2. Profª Glenda Agra
1.CLÍNIA CIRÚRGICA: É a unidade hospitalar organizada, segundo um conjunto de
requisitos que se torna apta a receber pacientes para tratamento cirúrgico em regime de
internamento.
2.OBJETIVOS: Proporcionar ambiente terapêutico adequado aos pacientes com
afecções clínicas diversificadas, em regime de internação. Manter elevado padrão da
assistência, mediante planejamento, execução e avaliação das atividades de
enfermagem.
3.DEPENDÊNCIAS: Enfermarias, expurgos, isolamentos, postos de enfermagem,
repousos médicos e de enfermeiros, rouparias, sala de chefia de enfermagem, sala de
curativos, sala de prescrição.
4.RELAÇÃO COM OUTROS SERVIÇOS: Almoxarifado, ambulatório, central de
hemoterapia, CME, centro cirúrgico, CTI, CCIH, demais unidades de internação,
divisão de enfermagem, farmácia, recepção e SAME.
5.POSIÇÃO ADMINISTRATIVA: O serviço de enfermagem da clínica está
diretamente subordinado à divisão de enfermagem.
6.PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA CLÍNICA CIRÚRGICA: Enfermeiro-
gerente no horário da manhã.
Enfermeiros: horários: manhã, tarde, noite.
Auxiliares e Técnicos de enfermagem: horários: manhã, tarde, noite.
Auxiliares operacionais de serviços: horários: manhã, tarde, noite.
Auxiliares administrativos: horário comercial.
7.DIVISÃO DOS TURNOS DE TRABALHO:
1º TURNO: Manhã : 7:00 às 13:00h
2º TURNO: Tarde: 13:00 às 19:00h
3º TURNO: noite: 19:00 às 7:00h
NORMAS E ROTINAS DA CLÍNICA CIRÚRGICA
ROTINA DA MANHÃ
Enfermeiro Assistencial : Assistir ao paciente.
Enfermeiro Coordenador: Elabora as escalas e coordena o setor de enfermagem.
Enfermeiro Responsável-técnico: Responsável por todos os outros profissionais de
enfermagem, mediante o COREN.
3. Profª Glenda Agra
-Apresentar-se para receber o plantão;
-Confirmar a presença de funcionários escalados;
-Tomar conhecimento da escala das atribuições de tarefas e avisos;
-Refazer a escala de atribuições, SN
-Informar à Coordenação de enfermagem da unidade, as possíveis ausências e
ocorrências;
-Ler relatório geral para se inteirar das ocorrências;
-Verificar exames a serem encaminhados;
-Checar com os funcionários do horário, o encaminhamento de pacientes para o Centro
Cirúrgico feito às 6:30h;
-Verificar preparo de pacientes para exames;
-Supervisionar o preparo de pacientes para cirurgias “a seguir” (AS) e encaminhá-los ao
bloco cirúrgico, após solicitação.
-Registrar no prontuário do paciente, os exames e cirurgias realizadas, os preparos para
exames e cirurgias, exames e cirurgias não realizadas, alegando o motivo;
-Realizar processo de enfermagem;
-Receber paciente pós-cirurgia.
ROTINAS DA TARDE
-Todos acima, exceto realização de alguns exames.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM GERAL AO PACIENTE CIRÚRGICO
-Admissão ao paciente na unidade cirúrgica;
-Preparar o leito antecipadamente;
-Receber o paciente;
-Apresentar o paciente à equipe;
-Proceder de acordo com a rotina do serviço;
-Entrevistar o paciente e realizar exame físico;
-Preparar prontuário;
4. Profª Glenda Agra
-Verificar SSVV, peso e mensuração;
-Observar estado geral do paciente;
-Fazer anotações de enfermagem;
-Arrolar roupas e valores;
-Orientar o paciente;
-Comunicar o médico;
-Providenciar alimentação, medicação, etc.
PREPARO PSICOLÓGICO
-Visa reduzir as complicações intra e pós-operatórias;
-Estudo completo das condições fisiológicas e psicológicas;
-Avaliar tensão, ansiedade e nervosismo;
-Buscar meios que minimizem anseios;
-Solicitar o serviço de psicologia;
-Pacientes orientados recuperam-se mais rápido;
PREPARO FÍSICO
Inicial
-Melhor esclarecimento do diagnóstico;
-Adequar o estado geral do paciente à cirurgia;
-Inicia-se da admissão às 24h que antecede o pré-operatório imediato
A enfermagem
-Realiza exame físico;
-Investiga determinantes que poderão afetar negativamente a cirurgia. Ex: idade,
doenças.
-Providencia e prepara o paciente para exames laboratoriais e outros;
-Controla SSVV;
-Realiza controle hidroeletrolítico;
-Observa estado nutricional;
5. Profª Glenda Agra
-Orienta, estimula e administra medicamentos;
-Ensina exercícios respiratórios;
-Orienta quanto à higiene;
-Tabagistas orientados a não fumar ou reduzir o vício;
-Identifica e cuida das anormalidades que possam trazer complicações no pré-
operatório.
PERÍODOS OPERATÓRIOS
1.PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO OU TARDIO: Desde a admissão até o início do
período pré-operatório imediato.
2.PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO: Primeiras 24h que antecede o ato cirúrgico.
3.TRANS-OPERATÓRIO: Momento da cirurgia.
4.PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO: São as primeiras 24h após o ato cirúrgico.
5.PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO OU TARDIO: São as 24 h subseqüentes do
período pós-operatório, até a sua alta hospitalar.
A CIRURGIA
OBJETIVA:
- Remover as possíveis fontes de infecção;
-Preparar o paciente para a cirurgia;
-Pré-operatório imediato: Inicia-se 24h que antecede a cirurgia.
A ENFERMAGEM
-Verificar listas de aviso cirúrgico;
-Colhe sangue para tipagem sanguínea;
-Observa alterações na sintomatologia;
-Verifica SSVV;
-Promove banho corporal;
-Troca roupa de cama;
6. Profª Glenda Agra
-Avalia as condições gerais de higiene do paciente (retira esmalte, corta unhas);
-Realiza preparo intestinal;
-Orienta sobre o jejum (de acordo com a cirurgia = 8 a 12h).
NO DIA DA CIRURGIA
-Verifica se os preparos foram realizados;
-Verificar e manter o jejum;
-Retirar próteses;
-Comunicar anormalidades;
-Remover grampos, maquiagem;
-Vestir roupas limpas;
-Retirar jóias e adornos e notificar em livro;
-Solicitar esvaziamento da bexiga;
-Cateterismo deve se realizado no BC;
-Controlar SSVV;
-Administrar medicação pré-anestésica 45 minutos antes da cirurgia;
-Fazer anotações e checar;
-Revisar prontuário;
-Transportar o paciente ao BC na hora marcada e de forma confortável;
-Acompanhar o paciente até o recebimento do BC;
-Controvérsias: Tricotomia.
PREPARO ESPIRITUAL: Manter diálogo e questionar o paciente quanto à
necessidade de padre, pastor ou outro representante de Deus, conforme a religiosidade.
7. Profª Glenda Agra
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO
OBJETIVO:
-Proporcionar assistência qualificada;
-Vigilância contínua centralizada nas necessidades apresentadas;
-Detectar precocemente complicações pós-operatórias.
PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM:
-Receber relatório contendo informações no intra-operatório;
-Admitir o paciente na unidade em livro de admissão;
-Evoluir o paciente;
-Avaliar o estado geral do paciente;
-Verificar SSVV;
-Atentar para infiltração ou obstrução da hidratação periférica;
-Avaliar o nível de consciência: Consciente, semi-consciente, inconsciente, narcose,
-Prevenir a detectar precocemente problemas respiratórios, que levam a hipoxemia
devido a obstrução hipofaríngeo;
-Observar posicionamento do tubo endotraqueal;
-Conectar em respirador mecânico SN;
-Auxiliar nos procedimentos de desmame e extubação;
-Verificar FR, presença de cianose e expansibilidade torácica;
-Instalar oxigênio sob cateter nasal;
-Aspirar secreções;
-Verificar FC, ritmo, perfusão periférica;
-Monitorizar o paciente;
-Realizar ECG;
-Observar posicionamento de drenos, sondas e infusões venosas;
-Conectar funcionamento dos drenos e caracterizá-los.
8. Profª Glenda Agra
Padrão de prescrições de enfermagem para o cuidado pós-operatório do paciente
durante a admissão na unidade clínica
1.Examinar a respiração e instalar oxigênio suplementar, se prescrito.
2.Monitorizar os sinais vitais e observar a pele quanto ao calor, umidade e coloração.
3.Avaliar o local da cirurgia e os sistemas de drenagem da ferida.
4.Avaliar o nível de consciência, a orientação e a capacidade para movimentar as extremidades.
5.Conectar todos os tubos de drenagem por gravidade ou por aspiração, se prescrito e,
monitorizar intensivamente os sistemas de drenagem.
6.Avaliar o nível e as características da dor ( localização e qualidade) e horário, tipo e via de
administração da última medicação analgésica.
7.Posicionar o paciente para promover o conforto, segurança e expansão pulmonar.
8.Avaliar as linhas endovenosas quanto à permeabilidade, assim como as infusões quanto à
freqüência correta de fluxo e tipo de solução.
9.Avaliar o débito urinário no sistema de drenagem fechada ou a necessidade do paciente de
urinar e distensão da bexiga.
10.Reforçar a necessidade de iniciar a respiração profunda e os exercícios para as pernas.
11.Posicionar ao alcance do paciente a campainha de chamada, a cuba-rim, as lascas de gelo ( se
permitido) e a comadre ou o papagaio.
9. Profª Glenda Agra
12. Proporcionar informação para o paciente e família.
Resumo de cuidado de enfermagem no período pós-operatório imediato
1.Avaliação e interpretação da freqüência respiratória, profundidade e qualidade.
2.Iniciar o oxigênio suplementar, os exercícios respiratórios ou o uso do espirômetro de
incentivo.
3.Avaliação e interpretação da freqüência cardíaca, da pressão arterial, da coloração e umidade
da pele.
4.Avaliação e interpretação da ingestão e excreção, os níveis de eletrólitos, hemoglobina e
hematócrito.
5.Avaliação e tratamento da incisão cirúrgica.
6.Iniciação dos exercícios de pernas e calçamento de meias antiembolismo ou o dispositivo de
compressão pneumática.
7.Avaliação do débito urinário e da capacidade de urinar voluntariamente.
8.Avaliação do estado mental.
9.Posicionamento quanto ao conforto, expansão pulmonar e prevenção da aspiração.
10.Avaliação e tratamento das náuseas e dos vômitos.
11.Iniciação dos líquidos orais ( a menos que contra-indicado pelo tipo de cirurgia).
10. Profª Glenda Agra
12.Avaliação e tratamento das necessidades psicossociais do paciente e da família.
13.Manutenção da segurança do paciente.
Necessidades de instruções ao paciente após a cirurgia
Todos os pacientes no pós-operatório precisam de informação e instrução nas seguintes áreas:
1.O procedimento cirúrgico que foi realizado e quaisquer alterações permanentes na estrutura
anatômica ou função.
2.Intervenções para adaptar quaisquer alterações permanentes na estrutura ou função.
3.Complicações potenciais, sinais e sintomas de complicações e medidas preventivas.
4.Regime terapêutico continuado, incluindo: medicação, dieta, atividade progressiva, incluindo
atividades a serem evitadas, terapias adjuntas, cuidado da ferida
5.Atividades de promoção da saúde sugeridas ( ex: cessação do tabagismo, gerenciamento do
estresse)
6.Recursos comunitários, encaminhamentos para o cuidado domiciliar.
7.Consultas de acompanhamento com cirurgião ou outros profissionais
11. Profª Glenda Agra
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS
*De acordo com o atendimento
1.CIRURGIA DE EMERGÊNCIA: O paciente necessita de atenção imediata; o
distúrbio pode ser ameaçador à vida.
Indicação para a cirurgia: Sem demora.
Exemplos: Sangramento grave, obstrução vesical ou intestinal, fratura de crânio, feridas
por armas de fogo ou branca, queimaduras extensas.
2.CIRURGIA DE URGÊNCIA: O paciente precisa de atenção rápida.
Indicação para a cirurgia: Dentro de 24 a 30h.
Exemplos: Infecção aguda da vesícula, cálculos renais ou uretrais.
4.CIRURGIA ELETIVA: O paciente pode ser operado.
Indicação para a cirurgia: A não realização da cirurgia não é catastrófica.
Exemplos: Reparação de cicatrizes, hérnia simples, reparação vaginal.
*De acordo com o objetivo
- Cirurgias paleativas: Ex: Paracentese, colostomia
-Cirurgias radicais: Ex: Mastectomia total; apendicectomia
-Cirurgias reparadoras/reconstrutoras (plásticas): Ex: Blefaroplastia; ritidoplastia,
mamoplastia.
-Cirurgias para diagnóstico: Ex: Cateterismo cardíaco; biópsias
*Risco Cardiológico
-Cirurgias de Porte I (Pequena perda de líquidos, eletrólitos e sangue): Cirurgias
oftálmicas e otorrinolaringológicas
-Cirurgias de Porte II (Média perda de líquidos, eletrólitos e sangue):
Histerectomia, Prostatectomia.
-Cirurgias de Porte III (Grande perda de líquidos, eletrólitos e sangue):
Transplantes, cirurgias cardíacas, cirurgias neurológicas.
12. Profª Glenda Agra
*Duração do procedimento
-Cirurgias de Porte I (Até 2h): Cesariana, curetagem uterine, amigdalectomia
-Cirurgias de Porte II (De 2 a 4h):Histerectomia, colecistectomia
-Cirurgias de Porte III (De 4 a 6h):Revascularização cardíaca, crsniotomia
-Cirurgias de Porte IV (+ de 6h): Transplantes, gastroduodenopancreatectomia
*Potencial de contaminação
1.CIRURGIA LIMPA: São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de
descontaminação, na ausência do processo infeccioso e inflamatório local ou falhas
técnicas grosseiras; cirurgias eletivas atraumáticas com cicatrização de 1ª intenção e
sem drenagem. Cirurgias em que não ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório
e urinário.
Ex: Artroplastia do quadril, C.Cardíaca, Herniorrafia, Neurocirurgias, Procedimento
cirúrgico ortopédico, Anastomose portocava e esplenorrenal, Ortoplastia, Mastectomia,
Enxertos cutâneos, Ooforectomia.
2.CIRURGIA POTENCIALMENTE CONTAMINADA: São aquelas realizadas em
tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecido de difícil
descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas
técnicas discretas no transoperatórios. Cirurgias limpas com drenagem. Quando ocorre
penetração nos tratos digestivos, respiratórios ou urinário sem contaminação
significativa.
Ex: Histerectomia abdominal, C. Intestino delgado (eletiva), C. das vias biliares sem
estase ou obstrução biliar, C. gástrica ou duodenal, Feridas traumáticas limpas (até 10h
após o trauma), Colecistectomia, C. Cardíacas prolongadas com circulação
extracorpórea.
3.CIRURGIA CONTAMINADA: São aquelas realizadas em tecidos traumatizados
recentemente e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja
descontaminação é difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham
ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Presença de
inflamação aguda na incisão e cicatrização de 2ª intenção, grande contaminação a partir
do trato digestivo. Obstrução biliar ou urinária.
Ex: Cirurgia do cólon, Debridamento de queimados, C. bucal e dentária, Fraturas
expostas (10h após o ocorrido), C. da orofaringe, C. gástrica, Câncer, Úlcera gástrica e
C. por obstrução duodenal.
13. Profª Glenda Agra
4.CIRURGIA INFECTADA: São intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer
tecido ou órgão, em presença do processo infeccioso(supuração local),Tecido necrótico,
Corpos estranhos e Feridas de origem suja.
Ex: C. do reto e ânus com exsudato, C. abdominal com presença de exsudato e conteúdo
de cólon, Nefrectomia com presença de infecção, Presença de vísceras perfuradas,
Colecistectomia por colecistite aguda com empiema.
TERMINOLOGIA ASSÉPTICA
Assepsia: são meios utilizados para não contaminar uma área isenta de
microorganismos.
Anti-sepsia: é a utilização de um produto anti-séptico numa área contaminada (tecido
humano).
Anti-séptico: é o produto químico utilizado para a realização da anti-sepsia.
Esterilização: é o procedimento utilizado para a completa destruição de todas as formas
de vida microbiana, inclusive a esporulada.
Desinfecção: é o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, na
forma vegetativa (não esporulada) de artigos semi-críticos através de meios físicos e
químico.
Desinfectantes: são substâncias químicas capazes de destruir todas as formas
vegetativas de bactérias, fungos e vírus em artigos.
Germicidas: são produtos ou substâncias capazes de destruir indiscriminadamente ou
seletivamente microorganismos à temperatura ambiente.
Limpeza: é o fundamental para a remoção de matéria orgânica presente nos artigos.
Degermação: consiste na eliminação dos microorganismos patogênicos das mãos e dos
antebraços da equipe cirúrgica.
Sanificação: É o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, em
áreas físicas consideradas limpas.
14. Profª Glenda Agra
TERMINOLOGIA CIRÚRGICA
A terminologia técnica utilizada pelos profissionais da área de Saúde é
constituída, em sua maior parte, de palavras formadas pela composição de elementos
gregos e latinos.
Formação de palavras
Conhecendo a disposição dos elementos e seu significado teremos a designação dos
diversos tipos de intervenções cirúrgicas.
Laringo + scopia = laringe + ato de ver, observar.
O primeiro elemento de composição da palavra se refere a um órgão, aparelho
ou parte do corpo humano, e o segundo elemento diz respeito à técnica ou procedimento
executado, a ação praticada ou patologia.
Vejamos alguns elementos de origem grego-latina comumente empregados em
enfermagem cirúrgica e seus respectivos significados.
1º ELEMENTO SIGNIFICADO 1º ELEMENTO SIGNIFICADO
Adeno Glândula Láparo Cavidade
abdomina
Angio Vaso Laringe Laringe
Artro Articulação Nefro Rim
Blefaro Pálpebra Neuro Nervo
Cisto Bexiga Oftalmo Olho
15. Profª Glenda Agra
Colecisto Vesícula Ooforo Ovário
Colo Cólon Orqui Testículo
Colpo Vagina Osteo Osso
Entero Intestino Oto Ouvido
Flebo Veia Procto Reto
Gastro Estômago Rino Nariz
Hepato Fígado Salpingo Trompa
Hístero Útero Traqueo Traquéia
Ooforo Ovário
2º ELEMENTO SIGNIFICADO
Ectomia Remoção total ou parcial
Pexia Fixação de um órgão
Plastia Reconstituição estética ou restauradora
de uma parte do corpo
Ráfia Sutura
Scopia Ato de ver, observar
Stomia Comunicação entre dois órgãos ocos ou
entre um órgãos e pele
Tomia Corte
Vejamos os principais nomes de procedimentos cirúrgicos em que o segundo elemento
da composição é ectomia (remoção).
PROCEDIMENTO PARA REMOÇÃO PROCEDIMENTO PARA REMOÇÃO
DE DE
16. Profª Glenda Agra
Apendicectomia Apêndice Mastectomia Mama
Cistectomia Bexiga Miomectomia Mioma
Colecistectomia Vesícula biliar Nefrectomia Rim
Colectomia Cólon Ooforectmia Ovário
Embolectomia Êmbolo Pancreatectomia Pâncreas
Esofagectomia Esôfago Pneumectomia Pulmão
Esplenectomia Baço Prostatectomia Próstata
Facectomia Cristalino Retossigmoidectomia Reto e sigmóide
Gastretomia Estômago Salpingectomia Trompa
Hemorroidectomia Hemorróidas
Laminectomia Excisão da lâmina
vertebral para expor
os componentes
neurais do canal
espinhal, ressecando
então, o tecido
doente ou
danificado.
Hepatetomia Parte do fígado
Histrectomia Útero
Lobectomia Lobo de um órgão
Apresentamos , a seguir, denominações de outras cirurgias, desta vez, terminadas em
pexia ( fixação):
PROCEDIMENTO PARA FIXAÇÃO DE
Cistopexia Bexiga
Histeropexia Útero
Nefropexia Rim
17. Profª Glenda Agra
Retinopexia Retina
Orquidopexia Testículo
Outros procedimentos cirúrgicos têm seus nomes terminados em plastia (reconstituição),
como mostramos a seguir:
PROCEDIMENTO PARA RECONSTITUIÇÃO DE
Blefaroplastia Pálpebra
Mamoplastia Mama
Piloroplastia Piloro
Queiloplastia Lábio
Rinoplastia Nariz
Ritidoplastia Face
Salpingoplastia Trompa
Há ainda, denominações de procedimentos onde o segundo elemento é ráfia ( sutura),
como demonstrado a seguir:
PROCEDIMENTO PARA SUTURA DE
Blefarorrafia Pálpebra
Colporrafia Vagina
Gastrorrafia Estômago
Herniorrafia Hérnia
Osteorrafia Osso
Palatorrafia Fenda palatina
Perineorrafia Períneo
Perinorrafia Tendão
18. Profª Glenda Agra
Vamos analisar outros nomes de procedimentos, desta vez, compostos com o elemento
scopia ( observação):
PROCEDIMENTO PARA OBSERVAÇÃO DE
Artroscopia Articulação
Broncoscopia Bronquios
Cistoscopia Bexiga
Colonoscopia Cólon
Colposcopia Vagina
Endoscopia Órgãos internos
Esofagoscopia Esôfago
Gastroscopia Estômago
Laringoscopia Laringe
Laparoscopia Cavidade abdominal
Retossigmoidoscopia Reto e sigmóide
Ureteroscopia Ureter
Uretroscopia Uretra
Ressaltamos ainda que nos procedimentos relacionados à observação interna dos órgãos
utilizam-se vários aparelhos como, por exemplo, o artroscópio, na artroscopia; o
broncoscópio, na broncoscopia, o laparoscópio, na laparoscopia, e o
retossigmoidoscópio, na retossigmoidoscopia.
Vejamos agora os principais nomes de cirurgias cujo segundo elemento de formação é
stomia ( comunicação entre dois órgão ocos ou entre um órgão e a pele).
PROCEDIMENTO ÓRGÃO EM COMUNICAÇÃO COM
A PELE
19. Profª Glenda Agra
Cistotomia Bexiga
Colostomia Cólon
Gastrostomia Estômago
Jejunostomia Jejuno
Traqueostomia Traquéia
Finalmente, as principais denominações de procedimentos cirúrgicos terminadas em
tomia (corte):
PROCEDIMENTO CORTE DA (O)
Episiotomia Vulva
Laparotomia Abdômen
Toracotomia Tórax
Traqueotomia Traquéia
Ureterotomia Ureter
Vasectomia Canal deferente
Existem, ainda, termos ou expressões médicas freqüentemente utilizadas em clínicas
cirúrgicas. Eis alguns deles:
Amputação Remoção de uma parte do corpo
Anastomose Conexão de dois órgãos tubulares,
geralmente por sutura
Artrodese Fixação cirúrgica de articulações
Biópsia Remoção de um tecido vivo para exame
Cauterização Destruição de tecido por meio de um
agente cáustico ou de calor, através do
bisturi elétrico, por exemplo.
20. Profª Glenda Agra
Cesariana Retirada do feto através de incisão na
parede abdominal e no útero
Circuncisão Ressecção da pele do prepúcio que cobre
a glande
Cistocele Hérnia da bexiga por defeito na
musculatura do períneo
Curetagem uterina Raspagem e remoção do conteúdo
uterino
Deiscência Separação de bordas previamente
suturadas de uma ferida
Dissecção Corte ou separação de tecidos do corpo
Divertículo Abertura no formato de bolsa em um
órgão com a forma de saco ou tubo
Enxerto Transplante de órgão ou tecido
Evisceração Saída de vísceras de sua cavidade
Exerese Extirpação cirúrgica
Fístula Passagem anormal que liga um órgão,
cavidade ou abscesso a uma superfície
interna ou externa do corpo.
Hérnia Saída total ou parcial de um órgão do
espaço que normalmente o contém.
Incisão Corte
Litíase Cálculo
Paracentese Denominação genérica de punção para
esvaziamento de cavidade.
Prolapso Saída de um órgão ou de parte dele para
fora do seu lugar, especialmente quando
este surge em um orifício natural.
Ptose Queda de um órgão
Ressecção Remoção cirúrgica de parte de um
órgão
21. Profª Glenda Agra
Retocele Hérnia da parede do reto por defeito na
musculatura do períneo.
Toracocentese Punção cirúrgica na cavidade torácica
Varicocele Veias dilatadas no escroto
INFECÇÃO:
É a resposta inflamatória provocada pela invasão ou pela presença de microorganismos em
tecidos orgânicos.
INFECÇÃO AUTÓGENA X INFECÇÃO EXÓGENA
As infecções podem ser diferenciadas de acordo com a origem dos microorganismos que a
causam.
Infecções endógenas: são causadas pela microbiota do paciente.
Infecções exógenas: são aquelas que resultam da transmissão a partir de fontes externas ao
paciente.
Durante a hospitalização, o paciente gradativamente adquire a flora hospitalar. A maioria das
infecções hospitalares causada pela microbiota do paciente, a princípio originária da
comunidade, sofrendo portanto alteração em decorrência da hospitalização, ficando difícil
estabelecer sua origem, por isso foi criado o conceito de infecção autógena.
Infecção autógena: indica que a infecção foi derivada da flora do paciente, independente de
tê-la adquirido no ambiente hospitalar ou na comunidade.
INFECÇÃO PREVENÍVEL X INFECÇÃO NÃO-PREVENÍVEL
22. Profª Glenda Agra
Infecções preveníveis: são aquelas em que a alteração de algum evento relacionado pode
implicar na prevenção da infecção. Por exemplo: infecções cruzadas, transmitidas pelas
mãos dos funcionários, podem ser evitadas se for feita lavagem correta das mãos.
Infecções não- preveníveis: são aquelas que acontecem a respeito de todas as precauções
tomadas. Este é o caso das infecções em pacientes imunologicamente comprometidos,
originárias a partir de sua flora.
Geralmente, a identificação do evento desencadeador da infecção hospitalar é retrospectivo e
difícil de ser estabelecido, pois, como vimos anteriormente, a maioria das infecções hospitalares
tem uma etiologia multicausal e nem todas estas causas podem ser preveníveis. Epidemias,
especialmente as dde fonte comum, se forem precocemente identificadas, são potencialmente
preveníveis. Entretanto, devemos lembrar que, pelo próprio critério epidemiológico sua
identificação, estas infecções representam no máximo 5% do total.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR
A portaria 2.616/98 do Ministério da Saúde, que regulamenta as ações do controle de infecções
hospitalares no território nacional, traz em seu anexo II conceitos e critérios para o diagnóstico
das infecções, classificando-as em comunitárias ou hospitalares.
INFECÇÃO COMUNITÁRIA
É a infecção constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não
relacionada com internação anterior no mesmo hospital. São também comunitárias:
1.As infecções associadas a complicações ou extensão da infecção já presente na admissão, a
menos que haja troca de microorganismos ou sinais ou sintomas fortemente sugestivos da
aquisição de nova infecção.
2.Infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi
comprovoda e que tornou-se evidente logo após o nascimento ( por exemplo, herpes simples,
toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS.). Adicionalmente, em relação à
Portaria 930/92, são também consideradas comunitárias todas as infecções de recém-nascidos
associadas com bolsa rota superior a 24 horas.
23. Profª Glenda Agra
INFECÇÃO HOSPITALAR
É qualquer tipo de infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a
internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares.
Usam-se como critérios gerais:
1.Quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária for isolado um
germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser
considerado como hospitalar.
2.Quando se desconhecer o período de incubação do microoganismo e não houver evidência
clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da admissão, considera-se infecção
hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar 72 horas após a admissão.
Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes de se completar 72
horas da internação, quando associadas a procedimentos invasivos diagnósticos e/ou
terapêuticos, realizados previamente.
3.As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma
transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota superior a 24 horas.
A Portaria Ministerial 930/92 define princípios para o diagnóstico de infecções hospitalares: “ O
diagnóstico de infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas de evidência
clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário; resultado de
exames de laboratório; ressaltando-se os exames microbológicos, a pesquisar de antígenos e
anticorpos, e métodos de visualização, e evidências de estudos com métodos de imagem;
endoscopia; biópsia e outros.” Estes princípios pressupõem a busca ativa de casos a partir de
pistas diagnósticas, algumas nem sempre de fácil acesso em nosso meio.
Para a uniformização de certos conceitos, definimos febre como temperatura axilar acima de
37,8º C, hipotermia com a queda desta temperatura abaixo de 33,5ºC, hipotensão como pressão
sistólica menor que 90mmHg em duas medidas tomadas com intervalo de uma hora. A
sorologia é considerada positiva se for encontrada imunoglobulina específica da classe IgM ou
um aumento de quatro vezes nos títulos de IgG específica.
24. Profª Glenda Agra
Nem todas as infecções diagnosticadas após a admissão do paciente são hospitalares. A Portaria
exclui as que estejam incubando no momento da internação. O período de incubação é sempre
expresso por um intervalo de tempo com um valor mínimo e um máximo. Sua duração depende
da correlação entre inóculo e virulência do microorganismo, e a resistência do hospedeiro. É
considerada hospitalar se o tempo de hospitalização do paciente superar a duração mínima do
período de incubação.Assim sendo, se identificarmos uma varicela no 17º dia de internação de
um paciente, ela será considerada hospitalar, pois seu período de incubação varia de 15 a 21
dias. Entretanto, após a alta do paciente, consideramos hospitalar se a infecção for detectada até
o valor máximo do período de incubação. Uma varicela detectada no 21º dia após a alta é
considerada hospitalar. Com estas condutas estaremos incluindo como infecção hospitalar todas
as possibilidades.
Para as infecções que não têm período de incubação conhecido, como é o caso das infecções
urinárias e pneumonias, consideramos no Brasil, como infecção hospitalar aquela que foi
diagnosticada após 72 horas de internação do paciente. Se o paciente for submetido a um
procedimento invasivo no hospital, na mesma topografia em que a infecção é suspeita, não há
necessidade de esperarmos as 72 horas para classificá-la como hospitalar. Exemplificando, as
infecções urinárias que se desenvolvem logo após cateterismo vesical. Após a alta do paciente,
as infecções são consideradas hospitalares se manifestadas até 72 horas. Quando for realizada
sondagem vesical, o prazo é ampliado para sete dias após a retirada do procedimento, e
consideram-se 30 dias após o ato cirúrgico, a não ser que tenha havido implante, sendo
estendido este prazo em até um ano. Para os demais procedimentos, particularmente a
ventilação mecânica e os cateteres vasculares, não há alteração do prazo de 72 horas, a não ser
que a infecção detectada esteja seguramente relacionada, por exemplo, a uma tromboflebite
séptica relacionada a um cateter vascular.
Uma questão freqüente para os controladores de infecção, são as IH identificadas em pacientes
transferidos de uma unidade para outra, dentro do próprio hospital. A dúvida consiste em definir
a unidade responsável pela infecção. Nas transferências sem procedimentos invasivos,
utilizamos o período de 72 horas para definir a unidade da infecção. A infecção será incluída na
nova unidade somente se o diagnóstico efetuado ocorrer após 72 horas da transferência, caso
contrário, a infecção será creditada à unidade anterior.Quando transferido com procedimento a
infecção é tabulada na unidade em que for diagnosticada, independente do tempo de
permanência do paciente, uma vez que as infecções estão, na sua grande maioria, relacionadas
ao cirúrgico.
Não sofreu procedimento de risco
Considerar 72 horas da transferência
Sofre procedimento de risco, mas é transferido sem este
25. Profª Glenda Agra
Considerar sete dias da retirada da sonda vesical e três dias para os demais procedimentos.
Sofre procedimento de risco e é transferido com este
Considerar a infecção da unidade onde está o paciente.
Diagnóstico de infecção cirúrgica
Considerar a infecção da unidade onde está o paciente.
INFECÇÃO CRUZADA
É a infecção transmitida de paciente para paciente, geralmente por intermédio de
profissionais de saúde e que também é considerada infecção hospitalar.
Colonização: é o aumento de um ou mais tipo de microorganismo sem causar uma
reação.
Isolamento: Conjunto de medidas adotadas para fazer uma barreira que impeça a
disseminação de agentes infecciosos de um paciente para outro, para os visitantes e/ou
para o meio ambiente. Está indicado nas doenças transmissíveis, em situações definidas
e, apenas durante o período de transmissibilidade das doenças. Portanto, esta
recomendação sobre isolamentos deve se completar com o período de incubação e de
transmissão das doenças.
RECÉM-NASCIDO
A Portaria 930/92 coloca todas as infecções do recém-nascido como hospitalares,
excluindo apenas as transmitidas de forma transplacentária. Uma parturiente com bolsa
26. Profª Glenda Agra
rota há 15 dias que, ao entrar no hospital, dá à luz um recém-nascido com sepse, de
acordo com a Portaria, esta infecção deve ser classificada como hospitalar.
As infecções identificadas no recém-nascido podem originar-se por via transplacentária
ou por contaminação ascendente após a ruptura da bolsa, durante sua passagem pelo
canal do parto ou após seu nascimento. As infecções transplacentárias já foram
definidas como comunitárias, e as que ocorrem após o nascimento são
indubitavelemente hospitalares. Evidentemente, se o parto for hospitalar, as infecções
originárias desta atividade devem ser consideradas nosocomiais.
A Portaria MS 2.616/98, que passou a regulamentar o controle de infecção hospitalar
em substituição à 930/92, pouco alterou em relação aos critérios diagnósticos gerais,
exceto para as infecções detectadas em recém-nascidos. Nestes pacientes ela continuou
excluindo as infecções transmitidas de forma transplacentária e,como novidade,
também excluiu aquelas associadas a mais de 24 horas de bolsa rota.
Os casos em que a parturiente dá entrada com bolsa íntegra, obviamente devem ser
considerados hospitalares. Então, como sistematização propomos que:
1.Todas as infecções transplacentárias sejam consideradas comunitárias;
2.Todas as demais infecções identificadas em recém-nascidos de mães admitidas com
bolsa íntegra sejam consideradas hospitalares. No caso de mães admitidas com bolsa
rota, estas infecções serão hospitalares se diagnosticadas após 72 horas de internação
materna.
Todas as infecções neonatais são consideradas hospitalares, exceto aquelas transmitidas
por via transplacentária, como as infecções congênitas, e as decorrentes da
contaminação comunitária intra-uterina, como por exemplo, a conseqüente da
carioamnionite materna por bolsa rota. Logo, são consideradas infecções hospitalares as
derivadas de contaminação durante a passagem do feto pelo canal do parto e aquelas
adquiridas após o nascimento.
27. Profª Glenda Agra
RISCO DE INFECÇÃO NO CLIENTE
Sabidamente, a infecção do sítio cirúrgico é uma das causas mais comuns de infecção
hospitalar na maioria dos hospitais. Já a infecção respiratória apresenta-se como uma
das complicações mais freqüentes dos clientes operados. Da mesma forma, a infecção
urinária hospitalar, uma vez que uma de suas principais causas é o cateterismo vesical,
procedimento bastante freqüente nos casos cirúrgicos.
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
Em casos suspeitos ou confirmados, das doenças relacionadas abaixo, é obrigatória a
notificação imediata ao Serviço de controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e, na
impossibilidade deste, diretamente ao Serviço de Vigilância Epidemiológica da cidade
ou região (Distrito Sanitário).
Doença meningocócica e outras meningites, malária (em área não-endêmica), meningite
por H. influenzae, peste, febre amarela, difteria, tétano, sarampo, rubéola, toxi-infecção
alimentar, dengue, febre tifóide, hanseníase, hepatite B, leishmaniose visceral,
leptospirose, coqueluche, doença de Chagas (casos agudos) e paralisias flácidas tais
como poliomielite, síndrome de Guillain Barrè, mieleites.
Intoxicação de qualquer natureza – química, medicamentosa, exposição à radiação
ionizante, plantas, lagartas e animais peçonhentos (aranha, cobra e escorpião).
DSTs – sífilis, gonorréia, cancro mole, linfagranuloma venero, condiloma acuminado,
herpes genital, uretrites e vaginites não gonocóccicas, donovanose, AIDS.
DOENÇAS A SEREM ISOLADAS
Respiratório:
28. Profª Glenda Agra
O quarto de isolamento é obrigatório para: caxumba, coqueluche, estreptococo beta-
hemolítico (amigdalite, escarlatina, Síndrome de Fournier ou Fasciite necrosante),
herpes zoster, meningite por haemophilus, meningite meningocócica, pneumonia
estafilocócica, rubéola, sarampo, TB (escarro positivo).
ASPECTOS RELACIONADOS A TODOS PACIENTES CIRÚRGICOS
Especificidades da cirurgia
Além da classificação das cirurgias por potencial de contaminação, conforme dito,
também deve ser considerado os aspectos relacionados à duração e extensão do
procedimento cirúrgico, tipo de cirurgia, técnica cirúrgica, duração do procedimento.
A duração do procedimento cirúrgico pode aumentar o risco de infecção por vários
motivos: aumento de microoorganismos que podem contaminar a ferida;
aumento da destruição dos tecidos pelo tempo de manipulação;
aumento do período em que o tecido é privado de sistema de defesa devido à
irrigação sanguínea insuficiente;
maior tempo sob efeito de anestesia e de assistência ventilatória;
hipotermia por grande quantidade de infusões e exposição da incisão ao ambiente
frio da SO;
período em que o paciente está privado de seus mecanismos de defesa naturais.
Cirurgias com duração acima de duas horas apresentam incidência maior de
infecção da ferida cirúrgica de forma estatisticamente significante.
Teoricamente, a extensão da incisão também pode ser um fator de risco, uma vez que,
quanto maior a incisão, maior a porta de entrada para microorganismos.
A técnica cirúrgica é crucial. A cirurgia com manuseio excessivo, descolamento de
tecidos além do necessário (que levam a sangramento e transudações), com hemostasia
inadequada (permitindo a formação de seromas e hematomas) com sutura defeituosa e
29. Profª Glenda Agra
formação de áreas de isquemia ou necrose pode favorecer proliferação de bactérias. Os
seromas e hematomas são causas importantes de diminuição da resistência local,
pois agem como lagos, que isolam os agentes fagocitários. O uso de fios de sutura
inadequados desperta forte reação como corpo estranho, facilitando a ação dos
germes patogênicos. Cirurgias que necessitam de grande quantidade de irrigação e
quer não são adequadamente aspiradas ou drenadas aumentam o esforço do
organismo para absorver o excesso de secreção, assim como a possibilidade de
permanência de microorganimos na mesma ainda que não se possa negar o avanço nas
cirurgias com o uso de bisturi elétrico - inclusive como auxiliar no controle de
infecção pela diminuição do tempo operatório e melhor e mais rápida hemostasia. O seu
uso inadequado ou exagerado, aliado a outras situações pode apresentar condições
opostas: a presença de tecido isquêmico ou necrosado por uso de bisturi elétrico,
por pontos hemostáticos abrangendo áreas extensas ou por suturas muito apertadas, e
principalmente englobando muito tecido, fornece, com o tecido morto resultante, um
meio de cultura cujos agentes fagocitários não conseguem ali chegar.. Participando
diretamente de todos esses aspectos, destaque-se a habilidade técnica do cirurgião, no
sentido de minimizar os efeitos das situações mencionadas.
Anestesia e trauma anestésico-cirúrgico
A anestesia geral pode estimular: infecção pós-operatória, crescimento de tumores,
depressão da resposta alérgica, inibição da fagocitose, anafilaxia, rejeição de
órgãos transplantados. Outros mecanismos não-específicos são alterados pela
anestesia: diminuição de fluxo mucociliar, principalmente com administração de
atropina, altas concentrações de oxigênio e inalação prolongada de gases sem
umidificação. Assim, o fator mais importante na imunossupressão de clientes
submetidos a cirurgias não seria a técnica anestésica ou o tipo de droga escolhido e sim
o nível de bloqueio ao estresse cirúrgico. Mesmo que o medicamento anestésico
isoladamente não esteja comprovadamente relacionado à infecção pós-operatória, a
ação das drogas deprime o SNC, com alteração dos centros subcorticais
extrapiramidais, levando a um relaxamento e paralisia dos músculos respiratórios,
bloqueio dos reflexos com formação de muco e espasmos da laringe, brônquios e
importante alteração hemodinâmica. Os anestésicos também podem interferir na
transmissão do impulso nervoso para a musculatura lisa, intensificando a
depressão respiratória. Tal quadro interfere na ventilação normal do paciente, que
necessita de assistência respiratória através de procedimentos invasivos como
intubação, aspiração, ventilação controlada, portanto constituindo fatores de risco
de infecção respiratória. A pneumonia por aspiração é um achado freqüente.
Período de hospitalização pré-operatória
30. Profª Glenda Agra
Isso se explica pela possibilidade de o cliente se colonizar em seus vários sistemas com
uma flora bacteriana modificada, presente no pessoal e no ambiente hospitalar.
Degermação e preparo pré-operatório da pele
Não há como negar que as mãos e antebraços da equipe cirúrgica e a própria pele do
sítio cirúrgico do cliente constituem fontes das mais importantes de microorganismos de
flora endógena, sendo a mesma, de longe, a causadora da grande maioria das infecções
do sítio cirúrgico e cuja transmissão pode ocorrer, principalmente, pelo contato direto e
a manipulação continuada durante a intervenção cirúrgica.A degermação das mãos e
antebraços e anti-sepsia pré-operatória da pele são práticas bastante antigas do ritual
cirúrgico. Esses procedimentos devem garantir a rápida remoção ou a destruição de toda
a flora transitória da pele e parte da flora residente, conhecida por flora de
colonização.Atualmente, esses procedimentos também têm o objetivo de estabelecer
uma atividade residual que retarde a recolonização, visto que, no caso da degermação
das mãos da equipe cirúrgica, os microorganismos proliferam com maior intensidade
sob as luvas; além disso pode-se considerar comum as microperfurações das mesmas.
Paramentação cirúrgica
Semelhante ao item anterior, a paramentação busca proteger o paciente contra
contaminação da flora normal liberada pelo pessoal da SO e pelo paciente durante a
cirurgia.
Procedimentos invasivos
Tricotomia, cateterismo vesical, punções e cateterismos vasculares são procedimentos
invasivos a que o paciente pode ser submetido.
A tricotomia tem recebido especial atenção com relação ao risco de infecção no sítio
cirúrgico. Se justifica a remoção dos pêlos adjacentes ao local operatório para facilitar a
visualização e a técnica operatória, assim como para diminuir a contaminação da incisão
com microorganismos presentes nos pêlos. A remoção do pêlo não é o verdadeiro
problema, mas sim a possibilidade de ocorrer solução de continuidade da camada
31. Profª Glenda Agra
epidérmica, que é uma barreira natural de defesa contra a invasão de
microorganismos. Os tipos de alterações da integridade da pele variam desde a
inflamação folicular, reações alérgicas, microcortes até cortes visíveis sangrantes. Em
maior ou menor intensidade todos provocam aumento da permeabilidade da camada
epidérmica, propiciando, além da invasão de microorganismos, também a sua
permanência e reprodução, tendo como meio de cultura a exsudação produzida.
Uso de antibióticos
Uma das causas principais das infecções hospitalares atuais deve-se , justamente, ao uso
inadequado ou indiscriminado dos antibióticos.
CONTROLE DE INFECÇÕES HOSPITALARES
O programa de controle de Infecção Hospitalar começou a ser regulamentado em
1.983, com a Portaria MS nº196/83, que foi revogada e substituída pela Portaria MS nº
930/92. Atualmente, está em vigor a Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 19998, que
revogou a Portaria nº930/92. em 1.997, foi publicada, no Diário Oficial da União, a
Lei nº 9.431/97, que em seu artigo 1º fala da obrigatoriedade dos hospitais em
manterem um Programa de Infecções Hospitalares (PCIH) e no artigo 2º preconiza a
criação de comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) para execução
deste controle, conforme veremos mais adiante.
O Sistema nacional de Informação para o Controle de Infecções em Serviços de saúde
(SINAIS), lançado em setembro de 2.004. É uma iniciativa da ANVISA, com o intuito de
oferecer aos hospitais brasileiros e gestores de saúde uma ferramenta para
aprimoramento das ações de prevenção e controle das infecções relacionadas à
assistência à saúde.
SINAIS: Permite a obtenção de indicadores que consideram os riscos relacionados ao
tempo de internação e de exposição a procedimentos invasivos e as características dos
pacientes e das unidades de internação, e contribuirá no combate à resistência
microbiana, possibilitando a análise do perfil de sensibilidade de todos os organismos e
o seu acompanhamento por tipo de ambiente ou unidade assistencial.
A Lei 9.431, de 6 de janeiro de 1.997, coloca em seu artigo 1º que os hospitais do país
são obrigados a manter Programa de controle de Infecções Hospitalares _ PICH,
32. Profª Glenda Agra
considerando programa de controle de infecções hospitalares, para os efeitos desta Lei,
o conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução
máxima possível de incidência e da gravidade das infecções hospitalares.
De acordo com a legislação brasileira, todos os hospitais são obrigados a ter um
Programa de controle de Infecção. O controle de infecção hospitalar tem como base em
sua estrutura a Comissão de controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e um grupo
executivo, também chamado Serviço de controle Hospitalar (SCIH), sendo que a CCIH
valida e divulga as propostas e ações do SCIH. A CCIH deve ser composta de
profissionais representantes dos serviços que atuam direta ou indiretamente na
assistência ao paciente, na diretoria e do SCIH.A coleta de dados, também chamada
vigilância epidemiológica das infecções hospitalares, a interpretação das informações
coletadas, a vigilância sanitária e elaboração e execução do Programa de Controle de
Infecção Hospitalar, habitualmente são realizadas pela equipe do SCIH. Este grupo é
composto por enfermeiros e médicos, e, algumas instituições, por outras categorias
profissionais, alocadas especificamente para tais funções. Estes profissionais deverão ter
como condição obrigatória atualização científica, crítica e legal sobre assuntos
relacionados ao controle das infecções hospitalares, sendo um elo de ligação para os
demais trabalhadores, colaborando com programas de treinamento, transformando suas
informações em ações preventivas para toda a comunidade hospitalar.Oferece assessoria
em medidas de proteção antiinfecciosa, como: isolamento, métodos de esterilização,
soluções anti-sépticas e desinfetantes. Colabora com os demais serviços nas
padronizações de procedimentos invasivos e dos antimicrobianos, na aquisição de
artigos e insumos que podem estar relacionados às infecções hospitalares, em processos
de construções e reformas arquitetônicas. Detecta aumento de episódios, surtos ou
outros problemas e propõe soluções no que diz respeito às infecções hospitalares, em
todos os setores da organização, com o objetivo de manter sob controle as infecções. O
controle de infecção deve dar informações quanto à evolução da situação em questão, o
feedback ao setor envolvido, assegurando desta maneira sua aderência junto aos demais
serviços da instituição. Esta integração contribui para que bons resultados sejam
alcançados, justificando, sob o ponto de vista do controle de infecção hospitalar,
padronizações, mudanças de conduta e rotina, aquisição de recursos humanos, materiais
e equipamentos, reformas e outras medidas necessárias.
A vigilância sanitária que é representada na instituição pelo controle de infecção,
observa os bastidores do hospital, preocupando-se com as infecções de maneira
pró-ativa, ou seja, procurando corrigir as deficiências antes que a infecção ocorra.
Procedimentos invasivos realizados de forma incorreta, seja por problemas técnicos ou
por condições inadequadas, podem traduzir-se em infecção hospitalar. Os setores de
apoio, cuja assistência ao paciente é prestada indiretamente, apresentam igual
33. Profª Glenda Agra
importância na qualidade de seu atendimento, podendo estar inseridos no aparecimento
das infecções. Prevenir doenças originadas de aplicação incorreta das medidas de
precauções, devido à falta de recursos ou negligência do próprio profissional, também é
alvo de atuação da vigilância sanitária. Através de visitas, observa-se as atividades
relacionadas aos pacientes e aos próprios profissionais estão sendo realizadas e em que
condições estão ocorrendo, porém não substitui o papel da supervisão, que deve
continuamente exercer suas atividades de maneira integrada com o controle de infecção.
COMPETÊNCIAS DA CCIH
A CCIH do hospital deverá:
1.Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar,
adequado às características e necessidades da instituição, contemplando, no mínimo,
ações relativas à implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das
Infecções Hospitalares, adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas
técnico-operacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares;
capacitação do quadro de funcionários e profissionais da instituição, no que diz respeito
à prevenção e controle das infecções hospitalares; uso racional de antimicrobianos,
germicidas e materiais médico-hospitalares;
2.Avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de
Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle
propostas pelos membros executores da CCIH;
3.Realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, sempre que indicado, e
implantar imediatas de controle;
4.Elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e comunicar, periodicamente, à
autoridade máxima de instituição e às chefias de todos os setores do hospital, a situação
do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na comunidade
hospitalar;
5.Elaborar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-
operacionais, visando limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em
curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento;
34. Profª Glenda Agra
6.Adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico-
operacionais, visando a prevenção e o tratamento das infecções hospitalares;
7.Definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, política de
utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a
instituição;
8.Cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com
vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que
diz respeito ao controle das infecções hospitalares;
9.Elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar;
10.Cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como fornecer, prontamente,
as informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes;
11.Notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao organismo de gestão do
SUS, os casos diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob vigilância
epidemiológica (notificação compulsória), atendidos em qualquer dos serviços ou
unidades do hospital, e atuar cooperativamente com os serviços de saúde coletiva;
12.Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de
gestão do SUS, os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associados à
utilização de insumos e/ou produtos industrializados.
35. Profª Glenda Agra
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA
UTILIZAÇÃO DOS DRENOS CIRÚRGICOS
Os drenos e as sondas constituem em valiosos auxiliares utilizados na prática cirúrgica
visando facilitar o escoamento de conteúdo cavitário, parietal ou visceral.
Os drenos são utilizados para remoção de acúmulos anormais no interior da cavidade ou
nos permeios da parede abdominal.
As sondas tem indicação para o escoamento de conteúdo intraluminar, seja do tubo
digestivo, seja do aparelho urinário. Acessoriamente, destina-se a administrar líquidos e
alimentos.
A drenagem tem várias funções, dentre elas podemos destacar:
Propiciar saída de secreções purulentas ou de conteúdo intestinal;
Remover qualquer líquido da cavidade peritoneal;
Evacuar líquidos intraluminares (urina, bile);
Descomprimir o tubo digestivo;
Orientar coleções e fístulas;
Ministrar líquidos e alimentos.
São reconhecidos dois tipos de drenagem:
Profilática: tem a finalidade de impedir o acúmulo de secreções;
Terapêutica: se destina a promover a saída de material acumulado.
Na parede abdominal podem ser utilizadas com o objetivo de drenar secreções
purulentas (abscessos) ou diminuir o espaço morto e eliminar restos de soro,
sangue, tecidos, devido a grandes descolamentos no subcutâneo ou pela colocação de
material protético empregado como reforço parietal.
A drenagem pode ser realizada por drenos e sondas:
36. Profª Glenda Agra
Drenos: são lâminas ou tubos de material sintético, com paredes flexíveis, largura
variável, usados na drenagem das grandes cavidades serosas (pleura, peritônio,
pericárdio) e do espaço intervisceral e tissular.
Sondas: são tubos de borracha, de plástico ou de derivados do petróleo, com calibre
variado, que apresentam paredes rígidas, porém maleável, podendo ter balonete, ser
radiopacas ou não, estando destinadas à luz do tubo digestivo e seus anexos, árvore
traqueobrônquica e sistema geniturinário.
PRINCÍPIOS DA COLOCAÇÃO DE DRENOS
Os drenos intraperitoneais não devem ser exteriorizados pela incisão para evitar
infecção e interferir na cicatrização;
O orifício de saída deve ser proporcional ao diâmetro do dreno para evitar compressão
ou evisceração;
O orifício de saída deve-se localizar em local de declive para facilitar a drenagem por
gravidade;
Deve ficar suficientemente afastado da cicatriz cirúrgica para não interferir com os
cuidados da FO;
Não lesar com demasia a parede na confecção do trajeto parietal;
Não deixar o dreno entrar em contigüidade com as linhas de sutura para evitar fístulas;
Sempre fixar o dreno no local de exteriorização.
TIPOS DE DRENAGEM
Existem 4 tipos de drenagem, conforme o mecanismo de ação:
Drenagem laminar;
Drenos de aspiração;
Drenos túbulo-laminares;
37. Profª Glenda Agra
Cateteres de drenagem.
Drenagem laminar: Dreno de Penrose. Pode-se colocar gaze ou qualquer outro
material sintético absorvente dentro do Penrose com a finalidade de aumentar a
drenagem. Seu mecanismo de ação é por meio da drenagem passiva, por capilaridade.
Tem a preferência nas cirurgias do aparelho digestivo com anastomeses.
Drenos de aspiração: Drenos de sucção fechada, tubulares, firmes, produzidos de
silicone ou cloridrato de polivinil. Dreno Portovac. São utilizados em cirurgias com
grande descolamento tecidual (hérnia incisional, retalhos miocutâneos, esvaziamentos
ganglionares) e quando há extensa ressecção com espaço morto local. Este tipo de
drenagem diminui o risco de contaminação a partir do dreno, porém, deve ser retirado
em 24 a 72 horas. Seu mecanismo de ação funciona por sucção, sendo uma drenagem
ativa.
Drenos túbulos-laminares: São formados por 2 ou 3 drenos tubulares de látex, silicone
ou teflon, com múltiplas perfurações, colocados dentro de um dreno de Penrose. Dreno
de Sump. Utilizado nos casos de pancreatite, abscessos ou quando se deseja lavar a
cavidade abdominal. O sistema funciona instilando solução fisiológica por um dos
tubos, ao mesmo tempo que se aspira sob baixa pressão por meio de outro. O terceiro
tubo é o respiro, que evita o colabamento do sistema de sucção. Os tubos são fixados ao
Penrose por meio de suturas individuais. O funcionamento é por capilaridade e por
drenagem ativa.
Cateteres de Drenagem (pigtailed): Drenos tubulares, finos, parede resistente e pouco
flexível, de plástico ou látex, utilizados por radiologistas, guiados por TC ou USG, para
realizar drenagens percutâneas de coleções ou cateterização de via biliar. Deve-se
periodicamente instilar soro para desobstruir o cateter, que é muito fino e, para
fluidificar a coleção, facilitando e acelerando o escoamento.
As sondas são tubos introduzidos no lúmen de vísceras ocas, sendo divididas conforme
o órgão em que será utilizada: sondas gastrintestinais, nasojejunais, nasobiliares,
gastrostomia, jejunostomias, cecostomias, retal, de Sengstaken-Blackmore, sondas
urinárias entre outras.
As sondas, além de drenar o conteúdo presente no lúmen das vísceras ocas, também
podem ser utilizadas para administrar líquidos, medicamentos e nutrientes,
descomprimir (sonda nasogástrica, sonda retal, sondas utilizadas para descomprimir
anastomoses) ou comprimir (sonda de Sengstaken-Blackmore e sonda de Foley na
prostatectomia).
38. Profª Glenda Agra
INDICAÇÕES GERAIS
Drenar secreções purulentas localizadas ou de conteúdo intestinal e remover
profilaticamente qualquer líquido da cavidade peritoneal ou do subcutâneo, como suco
bileopancreático ou seroma, antes que sua presença cause complicações.
O emprego de drenos é conveniente nas seguintes situações:
1.Abscessos localizados e com parede espessa;
2.Anastomoses entre o trato digestivo, quando há insegurança em relação ao
fechamento, desproporção entre as bocas anastomóticas, má vascularização e infecção
local.
3.Cirurgias em que há extensa área cruenta.
4.Cirurgias em que podem ter sido abertos pequenos ductos (vesícula biliar, pâncreas,
fígado) sem ser detectados;
5.Cirurgias e que há sutura de órgãos sem serosa e extrapiramidais;
6.Cirurgias de parede abdominal com grande descolamento de subcutâneo ou com
utilização de próteses.
INDICAÇÕES ESPECÍFICAS
Existem algumas cirurgias em que são acoplados sistemas de drenagem como rotina,
com a finalidade de descomprimir ou retirar secreções que coletam no leito cirúrgico.
Vias Biliares: Tubo em “T” de Kher: descomprimir o hepatocolédoco. O mesmo
deve ser elevado a partir do 4º dia para diminuir o escoamento biliar, fechado após o 7º
dia pós-operatório (após a realização da colancistectomia) e retirado após o 14º dia.
No caso de colecistectomia, a utilização de drenos é discutível (vários autores contra-
indicam a drenagem por apresentarem maior risco de infecção); caso seja utilizado,
colocas-se o Penrose ou dreno de aspiração Portovac tracionando-o no 1º dia e
retirando-o no 2º ou 3º dia pós-operatório.
39. Profª Glenda Agra
Pâncreas: Em cirurgias em que se manipula ou se resseca o pâncreas, há indicação de
drenagem devido ao suco pancreático que, por meio de suas enzimas proteolíticas, irrita
os tecidos vizinhos, podendo causar fístulas ou abscessos peripancreáticos. Os drenos de
escolha são de Sump e os de aspiração. No caso de abscesso pancreático, utiliza-se o
dreno de Sump com o objetivo de lavar e aspirar ao mesmo tempo, sendo retirado
quando a aspiração vier límpida. Nas pancreatectomias parciais, utilizam-se drenos de
aspiração, tracionando-o pós-operatório, caso não haja fístula. Deve-se realizar
drenagem sondagem nasogástrica e diminuir estímulo pancreático, até que o íleo
paralítico desapareça.
Baço: Após esplenectomia, normalmente se utilizam drenos visando prevenir o
acúmulo de secreções no espaço subfrênico, devido à área cruenta no leito esplênico,
pela dificuldade de hemostasia causando pequenos sangramentos, ou devido a pequenas
lesões em causa do pâncreas. Embora a drenagem aumente o risco de infecção,
colocam-se drenos de aspiração, retirando-o quando a aspiração diminui, de
preferência 2m 24 a 72horas.
Estômago: Os drenos são usados após gastrectomias quando a anastomose for difícil,
utilizando dreno de Penrose, retirando-o após o 4º dia. Deve-se sempre colocar
SNG ou SNE para descomprimir o lúmen e iniciar precocemente a alimentação. A
sonda deve ser retirada após o término do íleo paralítico, se for uma SNG. Se o intuito
for alimentação, retira-se após o paciente ter condições de via oral. Em caso de
fistulização, o dreno permanece por um período não inferior a 7 dias, tempo necessário
par acriar um trajeto ao redor do dreno e orientar a fístula.
Duodeno: Os drenos são necessários devido à alta mortalidade que as complicações,
como fístula e infecção local, que podem ocasionar. A utilização dos mesmos não
diminui a chance de fístula, porém, com um escoamento precoce e efetivo, podem-se
evitar cirurgias. O dreno de escolha é de Penrose, sendo tracionado após o 3º dia e
retirado após o 4º ou 5º dia pós-operatório, caso não haja complicação local.
Intestino: Normalmente não se utilizam drenos em anastomoses intestinais, exceção
feita para os casos de anastomoses com o reto ou canal anal, pela ausência da camada
serosa e por sua posição extraperitoneal, apresentando tecidos menos resistentes à
infecção. Nesses casos, emprega-se o dreno de Penrose, retirando-se após o 4º dia.
Em todas as cirurgias que envolvem anastomoses intestinais, utilizam-se SNGs ou
jejunostomias para descomprimir o lúmen gastrintestinal, enquanto houver íleo
paralítico.
40. Profª Glenda Agra
Apendicite: Nos casos de apendicite aguda em que não há abscesso localizado, a
drenagem não se faz necessária, mesmo que haja perfuração com coleção purulenta na
cavidade. Nesses casos, faz-se apenas a lavagem exaustiva da cavidade.
Nas situações em que há abscesso localizado, deve-se deixar um dreno junto à cavidade
abscedada, sendo de escolha o de Penrose, devendo permancer no local até não mais
sair secreção purulenta, tracionando-os 24 horas antes de retirá-los definitivamente.
Nesses casos, quando se quiser realizar lavagem da cavidade, pode-se utilizar os
drenos de Sump, para limpar a cavidade e aspirar seu conteúdo, simultaneamente.
Parede Abdominal: Quando existe um grande descolamento do tecido subcutâneo ou
quando se colocam próteses junto à musculatura, deve-se utilizar o dreno Portovac
para evitar que se acumulem coleções no subcutâneo. A mesma deve permanecer por 2
a 3 dias, até que o volume drenado em 24 horas seja inferior a 150 ml e retirado em
um só tempo, sem tração prévia.
Outros: A drenagem tubular tem espaço nas cirurgias da região cervical
(TIREOIDECTOMIAS, ESVAZIAMENTOS LINFONODAIS, CIRURGIAS
VASCULARES , nas cirurgias ORTOPÉDICAS que utilizam próteses e em qualquer
outra cirurgia que apresente um espaço morto ou que não possa haver compressão das
estruturas adjacentes. O tempo de drenagem pode variar conforme o volume
exteriorizado e o motivo pelo qual o dreno foi colocado. Nos casos de abscesso intra-
abdominal, os drenos de Sump estão indicados para lavar e aspirar continuamente o
abscesso, sendo retirados após desligar a lavagem por 24 horas e o líquido sair límpido.
Em cirurgias de grande porte e naquelas em que se manipulam as vias urinárias ou a
próstata, deve-se realizar sondagem vesical .
MANEJO DOS TUBOS
A colocação dos drenos na cavidade abdominal apresenta princípios básicos:
1. Devem ser colocados por contra-incisão para evitar infecção da ferida operatória e
diminuir o risco de deiscência;
2.São colocados lateralmente ao músculo reto abdominal, não muito pequenos para
facilitar a drenagem, porém evitando grandes aberturas para evitar hérnia incisional;
3.O trajeto confeccionado deve ser mais retilíneo o possível para facilitar a drenagem e
evitar coleções;
41. Profª Glenda Agra
4.Devem ser fixados à pele para evitar que o mesmo seja tracionado por descuido ou
que entre na cavidade abdominal;
5.O curativo deve ser realizado separadamente ao da incisão principal para dificultar a
contaminação da ferida operatória com as coleções drenadas.
SONDAS
Obedece alguns preceitos básicos:
1.Deve ser introduzida com anestésico local;
2.Se não houver balonete para fixação, fixa-se externamente com curativos ou pontos
para dificultar a migração da mesma;
3.SNG não devem ficar mais que 7 dias, devido às ulcerações que a mesma pode causar
na mucosa da orofaringe e do esôfago;
4.Se houver necessidade de troca, deve-se trocar por sondas nasojejunais, que são
menos traumáticas e podem ficar por várias semanas;
5.No caso de sondas urinárias, deve-se pensar em antimicrobianos quando utilizadas por
vários dias.
REMOÇÃO DOS DRENOS
Profiláticos: Remove-se tão logo haja evidências de que não há mais drenagem
significativa e que o dreno não é mais necessário.
Terapêuticos: São mantidos no local enquanto houver drenagem em quantidade
significativa. Retira-se de modo gradativo, alguns centímetros a cada dia, de tal maneira
a ocluir o trajeto da profundidade para a superfície.
COMPLICAÇÕES
Hérnia incisional
Obstrução por aderências
Necrose de tecidos vizinhos por compressão
Hematoma de parede
Perda do dreno na cavidade abdominal
Fístula por erosão da anastomose
SONDAS
42. Profª Glenda Agra
Erosões junto à mucosa por irritação ou isquemia
Aumento da produção de ácido pelo estômago
Fístulas
Perfuração durante a colocação
Infecção
Hemorragias pela erosão
DREDRENOS JACKSON PRATT
DRENOS JACKSON PRATT
51. Profª Glenda Agra
Dreno de Black
Dreno de sucção (Portovacc)
FONTE: http://images.google.com.br/images
CURATIVOS
52. Profª Glenda Agra
Curativo é o tratamento utilizado para promover a cicatrização da ferida,
proporcionando um meio adequado para este processo. A escolha do curativo depende
do tipo de ferida.
Critérios:
Os critérios para o curativo ideal foram definidos por Turner, citado por Dealey,
conforme segue:
Manter alta umidade entre a ferida e o curativo acelerando a epitelização, diminuindo a
dor e aumentando o processo de destruição natural dos tecidos necrosados.
Remover o excesso de exsudação com o objetivo de evitar a maceração dos tecidos
próximos.
Permitir troca gasosa.
Fornecer isolamento térmico – a temperatura de 37º estimula o processo de cicatrização.
Ser impermeável às bactérias, agindo como barreira mecânica entre a ferida e o meio
ambiente.
Estar isento de partículas e substâncias tóxicas contaminadoras de feridas que podem
manter a inflamação e retardar a cicatrização.
Permitir sua retirada sem ocasionar lesão por aderência. O curativo aderido à ferida
deve ser retirado com umedecimento com Soro Fisiológico a 0,9%.
Observações:
Em feridas abertas não é recomendado o uso de curativo seco. Deve-se umidificá-lo
com Soro Fisiológico a 0,9% e s secar somente as bordas da ferida.
A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície em vários graus. Por isso,
não se deve limpá-la com solução fria nem deixá-las expostas por períodos prolongados.
Curativo encharcado ou vazando favorece o movimento das bactérias em ambas as
direções – ferida e meio ambiente – devendo ser trocado imediatamente.
Não se deve usar algodão ou gaze desfiada (aderência à ferida).
Notas:
53. Profª Glenda Agra
Exsudação: extravasamento de líquido da ferida, devido ao aumento da permeabilidade
capilar.
Maceração: amolecimento da pele, geralmente nas bordas da ferida, na maioria das
vezes pela umidade excessiva.
Classificações de curativos:
Aberto: é aquele no qual utiliza-se apenas o anti-séptico, mantendo a ferida exposta.
Ex: ferida cirúrgica limpa com 48 horas de evolução ou mais.
Oclusivo: curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado
ou ocluído com gaze ou atadura.
Seco: fechado com gaze ou compressa umedecida com pomada ou soluções prescritas.
Compressivo: é aquele no qual é mantida compressão sobre a ferida para estancar
hemorragias, eviscerações etc.
Drenagens: Nos ferimentos com grande quantidade de exsudato coloca-se dreno (
Penrose, Kher), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia.
O dreno Penrose é introduzido na cavidade da ferida para escoamento de secreções que
possam vir a infectá-lo ou para eliminar secreções purulentas.
O dreno Penrose é um tubo de látex mole e delicado, de vários diâmetros, colocado
através de um pequeno orifício ou na própria cicatriz operatória.
Quando há necessidade de lavar o local que está sendo drenado, o cirurgião coloca,
junto com o Penrose, um dreno tubular fino, geralmente, de polietileno, formando assim
um dreno misto.
Os drenos Penrose são usados em cirurgias gerais, com finalidade profilática e precisam
ser protegidos por curativos. Mas se for preciso medir o volume de secreção que sai
pelo dreno, pode-se substituir o curativo por bolsas coletoras, que variam de tamanho de
acordo com a quantidade de secreção eliminada.
O dreno Kher ou em T é utilizado nas operações que abrem a via biliar principal
(hepático/calédoco), com a finalidade de escoar a bile para fora, por um determinado
período.
O dreno fechado de pressão negativa é conectado a uma bolsa coletora sanfonada
elástica, por meio de um tubo. Quando a bolsa é comprimida para a retirada do ar do seu
interior, cria um vácuo capaz de provocar aspiração contínua. A secreção ou o sangue
são retirados da ferida, indo para o recipiente sanfonado por meio do tubo.
54. Profª Glenda Agra
Quando o recipiente estiver cheio, é necessário abrir a tampa de cima e esvazia-la. Para
restabelecer a pressão negativa, comprime-se o recipiente até o ar sair totalmente e
recoloca-se a tampa. Assim, a drenagem recomeçará.
O dreno fechado de pressão negativa é geralmente usado em operações ortopédicas,
neurocirúrgicas e outras onde haja sangramento residual.
O dreno de tórax é utilizado na cavidade torácica para restaurar a pressão negativa e
escoar secreções ou sangue.
Debridamento: é a retirada do tecido necrosado, sem vitalidade, utilizando cobertura
com ação debridante ou retirada mecânica com pinça, tesoura ou bisturi.
Processo de cicatrização:
No momento da incisão/injúria: formação de coágulo, estase, liberação de substâncias
vasoativas.
2 horas: formação de crosta.
6 horas: neutrófilos liberam enzimas que efetuam a quebra dos restos celulares e dos
agentes invasores.
12 horas: monócitos fagocitam bactérias e restos celulares.
24-48 horas: formação de ponte epitelial.
48 horas: fibroblastos : produzem colágeno para formação da cicatrização.
6 dias: a proliferação de fibroblastos atinge seu pico, repondo o tecido conjuntivo.
Formação do tecido de granulação ( forma precoce de tecido cicatricial).
2 semanas: realinhamento das fibras colágenas – aumento da resistência e redução da
espessura da cicatriz.
Semanas e meses: contração – a cicatriz altera a sua aparência.
Objetivos do curativo:
Proporcionar conforto ao paciente ( diminuição da dor) e promover a cicatrização.
Proteger a ferida para prevenir infecções.
Observar o aspecto da cicatriz cirúrgica.
55. Profª Glenda Agra
Manter a área limpa.
Regras para os curativos:
Curativos cirúrgicos limpos e secos não necessitam ser trocados nas primeiras 72 horas.
Curativos devem ser mantidos limpos nas primeiras 48/72 horas de pós-operatório ou
procedimento ou ainda a critério médico e/ou da instituição. Neste período ainda não
ocorreu a epitelização da ferida.
Curativos úmidos ( seja por secreções ou banho) devem ser trocados tantas vezes quanto
necessário, não ultrapassando o tempo de seis horas ( tempo provável de multiplicação
das bactérias).
Após a epitelização da ferida pode-se deixá-la descoberta se não houver chance de
contaminação pelas áreas vizinhas (colostomias, vômitos.secreções orais, secreções
traqueais).
Os acessos venosos, arteriais, drenos torácicos devem ser mantidos com curativos.
Nunca tocar diretamente em ferida aberta ou recente ( até 72 horas da cirurgia) ou
mantidas sob curativo.
Em paciente com dois ou mais curativos ( limpos e contaminados) realizar primeiro o(s)
limpo(s) e depois o(s) contaminado(s), cada qual com seu material de curativo estéril.
Cuidado ao retirar o curativo sujo para não arrancar os drenos, cateteres que geralmente
ficam aderidos ao curativo.
Durante o curativo, inspecionar sempre sinais de infecção ( hiperemia, edema, dor,
secreção) na ferida cirúrgica, locais de punção, áreas de drenos.
Se houver suspeita de infecção, colher amostra de secreção e envia-la à bacteriologia
para cultura e antibiograma conforme protocolo de Coleta de Material para Cultura.
Informar ao médico e anotar no prontuário.
A data da troca do curativo e o nome de quem o realizou devem ser anotados no
curativo e no prontuário.
Nos curativos de cateteres fixar também o mesmo na pele para evitar tração ou retiradas
acidentais.
56. Profª Glenda Agra
Nota: Aplicações tópicas de antimicrobianos não são recomendadas, pois provocam
alteração da flora microbiana local com o aparecimento de cepas resistentes.
FATORES DE RISCO
Fatores de risco para complicações pulmonares pós-operatórias
1.Tipo de cirurgia – incidência maior após todas as formas de cirurgia abdominal quando
comparadas com a cirurgia periférica.
2.O local da incisão – quanto mais próxima a incisão do diafragma, maior a incidência de
complicações pulmonares.
3.Problemas respiratórios no pré-operatório.
4.Idade – maior risco após os 40 anos do que antes dos 40.
5.Sepse.
6.Obesidade – peso maior do que 10% do peso corporal ideal.
7.Repouso no leito prolongado.
8.Duração do procedimento cirúrgico – mais de 3 horas.
9.Aspiração.
10.Desidratação.
11.Desnutrição.
57. Profª Glenda Agra
12.Hipontensão e choque.
13.Imunossupressão.
Fatores de risco para Trombose Venosa Profunda pós-operatória
1.Pacientes ortopédicos que se submeteram a cirurgia do quadril, reconstrução do joelho e outra
cirurgia da extremidade inferior.
2.Pacientes urológicos que se submeteram a prostatectomia transureteral e pacientes idosos
submetidos à cirurgia urológica.
3.Pacientes de cirurgia geral com idade superior a 40 anos, os obesos, aqueles com malignidade,
os que tiveram anteriormente trombose venosa profunda ou embolia pulmonar, ou aqueles
submetidos a procedimentos cirúrgicos extensos e complicados.
4.Pacientes de ginecologia e obstetrícia com idade superior a 40 anos apresentando fatores de
risco associados (veias varicosas, trombose venosa prévia, infecção, malignidade, obesidade).
5.Pacientes de neurocirurgia, semelhante a outros grupos de alto risco cirúrgico ( em pacientes
com derrame, por exemplo, o risco de trombose venosa profunda na perna paralisada é tão alto
quanto 75%).
SINAIS FÍSICOS E SINTOMAS DAS COMPLICAÇÕES
Sinais físicos e sintomas das complicações cirúrgicas e condições comuns associadas
58. Profª Glenda Agra
Sintoma Condições associadas
Febre Atelectasia, infecções, reações transfusionais,
medicamentos, tromboflebite, embolia
pulmonar
Taquicardia Ansiedade, hipovolemia, hipoxemia, febre,
arritmias cardíacas, sepse, dor
Taquipnéia e dispnéia Ansiedade, atelectasia, pneumonia, edema
pulmonar, embolia pulmonar
Hipotensão Hipovolemia, sepse, insuficiência cardíaca,
anafilaxia, hemorragia
Oligúria Hipovolemia, insuficiência renal, obstrução
urinária
Icterícia Hemólise, hepatite, sepse, nutrição venosa,
obstrução das vias biliares, fístula biliar
Distensão abdominal Íleo paralítico, hemorragia intra-abdominal,
obstrução intestinal, constipação, ascite
Dor na ferida Infecção, deiscência, infecção intra-abdominal
Alteração do nível de consciência Hipoxemia, sepse, medicamentos, abstinência
do álcool, acidente vascular cerebral, febre,
psicose pós-operatória
Causas comuns de febre no pós-operatório
1.Causas pulmonares: atelectasia, pneumonia, embolia pulmonar.
2.Infecções: inflamação do acesso intravenoso e sepse; infecção urinária; abscesso intra-
abdominal; peritonite; empiema; infecção da ferida; colecistite; parotidite.
3.Trombose venosa profunda e flebite.
59. Profª Glenda Agra
4.Medicamentos: penicilina; cefalosporina, anfotericina.
5.Reações transfusionais.
Causas comuns de icterícia no pós-operatório
1.Hemólise:
Sangue extravasado, hematomas
Reações transfusionais
Reações medicamentosas
Sepse
Hemoglobinopatias
2.Doença parenquimatosa hepática
Exacerbação de hepatopatia preexistente
Hepatite viral
Hepatite medicamentosa
Lesão causada por choque
Abscesso intra-hepático
3.Colestase
Induzida central por medicamentos
Sepse
Nutrição venosa
4.Doença das vias biliares
60. Profª Glenda Agra
Coledocolitíase
Ligadura inadvertida do colédoco
Fístula ou vazamento da bile
Colecistite
Pancreatite com obstrução do colédoco
Estenose da via biliar devida a trauma operatório
COMPLICAÇÕES NA FERIDA
Por todas as operações é necessária uma incisão, e elas só podem ser consideradas um sucesso
após a cicatrização da ferida. Existem três categorias de complicações na cicatrização da ferida:
hematomas e seromas simples na ferida; infecções da ferida; e deiscência da ferida.Essas
complicações são conseqüência de uma técnica cirúrgica imperfeita e de alterações na
cicatrização da ferida.
Hematoma e seroma
A hemostasia inadequada da ferida causa o acúmulo de sangue local após o fechamento.
Coagulopatias causadas pela doença do paciente ou pela administração perioperatória de
aspirina, heparina, warfirin ou dextrano também contribuem para o aparecimento de
hematomas de feridas. Os sinais físicos são inchaço e dor na ferida e drenagem de sangue na
linha de sutura, quando o hematoma é superficial. Se a hemorragia for arterial, o hematoma
pode dissecar entre os planos tissulares e crescer até um tamanho considerável. Os hematomas
se expandem rapidamente e podem comprimir estruturas adjacentes vitais como a traquéia,
causando estridor ventilatório, a artéria carótida, causando déficit neurológico, ou as veias
renais, causando disfunção renal. Os hematomas da ferida geralmente desaparecem
espontaneamente, porém os hematomas grandes, dolorosos e em expansão necessitam de
reexploração cirúrgica. As coleções de líquido não-hematogênico na ferida podem ser
classificadas como seromas ou linfoceles. Essas coleções geralmente surgem devido à criação
de grandes espaços subcutâneos na ferida que acumulam soro e/ou linfa. Em geral, os
seromas simples desaparecem espontaneamente ou após a aspiração, porém as linfoceles
verdadeiras, causadas pela secreção ativa de um canal linfático importante, podem necessitar
de aspirações repetidas ou drenagem com sucção para serem resolvidas. Qualquer que seja
a técnica escolhida, deve-se preservar a esterilidade para evitar o surgimento de um abscesso
secundário na ferida.
61. Profª Glenda Agra
Infecções da ferida
As infecções na ferida podem ocorrer em até 20% ou mais dos casos em que o campo cirúrgico
foi contaminado durante a operação. Por outro lado, as operações limpas, que não envolvem o
trato gastrintestinal, apresentam um índice de infecção de 2% ou menos. Os sinais de infecção
da ferida são febre, sensibilidade dolorosa e inflamação nos estágios iniciais. Se a infecção não
for logo diagnosticada e tratada, podem surgir edema, drenagem pururlenta, isquemia tissular e
ruptura da ferida.Quando os agentes etiológicos são espécies de Streptococcus ou Clostridia, a
sepse da ferida pode ocorrer em até 24 horas após a operação. As infecções causadas por este
último organismo são extremamente sérias, pois a mionecrose pelo clostrídio (gangrena gasosa)
pode evoluir rapidamenete. Os indícios dessa infecção são drenagem serosa pouco espessa,
crepitação e isquemia da ferida, tornando obrigatório o desbridamento cirúrgico de urgência. Na
maioria dos casos, as infecções da ferida se tornam evidentes entre o 4º e o 7º dia operatório e,
são causadas por bactérias Gram-negativas ou espécies de estafilococos. A antibioticoterapia
pode ser útil no tratamento da celulite inicial da ferida, mas quando não existe sepse sistêmica
ela geralmente é de pouco auxílio, após se ter realizado um desbridamento cirúrgico e drenagem
adequada.
Tratamento
Em ISC restrita aos tecidos moles, a terapêutica mais importante é a abertura da cicatriz
retirada do material infectado e curativo contínuos até a cicatrização por 2ª intenção.
Apesar da maioria dos pacientes receber antibióticos no início do diagnóstico de ISC,
esta prática tem pouco suporte em evidências científicas. Estudos com abscessos
subcutâneos não identificaram benefícios quando a antibioticoterapia foi usada junto
com a drenagem. A melhor conduta é abrir a cicatriz e tratar por via sistêmica quando
os sinais locais de inflamação são exuberantes ou o paciente possui sintomas e sinais
sistêmicos.
Infecções potencialmente graves podem aparecer precocemente no pós-operatório,
alguns sintomas que sugerem estas patologias são: dor desproporcional aos achados do
exame físico, bolhas violáceas, hemorragia cutânea, amolecimento da pele, áreas de
parestesia e anestesia, rápida progressão e presença de ar em subcutâneo.
Fasciite necrosante: esta é uma infecção rara, porém grave, geralmente
monobacteriana. O agente mais freqüente é o Streptococcus beta hemolítico do grupo A,
no entanto um quadro clínico semelhante pode ser causado por Vibrio vulnificus ou
Aeromonas hydrophilia. Mais freqüentemente em pós-operatório, este quadro pode ser
causado por uma flora polimicrobiana composta por Escherichia coli, Proteus sp,
Citrobacter freundii, Serratia marcescens e Enterobacter sp. O quadro clínico costuma
ter evolução rápida com poucos sinais locais. O diagnóstico é confirmado com achados
62. Profª Glenda Agra
do intraoperatório, no qual o tecido subcutâneo apresenta-se acinzentado e a fáscia do
músculo com estrias, edema e friável a manipulação.
Gangrena gasosa: causada por Clostridium perfringens Clostrium septicum, Clostrium
hystoliticum ou Clostridium novyi,, o quadro clínico é semelhante à fasciite necrosante
podendo ser diferenciado desta, pela rotina de Gram do tecido. O tratamento dessas
duas síndromes é feito com debridamento cirúrgico e antibiótico sistêmico,
clindamicina e penicilina.
Síndrome do choque tóxico: é uma infecção causada pela toxina do S. aureus que age
como superantígeno provocando uma proliferação massiva de linfócitos T e produção
de citocinas com IL1 e TNF. O quadro clínico é de início rápido no pós-operatório com
febre, queda do estado geral, rash cutâneo, que evolui com necrose progressiva da pele
podendo surgir lesões bolhosas e áreas de gangrena, a infecção se estende a planos mais
profundos podendo envolver fáscia e tecido subcutâneo, sendo semelhante a fasciite
necrosante. O tratamento é realizado com antibiótico com atividade anti-estafilocócica e
terapia de suporte. O debridamento deve ser realizado conforme avaliação clínica.
Deiscência de ferida
A ruptura da ferida cirúrgica pode ocorrer a qualquer momento após a operação, porém
ela é mais comum cerca de uma semana após a operação. A deiscência da ferida pode
comprometer parte ou todas as camadas da ferida. A deiscência cutânea geralmente traz
poucas conseqüências, pois a ferida pode ser reaproximada com relativa facilidade, muitas
vezes sem o retorno à sala de operações. Entretanto, a deiscência da fáscia é uma
complicação bem mais grave, pois ela exige correção cirúrgica para prevenir o
aparecimento da hérnia incisional. Geralmente se deve a uma infecção da ferida e pode
evoluir para evisceração. Nesta última situação ocorre protusão das vísceras (geralmente o
intestino delgado em uma incisão abdominal) através da ferida ou da parede abdominal. A
evisceração é uma emergência cirúrgica que necessita do reposicionamento cuidadoso das
vísceras na cavidade peritoneal, proteção das vísceras com compressas embebidas em soro
fisiológico, para evitar lesões e ressecamento, e retorno imediato à sala de operações para
correção cirúrgica. A deiscência da ferida pode ser desencadeada por vários fatores, como
obesidade, desnutrição, diabetes, insuficiência renal, ascite, distensão abdominal, tosse ou
vômitos persistentes, infecção da ferida devido à técnicas inadequadas de sutura. Mais
comumente, a deiscência de uma incisão se deve à técnica cirúrgica deficiente. A deiscência é
muitas vezes anunciada por uma drenagem súbita de líquido sanguinolento na ferida entre o 5º e
o 8º dias após a operação. Quando isso ocorre, deve-se palpar cuidadosamente a ferida em busca
de sinais de rompimento e, se necessário, devem ser removidos alguns pontos ou grampos para
se verificar a integridade do fechamento da fáscia.
63. Profª Glenda Agra
COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS
As complicações respiratórias constituem os problemas mais comuns apresentados pelos
pacientes submetidos a uma operação, e incluem: 1. atelectaia, pneumonia, insuficiência
respiratória aguda no pós-operatório, síndrome da angústia respiratória do adulto e
embolia pulmonar.
DISFUNÇÃO RENAL
A insuficiência renal oligúrica no pós-operatório é definida como o débito urinário inferior a
500ml/dia ou menor do que 0,5ml/kg/hora, e é um sinal indicativo de insuficiência renal aguda
incipiente. A anúria completa é rara e encontrada principalmente nos pacientes com obstrução
pós-renal ou necrose cortical irreversível. A insuficiência renal também pode se manifestar
através de um débito urinário elevado e passar despercebida na fase inicial da evolução.
DISFUNÇÃO DO TRATO ALIMENTAR
Anorexia, vômitos, náuseas, diarréia, colite, constipação e impactação fecal, assim como
íleo paralítico (ausência de atividade peristáltica ou contração desordenada do intestino, está
associada comumente a operações intraperitoneais, processos inflamatórios – abscesso,
hematoma, peritonite – e lesões retroperineais. A estase do ar deglutido e dos líquidos na
luz do estômago e do intestino delgado dá origem a náuseas, distensão abdominal e
algumas vezes vômitos. O tratamento consiste na aspiração do estômago, através de uma SNG
e, no fornecimento de quantidade adequada de líquido por via endovenosa para compensar as
perdas para o terceiro espaço.), obstrução intestinal pós-operatória e hemorragia aguda da
mucosa gástrica ( o tratamento consiste principalmente na neutralização do pH gástrico através
da administração de antiácidos, antagonistas dos receptores de histamina ou de omeprazol, um
inibidor das células parietais. Em casos raros, pode ser necessária uma gastrectomia total para
controlar a hemorragia, com risco de vida; são complicações potenciais pós-operatórias.
COMPLICAÇÕES HEPATOBILIARES E ICTERÍCIA
O surgimento de hiperbilirrubinemia no pós-operatório pode ser causado por produção
exagerada de pigmentos biliares, diminuição da capacidade hepática para processar a
sobrecarga de pigmentos – por doença parenquimatosa ou por colestase – por obstrução das