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ENFERMAGEM
Profª Glenda Agra




 ENFERMAGEM
 CIRÚRGICA
Profª Glenda Agra



1.CLÍNIA CIRÚRGICA: É a unidade hospitalar organizada, segundo um conjunto de
requisitos que se torna apta a receber pacientes para tratamento cirúrgico em regime de
internamento.

2.OBJETIVOS: Proporcionar ambiente terapêutico adequado aos pacientes com
afecções clínicas diversificadas, em regime de internação. Manter elevado padrão da
assistência, mediante planejamento, execução e avaliação das atividades de
enfermagem.

3.DEPENDÊNCIAS: Enfermarias, expurgos, isolamentos, postos de enfermagem,
repousos médicos e de enfermeiros, rouparias, sala de chefia de enfermagem, sala de
curativos, sala de prescrição.

4.RELAÇÃO COM OUTROS SERVIÇOS: Almoxarifado, ambulatório, central de
hemoterapia, CME, centro cirúrgico, CTI, CCIH, demais unidades de internação,
divisão de enfermagem, farmácia, recepção e SAME.

5.POSIÇÃO ADMINISTRATIVA: O serviço de enfermagem da clínica está
diretamente subordinado à divisão de enfermagem.

6.PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA CLÍNICA CIRÚRGICA: Enfermeiro-
gerente no horário da manhã.

Enfermeiros: horários: manhã, tarde, noite.

Auxiliares e Técnicos de enfermagem: horários: manhã, tarde, noite.

Auxiliares operacionais de serviços: horários: manhã, tarde, noite.

Auxiliares administrativos: horário comercial.

7.DIVISÃO DOS TURNOS DE TRABALHO:

1º TURNO: Manhã : 7:00 às 13:00h

2º TURNO: Tarde: 13:00 às 19:00h

3º TURNO: noite: 19:00 às 7:00h

NORMAS E ROTINAS DA CLÍNICA CIRÚRGICA

ROTINA DA MANHÃ

Enfermeiro Assistencial : Assistir ao paciente.

Enfermeiro Coordenador: Elabora as escalas e coordena o setor de enfermagem.

Enfermeiro Responsável-técnico: Responsável por todos os outros profissionais de
enfermagem, mediante o COREN.
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-Apresentar-se para receber o plantão;

-Confirmar a presença de funcionários escalados;

-Tomar conhecimento da escala das atribuições de tarefas e avisos;

-Refazer a escala de atribuições, SN

-Informar à Coordenação de enfermagem da unidade, as possíveis ausências e
ocorrências;

-Ler relatório geral para se inteirar das ocorrências;

-Verificar exames a serem encaminhados;

-Checar com os funcionários do horário, o encaminhamento de pacientes para o Centro
Cirúrgico feito às 6:30h;

-Verificar preparo de pacientes para exames;

-Supervisionar o preparo de pacientes para cirurgias “a seguir” (AS) e encaminhá-los ao
bloco cirúrgico, após solicitação.

-Registrar no prontuário do paciente, os exames e cirurgias realizadas, os preparos para
exames e cirurgias, exames e cirurgias não realizadas, alegando o motivo;

-Realizar processo de enfermagem;

-Receber paciente pós-cirurgia.



ROTINAS DA TARDE

-Todos acima, exceto realização de alguns exames.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM GERAL AO PACIENTE CIRÚRGICO

-Admissão ao paciente na unidade cirúrgica;

-Preparar o leito antecipadamente;

-Receber o paciente;

-Apresentar o paciente à equipe;

-Proceder de acordo com a rotina do serviço;

-Entrevistar o paciente e realizar exame físico;

-Preparar prontuário;
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-Verificar SSVV, peso e mensuração;

-Observar estado geral do paciente;

-Fazer anotações de enfermagem;

-Arrolar roupas e valores;

-Orientar o paciente;

-Comunicar o médico;

-Providenciar alimentação, medicação, etc.

PREPARO PSICOLÓGICO

-Visa reduzir as complicações intra e pós-operatórias;

-Estudo completo das condições fisiológicas e psicológicas;

-Avaliar tensão, ansiedade e nervosismo;

-Buscar meios que minimizem anseios;

-Solicitar o serviço de psicologia;

-Pacientes orientados recuperam-se mais rápido;

PREPARO FÍSICO

Inicial

-Melhor esclarecimento do diagnóstico;

-Adequar o estado geral do paciente à cirurgia;

-Inicia-se da admissão às 24h que antecede o pré-operatório imediato

A enfermagem

-Realiza exame físico;

-Investiga determinantes que poderão afetar negativamente a cirurgia. Ex: idade,
doenças.

-Providencia e prepara o paciente para exames laboratoriais e outros;

-Controla SSVV;

-Realiza controle hidroeletrolítico;

-Observa estado nutricional;
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-Orienta, estimula e administra medicamentos;

-Ensina exercícios respiratórios;

-Orienta quanto à higiene;

-Tabagistas orientados a não fumar ou reduzir o vício;

-Identifica e cuida das anormalidades que possam trazer complicações no pré-
operatório.



PERÍODOS OPERATÓRIOS



1.PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO OU TARDIO: Desde a admissão até o início do
período pré-operatório imediato.

2.PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO: Primeiras 24h que antecede o ato cirúrgico.

3.TRANS-OPERATÓRIO: Momento da cirurgia.

4.PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO: São as primeiras 24h após o ato cirúrgico.

5.PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO OU TARDIO: São as 24 h subseqüentes do
período pós-operatório, até a sua alta hospitalar.

A CIRURGIA

OBJETIVA:

- Remover as possíveis fontes de infecção;

-Preparar o paciente para a cirurgia;

-Pré-operatório imediato: Inicia-se 24h que antecede a cirurgia.

A ENFERMAGEM

-Verificar listas de aviso cirúrgico;

-Colhe sangue para tipagem sanguínea;

-Observa alterações na sintomatologia;

-Verifica SSVV;

-Promove banho corporal;

-Troca roupa de cama;
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-Avalia as condições gerais de higiene do paciente (retira esmalte, corta unhas);

-Realiza preparo intestinal;

-Orienta sobre o jejum (de acordo com a cirurgia = 8 a 12h).

NO DIA DA CIRURGIA

-Verifica se os preparos foram realizados;

-Verificar e manter o jejum;

-Retirar próteses;

-Comunicar anormalidades;

-Remover grampos, maquiagem;

-Vestir roupas limpas;

-Retirar jóias e adornos e notificar em livro;

-Solicitar esvaziamento da bexiga;

-Cateterismo deve se realizado no BC;

-Controlar SSVV;

-Administrar medicação pré-anestésica 45 minutos antes da cirurgia;

-Fazer anotações e checar;

-Revisar prontuário;

-Transportar o paciente ao BC na hora marcada e de forma confortável;

-Acompanhar o paciente até o recebimento do BC;

-Controvérsias: Tricotomia.

PREPARO ESPIRITUAL: Manter diálogo e questionar o paciente quanto à
necessidade de padre, pastor ou outro representante de Deus, conforme a religiosidade.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO

OBJETIVO:

-Proporcionar assistência qualificada;

-Vigilância contínua centralizada nas necessidades apresentadas;

-Detectar precocemente complicações pós-operatórias.

PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM:

-Receber relatório contendo informações no intra-operatório;

-Admitir o paciente na unidade em livro de admissão;

-Evoluir o paciente;

-Avaliar o estado geral do paciente;

-Verificar SSVV;

-Atentar para infiltração ou obstrução da hidratação periférica;

-Avaliar o nível de consciência: Consciente, semi-consciente, inconsciente, narcose,

-Prevenir a detectar precocemente problemas respiratórios, que levam a hipoxemia
devido a obstrução hipofaríngeo;

-Observar posicionamento do tubo endotraqueal;

-Conectar em respirador mecânico SN;

-Auxiliar nos procedimentos de desmame e extubação;

-Verificar FR, presença de cianose e expansibilidade torácica;

-Instalar oxigênio sob cateter nasal;

-Aspirar secreções;

-Verificar FC, ritmo, perfusão periférica;

-Monitorizar o paciente;

-Realizar ECG;

-Observar posicionamento de drenos, sondas e infusões venosas;

-Conectar funcionamento dos drenos e caracterizá-los.
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 Padrão de prescrições de enfermagem para o cuidado pós-operatório do paciente
                     durante a admissão na unidade clínica



1.Examinar a respiração e instalar oxigênio suplementar, se prescrito.



2.Monitorizar os sinais vitais e observar a pele quanto ao calor, umidade e coloração.



3.Avaliar o local da cirurgia e os sistemas de drenagem da ferida.



4.Avaliar o nível de consciência, a orientação e a capacidade para movimentar as extremidades.



5.Conectar todos os tubos de drenagem por gravidade ou por aspiração, se prescrito e,
monitorizar intensivamente os sistemas de drenagem.



6.Avaliar o nível e as características da dor ( localização e qualidade) e horário, tipo e via de
administração da última medicação analgésica.



7.Posicionar o paciente para promover o conforto, segurança e expansão pulmonar.



8.Avaliar as linhas endovenosas quanto à permeabilidade, assim como as infusões quanto à
freqüência correta de fluxo e tipo de solução.



9.Avaliar o débito urinário no sistema de drenagem fechada ou a necessidade do paciente de
urinar e distensão da bexiga.



10.Reforçar a necessidade de iniciar a respiração profunda e os exercícios para as pernas.



11.Posicionar ao alcance do paciente a campainha de chamada, a cuba-rim, as lascas de gelo ( se
permitido) e a comadre ou o papagaio.
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12. Proporcionar informação para o paciente e família.



      Resumo de cuidado de enfermagem no período pós-operatório imediato



1.Avaliação e interpretação da freqüência respiratória, profundidade e qualidade.



2.Iniciar o oxigênio suplementar, os exercícios respiratórios ou o uso do espirômetro de
incentivo.



3.Avaliação e interpretação da freqüência cardíaca, da pressão arterial, da coloração e umidade
da pele.



4.Avaliação e interpretação da ingestão e excreção, os níveis de eletrólitos, hemoglobina e
hematócrito.



5.Avaliação e tratamento da incisão cirúrgica.



6.Iniciação dos exercícios de pernas e calçamento de meias antiembolismo ou o dispositivo de
compressão pneumática.



7.Avaliação do débito urinário e da capacidade de urinar voluntariamente.



8.Avaliação do estado mental.



9.Posicionamento quanto ao conforto, expansão pulmonar e prevenção da aspiração.



10.Avaliação e tratamento das náuseas e dos vômitos.



11.Iniciação dos líquidos orais ( a menos que contra-indicado pelo tipo de cirurgia).
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12.Avaliação e tratamento das necessidades psicossociais do paciente e da família.



13.Manutenção da segurança do paciente.



Necessidades de instruções ao paciente após a cirurgia




Todos os pacientes no pós-operatório precisam de informação e instrução nas seguintes áreas:



1.O procedimento cirúrgico que foi realizado e quaisquer alterações permanentes na estrutura
anatômica ou função.



2.Intervenções para adaptar quaisquer alterações permanentes na estrutura ou função.



3.Complicações potenciais, sinais e sintomas de complicações e medidas preventivas.



4.Regime terapêutico continuado, incluindo: medicação, dieta, atividade progressiva, incluindo
atividades a serem evitadas, terapias adjuntas, cuidado da ferida



5.Atividades de promoção da saúde sugeridas ( ex: cessação do tabagismo, gerenciamento do
estresse)



6.Recursos comunitários, encaminhamentos para o cuidado domiciliar.



7.Consultas de acompanhamento com cirurgião ou outros profissionais
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CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS

*De acordo com o atendimento



1.CIRURGIA DE EMERGÊNCIA: O paciente necessita de atenção imediata; o
distúrbio pode ser ameaçador à vida.

Indicação para a cirurgia: Sem demora.

Exemplos: Sangramento grave, obstrução vesical ou intestinal, fratura de crânio, feridas
por armas de fogo ou branca, queimaduras extensas.

2.CIRURGIA DE URGÊNCIA: O paciente precisa de atenção rápida.

Indicação para a cirurgia: Dentro de 24 a 30h.

Exemplos: Infecção aguda da vesícula, cálculos renais ou uretrais.

4.CIRURGIA ELETIVA: O paciente pode ser operado.

Indicação para a cirurgia: A não realização da cirurgia não é catastrófica.

Exemplos: Reparação de cicatrizes, hérnia simples, reparação vaginal.



*De acordo com o objetivo

- Cirurgias paleativas: Ex: Paracentese, colostomia

-Cirurgias radicais: Ex: Mastectomia total; apendicectomia

-Cirurgias reparadoras/reconstrutoras (plásticas): Ex: Blefaroplastia; ritidoplastia,
mamoplastia.

-Cirurgias para diagnóstico: Ex: Cateterismo cardíaco; biópsias

*Risco Cardiológico

-Cirurgias de Porte I (Pequena perda de líquidos, eletrólitos e sangue): Cirurgias
oftálmicas e otorrinolaringológicas

-Cirurgias de Porte II (Média perda de líquidos, eletrólitos e sangue):
Histerectomia, Prostatectomia.

-Cirurgias de Porte III (Grande perda de líquidos, eletrólitos e sangue):
Transplantes, cirurgias cardíacas, cirurgias neurológicas.
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*Duração do procedimento

-Cirurgias de Porte I (Até 2h): Cesariana, curetagem uterine, amigdalectomia

-Cirurgias de Porte II (De 2 a 4h):Histerectomia, colecistectomia

-Cirurgias de Porte III (De 4 a 6h):Revascularização cardíaca, crsniotomia

-Cirurgias de Porte IV (+ de 6h): Transplantes, gastroduodenopancreatectomia

*Potencial de contaminação



1.CIRURGIA LIMPA: São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de
descontaminação, na ausência do processo infeccioso e inflamatório local ou falhas
técnicas grosseiras; cirurgias eletivas atraumáticas com cicatrização de 1ª intenção e
sem drenagem. Cirurgias em que não ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório
e urinário.

Ex: Artroplastia do quadril, C.Cardíaca, Herniorrafia, Neurocirurgias, Procedimento
cirúrgico ortopédico, Anastomose portocava e esplenorrenal, Ortoplastia, Mastectomia,
Enxertos cutâneos, Ooforectomia.

2.CIRURGIA POTENCIALMENTE CONTAMINADA: São aquelas realizadas em
tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecido de difícil
descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas
técnicas discretas no transoperatórios. Cirurgias limpas com drenagem. Quando ocorre
penetração nos tratos digestivos, respiratórios ou urinário sem contaminação
significativa.

Ex: Histerectomia abdominal, C. Intestino delgado (eletiva), C. das vias biliares sem
estase ou obstrução biliar, C. gástrica ou duodenal, Feridas traumáticas limpas (até 10h
após o trauma), Colecistectomia, C. Cardíacas prolongadas com circulação
extracorpórea.

3.CIRURGIA CONTAMINADA: São aquelas realizadas em tecidos traumatizados
recentemente e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja
descontaminação é difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham
ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Presença de
inflamação aguda na incisão e cicatrização de 2ª intenção, grande contaminação a partir
do trato digestivo. Obstrução biliar ou urinária.

Ex: Cirurgia do cólon, Debridamento de queimados, C. bucal e dentária, Fraturas
expostas (10h após o ocorrido), C. da orofaringe, C. gástrica, Câncer, Úlcera gástrica e
C. por obstrução duodenal.
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4.CIRURGIA INFECTADA: São intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer
tecido ou órgão, em presença do processo infeccioso(supuração local),Tecido necrótico,
Corpos estranhos e Feridas de origem suja.

Ex: C. do reto e ânus com exsudato, C. abdominal com presença de exsudato e conteúdo
de cólon, Nefrectomia com presença de infecção, Presença de vísceras perfuradas,
Colecistectomia por colecistite aguda com empiema.




TERMINOLOGIA ASSÉPTICA



Assepsia: são meios utilizados para não contaminar uma área isenta de
microorganismos.

Anti-sepsia: é a utilização de um produto anti-séptico numa área contaminada (tecido
humano).

Anti-séptico: é o produto químico utilizado para a realização da anti-sepsia.

Esterilização: é o procedimento utilizado para a completa destruição de todas as formas
de vida microbiana, inclusive a esporulada.

Desinfecção: é o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, na
forma vegetativa (não esporulada) de artigos semi-críticos através de meios físicos e
químico.

Desinfectantes: são substâncias químicas capazes de destruir todas as formas
vegetativas de bactérias, fungos e vírus em artigos.

Germicidas: são produtos ou substâncias capazes de destruir indiscriminadamente ou
seletivamente microorganismos à temperatura ambiente.

Limpeza: é o fundamental para a remoção de matéria orgânica presente nos artigos.

Degermação: consiste na eliminação dos microorganismos patogênicos das mãos e dos
antebraços da equipe cirúrgica.

Sanificação: É o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, em
áreas físicas consideradas limpas.
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TERMINOLOGIA CIRÚRGICA



        A terminologia técnica utilizada pelos profissionais da área de Saúde é
constituída, em sua maior parte, de palavras formadas pela composição de elementos
gregos e latinos.



        Formação de palavras



       Conhecendo a disposição dos elementos e seu significado teremos a designação dos
diversos tipos de intervenções cirúrgicas.



Laringo + scopia = laringe + ato de ver, observar.



       O primeiro elemento de composição da palavra se refere a um órgão, aparelho
ou parte do corpo humano, e o segundo elemento diz respeito à técnica ou procedimento
executado, a ação praticada ou patologia.



      Vejamos alguns elementos de origem grego-latina comumente empregados em
enfermagem cirúrgica e seus respectivos significados.




1º ELEMENTO          SIGNIFICADO            1º ELEMENTO           SIGNIFICADO

Adeno                Glândula               Láparo                Cavidade
                                                                  abdomina

Angio                Vaso                   Laringe               Laringe

Artro                Articulação            Nefro                 Rim

Blefaro              Pálpebra               Neuro                 Nervo

Cisto                Bexiga                 Oftalmo               Olho
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Colecisto           Vesícula             Ooforo                 Ovário

Colo                Cólon                Orqui                  Testículo

Colpo               Vagina               Osteo                  Osso

Entero              Intestino            Oto                    Ouvido

Flebo               Veia                 Procto                 Reto

Gastro              Estômago             Rino                   Nariz

Hepato              Fígado               Salpingo               Trompa

Hístero             Útero                Traqueo                Traquéia

Ooforo              Ovário



2º ELEMENTO                              SIGNIFICADO

Ectomia                                  Remoção total ou parcial

Pexia                                    Fixação de um órgão

Plastia                                  Reconstituição estética ou restauradora
                                         de uma parte do corpo

Ráfia                                    Sutura

Scopia                                   Ato de ver, observar

Stomia                                   Comunicação entre dois órgãos ocos ou
                                         entre um órgãos e pele

Tomia                                    Corte




Vejamos os principais nomes de procedimentos cirúrgicos em que o segundo elemento
da composição é ectomia (remoção).



PROCEDIMENTO PARA REMOÇÃO PROCEDIMENTO                             PARA REMOÇÃO
             DE                                                    DE
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Apendicectomia       Apêndice                Mastectomia          Mama

Cistectomia          Bexiga                  Miomectomia          Mioma

Colecistectomia      Vesícula biliar         Nefrectomia          Rim

Colectomia           Cólon                   Ooforectmia          Ovário

Embolectomia         Êmbolo                  Pancreatectomia      Pâncreas

Esofagectomia        Esôfago                 Pneumectomia         Pulmão

Esplenectomia        Baço                    Prostatectomia       Próstata

Facectomia           Cristalino              Retossigmoidectomia Reto e sigmóide

Gastretomia          Estômago                Salpingectomia       Trompa

Hemorroidectomia     Hemorróidas

Laminectomia         Excisão da lâmina
                     vertebral para expor
                     os      componentes
                     neurais do canal
                     espinhal, ressecando
                     então,    o    tecido
                     doente             ou
                     danificado.

Hepatetomia          Parte do fígado

Histrectomia         Útero

Lobectomia           Lobo de um órgão



Apresentamos , a seguir, denominações de outras cirurgias, desta vez, terminadas em
pexia ( fixação):



PROCEDIMENTO                              PARA FIXAÇÃO DE

Cistopexia                                Bexiga

Histeropexia                              Útero

Nefropexia                                Rim
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Retinopexia                                 Retina

Orquidopexia                                Testículo



Outros procedimentos cirúrgicos têm seus nomes terminados em plastia (reconstituição),
como mostramos a seguir:



PROCEDIMENTO                               PARA RECONSTITUIÇÃO DE

Blefaroplastia                             Pálpebra

Mamoplastia                                Mama

Piloroplastia                              Piloro

Queiloplastia                              Lábio

Rinoplastia                                Nariz

Ritidoplastia                              Face

Salpingoplastia                            Trompa



Há ainda, denominações de procedimentos onde o segundo elemento é ráfia ( sutura),
como demonstrado a seguir:



PROCEDIMENTO                                PARA SUTURA DE

Blefarorrafia                               Pálpebra

Colporrafia                                 Vagina

Gastrorrafia                                Estômago

Herniorrafia                                Hérnia

Osteorrafia                                 Osso

Palatorrafia                                Fenda palatina

Perineorrafia                               Períneo

Perinorrafia                                Tendão
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Vamos analisar outros nomes de procedimentos, desta vez, compostos com o elemento
scopia ( observação):



PROCEDIMENTO                              PARA OBSERVAÇÃO DE

Artroscopia                               Articulação

Broncoscopia                              Bronquios

Cistoscopia                               Bexiga

Colonoscopia                              Cólon

Colposcopia                               Vagina

Endoscopia                                Órgãos internos

Esofagoscopia                             Esôfago

Gastroscopia                              Estômago

Laringoscopia                             Laringe

Laparoscopia                              Cavidade abdominal

Retossigmoidoscopia                       Reto e sigmóide

Ureteroscopia                             Ureter

Uretroscopia                              Uretra



Ressaltamos ainda que nos procedimentos relacionados à observação interna dos órgãos
utilizam-se vários aparelhos como, por exemplo, o artroscópio, na artroscopia; o
broncoscópio, na broncoscopia, o laparoscópio, na laparoscopia, e o
retossigmoidoscópio, na retossigmoidoscopia.

Vejamos agora os principais nomes de cirurgias cujo segundo elemento de formação é
stomia ( comunicação entre dois órgão ocos ou entre um órgão e a pele).



PROCEDIMENTO                              ÓRGÃO EM COMUNICAÇÃO COM
                                          A PELE
Profª Glenda Agra



Cistotomia                               Bexiga

Colostomia                               Cólon

Gastrostomia                             Estômago

Jejunostomia                             Jejuno

Traqueostomia                            Traquéia



Finalmente, as principais denominações de procedimentos cirúrgicos terminadas em
tomia (corte):



PROCEDIMENTO                             CORTE DA (O)

Episiotomia                              Vulva

Laparotomia                              Abdômen

Toracotomia                              Tórax

Traqueotomia                             Traquéia

Ureterotomia                             Ureter

Vasectomia                               Canal deferente



Existem, ainda, termos ou expressões médicas freqüentemente utilizadas em clínicas
cirúrgicas. Eis alguns deles:



Amputação                                 Remoção de uma parte do corpo

Anastomose                               Conexão de dois órgãos tubulares,
                                         geralmente por sutura

Artrodese                                Fixação cirúrgica de articulações

Biópsia                                  Remoção de um tecido vivo para exame

Cauterização                             Destruição de tecido por meio de um
                                         agente cáustico ou de calor, através do
                                         bisturi elétrico, por exemplo.
Profª Glenda Agra



Cesariana           Retirada do feto através de incisão na
                    parede abdominal e no útero

Circuncisão         Ressecção da pele do prepúcio que cobre
                    a glande

Cistocele           Hérnia da bexiga por        defeito   na
                    musculatura do períneo

Curetagem uterina   Raspagem e remoção do conteúdo
                    uterino

Deiscência          Separação de bordas         previamente
                    suturadas de uma ferida

Dissecção           Corte ou separação de tecidos do corpo

Divertículo         Abertura no formato de bolsa em um
                    órgão com a forma de saco ou tubo

Enxerto             Transplante de órgão ou tecido

Evisceração         Saída de vísceras de sua cavidade

Exerese             Extirpação cirúrgica

Fístula             Passagem anormal que liga um órgão,
                    cavidade ou abscesso a uma superfície
                    interna ou externa do corpo.

Hérnia              Saída total ou parcial de um órgão do
                    espaço que normalmente o contém.

Incisão             Corte

Litíase             Cálculo

Paracentese         Denominação genérica de punção para
                    esvaziamento de cavidade.

Prolapso            Saída de um órgão ou de parte dele para
                    fora do seu lugar, especialmente quando
                    este surge em um orifício natural.

Ptose               Queda de um órgão

Ressecção           Remoção cirúrgica de parte de um
                    órgão
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Retocele                                       Hérnia da parede do reto por defeito na
                                               musculatura do períneo.

Toracocentese                                  Punção cirúrgica na cavidade torácica

Varicocele                                     Veias dilatadas no escroto




INFECÇÃO:



É a resposta inflamatória provocada pela invasão ou pela presença de microorganismos em
tecidos orgânicos.



INFECÇÃO AUTÓGENA X INFECÇÃO EXÓGENA



As infecções podem ser diferenciadas de acordo com a origem dos microorganismos que a
causam.



Infecções endógenas: são causadas pela microbiota do paciente.



Infecções exógenas: são aquelas que resultam da transmissão a partir de fontes externas ao
paciente.



Durante a hospitalização, o paciente gradativamente adquire a flora hospitalar. A maioria das
infecções hospitalares causada pela microbiota do paciente, a princípio originária da
comunidade, sofrendo portanto alteração em decorrência da hospitalização, ficando difícil
estabelecer sua origem, por isso foi criado o conceito de infecção autógena.



Infecção autógena: indica que a infecção foi derivada da flora do paciente, independente de
tê-la adquirido no ambiente hospitalar ou na comunidade.



INFECÇÃO PREVENÍVEL X INFECÇÃO NÃO-PREVENÍVEL
Profª Glenda Agra



Infecções preveníveis: são aquelas em que a alteração de algum evento relacionado pode
implicar na prevenção da infecção. Por exemplo: infecções cruzadas, transmitidas pelas
mãos dos funcionários, podem ser evitadas se for feita lavagem correta das mãos.



Infecções não- preveníveis: são aquelas que acontecem a respeito de todas as precauções
tomadas. Este é o caso das infecções em pacientes imunologicamente comprometidos,
originárias a partir de sua flora.

Geralmente, a identificação do evento desencadeador da infecção hospitalar é retrospectivo e
difícil de ser estabelecido, pois, como vimos anteriormente, a maioria das infecções hospitalares
tem uma etiologia multicausal e nem todas estas causas podem ser preveníveis. Epidemias,
especialmente as dde fonte comum, se forem precocemente identificadas, são potencialmente
preveníveis. Entretanto, devemos lembrar que, pelo próprio critério epidemiológico sua
identificação, estas infecções representam no máximo 5% do total.



          CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR



A portaria 2.616/98 do Ministério da Saúde, que regulamenta as ações do controle de infecções
hospitalares no território nacional, traz em seu anexo II conceitos e critérios para o diagnóstico
das infecções, classificando-as em comunitárias ou hospitalares.



INFECÇÃO COMUNITÁRIA



É a infecção constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não
relacionada com internação anterior no mesmo hospital. São também comunitárias:



1.As infecções associadas a complicações ou extensão da infecção já presente na admissão, a
menos que haja troca de microorganismos ou sinais ou sintomas fortemente sugestivos da
aquisição de nova infecção.



2.Infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi
comprovoda e que tornou-se evidente logo após o nascimento ( por exemplo, herpes simples,
toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS.). Adicionalmente, em relação à
Portaria 930/92, são também consideradas comunitárias todas as infecções de recém-nascidos
associadas com bolsa rota superior a 24 horas.
Profª Glenda Agra




INFECÇÃO HOSPITALAR



É qualquer tipo de infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a
internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares.

Usam-se como critérios gerais:



1.Quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária for isolado um
germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser
considerado como hospitalar.



2.Quando se desconhecer o período de incubação do microoganismo e não houver evidência
clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da admissão, considera-se infecção
hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar 72 horas após a admissão.
Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes de se completar 72
horas da internação, quando associadas a procedimentos invasivos diagnósticos e/ou
terapêuticos, realizados previamente.



3.As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma
transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota superior a 24 horas.



A Portaria Ministerial 930/92 define princípios para o diagnóstico de infecções hospitalares: “ O
diagnóstico de infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas de evidência
clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário; resultado de
exames de laboratório; ressaltando-se os exames microbológicos, a pesquisar de antígenos e
anticorpos, e métodos de visualização, e evidências de estudos com métodos de imagem;
endoscopia; biópsia e outros.” Estes princípios pressupõem a busca ativa de casos a partir de
pistas diagnósticas, algumas nem sempre de fácil acesso em nosso meio.



Para a uniformização de certos conceitos, definimos febre como temperatura axilar acima de
37,8º C, hipotermia com a queda desta temperatura abaixo de 33,5ºC, hipotensão como pressão
sistólica menor que 90mmHg em duas medidas tomadas com intervalo de uma hora. A
sorologia é considerada positiva se for encontrada imunoglobulina específica da classe IgM ou
um aumento de quatro vezes nos títulos de IgG específica.
Profª Glenda Agra



Nem todas as infecções diagnosticadas após a admissão do paciente são hospitalares. A Portaria
exclui as que estejam incubando no momento da internação. O período de incubação é sempre
expresso por um intervalo de tempo com um valor mínimo e um máximo. Sua duração depende
da correlação entre inóculo e virulência do microorganismo, e a resistência do hospedeiro. É
considerada hospitalar se o tempo de hospitalização do paciente superar a duração mínima do
período de incubação.Assim sendo, se identificarmos uma varicela no 17º dia de internação de
um paciente, ela será considerada hospitalar, pois seu período de incubação varia de 15 a 21
dias. Entretanto, após a alta do paciente, consideramos hospitalar se a infecção for detectada até
o valor máximo do período de incubação. Uma varicela detectada no 21º dia após a alta é
considerada hospitalar. Com estas condutas estaremos incluindo como infecção hospitalar todas
as possibilidades.



Para as infecções que não têm período de incubação conhecido, como é o caso das infecções
urinárias e pneumonias, consideramos no Brasil, como infecção hospitalar aquela que foi
diagnosticada após 72 horas de internação do paciente. Se o paciente for submetido a um
procedimento invasivo no hospital, na mesma topografia em que a infecção é suspeita, não há
necessidade de esperarmos as 72 horas para classificá-la como hospitalar. Exemplificando, as
infecções urinárias que se desenvolvem logo após cateterismo vesical. Após a alta do paciente,
as infecções são consideradas hospitalares se manifestadas até 72 horas. Quando for realizada
sondagem vesical, o prazo é ampliado para sete dias após a retirada do procedimento, e
consideram-se 30 dias após o ato cirúrgico, a não ser que tenha havido implante, sendo
estendido este prazo em até um ano. Para os demais procedimentos, particularmente a
ventilação mecânica e os cateteres vasculares, não há alteração do prazo de 72 horas, a não ser
que a infecção detectada esteja seguramente relacionada, por exemplo, a uma tromboflebite
séptica relacionada a um cateter vascular.



Uma questão freqüente para os controladores de infecção, são as IH identificadas em pacientes
transferidos de uma unidade para outra, dentro do próprio hospital. A dúvida consiste em definir
a unidade responsável pela infecção. Nas transferências sem procedimentos invasivos,
utilizamos o período de 72 horas para definir a unidade da infecção. A infecção será incluída na
nova unidade somente se o diagnóstico efetuado ocorrer após 72 horas da transferência, caso
contrário, a infecção será creditada à unidade anterior.Quando transferido com procedimento a
infecção é tabulada na unidade em que for diagnosticada, independente do tempo de
permanência do paciente, uma vez que as infecções estão, na sua grande maioria, relacionadas
ao cirúrgico.




                                Não sofreu procedimento de risco


Considerar 72 horas da transferência



                    Sofre procedimento de risco, mas é transferido sem este
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Considerar sete dias da retirada da sonda vesical e três dias para os demais procedimentos.


                      Sofre procedimento de risco e é transferido com este


Considerar a infecção da unidade onde está o paciente.



                                 Diagnóstico de infecção cirúrgica
Considerar a infecção da unidade onde está o paciente.



INFECÇÃO CRUZADA



É a infecção transmitida de paciente para paciente, geralmente por intermédio de
profissionais de saúde e que também é considerada infecção hospitalar.



Colonização: é o aumento de um ou mais tipo de microorganismo sem causar uma
reação.



Isolamento: Conjunto de medidas adotadas para fazer uma barreira que impeça a
disseminação de agentes infecciosos de um paciente para outro, para os visitantes e/ou
para o meio ambiente. Está indicado nas doenças transmissíveis, em situações definidas
e, apenas durante o período de transmissibilidade das doenças. Portanto, esta
recomendação sobre isolamentos deve se completar com o período de incubação e de
transmissão das doenças.



RECÉM-NASCIDO



A Portaria 930/92 coloca todas as infecções do recém-nascido como hospitalares,
excluindo apenas as transmitidas de forma transplacentária. Uma parturiente com bolsa
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rota há 15 dias que, ao entrar no hospital, dá à luz um recém-nascido com sepse, de
acordo com a Portaria, esta infecção deve ser classificada como hospitalar.



As infecções identificadas no recém-nascido podem originar-se por via transplacentária
ou por contaminação ascendente após a ruptura da bolsa, durante sua passagem pelo
canal do parto ou após seu nascimento. As infecções transplacentárias já foram
definidas como comunitárias, e as que ocorrem após o nascimento são
indubitavelemente hospitalares. Evidentemente, se o parto for hospitalar, as infecções
originárias desta atividade devem ser consideradas nosocomiais.



A Portaria MS 2.616/98, que passou a regulamentar o controle de infecção hospitalar
em substituição à 930/92, pouco alterou em relação aos critérios diagnósticos gerais,
exceto para as infecções detectadas em recém-nascidos. Nestes pacientes ela continuou
excluindo as infecções transmitidas de forma transplacentária e,como novidade,
também excluiu aquelas associadas a mais de 24 horas de bolsa rota.



Os casos em que a parturiente dá entrada com bolsa íntegra, obviamente devem ser
considerados hospitalares. Então, como sistematização propomos que:



1.Todas as infecções transplacentárias sejam consideradas comunitárias;



2.Todas as demais infecções identificadas em recém-nascidos de mães admitidas com
bolsa íntegra sejam consideradas hospitalares. No caso de mães admitidas com bolsa
rota, estas infecções serão hospitalares se diagnosticadas após 72 horas de internação
materna.



Todas as infecções neonatais são consideradas hospitalares, exceto aquelas transmitidas
por via transplacentária, como as infecções congênitas, e as decorrentes da
contaminação comunitária intra-uterina, como por exemplo, a conseqüente da
carioamnionite materna por bolsa rota. Logo, são consideradas infecções hospitalares as
derivadas de contaminação durante a passagem do feto pelo canal do parto e aquelas
adquiridas após o nascimento.
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RISCO DE INFECÇÃO NO CLIENTE



Sabidamente, a infecção do sítio cirúrgico é uma das causas mais comuns de infecção
hospitalar na maioria dos hospitais. Já a infecção respiratória apresenta-se como uma
das complicações mais freqüentes dos clientes operados. Da mesma forma, a infecção
urinária hospitalar, uma vez que uma de suas principais causas é o cateterismo vesical,
procedimento bastante freqüente nos casos cirúrgicos.



DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA



Em casos suspeitos ou confirmados, das doenças relacionadas abaixo, é obrigatória a
notificação imediata ao Serviço de controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e, na
impossibilidade deste, diretamente ao Serviço de Vigilância Epidemiológica da cidade
ou região (Distrito Sanitário).



Doença meningocócica e outras meningites, malária (em área não-endêmica), meningite
por H. influenzae, peste, febre amarela, difteria, tétano, sarampo, rubéola, toxi-infecção
alimentar, dengue, febre tifóide, hanseníase, hepatite B, leishmaniose visceral,
leptospirose, coqueluche, doença de Chagas (casos agudos) e paralisias flácidas tais
como poliomielite, síndrome de Guillain Barrè, mieleites.

Intoxicação de qualquer natureza – química, medicamentosa, exposição à radiação
ionizante, plantas, lagartas e animais peçonhentos (aranha, cobra e escorpião).

DSTs – sífilis, gonorréia, cancro mole, linfagranuloma venero, condiloma acuminado,
herpes genital, uretrites e vaginites não gonocóccicas, donovanose, AIDS.




DOENÇAS A SEREM ISOLADAS



Respiratório:
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O quarto de isolamento é obrigatório para: caxumba, coqueluche, estreptococo beta-
hemolítico (amigdalite, escarlatina, Síndrome de Fournier ou Fasciite necrosante),
herpes zoster, meningite por haemophilus, meningite meningocócica, pneumonia
estafilocócica, rubéola, sarampo, TB (escarro positivo).



ASPECTOS RELACIONADOS A TODOS PACIENTES CIRÚRGICOS



Especificidades da cirurgia



Além da classificação das cirurgias por potencial de contaminação, conforme dito,
também deve ser considerado os aspectos relacionados à duração e extensão do
procedimento cirúrgico, tipo de cirurgia, técnica cirúrgica, duração do procedimento.



A duração do procedimento cirúrgico pode aumentar o risco de infecção por vários
motivos: aumento de microoorganismos que podem contaminar a ferida;

aumento da destruição dos tecidos pelo tempo de manipulação;

 aumento do período em que o tecido é privado de sistema de defesa devido à
irrigação sanguínea insuficiente;

maior tempo sob efeito de anestesia e de assistência ventilatória;

hipotermia por grande quantidade de infusões e exposição da incisão ao ambiente
frio da SO;

período em que o paciente está privado de seus mecanismos de defesa naturais.

Cirurgias com duração acima de duas horas apresentam incidência maior de
infecção da ferida cirúrgica de forma estatisticamente significante.



Teoricamente, a extensão da incisão também pode ser um fator de risco, uma vez que,
quanto maior a incisão, maior a porta de entrada para microorganismos.



A técnica cirúrgica é crucial. A cirurgia com manuseio excessivo, descolamento de
tecidos além do necessário (que levam a sangramento e transudações), com hemostasia
inadequada (permitindo a formação de seromas e hematomas) com sutura defeituosa e
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formação de áreas de isquemia ou necrose pode favorecer proliferação de bactérias. Os
seromas e hematomas são causas importantes de diminuição da resistência local,
pois agem como lagos, que isolam os agentes fagocitários. O uso de fios de sutura
inadequados desperta forte reação como corpo estranho, facilitando a ação dos
germes patogênicos. Cirurgias que necessitam de grande quantidade de irrigação e
quer não são adequadamente aspiradas ou drenadas aumentam o esforço do
organismo para absorver o excesso de secreção, assim como a possibilidade de
permanência de microorganimos na mesma ainda que não se possa negar o avanço nas
cirurgias com o uso de bisturi elétrico - inclusive como auxiliar no controle de
infecção pela diminuição do tempo operatório e melhor e mais rápida hemostasia. O seu
uso inadequado ou exagerado, aliado a outras situações pode apresentar condições
opostas: a presença de tecido isquêmico ou necrosado por uso de bisturi elétrico,
por pontos hemostáticos abrangendo áreas extensas ou por suturas muito apertadas, e
principalmente englobando muito tecido, fornece, com o tecido morto resultante, um
meio de cultura cujos agentes fagocitários não conseguem ali chegar.. Participando
diretamente de todos esses aspectos, destaque-se a habilidade técnica do cirurgião, no
sentido de minimizar os efeitos das situações mencionadas.



Anestesia e trauma anestésico-cirúrgico

A anestesia geral pode estimular: infecção pós-operatória, crescimento de tumores,
depressão da resposta alérgica, inibição da fagocitose, anafilaxia, rejeição de
órgãos transplantados. Outros mecanismos não-específicos são alterados pela
anestesia: diminuição de fluxo mucociliar, principalmente com administração de
atropina, altas concentrações de oxigênio e inalação prolongada de gases sem
umidificação. Assim, o fator mais importante na imunossupressão de clientes
submetidos a cirurgias não seria a técnica anestésica ou o tipo de droga escolhido e sim
o nível de bloqueio ao estresse cirúrgico. Mesmo que o medicamento anestésico
isoladamente não esteja comprovadamente relacionado à infecção pós-operatória, a
ação das drogas deprime o SNC, com alteração dos centros subcorticais
extrapiramidais, levando a um relaxamento e paralisia dos músculos respiratórios,
bloqueio dos reflexos com formação de muco e espasmos da laringe, brônquios e
importante alteração hemodinâmica. Os anestésicos também podem interferir na
transmissão do impulso nervoso para a musculatura lisa, intensificando a
depressão respiratória. Tal quadro interfere na ventilação normal do paciente, que
necessita de assistência respiratória através de procedimentos invasivos como
intubação, aspiração, ventilação controlada, portanto constituindo fatores de risco
de infecção respiratória. A pneumonia por aspiração é um achado freqüente.



Período de hospitalização pré-operatória
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Isso se explica pela possibilidade de o cliente se colonizar em seus vários sistemas com
uma flora bacteriana modificada, presente no pessoal e no ambiente hospitalar.



Degermação e preparo pré-operatório da pele



Não há como negar que as mãos e antebraços da equipe cirúrgica e a própria pele do
sítio cirúrgico do cliente constituem fontes das mais importantes de microorganismos de
flora endógena, sendo a mesma, de longe, a causadora da grande maioria das infecções
do sítio cirúrgico e cuja transmissão pode ocorrer, principalmente, pelo contato direto e
a manipulação continuada durante a intervenção cirúrgica.A degermação das mãos e
antebraços e anti-sepsia pré-operatória da pele são práticas bastante antigas do ritual
cirúrgico. Esses procedimentos devem garantir a rápida remoção ou a destruição de toda
a flora transitória da pele e parte da flora residente, conhecida por flora de
colonização.Atualmente, esses procedimentos também têm o objetivo de estabelecer
uma atividade residual que retarde a recolonização, visto que, no caso da degermação
das mãos da equipe cirúrgica, os microorganismos proliferam com maior intensidade
sob as luvas; além disso pode-se considerar comum as microperfurações das mesmas.



Paramentação cirúrgica



Semelhante ao item anterior, a paramentação busca proteger o paciente contra
contaminação da flora normal liberada pelo pessoal da SO e pelo paciente durante a
cirurgia.



Procedimentos invasivos



Tricotomia, cateterismo vesical, punções e cateterismos vasculares são procedimentos
invasivos a que o paciente pode ser submetido.

A tricotomia tem recebido especial atenção com relação ao risco de infecção no sítio
cirúrgico. Se justifica a remoção dos pêlos adjacentes ao local operatório para facilitar a
visualização e a técnica operatória, assim como para diminuir a contaminação da incisão
com microorganismos presentes nos pêlos. A remoção do pêlo não é o verdadeiro
problema, mas sim a possibilidade de ocorrer solução de continuidade da camada
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epidérmica, que é uma barreira natural de defesa contra a invasão de
microorganismos. Os tipos de alterações da integridade da pele variam desde a
inflamação folicular, reações alérgicas, microcortes até cortes visíveis sangrantes. Em
maior ou menor intensidade todos provocam aumento da permeabilidade da camada
epidérmica, propiciando, além da invasão de microorganismos, também a sua
permanência e reprodução, tendo como meio de cultura a exsudação produzida.



Uso de antibióticos

Uma das causas principais das infecções hospitalares atuais deve-se , justamente, ao uso
inadequado ou indiscriminado dos antibióticos.



CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES



O programa de controle de Infecção Hospitalar começou a ser regulamentado em
1.983, com a Portaria MS nº196/83, que foi revogada e substituída pela Portaria MS nº
930/92. Atualmente, está em vigor a Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 19998, que
revogou a Portaria nº930/92. em 1.997, foi publicada, no Diário Oficial da União, a
Lei nº 9.431/97, que em seu artigo 1º fala da obrigatoriedade dos hospitais em
manterem um Programa de Infecções Hospitalares (PCIH) e no artigo 2º preconiza a
criação de comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) para execução
deste controle, conforme veremos mais adiante.

O Sistema nacional de Informação para o Controle de Infecções em Serviços de saúde
(SINAIS), lançado em setembro de 2.004. É uma iniciativa da ANVISA, com o intuito de
oferecer aos hospitais brasileiros e gestores de saúde uma ferramenta para
aprimoramento das ações de prevenção e controle das infecções relacionadas à
assistência à saúde.



SINAIS: Permite a obtenção de indicadores que consideram os riscos relacionados ao
tempo de internação e de exposição a procedimentos invasivos e as características dos
pacientes e das unidades de internação, e contribuirá no combate à resistência
microbiana, possibilitando a análise do perfil de sensibilidade de todos os organismos e
o seu acompanhamento por tipo de ambiente ou unidade assistencial.



A Lei 9.431, de 6 de janeiro de 1.997, coloca em seu artigo 1º que os hospitais do país
são obrigados a manter Programa de controle de Infecções Hospitalares _ PICH,
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considerando programa de controle de infecções hospitalares, para os efeitos desta Lei,
o conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução
máxima possível de incidência e da gravidade das infecções hospitalares.



De acordo com a legislação brasileira, todos os hospitais são obrigados a ter um
Programa de controle de Infecção. O controle de infecção hospitalar tem como base em
sua estrutura a Comissão de controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e um grupo
executivo, também chamado Serviço de controle Hospitalar (SCIH), sendo que a CCIH
valida e divulga as propostas e ações do SCIH. A CCIH deve ser composta de
profissionais representantes dos serviços que atuam direta ou indiretamente na
assistência ao paciente, na diretoria e do SCIH.A coleta de dados, também chamada
vigilância epidemiológica das infecções hospitalares, a interpretação das informações
coletadas, a vigilância sanitária e elaboração e execução do Programa de Controle de
Infecção Hospitalar, habitualmente são realizadas pela equipe do SCIH. Este grupo é
composto por enfermeiros e médicos, e, algumas instituições, por outras categorias
profissionais, alocadas especificamente para tais funções. Estes profissionais deverão ter
como condição obrigatória atualização científica, crítica e legal sobre assuntos
relacionados ao controle das infecções hospitalares, sendo um elo de ligação para os
demais trabalhadores, colaborando com programas de treinamento, transformando suas
informações em ações preventivas para toda a comunidade hospitalar.Oferece assessoria
em medidas de proteção antiinfecciosa, como: isolamento, métodos de esterilização,
soluções anti-sépticas e desinfetantes. Colabora com os demais serviços nas
padronizações de procedimentos invasivos e dos antimicrobianos, na aquisição de
artigos e insumos que podem estar relacionados às infecções hospitalares, em processos
de construções e reformas arquitetônicas. Detecta aumento de episódios, surtos ou
outros problemas e propõe soluções no que diz respeito às infecções hospitalares, em
todos os setores da organização, com o objetivo de manter sob controle as infecções. O
controle de infecção deve dar informações quanto à evolução da situação em questão, o
feedback ao setor envolvido, assegurando desta maneira sua aderência junto aos demais
serviços da instituição. Esta integração contribui para que bons resultados sejam
alcançados, justificando, sob o ponto de vista do controle de infecção hospitalar,
padronizações, mudanças de conduta e rotina, aquisição de recursos humanos, materiais
e equipamentos, reformas e outras medidas necessárias.



A vigilância sanitária que é representada na instituição pelo controle de infecção,
observa os bastidores do hospital, preocupando-se com as infecções de maneira
pró-ativa, ou seja, procurando corrigir as deficiências antes que a infecção ocorra.
Procedimentos invasivos realizados de forma incorreta, seja por problemas técnicos ou
por condições inadequadas, podem traduzir-se em infecção hospitalar. Os setores de
apoio, cuja assistência ao paciente é prestada indiretamente, apresentam igual
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importância na qualidade de seu atendimento, podendo estar inseridos no aparecimento
das infecções. Prevenir doenças originadas de aplicação incorreta das medidas de
precauções, devido à falta de recursos ou negligência do próprio profissional, também é
alvo de atuação da vigilância sanitária. Através de visitas, observa-se as atividades
relacionadas aos pacientes e aos próprios profissionais estão sendo realizadas e em que
condições estão ocorrendo, porém não substitui o papel da supervisão, que deve
continuamente exercer suas atividades de maneira integrada com o controle de infecção.

COMPETÊNCIAS DA CCIH



A CCIH do hospital deverá:



1.Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar,
adequado às características e necessidades da instituição, contemplando, no mínimo,
ações relativas à implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das
Infecções Hospitalares, adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas
técnico-operacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares;
capacitação do quadro de funcionários e profissionais da instituição, no que diz respeito
à prevenção e controle das infecções hospitalares; uso racional de antimicrobianos,
germicidas e materiais médico-hospitalares;



2.Avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de
Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle
propostas pelos membros executores da CCIH;



3.Realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e
implantar imediatas de controle;



4.Elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e comunicar, periodicamente, à
autoridade máxima de instituição e às chefias de todos os setores do hospital, a situação
do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na comunidade
hospitalar;



5.Elaborar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-
operacionais, visando limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em
curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento;
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6.Adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-
operacionais, visando a prevenção e o tratamento das infecções hospitalares;



7.Definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de
utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a
instituição;



8.Cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com
vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que
diz respeito ao controle das infecções hospitalares;



9.Elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar;



10.Cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como fornecer, prontamente,
as informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes;



11.Notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de gestão do
SUS, os casos diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob vigilância
epidemiológica (notificação compulsória), atendidos em qualquer dos serviços ou
unidades do hospital, e atuar cooperativamente com os serviços de saúde coletiva;



12.Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de
gestão do SUS, os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associados à
utilização de insumos e/ou produtos industrializados.
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        SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA
               UTILIZAÇÃO DOS DRENOS CIRÚRGICOS



Os drenos e as sondas constituem em valiosos auxiliares utilizados na prática cirúrgica
visando facilitar o escoamento de conteúdo cavitário, parietal ou visceral.

Os drenos são utilizados para remoção de acúmulos anormais no interior da cavidade ou
nos permeios da parede abdominal.

As sondas tem indicação para o escoamento de conteúdo intraluminar, seja do tubo
digestivo, seja do aparelho urinário. Acessoriamente, destina-se a administrar líquidos e
alimentos.

A drenagem tem várias funções, dentre elas podemos destacar:



Propiciar saída de secreções purulentas ou de conteúdo intestinal;

Remover qualquer líquido da cavidade peritoneal;

Evacuar líquidos intraluminares (urina, bile);

Descomprimir o tubo digestivo;

Orientar coleções e fístulas;

Ministrar líquidos e alimentos.



São reconhecidos dois tipos de drenagem:



Profilática: tem a finalidade de impedir o acúmulo de secreções;

Terapêutica: se destina a promover a saída de material acumulado.



Na parede abdominal podem ser utilizadas com o objetivo de drenar secreções
purulentas (abscessos) ou diminuir o espaço morto e eliminar restos de soro,
sangue, tecidos, devido a grandes descolamentos no subcutâneo ou pela colocação de
material protético empregado como reforço parietal.



A drenagem pode ser realizada por drenos e sondas:
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Drenos: são lâminas ou tubos de material sintético, com paredes flexíveis, largura
variável, usados na drenagem das grandes cavidades serosas (pleura, peritônio,
pericárdio) e do espaço intervisceral e tissular.



Sondas: são tubos de borracha, de plástico ou de derivados do petróleo, com calibre
variado, que apresentam paredes rígidas, porém maleável, podendo ter balonete, ser
radiopacas ou não, estando destinadas à luz do tubo digestivo e seus anexos, árvore
traqueobrônquica e sistema geniturinário.



PRINCÍPIOS DA COLOCAÇÃO DE DRENOS



Os drenos intraperitoneais não devem ser exteriorizados pela incisão para evitar
infecção e interferir na cicatrização;

O orifício de saída deve ser proporcional ao diâmetro do dreno para evitar compressão
ou evisceração;

O orifício de saída deve-se localizar em local de declive para facilitar a drenagem por
gravidade;

Deve ficar suficientemente afastado da cicatriz cirúrgica para não interferir com os
cuidados da FO;

Não lesar com demasia a parede na confecção do trajeto parietal;

Não deixar o dreno entrar em contigüidade com as linhas de sutura para evitar fístulas;

Sempre fixar o dreno no local de exteriorização.



TIPOS DE DRENAGEM



Existem 4 tipos de drenagem, conforme o mecanismo de ação:

Drenagem laminar;

Drenos de aspiração;

Drenos túbulo-laminares;
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Cateteres de drenagem.

Drenagem laminar: Dreno de Penrose. Pode-se colocar gaze ou qualquer outro
material sintético absorvente dentro do Penrose com a finalidade de aumentar a
drenagem. Seu mecanismo de ação é por meio da drenagem passiva, por capilaridade.
Tem a preferência nas cirurgias do aparelho digestivo com anastomeses.

Drenos de aspiração: Drenos de sucção fechada, tubulares, firmes, produzidos de
silicone ou cloridrato de polivinil. Dreno Portovac. São utilizados em cirurgias com
grande descolamento tecidual (hérnia incisional, retalhos miocutâneos, esvaziamentos
ganglionares) e quando há extensa ressecção com espaço morto local. Este tipo de
drenagem diminui o risco de contaminação a partir do dreno, porém, deve ser retirado
em 24 a 72 horas. Seu mecanismo de ação funciona por sucção, sendo uma drenagem
ativa.



Drenos túbulos-laminares: São formados por 2 ou 3 drenos tubulares de látex, silicone
ou teflon, com múltiplas perfurações, colocados dentro de um dreno de Penrose. Dreno
de Sump. Utilizado nos casos de pancreatite, abscessos ou quando se deseja lavar a
cavidade abdominal. O sistema funciona instilando solução fisiológica por um dos
tubos, ao mesmo tempo que se aspira sob baixa pressão por meio de outro. O terceiro
tubo é o respiro, que evita o colabamento do sistema de sucção. Os tubos são fixados ao
Penrose por meio de suturas individuais. O funcionamento é por capilaridade e por
drenagem ativa.



Cateteres de Drenagem (pigtailed): Drenos tubulares, finos, parede resistente e pouco
flexível, de plástico ou látex, utilizados por radiologistas, guiados por TC ou USG, para
realizar drenagens percutâneas de coleções ou cateterização de via biliar. Deve-se
periodicamente instilar soro para desobstruir o cateter, que é muito fino e, para
fluidificar a coleção, facilitando e acelerando o escoamento.

As sondas são tubos introduzidos no lúmen de vísceras ocas, sendo divididas conforme
o órgão em que será utilizada: sondas gastrintestinais, nasojejunais, nasobiliares,
gastrostomia, jejunostomias, cecostomias, retal, de Sengstaken-Blackmore, sondas
urinárias entre outras.

As sondas, além de drenar o conteúdo presente no lúmen das vísceras ocas, também
podem ser utilizadas para administrar líquidos, medicamentos e nutrientes,
descomprimir (sonda nasogástrica, sonda retal, sondas utilizadas para descomprimir
anastomoses) ou comprimir (sonda de Sengstaken-Blackmore e sonda de Foley na
prostatectomia).
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INDICAÇÕES GERAIS



Drenar secreções purulentas localizadas ou de conteúdo intestinal e remover
profilaticamente qualquer líquido da cavidade peritoneal ou do subcutâneo, como suco
bileopancreático ou seroma, antes que sua presença cause complicações.



O emprego de drenos é conveniente nas seguintes situações:

1.Abscessos localizados e com parede espessa;

2.Anastomoses entre o trato digestivo, quando há insegurança em relação ao
fechamento, desproporção entre as bocas anastomóticas, má vascularização e infecção
local.

3.Cirurgias em que há extensa área cruenta.

4.Cirurgias em que podem ter sido abertos pequenos ductos (vesícula biliar, pâncreas,
fígado) sem ser detectados;

5.Cirurgias e que há sutura de órgãos sem serosa e extrapiramidais;

6.Cirurgias de parede abdominal com grande descolamento de subcutâneo ou com
utilização de próteses.



INDICAÇÕES ESPECÍFICAS

Existem algumas cirurgias em que são acoplados sistemas de drenagem como rotina,
com a finalidade de descomprimir ou retirar secreções que coletam no leito cirúrgico.



Vias Biliares: Tubo em “T” de Kher: descomprimir o hepatocolédoco. O mesmo
deve ser elevado a partir do 4º dia para diminuir o escoamento biliar, fechado após o 7º
dia pós-operatório (após a realização da colancistectomia) e retirado após o 14º dia.

No caso de colecistectomia, a utilização de drenos é discutível (vários autores contra-
indicam a drenagem por apresentarem maior risco de infecção); caso seja utilizado,
colocas-se o Penrose ou dreno de aspiração Portovac tracionando-o no 1º dia e
retirando-o no 2º ou 3º dia pós-operatório.
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Pâncreas: Em cirurgias em que se manipula ou se resseca o pâncreas, há indicação de
drenagem devido ao suco pancreático que, por meio de suas enzimas proteolíticas, irrita
os tecidos vizinhos, podendo causar fístulas ou abscessos peripancreáticos. Os drenos de
escolha são de Sump e os de aspiração. No caso de abscesso pancreático, utiliza-se o
dreno de Sump com o objetivo de lavar e aspirar ao mesmo tempo, sendo retirado
quando a aspiração vier límpida. Nas pancreatectomias parciais, utilizam-se drenos de
aspiração, tracionando-o pós-operatório, caso não haja fístula. Deve-se realizar
drenagem sondagem nasogástrica e diminuir estímulo pancreático, até que o íleo
paralítico desapareça.

Baço: Após esplenectomia, normalmente se utilizam drenos visando prevenir o
acúmulo de secreções no espaço subfrênico, devido à área cruenta no leito esplênico,
pela dificuldade de hemostasia causando pequenos sangramentos, ou devido a pequenas
lesões em causa do pâncreas. Embora a drenagem aumente o risco de infecção,
colocam-se drenos de aspiração, retirando-o quando a aspiração diminui, de
preferência 2m 24 a 72horas.



Estômago: Os drenos são usados após gastrectomias quando a anastomose for difícil,
utilizando dreno de Penrose, retirando-o após o 4º dia. Deve-se sempre colocar
SNG ou SNE para descomprimir o lúmen e iniciar precocemente a alimentação. A
sonda deve ser retirada após o término do íleo paralítico, se for uma SNG. Se o intuito
for alimentação, retira-se após o paciente ter condições de via oral. Em caso de
fistulização, o dreno permanece por um período não inferior a 7 dias, tempo necessário
par acriar um trajeto ao redor do dreno e orientar a fístula.



Duodeno: Os drenos são necessários devido à alta mortalidade que as complicações,
como fístula e infecção local, que podem ocasionar. A utilização dos mesmos não
diminui a chance de fístula, porém, com um escoamento precoce e efetivo, podem-se
evitar cirurgias. O dreno de escolha é de Penrose, sendo tracionado após o 3º dia e
retirado após o 4º ou 5º dia pós-operatório, caso não haja complicação local.



Intestino: Normalmente não se utilizam drenos em anastomoses intestinais, exceção
feita para os casos de anastomoses com o reto ou canal anal, pela ausência da camada
serosa e por sua posição extraperitoneal, apresentando tecidos menos resistentes à
infecção. Nesses casos, emprega-se o dreno de Penrose, retirando-se após o 4º dia.
Em todas as cirurgias que envolvem anastomoses intestinais, utilizam-se SNGs ou
jejunostomias para descomprimir o lúmen gastrintestinal, enquanto houver íleo
paralítico.
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Apendicite: Nos casos de apendicite aguda em que não há abscesso localizado, a
drenagem não se faz necessária, mesmo que haja perfuração com coleção purulenta na
cavidade. Nesses casos, faz-se apenas a lavagem exaustiva da cavidade.

Nas situações em que há abscesso localizado, deve-se deixar um dreno junto à cavidade
abscedada, sendo de escolha o de Penrose, devendo permancer no local até não mais
sair secreção purulenta, tracionando-os 24 horas antes de retirá-los definitivamente.
Nesses casos, quando se quiser realizar lavagem da cavidade, pode-se utilizar os
drenos de Sump, para limpar a cavidade e aspirar seu conteúdo, simultaneamente.



Parede Abdominal: Quando existe um grande descolamento do tecido subcutâneo ou
quando se colocam próteses junto à musculatura, deve-se utilizar o dreno Portovac
para evitar que se acumulem coleções no subcutâneo. A mesma deve permanecer por 2
a 3 dias, até que o volume drenado em 24 horas seja inferior a 150 ml e retirado em
um só tempo, sem tração prévia.



Outros: A drenagem tubular tem espaço nas cirurgias da região cervical
(TIREOIDECTOMIAS, ESVAZIAMENTOS LINFONODAIS, CIRURGIAS
VASCULARES , nas cirurgias ORTOPÉDICAS que utilizam próteses e em qualquer
outra cirurgia que apresente um espaço morto ou que não possa haver compressão das
estruturas adjacentes. O tempo de drenagem pode variar conforme o volume
exteriorizado e o motivo pelo qual o dreno foi colocado. Nos casos de abscesso intra-
abdominal, os drenos de Sump estão indicados para lavar e aspirar continuamente o
abscesso, sendo retirados após desligar a lavagem por 24 horas e o líquido sair límpido.
Em cirurgias de grande porte e naquelas em que se manipulam as vias urinárias ou a
próstata, deve-se realizar sondagem vesical .



MANEJO DOS TUBOS



A colocação dos drenos na cavidade abdominal apresenta princípios básicos:

1. Devem ser colocados por contra-incisão para evitar infecção da ferida operatória e
diminuir o risco de deiscência;

2.São colocados lateralmente ao músculo reto abdominal, não muito pequenos para
facilitar a drenagem, porém evitando grandes aberturas para evitar hérnia incisional;

3.O trajeto confeccionado deve ser mais retilíneo o possível para facilitar a drenagem e
evitar coleções;
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4.Devem ser fixados à pele para evitar que o mesmo seja tracionado por descuido ou
que entre na cavidade abdominal;

5.O curativo deve ser realizado separadamente ao da incisão principal para dificultar a
contaminação da ferida operatória com as coleções drenadas.



SONDAS

Obedece alguns preceitos básicos:

1.Deve ser introduzida com anestésico local;

2.Se não houver balonete para fixação, fixa-se externamente com curativos ou pontos
para dificultar a migração da mesma;

3.SNG não devem ficar mais que 7 dias, devido às ulcerações que a mesma pode causar
na mucosa da orofaringe e do esôfago;

4.Se houver necessidade de troca, deve-se trocar por sondas nasojejunais, que são
menos traumáticas e podem ficar por várias semanas;

5.No caso de sondas urinárias, deve-se pensar em antimicrobianos quando utilizadas por
vários dias.

REMOÇÃO DOS DRENOS

Profiláticos: Remove-se tão logo haja evidências de que não há mais drenagem
significativa e que o dreno não é mais necessário.

Terapêuticos: São mantidos no local enquanto houver drenagem em quantidade
significativa. Retira-se de modo gradativo, alguns centímetros a cada dia, de tal maneira
a ocluir o trajeto da profundidade para a superfície.

COMPLICAÇÕES

Hérnia incisional

Obstrução por aderências

Necrose de tecidos vizinhos por compressão

Hematoma de parede

Perda do dreno na cavidade abdominal

Fístula por erosão da anastomose

SONDAS
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Erosões junto à mucosa por irritação ou isquemia

Aumento da produção de ácido pelo estômago

Fístulas

Perfuração durante a colocação

Infecção

Hemorragias pela erosão




DREDRENOS JACKSON PRATT




DRENOS JACKSON PRATT
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Dreno de Jackson Pratt




Drenos de Penrose
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Dreno de Black




          Dreno de sucção




         Sistema de drenagem mediastinal
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Sistema de drenagem de vias aéreas




                      Simulador
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Dreno de Kher
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Sonda de Malecot




Sonda Traqueal Comum de Nelaton
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Sonda Retal




Sonda de Sengstaken-Blackemore




Dreno de Penrose
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Sonda Nasoentérica




                                   Sonda
                                  Nasogá
                                    strica
                                        de
                                  Levine




Sonda Vesical de Foley
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Sonda vesical de alívio de Nelaton
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                                                             Dreno de Black




                                            Dreno de sucção (Portovacc)



FONTE: http://images.google.com.br/images



CURATIVOS
Profª Glenda Agra



Curativo é o tratamento utilizado para promover a cicatrização da ferida,
proporcionando um meio adequado para este processo. A escolha do curativo depende
do tipo de ferida.



Critérios:

 Os critérios para o curativo ideal foram definidos por Turner, citado por Dealey,
conforme segue:

Manter alta umidade entre a ferida e o curativo acelerando a epitelização, diminuindo a
dor e aumentando o processo de destruição natural dos tecidos necrosados.

Remover o excesso de exsudação com o objetivo de evitar a maceração dos tecidos
próximos.

Permitir troca gasosa.

Fornecer isolamento térmico – a temperatura de 37º estimula o processo de cicatrização.

Ser impermeável às bactérias, agindo como barreira mecânica entre a ferida e o meio
ambiente.

Estar isento de partículas e substâncias tóxicas contaminadoras de feridas que podem
manter a inflamação e retardar a cicatrização.

Permitir sua retirada sem ocasionar lesão por aderência. O curativo aderido à ferida
deve ser retirado com umedecimento com Soro Fisiológico a 0,9%.



Observações:

Em feridas abertas não é recomendado o uso de curativo seco. Deve-se umidificá-lo
com Soro Fisiológico a 0,9% e s secar somente as bordas da ferida.

A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície em vários graus. Por isso,
não se deve limpá-la com solução fria nem deixá-las expostas por períodos prolongados.

Curativo encharcado ou vazando favorece o movimento das bactérias em ambas as
direções – ferida e meio ambiente – devendo ser trocado imediatamente.

Não se deve usar algodão ou gaze desfiada (aderência à ferida).



Notas:
Profª Glenda Agra



Exsudação: extravasamento de líquido da ferida, devido ao aumento da permeabilidade
capilar.

Maceração: amolecimento da pele, geralmente nas bordas da ferida, na maioria das
vezes pela umidade excessiva.

Classificações de curativos:

Aberto: é aquele no qual utiliza-se apenas o anti-séptico, mantendo a ferida exposta.
Ex: ferida cirúrgica limpa com 48 horas de evolução ou mais.

Oclusivo: curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado
ou ocluído com gaze ou atadura.

Seco: fechado com gaze ou compressa umedecida com pomada ou soluções prescritas.

Compressivo: é aquele no qual é mantida compressão sobre a ferida para estancar
hemorragias, eviscerações etc.

Drenagens: Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato coloca-se dreno (
Penrose, Kher), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia.

O dreno Penrose é introduzido na cavidade da ferida para escoamento de secreções que
possam vir a infectá-lo ou para eliminar secreções purulentas.

O dreno Penrose é um tubo de látex mole e delicado, de vários diâmetros, colocado
através de um pequeno orifício ou na própria cicatriz operatória.

Quando há necessidade de lavar o local que está sendo drenado, o cirurgião coloca,
junto com o Penrose, um dreno tubular fino, geralmente, de polietileno, formando assim
um dreno misto.

Os drenos Penrose são usados em cirurgias gerais, com finalidade profilática e precisam
ser protegidos por curativos. Mas se for preciso medir o volume de secreção que sai
pelo dreno, pode-se substituir o curativo por bolsas coletoras, que variam de tamanho de
acordo com a quantidade de secreção eliminada.

O dreno Kher ou em T é utilizado nas operações que abrem a via biliar principal
(hepático/calédoco), com a finalidade de escoar a bile para fora, por um determinado
período.

O dreno fechado de pressão negativa é conectado a uma bolsa coletora sanfonada
elástica, por meio de um tubo. Quando a bolsa é comprimida para a retirada do ar do seu
interior, cria um vácuo capaz de provocar aspiração contínua. A secreção ou o sangue
são retirados da ferida, indo para o recipiente sanfonado por meio do tubo.
Profª Glenda Agra



Quando o recipiente estiver cheio, é necessário abrir a tampa de cima e esvazia-la. Para
restabelecer a pressão negativa, comprime-se o recipiente até o ar sair totalmente e
recoloca-se a tampa. Assim, a drenagem recomeçará.

O dreno fechado de pressão negativa é geralmente usado em operações ortopédicas,
neurocirúrgicas e outras onde haja sangramento residual.

O dreno de tórax é utilizado na cavidade torácica para restaurar a pressão negativa e
escoar secreções ou sangue.

Debridamento: é a retirada do tecido necrosado, sem vitalidade, utilizando cobertura
com ação debridante ou retirada mecânica com pinça, tesoura ou bisturi.

Processo de cicatrização:

No momento da incisão/injúria: formação de coágulo, estase, liberação de substâncias
vasoativas.

2 horas: formação de crosta.

6 horas: neutrófilos liberam enzimas que efetuam a quebra dos restos celulares e dos
agentes invasores.

12 horas: monócitos fagocitam bactérias e restos celulares.

24-48 horas: formação de ponte epitelial.

48 horas: fibroblastos : produzem colágeno para formação da cicatrização.

6 dias: a proliferação de fibroblastos atinge seu pico, repondo o tecido conjuntivo.
Formação do tecido de granulação ( forma precoce de tecido cicatricial).

2 semanas: realinhamento das fibras colágenas – aumento da resistência e redução da
espessura da cicatriz.

Semanas e meses: contração – a cicatriz altera a sua aparência.




Objetivos do curativo:

Proporcionar conforto ao paciente ( diminuição da dor) e promover a cicatrização.

Proteger a ferida para prevenir infecções.

Observar o aspecto da cicatriz cirúrgica.
Profª Glenda Agra



Manter a área limpa.



Regras para os curativos:



Curativos cirúrgicos limpos e secos não necessitam ser trocados nas primeiras 72 horas.

Curativos devem ser mantidos limpos nas primeiras 48/72 horas de pós-operatório ou
procedimento ou ainda a critério médico e/ou da instituição. Neste período ainda não
ocorreu a epitelização da ferida.

Curativos úmidos ( seja por secreções ou banho) devem ser trocados tantas vezes quanto
necessário, não ultrapassando o tempo de seis horas ( tempo provável de multiplicação
das bactérias).

Após a epitelização da ferida pode-se deixá-la descoberta se não houver chance de
contaminação pelas áreas vizinhas (colostomias, vômitos.secreções orais, secreções
traqueais).

Os acessos venosos, arteriais, drenos torácicos devem ser mantidos com curativos.

Nunca tocar diretamente em ferida aberta ou recente ( até 72 horas da cirurgia) ou
mantidas sob curativo.

Em paciente com dois ou mais curativos ( limpos e contaminados) realizar primeiro o(s)
limpo(s) e depois o(s) contaminado(s), cada qual com seu material de curativo estéril.

Cuidado ao retirar o curativo sujo para não arrancar os drenos, cateteres que geralmente
ficam aderidos ao curativo.

Durante o curativo, inspecionar sempre sinais de infecção ( hiperemia, edema, dor,
secreção) na ferida cirúrgica, locais de punção, áreas de drenos.

Se houver suspeita de infecção, colher amostra de secreção e envia-la à bacteriologia
para cultura e antibiograma conforme protocolo de Coleta de Material para Cultura.
Informar ao médico e anotar no prontuário.

A data da troca do curativo e o nome de quem o realizou devem ser anotados no
curativo e no prontuário.

Nos curativos de cateteres fixar também o mesmo na pele para evitar tração ou retiradas
acidentais.
Profª Glenda Agra



Nota: Aplicações tópicas de antimicrobianos não são recomendadas, pois provocam
alteração da flora microbiana local com o aparecimento de cepas resistentes.

FATORES DE RISCO

Fatores de risco para complicações pulmonares pós-operatórias




 1.Tipo de cirurgia – incidência maior após todas as formas de cirurgia abdominal quando
comparadas com a cirurgia periférica.



2.O local da incisão – quanto mais próxima a incisão do diafragma, maior a incidência de
complicações pulmonares.



3.Problemas respiratórios no pré-operatório.



4.Idade – maior risco após os 40 anos do que antes dos 40.



5.Sepse.



6.Obesidade – peso maior do que 10% do peso corporal ideal.



7.Repouso no leito prolongado.



8.Duração do procedimento cirúrgico – mais de 3 horas.



9.Aspiração.



10.Desidratação.



11.Desnutrição.
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12.Hipontensão e choque.



13.Imunossupressão.



          Fatores de risco para Trombose Venosa Profunda pós-operatória




1.Pacientes ortopédicos que se submeteram a cirurgia do quadril, reconstrução do joelho e outra
cirurgia da extremidade inferior.



2.Pacientes urológicos que se submeteram a prostatectomia transureteral e pacientes idosos
submetidos à cirurgia urológica.



3.Pacientes de cirurgia geral com idade superior a 40 anos, os obesos, aqueles com malignidade,
os que tiveram anteriormente trombose venosa profunda ou embolia pulmonar, ou aqueles
submetidos a procedimentos cirúrgicos extensos e complicados.



4.Pacientes de ginecologia e obstetrícia com idade superior a 40 anos apresentando fatores de
risco associados (veias varicosas, trombose venosa prévia, infecção, malignidade, obesidade).



5.Pacientes de neurocirurgia, semelhante a outros grupos de alto risco cirúrgico ( em pacientes
com derrame, por exemplo, o risco de trombose venosa profunda na perna paralisada é tão alto
quanto 75%).




                SINAIS FÍSICOS E SINTOMAS DAS COMPLICAÇÕES



Sinais físicos e sintomas das complicações cirúrgicas e condições comuns associadas
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Sintoma                                       Condições associadas

Febre                                         Atelectasia, infecções, reações transfusionais,
                                              medicamentos,       tromboflebite,     embolia
                                              pulmonar

Taquicardia                                   Ansiedade, hipovolemia, hipoxemia, febre,
                                              arritmias cardíacas, sepse, dor

Taquipnéia e dispnéia                         Ansiedade, atelectasia, pneumonia, edema
                                              pulmonar, embolia pulmonar

Hipotensão                                    Hipovolemia, sepse, insuficiência cardíaca,
                                              anafilaxia, hemorragia

Oligúria                                      Hipovolemia, insuficiência renal, obstrução
                                              urinária

Icterícia                                     Hemólise, hepatite, sepse, nutrição venosa,
                                              obstrução das vias biliares, fístula biliar

Distensão abdominal                           Íleo paralítico, hemorragia intra-abdominal,
                                              obstrução intestinal, constipação, ascite

Dor na ferida                                 Infecção, deiscência, infecção intra-abdominal

Alteração do nível de consciência             Hipoxemia, sepse, medicamentos, abstinência
                                              do álcool, acidente vascular cerebral, febre,
                                              psicose pós-operatória




                        Causas comuns de febre no pós-operatório



1.Causas pulmonares: atelectasia, pneumonia, embolia pulmonar.



2.Infecções: inflamação do acesso intravenoso e sepse; infecção urinária; abscesso intra-
abdominal; peritonite; empiema; infecção da ferida; colecistite; parotidite.



3.Trombose venosa profunda e flebite.
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4.Medicamentos: penicilina; cefalosporina, anfotericina.



5.Reações transfusionais.




                     Causas comuns de icterícia no pós-operatório



1.Hemólise:

Sangue extravasado, hematomas

Reações transfusionais

Reações medicamentosas

Sepse

Hemoglobinopatias



2.Doença parenquimatosa hepática

Exacerbação de hepatopatia preexistente

Hepatite viral

Hepatite medicamentosa

Lesão causada por choque

Abscesso intra-hepático



3.Colestase

Induzida central por medicamentos

Sepse

Nutrição venosa



4.Doença das vias biliares
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Coledocolitíase

Ligadura inadvertida do colédoco

Fístula ou vazamento da bile

Colecistite

Pancreatite com obstrução do colédoco

Estenose da via biliar devida a trauma operatório




                               COMPLICAÇÕES NA FERIDA


Por todas as operações é necessária uma incisão, e elas só podem ser consideradas um sucesso
após a cicatrização da ferida. Existem três categorias de complicações na cicatrização da ferida:
hematomas e seromas simples na ferida; infecções da ferida; e deiscência da ferida.Essas
complicações são conseqüência de uma técnica cirúrgica imperfeita e de alterações na
cicatrização da ferida.



Hematoma e seroma



A hemostasia inadequada da ferida causa o acúmulo de sangue local após o fechamento.
Coagulopatias causadas pela doença do paciente ou pela administração perioperatória de
aspirina, heparina, warfirin ou dextrano também contribuem para o aparecimento de
hematomas de feridas. Os sinais físicos são inchaço e dor na ferida e drenagem de sangue na
linha de sutura, quando o hematoma é superficial. Se a hemorragia for arterial, o hematoma
pode dissecar entre os planos tissulares e crescer até um tamanho considerável. Os hematomas
se expandem rapidamente e podem comprimir estruturas adjacentes vitais como a traquéia,
causando estridor ventilatório, a artéria carótida, causando déficit neurológico, ou as veias
renais, causando disfunção renal. Os hematomas da ferida geralmente desaparecem
espontaneamente, porém os hematomas grandes, dolorosos e em expansão necessitam de
reexploração cirúrgica. As coleções de líquido não-hematogênico na ferida podem ser
classificadas como seromas ou linfoceles. Essas coleções geralmente surgem devido à criação
de grandes espaços subcutâneos na ferida que acumulam soro e/ou linfa. Em geral, os
seromas simples desaparecem espontaneamente ou após a aspiração, porém as linfoceles
verdadeiras, causadas pela secreção ativa de um canal linfático importante, podem necessitar
de aspirações repetidas ou drenagem com sucção para serem resolvidas. Qualquer que seja
a técnica escolhida, deve-se preservar a esterilidade para evitar o surgimento de um abscesso
secundário na ferida.
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Infecções da ferida



As infecções na ferida podem ocorrer em até 20% ou mais dos casos em que o campo cirúrgico
foi contaminado durante a operação. Por outro lado, as operações limpas, que não envolvem o
trato gastrintestinal, apresentam um índice de infecção de 2% ou menos. Os sinais de infecção
da ferida são febre, sensibilidade dolorosa e inflamação nos estágios iniciais. Se a infecção não
for logo diagnosticada e tratada, podem surgir edema, drenagem pururlenta, isquemia tissular e
ruptura da ferida.Quando os agentes etiológicos são espécies de Streptococcus ou Clostridia, a
sepse da ferida pode ocorrer em até 24 horas após a operação. As infecções causadas por este
último organismo são extremamente sérias, pois a mionecrose pelo clostrídio (gangrena gasosa)
pode evoluir rapidamenete. Os indícios dessa infecção são drenagem serosa pouco espessa,
crepitação e isquemia da ferida, tornando obrigatório o desbridamento cirúrgico de urgência. Na
maioria dos casos, as infecções da ferida se tornam evidentes entre o 4º e o 7º dia operatório e,
são causadas por bactérias Gram-negativas ou espécies de estafilococos. A antibioticoterapia
pode ser útil no tratamento da celulite inicial da ferida, mas quando não existe sepse sistêmica
ela geralmente é de pouco auxílio, após se ter realizado um desbridamento cirúrgico e drenagem
adequada.



Tratamento



Em ISC restrita aos tecidos moles, a terapêutica mais importante é a abertura da cicatriz
retirada do material infectado e curativo contínuos até a cicatrização por 2ª intenção.

Apesar da maioria dos pacientes receber antibióticos no início do diagnóstico de ISC,
esta prática tem pouco suporte em evidências científicas. Estudos com abscessos
subcutâneos não identificaram benefícios quando a antibioticoterapia foi usada junto
com a drenagem. A melhor conduta é abrir a cicatriz e tratar por via sistêmica quando
os sinais locais de inflamação são exuberantes ou o paciente possui sintomas e sinais
sistêmicos.

Infecções potencialmente graves podem aparecer precocemente no pós-operatório,
alguns sintomas que sugerem estas patologias são: dor desproporcional aos achados do
exame físico, bolhas violáceas, hemorragia cutânea, amolecimento da pele, áreas de
parestesia e anestesia, rápida progressão e presença de ar em subcutâneo.

Fasciite necrosante: esta é uma infecção rara, porém grave, geralmente
monobacteriana. O agente mais freqüente é o Streptococcus beta hemolítico do grupo A,
no entanto um quadro clínico semelhante pode ser causado por Vibrio vulnificus ou
Aeromonas hydrophilia. Mais freqüentemente em pós-operatório, este quadro pode ser
causado por uma flora polimicrobiana composta por Escherichia coli, Proteus sp,
Citrobacter freundii, Serratia marcescens e Enterobacter sp. O quadro clínico costuma
ter evolução rápida com poucos sinais locais. O diagnóstico é confirmado com achados
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do intraoperatório, no qual o tecido subcutâneo apresenta-se acinzentado e a fáscia do
músculo com estrias, edema e friável a manipulação.



Gangrena gasosa: causada por Clostridium perfringens Clostrium septicum, Clostrium
hystoliticum ou Clostridium novyi,, o quadro clínico é semelhante à fasciite necrosante
podendo ser diferenciado desta, pela rotina de Gram do tecido. O tratamento dessas
duas síndromes é feito com debridamento cirúrgico e antibiótico sistêmico,
clindamicina e penicilina.

Síndrome do choque tóxico: é uma infecção causada pela toxina do S. aureus que age
como superantígeno provocando uma proliferação massiva de linfócitos T e produção
de citocinas com IL1 e TNF. O quadro clínico é de início rápido no pós-operatório com
febre, queda do estado geral, rash cutâneo, que evolui com necrose progressiva da pele
podendo surgir lesões bolhosas e áreas de gangrena, a infecção se estende a planos mais
profundos podendo envolver fáscia e tecido subcutâneo, sendo semelhante a fasciite
necrosante. O tratamento é realizado com antibiótico com atividade anti-estafilocócica e
terapia de suporte. O debridamento deve ser realizado conforme avaliação clínica.



Deiscência de ferida



A ruptura da ferida cirúrgica pode ocorrer a qualquer momento após a operação, porém
ela é mais comum cerca de uma semana após a operação. A deiscência da ferida pode
comprometer parte ou todas as camadas da ferida. A deiscência cutânea geralmente traz
poucas conseqüências, pois a ferida pode ser reaproximada com relativa facilidade, muitas
vezes sem o retorno à sala de operações. Entretanto, a deiscência da fáscia é uma
complicação bem mais grave, pois ela exige correção cirúrgica para prevenir o
aparecimento da hérnia incisional. Geralmente se deve a uma infecção da ferida e pode
evoluir para evisceração. Nesta última situação ocorre protusão das vísceras (geralmente o
intestino delgado em uma incisão abdominal) através da ferida ou da parede abdominal. A
evisceração é uma emergência cirúrgica que necessita do reposicionamento cuidadoso das
vísceras na cavidade peritoneal, proteção das vísceras com compressas embebidas em soro
fisiológico, para evitar lesões e ressecamento, e retorno imediato à sala de operações para
correção cirúrgica. A deiscência da ferida pode ser desencadeada por vários fatores, como
obesidade, desnutrição, diabetes, insuficiência renal, ascite, distensão abdominal, tosse ou
vômitos persistentes, infecção da ferida devido à técnicas inadequadas de sutura. Mais
comumente, a deiscência de uma incisão se deve à técnica cirúrgica deficiente. A deiscência é
muitas vezes anunciada por uma drenagem súbita de líquido sanguinolento na ferida entre o 5º e
o 8º dias após a operação. Quando isso ocorre, deve-se palpar cuidadosamente a ferida em busca
de sinais de rompimento e, se necessário, devem ser removidos alguns pontos ou grampos para
se verificar a integridade do fechamento da fáscia.
Profª Glenda Agra



COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS



As complicações respiratórias constituem os problemas mais comuns apresentados pelos
pacientes submetidos a uma operação, e incluem: 1. atelectaia, pneumonia, insuficiência
respiratória aguda no pós-operatório, síndrome da angústia respiratória do adulto e
embolia pulmonar.



DISFUNÇÃO RENAL



A insuficiência renal oligúrica no pós-operatório é definida como o débito urinário inferior a
500ml/dia ou menor do que 0,5ml/kg/hora, e é um sinal indicativo de insuficiência renal aguda
incipiente. A anúria completa é rara e encontrada principalmente nos pacientes com obstrução
pós-renal ou necrose cortical irreversível. A insuficiência renal também pode se manifestar
através de um débito urinário elevado e passar despercebida na fase inicial da evolução.




DISFUNÇÃO DO TRATO ALIMENTAR



Anorexia, vômitos, náuseas, diarréia, colite, constipação e impactação fecal, assim como
íleo paralítico (ausência de atividade peristáltica ou contração desordenada do intestino, está
associada comumente a operações intraperitoneais, processos inflamatórios – abscesso,
hematoma, peritonite – e lesões retroperineais. A estase do ar deglutido e dos líquidos na
luz do estômago e do intestino delgado dá origem a náuseas, distensão abdominal e
algumas vezes vômitos. O tratamento consiste na aspiração do estômago, através de uma SNG
e, no fornecimento de quantidade adequada de líquido por via endovenosa para compensar as
perdas para o terceiro espaço.), obstrução intestinal pós-operatória e hemorragia aguda da
mucosa gástrica ( o tratamento consiste principalmente na neutralização do pH gástrico através
da administração de antiácidos, antagonistas dos receptores de histamina ou de omeprazol, um
inibidor das células parietais. Em casos raros, pode ser necessária uma gastrectomia total para
controlar a hemorragia, com risco de vida; são complicações potenciais pós-operatórias.



COMPLICAÇÕES HEPATOBILIARES E ICTERÍCIA



O surgimento de hiperbilirrubinemia no pós-operatório pode ser causado por produção
exagerada de pigmentos biliares, diminuição da capacidade hepática para processar a
sobrecarga de pigmentos – por doença parenquimatosa ou por colestase – por obstrução das
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Apostila

  • 1. ENFERMAGEM Profª Glenda Agra ENFERMAGEM CIRÚRGICA
  • 2. Profª Glenda Agra 1.CLÍNIA CIRÚRGICA: É a unidade hospitalar organizada, segundo um conjunto de requisitos que se torna apta a receber pacientes para tratamento cirúrgico em regime de internamento. 2.OBJETIVOS: Proporcionar ambiente terapêutico adequado aos pacientes com afecções clínicas diversificadas, em regime de internação. Manter elevado padrão da assistência, mediante planejamento, execução e avaliação das atividades de enfermagem. 3.DEPENDÊNCIAS: Enfermarias, expurgos, isolamentos, postos de enfermagem, repousos médicos e de enfermeiros, rouparias, sala de chefia de enfermagem, sala de curativos, sala de prescrição. 4.RELAÇÃO COM OUTROS SERVIÇOS: Almoxarifado, ambulatório, central de hemoterapia, CME, centro cirúrgico, CTI, CCIH, demais unidades de internação, divisão de enfermagem, farmácia, recepção e SAME. 5.POSIÇÃO ADMINISTRATIVA: O serviço de enfermagem da clínica está diretamente subordinado à divisão de enfermagem. 6.PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA CLÍNICA CIRÚRGICA: Enfermeiro- gerente no horário da manhã. Enfermeiros: horários: manhã, tarde, noite. Auxiliares e Técnicos de enfermagem: horários: manhã, tarde, noite. Auxiliares operacionais de serviços: horários: manhã, tarde, noite. Auxiliares administrativos: horário comercial. 7.DIVISÃO DOS TURNOS DE TRABALHO: 1º TURNO: Manhã : 7:00 às 13:00h 2º TURNO: Tarde: 13:00 às 19:00h 3º TURNO: noite: 19:00 às 7:00h NORMAS E ROTINAS DA CLÍNICA CIRÚRGICA ROTINA DA MANHÃ Enfermeiro Assistencial : Assistir ao paciente. Enfermeiro Coordenador: Elabora as escalas e coordena o setor de enfermagem. Enfermeiro Responsável-técnico: Responsável por todos os outros profissionais de enfermagem, mediante o COREN.
  • 3. Profª Glenda Agra -Apresentar-se para receber o plantão; -Confirmar a presença de funcionários escalados; -Tomar conhecimento da escala das atribuições de tarefas e avisos; -Refazer a escala de atribuições, SN -Informar à Coordenação de enfermagem da unidade, as possíveis ausências e ocorrências; -Ler relatório geral para se inteirar das ocorrências; -Verificar exames a serem encaminhados; -Checar com os funcionários do horário, o encaminhamento de pacientes para o Centro Cirúrgico feito às 6:30h; -Verificar preparo de pacientes para exames; -Supervisionar o preparo de pacientes para cirurgias “a seguir” (AS) e encaminhá-los ao bloco cirúrgico, após solicitação. -Registrar no prontuário do paciente, os exames e cirurgias realizadas, os preparos para exames e cirurgias, exames e cirurgias não realizadas, alegando o motivo; -Realizar processo de enfermagem; -Receber paciente pós-cirurgia. ROTINAS DA TARDE -Todos acima, exceto realização de alguns exames. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM GERAL AO PACIENTE CIRÚRGICO -Admissão ao paciente na unidade cirúrgica; -Preparar o leito antecipadamente; -Receber o paciente; -Apresentar o paciente à equipe; -Proceder de acordo com a rotina do serviço; -Entrevistar o paciente e realizar exame físico; -Preparar prontuário;
  • 4. Profª Glenda Agra -Verificar SSVV, peso e mensuração; -Observar estado geral do paciente; -Fazer anotações de enfermagem; -Arrolar roupas e valores; -Orientar o paciente; -Comunicar o médico; -Providenciar alimentação, medicação, etc. PREPARO PSICOLÓGICO -Visa reduzir as complicações intra e pós-operatórias; -Estudo completo das condições fisiológicas e psicológicas; -Avaliar tensão, ansiedade e nervosismo; -Buscar meios que minimizem anseios; -Solicitar o serviço de psicologia; -Pacientes orientados recuperam-se mais rápido; PREPARO FÍSICO Inicial -Melhor esclarecimento do diagnóstico; -Adequar o estado geral do paciente à cirurgia; -Inicia-se da admissão às 24h que antecede o pré-operatório imediato A enfermagem -Realiza exame físico; -Investiga determinantes que poderão afetar negativamente a cirurgia. Ex: idade, doenças. -Providencia e prepara o paciente para exames laboratoriais e outros; -Controla SSVV; -Realiza controle hidroeletrolítico; -Observa estado nutricional;
  • 5. Profª Glenda Agra -Orienta, estimula e administra medicamentos; -Ensina exercícios respiratórios; -Orienta quanto à higiene; -Tabagistas orientados a não fumar ou reduzir o vício; -Identifica e cuida das anormalidades que possam trazer complicações no pré- operatório. PERÍODOS OPERATÓRIOS 1.PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO OU TARDIO: Desde a admissão até o início do período pré-operatório imediato. 2.PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO: Primeiras 24h que antecede o ato cirúrgico. 3.TRANS-OPERATÓRIO: Momento da cirurgia. 4.PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO: São as primeiras 24h após o ato cirúrgico. 5.PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO OU TARDIO: São as 24 h subseqüentes do período pós-operatório, até a sua alta hospitalar. A CIRURGIA OBJETIVA: - Remover as possíveis fontes de infecção; -Preparar o paciente para a cirurgia; -Pré-operatório imediato: Inicia-se 24h que antecede a cirurgia. A ENFERMAGEM -Verificar listas de aviso cirúrgico; -Colhe sangue para tipagem sanguínea; -Observa alterações na sintomatologia; -Verifica SSVV; -Promove banho corporal; -Troca roupa de cama;
  • 6. Profª Glenda Agra -Avalia as condições gerais de higiene do paciente (retira esmalte, corta unhas); -Realiza preparo intestinal; -Orienta sobre o jejum (de acordo com a cirurgia = 8 a 12h). NO DIA DA CIRURGIA -Verifica se os preparos foram realizados; -Verificar e manter o jejum; -Retirar próteses; -Comunicar anormalidades; -Remover grampos, maquiagem; -Vestir roupas limpas; -Retirar jóias e adornos e notificar em livro; -Solicitar esvaziamento da bexiga; -Cateterismo deve se realizado no BC; -Controlar SSVV; -Administrar medicação pré-anestésica 45 minutos antes da cirurgia; -Fazer anotações e checar; -Revisar prontuário; -Transportar o paciente ao BC na hora marcada e de forma confortável; -Acompanhar o paciente até o recebimento do BC; -Controvérsias: Tricotomia. PREPARO ESPIRITUAL: Manter diálogo e questionar o paciente quanto à necessidade de padre, pastor ou outro representante de Deus, conforme a religiosidade.
  • 7. Profª Glenda Agra ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO OBJETIVO: -Proporcionar assistência qualificada; -Vigilância contínua centralizada nas necessidades apresentadas; -Detectar precocemente complicações pós-operatórias. PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM: -Receber relatório contendo informações no intra-operatório; -Admitir o paciente na unidade em livro de admissão; -Evoluir o paciente; -Avaliar o estado geral do paciente; -Verificar SSVV; -Atentar para infiltração ou obstrução da hidratação periférica; -Avaliar o nível de consciência: Consciente, semi-consciente, inconsciente, narcose, -Prevenir a detectar precocemente problemas respiratórios, que levam a hipoxemia devido a obstrução hipofaríngeo; -Observar posicionamento do tubo endotraqueal; -Conectar em respirador mecânico SN; -Auxiliar nos procedimentos de desmame e extubação; -Verificar FR, presença de cianose e expansibilidade torácica; -Instalar oxigênio sob cateter nasal; -Aspirar secreções; -Verificar FC, ritmo, perfusão periférica; -Monitorizar o paciente; -Realizar ECG; -Observar posicionamento de drenos, sondas e infusões venosas; -Conectar funcionamento dos drenos e caracterizá-los.
  • 8. Profª Glenda Agra Padrão de prescrições de enfermagem para o cuidado pós-operatório do paciente durante a admissão na unidade clínica 1.Examinar a respiração e instalar oxigênio suplementar, se prescrito. 2.Monitorizar os sinais vitais e observar a pele quanto ao calor, umidade e coloração. 3.Avaliar o local da cirurgia e os sistemas de drenagem da ferida. 4.Avaliar o nível de consciência, a orientação e a capacidade para movimentar as extremidades. 5.Conectar todos os tubos de drenagem por gravidade ou por aspiração, se prescrito e, monitorizar intensivamente os sistemas de drenagem. 6.Avaliar o nível e as características da dor ( localização e qualidade) e horário, tipo e via de administração da última medicação analgésica. 7.Posicionar o paciente para promover o conforto, segurança e expansão pulmonar. 8.Avaliar as linhas endovenosas quanto à permeabilidade, assim como as infusões quanto à freqüência correta de fluxo e tipo de solução. 9.Avaliar o débito urinário no sistema de drenagem fechada ou a necessidade do paciente de urinar e distensão da bexiga. 10.Reforçar a necessidade de iniciar a respiração profunda e os exercícios para as pernas. 11.Posicionar ao alcance do paciente a campainha de chamada, a cuba-rim, as lascas de gelo ( se permitido) e a comadre ou o papagaio.
  • 9. Profª Glenda Agra 12. Proporcionar informação para o paciente e família. Resumo de cuidado de enfermagem no período pós-operatório imediato 1.Avaliação e interpretação da freqüência respiratória, profundidade e qualidade. 2.Iniciar o oxigênio suplementar, os exercícios respiratórios ou o uso do espirômetro de incentivo. 3.Avaliação e interpretação da freqüência cardíaca, da pressão arterial, da coloração e umidade da pele. 4.Avaliação e interpretação da ingestão e excreção, os níveis de eletrólitos, hemoglobina e hematócrito. 5.Avaliação e tratamento da incisão cirúrgica. 6.Iniciação dos exercícios de pernas e calçamento de meias antiembolismo ou o dispositivo de compressão pneumática. 7.Avaliação do débito urinário e da capacidade de urinar voluntariamente. 8.Avaliação do estado mental. 9.Posicionamento quanto ao conforto, expansão pulmonar e prevenção da aspiração. 10.Avaliação e tratamento das náuseas e dos vômitos. 11.Iniciação dos líquidos orais ( a menos que contra-indicado pelo tipo de cirurgia).
  • 10. Profª Glenda Agra 12.Avaliação e tratamento das necessidades psicossociais do paciente e da família. 13.Manutenção da segurança do paciente. Necessidades de instruções ao paciente após a cirurgia Todos os pacientes no pós-operatório precisam de informação e instrução nas seguintes áreas: 1.O procedimento cirúrgico que foi realizado e quaisquer alterações permanentes na estrutura anatômica ou função. 2.Intervenções para adaptar quaisquer alterações permanentes na estrutura ou função. 3.Complicações potenciais, sinais e sintomas de complicações e medidas preventivas. 4.Regime terapêutico continuado, incluindo: medicação, dieta, atividade progressiva, incluindo atividades a serem evitadas, terapias adjuntas, cuidado da ferida 5.Atividades de promoção da saúde sugeridas ( ex: cessação do tabagismo, gerenciamento do estresse) 6.Recursos comunitários, encaminhamentos para o cuidado domiciliar. 7.Consultas de acompanhamento com cirurgião ou outros profissionais
  • 11. Profª Glenda Agra CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS *De acordo com o atendimento 1.CIRURGIA DE EMERGÊNCIA: O paciente necessita de atenção imediata; o distúrbio pode ser ameaçador à vida. Indicação para a cirurgia: Sem demora. Exemplos: Sangramento grave, obstrução vesical ou intestinal, fratura de crânio, feridas por armas de fogo ou branca, queimaduras extensas. 2.CIRURGIA DE URGÊNCIA: O paciente precisa de atenção rápida. Indicação para a cirurgia: Dentro de 24 a 30h. Exemplos: Infecção aguda da vesícula, cálculos renais ou uretrais. 4.CIRURGIA ELETIVA: O paciente pode ser operado. Indicação para a cirurgia: A não realização da cirurgia não é catastrófica. Exemplos: Reparação de cicatrizes, hérnia simples, reparação vaginal. *De acordo com o objetivo - Cirurgias paleativas: Ex: Paracentese, colostomia -Cirurgias radicais: Ex: Mastectomia total; apendicectomia -Cirurgias reparadoras/reconstrutoras (plásticas): Ex: Blefaroplastia; ritidoplastia, mamoplastia. -Cirurgias para diagnóstico: Ex: Cateterismo cardíaco; biópsias *Risco Cardiológico -Cirurgias de Porte I (Pequena perda de líquidos, eletrólitos e sangue): Cirurgias oftálmicas e otorrinolaringológicas -Cirurgias de Porte II (Média perda de líquidos, eletrólitos e sangue): Histerectomia, Prostatectomia. -Cirurgias de Porte III (Grande perda de líquidos, eletrólitos e sangue): Transplantes, cirurgias cardíacas, cirurgias neurológicas.
  • 12. Profª Glenda Agra *Duração do procedimento -Cirurgias de Porte I (Até 2h): Cesariana, curetagem uterine, amigdalectomia -Cirurgias de Porte II (De 2 a 4h):Histerectomia, colecistectomia -Cirurgias de Porte III (De 4 a 6h):Revascularização cardíaca, crsniotomia -Cirurgias de Porte IV (+ de 6h): Transplantes, gastroduodenopancreatectomia *Potencial de contaminação 1.CIRURGIA LIMPA: São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência do processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras; cirurgias eletivas atraumáticas com cicatrização de 1ª intenção e sem drenagem. Cirurgias em que não ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório e urinário. Ex: Artroplastia do quadril, C.Cardíaca, Herniorrafia, Neurocirurgias, Procedimento cirúrgico ortopédico, Anastomose portocava e esplenorrenal, Ortoplastia, Mastectomia, Enxertos cutâneos, Ooforectomia. 2.CIRURGIA POTENCIALMENTE CONTAMINADA: São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatórios. Cirurgias limpas com drenagem. Quando ocorre penetração nos tratos digestivos, respiratórios ou urinário sem contaminação significativa. Ex: Histerectomia abdominal, C. Intestino delgado (eletiva), C. das vias biliares sem estase ou obstrução biliar, C. gástrica ou duodenal, Feridas traumáticas limpas (até 10h após o trauma), Colecistectomia, C. Cardíacas prolongadas com circulação extracorpórea. 3.CIRURGIA CONTAMINADA: São aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação é difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de 2ª intenção, grande contaminação a partir do trato digestivo. Obstrução biliar ou urinária. Ex: Cirurgia do cólon, Debridamento de queimados, C. bucal e dentária, Fraturas expostas (10h após o ocorrido), C. da orofaringe, C. gástrica, Câncer, Úlcera gástrica e C. por obstrução duodenal.
  • 13. Profª Glenda Agra 4.CIRURGIA INFECTADA: São intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença do processo infeccioso(supuração local),Tecido necrótico, Corpos estranhos e Feridas de origem suja. Ex: C. do reto e ânus com exsudato, C. abdominal com presença de exsudato e conteúdo de cólon, Nefrectomia com presença de infecção, Presença de vísceras perfuradas, Colecistectomia por colecistite aguda com empiema. TERMINOLOGIA ASSÉPTICA Assepsia: são meios utilizados para não contaminar uma área isenta de microorganismos. Anti-sepsia: é a utilização de um produto anti-séptico numa área contaminada (tecido humano). Anti-séptico: é o produto químico utilizado para a realização da anti-sepsia. Esterilização: é o procedimento utilizado para a completa destruição de todas as formas de vida microbiana, inclusive a esporulada. Desinfecção: é o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, na forma vegetativa (não esporulada) de artigos semi-críticos através de meios físicos e químico. Desinfectantes: são substâncias químicas capazes de destruir todas as formas vegetativas de bactérias, fungos e vírus em artigos. Germicidas: são produtos ou substâncias capazes de destruir indiscriminadamente ou seletivamente microorganismos à temperatura ambiente. Limpeza: é o fundamental para a remoção de matéria orgânica presente nos artigos. Degermação: consiste na eliminação dos microorganismos patogênicos das mãos e dos antebraços da equipe cirúrgica. Sanificação: É o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, em áreas físicas consideradas limpas.
  • 14. Profª Glenda Agra TERMINOLOGIA CIRÚRGICA A terminologia técnica utilizada pelos profissionais da área de Saúde é constituída, em sua maior parte, de palavras formadas pela composição de elementos gregos e latinos. Formação de palavras Conhecendo a disposição dos elementos e seu significado teremos a designação dos diversos tipos de intervenções cirúrgicas. Laringo + scopia = laringe + ato de ver, observar. O primeiro elemento de composição da palavra se refere a um órgão, aparelho ou parte do corpo humano, e o segundo elemento diz respeito à técnica ou procedimento executado, a ação praticada ou patologia. Vejamos alguns elementos de origem grego-latina comumente empregados em enfermagem cirúrgica e seus respectivos significados. 1º ELEMENTO SIGNIFICADO 1º ELEMENTO SIGNIFICADO Adeno Glândula Láparo Cavidade abdomina Angio Vaso Laringe Laringe Artro Articulação Nefro Rim Blefaro Pálpebra Neuro Nervo Cisto Bexiga Oftalmo Olho
  • 15. Profª Glenda Agra Colecisto Vesícula Ooforo Ovário Colo Cólon Orqui Testículo Colpo Vagina Osteo Osso Entero Intestino Oto Ouvido Flebo Veia Procto Reto Gastro Estômago Rino Nariz Hepato Fígado Salpingo Trompa Hístero Útero Traqueo Traquéia Ooforo Ovário 2º ELEMENTO SIGNIFICADO Ectomia Remoção total ou parcial Pexia Fixação de um órgão Plastia Reconstituição estética ou restauradora de uma parte do corpo Ráfia Sutura Scopia Ato de ver, observar Stomia Comunicação entre dois órgãos ocos ou entre um órgãos e pele Tomia Corte Vejamos os principais nomes de procedimentos cirúrgicos em que o segundo elemento da composição é ectomia (remoção). PROCEDIMENTO PARA REMOÇÃO PROCEDIMENTO PARA REMOÇÃO DE DE
  • 16. Profª Glenda Agra Apendicectomia Apêndice Mastectomia Mama Cistectomia Bexiga Miomectomia Mioma Colecistectomia Vesícula biliar Nefrectomia Rim Colectomia Cólon Ooforectmia Ovário Embolectomia Êmbolo Pancreatectomia Pâncreas Esofagectomia Esôfago Pneumectomia Pulmão Esplenectomia Baço Prostatectomia Próstata Facectomia Cristalino Retossigmoidectomia Reto e sigmóide Gastretomia Estômago Salpingectomia Trompa Hemorroidectomia Hemorróidas Laminectomia Excisão da lâmina vertebral para expor os componentes neurais do canal espinhal, ressecando então, o tecido doente ou danificado. Hepatetomia Parte do fígado Histrectomia Útero Lobectomia Lobo de um órgão Apresentamos , a seguir, denominações de outras cirurgias, desta vez, terminadas em pexia ( fixação): PROCEDIMENTO PARA FIXAÇÃO DE Cistopexia Bexiga Histeropexia Útero Nefropexia Rim
  • 17. Profª Glenda Agra Retinopexia Retina Orquidopexia Testículo Outros procedimentos cirúrgicos têm seus nomes terminados em plastia (reconstituição), como mostramos a seguir: PROCEDIMENTO PARA RECONSTITUIÇÃO DE Blefaroplastia Pálpebra Mamoplastia Mama Piloroplastia Piloro Queiloplastia Lábio Rinoplastia Nariz Ritidoplastia Face Salpingoplastia Trompa Há ainda, denominações de procedimentos onde o segundo elemento é ráfia ( sutura), como demonstrado a seguir: PROCEDIMENTO PARA SUTURA DE Blefarorrafia Pálpebra Colporrafia Vagina Gastrorrafia Estômago Herniorrafia Hérnia Osteorrafia Osso Palatorrafia Fenda palatina Perineorrafia Períneo Perinorrafia Tendão
  • 18. Profª Glenda Agra Vamos analisar outros nomes de procedimentos, desta vez, compostos com o elemento scopia ( observação): PROCEDIMENTO PARA OBSERVAÇÃO DE Artroscopia Articulação Broncoscopia Bronquios Cistoscopia Bexiga Colonoscopia Cólon Colposcopia Vagina Endoscopia Órgãos internos Esofagoscopia Esôfago Gastroscopia Estômago Laringoscopia Laringe Laparoscopia Cavidade abdominal Retossigmoidoscopia Reto e sigmóide Ureteroscopia Ureter Uretroscopia Uretra Ressaltamos ainda que nos procedimentos relacionados à observação interna dos órgãos utilizam-se vários aparelhos como, por exemplo, o artroscópio, na artroscopia; o broncoscópio, na broncoscopia, o laparoscópio, na laparoscopia, e o retossigmoidoscópio, na retossigmoidoscopia. Vejamos agora os principais nomes de cirurgias cujo segundo elemento de formação é stomia ( comunicação entre dois órgão ocos ou entre um órgão e a pele). PROCEDIMENTO ÓRGÃO EM COMUNICAÇÃO COM A PELE
  • 19. Profª Glenda Agra Cistotomia Bexiga Colostomia Cólon Gastrostomia Estômago Jejunostomia Jejuno Traqueostomia Traquéia Finalmente, as principais denominações de procedimentos cirúrgicos terminadas em tomia (corte): PROCEDIMENTO CORTE DA (O) Episiotomia Vulva Laparotomia Abdômen Toracotomia Tórax Traqueotomia Traquéia Ureterotomia Ureter Vasectomia Canal deferente Existem, ainda, termos ou expressões médicas freqüentemente utilizadas em clínicas cirúrgicas. Eis alguns deles: Amputação Remoção de uma parte do corpo Anastomose Conexão de dois órgãos tubulares, geralmente por sutura Artrodese Fixação cirúrgica de articulações Biópsia Remoção de um tecido vivo para exame Cauterização Destruição de tecido por meio de um agente cáustico ou de calor, através do bisturi elétrico, por exemplo.
  • 20. Profª Glenda Agra Cesariana Retirada do feto através de incisão na parede abdominal e no útero Circuncisão Ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande Cistocele Hérnia da bexiga por defeito na musculatura do períneo Curetagem uterina Raspagem e remoção do conteúdo uterino Deiscência Separação de bordas previamente suturadas de uma ferida Dissecção Corte ou separação de tecidos do corpo Divertículo Abertura no formato de bolsa em um órgão com a forma de saco ou tubo Enxerto Transplante de órgão ou tecido Evisceração Saída de vísceras de sua cavidade Exerese Extirpação cirúrgica Fístula Passagem anormal que liga um órgão, cavidade ou abscesso a uma superfície interna ou externa do corpo. Hérnia Saída total ou parcial de um órgão do espaço que normalmente o contém. Incisão Corte Litíase Cálculo Paracentese Denominação genérica de punção para esvaziamento de cavidade. Prolapso Saída de um órgão ou de parte dele para fora do seu lugar, especialmente quando este surge em um orifício natural. Ptose Queda de um órgão Ressecção Remoção cirúrgica de parte de um órgão
  • 21. Profª Glenda Agra Retocele Hérnia da parede do reto por defeito na musculatura do períneo. Toracocentese Punção cirúrgica na cavidade torácica Varicocele Veias dilatadas no escroto INFECÇÃO: É a resposta inflamatória provocada pela invasão ou pela presença de microorganismos em tecidos orgânicos. INFECÇÃO AUTÓGENA X INFECÇÃO EXÓGENA As infecções podem ser diferenciadas de acordo com a origem dos microorganismos que a causam. Infecções endógenas: são causadas pela microbiota do paciente. Infecções exógenas: são aquelas que resultam da transmissão a partir de fontes externas ao paciente. Durante a hospitalização, o paciente gradativamente adquire a flora hospitalar. A maioria das infecções hospitalares causada pela microbiota do paciente, a princípio originária da comunidade, sofrendo portanto alteração em decorrência da hospitalização, ficando difícil estabelecer sua origem, por isso foi criado o conceito de infecção autógena. Infecção autógena: indica que a infecção foi derivada da flora do paciente, independente de tê-la adquirido no ambiente hospitalar ou na comunidade. INFECÇÃO PREVENÍVEL X INFECÇÃO NÃO-PREVENÍVEL
  • 22. Profª Glenda Agra Infecções preveníveis: são aquelas em que a alteração de algum evento relacionado pode implicar na prevenção da infecção. Por exemplo: infecções cruzadas, transmitidas pelas mãos dos funcionários, podem ser evitadas se for feita lavagem correta das mãos. Infecções não- preveníveis: são aquelas que acontecem a respeito de todas as precauções tomadas. Este é o caso das infecções em pacientes imunologicamente comprometidos, originárias a partir de sua flora. Geralmente, a identificação do evento desencadeador da infecção hospitalar é retrospectivo e difícil de ser estabelecido, pois, como vimos anteriormente, a maioria das infecções hospitalares tem uma etiologia multicausal e nem todas estas causas podem ser preveníveis. Epidemias, especialmente as dde fonte comum, se forem precocemente identificadas, são potencialmente preveníveis. Entretanto, devemos lembrar que, pelo próprio critério epidemiológico sua identificação, estas infecções representam no máximo 5% do total. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR A portaria 2.616/98 do Ministério da Saúde, que regulamenta as ações do controle de infecções hospitalares no território nacional, traz em seu anexo II conceitos e critérios para o diagnóstico das infecções, classificando-as em comunitárias ou hospitalares. INFECÇÃO COMUNITÁRIA É a infecção constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital. São também comunitárias: 1.As infecções associadas a complicações ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microorganismos ou sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção. 2.Infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovoda e que tornou-se evidente logo após o nascimento ( por exemplo, herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS.). Adicionalmente, em relação à Portaria 930/92, são também consideradas comunitárias todas as infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 horas.
  • 23. Profª Glenda Agra INFECÇÃO HOSPITALAR É qualquer tipo de infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Usam-se como critérios gerais: 1.Quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária for isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado como hospitalar. 2.Quando se desconhecer o período de incubação do microoganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da admissão, considera-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar 72 horas após a admissão. Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes de se completar 72 horas da internação, quando associadas a procedimentos invasivos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados previamente. 3.As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota superior a 24 horas. A Portaria Ministerial 930/92 define princípios para o diagnóstico de infecções hospitalares: “ O diagnóstico de infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas de evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário; resultado de exames de laboratório; ressaltando-se os exames microbológicos, a pesquisar de antígenos e anticorpos, e métodos de visualização, e evidências de estudos com métodos de imagem; endoscopia; biópsia e outros.” Estes princípios pressupõem a busca ativa de casos a partir de pistas diagnósticas, algumas nem sempre de fácil acesso em nosso meio. Para a uniformização de certos conceitos, definimos febre como temperatura axilar acima de 37,8º C, hipotermia com a queda desta temperatura abaixo de 33,5ºC, hipotensão como pressão sistólica menor que 90mmHg em duas medidas tomadas com intervalo de uma hora. A sorologia é considerada positiva se for encontrada imunoglobulina específica da classe IgM ou um aumento de quatro vezes nos títulos de IgG específica.
  • 24. Profª Glenda Agra Nem todas as infecções diagnosticadas após a admissão do paciente são hospitalares. A Portaria exclui as que estejam incubando no momento da internação. O período de incubação é sempre expresso por um intervalo de tempo com um valor mínimo e um máximo. Sua duração depende da correlação entre inóculo e virulência do microorganismo, e a resistência do hospedeiro. É considerada hospitalar se o tempo de hospitalização do paciente superar a duração mínima do período de incubação.Assim sendo, se identificarmos uma varicela no 17º dia de internação de um paciente, ela será considerada hospitalar, pois seu período de incubação varia de 15 a 21 dias. Entretanto, após a alta do paciente, consideramos hospitalar se a infecção for detectada até o valor máximo do período de incubação. Uma varicela detectada no 21º dia após a alta é considerada hospitalar. Com estas condutas estaremos incluindo como infecção hospitalar todas as possibilidades. Para as infecções que não têm período de incubação conhecido, como é o caso das infecções urinárias e pneumonias, consideramos no Brasil, como infecção hospitalar aquela que foi diagnosticada após 72 horas de internação do paciente. Se o paciente for submetido a um procedimento invasivo no hospital, na mesma topografia em que a infecção é suspeita, não há necessidade de esperarmos as 72 horas para classificá-la como hospitalar. Exemplificando, as infecções urinárias que se desenvolvem logo após cateterismo vesical. Após a alta do paciente, as infecções são consideradas hospitalares se manifestadas até 72 horas. Quando for realizada sondagem vesical, o prazo é ampliado para sete dias após a retirada do procedimento, e consideram-se 30 dias após o ato cirúrgico, a não ser que tenha havido implante, sendo estendido este prazo em até um ano. Para os demais procedimentos, particularmente a ventilação mecânica e os cateteres vasculares, não há alteração do prazo de 72 horas, a não ser que a infecção detectada esteja seguramente relacionada, por exemplo, a uma tromboflebite séptica relacionada a um cateter vascular. Uma questão freqüente para os controladores de infecção, são as IH identificadas em pacientes transferidos de uma unidade para outra, dentro do próprio hospital. A dúvida consiste em definir a unidade responsável pela infecção. Nas transferências sem procedimentos invasivos, utilizamos o período de 72 horas para definir a unidade da infecção. A infecção será incluída na nova unidade somente se o diagnóstico efetuado ocorrer após 72 horas da transferência, caso contrário, a infecção será creditada à unidade anterior.Quando transferido com procedimento a infecção é tabulada na unidade em que for diagnosticada, independente do tempo de permanência do paciente, uma vez que as infecções estão, na sua grande maioria, relacionadas ao cirúrgico. Não sofreu procedimento de risco Considerar 72 horas da transferência Sofre procedimento de risco, mas é transferido sem este
  • 25. Profª Glenda Agra Considerar sete dias da retirada da sonda vesical e três dias para os demais procedimentos. Sofre procedimento de risco e é transferido com este Considerar a infecção da unidade onde está o paciente. Diagnóstico de infecção cirúrgica Considerar a infecção da unidade onde está o paciente. INFECÇÃO CRUZADA É a infecção transmitida de paciente para paciente, geralmente por intermédio de profissionais de saúde e que também é considerada infecção hospitalar. Colonização: é o aumento de um ou mais tipo de microorganismo sem causar uma reação. Isolamento: Conjunto de medidas adotadas para fazer uma barreira que impeça a disseminação de agentes infecciosos de um paciente para outro, para os visitantes e/ou para o meio ambiente. Está indicado nas doenças transmissíveis, em situações definidas e, apenas durante o período de transmissibilidade das doenças. Portanto, esta recomendação sobre isolamentos deve se completar com o período de incubação e de transmissão das doenças. RECÉM-NASCIDO A Portaria 930/92 coloca todas as infecções do recém-nascido como hospitalares, excluindo apenas as transmitidas de forma transplacentária. Uma parturiente com bolsa
  • 26. Profª Glenda Agra rota há 15 dias que, ao entrar no hospital, dá à luz um recém-nascido com sepse, de acordo com a Portaria, esta infecção deve ser classificada como hospitalar. As infecções identificadas no recém-nascido podem originar-se por via transplacentária ou por contaminação ascendente após a ruptura da bolsa, durante sua passagem pelo canal do parto ou após seu nascimento. As infecções transplacentárias já foram definidas como comunitárias, e as que ocorrem após o nascimento são indubitavelemente hospitalares. Evidentemente, se o parto for hospitalar, as infecções originárias desta atividade devem ser consideradas nosocomiais. A Portaria MS 2.616/98, que passou a regulamentar o controle de infecção hospitalar em substituição à 930/92, pouco alterou em relação aos critérios diagnósticos gerais, exceto para as infecções detectadas em recém-nascidos. Nestes pacientes ela continuou excluindo as infecções transmitidas de forma transplacentária e,como novidade, também excluiu aquelas associadas a mais de 24 horas de bolsa rota. Os casos em que a parturiente dá entrada com bolsa íntegra, obviamente devem ser considerados hospitalares. Então, como sistematização propomos que: 1.Todas as infecções transplacentárias sejam consideradas comunitárias; 2.Todas as demais infecções identificadas em recém-nascidos de mães admitidas com bolsa íntegra sejam consideradas hospitalares. No caso de mães admitidas com bolsa rota, estas infecções serão hospitalares se diagnosticadas após 72 horas de internação materna. Todas as infecções neonatais são consideradas hospitalares, exceto aquelas transmitidas por via transplacentária, como as infecções congênitas, e as decorrentes da contaminação comunitária intra-uterina, como por exemplo, a conseqüente da carioamnionite materna por bolsa rota. Logo, são consideradas infecções hospitalares as derivadas de contaminação durante a passagem do feto pelo canal do parto e aquelas adquiridas após o nascimento.
  • 27. Profª Glenda Agra RISCO DE INFECÇÃO NO CLIENTE Sabidamente, a infecção do sítio cirúrgico é uma das causas mais comuns de infecção hospitalar na maioria dos hospitais. Já a infecção respiratória apresenta-se como uma das complicações mais freqüentes dos clientes operados. Da mesma forma, a infecção urinária hospitalar, uma vez que uma de suas principais causas é o cateterismo vesical, procedimento bastante freqüente nos casos cirúrgicos. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Em casos suspeitos ou confirmados, das doenças relacionadas abaixo, é obrigatória a notificação imediata ao Serviço de controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e, na impossibilidade deste, diretamente ao Serviço de Vigilância Epidemiológica da cidade ou região (Distrito Sanitário). Doença meningocócica e outras meningites, malária (em área não-endêmica), meningite por H. influenzae, peste, febre amarela, difteria, tétano, sarampo, rubéola, toxi-infecção alimentar, dengue, febre tifóide, hanseníase, hepatite B, leishmaniose visceral, leptospirose, coqueluche, doença de Chagas (casos agudos) e paralisias flácidas tais como poliomielite, síndrome de Guillain Barrè, mieleites. Intoxicação de qualquer natureza – química, medicamentosa, exposição à radiação ionizante, plantas, lagartas e animais peçonhentos (aranha, cobra e escorpião). DSTs – sífilis, gonorréia, cancro mole, linfagranuloma venero, condiloma acuminado, herpes genital, uretrites e vaginites não gonocóccicas, donovanose, AIDS. DOENÇAS A SEREM ISOLADAS Respiratório:
  • 28. Profª Glenda Agra O quarto de isolamento é obrigatório para: caxumba, coqueluche, estreptococo beta- hemolítico (amigdalite, escarlatina, Síndrome de Fournier ou Fasciite necrosante), herpes zoster, meningite por haemophilus, meningite meningocócica, pneumonia estafilocócica, rubéola, sarampo, TB (escarro positivo). ASPECTOS RELACIONADOS A TODOS PACIENTES CIRÚRGICOS Especificidades da cirurgia Além da classificação das cirurgias por potencial de contaminação, conforme dito, também deve ser considerado os aspectos relacionados à duração e extensão do procedimento cirúrgico, tipo de cirurgia, técnica cirúrgica, duração do procedimento. A duração do procedimento cirúrgico pode aumentar o risco de infecção por vários motivos: aumento de microoorganismos que podem contaminar a ferida; aumento da destruição dos tecidos pelo tempo de manipulação; aumento do período em que o tecido é privado de sistema de defesa devido à irrigação sanguínea insuficiente; maior tempo sob efeito de anestesia e de assistência ventilatória; hipotermia por grande quantidade de infusões e exposição da incisão ao ambiente frio da SO; período em que o paciente está privado de seus mecanismos de defesa naturais. Cirurgias com duração acima de duas horas apresentam incidência maior de infecção da ferida cirúrgica de forma estatisticamente significante. Teoricamente, a extensão da incisão também pode ser um fator de risco, uma vez que, quanto maior a incisão, maior a porta de entrada para microorganismos. A técnica cirúrgica é crucial. A cirurgia com manuseio excessivo, descolamento de tecidos além do necessário (que levam a sangramento e transudações), com hemostasia inadequada (permitindo a formação de seromas e hematomas) com sutura defeituosa e
  • 29. Profª Glenda Agra formação de áreas de isquemia ou necrose pode favorecer proliferação de bactérias. Os seromas e hematomas são causas importantes de diminuição da resistência local, pois agem como lagos, que isolam os agentes fagocitários. O uso de fios de sutura inadequados desperta forte reação como corpo estranho, facilitando a ação dos germes patogênicos. Cirurgias que necessitam de grande quantidade de irrigação e quer não são adequadamente aspiradas ou drenadas aumentam o esforço do organismo para absorver o excesso de secreção, assim como a possibilidade de permanência de microorganimos na mesma ainda que não se possa negar o avanço nas cirurgias com o uso de bisturi elétrico - inclusive como auxiliar no controle de infecção pela diminuição do tempo operatório e melhor e mais rápida hemostasia. O seu uso inadequado ou exagerado, aliado a outras situações pode apresentar condições opostas: a presença de tecido isquêmico ou necrosado por uso de bisturi elétrico, por pontos hemostáticos abrangendo áreas extensas ou por suturas muito apertadas, e principalmente englobando muito tecido, fornece, com o tecido morto resultante, um meio de cultura cujos agentes fagocitários não conseguem ali chegar.. Participando diretamente de todos esses aspectos, destaque-se a habilidade técnica do cirurgião, no sentido de minimizar os efeitos das situações mencionadas. Anestesia e trauma anestésico-cirúrgico A anestesia geral pode estimular: infecção pós-operatória, crescimento de tumores, depressão da resposta alérgica, inibição da fagocitose, anafilaxia, rejeição de órgãos transplantados. Outros mecanismos não-específicos são alterados pela anestesia: diminuição de fluxo mucociliar, principalmente com administração de atropina, altas concentrações de oxigênio e inalação prolongada de gases sem umidificação. Assim, o fator mais importante na imunossupressão de clientes submetidos a cirurgias não seria a técnica anestésica ou o tipo de droga escolhido e sim o nível de bloqueio ao estresse cirúrgico. Mesmo que o medicamento anestésico isoladamente não esteja comprovadamente relacionado à infecção pós-operatória, a ação das drogas deprime o SNC, com alteração dos centros subcorticais extrapiramidais, levando a um relaxamento e paralisia dos músculos respiratórios, bloqueio dos reflexos com formação de muco e espasmos da laringe, brônquios e importante alteração hemodinâmica. Os anestésicos também podem interferir na transmissão do impulso nervoso para a musculatura lisa, intensificando a depressão respiratória. Tal quadro interfere na ventilação normal do paciente, que necessita de assistência respiratória através de procedimentos invasivos como intubação, aspiração, ventilação controlada, portanto constituindo fatores de risco de infecção respiratória. A pneumonia por aspiração é um achado freqüente. Período de hospitalização pré-operatória
  • 30. Profª Glenda Agra Isso se explica pela possibilidade de o cliente se colonizar em seus vários sistemas com uma flora bacteriana modificada, presente no pessoal e no ambiente hospitalar. Degermação e preparo pré-operatório da pele Não há como negar que as mãos e antebraços da equipe cirúrgica e a própria pele do sítio cirúrgico do cliente constituem fontes das mais importantes de microorganismos de flora endógena, sendo a mesma, de longe, a causadora da grande maioria das infecções do sítio cirúrgico e cuja transmissão pode ocorrer, principalmente, pelo contato direto e a manipulação continuada durante a intervenção cirúrgica.A degermação das mãos e antebraços e anti-sepsia pré-operatória da pele são práticas bastante antigas do ritual cirúrgico. Esses procedimentos devem garantir a rápida remoção ou a destruição de toda a flora transitória da pele e parte da flora residente, conhecida por flora de colonização.Atualmente, esses procedimentos também têm o objetivo de estabelecer uma atividade residual que retarde a recolonização, visto que, no caso da degermação das mãos da equipe cirúrgica, os microorganismos proliferam com maior intensidade sob as luvas; além disso pode-se considerar comum as microperfurações das mesmas. Paramentação cirúrgica Semelhante ao item anterior, a paramentação busca proteger o paciente contra contaminação da flora normal liberada pelo pessoal da SO e pelo paciente durante a cirurgia. Procedimentos invasivos Tricotomia, cateterismo vesical, punções e cateterismos vasculares são procedimentos invasivos a que o paciente pode ser submetido. A tricotomia tem recebido especial atenção com relação ao risco de infecção no sítio cirúrgico. Se justifica a remoção dos pêlos adjacentes ao local operatório para facilitar a visualização e a técnica operatória, assim como para diminuir a contaminação da incisão com microorganismos presentes nos pêlos. A remoção do pêlo não é o verdadeiro problema, mas sim a possibilidade de ocorrer solução de continuidade da camada
  • 31. Profª Glenda Agra epidérmica, que é uma barreira natural de defesa contra a invasão de microorganismos. Os tipos de alterações da integridade da pele variam desde a inflamação folicular, reações alérgicas, microcortes até cortes visíveis sangrantes. Em maior ou menor intensidade todos provocam aumento da permeabilidade da camada epidérmica, propiciando, além da invasão de microorganismos, também a sua permanência e reprodução, tendo como meio de cultura a exsudação produzida. Uso de antibióticos Uma das causas principais das infecções hospitalares atuais deve-se , justamente, ao uso inadequado ou indiscriminado dos antibióticos. CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES O programa de controle de Infecção Hospitalar começou a ser regulamentado em 1.983, com a Portaria MS nº196/83, que foi revogada e substituída pela Portaria MS nº 930/92. Atualmente, está em vigor a Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 19998, que revogou a Portaria nº930/92. em 1.997, foi publicada, no Diário Oficial da União, a Lei nº 9.431/97, que em seu artigo 1º fala da obrigatoriedade dos hospitais em manterem um Programa de Infecções Hospitalares (PCIH) e no artigo 2º preconiza a criação de comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) para execução deste controle, conforme veremos mais adiante. O Sistema nacional de Informação para o Controle de Infecções em Serviços de saúde (SINAIS), lançado em setembro de 2.004. É uma iniciativa da ANVISA, com o intuito de oferecer aos hospitais brasileiros e gestores de saúde uma ferramenta para aprimoramento das ações de prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde. SINAIS: Permite a obtenção de indicadores que consideram os riscos relacionados ao tempo de internação e de exposição a procedimentos invasivos e as características dos pacientes e das unidades de internação, e contribuirá no combate à resistência microbiana, possibilitando a análise do perfil de sensibilidade de todos os organismos e o seu acompanhamento por tipo de ambiente ou unidade assistencial. A Lei 9.431, de 6 de janeiro de 1.997, coloca em seu artigo 1º que os hospitais do país são obrigados a manter Programa de controle de Infecções Hospitalares _ PICH,
  • 32. Profª Glenda Agra considerando programa de controle de infecções hospitalares, para os efeitos desta Lei, o conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução máxima possível de incidência e da gravidade das infecções hospitalares. De acordo com a legislação brasileira, todos os hospitais são obrigados a ter um Programa de controle de Infecção. O controle de infecção hospitalar tem como base em sua estrutura a Comissão de controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e um grupo executivo, também chamado Serviço de controle Hospitalar (SCIH), sendo que a CCIH valida e divulga as propostas e ações do SCIH. A CCIH deve ser composta de profissionais representantes dos serviços que atuam direta ou indiretamente na assistência ao paciente, na diretoria e do SCIH.A coleta de dados, também chamada vigilância epidemiológica das infecções hospitalares, a interpretação das informações coletadas, a vigilância sanitária e elaboração e execução do Programa de Controle de Infecção Hospitalar, habitualmente são realizadas pela equipe do SCIH. Este grupo é composto por enfermeiros e médicos, e, algumas instituições, por outras categorias profissionais, alocadas especificamente para tais funções. Estes profissionais deverão ter como condição obrigatória atualização científica, crítica e legal sobre assuntos relacionados ao controle das infecções hospitalares, sendo um elo de ligação para os demais trabalhadores, colaborando com programas de treinamento, transformando suas informações em ações preventivas para toda a comunidade hospitalar.Oferece assessoria em medidas de proteção antiinfecciosa, como: isolamento, métodos de esterilização, soluções anti-sépticas e desinfetantes. Colabora com os demais serviços nas padronizações de procedimentos invasivos e dos antimicrobianos, na aquisição de artigos e insumos que podem estar relacionados às infecções hospitalares, em processos de construções e reformas arquitetônicas. Detecta aumento de episódios, surtos ou outros problemas e propõe soluções no que diz respeito às infecções hospitalares, em todos os setores da organização, com o objetivo de manter sob controle as infecções. O controle de infecção deve dar informações quanto à evolução da situação em questão, o feedback ao setor envolvido, assegurando desta maneira sua aderência junto aos demais serviços da instituição. Esta integração contribui para que bons resultados sejam alcançados, justificando, sob o ponto de vista do controle de infecção hospitalar, padronizações, mudanças de conduta e rotina, aquisição de recursos humanos, materiais e equipamentos, reformas e outras medidas necessárias. A vigilância sanitária que é representada na instituição pelo controle de infecção, observa os bastidores do hospital, preocupando-se com as infecções de maneira pró-ativa, ou seja, procurando corrigir as deficiências antes que a infecção ocorra. Procedimentos invasivos realizados de forma incorreta, seja por problemas técnicos ou por condições inadequadas, podem traduzir-se em infecção hospitalar. Os setores de apoio, cuja assistência ao paciente é prestada indiretamente, apresentam igual
  • 33. Profª Glenda Agra importância na qualidade de seu atendimento, podendo estar inseridos no aparecimento das infecções. Prevenir doenças originadas de aplicação incorreta das medidas de precauções, devido à falta de recursos ou negligência do próprio profissional, também é alvo de atuação da vigilância sanitária. Através de visitas, observa-se as atividades relacionadas aos pacientes e aos próprios profissionais estão sendo realizadas e em que condições estão ocorrendo, porém não substitui o papel da supervisão, que deve continuamente exercer suas atividades de maneira integrada com o controle de infecção. COMPETÊNCIAS DA CCIH A CCIH do hospital deverá: 1.Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar, adequado às características e necessidades da instituição, contemplando, no mínimo, ações relativas à implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares, adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnico-operacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares; capacitação do quadro de funcionários e profissionais da instituição, no que diz respeito à prevenção e controle das infecções hospitalares; uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares; 2.Avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos membros executores da CCIH; 3.Realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e implantar imediatas de controle; 4.Elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e comunicar, periodicamente, à autoridade máxima de instituição e às chefias de todos os setores do hospital, a situação do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na comunidade hospitalar; 5.Elaborar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico- operacionais, visando limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento;
  • 34. Profª Glenda Agra 6.Adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico- operacionais, visando a prevenção e o tratamento das infecções hospitalares; 7.Definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a instituição; 8.Cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que diz respeito ao controle das infecções hospitalares; 9.Elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar; 10.Cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como fornecer, prontamente, as informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes; 11.Notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de gestão do SUS, os casos diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob vigilância epidemiológica (notificação compulsória), atendidos em qualquer dos serviços ou unidades do hospital, e atuar cooperativamente com os serviços de saúde coletiva; 12.Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS, os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associados à utilização de insumos e/ou produtos industrializados.
  • 35. Profª Glenda Agra SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UTILIZAÇÃO DOS DRENOS CIRÚRGICOS Os drenos e as sondas constituem em valiosos auxiliares utilizados na prática cirúrgica visando facilitar o escoamento de conteúdo cavitário, parietal ou visceral. Os drenos são utilizados para remoção de acúmulos anormais no interior da cavidade ou nos permeios da parede abdominal. As sondas tem indicação para o escoamento de conteúdo intraluminar, seja do tubo digestivo, seja do aparelho urinário. Acessoriamente, destina-se a administrar líquidos e alimentos. A drenagem tem várias funções, dentre elas podemos destacar: Propiciar saída de secreções purulentas ou de conteúdo intestinal; Remover qualquer líquido da cavidade peritoneal; Evacuar líquidos intraluminares (urina, bile); Descomprimir o tubo digestivo; Orientar coleções e fístulas; Ministrar líquidos e alimentos. São reconhecidos dois tipos de drenagem: Profilática: tem a finalidade de impedir o acúmulo de secreções; Terapêutica: se destina a promover a saída de material acumulado. Na parede abdominal podem ser utilizadas com o objetivo de drenar secreções purulentas (abscessos) ou diminuir o espaço morto e eliminar restos de soro, sangue, tecidos, devido a grandes descolamentos no subcutâneo ou pela colocação de material protético empregado como reforço parietal. A drenagem pode ser realizada por drenos e sondas:
  • 36. Profª Glenda Agra Drenos: são lâminas ou tubos de material sintético, com paredes flexíveis, largura variável, usados na drenagem das grandes cavidades serosas (pleura, peritônio, pericárdio) e do espaço intervisceral e tissular. Sondas: são tubos de borracha, de plástico ou de derivados do petróleo, com calibre variado, que apresentam paredes rígidas, porém maleável, podendo ter balonete, ser radiopacas ou não, estando destinadas à luz do tubo digestivo e seus anexos, árvore traqueobrônquica e sistema geniturinário. PRINCÍPIOS DA COLOCAÇÃO DE DRENOS Os drenos intraperitoneais não devem ser exteriorizados pela incisão para evitar infecção e interferir na cicatrização; O orifício de saída deve ser proporcional ao diâmetro do dreno para evitar compressão ou evisceração; O orifício de saída deve-se localizar em local de declive para facilitar a drenagem por gravidade; Deve ficar suficientemente afastado da cicatriz cirúrgica para não interferir com os cuidados da FO; Não lesar com demasia a parede na confecção do trajeto parietal; Não deixar o dreno entrar em contigüidade com as linhas de sutura para evitar fístulas; Sempre fixar o dreno no local de exteriorização. TIPOS DE DRENAGEM Existem 4 tipos de drenagem, conforme o mecanismo de ação: Drenagem laminar; Drenos de aspiração; Drenos túbulo-laminares;
  • 37. Profª Glenda Agra Cateteres de drenagem. Drenagem laminar: Dreno de Penrose. Pode-se colocar gaze ou qualquer outro material sintético absorvente dentro do Penrose com a finalidade de aumentar a drenagem. Seu mecanismo de ação é por meio da drenagem passiva, por capilaridade. Tem a preferência nas cirurgias do aparelho digestivo com anastomeses. Drenos de aspiração: Drenos de sucção fechada, tubulares, firmes, produzidos de silicone ou cloridrato de polivinil. Dreno Portovac. São utilizados em cirurgias com grande descolamento tecidual (hérnia incisional, retalhos miocutâneos, esvaziamentos ganglionares) e quando há extensa ressecção com espaço morto local. Este tipo de drenagem diminui o risco de contaminação a partir do dreno, porém, deve ser retirado em 24 a 72 horas. Seu mecanismo de ação funciona por sucção, sendo uma drenagem ativa. Drenos túbulos-laminares: São formados por 2 ou 3 drenos tubulares de látex, silicone ou teflon, com múltiplas perfurações, colocados dentro de um dreno de Penrose. Dreno de Sump. Utilizado nos casos de pancreatite, abscessos ou quando se deseja lavar a cavidade abdominal. O sistema funciona instilando solução fisiológica por um dos tubos, ao mesmo tempo que se aspira sob baixa pressão por meio de outro. O terceiro tubo é o respiro, que evita o colabamento do sistema de sucção. Os tubos são fixados ao Penrose por meio de suturas individuais. O funcionamento é por capilaridade e por drenagem ativa. Cateteres de Drenagem (pigtailed): Drenos tubulares, finos, parede resistente e pouco flexível, de plástico ou látex, utilizados por radiologistas, guiados por TC ou USG, para realizar drenagens percutâneas de coleções ou cateterização de via biliar. Deve-se periodicamente instilar soro para desobstruir o cateter, que é muito fino e, para fluidificar a coleção, facilitando e acelerando o escoamento. As sondas são tubos introduzidos no lúmen de vísceras ocas, sendo divididas conforme o órgão em que será utilizada: sondas gastrintestinais, nasojejunais, nasobiliares, gastrostomia, jejunostomias, cecostomias, retal, de Sengstaken-Blackmore, sondas urinárias entre outras. As sondas, além de drenar o conteúdo presente no lúmen das vísceras ocas, também podem ser utilizadas para administrar líquidos, medicamentos e nutrientes, descomprimir (sonda nasogástrica, sonda retal, sondas utilizadas para descomprimir anastomoses) ou comprimir (sonda de Sengstaken-Blackmore e sonda de Foley na prostatectomia).
  • 38. Profª Glenda Agra INDICAÇÕES GERAIS Drenar secreções purulentas localizadas ou de conteúdo intestinal e remover profilaticamente qualquer líquido da cavidade peritoneal ou do subcutâneo, como suco bileopancreático ou seroma, antes que sua presença cause complicações. O emprego de drenos é conveniente nas seguintes situações: 1.Abscessos localizados e com parede espessa; 2.Anastomoses entre o trato digestivo, quando há insegurança em relação ao fechamento, desproporção entre as bocas anastomóticas, má vascularização e infecção local. 3.Cirurgias em que há extensa área cruenta. 4.Cirurgias em que podem ter sido abertos pequenos ductos (vesícula biliar, pâncreas, fígado) sem ser detectados; 5.Cirurgias e que há sutura de órgãos sem serosa e extrapiramidais; 6.Cirurgias de parede abdominal com grande descolamento de subcutâneo ou com utilização de próteses. INDICAÇÕES ESPECÍFICAS Existem algumas cirurgias em que são acoplados sistemas de drenagem como rotina, com a finalidade de descomprimir ou retirar secreções que coletam no leito cirúrgico. Vias Biliares: Tubo em “T” de Kher: descomprimir o hepatocolédoco. O mesmo deve ser elevado a partir do 4º dia para diminuir o escoamento biliar, fechado após o 7º dia pós-operatório (após a realização da colancistectomia) e retirado após o 14º dia. No caso de colecistectomia, a utilização de drenos é discutível (vários autores contra- indicam a drenagem por apresentarem maior risco de infecção); caso seja utilizado, colocas-se o Penrose ou dreno de aspiração Portovac tracionando-o no 1º dia e retirando-o no 2º ou 3º dia pós-operatório.
  • 39. Profª Glenda Agra Pâncreas: Em cirurgias em que se manipula ou se resseca o pâncreas, há indicação de drenagem devido ao suco pancreático que, por meio de suas enzimas proteolíticas, irrita os tecidos vizinhos, podendo causar fístulas ou abscessos peripancreáticos. Os drenos de escolha são de Sump e os de aspiração. No caso de abscesso pancreático, utiliza-se o dreno de Sump com o objetivo de lavar e aspirar ao mesmo tempo, sendo retirado quando a aspiração vier límpida. Nas pancreatectomias parciais, utilizam-se drenos de aspiração, tracionando-o pós-operatório, caso não haja fístula. Deve-se realizar drenagem sondagem nasogástrica e diminuir estímulo pancreático, até que o íleo paralítico desapareça. Baço: Após esplenectomia, normalmente se utilizam drenos visando prevenir o acúmulo de secreções no espaço subfrênico, devido à área cruenta no leito esplênico, pela dificuldade de hemostasia causando pequenos sangramentos, ou devido a pequenas lesões em causa do pâncreas. Embora a drenagem aumente o risco de infecção, colocam-se drenos de aspiração, retirando-o quando a aspiração diminui, de preferência 2m 24 a 72horas. Estômago: Os drenos são usados após gastrectomias quando a anastomose for difícil, utilizando dreno de Penrose, retirando-o após o 4º dia. Deve-se sempre colocar SNG ou SNE para descomprimir o lúmen e iniciar precocemente a alimentação. A sonda deve ser retirada após o término do íleo paralítico, se for uma SNG. Se o intuito for alimentação, retira-se após o paciente ter condições de via oral. Em caso de fistulização, o dreno permanece por um período não inferior a 7 dias, tempo necessário par acriar um trajeto ao redor do dreno e orientar a fístula. Duodeno: Os drenos são necessários devido à alta mortalidade que as complicações, como fístula e infecção local, que podem ocasionar. A utilização dos mesmos não diminui a chance de fístula, porém, com um escoamento precoce e efetivo, podem-se evitar cirurgias. O dreno de escolha é de Penrose, sendo tracionado após o 3º dia e retirado após o 4º ou 5º dia pós-operatório, caso não haja complicação local. Intestino: Normalmente não se utilizam drenos em anastomoses intestinais, exceção feita para os casos de anastomoses com o reto ou canal anal, pela ausência da camada serosa e por sua posição extraperitoneal, apresentando tecidos menos resistentes à infecção. Nesses casos, emprega-se o dreno de Penrose, retirando-se após o 4º dia. Em todas as cirurgias que envolvem anastomoses intestinais, utilizam-se SNGs ou jejunostomias para descomprimir o lúmen gastrintestinal, enquanto houver íleo paralítico.
  • 40. Profª Glenda Agra Apendicite: Nos casos de apendicite aguda em que não há abscesso localizado, a drenagem não se faz necessária, mesmo que haja perfuração com coleção purulenta na cavidade. Nesses casos, faz-se apenas a lavagem exaustiva da cavidade. Nas situações em que há abscesso localizado, deve-se deixar um dreno junto à cavidade abscedada, sendo de escolha o de Penrose, devendo permancer no local até não mais sair secreção purulenta, tracionando-os 24 horas antes de retirá-los definitivamente. Nesses casos, quando se quiser realizar lavagem da cavidade, pode-se utilizar os drenos de Sump, para limpar a cavidade e aspirar seu conteúdo, simultaneamente. Parede Abdominal: Quando existe um grande descolamento do tecido subcutâneo ou quando se colocam próteses junto à musculatura, deve-se utilizar o dreno Portovac para evitar que se acumulem coleções no subcutâneo. A mesma deve permanecer por 2 a 3 dias, até que o volume drenado em 24 horas seja inferior a 150 ml e retirado em um só tempo, sem tração prévia. Outros: A drenagem tubular tem espaço nas cirurgias da região cervical (TIREOIDECTOMIAS, ESVAZIAMENTOS LINFONODAIS, CIRURGIAS VASCULARES , nas cirurgias ORTOPÉDICAS que utilizam próteses e em qualquer outra cirurgia que apresente um espaço morto ou que não possa haver compressão das estruturas adjacentes. O tempo de drenagem pode variar conforme o volume exteriorizado e o motivo pelo qual o dreno foi colocado. Nos casos de abscesso intra- abdominal, os drenos de Sump estão indicados para lavar e aspirar continuamente o abscesso, sendo retirados após desligar a lavagem por 24 horas e o líquido sair límpido. Em cirurgias de grande porte e naquelas em que se manipulam as vias urinárias ou a próstata, deve-se realizar sondagem vesical . MANEJO DOS TUBOS A colocação dos drenos na cavidade abdominal apresenta princípios básicos: 1. Devem ser colocados por contra-incisão para evitar infecção da ferida operatória e diminuir o risco de deiscência; 2.São colocados lateralmente ao músculo reto abdominal, não muito pequenos para facilitar a drenagem, porém evitando grandes aberturas para evitar hérnia incisional; 3.O trajeto confeccionado deve ser mais retilíneo o possível para facilitar a drenagem e evitar coleções;
  • 41. Profª Glenda Agra 4.Devem ser fixados à pele para evitar que o mesmo seja tracionado por descuido ou que entre na cavidade abdominal; 5.O curativo deve ser realizado separadamente ao da incisão principal para dificultar a contaminação da ferida operatória com as coleções drenadas. SONDAS Obedece alguns preceitos básicos: 1.Deve ser introduzida com anestésico local; 2.Se não houver balonete para fixação, fixa-se externamente com curativos ou pontos para dificultar a migração da mesma; 3.SNG não devem ficar mais que 7 dias, devido às ulcerações que a mesma pode causar na mucosa da orofaringe e do esôfago; 4.Se houver necessidade de troca, deve-se trocar por sondas nasojejunais, que são menos traumáticas e podem ficar por várias semanas; 5.No caso de sondas urinárias, deve-se pensar em antimicrobianos quando utilizadas por vários dias. REMOÇÃO DOS DRENOS Profiláticos: Remove-se tão logo haja evidências de que não há mais drenagem significativa e que o dreno não é mais necessário. Terapêuticos: São mantidos no local enquanto houver drenagem em quantidade significativa. Retira-se de modo gradativo, alguns centímetros a cada dia, de tal maneira a ocluir o trajeto da profundidade para a superfície. COMPLICAÇÕES Hérnia incisional Obstrução por aderências Necrose de tecidos vizinhos por compressão Hematoma de parede Perda do dreno na cavidade abdominal Fístula por erosão da anastomose SONDAS
  • 42. Profª Glenda Agra Erosões junto à mucosa por irritação ou isquemia Aumento da produção de ácido pelo estômago Fístulas Perfuração durante a colocação Infecção Hemorragias pela erosão DREDRENOS JACKSON PRATT DRENOS JACKSON PRATT
  • 43. Profª Glenda Agra Dreno de Jackson Pratt Drenos de Penrose
  • 44. Profª Glenda Agra Dreno de Black Dreno de sucção Sistema de drenagem mediastinal
  • 45. Profª Glenda Agra Sistema de drenagem de vias aéreas Simulador
  • 47. Profª Glenda Agra Sonda de Malecot Sonda Traqueal Comum de Nelaton
  • 48. Profª Glenda Agra Sonda Retal Sonda de Sengstaken-Blackemore Dreno de Penrose
  • 49. Profª Glenda Agra Sonda Nasoentérica Sonda Nasogá strica de Levine Sonda Vesical de Foley
  • 50. Profª Glenda Agra Sonda vesical de alívio de Nelaton
  • 51. Profª Glenda Agra Dreno de Black Dreno de sucção (Portovacc) FONTE: http://images.google.com.br/images CURATIVOS
  • 52. Profª Glenda Agra Curativo é o tratamento utilizado para promover a cicatrização da ferida, proporcionando um meio adequado para este processo. A escolha do curativo depende do tipo de ferida. Critérios: Os critérios para o curativo ideal foram definidos por Turner, citado por Dealey, conforme segue: Manter alta umidade entre a ferida e o curativo acelerando a epitelização, diminuindo a dor e aumentando o processo de destruição natural dos tecidos necrosados. Remover o excesso de exsudação com o objetivo de evitar a maceração dos tecidos próximos. Permitir troca gasosa. Fornecer isolamento térmico – a temperatura de 37º estimula o processo de cicatrização. Ser impermeável às bactérias, agindo como barreira mecânica entre a ferida e o meio ambiente. Estar isento de partículas e substâncias tóxicas contaminadoras de feridas que podem manter a inflamação e retardar a cicatrização. Permitir sua retirada sem ocasionar lesão por aderência. O curativo aderido à ferida deve ser retirado com umedecimento com Soro Fisiológico a 0,9%. Observações: Em feridas abertas não é recomendado o uso de curativo seco. Deve-se umidificá-lo com Soro Fisiológico a 0,9% e s secar somente as bordas da ferida. A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície em vários graus. Por isso, não se deve limpá-la com solução fria nem deixá-las expostas por períodos prolongados. Curativo encharcado ou vazando favorece o movimento das bactérias em ambas as direções – ferida e meio ambiente – devendo ser trocado imediatamente. Não se deve usar algodão ou gaze desfiada (aderência à ferida). Notas:
  • 53. Profª Glenda Agra Exsudação: extravasamento de líquido da ferida, devido ao aumento da permeabilidade capilar. Maceração: amolecimento da pele, geralmente nas bordas da ferida, na maioria das vezes pela umidade excessiva. Classificações de curativos: Aberto: é aquele no qual utiliza-se apenas o anti-séptico, mantendo a ferida exposta. Ex: ferida cirúrgica limpa com 48 horas de evolução ou mais. Oclusivo: curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado ou ocluído com gaze ou atadura. Seco: fechado com gaze ou compressa umedecida com pomada ou soluções prescritas. Compressivo: é aquele no qual é mantida compressão sobre a ferida para estancar hemorragias, eviscerações etc. Drenagens: Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato coloca-se dreno ( Penrose, Kher), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia. O dreno Penrose é introduzido na cavidade da ferida para escoamento de secreções que possam vir a infectá-lo ou para eliminar secreções purulentas. O dreno Penrose é um tubo de látex mole e delicado, de vários diâmetros, colocado através de um pequeno orifício ou na própria cicatriz operatória. Quando há necessidade de lavar o local que está sendo drenado, o cirurgião coloca, junto com o Penrose, um dreno tubular fino, geralmente, de polietileno, formando assim um dreno misto. Os drenos Penrose são usados em cirurgias gerais, com finalidade profilática e precisam ser protegidos por curativos. Mas se for preciso medir o volume de secreção que sai pelo dreno, pode-se substituir o curativo por bolsas coletoras, que variam de tamanho de acordo com a quantidade de secreção eliminada. O dreno Kher ou em T é utilizado nas operações que abrem a via biliar principal (hepático/calédoco), com a finalidade de escoar a bile para fora, por um determinado período. O dreno fechado de pressão negativa é conectado a uma bolsa coletora sanfonada elástica, por meio de um tubo. Quando a bolsa é comprimida para a retirada do ar do seu interior, cria um vácuo capaz de provocar aspiração contínua. A secreção ou o sangue são retirados da ferida, indo para o recipiente sanfonado por meio do tubo.
  • 54. Profª Glenda Agra Quando o recipiente estiver cheio, é necessário abrir a tampa de cima e esvazia-la. Para restabelecer a pressão negativa, comprime-se o recipiente até o ar sair totalmente e recoloca-se a tampa. Assim, a drenagem recomeçará. O dreno fechado de pressão negativa é geralmente usado em operações ortopédicas, neurocirúrgicas e outras onde haja sangramento residual. O dreno de tórax é utilizado na cavidade torácica para restaurar a pressão negativa e escoar secreções ou sangue. Debridamento: é a retirada do tecido necrosado, sem vitalidade, utilizando cobertura com ação debridante ou retirada mecânica com pinça, tesoura ou bisturi. Processo de cicatrização: No momento da incisão/injúria: formação de coágulo, estase, liberação de substâncias vasoativas. 2 horas: formação de crosta. 6 horas: neutrófilos liberam enzimas que efetuam a quebra dos restos celulares e dos agentes invasores. 12 horas: monócitos fagocitam bactérias e restos celulares. 24-48 horas: formação de ponte epitelial. 48 horas: fibroblastos : produzem colágeno para formação da cicatrização. 6 dias: a proliferação de fibroblastos atinge seu pico, repondo o tecido conjuntivo. Formação do tecido de granulação ( forma precoce de tecido cicatricial). 2 semanas: realinhamento das fibras colágenas – aumento da resistência e redução da espessura da cicatriz. Semanas e meses: contração – a cicatriz altera a sua aparência. Objetivos do curativo: Proporcionar conforto ao paciente ( diminuição da dor) e promover a cicatrização. Proteger a ferida para prevenir infecções. Observar o aspecto da cicatriz cirúrgica.
  • 55. Profª Glenda Agra Manter a área limpa. Regras para os curativos: Curativos cirúrgicos limpos e secos não necessitam ser trocados nas primeiras 72 horas. Curativos devem ser mantidos limpos nas primeiras 48/72 horas de pós-operatório ou procedimento ou ainda a critério médico e/ou da instituição. Neste período ainda não ocorreu a epitelização da ferida. Curativos úmidos ( seja por secreções ou banho) devem ser trocados tantas vezes quanto necessário, não ultrapassando o tempo de seis horas ( tempo provável de multiplicação das bactérias). Após a epitelização da ferida pode-se deixá-la descoberta se não houver chance de contaminação pelas áreas vizinhas (colostomias, vômitos.secreções orais, secreções traqueais). Os acessos venosos, arteriais, drenos torácicos devem ser mantidos com curativos. Nunca tocar diretamente em ferida aberta ou recente ( até 72 horas da cirurgia) ou mantidas sob curativo. Em paciente com dois ou mais curativos ( limpos e contaminados) realizar primeiro o(s) limpo(s) e depois o(s) contaminado(s), cada qual com seu material de curativo estéril. Cuidado ao retirar o curativo sujo para não arrancar os drenos, cateteres que geralmente ficam aderidos ao curativo. Durante o curativo, inspecionar sempre sinais de infecção ( hiperemia, edema, dor, secreção) na ferida cirúrgica, locais de punção, áreas de drenos. Se houver suspeita de infecção, colher amostra de secreção e envia-la à bacteriologia para cultura e antibiograma conforme protocolo de Coleta de Material para Cultura. Informar ao médico e anotar no prontuário. A data da troca do curativo e o nome de quem o realizou devem ser anotados no curativo e no prontuário. Nos curativos de cateteres fixar também o mesmo na pele para evitar tração ou retiradas acidentais.
  • 56. Profª Glenda Agra Nota: Aplicações tópicas de antimicrobianos não são recomendadas, pois provocam alteração da flora microbiana local com o aparecimento de cepas resistentes. FATORES DE RISCO Fatores de risco para complicações pulmonares pós-operatórias 1.Tipo de cirurgia – incidência maior após todas as formas de cirurgia abdominal quando comparadas com a cirurgia periférica. 2.O local da incisão – quanto mais próxima a incisão do diafragma, maior a incidência de complicações pulmonares. 3.Problemas respiratórios no pré-operatório. 4.Idade – maior risco após os 40 anos do que antes dos 40. 5.Sepse. 6.Obesidade – peso maior do que 10% do peso corporal ideal. 7.Repouso no leito prolongado. 8.Duração do procedimento cirúrgico – mais de 3 horas. 9.Aspiração. 10.Desidratação. 11.Desnutrição.
  • 57. Profª Glenda Agra 12.Hipontensão e choque. 13.Imunossupressão. Fatores de risco para Trombose Venosa Profunda pós-operatória 1.Pacientes ortopédicos que se submeteram a cirurgia do quadril, reconstrução do joelho e outra cirurgia da extremidade inferior. 2.Pacientes urológicos que se submeteram a prostatectomia transureteral e pacientes idosos submetidos à cirurgia urológica. 3.Pacientes de cirurgia geral com idade superior a 40 anos, os obesos, aqueles com malignidade, os que tiveram anteriormente trombose venosa profunda ou embolia pulmonar, ou aqueles submetidos a procedimentos cirúrgicos extensos e complicados. 4.Pacientes de ginecologia e obstetrícia com idade superior a 40 anos apresentando fatores de risco associados (veias varicosas, trombose venosa prévia, infecção, malignidade, obesidade). 5.Pacientes de neurocirurgia, semelhante a outros grupos de alto risco cirúrgico ( em pacientes com derrame, por exemplo, o risco de trombose venosa profunda na perna paralisada é tão alto quanto 75%). SINAIS FÍSICOS E SINTOMAS DAS COMPLICAÇÕES Sinais físicos e sintomas das complicações cirúrgicas e condições comuns associadas
  • 58. Profª Glenda Agra Sintoma Condições associadas Febre Atelectasia, infecções, reações transfusionais, medicamentos, tromboflebite, embolia pulmonar Taquicardia Ansiedade, hipovolemia, hipoxemia, febre, arritmias cardíacas, sepse, dor Taquipnéia e dispnéia Ansiedade, atelectasia, pneumonia, edema pulmonar, embolia pulmonar Hipotensão Hipovolemia, sepse, insuficiência cardíaca, anafilaxia, hemorragia Oligúria Hipovolemia, insuficiência renal, obstrução urinária Icterícia Hemólise, hepatite, sepse, nutrição venosa, obstrução das vias biliares, fístula biliar Distensão abdominal Íleo paralítico, hemorragia intra-abdominal, obstrução intestinal, constipação, ascite Dor na ferida Infecção, deiscência, infecção intra-abdominal Alteração do nível de consciência Hipoxemia, sepse, medicamentos, abstinência do álcool, acidente vascular cerebral, febre, psicose pós-operatória Causas comuns de febre no pós-operatório 1.Causas pulmonares: atelectasia, pneumonia, embolia pulmonar. 2.Infecções: inflamação do acesso intravenoso e sepse; infecção urinária; abscesso intra- abdominal; peritonite; empiema; infecção da ferida; colecistite; parotidite. 3.Trombose venosa profunda e flebite.
  • 59. Profª Glenda Agra 4.Medicamentos: penicilina; cefalosporina, anfotericina. 5.Reações transfusionais. Causas comuns de icterícia no pós-operatório 1.Hemólise: Sangue extravasado, hematomas Reações transfusionais Reações medicamentosas Sepse Hemoglobinopatias 2.Doença parenquimatosa hepática Exacerbação de hepatopatia preexistente Hepatite viral Hepatite medicamentosa Lesão causada por choque Abscesso intra-hepático 3.Colestase Induzida central por medicamentos Sepse Nutrição venosa 4.Doença das vias biliares
  • 60. Profª Glenda Agra Coledocolitíase Ligadura inadvertida do colédoco Fístula ou vazamento da bile Colecistite Pancreatite com obstrução do colédoco Estenose da via biliar devida a trauma operatório COMPLICAÇÕES NA FERIDA Por todas as operações é necessária uma incisão, e elas só podem ser consideradas um sucesso após a cicatrização da ferida. Existem três categorias de complicações na cicatrização da ferida: hematomas e seromas simples na ferida; infecções da ferida; e deiscência da ferida.Essas complicações são conseqüência de uma técnica cirúrgica imperfeita e de alterações na cicatrização da ferida. Hematoma e seroma A hemostasia inadequada da ferida causa o acúmulo de sangue local após o fechamento. Coagulopatias causadas pela doença do paciente ou pela administração perioperatória de aspirina, heparina, warfirin ou dextrano também contribuem para o aparecimento de hematomas de feridas. Os sinais físicos são inchaço e dor na ferida e drenagem de sangue na linha de sutura, quando o hematoma é superficial. Se a hemorragia for arterial, o hematoma pode dissecar entre os planos tissulares e crescer até um tamanho considerável. Os hematomas se expandem rapidamente e podem comprimir estruturas adjacentes vitais como a traquéia, causando estridor ventilatório, a artéria carótida, causando déficit neurológico, ou as veias renais, causando disfunção renal. Os hematomas da ferida geralmente desaparecem espontaneamente, porém os hematomas grandes, dolorosos e em expansão necessitam de reexploração cirúrgica. As coleções de líquido não-hematogênico na ferida podem ser classificadas como seromas ou linfoceles. Essas coleções geralmente surgem devido à criação de grandes espaços subcutâneos na ferida que acumulam soro e/ou linfa. Em geral, os seromas simples desaparecem espontaneamente ou após a aspiração, porém as linfoceles verdadeiras, causadas pela secreção ativa de um canal linfático importante, podem necessitar de aspirações repetidas ou drenagem com sucção para serem resolvidas. Qualquer que seja a técnica escolhida, deve-se preservar a esterilidade para evitar o surgimento de um abscesso secundário na ferida.
  • 61. Profª Glenda Agra Infecções da ferida As infecções na ferida podem ocorrer em até 20% ou mais dos casos em que o campo cirúrgico foi contaminado durante a operação. Por outro lado, as operações limpas, que não envolvem o trato gastrintestinal, apresentam um índice de infecção de 2% ou menos. Os sinais de infecção da ferida são febre, sensibilidade dolorosa e inflamação nos estágios iniciais. Se a infecção não for logo diagnosticada e tratada, podem surgir edema, drenagem pururlenta, isquemia tissular e ruptura da ferida.Quando os agentes etiológicos são espécies de Streptococcus ou Clostridia, a sepse da ferida pode ocorrer em até 24 horas após a operação. As infecções causadas por este último organismo são extremamente sérias, pois a mionecrose pelo clostrídio (gangrena gasosa) pode evoluir rapidamenete. Os indícios dessa infecção são drenagem serosa pouco espessa, crepitação e isquemia da ferida, tornando obrigatório o desbridamento cirúrgico de urgência. Na maioria dos casos, as infecções da ferida se tornam evidentes entre o 4º e o 7º dia operatório e, são causadas por bactérias Gram-negativas ou espécies de estafilococos. A antibioticoterapia pode ser útil no tratamento da celulite inicial da ferida, mas quando não existe sepse sistêmica ela geralmente é de pouco auxílio, após se ter realizado um desbridamento cirúrgico e drenagem adequada. Tratamento Em ISC restrita aos tecidos moles, a terapêutica mais importante é a abertura da cicatriz retirada do material infectado e curativo contínuos até a cicatrização por 2ª intenção. Apesar da maioria dos pacientes receber antibióticos no início do diagnóstico de ISC, esta prática tem pouco suporte em evidências científicas. Estudos com abscessos subcutâneos não identificaram benefícios quando a antibioticoterapia foi usada junto com a drenagem. A melhor conduta é abrir a cicatriz e tratar por via sistêmica quando os sinais locais de inflamação são exuberantes ou o paciente possui sintomas e sinais sistêmicos. Infecções potencialmente graves podem aparecer precocemente no pós-operatório, alguns sintomas que sugerem estas patologias são: dor desproporcional aos achados do exame físico, bolhas violáceas, hemorragia cutânea, amolecimento da pele, áreas de parestesia e anestesia, rápida progressão e presença de ar em subcutâneo. Fasciite necrosante: esta é uma infecção rara, porém grave, geralmente monobacteriana. O agente mais freqüente é o Streptococcus beta hemolítico do grupo A, no entanto um quadro clínico semelhante pode ser causado por Vibrio vulnificus ou Aeromonas hydrophilia. Mais freqüentemente em pós-operatório, este quadro pode ser causado por uma flora polimicrobiana composta por Escherichia coli, Proteus sp, Citrobacter freundii, Serratia marcescens e Enterobacter sp. O quadro clínico costuma ter evolução rápida com poucos sinais locais. O diagnóstico é confirmado com achados
  • 62. Profª Glenda Agra do intraoperatório, no qual o tecido subcutâneo apresenta-se acinzentado e a fáscia do músculo com estrias, edema e friável a manipulação. Gangrena gasosa: causada por Clostridium perfringens Clostrium septicum, Clostrium hystoliticum ou Clostridium novyi,, o quadro clínico é semelhante à fasciite necrosante podendo ser diferenciado desta, pela rotina de Gram do tecido. O tratamento dessas duas síndromes é feito com debridamento cirúrgico e antibiótico sistêmico, clindamicina e penicilina. Síndrome do choque tóxico: é uma infecção causada pela toxina do S. aureus que age como superantígeno provocando uma proliferação massiva de linfócitos T e produção de citocinas com IL1 e TNF. O quadro clínico é de início rápido no pós-operatório com febre, queda do estado geral, rash cutâneo, que evolui com necrose progressiva da pele podendo surgir lesões bolhosas e áreas de gangrena, a infecção se estende a planos mais profundos podendo envolver fáscia e tecido subcutâneo, sendo semelhante a fasciite necrosante. O tratamento é realizado com antibiótico com atividade anti-estafilocócica e terapia de suporte. O debridamento deve ser realizado conforme avaliação clínica. Deiscência de ferida A ruptura da ferida cirúrgica pode ocorrer a qualquer momento após a operação, porém ela é mais comum cerca de uma semana após a operação. A deiscência da ferida pode comprometer parte ou todas as camadas da ferida. A deiscência cutânea geralmente traz poucas conseqüências, pois a ferida pode ser reaproximada com relativa facilidade, muitas vezes sem o retorno à sala de operações. Entretanto, a deiscência da fáscia é uma complicação bem mais grave, pois ela exige correção cirúrgica para prevenir o aparecimento da hérnia incisional. Geralmente se deve a uma infecção da ferida e pode evoluir para evisceração. Nesta última situação ocorre protusão das vísceras (geralmente o intestino delgado em uma incisão abdominal) através da ferida ou da parede abdominal. A evisceração é uma emergência cirúrgica que necessita do reposicionamento cuidadoso das vísceras na cavidade peritoneal, proteção das vísceras com compressas embebidas em soro fisiológico, para evitar lesões e ressecamento, e retorno imediato à sala de operações para correção cirúrgica. A deiscência da ferida pode ser desencadeada por vários fatores, como obesidade, desnutrição, diabetes, insuficiência renal, ascite, distensão abdominal, tosse ou vômitos persistentes, infecção da ferida devido à técnicas inadequadas de sutura. Mais comumente, a deiscência de uma incisão se deve à técnica cirúrgica deficiente. A deiscência é muitas vezes anunciada por uma drenagem súbita de líquido sanguinolento na ferida entre o 5º e o 8º dias após a operação. Quando isso ocorre, deve-se palpar cuidadosamente a ferida em busca de sinais de rompimento e, se necessário, devem ser removidos alguns pontos ou grampos para se verificar a integridade do fechamento da fáscia.
  • 63. Profª Glenda Agra COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS As complicações respiratórias constituem os problemas mais comuns apresentados pelos pacientes submetidos a uma operação, e incluem: 1. atelectaia, pneumonia, insuficiência respiratória aguda no pós-operatório, síndrome da angústia respiratória do adulto e embolia pulmonar. DISFUNÇÃO RENAL A insuficiência renal oligúrica no pós-operatório é definida como o débito urinário inferior a 500ml/dia ou menor do que 0,5ml/kg/hora, e é um sinal indicativo de insuficiência renal aguda incipiente. A anúria completa é rara e encontrada principalmente nos pacientes com obstrução pós-renal ou necrose cortical irreversível. A insuficiência renal também pode se manifestar através de um débito urinário elevado e passar despercebida na fase inicial da evolução. DISFUNÇÃO DO TRATO ALIMENTAR Anorexia, vômitos, náuseas, diarréia, colite, constipação e impactação fecal, assim como íleo paralítico (ausência de atividade peristáltica ou contração desordenada do intestino, está associada comumente a operações intraperitoneais, processos inflamatórios – abscesso, hematoma, peritonite – e lesões retroperineais. A estase do ar deglutido e dos líquidos na luz do estômago e do intestino delgado dá origem a náuseas, distensão abdominal e algumas vezes vômitos. O tratamento consiste na aspiração do estômago, através de uma SNG e, no fornecimento de quantidade adequada de líquido por via endovenosa para compensar as perdas para o terceiro espaço.), obstrução intestinal pós-operatória e hemorragia aguda da mucosa gástrica ( o tratamento consiste principalmente na neutralização do pH gástrico através da administração de antiácidos, antagonistas dos receptores de histamina ou de omeprazol, um inibidor das células parietais. Em casos raros, pode ser necessária uma gastrectomia total para controlar a hemorragia, com risco de vida; são complicações potenciais pós-operatórias. COMPLICAÇÕES HEPATOBILIARES E ICTERÍCIA O surgimento de hiperbilirrubinemia no pós-operatório pode ser causado por produção exagerada de pigmentos biliares, diminuição da capacidade hepática para processar a sobrecarga de pigmentos – por doença parenquimatosa ou por colestase – por obstrução das