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              JOSENEIDE BARBOSA DE ANDRADE




O PAPEL DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO LEITORA DE
     CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA ÓTICA DOS
 PROFESSORES DA ESCOLA ANTÔNIO BASTOS DE MIRANDA




             Trabalho monográfico apresentado como pré-requisito para conclusão do
             curso de Licenciatura em Pedagogia, Habilitação em docência e gestão em
             processos educativos, da Universidade do Estado da Bahia-UNEB,
             Departamento de Educação – Campus VII.

             ORIENTADORA: Profª Norma Leite Martins de Carvalho




                       SENHOR DO BONFIM

                            MARÇO 2012
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             JOSENEIDE BARBOSA DE ANDRADE




O PAPEL DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO LEITORA DE
      CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA ÓTICA DOS
  PROFESSORES DA ESCOLA ANTÔNIO BASTOS DE MIRANDA




Aprovada em ________/________/_______



         _________________________________________

            Profª Esp. Norma Leite Martins de Carvalho
                           Orientadora


         _______________________________________________

                             Avaliador




         _______________________________________________

                             Avaliador
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Dedico este trabalho a Eleneide e João, meus pais que são um
exemplo de vida, de coragem, determinação e que me apoiam
sempre, a Bartolomeu meu esposo, pelo seu amor, carinho,
compreensão e por sempre acreditar no meu potencial, a
Jamillhe e Giseide, minhas irmãs pela ajuda nos momentos
preciosos, a minha querida avó Olavina, por me amparar nos
momentos mais difíceis com suas palavras sábias e,
principalmente, às crianças que possivelmente um dia poderão
ser beneficiadas por esta iniciativa.
4



                               AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus o autor da vida a verdadeira ciência de todas as
coisas por tudo que sou e por ser infinitamente bondoso proporcionando-me
sabedoria. Obrigada senhor por me capacitar na realização dessa graduação e pelo
privilégio de concretizar este sonho. Serei eternamente grata.

Agradeço a Universidade do Estado da Bahia por me proporcionar o suporte teórico-
metodológico necessário à construção do meu conhecimento.

A Professora Orientadora Norma Leite Martins de Carvalho, a qual admiro muito
como pessoa, profissional, agradeço por ter acreditado nesse trabalho, pela
confiança depositada, pela dedicação, simplicidade, disponibilidade ao longo do
percurso..., enfim pelos preciosos ensinamentos. Pela paciência de me orientar
nesse trabalho e pelo enriquecimento do conhecimento que me oportunizou, por me
compreender e me orientar nos momentos de angústia.

Aos meus pais, Eleneide e João, base fundamental da minha vida, onde aprendi
desde cedo o valor do amor, da honestidade, da solidariedade, do respeito, da
coragem e da determinação. Por ter me proporcionado o melhor e priorizado sempre
os meus estudos. Obrigada por me fazer uma pessoa melhor, valeu pelo apoio e
amor incondicional.

A minha querida Avó Olavina, e as minhas irmãs, Jamillhe e Gisleide, agradeço por
fazerem parte da minha vida.

Ao meu esposo Bartolomeu pelo amor dedicação, respeito, companheirismo,
incentivo e compreensão nos momentos mais difíceis. Obrigada pelo apoio ao longo
de minha trajetória acadêmica.

As minhas amigas de trabalho, agradeço pelo apoio, compreensão e por escutar as
minhas angústias.

A minha amiga e companheira Fátima por sua amizade e apoio nos momentos
preciosos e a todos os meus colegas do CAMPUS VII Senhor do Bonfim.

E a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram na realização deste
trabalho que eu não citei e mereciam ser citadas.
5




Mas é difícil que reconhecemos como vítimas; por que
desconfiamos de uma fotografia que nos representa como
professores modernos, sinceramente empenhados em motivar
a leitura dos jovens, levemente desconfiados do papel dos
clássicos em tal empresa, profundamente insatisfeitos com o
autoritarismo de avaliações sistemáticas e rigorosas de
atividades de leitura, comprometidas com o prazer (e não com
o dever) da leitura, informados e convencidos da importância
da imaginação e da fantasia na formação do jovem e,
sobretudo, honestamente comprometidos com o projeto de
educação que conduz à leitura crítica do mundo...?

(LAJOLO 2002, P. 38)
6



                                          RESUMO

Este trabalho monográfico discute o papel da Literatura Infantil através da temática: O papel
da literatura infantil na formação leitora de crianças da educação Infantil na ótica dos
professores da Escola Antônio Bastos de Miranda, tendo como objetivo principal refletir
sobre o papel da Literatura Infantil na formação leitora. È uma investigação fundamentada
na abordagem qualitativa. Para a coleta de dados foi utilizada como instrumento a
observação e o questionário. O lócus foi a Escola Municipal Antônio bastos de Miranda no
povoado de Missão do Sahy, situada a 9Km da sede do município de senhor do Bonfim BA,
e teve como sujeitos participantes cinco docentes. Para a efetivação deste travbalho utilizou-
se de reflexões teóricas à luz de Abromovich (1997); Aguiar (1993); Bakhtin (1992);
Bettelhem (1996); Coelho (2001); Freire (1994); Gitelli (2004); Kleiman (2000); Lajolo (2000);
Lerner (2002); Piaget (1998); Silva (1992); Sisto (2005); Tedesco (1998); Zilberman (1987);
que abordam o papel da Literatura na formação leitora de crianças a partir da Educação
Infantil. Como resultado, ficou evidente que as docentes entrevistadas consideram a
Literatura Infantil essencial e a leitura de histórias   um recurso eficiente na formação de
crianças leitoras.

PALAVRAS CHAVE: Literatura infantil, Concepção, Formação leitora
7



                                                           SUMÁRIO

CAPÍTULO I ......................................................................................................................... 10

1 Problematizando a Questão.............................................................................................. 10

CAPITULO II ........................................................................................................................ 16

2 Refletindo sobre os Conceitos .......................................................................................... 16

2.1 Literatura Infantil: Seu Percurso Histórico ...................................................................... 16

2.2 A formação leitora na concepção do professor da educação infantil .............................. 20

2.3 Literatura Infantil: Formação Leitora de Crianças na Educação Infantil .......................... 21

2.3.1 A importância de ouvir histórias .................................................................................. 24

2.4 Literatura Infantil: Aquisição da Leitura .......................................................................... 25

CAPÍTULO III ....................................................................................................................... 28

3. Fundamentos e Procedimentos Metodológicos: Os Percursos da Investigação............... 28

3.1. Lócus de Pesquisa........................................................................................................ 29

3.2. Sujeitos Da Pesquisa .................................................................................................... 29

3.3. Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................................. 30

3.3.1 Observação ................................................................................................................ 30

3.3.2 Questionário ............................................................................................................... 30

CAPÍTULO IV ...................................................................................................................... 31

4. Análise e Interpretação dos Dados .................................................................................. 31

4.1 A concepção de literatura infantil ................................................................................... 32

4.2 Literatura infantil: Elemento essencial para estimular o hábito da leitura ....................... 33

4.3 Histórias infantis no processo de desenvolvimneto da leitura......................................... 34

5. Considerações Finais ...................................................................................................... 37

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 38

APÊNDICE .......................................................................................................................... 40
8



                                     INTRODUÇÃO

        A literatura Infantil tem um papel significativo no desenvolvimento da criança,
aguçando o seu senso crítico, estimulando a mente, a criatividade, buscando dar
sentido às coisas, além de ajudar a criança a formar a sua personalidade. Com isso
percebemos que o contato com a Literatura Infantil estimula a curiosidade da criança
despertando o gosto pela leitura, uma vez que utilizada de modo adequado, torna-se
um instrumento de grande importância na construção do conhecimento do
educando, fazendo com que ele desperte para o mundo da leitura como um ato de
aprendizagem significativa de forma prazerosa.

        É na relação prazerosa da criança com a obra literária que temos a
possibilidade de formarmos o leitor. É na exploração da fantasia e da imaginação
que se instiga a criatividade e se fortalece a interação entre texto e leitor. Além
disso, a Literatura infantil também é um pacote de obras de ficção, poesia, aventuras
e viagens. Pois, como cita Jesualdo (1993),

                      A função que a literatura tende a realizar na mente e na alma e no cérebro
                      da criança é configurar, de certo modo, todo problema partindo de sua
                      necessidade. Aparentemente, este não é o único aspecto analisável, haja
                      visto a importância da literatura infantil também como instrumento de
                      educação. (p. 23).

        Sendo assim, a obra literária se torna uma fonte de complementos para o
desenvolvimento da criança, tendo um poder de encantamento que aguça o gosto
pela leitura tornando as crianças mais felizes e entusiasmadas para ler não como
mera obrigação, mas por prazer.

        É preciso destacar a importância de se aprofundar nesse tema, considerando
o contexto educacional da contemporaneidade, assunto importante no espaço
social, institucional, acadêmico, profissional, uma vez que essa investigação traz à
tona o papel da Literatura Infantil na formação leitora no contexto da Educação
Infantil.

        Nessa perspectiva, surgiu a inquietação a respeito da concepção dos
professores acerca da Literatura Infantil. A nossa questão de pesquisa é Qual é o
papel da Literatura Infantil na formação leitora de crianças na Educação Infantil na
ótica dos professores da Escola Antônio Bastos de Miranda?
9



      Para fundamentar este trabalho, o texto foi organizado em capítulos sendo
que no primeiro encontra-se a fundamentação da        problematização da pesquisa
considerando as minhas inquietações e a visão de autores sobre a questão e os
objetivos traçados. No segundo capítulo, discutiu-se o percurso histórico da
Literatura Infantil, analisando o papel da Literatura Infantil na formação leitora de
crianças, dentre outros elementos que são discutidos. O terceiro capítulo traz
reflexões metodológicas, salientando todos os fundamentos e procedimentos
construídos ao longo da investigação. O quarto capítulo apresenta a análise de
dados no confronto com o referencial teórico, a partir de todos os elementos
coletados na realidade investigada, e por fim, as considerações finais nas quais se
pontuam explicitamente as descobertas como elementos de destaque de todo
percurso investigativo.
10



                                      CAPÍTULO I

1 Problematizando a Questão

         A literatura Infantil tem um importante papel no desenvolvimento da leitura,
desde que a criança desde cedo esteja em contato com livros que a seduza, que a
leve a fantasiar, que a leve a descobrir um mundo encantado cheio de imaginação,
proporcionando descobertas, diálogos, abertura de horizontes para que se processe
uma relação ativa entre falante e língua. A Literatura Infantil, se bem utilizada,
colabora com o entretenimento, mas também contribui com a formação da criticidade
e do questionamento.

         Daí a importância que a literatura infantil possui, ou seja, ela é fundamental
para a aquisição de conhecimentos, informação e interação necessária ao ato de ler.
Percebemos a necessidade da aplicação coerente de atividades que despertem o
prazer de ler e estas devem estar presentes diariamente na vida das crianças, desde
bebês. Conforme Silva (1992, p.57) “bons livros poderão ser presentes e grandes
fontes de prazer e conhecimento. Descobrir estes sentimentos desde bebezinhos
poderá ser uma excelente conquista para toda vida”.

         Abromovich,(1997,p.16 e 17) colabora também com a ideia de que o primeiro
contato de uma criança com a literatura ocorre “através da voz da mãe, do pai, ou
dos avós contando contos de fadas, trechos da Bíblia, histórias inventadas (tendo a
criança como personagens),livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros
mais”.

         Dessa forma, o ato de contar histórias é extremamente importante e benéfico
para o desenvolvimento da criança, podendo assim, ser utilizado como estratégia
para formar leitores.

         O papel da escola é contribuir para a formação de um indivíduo crítico,
responsável e atuante na sociedade. Isso por que se vive em uma sociedade onde
as trocas sociais acontecem rapidamente, seja através da leitura, da escrita, da
linguagem oral ou visual.

         Diante disso, a escola busca conhecer e desenvolver na criança as
competências da leitura e da escrita e a literatura infantil pode influenciar de maneira
11



positiva neste processo. Assim, Bakhtin (1992) diz que a literatura infantil, por ser
um instrumento motivador e desafiador, é capaz de transformar o indivíduo em um
sujeito ativo, responsável pela sua aprendizagem que sabe compreender o contexto
em que vive e modificá-lo de acordo com a sua necessidade.

      Vale ressaltar que as atividades com a Literatura Infantil em sala de aula
devem estimular o falar e o ouvir, a fim de produzir inquietações nas quais as
exposições argumentativas e embate das ideias sejam significativas. A instituição
escolar precisa trabalhar a Literatura Infantil não de forma mecânica, mas de forma
concreta com o objetivo de formar leitores críticos e reflexivos e garantir ao mesmo
tempo aquisição da língua. Segundo Lerner (2002):

                     È formar seres humanos críticos, capazes de ler entrelinhas e de assumir
                     uma posição própria frente à mantida, explícita ou implicitamente, pelos
                     autores dos textos com os quais interagem, em vez de persistir em formar
                     indivíduos dependentes da letra do texto e da autoridade de outros (p.27).

      Percebendo que a literatura infantil tem um papel fundamental na formação
do leitor e que é algo que abre as portas da inteligência e da sensibilidade da
criança para sua formação integral, o interesse e o hábito para leitura se torna um
processo constante, que começa muito cedo, em casa, aperfeiçoa-se na escola e
continua pela vida inteira. Somente quem conhece a importância da literatura, sabe
o poder que tem uma história bem contada, sabe os benefícios que uma simples
história pode proporcionar.
      De acordo com Abromovich (1995) é importante para formação de qualquer
criança, ouvir, muitas histórias. Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um
leitor, é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e compreensão de
mundo.

      Ouvir histórias é algo tão prazeroso que desperta o interesse das pessoas em
todas as idades, principalmente na infância, onde a criança é capaz de se interessar
e gostar, ainda mais já que sua capacidade de imaginar é mais intensa.

      As crianças que ouvem histórias desenvolvem desde cedo grande interesse
pela leitura e pela escrita e recebem inúmeras informações sobre o mundo e sobre a
estrutura da língua que não pode ser desprezada.
12



      Sendo assim, podemos perceber que a vivência com a literatura infantil se
torna imprescindível no exercício da leitura, e como a escola pode desenvolver na
criança o hábito de ler por prazer e não por obrigação, pois será através de livros
literários que a criança poderá exercitar os mecanismos de leitura na fase de
alfabetização e dominando-os gradativamente.

      Coelho (2001, p.34) enfatiza de maneira brilhante o papel que a literatura
exerce na formação do homem: “A literatura é o verdadeiro microcosmo da vida real,
transfigurada em arte.” As possibilidades ofertadas pelo livro, por suas histórias e
personagens trazem aos que leem uma nova forma de ver o mundo. E na fase na
qual propomos investigar toma maior dimensão, pois essa consciência será
assimilada no momento do desenvolvimento, daí a importância de atrair leitores
nesse período.

      A leitura na Educação Infantil muitas vezes é feita de forma precária, é dada
muito mais importância ao ensino lexical em detrimento do ensino do sentido das
palavras nos textos, tornando à aprendizagem da leitura para a maioria das crianças
algo desinteressante e distante de suas necessidades de comunicação. Por muito
tempo a escola tem cometido o equivoco de pensar que seu único papel é ensinar a
ler, escrever e fazer contas. O papel do professor está além destas questões.

      O papel de mediador desempenhado por nós professores não é uma tarefa
simples. A funçãode cada um de nós professores e professoras é formar leitores
proficientes, isso significa que, para o leitor ainda em formação, é preciso que os
objetivos de leitura sejam estabelecidos pelo professor que em primeiro lugar irá
escolher textos adequados aos interesses e competências que esse leitor em
formaçõa possui paraserem lidos em sala de aula.

      Ainda é papel do mediador, promover a leitura de textos que devam ser
aprofundados para que todos vivam realmente o encantamento da descoberta de
sentidos trazidos pela leitura, dialongando sempre com a realidade e formando para
cidadania. Para que o processo de aquisição e valorização da leitura seja eficaz, faz-
se necessário que todos os professores de diversos seguimentos e áreas de
conhecimento     estejam    verdadeiramente      engajados    nessa     busca    pelo
desenvolvimento da capacidade leitora de nossos alunos, deixando de lado o
13



pensamento retrógrado de que esse papel é somente           do professor de língua
portuguesaou do professor alfabetizador.

      Se diagnosticamos que o nosso aluno não lê,seja em qualquer série em que
ele se encontre, o nosso papel como professores e professoras, é parar
imediatamente o que estamos ensinando, o conteúdo que está sendo trabalhado,
deixar de procurar culpados e envolver esse aluno nos processos de leitura para que
assim ele possa realmente aprender a ler e compreender satisfatóriamente um
determinado texto.

      Ler é uma tarefa muito mais complexa do que se pensa. Não se trata apenas
de decifrar códigos, mas dominá-los inteiramente estabelencendo um verdadeiro
diálogo entre o texto e o leitor, portanto torna-se um ato pessoal e determinante na
vida do leitor, pois a leitura nos possibilita ampliar os conhecimentos intelectuais,
afetivos e emocionais.

      A leitura representa uma atividade de grande importância. É através dela que
podemos interagir e compreender o mundo a nossa volta é por isso que podemos
verificar que há muitas discussões a respeito desse assunto. A principal
preocupação está na importância e nas dificuldades para o ensino da leitura em sala
de aula.

      As dificuldades de leitura em sala de aula são percepitíveis nas habilidades
necessárias na composição de uma frase, de um texto onde as crianças não
dominam a leitura com eficiência. (KLEIMAN, 2000).

      Desta forma, para se garantir uma leitura eficaz, deve-se deixar bem claro
para as crianças qual o objetivo da leitura que fazem ao se ensinar a ler e
compreender textos. Fora do ambiente escolar o aluno irá deparar-se com os mais
variados tipos de textos nas mais variadas situações e ele deverá ser capaz de
interagir com eles a fim de alcançar um determinado objetivo. Ao usar o texto na
sala de aula como pretexto para ensinar gramática o professor está impedindo seus
alunos de perceberem quão rica e importante é a habilidade de ler e compreender
bem textos.
14



      Zilberman (2009) aposta no trabalho de leitura feito na escola em que
possibilita uma relação entre alunos e o texto.

                      Consequentemente, a proposta de que a leitura seja enfatizada na sala de
                      aula significa o resgate de sua função primordial, buscando, sobretudo, a
                      recuperação do contato do aluno com a obra de ficção. Desse intercâmbio,
                      respeitando-se o convívio individualizado que se estabelece entre o texto e
                      o leitor, emerge a possibilidade de um conhecimento do real, ampliando os
                      limites até fisicos, já que a escola se constrói como um espaço à parte que
                      o ensino se submete (ZILBERMAN, 2009, p.35).

      Diante dessa perspectiva teórica, percebemos qua o trabalho com a literatura
na escola é imprescindível para a formação do ser, pois a literatura propicia o
desvendar de mundos, o contato com situaçõese experiências antes inexploráveis
pelo leitor. Coelho (2000) afirma:

                      A escola é, hoje, o espaço privilegiado, em que deverão ser lançadas as
                      bases para a formação do indíviduo. E, nesse espaço, privilegiamos os
                      estudos literários, pois, de maneira mais abrangente de quaisquer outros,
                      eles estimulam o exercício da mente; a percepção do real em suas múltiplas
                      significações; a consciência do eu em relação ao outro; a leitura de mundo
                      em seus vários níveis e, principalmente,dinamizam o estudo e conhecmento
                      da lígua, da expressão verbal e consciente.( p.16)

      Portanto, o espaço escolar pode ser considerado como importantíssimo para
a construção do indivíduo, tanto em relação aos saberes de que necessita para viver
em sociedade, quanto para a construção de um ser criativo, tendo todas as suas
potencialidades desenvolvidas.

      Diante de tudo isso, e observando os espaços escolares foi que percebemos
que as dificuldades encontradas por alguns docentes em conquistar e manter o leitor
crítico ainda decorre do equívico quanto à concepção de que a leitura de um texto se
reduz à apreensão de códigos. Entretanto Paulo Freire (1982,p) afirma:

                      A compreensão crítica do ato de ler não se esgota na decodificação pura de
                      palavra escrita ou da linguagem escrita, mas se antecipa e se alonga na
                      inteligência do mundo.(...) A compreenção do texto a ser alcançada por sua
                      leitura crítica implica a percepção das relações entre texto e leitor (p. 1-2).

      Com isso o grande desafio de um professor é ensinar a ler e escrever a partir
de reflexões sobre o processo envolvido na alfabetização, em que é essencial
incorporar às práticas de sala de aula o texto literário, de maneira particular,
compondo o conhecimento da criança e redimensionando as afetividades pela
mediação dos signos verbais ou mesmo não verbais. Diante disso, emergiu a
15



seguinte questão: Qual é o papel da Literatura Infantil na formação leitora de
crianças na Educação Infantil na ótica dos professores da Escola Antonio Bastos de
Miranda?

      Sendo assim, para nortear a efetivação dessa pesquisa, os objetivos
propostos foram: 1. Analisar se a Literatura Infantil é um elemento essencial para a
formação leitora de crianças. 2. Refletir a contribuição da literatura infantil para o
desenvolvimento da habilidade da leitura.
16



                                     CAPITULO II

2 Refletindo sobre os Conceitos

2.1 Literatura Infantil: Seu Percurso Histórico

      Segundo Regina Zilberman (1987 p. 13). Os primeiros livros para crianças
foram produzidos ao final do século XIII e durante o século XVIII. Antes disto, não se
escrevia para elas, porque não existia a “Infância”.

      A literatura era produzida para adultos e aproveitada para criança. Seu
aspecto didático-pedagógico de grande importância baseava-se numa linha
moralista paternista, centrada numa representação de poder. Era, portanto uma
literatura para estimular a obediência, segundo a igreja, o governo ou ao senhor.
Uma literatura intencional, cujas histórias acabavam sempre premiando o bom e
castigando o que é considerado mal. Segue à risca os preceitos religiosos e
considera a criança um ser a se moldar de acordo com o desejo dos que a educam,
podando-lhe aptidões expectativas.

      Segundo Silva (1997, p.43) “(...) a leitura é uma prática social construída
historicamente e, por isso mesmo, depende de determinadas condições para sua
efetivação”. A produção para crianças surgiu com o objetivo de ensinar valores
(caráter didático), ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar a adoção de
hábitos.

      Historicamente até o século XVII as crianças eram tratadas como adultos, não
havia um mundo infantil, não se escrevia para crianças, não existindo assim histórias
voltadas ao mundo infantil. Foi a partir da Idade Moderna que a criança começou a
ser vista como um indivíduo que precisava de atenção especial. E o reconhecimento
da infância foi visto como um momento próprio, específico da vida de cada ser
humano. Segundo Lajolo (2002) diz:

                     Se a “construção” da infância ocorreu ainda no século XVIII –
                     contemporânea da Revolução Industrial, com o passar do tempo, outras
                     segmentações se foram tornando necessárias no interior desse primeiro
                     grande segmento dos não-adultos(p.26).

      Em fins do século XIX, a literatura infantil começa a transitar por terras
brasileiras, difundindo a mesma concepção que lhe dera origem e contextualizando-
17



se no panorama da literatura universal. De natureza popular e circulação oral,
prevaleceu até esse período com o misticismo e o folclore das culturas indígenas,
africanas e europeias.

       O percurso da literatura infantil no Brasil foi marcado pelo momento histórico e
cultural, e especialmente pelo o ano de 1921, quando nascia oficialmente pelas
mãos de Monteiro Lobato que estreou o livro: “Narizinho arrebitado” apresentando
ao mundo a boneca Emilia, a mais moderna e encantadora fada humanizada. Foi aí
que a literatura recebeu uma roupagem nova, visível na inovação temática das
histórias e na aproximação entre linguagem e o tom coloquial que caracterizava a
fala brasileira.

       Entretanto os primeiro autores brasileiros que se interessaram pela Literatura
no país foram Carlos Jansen e Aberto Figueredo Pimentel, Monteiro Lobato . Eles
traduziram as mais significativas obras que hoje são consideradas como “clássicos”
para a criançada.

       Hoje a dimensão de literatura infantil é muito mais ampla e importante. Ela
proporciona à criança um desenvolvimento emocional, social e cognitivo
indiscutíveis. Segundo Abramovich (2007) quando as crianças ouvem histórias,
passam a visualizar de forma mais clara, sentimentos que têm em relação ao
mundo. As histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância, como
medos sentimentos de inveja e de carinho, curiosidade, dor, perda, além de
ensinarem infinitos assuntos.

       Segundo Ambramovich (1997):

                     É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros
                     tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra
                     ótica... É ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia,
                     antropologia, etc. sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos
                     achar que tem cara de aula (p. 17).

       Neste sentido, quanto mais cedo à criança tiver contato com os livros e
perceber o prazer que a leitura produz, maior será a probabilidade dela torna-se um
adulto leitor. Da mesma forma através da leitura a criança adquire uma postura
crítico-reflexiva extremamente relevante à sua formação cognitiva.
18



          Quando a criança ouve ou lê uma história e é capaz de comentar, indagar,
duvidar ou discutir sobre ela, realiza uma interação verbal, que neste caso, vem ao
encontro das noções de linguagem de Bakhtin (1992). Para ele, o confrontamento de
ideias, de pensamentos em relação aos textos, tem sempre um caráter coletivo,
social.

          A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de
construção do significado do texto. Segundo Coelho (2002) a leitura, no sentido de
compreensão do mundo é condição básica do ser humano.

          Silva (1997, p.43) acrescenta “... a leitura é uma prática social construída
historicamente e, por isso mesmo, depende de determinadas condições para sua
efetivação”. A produção para crianças surgiu com o objetivo de ensinar valores
(caráter didático), ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar a adoção de
hábitos.

          Na atualidade, já se pode falar de uma larga produção brasileira que leva em
conta a criança. Autores como Ziraldo, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Monteiro
Lobato e tantos outros que veiculam em suas obras ideias engraçados e bem,
humoradas, trazem nos textos proposições sugestivas que respeitam a criança na
sua capacidade lúdica, política e criativa estabelecendo entre leitor o texto uma
relação prazerosa.

          Portanto a literatura infantil torna-se deste modo imprescindível. Os
professores dos primeiros anos da escola fundamental devem trabalhar diariamente
com a literatura, pois esta se constitui em material indispensável que aflora a
criatividade infantil e desperta as veias artística da criança.

          Ao longo de estudos e experiências percebe-se o quanto o trabalho
pedagógico, especialmente com a literatura infantil é importante, e requer dos
educadores planejamento, disciplina, organização, uso adequado do tempo e
principalmente se apaixonar pela literatura infantil para assim desenvolver uma
aprendizagem significativa.

          No contexto atual em que o mundo passa por inúmeras transformações de
sua história e a educação deve também acompanhar essas mudanças,
especialmente a tecnológica, pois os debates e propostas educacionais vêm-se
19



disseminando de forma significativa principalmente no âmbito da língua, e em
especial de Literatura Infantil. Esse é o papel que os veículos de comunicação
passaram exercer no mundo contemporâneo com um aporte dos novos meios
disponibilizados pela informática que são conhecidos gerados em fontes
indiretamente escolares. Nas telinhas criadas de consensos e legitimadoras das
variadas formas de poder, esse é um motivo para o educador(a) fazer permanente
crítica nas mensagens geradas. Segundo Getelli (2004):

                      (...) tanto as crianças como os professores vivem num espaço social
                      midiatizado por mensagens televisivas, radiofônicas, jornalísticas, etc.,
                      capazes de provocar alterações nos comportamentos, criar referências para
                      o debate público, influenciar na tomada de decisão, além de revelar, muitas
                      vezes,os próprios limites do discurso pedagógico.(p.140).

        Diante da crescente presença da imprensa escrita da televisão e o
computador cabe ao professor orientar como os alunos devem utilizar esses
recursos de forma educativa e prazerosa. Precisa-se está atentos aos recursos
tecnológicos. Segundo Gitelli (2004,p.135): “(...) a televisão teria forte impacto sobre
a criança podendo levá-lo à formação de hábitos socialmente negativos”. É inadiável
essas informações para transformá-las em ensino aprendizagem, para lidar com a
tecnologia de forma positiva é necessário usar no momento certo como recurso
didático.

        Portanto, acentua-se que a literatura infantil na escola é imprescindível para a
formação do ser, pois a literatura propicia o desvendar de mundos, o contato com
situações e experiências antes inexploradas pelo leitor e em sala de aula oportuniza
condições indispensáveis ao desenvolvimento cognitivo, social, moral e emocional
cabendo ao professor analisar criteriosamente as atividades e suas potencialidades
educativas, permitindo a compreensão da obra, bem como o gosto da leitura
literária.

        Neste sentido, a escola precisa oferecer oportunidade para que a literatura se
realize como instrumento de formação do ser, constituindo um indivíduo ativo na
sociedade, pois é a escola que assume a responsabilidade de iniciar a criança no
processo de alfabetização, preparando um leitor efetivo, ou seja adotando um
comportamento em que a leitura deixa de ser ocasional e passa a integrar a vida do
sujeito.
20



2.2 A formação leitora na concepção do professor da educação infantil

      O professor, principalmente o da educação Infantil, deve estar consciente do
papel que literatura Infantil exerce em função da leitura, pois a construção da leitura
na sala de aula merece cuidados especiais. O livro é um objeto de arte com
características de uma experiência criadora, por isso o ato de ler atualiza esse
processo revelador da arte da palavra desenvolvendo a expressão do sujeito numa
dimensão reflexiva e crítica.

      É com esta perspectiva, que a prática leitora deve ser realizada em sala de
aula. O professor se tornar interprete da literatura ao desvendar os caminhos da
leitura. Dessa forma, a literatura assume o seu verdadeiro lugar na leitura da escola.

      As dificuldades encontradas por alguns docentes em conquistar e manter o
leitor acontecem, fundamentalmente, do equívoco quanto à concepção do texto
literário que é atribuída apenas, ao ato de ler, simplesmente por ler, por obrigação. A
leitura do texto na maioria das vezes continua sendo reduzida à apreensão do
código. Entretanto Paulo Freire (1982) afirma que: A compreensão crítica do ato de
ler não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita,
mas se antecipa e se alonga na inteligência do mundo... (p. 1-2).

      Diante disso, percebemos que o leitor deve relaciona os significados do texto
com a sua compreensão de mundo. Por isso precisa-se de professores
transformadores, críticos, que valorizem a educação e que de forma comprometida
estimule a imaginação da criança, aguçando o prazer pela leitura e compreendendo
a verdadeira finalidade da literatura, bem como dos processos essenciais ao ato de
ler. Para que isso aconteça, torna-se necessário que o educador esteja munido de
conhecimentos teóricos sobre a importância da Literatura Infantil na formação leitora
da criança estabelecendo objetivos claros para o trabalho que irá desenvolver.

      Portanto os pedagogos, que estão ou estarão em sala de aula, precisam ter
consciência da importância da Literatura Infantil, pois a escola é o lugar de
transformações individual, social e cultura dos sujeitos. Os pedagogos devem,
entretanto desenvolver a função pedagógica com compromisso e caráter inovador.
21



2.3 Literatura Infantil: Formação Leitora de Crianças na Educação Infantil

      A literatura é uma arte e como forma de arte ela proporciona a criança
condições de elaborar significadamente os dados da realidade e a sua interação
com ela,compreender melhor os contornos do real e as emoções que ele provoca,
incentivando a criança a produzir textos. Contudo Coelho (2000) afirma:

                     A literatura infantil é, antes de tudo, literatura: ou melhor, é arte: fenômeno
                     de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da
                     palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e
                     sua possível/ impossível realização (p.27).

      Segundo Sisto (2005,p.1) “ao fazer contato com a obra de arte, no caso a
literatura, a criança participa de uma ação pedagógica, mesmo que não seja essa a
função da narração oral ou do texto literário”. O fenômeno da criatividade que
representa o mundo da criança e canaliza melhor as informações através da mesma
é possível incorporar sonhos a realidade além de ajudar no desenvolvimento
intelectual, criativo e psicológico da criança e ajuda de alguma forma a criança a
resolver seus conflitos internos. Palo (2001) informa que:

                     Os bastidores da construção da personagem são desvendadas aos olhos
                     da criança, que vê a sua frente “um boneco engraçado” não uma réplica
                     sua, mas um boneco que foi montado, sem segredos, à sua frente e que ela
                     pode desmontar e remontar, de agora em diante na medida em que entra
                     na brincadeira pondo em ação a sua imaginação criadora (p.37).

      Ler ou contar história para crianças é ter a curiosidade em relação a tantas
perguntas. É encontrar outras ideias para solucionar questões. É uma possibilidade
de descobrir o mundo imenso dos conflitos, das soluções que todos vivem. Por meio
de um simples conto relatado com emoção e carinho, os pequenos ouvintes
assimilam conceitos éticos, políticos, filosóficos, religiosos e aprendem a lidar com a
realidade de forma divertida e desenvolve sua própria fantasia.

      Desse modo a relação aluno com a literatura através da sistematização
dinâmica que possibilitou além da diversidade de informações, novas perspectivas
de conhecimentos e aprendizagem facilitando assim a relação lúdica, afetiva do
aluno através da Literatura Infantil. E Segundo Sisto (2005),

                     Por tudo isso pode se dizer: as crianças que têm contato com as histórias
                     desenvolvem mais a imaginação, a criatividade e a capacidade de
                     discernimento e crítica; na medida em que se tornam ouvintes e leitores
                     críticos, as crianças assumem o protagonismo de suas próprias vidas (p.3).
22



      Entretanto é nessa relação prazerosa com as obras literárias que se deve
formar o leitor, e é na exploração simbólica da fantasia e da imaginação que
desabrocha o ato criador e se desenvolve a comunicação entre o texto e o leitor de
forma crítica e reflexiva, dessa forma a criança de forma criativa e divertida constrói
sua própria história com autonomia, construindo uma compreensão maior de si e do
mundo em que vive. Terá oportunidades de desenvolver sua criatividade e ampliar
seus conhecimentos percebendo o mundo que cerca. Para Bettehein (1996).

                     Enquanto diverte as crianças, o conto de fadas esclarece sobre se mesmas
                     e favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significado em
                     tantos níveis diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos
                     modos que nenhum livro pode fazer justiça á multidão e diversidade de
                     contribuições que esses contos dão à vida da criança (p.20).

      É no encontro com qualquer forma literária que a criança tem a oportunidade
de ampliar/transformar suas próprias experiências de vida. Nesse sentido a literatura
se apresenta não só como veículo de manifestação de cultura, mas também de
ideologias, deve ser utilizada como instrumento de sensibilização para expansão da
capacidade e interesse de analisar o mundo.

      Na concepção de Aguair e Bordini (1993):

                     A obra literária pode ser entendida como uma tomada de consciência do
                     mundo concreto que se caracteriza pelo sentido humano dado a esse
                     mundo pelo autor. Assim, não é um mero reflexo na mente, que se traduz
                     em palavras, mas o resultado de uma interação ao mesmo tempo receptiva
                     e criadora. Essa interação se processa através da mediação da linguagem
                     verbal escrita ou falada.(p.14).

      Poucas crianças têm o hábito de ler em nosso país. A maioria tem o primeiro
contato com a literatura apenas quando chega á escola. E a partir daí, vira
obrigação, pois infelizmente muitas de nossos professores não levam em conta o
gosto e a faixa etária em que a criança se encontra.

      A literatura bem realizada em sala de aula é aquela em que a criança interage
com os diversos textos trabalhados de tal forma que possibilite o entendimento do
mundo em que vivem. Para alcançarmos um ensino de qualidade se faz necessário
que o professor descubra critica e que saiba selecionar as obras literárias a serem
trabalhadas com crianças. Ele precisa desenvolver recursos pedagógicos para
contagiar e aproximar a criança do livro. Segundo Bettelhein (1996).

                     Para que uma história prenda realmente a atenção da criança deve entretê-
                     la e despertar sua curiosidade. Mas Para enriquecer sua vida deve
23



                      estimular – lhe a imaginação: ajuda-la a desenvolver seu intelecto e a tornar
                      clara suas emoções; estar harmonizada com sua ansiedades e aspirações;
                      reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir
                      soluções pra os problemas que a perturbam...(p.13).

      Ao trazer a literatura infantil para a sala de aula, o professor estabelece uma
relação de dialogo com o aluno, o livro e sua realidade. Além de contar ouler a
história, ele cria condições em que a criança expressa seu ponto de vista troque
opiniões e crie novas situações construindo uma nova história. De acordo com
Abromovich (1995, p.17).

                      Ler história, para crianças, sempre, sempre... é poder sorrir, ganhar
                      gargalhadas com as situações vividas pelas personagens, como a ideia do
                      conto ou com jeito de escrever dum autor e então, poder ser um pouco
                      cúmplice desse momento de humor de brincadeira de divertimento... è
                      também suscitar o imaginário é ter a curiosidade respondida em relações a
                      tantas perguntas, é encontrar outras ideias pra solucionar questões ( como
                      as personagens fizeram...).

      Portanto a conquista do pequeno leitor se dá através da relação prazerosa
com o livro infantil, onde a imaginação se mistura com a realidade.

      As experiências da leitura apreciadas na sala de aula vêm carregadas de um
mecanismo bastante notável, de uma decodificação de letras e palavras que
apontam para superficialidade de significados que os discentes enquanto leitores
atribuem à leitura. Para tanto experimentarmos ler mais de uma vez qualquer texto,
entender a mensagem do texto em conjunto por meio de perguntas orais; contar
histórias; interpretar questões dos textos lidos, além de desenvolver a leitura,
proporciona a socialização, o hábito de ouvir e sentir prazer nas situações que
envolvem leitura de história.

      Assim fez–se necessário uma prática conscientemente pedagógica além de
educativa, embasada numa pedagogia que acredite como Tedesco (1998.51) que “a
missão da educação é ajudar cada indivíduo a desenvolver todo potencial e a tornar-
se um ser completo não um instrumento para a economia”.

      Desta forma, o processo de ensino, sendo algo enriquecedor, contribui com o
desenvolvimento     da    aprendizagem.        Desenvolvendo         atividades     de    leitura,
apresentações teatrais, contos e recontos de histórias, busca-se incitar o prazer pela
leitura. A integração de ideias, a produção de saberes necessários à realidade dos
alunos, assim como dos professores, são aspectos que favorecem a edificação de
anseios na busca de aprendizagens verdadeiramente consistentes. Gentili e Alencar
24



(2007.p.22) afirmam que “as relações que estabelecem notadamente entre alunos e
professores, além da necessária troca de saberes, são intrinsecamente, espaços de
troca de perspectiva, percepções e vivências” A ordem e as relações que se
estabelecem em diferentes atividades podem determinar significadamente o tipo e
as características do ensino.

2.3.1 A importância de ouvir histórias

      Ouvir histórias é um acontecimento tão prazeroso que desperta o interesse
em todas as idades. Se os adultos adoram ouvir uma história, a criança é capaz de
se interessar e gostar ainda mais por elas, já que sua capacidade de imaginar é
mais intensa.

      A narrativa faz parte da vida da criança desde quando bebê, através da voz
amada, dos acalantos e das canções de ninar, que mais tarde vão dando ás
cantigas de roda, a narrativas curtas sobre crianças, animais ou natureza. Aqui,
crianças bem pequenas, já demonstram seu interesse pelas histórias, batendo
palmas, sorrindo, sentindo medo ou imitando algum personagem. Neste sentido é
fundamental para a formação da criança que ela ouça muitas histórias desde a mais
terna idade, sendo assim é de suma importância a adequação de livros à idade.

      O primeiro contato da criança com um texto é realizado oralmente, quando o
pai, mãe, os avós ou outra pessoa conta-lhe os mais diversos tipos de histórias. A
preferida, nesta fase, é a história da sua vida. A criança adora ouvir como foi que ela
nasceu, ou fatos que aconteceram com ela ou com pessoas da sua família. À
medida que cresce, já é capaz de escolher a história que quer ouvir, ou a parte da
história que mais lhe agrada. É nesta fase, que as histórias vão tornando – se aos
poucos mais extensas, mais detalhadas.

      Na fase de 2 a 5 anos de idade, a criança faz pouca distinção do mundo
exterior e interior, vivendo um período de grande egocentrismo. È também a idade
do pensamento mágico, então os primeiros livros devem conter gravuras
pertencentes ao meio em que a criança vive e que possam ser identificados por elas
(brinquedos, animais, etc.), também podem ser apresentados livros que agrupam
objetos, relacionando-os com várias coisas que são familiares às crianças.
25



       Ainda se adequam a essa faixa etária brincadeira que envolva parlendas e
cantigas de roda, já que a criança gosta de versos infantis em virtude do ritmo, do
jogo de palavras e sons. Também se observa nessa fase, um especial interesse por
histórias envolvendo animaizinhos, que promovem um processo inconsciente de
identificação.

       Com isso a criança passa a interagir com as histórias, acrescentam detalhes,
personagens ou lembra fatos que passaram despercebidos pelo contador. Essas
histórias reais são fundamentais para que a criança estabeleça a sua identidade,
compreender melhor as relações familiares. Outro fato relevante é vínculo afetivo
que se estabelece entre o contador das histórias e a criança. Contar e ouvir uma
história aconchegando a quem se ama é compartilhar uma experiência gostosa, na
descoberta do mundo das histórias e dos livros.

       É importante contar histórias mesmo para crianças que já sabem ler, pois
segundo Abramovich (1997, p. 23) “quando a criança sabe ler é diferente sua
relação com as histórias, porém, continua sentindo enorme prazer em ouvi-las”.
Quando as crianças maiores ouvem as histórias aprimoram a sua capacidade de
imaginação, já que ouvi-las pode estimular o pensar, o desenhar, o escrever, o criar,
o recriar. Num mundo de hoje tão cheio de tecnologias, onde as informações estão
tão prontas, a criança que não tiver a oportunidade de suscitar seu imaginário,
poderá no futuro, ser um indivíduo sem criticidade, pouco criativo, sem sensibilidade
para compreender a sua própria realidade.

2.4 Literatura Infantil: Aquisição da Leitura

       Durante muitos anos a leitura era utilizada somente nas aulas de Português,
na gramática, e não se trabalhava a leitura no seu sentido completo, o de formar
verdadeiros leitores, capazes de interpretar qualquer texto com clareza. Para isso
faz-se necessário que desde cedo, antes mesmo de frequentar a escola, a criança
tenha contato com livros, perceba que seus pais ou responsáveis estejam
intimamente ligados ao mundo da leitura, pois quando a criança convive em um
ambiente letrado, consequentemente ela fará as atividades de leitura com prazer
apresentando maior êxito na escola, pois se desenvolverá com mais facilidade. No
26



entanto observa-se que a maioria dos alunos que chegam a sala de aula, vem de
lares que não incentivam a leitura.

      Diante disso é que surgem as preocupações por parte dos educadores em
incentivar a leitura, pois sem esse auxílio familiar dificulta e atrasa o processo de
ensino aprendizagem. Portanto os educadores devem fazer da literatura infantil e da
leitura um momento de prazer, para que não a façam só como uma tarefa a mais da
escola. Na sala de aula deve existir um cantinho onde a criança possa manusear os
livros, ler individualmente ou coletivamente, um ambiente aconchegante, em que a
criança sinta prazer de estar ali, tenha liberdade e possa socializar-se melhor com
as demais crianças, ou seja transformar a sala de aula em um ambiente
alfabetizador, uma sala de aula textualizada constituindo recurso essencial para o
desenvolvimento da leitura.

      A leitura não pode ser confundida com decodificação de sinais, com produção
mecânica de informações, respostas convergentes ou estímulos escritos e pré-
elaborados. A leitura deve ser real, caso contrário torna-se um processo mecânico e
decodificação de símbolos. Nessa perspectiva Palo, (2001) aborda o poder da
literatura na formação do pensamento da criança.

                     Ora sendo assim, o pensamento infantil esta apto para responder à
                     motivação do signo artístico, e uma literatura que se estreie sobre esse
                     modo de ver a criança torna-a indivíduos com desejos e pensamentos
                     próprios, agente de seu próprio aprendizado (p.8).

      A literatura tem um caráter pedagógico que proporciona meios para
desenvolver habilidades que agem como recursos facilitadores no processo de
aprendizagem. Essas habilidades poderão ser absorvidas no enriquecimento do
vocabulário, nas referências textuais, na interpretação de textos na ampliação do
repertório linguístico na reflexão e criatividade. Segundo Coelho (2000, p.15): “A
literatura em especial a infantil tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta
sociedade em transformação: a de servir como agente de formação seja no
espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo/texto estimulado pela escola”. Com
isso a literatura infantil se torna um recurso de inserção das crianças nas relações
éticas e morais que permeiam a sociedade em que estão inseridas.

      Geralmente quando pensamos em ler e escrever, nos vem à tona que é a
“escola”, porém, podemos perceber que fora da escola também se lê e se escreve
27



de diversos modos. O processo de leitura ultrapassa os muros escolares e passa a
fazer parte da nossa vida cotidiana, ou seja, a leitura pode surgir dentro e fora da
escola. Lajolo define como:

                     Do mundo da leitura a leitura do mundo, o trajeto se cumpre sempre,
                     refazendo-se, inclusive, por um vice-versa que transforma a leitura em
                     prática circular e infinita. Como fonte de prazer e de sabedoria, a leitura não
                     esgota seu prazer de sedução nos estreitos círculos da escola. (p.7).

Diante disso, percebemos que a Literatura Infantil possui um caráter educativo que
auxilia no desenvolvimento social, intelectual, cognitivo e psicológico da criança. Os
textos literários são coerentes e significativos e possibilitam ao educando tornar-se
um leitor crítico e reflexivo, portanto é essencial incorporar às práticas de sala de
aula o texto literário, para, de maneira particular, compor o conhecimento da criança
e redimensionar a afetividade pela mediação dos signos verbais e não verbais.
28



                                    CAPÍTULO III

3. Fundamentos e Procedimentos Metodológicos: Os Percursos da
Investigação

      A pesquisa se constitui num procedimento formal, com métodos de
pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico para se conhecer a
realidade.nesse sentido segundo Rummel ( 1972, apud MATTOS, 2004),ela tem
dois significados: em sentido amplo, engloba todas as investigações especializadas
e completas: em sentido restrito, abrange os vários tipos de estudo e de estudos e
de investigação mais aprofundado. Assim faz-se neessário salientar que a pesquisa
cientifica busca explicar as situações-problema que estuda e analisa, apresentando
ao final, inferências e conclusões, mesmo que parciais ou provisórias.

      Assim, fica evidente a importância da pesquisa em educação, pois educar é
construir, libertando o homem do determinismo, passando a reconhecer o papel da
História e onde a questão cultural, tanto em sua dimensão individual, como em
relação à classe dos educandos, é essencial à prática pedagógica proposta.

      A metodologia é o instrumento que norteia o processo de investigação, ou
seja, conduz os passos da pesquisa, assim, esta pesquisa caracteriza-se de
natureza qualitativa, uma vez que procura estudar os fenômenos educacionais e
seus autores dentro do conceito social e histórico, procurando o cotidiano como
campo de expressão humana que possibilita um contato pessoal do pesquisador
com o fenômeno pesquisado buscando respostas para nossas inquietações
hipotéticas.

      Segundo Ludke e André (1986):

                     A pesquisa qualitativa tem o ambiete natyural como sua fonte direta de
                     dadoseo pesquisador como seu principal instrumento.(...) a pesquisa
                     qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o
                     ambiente e a situação que está sendo investigada,via regra através do
                     trabalho intensivo de campo.(p.11)

      Assim, a abordagem qualitativa possibilitou relações de signifacados com a
realidade investigada, de maneira transparente e aprofundada que não se limita
apenas ao caráter da quantificação (MINAYO, 1994), sendo um dos elementos
29



primordiais para um suposta fidedignidade do estudo, por valorizar o contexto da
realidade, em que se buscou fazer vínculos com o objeto, para investigá-lo.

      Nesses termos, para contemplar o objetivo dessa investigação, o tipo de
pesquisa mais propício foi à abordagem qualitativa, pois consiste na explicação da
realidade, isto é, na tentativa de encontrar os princípios subjacentes ao fenômeno
estudado e de situar as várias descobertas num contexto mais amplo.

      Nessa perspectiva foi necessário coletar “dados”, os quais garantiram o
desvelamento do objetivo da problemática demarcada nessa investigação. Foi
selecionado como instrumento e técnica de investigação, a observação e o
questionário. Segundo Oliveira (2007), o questionário é um importante instrumento
para obtenção de imformão sobre expectativas, situações vivenciadas e sobre todo
e qualquer dado que o pesquisador deseja registrar para atender os objetivos de seu
estudo. Cervo e Bervian (2002) afirma que o questionário é a forma mais utilizada
para coletar dados, possibilitando medir com exatidão o que se deseja.

3.1. Lócus de Pesquisa

      A investigação foi realizada na Escola Antonio Bastos de Miranda – Anexo,
localizada em Missão do Sahy, povoado da cidade de Senhor do Bonfim – Ba. A
referida escola é uma instituição pública e não tendo espaço para comportar toda a
clientela criou-se um anexo, um espaço que não é adequado, mas mesmo assim
atende uma clietela com faixa etária de 03 a 10 anos, sendo distribuidos em salas de
maternal a CBAS II ( Ciclo Básico Sequencial) 2º ano do Ensino Fundamental,
comportando 5 salas, 3 banheiros, 1 cantina e secretaria/diretoria.

      A instituição de ensino escolhida como campo de pesquisa, favoreceu-nos
reflexão para analizar as nossas inquietações, que vivenciamos a falta do hábito
pela leitura dos alunos do ensino fundamental que cabe aos professores estimular,
despertar o praser a essa clientela caso contrário formará alunos desestimulados.

3.2. Sujeitos Da Pesquisa

      Os sujeitos participantes dessa pesquisa foram 05 (cinco) educadores da
Escola Antonio Bastos de Miranda no turno matutino que atuam no ensino
fundamental I.
30



3.3. Instrumentos de Coleta de Dados

       Os instrumentos de coleta de dados utilizados na produção dessa pesquisa
foram: a observação e o questionário misto com o objetivo de investigarmos o
trabalho literário desenvolvido pelos docentes. Com o intuito de fornecerem os
subsídios para a busca de informações necessárias a produção do material de
análise para a pesquisa.

3.3.1 Observação

       Na coleta de dados foi utilizada primeiramente a observação no lócus, para
facilitar ocontato entre os pesquisados e o pesquisador. Através desse instrumento,
o observador tem uma maior aproximação com o objeto estudado, permitindo
compreender melhor a sua realidade e ações.

       A observação facilita a compreeção onde os entrevistados deixam
subtendidos, permitindo assim melhor claresa dos dados. A observação contribui
com a pesquisa, uma vez que possibilitou o contato maior com os sujeitos
pesquisados, dando dimenção a uma experiência direta com o pesquisador e
pesquisado.

3.3.2 Questionário

       Outro instrumento utilizado foi o questionário aberto contendo cinco questões
com o objetivo de não somente investigar as concepções dos professores/as sobre a
Literatura Infantil, mas compreender o papel da literatura infantil na formação de
crianças leitora.

       O questionário aberto foi escolhido por que é um instrumento de pesquisa
contituido por uma série de perguntas com o objetivo de levantar dados. O
questionário da liberdade ao sujeito nas suas opiniões e possibilita que educadores
exponham suas idéias de forma evidente. Marconi e Lakatos (1999, p. 88) definem o
questionário como: “(...) um instrumento de coleta de dados, constituídos por uma
série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito sem a
presença do entrevistador”. Nesse sentido o questionário da liberdade ao sujeito
para expor suas opiniões.
31



                                     CAPÍTULO IV

4. Análise e Interpretação dos Dados

      A etapa de análise de dados, numa investigação é, sem sombra de dúvidas, o
ápice, a culminância da pesquisa, tendo em vista que neste momento a realidade
pode ser confrontada com todo aparato teórico em que o pesquisador, de posse de
todos os dados coletados, pode fazer inferências/interferências /interpretações, que
irão confirmar ou negar suas hipóteses, consequentimente, desvendar seu objeto de
estudo.

      Segundo Lakatos e Marconi (2001 p. 321), a análise dos dados é realizada
em três níveis: a interpretação, na qual o pesquisador verifica as relações entre as
variáveis existentes na pesquisa; a explicação sobre os fenômenos que ocorreram
na coleta de dados; e a especificação, momento em que o pesquisados explicita até
que ponto as relações entre as variáveis do trabalho são válidas, quais são as
origens dessas relações e suas limitações.

      Assim, depois de analizados os dados chega a hora de interpretá-los. Esse é
o momento em que o trabalho dá significado às respostas obtidas,descrevendo-as e
explicando-as com base nos materiais coletados durante o seu percurso de
construção. Para Lakotos e Marconi (2001), a interpretação é o momento de expor o
verdadeiro significado do material apresentado, fazendo relações com os objetivos
propostos e o respectivo tema da pesquisa.

      É neste contexto que a análise de dados desta pesquisa constitui-se num
momento     ímpar,    por   possibilitar   o   confronto   entre   todo   o   referencial
pesquisado/estudado e a realidade investigada; é o momento em que se pode
assumir posicionamentos frente às descobertas, desvelando assim o objeto e
comtemplando os objetivos na referida pesquisa.

      A seguir, transcrevemos os depoimentos das educadoras entrevistadas em
categorias onde argumentam suas concepções a respeito do trabalho com Literatura
Infantil em sala de aula.

      Nesse percurso, as categorias demarcadas sinalizaram os principais eixos de
discurssão da temática: A primeira refer-se à Concepção de literatura infantil, a qual
32



traz algumas análises sobre a visão de profissionais que atuam no âmbito escolar; A
segunda a ponta a literatura infantil como elemento essencial                 para estimular o
hábito     da leitura. Por fim a terceira discute           as histórias no processo           de
desenvolvimento da leitura no intuito de refletir sobre a opinião dos docentes e
analisar o olhar de cada profissional diante do contexto.

4.1 A concepção de literatura infantil

         É imprescindível tecer algumas análises sobre a visão dos vários profissionais
que atuam no âmbito escolar, quanto a importância da Literatura infantil, tendo em
vista que tais discussões evicidenciam possibilidades, limitações e dasafios da
atuação do pedagogo na formação de leitores através da Literatura infantil.

         Todas as participantes são do sexo feminino, a idade varia de 28 a 50 anos,
já atuam na educação infantil a mais de dez anos e todas são graduadas no curso
de Pedagogia sendo que nenhuma possui especialização. Estes sujeitos participam
regularmente de cursos de formação.

         Adentrando na discussão, questionados a respeito da concepção da
Literatura Infantil, os educadores deixaram evidentes que:

                       P1: É um caminho para vivenciar o lúdico e despertar o interesse pela
                       leitura (2012).

                       P2: È uma viagem através da leitura, onde a criança se transporta ao
                       mundo da imaginaçao e passa a sentir emoções e despertar curiosidades e
                       sentimentos (2012).

                       P3: São Livros destinados para um público alvo: crianças.

                       P4: È a arte das letras que encantam as crianças e adultos.

                       P5: È a metodologia utilizada por meio de livros, gravuras ou fantoches que
                       enriquecem no âmbito escolar o gosto pela leitura (2012).

         Fica claro nas falas da P1, P2, P4 que os docentes consideram a Literatura
Infantil como algo mais amplo e que através da Literatura a criança desperta sua
curiosidade para o mundo da leitura e através dos seus questionamentos e
curiosidades desenvolve um potencial crítico. Já as docentes P3 e P5 demonstram
uma concepção restrita, quando resumem a Literatura infantil apenas a livros
especialmente para um público infantil que desperta o gosto pela leitura. Coelho
(2000) defende que:
33



                      A literatura é antes de tudo literatura; ou melhor, é arte: Fenômeno da
                      criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra.
                      Fdunde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua
                      possível/impossível realização. (p. 27).

       O leitor, principalmente o leitor infantil, entra na história através da
imaginação. Dessa forma evidencia que a Literatura aguça o senso crítico da criança
induzindo a pensar, por que a Literatura representa o mundo da criança onde ajuda
no desenvolvimento da criança e também ajuda de alguma forma a resolver seus
conflitos internos.

       Na fala das professoras, a Literatura infantil tem um papel significativo no
desenvolvimento da criança aguçando o gosto pela leitura, proporcionando a
aquisição de novos conhecimentos, desenvolvendo as suas habilidades necessárias
de forma natural e agradável.

4.2 Literatura infantil: Elemento essencial para estimular o hábito da leitura

       Perguntado se as educadoras acreditam que a utilização da Literatura nas
aulas ajuda a estimular a leitura, ficou evidenciado que:

                      P1: Sim. Ao observar o hábito do professor de ler e junto a ele o prazer que
                      a leitura proporciona, a criança despertará em sí o desejo de fazer o
                      mesmo.

                      P2: sim. Porque as histórias são fontes maravilhosas de experiências, são
                      meios preciosos de ampliar o horizonte da criança e aumentar seus
                      conhecimentos em relação ao mundo. Se o professor utiliza a literatura irá
                      com certeza incentivar o aluno a gostar de ler.

                      P3: Sim. Por que para a criança o professor ou os pais são modelos, eles
                      admiram, então seja contado por pais ou professores de um modo atrativo e
                      competente sem dúvida irá despertar nele o gosto e o prazer pela leitura. È
                      claro que depende de como é contada e incorporada determinadas
                      histórias.

                      P4: Sim. Por que a criança vivencia o momento em que a professora lê um
                      livro, conta uma história e propicia a criança manusear estes livros para
                      assim recontar ou criar novas histórias.

                      P5: sim. Pois provoca no aluno o interesse e o prazer de ouvir e de recontar
                      o que foi narrado.

       As professoras afirmam que a Literatura Infantil desenvolve o hábito da
leitura, desperta o prazer em ler, amplia os horizontes e aumenta os conhecimentos
em relação ao mundo.

       Nesse sentido Barbosa, (1994) salienta que “(...) a leitura é mais que um
exercício dos globos oculares, pois se apóia, por um lado, no que o leitor recebe
34



através do seu sistema de visão e, por outro nas informações que o leitor tem
disponíveis na sua cabeça, na sua estrutura cognitiva”. Compreende-se que o leitor
ao manusear o livro desperta-se a curiosidade induzindo a leitura, selecionando
assim leitura de acordo com suas necessidades e gosto através de sua imaginação
criadora abrindo caminhos para o conhecimento. Diante das respostas percebeu-se
que a literatura Infantil é utilizada como recurso para estimular a leitua.

       Ao serem questionadas sobre o que consideram essencial para a formação
de uma criança leitora, destacaram:

                      P1: Um ambiente que lhe favoreça, que desperte o seu desejo por ler:
                      Livros disponíveis na sala de aula, pais que presenteiam seus filhos com
                      livros.

                      P2: Ler histórias para crianças considero essencial e também fazer com que
                      tenham acesso a livros em casa e na escola.

                      P3: Um ambiente que favoreça o despertar e o gosto pela leitura, seja na
                      escola ou em casa, incentivo, a vivência e o contato com o ouvir e contar
                      histórias.

                      P4: Despertar na criança o gosto pela leitura.

                      P5: O incentivo dos pais e professores.

       As professoras abordam que a organização do ambiente alfabetizador e
principalmente o incentivo dos pais constitui um dos recursos essenciais para o
desenvolvimento e formação da criança leitora. Magda Soares (2003 p. 47)
exemplifica o caso de uma criança que mesmo antes de estar em contato com a
escolarização, e que não saiba ainda ler e escrever, porém, tem contato com livros,
revistas; ouve histórias lidas por pessoas alfabetizadas, presencia a prática de
leitura ou de escrita, e a partir daí tambem se interessa por ler, mesmo que seja só
ensenação, criando seus próprios textos.

4.3 Histórias infantis no processo de desenvolvimneto da leitura

       A proposta de leitura de textos literários no processo de alfabetização,
visando a formação do leitor, sustenta-se na seleção de textos; no processo de
atividades de leitura e de produção textual; e no envolvimentos de atores que
legitimam o esforço dos docentes, voltado para a promoção da leitura.

       Instigando sobre como incentivam os alunos ao hábito da leitura, as
educadoras destacaram que:
35



                     P1: através de atividades constantes que envolvam momentos de leitura
                     visita a biblioteca da escola, lendo para eles e contando histórias, etc.

                     P2: Lendo para eles e possibilitando que os mesmos tenham acesso a livros
                     e oportunizando a fazer recontos, e ler em sala de aula.

                     P3: Lendo. Lendo com gosto, ênfase e vontade de maneira que possa
                     contagiar e despertar o gosto pela leitura. Além de acentuar a importância
                     da leitura em nossas vidas.

                     P4: Lendo, contando histórias, construindo cantinho de leitura.

                     P5: Proporcionando momentos que elas mostrem a sua leitura, não
                     importando de que forma elas lêem, mas sim como posso ajudá-las.

      Ficou evidente nas afirmações das professoras que a inter-relação do
professor com o trabalho literário é essencial, pois é através da leitura que o
professor faz, da forma como ele lê, que a criança se entusiasma e passa a se
interessar pela leitura. As docentes utilizam vários métodos, sendo que todas as
estratégias de ensino têm resultados significativos que despertam o gosto e o
interesse pelas atividades proposta.

      O domínio da leitura é uma experiência muito importante na vida da criança,
que determina o modo como ela irá perceber a escola e a aprendizagem em geral.
Segundo Bettelheim (1984):

                     Quando a aprendizagem da leitura é experienciada não apenas como
                     melhor caminho, mas como o único para sermos trasportados para dentro
                     de um mundo previamente desconhecido, então a fascinação inconsciente
                     da criança em ralção aos acontecimentos imaginários e seu poder mágico
                     apoiará os seus esforços conscientes na decodificação, dando-lhe forças
                     para vencer a difícil tarefa de aprender a ler... (p. 49).

      Conforme Bettelheim, o acesso ao código escrito confere à criança o poder de
participar do mundo secreto dos adultos, tornando o ato de ler uma aventura
fascinante.

      Ao investigar sobre a importancia das histórias infantis no processo de
desenvolvimento da leitura, as educadoras deixaram explicito que:

                     P1: São de extrema importância, pois é o primeiro contato das crianças com
                     o mundo letrado. Através da leitura das imagens, a criança imagina, sonha,
                     se permite um final diferente para o que está vendo. Quando descobre o
                     que está escrito, percebe que o desenho pode ser algo mais concreto.

                     P2: As histórias infantis são importantes por que além de proporcionar
                     turbilhões de de emoções, sentimentos, familiariza a criança à leitura.

                     P3: Imprescindivel, mas não qualquer história, e sim histórias significativas.
36



                      P4: As histórias infantis tem grande importância, pois através delas as
                      crianças viagam na sua imaginação e desperta o prazer pela leitura.

                      P5: Muito importante, pois proporciona uma verdadeira ponte entre a
                      fantasia e imaginação e o gosto pelo hábito de ler.

      A história infantil abrange um conjunto de acontecimentos ligados entre sí,
seus componentes são as ações, as personagens, o espaço e o tempo, portanto
devem se adequar a faixa etária e o sexo do leitor, já que meninos tendem a se
identificar com histórias em que atuem heróis masculinos, ocorrendo o inverso entre
as meninas. Porém a função mais importante das histórias infantis é despertar o
interesse e o imaginário da criança. Nesse sentido Abromovich (1997) salienta que
“Ao ler uma história a criança também desenvolve todo um potencial crítico. A partir
daí ela pode pensar, duvidar, se perguntar, questionar... Pois se sentir inquieta,
querendo saber mais...(p. 143”)

      Diante da nossa reflexão percebeu-se que uma história traz consigo inúmeras
possibilidades de aprendizagem. Entre elas estão os valores apontados no texto, os
quais poderão ser objeto de diálogo com as crianças, possibilitando a troca de
opiniões e o desenvolvimento de sua capacidade de expressão. O estabelecimento
de relações entre os comportamentos dos personagens da história e os
comportamentos das próproias crianças em nossa sociedade, possibilita ao
professor desenvolver os múltiplos aspectos da literatura infantil.

      A literatura infantil é de grande importância para o processo do
autoconhecimento da criança e de sua inserção no real, bem como para o
desenvolvimento de seu senso crítico.
37



5. Considerações Finais

      Sabe-se que a educação sozinha não pode modificar a realidade em que
estamos inseridados, mas também se tem a consciência de que nenhuma mudança
poderá ocorrer sem que a educação esteja presente. Para levar a educação a
ocupar o seu espaço e ser realizada de forma séria, tem-se que sensibilizar todos
aqueles que a fazem, para que desempenhe seu papel de forma reflexíva,
contextualizada, comprometida e alegre para que os atores envolvidos se
identifiquem e identifiquem seu mundo. Para isso nada melhor do que utilizar a
leitura de histórias que levam os leitores, com potenciais antes desconhecidos, a
passear pelo passado, visualizar o presente e sonhar com um futuro melhor.

      É nessa medida que se torna possível afirmar que o percurso de construção
desse trabalho foi muito significativo, permeado de construções, desconstruções e
reconstruções de conceitos e perspectivas, pois ao longo dessa pesquisa muitas
descobertas se efetivaram, muitas reflexões foram travadas.

      Assim, através do presente trabalho, percebe-se que os objetivos foram
alcançados, ficando evidente que a Literatura Infantil tem um papel significativo no
desenvolvimento da criança, é uma forma exemplar de aprendizagem. É
imprescindível para o desenvolvimento da linguagem e personalidade, pois é através
da literatura que a criança desenvolve o potencial crítico, possibilitando o diálogo, a
troca de opiniões, a aquisição de novos conhecimentos, a habilidade da leitura de
forma natural e agradável além de ampliar a capacidade de expressão, portanto a
criança aprende brincando em um mundo de imaginação, sonhos e fantasias.

      Assim, espera-se que a referida pesquisa contribua significadamente para
nossa formação enquanto educadores. Entendemos que a relevância desse
trabalho, desde as observações até a construção dessa monografia e a sua
operacionalização tem a possibilidade de ampliar cada vez mais os nossos
conhecimentos na busca de uma educação mais eficaz.
38



                                   REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, F. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. 5.ed. São Paulo;
Scipione, 1995.

AGUIAR, V.T.; BORDINI, M.G. Literatura: a formação do Leitor: alternativas
metodológicas. 2.ed. Porto Alegre; Mercado Aberto, 1993.

BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 1994.

BETTLHEIM, B. A psicanálise dos contos de fadas 11. Ed Rio de Janeiro: Paz e
Terra,1996 .

COELHO, Nelly Novais. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 1. Ed. São
Paulo: Moderna, 2000.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
25. Ed. São Paulo: Cortez. 1991.

GITELLI, Adelson. Comunicação e Educação: A linguagem em movimento. 3. Ed.
São Paulo SENAC. 2004.

JESUALDO. Literatura Infantil. 1. Ed. São Paulo: Cultrix, 1993.

JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: artes Médicas, 1994.

KLEIMAN, Ângela B. Modelos de Letramento e as práticas de alfabnetização na
escola. Campinas: Mercado das Letras, 2005.

LAJOLO. Mariza. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6 ed. Gráfica:
São Paulo, 2002.

LERNER Delia. Ler e Escrever: O real o possível e o necessário. Alegre: Artmed.
2002.

LUDKE, Menga. ANDRÉ, Marli, E. D. A. Pesquisa em educação: Abordagens
qualitativas ( temas básicos de educação e ensino). São Paulo: EPU, 1986.
39



OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer Pesquisa qualitativa. Rio de Janeiro:
Vozes, 2007.

PALO, Maria José. OLIVEIRA, MARIA Rosa D. Literatura Infantil: voz de Criança.
3. Ed. São Paulo: Ática, 2001.

PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand. Brasil, 1998.

SILVA, Ezequiel da. Leitura e realidade brasileira – Porto Alegre: Mercado Aberto.
1997.

SISTO, Celso. Texto e pretexto sobre a arte de contar histórias. (2ª ed. Revista
ampliada). Curitiba, Positivo, 2005.

ZILBERMAN, Regina. A literatura Infantil na escola. 6. Ed. São Paulo, global,
1987.
40




APÊNDICE
41




                UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB

                 DEPARTAMENT DE EDUCAÇÃO-CAMPUS VII

                         SENHOR DO BONFIM-BAHIA

 CURSO- PEDAGOGIA DOCÊNCIA E GESTÃO DE PROCESSOS EDUCATIVOS



Caro(a) professor (a):

Este questionário é um instrumento relativo à pesquisa que realizo no
componente curricular TCC, enquanto concluinte do curso de Pedagogia
Docência e Gestão de Processos Educativos. Agradeço a valiosa e
indispensável colaboração ressaltamos que não precisa se identificar, uma vez
que manteremos o absoluto sigilo, o que requer uma postura ética até mesmo
enquanto pesquisadora iniciante.

Antecipadamente agradeço a compreensão e colaboração.



Joseneide Barbosa de Andrade.

                               Questionário


1.   Qual a sua concepção sobre Literatura Infantil?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________


2.    Você acredita que a utilização da Literatura Infantil nas aulas ajuda a
estimular o hábito da Leitura? Justifique?
42



___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
3.   O que você considera essencial para a formação de uma criança leitora?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________


4.   Como você incentiva seus alunos ao hábito da leitura?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________


5.   Qual   a   importância   das   histórias   infantis   nesse   processo   de
conhecimento da leitura?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________

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O papel da literatura infantil na formação leitora de crianças

  • 1. 1 JOSENEIDE BARBOSA DE ANDRADE O PAPEL DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO LEITORA DE CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA ÓTICA DOS PROFESSORES DA ESCOLA ANTÔNIO BASTOS DE MIRANDA Trabalho monográfico apresentado como pré-requisito para conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia, Habilitação em docência e gestão em processos educativos, da Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Departamento de Educação – Campus VII. ORIENTADORA: Profª Norma Leite Martins de Carvalho SENHOR DO BONFIM MARÇO 2012
  • 2. 2 JOSENEIDE BARBOSA DE ANDRADE O PAPEL DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO LEITORA DE CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA ÓTICA DOS PROFESSORES DA ESCOLA ANTÔNIO BASTOS DE MIRANDA Aprovada em ________/________/_______ _________________________________________ Profª Esp. Norma Leite Martins de Carvalho Orientadora _______________________________________________ Avaliador _______________________________________________ Avaliador
  • 3. 3 Dedico este trabalho a Eleneide e João, meus pais que são um exemplo de vida, de coragem, determinação e que me apoiam sempre, a Bartolomeu meu esposo, pelo seu amor, carinho, compreensão e por sempre acreditar no meu potencial, a Jamillhe e Giseide, minhas irmãs pela ajuda nos momentos preciosos, a minha querida avó Olavina, por me amparar nos momentos mais difíceis com suas palavras sábias e, principalmente, às crianças que possivelmente um dia poderão ser beneficiadas por esta iniciativa.
  • 4. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus o autor da vida a verdadeira ciência de todas as coisas por tudo que sou e por ser infinitamente bondoso proporcionando-me sabedoria. Obrigada senhor por me capacitar na realização dessa graduação e pelo privilégio de concretizar este sonho. Serei eternamente grata. Agradeço a Universidade do Estado da Bahia por me proporcionar o suporte teórico- metodológico necessário à construção do meu conhecimento. A Professora Orientadora Norma Leite Martins de Carvalho, a qual admiro muito como pessoa, profissional, agradeço por ter acreditado nesse trabalho, pela confiança depositada, pela dedicação, simplicidade, disponibilidade ao longo do percurso..., enfim pelos preciosos ensinamentos. Pela paciência de me orientar nesse trabalho e pelo enriquecimento do conhecimento que me oportunizou, por me compreender e me orientar nos momentos de angústia. Aos meus pais, Eleneide e João, base fundamental da minha vida, onde aprendi desde cedo o valor do amor, da honestidade, da solidariedade, do respeito, da coragem e da determinação. Por ter me proporcionado o melhor e priorizado sempre os meus estudos. Obrigada por me fazer uma pessoa melhor, valeu pelo apoio e amor incondicional. A minha querida Avó Olavina, e as minhas irmãs, Jamillhe e Gisleide, agradeço por fazerem parte da minha vida. Ao meu esposo Bartolomeu pelo amor dedicação, respeito, companheirismo, incentivo e compreensão nos momentos mais difíceis. Obrigada pelo apoio ao longo de minha trajetória acadêmica. As minhas amigas de trabalho, agradeço pelo apoio, compreensão e por escutar as minhas angústias. A minha amiga e companheira Fátima por sua amizade e apoio nos momentos preciosos e a todos os meus colegas do CAMPUS VII Senhor do Bonfim. E a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram na realização deste trabalho que eu não citei e mereciam ser citadas.
  • 5. 5 Mas é difícil que reconhecemos como vítimas; por que desconfiamos de uma fotografia que nos representa como professores modernos, sinceramente empenhados em motivar a leitura dos jovens, levemente desconfiados do papel dos clássicos em tal empresa, profundamente insatisfeitos com o autoritarismo de avaliações sistemáticas e rigorosas de atividades de leitura, comprometidas com o prazer (e não com o dever) da leitura, informados e convencidos da importância da imaginação e da fantasia na formação do jovem e, sobretudo, honestamente comprometidos com o projeto de educação que conduz à leitura crítica do mundo...? (LAJOLO 2002, P. 38)
  • 6. 6 RESUMO Este trabalho monográfico discute o papel da Literatura Infantil através da temática: O papel da literatura infantil na formação leitora de crianças da educação Infantil na ótica dos professores da Escola Antônio Bastos de Miranda, tendo como objetivo principal refletir sobre o papel da Literatura Infantil na formação leitora. È uma investigação fundamentada na abordagem qualitativa. Para a coleta de dados foi utilizada como instrumento a observação e o questionário. O lócus foi a Escola Municipal Antônio bastos de Miranda no povoado de Missão do Sahy, situada a 9Km da sede do município de senhor do Bonfim BA, e teve como sujeitos participantes cinco docentes. Para a efetivação deste travbalho utilizou- se de reflexões teóricas à luz de Abromovich (1997); Aguiar (1993); Bakhtin (1992); Bettelhem (1996); Coelho (2001); Freire (1994); Gitelli (2004); Kleiman (2000); Lajolo (2000); Lerner (2002); Piaget (1998); Silva (1992); Sisto (2005); Tedesco (1998); Zilberman (1987); que abordam o papel da Literatura na formação leitora de crianças a partir da Educação Infantil. Como resultado, ficou evidente que as docentes entrevistadas consideram a Literatura Infantil essencial e a leitura de histórias um recurso eficiente na formação de crianças leitoras. PALAVRAS CHAVE: Literatura infantil, Concepção, Formação leitora
  • 7. 7 SUMÁRIO CAPÍTULO I ......................................................................................................................... 10 1 Problematizando a Questão.............................................................................................. 10 CAPITULO II ........................................................................................................................ 16 2 Refletindo sobre os Conceitos .......................................................................................... 16 2.1 Literatura Infantil: Seu Percurso Histórico ...................................................................... 16 2.2 A formação leitora na concepção do professor da educação infantil .............................. 20 2.3 Literatura Infantil: Formação Leitora de Crianças na Educação Infantil .......................... 21 2.3.1 A importância de ouvir histórias .................................................................................. 24 2.4 Literatura Infantil: Aquisição da Leitura .......................................................................... 25 CAPÍTULO III ....................................................................................................................... 28 3. Fundamentos e Procedimentos Metodológicos: Os Percursos da Investigação............... 28 3.1. Lócus de Pesquisa........................................................................................................ 29 3.2. Sujeitos Da Pesquisa .................................................................................................... 29 3.3. Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................................. 30 3.3.1 Observação ................................................................................................................ 30 3.3.2 Questionário ............................................................................................................... 30 CAPÍTULO IV ...................................................................................................................... 31 4. Análise e Interpretação dos Dados .................................................................................. 31 4.1 A concepção de literatura infantil ................................................................................... 32 4.2 Literatura infantil: Elemento essencial para estimular o hábito da leitura ....................... 33 4.3 Histórias infantis no processo de desenvolvimneto da leitura......................................... 34 5. Considerações Finais ...................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 38 APÊNDICE .......................................................................................................................... 40
  • 8. 8 INTRODUÇÃO A literatura Infantil tem um papel significativo no desenvolvimento da criança, aguçando o seu senso crítico, estimulando a mente, a criatividade, buscando dar sentido às coisas, além de ajudar a criança a formar a sua personalidade. Com isso percebemos que o contato com a Literatura Infantil estimula a curiosidade da criança despertando o gosto pela leitura, uma vez que utilizada de modo adequado, torna-se um instrumento de grande importância na construção do conhecimento do educando, fazendo com que ele desperte para o mundo da leitura como um ato de aprendizagem significativa de forma prazerosa. É na relação prazerosa da criança com a obra literária que temos a possibilidade de formarmos o leitor. É na exploração da fantasia e da imaginação que se instiga a criatividade e se fortalece a interação entre texto e leitor. Além disso, a Literatura infantil também é um pacote de obras de ficção, poesia, aventuras e viagens. Pois, como cita Jesualdo (1993), A função que a literatura tende a realizar na mente e na alma e no cérebro da criança é configurar, de certo modo, todo problema partindo de sua necessidade. Aparentemente, este não é o único aspecto analisável, haja visto a importância da literatura infantil também como instrumento de educação. (p. 23). Sendo assim, a obra literária se torna uma fonte de complementos para o desenvolvimento da criança, tendo um poder de encantamento que aguça o gosto pela leitura tornando as crianças mais felizes e entusiasmadas para ler não como mera obrigação, mas por prazer. É preciso destacar a importância de se aprofundar nesse tema, considerando o contexto educacional da contemporaneidade, assunto importante no espaço social, institucional, acadêmico, profissional, uma vez que essa investigação traz à tona o papel da Literatura Infantil na formação leitora no contexto da Educação Infantil. Nessa perspectiva, surgiu a inquietação a respeito da concepção dos professores acerca da Literatura Infantil. A nossa questão de pesquisa é Qual é o papel da Literatura Infantil na formação leitora de crianças na Educação Infantil na ótica dos professores da Escola Antônio Bastos de Miranda?
  • 9. 9 Para fundamentar este trabalho, o texto foi organizado em capítulos sendo que no primeiro encontra-se a fundamentação da problematização da pesquisa considerando as minhas inquietações e a visão de autores sobre a questão e os objetivos traçados. No segundo capítulo, discutiu-se o percurso histórico da Literatura Infantil, analisando o papel da Literatura Infantil na formação leitora de crianças, dentre outros elementos que são discutidos. O terceiro capítulo traz reflexões metodológicas, salientando todos os fundamentos e procedimentos construídos ao longo da investigação. O quarto capítulo apresenta a análise de dados no confronto com o referencial teórico, a partir de todos os elementos coletados na realidade investigada, e por fim, as considerações finais nas quais se pontuam explicitamente as descobertas como elementos de destaque de todo percurso investigativo.
  • 10. 10 CAPÍTULO I 1 Problematizando a Questão A literatura Infantil tem um importante papel no desenvolvimento da leitura, desde que a criança desde cedo esteja em contato com livros que a seduza, que a leve a fantasiar, que a leve a descobrir um mundo encantado cheio de imaginação, proporcionando descobertas, diálogos, abertura de horizontes para que se processe uma relação ativa entre falante e língua. A Literatura Infantil, se bem utilizada, colabora com o entretenimento, mas também contribui com a formação da criticidade e do questionamento. Daí a importância que a literatura infantil possui, ou seja, ela é fundamental para a aquisição de conhecimentos, informação e interação necessária ao ato de ler. Percebemos a necessidade da aplicação coerente de atividades que despertem o prazer de ler e estas devem estar presentes diariamente na vida das crianças, desde bebês. Conforme Silva (1992, p.57) “bons livros poderão ser presentes e grandes fontes de prazer e conhecimento. Descobrir estes sentimentos desde bebezinhos poderá ser uma excelente conquista para toda vida”. Abromovich,(1997,p.16 e 17) colabora também com a ideia de que o primeiro contato de uma criança com a literatura ocorre “através da voz da mãe, do pai, ou dos avós contando contos de fadas, trechos da Bíblia, histórias inventadas (tendo a criança como personagens),livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros mais”. Dessa forma, o ato de contar histórias é extremamente importante e benéfico para o desenvolvimento da criança, podendo assim, ser utilizado como estratégia para formar leitores. O papel da escola é contribuir para a formação de um indivíduo crítico, responsável e atuante na sociedade. Isso por que se vive em uma sociedade onde as trocas sociais acontecem rapidamente, seja através da leitura, da escrita, da linguagem oral ou visual. Diante disso, a escola busca conhecer e desenvolver na criança as competências da leitura e da escrita e a literatura infantil pode influenciar de maneira
  • 11. 11 positiva neste processo. Assim, Bakhtin (1992) diz que a literatura infantil, por ser um instrumento motivador e desafiador, é capaz de transformar o indivíduo em um sujeito ativo, responsável pela sua aprendizagem que sabe compreender o contexto em que vive e modificá-lo de acordo com a sua necessidade. Vale ressaltar que as atividades com a Literatura Infantil em sala de aula devem estimular o falar e o ouvir, a fim de produzir inquietações nas quais as exposições argumentativas e embate das ideias sejam significativas. A instituição escolar precisa trabalhar a Literatura Infantil não de forma mecânica, mas de forma concreta com o objetivo de formar leitores críticos e reflexivos e garantir ao mesmo tempo aquisição da língua. Segundo Lerner (2002): È formar seres humanos críticos, capazes de ler entrelinhas e de assumir uma posição própria frente à mantida, explícita ou implicitamente, pelos autores dos textos com os quais interagem, em vez de persistir em formar indivíduos dependentes da letra do texto e da autoridade de outros (p.27). Percebendo que a literatura infantil tem um papel fundamental na formação do leitor e que é algo que abre as portas da inteligência e da sensibilidade da criança para sua formação integral, o interesse e o hábito para leitura se torna um processo constante, que começa muito cedo, em casa, aperfeiçoa-se na escola e continua pela vida inteira. Somente quem conhece a importância da literatura, sabe o poder que tem uma história bem contada, sabe os benefícios que uma simples história pode proporcionar. De acordo com Abromovich (1995) é importante para formação de qualquer criança, ouvir, muitas histórias. Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e compreensão de mundo. Ouvir histórias é algo tão prazeroso que desperta o interesse das pessoas em todas as idades, principalmente na infância, onde a criança é capaz de se interessar e gostar, ainda mais já que sua capacidade de imaginar é mais intensa. As crianças que ouvem histórias desenvolvem desde cedo grande interesse pela leitura e pela escrita e recebem inúmeras informações sobre o mundo e sobre a estrutura da língua que não pode ser desprezada.
  • 12. 12 Sendo assim, podemos perceber que a vivência com a literatura infantil se torna imprescindível no exercício da leitura, e como a escola pode desenvolver na criança o hábito de ler por prazer e não por obrigação, pois será através de livros literários que a criança poderá exercitar os mecanismos de leitura na fase de alfabetização e dominando-os gradativamente. Coelho (2001, p.34) enfatiza de maneira brilhante o papel que a literatura exerce na formação do homem: “A literatura é o verdadeiro microcosmo da vida real, transfigurada em arte.” As possibilidades ofertadas pelo livro, por suas histórias e personagens trazem aos que leem uma nova forma de ver o mundo. E na fase na qual propomos investigar toma maior dimensão, pois essa consciência será assimilada no momento do desenvolvimento, daí a importância de atrair leitores nesse período. A leitura na Educação Infantil muitas vezes é feita de forma precária, é dada muito mais importância ao ensino lexical em detrimento do ensino do sentido das palavras nos textos, tornando à aprendizagem da leitura para a maioria das crianças algo desinteressante e distante de suas necessidades de comunicação. Por muito tempo a escola tem cometido o equivoco de pensar que seu único papel é ensinar a ler, escrever e fazer contas. O papel do professor está além destas questões. O papel de mediador desempenhado por nós professores não é uma tarefa simples. A funçãode cada um de nós professores e professoras é formar leitores proficientes, isso significa que, para o leitor ainda em formação, é preciso que os objetivos de leitura sejam estabelecidos pelo professor que em primeiro lugar irá escolher textos adequados aos interesses e competências que esse leitor em formaçõa possui paraserem lidos em sala de aula. Ainda é papel do mediador, promover a leitura de textos que devam ser aprofundados para que todos vivam realmente o encantamento da descoberta de sentidos trazidos pela leitura, dialongando sempre com a realidade e formando para cidadania. Para que o processo de aquisição e valorização da leitura seja eficaz, faz- se necessário que todos os professores de diversos seguimentos e áreas de conhecimento estejam verdadeiramente engajados nessa busca pelo desenvolvimento da capacidade leitora de nossos alunos, deixando de lado o
  • 13. 13 pensamento retrógrado de que esse papel é somente do professor de língua portuguesaou do professor alfabetizador. Se diagnosticamos que o nosso aluno não lê,seja em qualquer série em que ele se encontre, o nosso papel como professores e professoras, é parar imediatamente o que estamos ensinando, o conteúdo que está sendo trabalhado, deixar de procurar culpados e envolver esse aluno nos processos de leitura para que assim ele possa realmente aprender a ler e compreender satisfatóriamente um determinado texto. Ler é uma tarefa muito mais complexa do que se pensa. Não se trata apenas de decifrar códigos, mas dominá-los inteiramente estabelencendo um verdadeiro diálogo entre o texto e o leitor, portanto torna-se um ato pessoal e determinante na vida do leitor, pois a leitura nos possibilita ampliar os conhecimentos intelectuais, afetivos e emocionais. A leitura representa uma atividade de grande importância. É através dela que podemos interagir e compreender o mundo a nossa volta é por isso que podemos verificar que há muitas discussões a respeito desse assunto. A principal preocupação está na importância e nas dificuldades para o ensino da leitura em sala de aula. As dificuldades de leitura em sala de aula são percepitíveis nas habilidades necessárias na composição de uma frase, de um texto onde as crianças não dominam a leitura com eficiência. (KLEIMAN, 2000). Desta forma, para se garantir uma leitura eficaz, deve-se deixar bem claro para as crianças qual o objetivo da leitura que fazem ao se ensinar a ler e compreender textos. Fora do ambiente escolar o aluno irá deparar-se com os mais variados tipos de textos nas mais variadas situações e ele deverá ser capaz de interagir com eles a fim de alcançar um determinado objetivo. Ao usar o texto na sala de aula como pretexto para ensinar gramática o professor está impedindo seus alunos de perceberem quão rica e importante é a habilidade de ler e compreender bem textos.
  • 14. 14 Zilberman (2009) aposta no trabalho de leitura feito na escola em que possibilita uma relação entre alunos e o texto. Consequentemente, a proposta de que a leitura seja enfatizada na sala de aula significa o resgate de sua função primordial, buscando, sobretudo, a recuperação do contato do aluno com a obra de ficção. Desse intercâmbio, respeitando-se o convívio individualizado que se estabelece entre o texto e o leitor, emerge a possibilidade de um conhecimento do real, ampliando os limites até fisicos, já que a escola se constrói como um espaço à parte que o ensino se submete (ZILBERMAN, 2009, p.35). Diante dessa perspectiva teórica, percebemos qua o trabalho com a literatura na escola é imprescindível para a formação do ser, pois a literatura propicia o desvendar de mundos, o contato com situaçõese experiências antes inexploráveis pelo leitor. Coelho (2000) afirma: A escola é, hoje, o espaço privilegiado, em que deverão ser lançadas as bases para a formação do indíviduo. E, nesse espaço, privilegiamos os estudos literários, pois, de maneira mais abrangente de quaisquer outros, eles estimulam o exercício da mente; a percepção do real em suas múltiplas significações; a consciência do eu em relação ao outro; a leitura de mundo em seus vários níveis e, principalmente,dinamizam o estudo e conhecmento da lígua, da expressão verbal e consciente.( p.16) Portanto, o espaço escolar pode ser considerado como importantíssimo para a construção do indivíduo, tanto em relação aos saberes de que necessita para viver em sociedade, quanto para a construção de um ser criativo, tendo todas as suas potencialidades desenvolvidas. Diante de tudo isso, e observando os espaços escolares foi que percebemos que as dificuldades encontradas por alguns docentes em conquistar e manter o leitor crítico ainda decorre do equívico quanto à concepção de que a leitura de um texto se reduz à apreensão de códigos. Entretanto Paulo Freire (1982,p) afirma: A compreensão crítica do ato de ler não se esgota na decodificação pura de palavra escrita ou da linguagem escrita, mas se antecipa e se alonga na inteligência do mundo.(...) A compreenção do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre texto e leitor (p. 1-2). Com isso o grande desafio de um professor é ensinar a ler e escrever a partir de reflexões sobre o processo envolvido na alfabetização, em que é essencial incorporar às práticas de sala de aula o texto literário, de maneira particular, compondo o conhecimento da criança e redimensionando as afetividades pela mediação dos signos verbais ou mesmo não verbais. Diante disso, emergiu a
  • 15. 15 seguinte questão: Qual é o papel da Literatura Infantil na formação leitora de crianças na Educação Infantil na ótica dos professores da Escola Antonio Bastos de Miranda? Sendo assim, para nortear a efetivação dessa pesquisa, os objetivos propostos foram: 1. Analisar se a Literatura Infantil é um elemento essencial para a formação leitora de crianças. 2. Refletir a contribuição da literatura infantil para o desenvolvimento da habilidade da leitura.
  • 16. 16 CAPITULO II 2 Refletindo sobre os Conceitos 2.1 Literatura Infantil: Seu Percurso Histórico Segundo Regina Zilberman (1987 p. 13). Os primeiros livros para crianças foram produzidos ao final do século XIII e durante o século XVIII. Antes disto, não se escrevia para elas, porque não existia a “Infância”. A literatura era produzida para adultos e aproveitada para criança. Seu aspecto didático-pedagógico de grande importância baseava-se numa linha moralista paternista, centrada numa representação de poder. Era, portanto uma literatura para estimular a obediência, segundo a igreja, o governo ou ao senhor. Uma literatura intencional, cujas histórias acabavam sempre premiando o bom e castigando o que é considerado mal. Segue à risca os preceitos religiosos e considera a criança um ser a se moldar de acordo com o desejo dos que a educam, podando-lhe aptidões expectativas. Segundo Silva (1997, p.43) “(...) a leitura é uma prática social construída historicamente e, por isso mesmo, depende de determinadas condições para sua efetivação”. A produção para crianças surgiu com o objetivo de ensinar valores (caráter didático), ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar a adoção de hábitos. Historicamente até o século XVII as crianças eram tratadas como adultos, não havia um mundo infantil, não se escrevia para crianças, não existindo assim histórias voltadas ao mundo infantil. Foi a partir da Idade Moderna que a criança começou a ser vista como um indivíduo que precisava de atenção especial. E o reconhecimento da infância foi visto como um momento próprio, específico da vida de cada ser humano. Segundo Lajolo (2002) diz: Se a “construção” da infância ocorreu ainda no século XVIII – contemporânea da Revolução Industrial, com o passar do tempo, outras segmentações se foram tornando necessárias no interior desse primeiro grande segmento dos não-adultos(p.26). Em fins do século XIX, a literatura infantil começa a transitar por terras brasileiras, difundindo a mesma concepção que lhe dera origem e contextualizando-
  • 17. 17 se no panorama da literatura universal. De natureza popular e circulação oral, prevaleceu até esse período com o misticismo e o folclore das culturas indígenas, africanas e europeias. O percurso da literatura infantil no Brasil foi marcado pelo momento histórico e cultural, e especialmente pelo o ano de 1921, quando nascia oficialmente pelas mãos de Monteiro Lobato que estreou o livro: “Narizinho arrebitado” apresentando ao mundo a boneca Emilia, a mais moderna e encantadora fada humanizada. Foi aí que a literatura recebeu uma roupagem nova, visível na inovação temática das histórias e na aproximação entre linguagem e o tom coloquial que caracterizava a fala brasileira. Entretanto os primeiro autores brasileiros que se interessaram pela Literatura no país foram Carlos Jansen e Aberto Figueredo Pimentel, Monteiro Lobato . Eles traduziram as mais significativas obras que hoje são consideradas como “clássicos” para a criançada. Hoje a dimensão de literatura infantil é muito mais ampla e importante. Ela proporciona à criança um desenvolvimento emocional, social e cognitivo indiscutíveis. Segundo Abramovich (2007) quando as crianças ouvem histórias, passam a visualizar de forma mais clara, sentimentos que têm em relação ao mundo. As histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância, como medos sentimentos de inveja e de carinho, curiosidade, dor, perda, além de ensinarem infinitos assuntos. Segundo Ambramovich (1997): É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica... É ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, antropologia, etc. sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula (p. 17). Neste sentido, quanto mais cedo à criança tiver contato com os livros e perceber o prazer que a leitura produz, maior será a probabilidade dela torna-se um adulto leitor. Da mesma forma através da leitura a criança adquire uma postura crítico-reflexiva extremamente relevante à sua formação cognitiva.
  • 18. 18 Quando a criança ouve ou lê uma história e é capaz de comentar, indagar, duvidar ou discutir sobre ela, realiza uma interação verbal, que neste caso, vem ao encontro das noções de linguagem de Bakhtin (1992). Para ele, o confrontamento de ideias, de pensamentos em relação aos textos, tem sempre um caráter coletivo, social. A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto. Segundo Coelho (2002) a leitura, no sentido de compreensão do mundo é condição básica do ser humano. Silva (1997, p.43) acrescenta “... a leitura é uma prática social construída historicamente e, por isso mesmo, depende de determinadas condições para sua efetivação”. A produção para crianças surgiu com o objetivo de ensinar valores (caráter didático), ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar a adoção de hábitos. Na atualidade, já se pode falar de uma larga produção brasileira que leva em conta a criança. Autores como Ziraldo, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Monteiro Lobato e tantos outros que veiculam em suas obras ideias engraçados e bem, humoradas, trazem nos textos proposições sugestivas que respeitam a criança na sua capacidade lúdica, política e criativa estabelecendo entre leitor o texto uma relação prazerosa. Portanto a literatura infantil torna-se deste modo imprescindível. Os professores dos primeiros anos da escola fundamental devem trabalhar diariamente com a literatura, pois esta se constitui em material indispensável que aflora a criatividade infantil e desperta as veias artística da criança. Ao longo de estudos e experiências percebe-se o quanto o trabalho pedagógico, especialmente com a literatura infantil é importante, e requer dos educadores planejamento, disciplina, organização, uso adequado do tempo e principalmente se apaixonar pela literatura infantil para assim desenvolver uma aprendizagem significativa. No contexto atual em que o mundo passa por inúmeras transformações de sua história e a educação deve também acompanhar essas mudanças, especialmente a tecnológica, pois os debates e propostas educacionais vêm-se
  • 19. 19 disseminando de forma significativa principalmente no âmbito da língua, e em especial de Literatura Infantil. Esse é o papel que os veículos de comunicação passaram exercer no mundo contemporâneo com um aporte dos novos meios disponibilizados pela informática que são conhecidos gerados em fontes indiretamente escolares. Nas telinhas criadas de consensos e legitimadoras das variadas formas de poder, esse é um motivo para o educador(a) fazer permanente crítica nas mensagens geradas. Segundo Getelli (2004): (...) tanto as crianças como os professores vivem num espaço social midiatizado por mensagens televisivas, radiofônicas, jornalísticas, etc., capazes de provocar alterações nos comportamentos, criar referências para o debate público, influenciar na tomada de decisão, além de revelar, muitas vezes,os próprios limites do discurso pedagógico.(p.140). Diante da crescente presença da imprensa escrita da televisão e o computador cabe ao professor orientar como os alunos devem utilizar esses recursos de forma educativa e prazerosa. Precisa-se está atentos aos recursos tecnológicos. Segundo Gitelli (2004,p.135): “(...) a televisão teria forte impacto sobre a criança podendo levá-lo à formação de hábitos socialmente negativos”. É inadiável essas informações para transformá-las em ensino aprendizagem, para lidar com a tecnologia de forma positiva é necessário usar no momento certo como recurso didático. Portanto, acentua-se que a literatura infantil na escola é imprescindível para a formação do ser, pois a literatura propicia o desvendar de mundos, o contato com situações e experiências antes inexploradas pelo leitor e em sala de aula oportuniza condições indispensáveis ao desenvolvimento cognitivo, social, moral e emocional cabendo ao professor analisar criteriosamente as atividades e suas potencialidades educativas, permitindo a compreensão da obra, bem como o gosto da leitura literária. Neste sentido, a escola precisa oferecer oportunidade para que a literatura se realize como instrumento de formação do ser, constituindo um indivíduo ativo na sociedade, pois é a escola que assume a responsabilidade de iniciar a criança no processo de alfabetização, preparando um leitor efetivo, ou seja adotando um comportamento em que a leitura deixa de ser ocasional e passa a integrar a vida do sujeito.
  • 20. 20 2.2 A formação leitora na concepção do professor da educação infantil O professor, principalmente o da educação Infantil, deve estar consciente do papel que literatura Infantil exerce em função da leitura, pois a construção da leitura na sala de aula merece cuidados especiais. O livro é um objeto de arte com características de uma experiência criadora, por isso o ato de ler atualiza esse processo revelador da arte da palavra desenvolvendo a expressão do sujeito numa dimensão reflexiva e crítica. É com esta perspectiva, que a prática leitora deve ser realizada em sala de aula. O professor se tornar interprete da literatura ao desvendar os caminhos da leitura. Dessa forma, a literatura assume o seu verdadeiro lugar na leitura da escola. As dificuldades encontradas por alguns docentes em conquistar e manter o leitor acontecem, fundamentalmente, do equívoco quanto à concepção do texto literário que é atribuída apenas, ao ato de ler, simplesmente por ler, por obrigação. A leitura do texto na maioria das vezes continua sendo reduzida à apreensão do código. Entretanto Paulo Freire (1982) afirma que: A compreensão crítica do ato de ler não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas se antecipa e se alonga na inteligência do mundo... (p. 1-2). Diante disso, percebemos que o leitor deve relaciona os significados do texto com a sua compreensão de mundo. Por isso precisa-se de professores transformadores, críticos, que valorizem a educação e que de forma comprometida estimule a imaginação da criança, aguçando o prazer pela leitura e compreendendo a verdadeira finalidade da literatura, bem como dos processos essenciais ao ato de ler. Para que isso aconteça, torna-se necessário que o educador esteja munido de conhecimentos teóricos sobre a importância da Literatura Infantil na formação leitora da criança estabelecendo objetivos claros para o trabalho que irá desenvolver. Portanto os pedagogos, que estão ou estarão em sala de aula, precisam ter consciência da importância da Literatura Infantil, pois a escola é o lugar de transformações individual, social e cultura dos sujeitos. Os pedagogos devem, entretanto desenvolver a função pedagógica com compromisso e caráter inovador.
  • 21. 21 2.3 Literatura Infantil: Formação Leitora de Crianças na Educação Infantil A literatura é uma arte e como forma de arte ela proporciona a criança condições de elaborar significadamente os dados da realidade e a sua interação com ela,compreender melhor os contornos do real e as emoções que ele provoca, incentivando a criança a produzir textos. Contudo Coelho (2000) afirma: A literatura infantil é, antes de tudo, literatura: ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/ impossível realização (p.27). Segundo Sisto (2005,p.1) “ao fazer contato com a obra de arte, no caso a literatura, a criança participa de uma ação pedagógica, mesmo que não seja essa a função da narração oral ou do texto literário”. O fenômeno da criatividade que representa o mundo da criança e canaliza melhor as informações através da mesma é possível incorporar sonhos a realidade além de ajudar no desenvolvimento intelectual, criativo e psicológico da criança e ajuda de alguma forma a criança a resolver seus conflitos internos. Palo (2001) informa que: Os bastidores da construção da personagem são desvendadas aos olhos da criança, que vê a sua frente “um boneco engraçado” não uma réplica sua, mas um boneco que foi montado, sem segredos, à sua frente e que ela pode desmontar e remontar, de agora em diante na medida em que entra na brincadeira pondo em ação a sua imaginação criadora (p.37). Ler ou contar história para crianças é ter a curiosidade em relação a tantas perguntas. É encontrar outras ideias para solucionar questões. É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, das soluções que todos vivem. Por meio de um simples conto relatado com emoção e carinho, os pequenos ouvintes assimilam conceitos éticos, políticos, filosóficos, religiosos e aprendem a lidar com a realidade de forma divertida e desenvolve sua própria fantasia. Desse modo a relação aluno com a literatura através da sistematização dinâmica que possibilitou além da diversidade de informações, novas perspectivas de conhecimentos e aprendizagem facilitando assim a relação lúdica, afetiva do aluno através da Literatura Infantil. E Segundo Sisto (2005), Por tudo isso pode se dizer: as crianças que têm contato com as histórias desenvolvem mais a imaginação, a criatividade e a capacidade de discernimento e crítica; na medida em que se tornam ouvintes e leitores críticos, as crianças assumem o protagonismo de suas próprias vidas (p.3).
  • 22. 22 Entretanto é nessa relação prazerosa com as obras literárias que se deve formar o leitor, e é na exploração simbólica da fantasia e da imaginação que desabrocha o ato criador e se desenvolve a comunicação entre o texto e o leitor de forma crítica e reflexiva, dessa forma a criança de forma criativa e divertida constrói sua própria história com autonomia, construindo uma compreensão maior de si e do mundo em que vive. Terá oportunidades de desenvolver sua criatividade e ampliar seus conhecimentos percebendo o mundo que cerca. Para Bettehein (1996). Enquanto diverte as crianças, o conto de fadas esclarece sobre se mesmas e favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significado em tantos níveis diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça á multidão e diversidade de contribuições que esses contos dão à vida da criança (p.20). É no encontro com qualquer forma literária que a criança tem a oportunidade de ampliar/transformar suas próprias experiências de vida. Nesse sentido a literatura se apresenta não só como veículo de manifestação de cultura, mas também de ideologias, deve ser utilizada como instrumento de sensibilização para expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo. Na concepção de Aguair e Bordini (1993): A obra literária pode ser entendida como uma tomada de consciência do mundo concreto que se caracteriza pelo sentido humano dado a esse mundo pelo autor. Assim, não é um mero reflexo na mente, que se traduz em palavras, mas o resultado de uma interação ao mesmo tempo receptiva e criadora. Essa interação se processa através da mediação da linguagem verbal escrita ou falada.(p.14). Poucas crianças têm o hábito de ler em nosso país. A maioria tem o primeiro contato com a literatura apenas quando chega á escola. E a partir daí, vira obrigação, pois infelizmente muitas de nossos professores não levam em conta o gosto e a faixa etária em que a criança se encontra. A literatura bem realizada em sala de aula é aquela em que a criança interage com os diversos textos trabalhados de tal forma que possibilite o entendimento do mundo em que vivem. Para alcançarmos um ensino de qualidade se faz necessário que o professor descubra critica e que saiba selecionar as obras literárias a serem trabalhadas com crianças. Ele precisa desenvolver recursos pedagógicos para contagiar e aproximar a criança do livro. Segundo Bettelhein (1996). Para que uma história prenda realmente a atenção da criança deve entretê- la e despertar sua curiosidade. Mas Para enriquecer sua vida deve
  • 23. 23 estimular – lhe a imaginação: ajuda-la a desenvolver seu intelecto e a tornar clara suas emoções; estar harmonizada com sua ansiedades e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir soluções pra os problemas que a perturbam...(p.13). Ao trazer a literatura infantil para a sala de aula, o professor estabelece uma relação de dialogo com o aluno, o livro e sua realidade. Além de contar ouler a história, ele cria condições em que a criança expressa seu ponto de vista troque opiniões e crie novas situações construindo uma nova história. De acordo com Abromovich (1995, p.17). Ler história, para crianças, sempre, sempre... é poder sorrir, ganhar gargalhadas com as situações vividas pelas personagens, como a ideia do conto ou com jeito de escrever dum autor e então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor de brincadeira de divertimento... è também suscitar o imaginário é ter a curiosidade respondida em relações a tantas perguntas, é encontrar outras ideias pra solucionar questões ( como as personagens fizeram...). Portanto a conquista do pequeno leitor se dá através da relação prazerosa com o livro infantil, onde a imaginação se mistura com a realidade. As experiências da leitura apreciadas na sala de aula vêm carregadas de um mecanismo bastante notável, de uma decodificação de letras e palavras que apontam para superficialidade de significados que os discentes enquanto leitores atribuem à leitura. Para tanto experimentarmos ler mais de uma vez qualquer texto, entender a mensagem do texto em conjunto por meio de perguntas orais; contar histórias; interpretar questões dos textos lidos, além de desenvolver a leitura, proporciona a socialização, o hábito de ouvir e sentir prazer nas situações que envolvem leitura de história. Assim fez–se necessário uma prática conscientemente pedagógica além de educativa, embasada numa pedagogia que acredite como Tedesco (1998.51) que “a missão da educação é ajudar cada indivíduo a desenvolver todo potencial e a tornar- se um ser completo não um instrumento para a economia”. Desta forma, o processo de ensino, sendo algo enriquecedor, contribui com o desenvolvimento da aprendizagem. Desenvolvendo atividades de leitura, apresentações teatrais, contos e recontos de histórias, busca-se incitar o prazer pela leitura. A integração de ideias, a produção de saberes necessários à realidade dos alunos, assim como dos professores, são aspectos que favorecem a edificação de anseios na busca de aprendizagens verdadeiramente consistentes. Gentili e Alencar
  • 24. 24 (2007.p.22) afirmam que “as relações que estabelecem notadamente entre alunos e professores, além da necessária troca de saberes, são intrinsecamente, espaços de troca de perspectiva, percepções e vivências” A ordem e as relações que se estabelecem em diferentes atividades podem determinar significadamente o tipo e as características do ensino. 2.3.1 A importância de ouvir histórias Ouvir histórias é um acontecimento tão prazeroso que desperta o interesse em todas as idades. Se os adultos adoram ouvir uma história, a criança é capaz de se interessar e gostar ainda mais por elas, já que sua capacidade de imaginar é mais intensa. A narrativa faz parte da vida da criança desde quando bebê, através da voz amada, dos acalantos e das canções de ninar, que mais tarde vão dando ás cantigas de roda, a narrativas curtas sobre crianças, animais ou natureza. Aqui, crianças bem pequenas, já demonstram seu interesse pelas histórias, batendo palmas, sorrindo, sentindo medo ou imitando algum personagem. Neste sentido é fundamental para a formação da criança que ela ouça muitas histórias desde a mais terna idade, sendo assim é de suma importância a adequação de livros à idade. O primeiro contato da criança com um texto é realizado oralmente, quando o pai, mãe, os avós ou outra pessoa conta-lhe os mais diversos tipos de histórias. A preferida, nesta fase, é a história da sua vida. A criança adora ouvir como foi que ela nasceu, ou fatos que aconteceram com ela ou com pessoas da sua família. À medida que cresce, já é capaz de escolher a história que quer ouvir, ou a parte da história que mais lhe agrada. É nesta fase, que as histórias vão tornando – se aos poucos mais extensas, mais detalhadas. Na fase de 2 a 5 anos de idade, a criança faz pouca distinção do mundo exterior e interior, vivendo um período de grande egocentrismo. È também a idade do pensamento mágico, então os primeiros livros devem conter gravuras pertencentes ao meio em que a criança vive e que possam ser identificados por elas (brinquedos, animais, etc.), também podem ser apresentados livros que agrupam objetos, relacionando-os com várias coisas que são familiares às crianças.
  • 25. 25 Ainda se adequam a essa faixa etária brincadeira que envolva parlendas e cantigas de roda, já que a criança gosta de versos infantis em virtude do ritmo, do jogo de palavras e sons. Também se observa nessa fase, um especial interesse por histórias envolvendo animaizinhos, que promovem um processo inconsciente de identificação. Com isso a criança passa a interagir com as histórias, acrescentam detalhes, personagens ou lembra fatos que passaram despercebidos pelo contador. Essas histórias reais são fundamentais para que a criança estabeleça a sua identidade, compreender melhor as relações familiares. Outro fato relevante é vínculo afetivo que se estabelece entre o contador das histórias e a criança. Contar e ouvir uma história aconchegando a quem se ama é compartilhar uma experiência gostosa, na descoberta do mundo das histórias e dos livros. É importante contar histórias mesmo para crianças que já sabem ler, pois segundo Abramovich (1997, p. 23) “quando a criança sabe ler é diferente sua relação com as histórias, porém, continua sentindo enorme prazer em ouvi-las”. Quando as crianças maiores ouvem as histórias aprimoram a sua capacidade de imaginação, já que ouvi-las pode estimular o pensar, o desenhar, o escrever, o criar, o recriar. Num mundo de hoje tão cheio de tecnologias, onde as informações estão tão prontas, a criança que não tiver a oportunidade de suscitar seu imaginário, poderá no futuro, ser um indivíduo sem criticidade, pouco criativo, sem sensibilidade para compreender a sua própria realidade. 2.4 Literatura Infantil: Aquisição da Leitura Durante muitos anos a leitura era utilizada somente nas aulas de Português, na gramática, e não se trabalhava a leitura no seu sentido completo, o de formar verdadeiros leitores, capazes de interpretar qualquer texto com clareza. Para isso faz-se necessário que desde cedo, antes mesmo de frequentar a escola, a criança tenha contato com livros, perceba que seus pais ou responsáveis estejam intimamente ligados ao mundo da leitura, pois quando a criança convive em um ambiente letrado, consequentemente ela fará as atividades de leitura com prazer apresentando maior êxito na escola, pois se desenvolverá com mais facilidade. No
  • 26. 26 entanto observa-se que a maioria dos alunos que chegam a sala de aula, vem de lares que não incentivam a leitura. Diante disso é que surgem as preocupações por parte dos educadores em incentivar a leitura, pois sem esse auxílio familiar dificulta e atrasa o processo de ensino aprendizagem. Portanto os educadores devem fazer da literatura infantil e da leitura um momento de prazer, para que não a façam só como uma tarefa a mais da escola. Na sala de aula deve existir um cantinho onde a criança possa manusear os livros, ler individualmente ou coletivamente, um ambiente aconchegante, em que a criança sinta prazer de estar ali, tenha liberdade e possa socializar-se melhor com as demais crianças, ou seja transformar a sala de aula em um ambiente alfabetizador, uma sala de aula textualizada constituindo recurso essencial para o desenvolvimento da leitura. A leitura não pode ser confundida com decodificação de sinais, com produção mecânica de informações, respostas convergentes ou estímulos escritos e pré- elaborados. A leitura deve ser real, caso contrário torna-se um processo mecânico e decodificação de símbolos. Nessa perspectiva Palo, (2001) aborda o poder da literatura na formação do pensamento da criança. Ora sendo assim, o pensamento infantil esta apto para responder à motivação do signo artístico, e uma literatura que se estreie sobre esse modo de ver a criança torna-a indivíduos com desejos e pensamentos próprios, agente de seu próprio aprendizado (p.8). A literatura tem um caráter pedagógico que proporciona meios para desenvolver habilidades que agem como recursos facilitadores no processo de aprendizagem. Essas habilidades poderão ser absorvidas no enriquecimento do vocabulário, nas referências textuais, na interpretação de textos na ampliação do repertório linguístico na reflexão e criatividade. Segundo Coelho (2000, p.15): “A literatura em especial a infantil tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação: a de servir como agente de formação seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo/texto estimulado pela escola”. Com isso a literatura infantil se torna um recurso de inserção das crianças nas relações éticas e morais que permeiam a sociedade em que estão inseridas. Geralmente quando pensamos em ler e escrever, nos vem à tona que é a “escola”, porém, podemos perceber que fora da escola também se lê e se escreve
  • 27. 27 de diversos modos. O processo de leitura ultrapassa os muros escolares e passa a fazer parte da nossa vida cotidiana, ou seja, a leitura pode surgir dentro e fora da escola. Lajolo define como: Do mundo da leitura a leitura do mundo, o trajeto se cumpre sempre, refazendo-se, inclusive, por um vice-versa que transforma a leitura em prática circular e infinita. Como fonte de prazer e de sabedoria, a leitura não esgota seu prazer de sedução nos estreitos círculos da escola. (p.7). Diante disso, percebemos que a Literatura Infantil possui um caráter educativo que auxilia no desenvolvimento social, intelectual, cognitivo e psicológico da criança. Os textos literários são coerentes e significativos e possibilitam ao educando tornar-se um leitor crítico e reflexivo, portanto é essencial incorporar às práticas de sala de aula o texto literário, para, de maneira particular, compor o conhecimento da criança e redimensionar a afetividade pela mediação dos signos verbais e não verbais.
  • 28. 28 CAPÍTULO III 3. Fundamentos e Procedimentos Metodológicos: Os Percursos da Investigação A pesquisa se constitui num procedimento formal, com métodos de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico para se conhecer a realidade.nesse sentido segundo Rummel ( 1972, apud MATTOS, 2004),ela tem dois significados: em sentido amplo, engloba todas as investigações especializadas e completas: em sentido restrito, abrange os vários tipos de estudo e de estudos e de investigação mais aprofundado. Assim faz-se neessário salientar que a pesquisa cientifica busca explicar as situações-problema que estuda e analisa, apresentando ao final, inferências e conclusões, mesmo que parciais ou provisórias. Assim, fica evidente a importância da pesquisa em educação, pois educar é construir, libertando o homem do determinismo, passando a reconhecer o papel da História e onde a questão cultural, tanto em sua dimensão individual, como em relação à classe dos educandos, é essencial à prática pedagógica proposta. A metodologia é o instrumento que norteia o processo de investigação, ou seja, conduz os passos da pesquisa, assim, esta pesquisa caracteriza-se de natureza qualitativa, uma vez que procura estudar os fenômenos educacionais e seus autores dentro do conceito social e histórico, procurando o cotidiano como campo de expressão humana que possibilita um contato pessoal do pesquisador com o fenômeno pesquisado buscando respostas para nossas inquietações hipotéticas. Segundo Ludke e André (1986): A pesquisa qualitativa tem o ambiete natyural como sua fonte direta de dadoseo pesquisador como seu principal instrumento.(...) a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada,via regra através do trabalho intensivo de campo.(p.11) Assim, a abordagem qualitativa possibilitou relações de signifacados com a realidade investigada, de maneira transparente e aprofundada que não se limita apenas ao caráter da quantificação (MINAYO, 1994), sendo um dos elementos
  • 29. 29 primordiais para um suposta fidedignidade do estudo, por valorizar o contexto da realidade, em que se buscou fazer vínculos com o objeto, para investigá-lo. Nesses termos, para contemplar o objetivo dessa investigação, o tipo de pesquisa mais propício foi à abordagem qualitativa, pois consiste na explicação da realidade, isto é, na tentativa de encontrar os princípios subjacentes ao fenômeno estudado e de situar as várias descobertas num contexto mais amplo. Nessa perspectiva foi necessário coletar “dados”, os quais garantiram o desvelamento do objetivo da problemática demarcada nessa investigação. Foi selecionado como instrumento e técnica de investigação, a observação e o questionário. Segundo Oliveira (2007), o questionário é um importante instrumento para obtenção de imformão sobre expectativas, situações vivenciadas e sobre todo e qualquer dado que o pesquisador deseja registrar para atender os objetivos de seu estudo. Cervo e Bervian (2002) afirma que o questionário é a forma mais utilizada para coletar dados, possibilitando medir com exatidão o que se deseja. 3.1. Lócus de Pesquisa A investigação foi realizada na Escola Antonio Bastos de Miranda – Anexo, localizada em Missão do Sahy, povoado da cidade de Senhor do Bonfim – Ba. A referida escola é uma instituição pública e não tendo espaço para comportar toda a clientela criou-se um anexo, um espaço que não é adequado, mas mesmo assim atende uma clietela com faixa etária de 03 a 10 anos, sendo distribuidos em salas de maternal a CBAS II ( Ciclo Básico Sequencial) 2º ano do Ensino Fundamental, comportando 5 salas, 3 banheiros, 1 cantina e secretaria/diretoria. A instituição de ensino escolhida como campo de pesquisa, favoreceu-nos reflexão para analizar as nossas inquietações, que vivenciamos a falta do hábito pela leitura dos alunos do ensino fundamental que cabe aos professores estimular, despertar o praser a essa clientela caso contrário formará alunos desestimulados. 3.2. Sujeitos Da Pesquisa Os sujeitos participantes dessa pesquisa foram 05 (cinco) educadores da Escola Antonio Bastos de Miranda no turno matutino que atuam no ensino fundamental I.
  • 30. 30 3.3. Instrumentos de Coleta de Dados Os instrumentos de coleta de dados utilizados na produção dessa pesquisa foram: a observação e o questionário misto com o objetivo de investigarmos o trabalho literário desenvolvido pelos docentes. Com o intuito de fornecerem os subsídios para a busca de informações necessárias a produção do material de análise para a pesquisa. 3.3.1 Observação Na coleta de dados foi utilizada primeiramente a observação no lócus, para facilitar ocontato entre os pesquisados e o pesquisador. Através desse instrumento, o observador tem uma maior aproximação com o objeto estudado, permitindo compreender melhor a sua realidade e ações. A observação facilita a compreeção onde os entrevistados deixam subtendidos, permitindo assim melhor claresa dos dados. A observação contribui com a pesquisa, uma vez que possibilitou o contato maior com os sujeitos pesquisados, dando dimenção a uma experiência direta com o pesquisador e pesquisado. 3.3.2 Questionário Outro instrumento utilizado foi o questionário aberto contendo cinco questões com o objetivo de não somente investigar as concepções dos professores/as sobre a Literatura Infantil, mas compreender o papel da literatura infantil na formação de crianças leitora. O questionário aberto foi escolhido por que é um instrumento de pesquisa contituido por uma série de perguntas com o objetivo de levantar dados. O questionário da liberdade ao sujeito nas suas opiniões e possibilita que educadores exponham suas idéias de forma evidente. Marconi e Lakatos (1999, p. 88) definem o questionário como: “(...) um instrumento de coleta de dados, constituídos por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito sem a presença do entrevistador”. Nesse sentido o questionário da liberdade ao sujeito para expor suas opiniões.
  • 31. 31 CAPÍTULO IV 4. Análise e Interpretação dos Dados A etapa de análise de dados, numa investigação é, sem sombra de dúvidas, o ápice, a culminância da pesquisa, tendo em vista que neste momento a realidade pode ser confrontada com todo aparato teórico em que o pesquisador, de posse de todos os dados coletados, pode fazer inferências/interferências /interpretações, que irão confirmar ou negar suas hipóteses, consequentimente, desvendar seu objeto de estudo. Segundo Lakatos e Marconi (2001 p. 321), a análise dos dados é realizada em três níveis: a interpretação, na qual o pesquisador verifica as relações entre as variáveis existentes na pesquisa; a explicação sobre os fenômenos que ocorreram na coleta de dados; e a especificação, momento em que o pesquisados explicita até que ponto as relações entre as variáveis do trabalho são válidas, quais são as origens dessas relações e suas limitações. Assim, depois de analizados os dados chega a hora de interpretá-los. Esse é o momento em que o trabalho dá significado às respostas obtidas,descrevendo-as e explicando-as com base nos materiais coletados durante o seu percurso de construção. Para Lakotos e Marconi (2001), a interpretação é o momento de expor o verdadeiro significado do material apresentado, fazendo relações com os objetivos propostos e o respectivo tema da pesquisa. É neste contexto que a análise de dados desta pesquisa constitui-se num momento ímpar, por possibilitar o confronto entre todo o referencial pesquisado/estudado e a realidade investigada; é o momento em que se pode assumir posicionamentos frente às descobertas, desvelando assim o objeto e comtemplando os objetivos na referida pesquisa. A seguir, transcrevemos os depoimentos das educadoras entrevistadas em categorias onde argumentam suas concepções a respeito do trabalho com Literatura Infantil em sala de aula. Nesse percurso, as categorias demarcadas sinalizaram os principais eixos de discurssão da temática: A primeira refer-se à Concepção de literatura infantil, a qual
  • 32. 32 traz algumas análises sobre a visão de profissionais que atuam no âmbito escolar; A segunda a ponta a literatura infantil como elemento essencial para estimular o hábito da leitura. Por fim a terceira discute as histórias no processo de desenvolvimento da leitura no intuito de refletir sobre a opinião dos docentes e analisar o olhar de cada profissional diante do contexto. 4.1 A concepção de literatura infantil É imprescindível tecer algumas análises sobre a visão dos vários profissionais que atuam no âmbito escolar, quanto a importância da Literatura infantil, tendo em vista que tais discussões evicidenciam possibilidades, limitações e dasafios da atuação do pedagogo na formação de leitores através da Literatura infantil. Todas as participantes são do sexo feminino, a idade varia de 28 a 50 anos, já atuam na educação infantil a mais de dez anos e todas são graduadas no curso de Pedagogia sendo que nenhuma possui especialização. Estes sujeitos participam regularmente de cursos de formação. Adentrando na discussão, questionados a respeito da concepção da Literatura Infantil, os educadores deixaram evidentes que: P1: É um caminho para vivenciar o lúdico e despertar o interesse pela leitura (2012). P2: È uma viagem através da leitura, onde a criança se transporta ao mundo da imaginaçao e passa a sentir emoções e despertar curiosidades e sentimentos (2012). P3: São Livros destinados para um público alvo: crianças. P4: È a arte das letras que encantam as crianças e adultos. P5: È a metodologia utilizada por meio de livros, gravuras ou fantoches que enriquecem no âmbito escolar o gosto pela leitura (2012). Fica claro nas falas da P1, P2, P4 que os docentes consideram a Literatura Infantil como algo mais amplo e que através da Literatura a criança desperta sua curiosidade para o mundo da leitura e através dos seus questionamentos e curiosidades desenvolve um potencial crítico. Já as docentes P3 e P5 demonstram uma concepção restrita, quando resumem a Literatura infantil apenas a livros especialmente para um público infantil que desperta o gosto pela leitura. Coelho (2000) defende que:
  • 33. 33 A literatura é antes de tudo literatura; ou melhor, é arte: Fenômeno da criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Fdunde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização. (p. 27). O leitor, principalmente o leitor infantil, entra na história através da imaginação. Dessa forma evidencia que a Literatura aguça o senso crítico da criança induzindo a pensar, por que a Literatura representa o mundo da criança onde ajuda no desenvolvimento da criança e também ajuda de alguma forma a resolver seus conflitos internos. Na fala das professoras, a Literatura infantil tem um papel significativo no desenvolvimento da criança aguçando o gosto pela leitura, proporcionando a aquisição de novos conhecimentos, desenvolvendo as suas habilidades necessárias de forma natural e agradável. 4.2 Literatura infantil: Elemento essencial para estimular o hábito da leitura Perguntado se as educadoras acreditam que a utilização da Literatura nas aulas ajuda a estimular a leitura, ficou evidenciado que: P1: Sim. Ao observar o hábito do professor de ler e junto a ele o prazer que a leitura proporciona, a criança despertará em sí o desejo de fazer o mesmo. P2: sim. Porque as histórias são fontes maravilhosas de experiências, são meios preciosos de ampliar o horizonte da criança e aumentar seus conhecimentos em relação ao mundo. Se o professor utiliza a literatura irá com certeza incentivar o aluno a gostar de ler. P3: Sim. Por que para a criança o professor ou os pais são modelos, eles admiram, então seja contado por pais ou professores de um modo atrativo e competente sem dúvida irá despertar nele o gosto e o prazer pela leitura. È claro que depende de como é contada e incorporada determinadas histórias. P4: Sim. Por que a criança vivencia o momento em que a professora lê um livro, conta uma história e propicia a criança manusear estes livros para assim recontar ou criar novas histórias. P5: sim. Pois provoca no aluno o interesse e o prazer de ouvir e de recontar o que foi narrado. As professoras afirmam que a Literatura Infantil desenvolve o hábito da leitura, desperta o prazer em ler, amplia os horizontes e aumenta os conhecimentos em relação ao mundo. Nesse sentido Barbosa, (1994) salienta que “(...) a leitura é mais que um exercício dos globos oculares, pois se apóia, por um lado, no que o leitor recebe
  • 34. 34 através do seu sistema de visão e, por outro nas informações que o leitor tem disponíveis na sua cabeça, na sua estrutura cognitiva”. Compreende-se que o leitor ao manusear o livro desperta-se a curiosidade induzindo a leitura, selecionando assim leitura de acordo com suas necessidades e gosto através de sua imaginação criadora abrindo caminhos para o conhecimento. Diante das respostas percebeu-se que a literatura Infantil é utilizada como recurso para estimular a leitua. Ao serem questionadas sobre o que consideram essencial para a formação de uma criança leitora, destacaram: P1: Um ambiente que lhe favoreça, que desperte o seu desejo por ler: Livros disponíveis na sala de aula, pais que presenteiam seus filhos com livros. P2: Ler histórias para crianças considero essencial e também fazer com que tenham acesso a livros em casa e na escola. P3: Um ambiente que favoreça o despertar e o gosto pela leitura, seja na escola ou em casa, incentivo, a vivência e o contato com o ouvir e contar histórias. P4: Despertar na criança o gosto pela leitura. P5: O incentivo dos pais e professores. As professoras abordam que a organização do ambiente alfabetizador e principalmente o incentivo dos pais constitui um dos recursos essenciais para o desenvolvimento e formação da criança leitora. Magda Soares (2003 p. 47) exemplifica o caso de uma criança que mesmo antes de estar em contato com a escolarização, e que não saiba ainda ler e escrever, porém, tem contato com livros, revistas; ouve histórias lidas por pessoas alfabetizadas, presencia a prática de leitura ou de escrita, e a partir daí tambem se interessa por ler, mesmo que seja só ensenação, criando seus próprios textos. 4.3 Histórias infantis no processo de desenvolvimneto da leitura A proposta de leitura de textos literários no processo de alfabetização, visando a formação do leitor, sustenta-se na seleção de textos; no processo de atividades de leitura e de produção textual; e no envolvimentos de atores que legitimam o esforço dos docentes, voltado para a promoção da leitura. Instigando sobre como incentivam os alunos ao hábito da leitura, as educadoras destacaram que:
  • 35. 35 P1: através de atividades constantes que envolvam momentos de leitura visita a biblioteca da escola, lendo para eles e contando histórias, etc. P2: Lendo para eles e possibilitando que os mesmos tenham acesso a livros e oportunizando a fazer recontos, e ler em sala de aula. P3: Lendo. Lendo com gosto, ênfase e vontade de maneira que possa contagiar e despertar o gosto pela leitura. Além de acentuar a importância da leitura em nossas vidas. P4: Lendo, contando histórias, construindo cantinho de leitura. P5: Proporcionando momentos que elas mostrem a sua leitura, não importando de que forma elas lêem, mas sim como posso ajudá-las. Ficou evidente nas afirmações das professoras que a inter-relação do professor com o trabalho literário é essencial, pois é através da leitura que o professor faz, da forma como ele lê, que a criança se entusiasma e passa a se interessar pela leitura. As docentes utilizam vários métodos, sendo que todas as estratégias de ensino têm resultados significativos que despertam o gosto e o interesse pelas atividades proposta. O domínio da leitura é uma experiência muito importante na vida da criança, que determina o modo como ela irá perceber a escola e a aprendizagem em geral. Segundo Bettelheim (1984): Quando a aprendizagem da leitura é experienciada não apenas como melhor caminho, mas como o único para sermos trasportados para dentro de um mundo previamente desconhecido, então a fascinação inconsciente da criança em ralção aos acontecimentos imaginários e seu poder mágico apoiará os seus esforços conscientes na decodificação, dando-lhe forças para vencer a difícil tarefa de aprender a ler... (p. 49). Conforme Bettelheim, o acesso ao código escrito confere à criança o poder de participar do mundo secreto dos adultos, tornando o ato de ler uma aventura fascinante. Ao investigar sobre a importancia das histórias infantis no processo de desenvolvimento da leitura, as educadoras deixaram explicito que: P1: São de extrema importância, pois é o primeiro contato das crianças com o mundo letrado. Através da leitura das imagens, a criança imagina, sonha, se permite um final diferente para o que está vendo. Quando descobre o que está escrito, percebe que o desenho pode ser algo mais concreto. P2: As histórias infantis são importantes por que além de proporcionar turbilhões de de emoções, sentimentos, familiariza a criança à leitura. P3: Imprescindivel, mas não qualquer história, e sim histórias significativas.
  • 36. 36 P4: As histórias infantis tem grande importância, pois através delas as crianças viagam na sua imaginação e desperta o prazer pela leitura. P5: Muito importante, pois proporciona uma verdadeira ponte entre a fantasia e imaginação e o gosto pelo hábito de ler. A história infantil abrange um conjunto de acontecimentos ligados entre sí, seus componentes são as ações, as personagens, o espaço e o tempo, portanto devem se adequar a faixa etária e o sexo do leitor, já que meninos tendem a se identificar com histórias em que atuem heróis masculinos, ocorrendo o inverso entre as meninas. Porém a função mais importante das histórias infantis é despertar o interesse e o imaginário da criança. Nesse sentido Abromovich (1997) salienta que “Ao ler uma história a criança também desenvolve todo um potencial crítico. A partir daí ela pode pensar, duvidar, se perguntar, questionar... Pois se sentir inquieta, querendo saber mais...(p. 143”) Diante da nossa reflexão percebeu-se que uma história traz consigo inúmeras possibilidades de aprendizagem. Entre elas estão os valores apontados no texto, os quais poderão ser objeto de diálogo com as crianças, possibilitando a troca de opiniões e o desenvolvimento de sua capacidade de expressão. O estabelecimento de relações entre os comportamentos dos personagens da história e os comportamentos das próproias crianças em nossa sociedade, possibilita ao professor desenvolver os múltiplos aspectos da literatura infantil. A literatura infantil é de grande importância para o processo do autoconhecimento da criança e de sua inserção no real, bem como para o desenvolvimento de seu senso crítico.
  • 37. 37 5. Considerações Finais Sabe-se que a educação sozinha não pode modificar a realidade em que estamos inseridados, mas também se tem a consciência de que nenhuma mudança poderá ocorrer sem que a educação esteja presente. Para levar a educação a ocupar o seu espaço e ser realizada de forma séria, tem-se que sensibilizar todos aqueles que a fazem, para que desempenhe seu papel de forma reflexíva, contextualizada, comprometida e alegre para que os atores envolvidos se identifiquem e identifiquem seu mundo. Para isso nada melhor do que utilizar a leitura de histórias que levam os leitores, com potenciais antes desconhecidos, a passear pelo passado, visualizar o presente e sonhar com um futuro melhor. É nessa medida que se torna possível afirmar que o percurso de construção desse trabalho foi muito significativo, permeado de construções, desconstruções e reconstruções de conceitos e perspectivas, pois ao longo dessa pesquisa muitas descobertas se efetivaram, muitas reflexões foram travadas. Assim, através do presente trabalho, percebe-se que os objetivos foram alcançados, ficando evidente que a Literatura Infantil tem um papel significativo no desenvolvimento da criança, é uma forma exemplar de aprendizagem. É imprescindível para o desenvolvimento da linguagem e personalidade, pois é através da literatura que a criança desenvolve o potencial crítico, possibilitando o diálogo, a troca de opiniões, a aquisição de novos conhecimentos, a habilidade da leitura de forma natural e agradável além de ampliar a capacidade de expressão, portanto a criança aprende brincando em um mundo de imaginação, sonhos e fantasias. Assim, espera-se que a referida pesquisa contribua significadamente para nossa formação enquanto educadores. Entendemos que a relevância desse trabalho, desde as observações até a construção dessa monografia e a sua operacionalização tem a possibilidade de ampliar cada vez mais os nossos conhecimentos na busca de uma educação mais eficaz.
  • 38. 38 REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, F. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. 5.ed. São Paulo; Scipione, 1995. AGUIAR, V.T.; BORDINI, M.G. Literatura: a formação do Leitor: alternativas metodológicas. 2.ed. Porto Alegre; Mercado Aberto, 1993. BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e Leitura. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 1994. BETTLHEIM, B. A psicanálise dos contos de fadas 11. Ed Rio de Janeiro: Paz e Terra,1996 . COELHO, Nelly Novais. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 1. Ed. São Paulo: Moderna, 2000. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 25. Ed. São Paulo: Cortez. 1991. GITELLI, Adelson. Comunicação e Educação: A linguagem em movimento. 3. Ed. São Paulo SENAC. 2004. JESUALDO. Literatura Infantil. 1. Ed. São Paulo: Cultrix, 1993. JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: artes Médicas, 1994. KLEIMAN, Ângela B. Modelos de Letramento e as práticas de alfabnetização na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2005. LAJOLO. Mariza. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6 ed. Gráfica: São Paulo, 2002. LERNER Delia. Ler e Escrever: O real o possível e o necessário. Alegre: Artmed. 2002. LUDKE, Menga. ANDRÉ, Marli, E. D. A. Pesquisa em educação: Abordagens qualitativas ( temas básicos de educação e ensino). São Paulo: EPU, 1986.
  • 39. 39 OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer Pesquisa qualitativa. Rio de Janeiro: Vozes, 2007. PALO, Maria José. OLIVEIRA, MARIA Rosa D. Literatura Infantil: voz de Criança. 3. Ed. São Paulo: Ática, 2001. PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand. Brasil, 1998. SILVA, Ezequiel da. Leitura e realidade brasileira – Porto Alegre: Mercado Aberto. 1997. SISTO, Celso. Texto e pretexto sobre a arte de contar histórias. (2ª ed. Revista ampliada). Curitiba, Positivo, 2005. ZILBERMAN, Regina. A literatura Infantil na escola. 6. Ed. São Paulo, global, 1987.
  • 41. 41 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB DEPARTAMENT DE EDUCAÇÃO-CAMPUS VII SENHOR DO BONFIM-BAHIA CURSO- PEDAGOGIA DOCÊNCIA E GESTÃO DE PROCESSOS EDUCATIVOS Caro(a) professor (a): Este questionário é um instrumento relativo à pesquisa que realizo no componente curricular TCC, enquanto concluinte do curso de Pedagogia Docência e Gestão de Processos Educativos. Agradeço a valiosa e indispensável colaboração ressaltamos que não precisa se identificar, uma vez que manteremos o absoluto sigilo, o que requer uma postura ética até mesmo enquanto pesquisadora iniciante. Antecipadamente agradeço a compreensão e colaboração. Joseneide Barbosa de Andrade. Questionário 1. Qual a sua concepção sobre Literatura Infantil? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2. Você acredita que a utilização da Literatura Infantil nas aulas ajuda a estimular o hábito da Leitura? Justifique?
  • 42. 42 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 3. O que você considera essencial para a formação de uma criança leitora? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 4. Como você incentiva seus alunos ao hábito da leitura? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 5. Qual a importância das histórias infantis nesse processo de conhecimento da leitura? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________