, deve tirá-lo antes de nascer.
  • 20.
  • 21. ASPECTOS PRAGMÁTICOS • Centrado no emissor ─ intencionalidade Ex. Subi a porta e fechei a escada. Tirei minhas orações e recitei meus sapatos. Desliguei a cama e deitei-me na luz. Tudo por que ele me deu um beijo de boa noite...
  • 22. • Centrado no receptor ─ aceitabilidade Ex. Quando oiei a terra seca... Por farta d’água perdi meu gado, morreu de sede meu alasão... • Centrada na situação ─ situacionalidade Ex. O carnaval de Pernambuco é animado do Galo ao Bacalhau.
  • 23.
  • 25.
  • 26. INFORMATIVIDADE O Brasil é um país maior do que os menores e menor do que os maiores. É um país grande, porque, medida sua extensão, verifica-se que não é pequeno. (...) A população é toda baseada em elemento humano, sendo que as pessoas não nascidas no país, sem exceção, são estrangeiras. (...)
  • 27. Nelson e Jorge: cem anos entre luzes e sombras http://www.redebomdia.com.br/noticia/ 16.01.2012
  • 28. quanto menos previsível se apresentar o texto, mais informatividade. Tanto a falta quanto o excesso de previsibilidade, de informatividade, são prejudiciais à aceitação do texto por parte do leitor. Um bom índice de informatividade atende à suficiência de dados. A informatividade
  • 29. O PÃO E O CHÃO O chão. O grão. O grão no chão. O pão. O pão e a mão. A mão no pão. O pão na mão. O pão no chão? Não.
  • 30. é o empenho do autor em construir um texto coerente, coeso, e que atinja o objetivo que ele tem em mente. Isso diz respeito ao valor ilocutório do texto, ou seja, o que o texto pretende falar. A intencionalidade
  • 31. diz respeito à pertinência e à relevância do texto no contexto. Situar o texto é adequá-lo à situação sociocomunicativa. A situacionalidade
  • 32. é a expectativa do recebedor de que o texto tenha coerência e coesão, além de lhe ser útil e relevante. Estabelece estratégias para o autor alcançar aceitabilidade: cooperação (para o autor responder às necessidades do recebedor), qualidade (autenticidade) e quantidade (informatividade). A aceitabilidade
  • 33. Então: 1. a coesão: a relação de encadeamento de partes e de unidades; 2. a coerência: o sentido atribuído por um interlocutor; 3. a intencionalidade: o que o autor quer do leitor; 4. a aceitabilidade: o que o leitor espera; 5. a informatividade: os dados novos; 6. a situacionalidade: os atores e o lugar da comunicação e 7. a intertextualidade: a referência a outros textos.
  • 34. As autoras discutem as concepções de sujeito, língua e texto que estão na base das diferentes formas de se conceber a leitura. Situam-se na concepção interacional e dialógica da língua, compreendendo os sujeitos como construtores sociais, que mutuamente se constroem e são construídos por meio do texto, considerado o lugar por excelência da constituição dos interlocutores. A leitura, nesse âmbito, é entendida como atividade interativa de construção de sentidos.
  • 35. Para isso, ressalta-se o papel do leitor enquanto construtor do sentido do texto, que, no processo de leitura, lança mão de estratégias como seleção, antecipação, inferência e verificação, além de ativar seu conhecimento de mundo, na construção de uma das leituras possíveis, já que um mesmo texto admite uma pluralidade de leituras e sentidos. A leitura, além do conhecimento linguístico compartilhado pelos interlocutores, exige que o leitor, no ato da leitura, mobilize estratégias de ordem linguística e de ordem cognitivo-discursiva.
  • 36. O conhecimento intertextual é que permite ao leitor perceber como um texto está sempre se relacionando com outros textos, numa relação que pode ser explícita ou implícita, tanto no que se refere à sua forma quanto ao conteúdo. A ativação das estratégias de leitura implica na mobilização de três grandes redes de conhecimento: o linguístico; o enciclopédico; e o interacional (na sua amplidão).
  • 38.
  • 39. a) O conhecimento linguístico compreende o conhecimento gramatical e lexical, sendo o responsável pela articulação som- sentido. É ele o responsável, por exemplo, pela organização do material linguístico na superfície textual.
  • 40. b) O conhecimento enciclopédico (conhecimento de mundo) é aquele que se encontra armazenado na memória de longo tempo, também denominada semântica ou social. Refere-se a conhecimentos gerais sobre o mundo – uma espécie de thesaurus mental.
  • 41. c) O conhecimento interacional é o conhecimento sobre as ações verbais, isto é, sobre as formas de "inter-ação" por meio da linguagem. Engloba o conhecimento do tipo ilocucional, comunicacional, metacomunicativo e superestrutural. c- A) Ilocucional: Permite-nos reconhecer os objetivos ou propósitos pretendidos pelo produtor do texto, em uma dada situação interacional.
  • 42. c – B) Comunicacional: Diz respeito à: quantidade de informação necessária, numa situação comunicativa concreta, para que o parceiro seja capaz de reconstruir o objetivo da produção do texto; seleção da variante linguística adequada a cada situação de interação; adequação do gênero textual à situação comunicativa.
  • 43. c- C) Metacomunicativo: É aquele que permite ao locutor assegurar a compreensão do texto e conseguir a aceitação pelo parceiro dos objetivos com que é produzido. Para tanto, utiliza-se de vários tipos de ações linguísticas configuradas no texto por meio da introdução de sinais de articulação ou apoios textuais, atividades de formulação ou construção textual.
  • 44. c- D) Superestrutural: Permite a identificação de textos como exemplares adequados aos diversos eventos da vida social. Envolve também conhecimentos sobre as macrocategorias ou unidades globais que distinguem vários tipos de textos, bem como sobre a ordenação ou sequenciação textual em conexão com os objetivos pretendidos.
  • 45. A produção e a recepção de um texto condicionam-se à situação ou à ambiência, ou seja, ao conhecimento circunstancial ou ambiental que motivam os signos e a ambiência em que se inserem, gerando um texto cuja coerência e unidade são suscitados diretamente pelo referente. Contexto
  • 46. Contexto Percebido em duas dimensões:  A leitura de superfície é percebida pelos elementos do enunciado, organizados hierarquicamente. A estrutura de profundidade é a interpretação semântica das relações sintáticas, permitindo vasculhar o ânimo do autor.
  • 47. Tipos de contextos:  Contexto imediato: refere-se aos elementos que seguem ou precedem o texto imediatamente, incluindo as circunstâncias que o motivam. (título de um livro, nome do autor, tipo de capa... Já podem nos trazer alguma informação sobre...)  Contexto situacional: trata-se do contexto estabelecido pelos elementos fora do texto que lhe abrem possibilidades de maior entendimento. (experiências, informações históricas, geográficas, psíquicas... para ser realizada uma leitura ativa, íntima)
  • 48. Os princípios da textualidade nos mostram como cada texto é conectado ao nosso conhecimento do mundo e da nossa sociedade. Os princípios da textualidade devem abranger qualquer tipo de texto. Eles devem nos ajudar a fazer múltiplas conexões não só dentro de um texto, mas também entre o texto e os contextos humanos nos quais ele ocorre, bem como determinar que conexões são relevantes.
  • 49.  Mesmo sendo os dois princípios de textualidade mais ‘linguísticos’, a coesão e a coerência são afetadas por nossas crenças culturais e atitudes.  A ‘competência comunicativa’ deve ser vista como um potencial aberto e dinâmico que pode sempre ser enriquecido. Para Beaugrande, as pessoas são ‘competentes’ em graus bastante diferentes e podem encontrar severas limitações na sua liberdade de acessar o conhecimento e buscar objetivos sociais.
  • 50. A percepção das relações intertextuais, das referências de um texto a outro, depende do repertório do leitor, do seu acervo de conhecimentos literários e de outras manifestações culturais. Daí a importância da leitura, principalmente daquelas obras que constituem as grandes fontes da literatura universal. Quanto mais se lê, mais se amplia a competência para apreender o diálogo que os textos travam entre si por meio de referências, citações e alusões. Por isso cada livro que se lê torna maior a capacidade de apreender, de maneira mais completa, o sentido dos textos.
  • 51. concerne aos fatores que fazem a utilização de um texto dependente do conhecimento de outro(s) texto(s). Um texto constrói- se em cima do "já-dito. A intertextualidade
  • 52. Definição de tipo e gênero textual • É impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum texto. • Esta visão segue a noção de língua como atividade social, histórica e cognitiva, privilegia a natureza funcional e interativa.
  • 53. Definição de tipo e gênero textual • A língua é tida como uma forma de ação social e histórica e que, ao dizer, também constitui a realidade sem contudo cair num subjetivismo ou idealismo ingênuo. • Neste contexto os gêneros textuais se constituem como ações sócio-discursivas para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de algum modo.
  • 54.  Texto é uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum gênero textual.  Discurso é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instância discursiva. O discurso se realiza nos textos.
  • 55. Domínio Discursivo • Uma esfera ou instância de produção discursiva ou de atividade humana. • Não são textos nem discursos, mas propiciam o surgimento de discursos bastante específicos. • Discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso, discurso político, etc.
  • 57. Tipos Textuais – Classificação segundo Werlich(1973) Descritiva Estrutura simples com um verbo estático no presente ou imperfeito, um complemento e uma indicação circunstancial de lugar. Ex.: Sobre a mesa havia milhares de vidros. Expositiva Exposição sintética pelo processo de composição. Um sujeito e um predicado(no presente) e um complemento com um grupo nominal. Enunciado de identificação de fenômenos. Ex.: Uma parte do cérebro é o córtex. Exposição analítica pelo processo de decomposição. Um sujeito, um verbo da família do verbo ter(ou verbos como contém, consiste, compreende) e um complemento que estabelece com o sujeito uma relação parte- todo.Enunciado de ligação de fenômenos.Ex.: O cérebro tem dez milhões de neurônios.
  • 58. Tipos Textuais – Classificação segundo Werlich(1973) Narrativa Verbo de mudança no passado, um circunstancial de tempo e lugar. Enunciado indicativo de ação. Ex.: Os passageiros aterrissaram em Nova York no meio da noite. Argumentativa Uma forma verbal com o verbo ser no presente e um complemento. Enunciado de qualidade. Ex.: A obsessão com a durabilidade nas Artes não é permanente. Injuntiva Um verbo no imperativo. Enunciados incitadores à ação. Podem assumir configuração mais longe onde o imperativo é substituído por “deve”. Ex.: Pare! Seja razoável. Todos brasileiros acima de 18 anos do sexo masculino devem comparecer ao exército para alistarem-se.
  • 59. Gêneros textuais Abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função. Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, lista de compras, cardápio, instruções de uso, outdoor, resenha, inquérito policial, conferência, bate-papo virtual, etc
  • 60. Observações sobre Gêneros Textuais • Quando dominamos um gênero textual, dominamos uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares. • “A apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas” -> Bronckart(1999)
  • 61. Observações sobre Gêneros Textuais • Os gêneros operam, em certos contextos, como formas de legitimação discursiva, já que se situam numa relação sócio-histórica com fontes de produção que lhes dão sustentação muito além da justificativa individual.
  • 62. Observações sobre Gêneros Textuais • Intertextualidade inter-gêneros = um gênero com função de outro • Intertextualidade tipológica = um gênero com a presença de vários tipos • A possibilidade de operação e maleabilidade dá aos gêneros enorme capacidade de adaptação e ausência de rigidez. Miller(1984) considera o gênero como “ação social” e diz: “uma definição de gênero não deve centrar-se na substância nem na forma do discurso, mas na ação em que ele aparece para realizar- se.” • Bakhtin(1997) indicava a “construção composicional”, ao lado do “conteúdo temático” e do “estilo” como as três características dos gêneros. • Os gêneros são, em última análise, o reflexo das estruturas sociais recorrentes e típicas de cada cultura.
  • 63. Gêneros textuais e ensino • Ter em mente a questão da relação oralidade e escrita no contexto dos gêneros textuais, desde os mais informais até os mais formais e em todos os contextos e situações de vida cotidiana. • Os gêneros são modelos comunicativos e servem, muitas vezes para criar uma expectativa no interlocutor e prepará-lo para determinada reação. Operam prospectivamente, abrindo o caminho da compreensão.
  • 64. Gêneros textuais e ensino • Os interlocutores seguem em geral três critérios para designarem seus textos: –Canal/ meio de comunicação(telefonema, carta, telegrama) –Critérios formais(discussão, conto, debate, contrato, ata, poema) –Natureza do conteúdo(piada, prefácio de livro, receita culinária, bula de remédio)
  • 65. Gêneros textuais e ensino • Os gêneros são geralmente determinados com base nos objetivos dos falantes e na natureza do tópico tratado. • Os gêneros textuais se fundem em critérios externos(sócio-comunicativos e discursivos) e os tipos textuais fundam-se em critérios internos(lingüísticos e formais).
  • 66. Gêneros textuais e ensino • Adequação tipológica que diz respeito à relação que deveria haver, na produção de cada gênero textual, entre os seguintes aspectos: – Natureza da informação ou do conteúdo veiculado; – Nível de linguagem(formal, informal, dialetal, culta, etc) – Tipo de situação em que o gênero se situa(pública, privada, corriqueira, solene, etc) – Relação entre os participantes(conhecidos, desconhecidos, nível social, formação, etc) – Natureza dos objetivos das atividades desenvolvidas.
  • 67. Elementos essenciais a um bom texto: I. COERÊNCIA, isto é, uma unidade de sentido; II. Argumentos: • Compatíveis com a realidade - IMPESSOALIDADE; • Adequados ao objetivo do texto - OBJETIVIDADE; • Organizados em sequência – LINEARIDADE.
  • 68. Modos de organização das ideias: • Por progressão temática; • Por organização temporal/espacial; • Por enumeração; • Por refutação e/ou defesa de posição.
  • 69. Alguns tipos de argumentos: • Provas concretas: dados estatísticos, fatos, experimentos; • Credenciamento do autor; • Citações de autoridades no assunto (argumento de autoridade); • Deduções silogísticas; • Generalizações; • Exemplificações; • Analogias pertinentes; • Crenças e valores legitimados socialmente; • Definições.
  • 70. Marcadores de Coesão sequencial 1. Entre orações de argumento (conectivos/conjunções) a) temporais: quando, assim que, depois que, antes que, enquanto, logo que, desde que, até que b) Causais e consecutivos: porque, pois, como, já que, uma vez que, visto que, por isso, então c) Condicionais: se, caso d) Proporcionais: à proporção que, à medida que e) Conformativas: conforme, segundo, como f) Finais: a fim de que, para que, para
  • 71. Observações: • As conjunções integrantes QUE e SE, fazem articulação sintática, não semântica, entre as orações conectadas; • O sentido é dado pelo conjunto do enunciado; • Os pronomes relativos funcionam como elementos de coesão referencial por retomada (anáfora), pois substituem elementos anteriormente citados.
  • 72. Marcadores de Coesão sequencial 2. Entre argumentos (articuladores discursivo- argumentativo) a) de inclusão/exclusão: até, até mesmo, inclusive b) de adição: até, até mesmo, além de, não só ... mas também, além disso c) de conclusão: logo, portanto, por isso, por conseguinte, então, assim, pois
  • 73. d) de comparação: * de igualdade: como, do mesmo modo que, tanto como, assim como, tanto quanto, tal qual, tal como, tão ... como, tão ... quanto, que nem (coloquial), não só...como também, assim também • de superioridade: mais...que, mais... do que • de inferioridade: menos...que, menos...do que
  • 74. e) de contraposição/contraste: • Conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto; • Advérbios: diversamente, inversamente; • Locuções prepositivas: diversamente de, inversamente a, ao contrário de; • Conjunções e locuções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de que, conquanto, se bem que, por muito que, nem que; • Preposições e locuções prepositivas: apesar de, não obstante
  • 75. f) De explicação/justificativa: isto é, quer dizer, pois, pois que, ou seja g) de especificação/exemplificação: por exemplo, como h) outros tipos não estudados: - de alternância: ou...ou, seja...seja, quer...quer - de retificação: isto é, ou melhor - de generalização/amplificação: aliás, também, realmente
  • 76. Organizadores Textuais a) de abertura: primeiramente, para começar, o primeiro, um fator, por um lado b) de intermediação: em segundo lugar, em terceiro lugar, uma outra questão, de maneira secundária, outro fator, depois, em seguida, por outro lado a) de fechamento: finalizando, por fim, finalmente, para encerrar, por último, enfim
  • 77. Marcadores da posição do autor (modalizadores) a) possibilidades de existência: é possível, é provável b) grau de clareza: evidentemente, não há como negar, é certo, obviamente, talvez, parece razoável, emprego do futuro do pretérito c) grau de imperatividade: é indispensável, opcionalmente, é preciso, é obrigatório d) avaliação: curiosamente, inexplicavelmente, brilhantemente e) afetividade: lamentavelmente, infelizmente f) atenuação: talvez fosse melhor, ao que parece, creio, no meu modo de ver
  • 78. Avalie seu texto: • O tema e o tipo de texto foram respeitados; • Houve aproveitamento da coletânea, se foi pedido; • Há uma imagem autoral, ou seja, o texto parece ser inédito; • Os argumentos são coerentes, as conclusões decorrem deles e há encadeamento entre as ideias; • Há coesão linguística: entre orações, parágrafos e períodos; • O vocabulário empregado é adequado; • O padrão formal da língua foi respeitado.
  • 79. Dissertação É a exposição ou explanação de ideias, podendo conter traços de argumentação; Há três partes básicas na dissertação:  Introdução  Desenvolvimento  Conclusão
  • 80. Dissertação Introdução: • Apresenta a ideia-núcleo ou ideia principal; • Sugere o plano. Desenvolvimento (constituído por duas partes): • Primeira parte: retomada da ideia central enunciada na introdução, por meio de aspectos discriminados, como por exemplos, aspectos físicos, econômicos, políticos, morais etc.
  • 81. Dissertação Desenvolvimento: • Segunda parte: fundamentação da primeira parte, por meio de razões, provas, exemplos ou pormenores, ou seja, os fatos. Conclusão: • É o desfecho da dissertação; retoma as ideias da introdução, apresentando uma avaliação final do assunto discutido.
  • 82. Argumentação A argumentação visa sobretudo a convencer, persuadir ou influenciar o leitor ou ouvinte. Procura-se principalmente formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-lo de que a razão está conosco, de que nós é que estamos de posse da verdade. Proposição: • Deve tentar convencer mediante a apresentação de razões. • Evidência de provas à luz de raciocínio coerente e consistente.
  • 83. Argumentação Condições da Argumentação • A argumentação deve basear-se nos sãos princípios da lógica. Entretanto, nos debates, nas polêmicas, nas discussões que se travam a todo o instante, na simples conservação, na imprensa, nas assembleias ou agrupamentos de qualquer ordem, a argumentação não raro se desvirtua, degenerando em “bate- boca” estéril ou falacioso.
  • 84. Argumentação Condições da Argumentação • O insulto, a ironia, o sarcasmo, por mais brilhantes que sejam, por mais que irritem ou perturbem o oponente, jamais constituem argumentos, antes revelam a falta deles. Tampouco valem como argumentos os preconceitos, as superstições ou generalizações apressadas que se baseiam naquilo que a lógica chama de juízos de simples inspeção.
  • 85. Argumentação Consistência dos Argumentos A argumentação esteia-se em dois elementos principais: • A consistência do raciocínio • A evidência de provas
  • 86. Argumentação Evidência: é a certeza manifesta, a certeza a que se chega pelo raciocínio (evidência da razão) ou pela apresentação dos fatos (evidência de fato), independentemente de toda teoria. São cinco os tipos mais comuns de evidência: • Os fatos propriamente ditos. • Os exemplos. • As ilustrações. • Os dados estatísticos (tabelas, números, gráficos, etc.) • O testemunho.
  • 87. Argumentação Fatos: • Constituem o elemento mais importante da argumentação em particular assim como da dissertação ou explanação de ideias em geral. • Só os fatos provam, só eles convencem. Mas nem todos os fatos são irrefutáveis; seu valor de prova é relativo, sujeitos como estão à evolução da ciência, da técnica e dos próprios conceitos ou preconceitos de vida: O que era verdade ontem pode não o ser hoje. • Os fatos mais evidentes ou notórios são os que mais provam.
  • 88. Argumentação Exemplos: são fatos típicos ou representativos de determinada situação. Ilustrações: quando o exemplo se alonga em narrativa detalhada e entremeada de descrições, tem-se a ilustração. • Há duas espécies de ilustração: a hipotética e a real. • A primeira, como o nome diz, é invenção, é hipótese: narra o que poderia acontecer ou provavelmente acontecerá em determinadas circunstâncias. • A ilustração real descreve ou narra em detalhes um fato verdadeiro. Mais eficaz, mais persuasiva do que a hipotética, ela vale por si mesma como prova.
  • 89. Argumentação Dados estatísticos: • Dados estatísticos são também fatos, mas fatos específicos. • Têm grande valor de convicção, constituindo quase sempre prova ou evidência incontestável. Entretanto, é preciso ter cautela na sua apresentação ou manipulação, já que sua validade é também muito relativa: Com os mesmos dados estatísticos tanto se pode provar como refutar a mesma tese.
  • 90. Argumentação Testemunho: • O testemunho é ou pode ser o fato trazido à colação por intermédio de terceiros. • Se autorizado ou fidedigno, seu valor de prova é inegável. Entretanto, sua eficácia é também relativa.
  • 91. Argumentação Informal • O que é a argumentação? É uma declaração seguida de prova (fatos, razões, evidência). • Presente no nosso cotidiano: Toda vez que conversamos queremos, de certa forma, convencer o nosso pequeno público. • Risco: Nesse tipo de argumentação muitas vezes nos baseamos em indícios e não em fatos. Exemplo: Quando alguém nos paga uma dívida podemos deduzir que essa pessoa recebeu o seu salário do mês, porém isso não é necessariamente verdade, a razão do pagamento da divida pode ter sido outra. Ex: O antigo devedor pode ter ganhado na loteria.
  • 92. Argumentação Informal • Estrutura: Quando usamos uma ideia abstrata, a argumentação assume uma estrutura mais complexa. Exemplo: “O castigo físico é a melhor maneira de se educar uma criança”. (Nesse caso podemos tanto validar a declaração quanto contestá-la.)
  • 93. Argumentação Informal Para contestar dividiremos a nossa argumentação em quatro estágios: 1º estágio: Proposição (Declaração, tese, opinião) 2º estágio: Concordância Parcial 3º estágio: Contestação (é o “miolo” desse tipo de argumentação) 4º estágio: Conclusão (Portanto; por consequência; de forma que)
  • 94. Argumentação Informal • Ou seja... Essa é a estrutura típica da argumentação informal, escrita ou falada. Ela pode ocorrer por contestação, com ou sem concordância parcial, quando se deseja negar a tese de uma outra pessoa.
  • 95. Refutando Argumentos • Comece a refutar o argumento que pareça ser o mais forte; • Procure atacar os pontos mais fracos da argumentação contrária; • “Redução às últimas consequências”: levar os argumentos contrários ao máximo de sua extensão; • Veja se o opositor apresentou uma evidência adequada ao argumento empregado;
  • 96. Refutando Argumentos • Escolha/cite uma autoridade no assunto que tenha dito exatamente o contrário que seu opositor; • Aceite os fatos, mas demonstre que foram mal-empregados; • Ataque a fonte na qual se basearam os argumentos de seu opositor; • Cite exemplos semelhantes, mas que provem o contrário do que seu opositor afirma;
  • 97. Refutando Argumentos • Demonstre que a fala/sentença de seu opositor foi deturpada; • Analise cuidadosamente os argumentos contrários, tentando revelar as falsidades que contêm.
  • 98. Argumentação Formal A argumentação formal é pouco diferente, em sua essência, da informal. Proposição: • Deve ser clara, definida quanto aquilo que se afirma ou nega. • Deve-se argumentar a favor ou contra uma ideia a respeito da qual nem todos estão de acordo, já que a argumentação implica divergência de opinião. Fatos não se discutem. • Deve ser preferencialmente afirmativa e específica para que todos possam posicionar-se contra ou a favor. Ex.: a religião. É um tema muito vago, portanto acaba por não permitir que seja tomada uma posição, apenas proporciona uma explanação.
  • 99. Argumentação Formal Análise da proposição: • Não costuma ser feita na análise informal. • Antes que a proposição seja discutida, deve-se definir o seu sentido e o significado de alguns termos contidos nela.
  • 100. Argumentação Formal Análise da proposição: • Ex.: A paz mundial só se tornaria possível se houvesse respeito entre as nações e suas respectivas culturas. • Talvez fosse necessário conceituar as palavras “paz”, “respeito” e “culturas”. • Além disso, o autor deve esclarecer o que ele tem a intenção de provar.
  • 101. Argumentação Formal Formulação dos argumentos: • É a fase em que o autor deve procurar provas convincentes para justificar seu ponto de vista. • Para isso, ele deve se utilizar de fatos concretos e autênticos como gráficos, exemplos, estatísticas, estudos, comparações, etc. • A ordem em que as provas são apresentadas é muito importante, de modo que costuma-se, na maioria das vezes, apresentá-las em ordem crescente, ou seja, da menos convincente àquela que seja capaz de mais impressionar o leitor.
  • 102. Argumentação Formal Formulação dos argumentos: • Além disso, é importante manter um suspense antes de chegar às conclusões, até um ponto em que elas acabem por se impor. • É importante que o autor dê ênfase nos pontos principais, e antecipe possíveis repostas para objeções do leitor.
  • 103. Argumentação Formal Conclusão • A conclusão será obtida naturalmente a partir da comprovações apresentadas. De um modo mais geral, consiste em tornar explícita a essência da proposição.
  • 107. brubralu@bol.com.br Tarefa para 04.11.2015 Escolher um tema de seu interesse e delimitar; Escolher uma forma de desenvolver o texto; Escolher e selecionar formas de trabalhar os argumentos; Usar o máximo de marcadores de coesão. Duas páginas de texto; times new romam 12; espaçamento 1,5 – margem 3,3,2,2