O documento discute o conceito de adolescência resiliente em três frases:
1) A adolescência é um período de transição marcado por transformações físicas e psicossociais que requer apoio de redes de relacionamento para lidar com adversidades.
2) A resiliência na adolescência envolve fatores internos como autoestima combinados com fatores externos como apoio familiar e comunitário para superar riscos e problemas.
3) A promoção da resiliência na adolescência deve empoderar os jovens e propiciar seu envolvimento social e com
2. HISTÓRIA
- Conceito recente – sec. XIX/XX
- Período entre a criança e o adulto
- E antes, o que era?
- Surge relacionado a fatores como
aumento do tempo de vida, expansão do
período escolar, cultura individualista,
nova categoria de consumo no capitalismo
3. ADOLESCÊNCIA COMO TRANSIÇÃO
Ritual de passagem em algumas culturas
Cultura ocidental, de modo geral, não existe um
marco definido para o início (puberdade?) ou fim
(independência financeira?) da adolescência
(idade?)
Parece que há concordância de que nesse período
ocorrem inúmeras transformações físicas e
psicossociais importantes para toda a vida
4. ADOLESCÊNCIA COMO TRANSIÇÃO
Transição deve ser diferenciada de eventos de
vida, pois requer reorganização nos níveis
funcional (dinâmico) e estrutural
As mudanças da adolescência são
inerentemente definidas pelo contexto social de
um indivíduo e pelos papéis e expectativas de
comportamento com base na participação em
um grupo social
5. ADOLESCÊNCIA COMO TRANSIÇÃO
Condições da transição: desenvolvimento
anterior, timing individual, como o sujeito
entende essa transição e o contexto onde
ela ocorre
Identidade: fortalecer e aplicar a autonomia
(gerenciar os próprios projetos de modo
responsável e diligente)
6. ADOLESCÊNCIA COMO TRANSIÇÃO
Períodos de transição tem o potencial de alterar o
comportamento, o afeto, o cognitivo ou o contexto,
causando mudanças que podem ter efeito a vida toda
(ex.: mudança corporal, divórcio dos pais, morte de
pessoas queridas, etc)
Muitos adolescentes enfrentam dificuldades que
desafiam sua habilidade para crescer e se desenvolver
de uma maneira que promova bem-estar emocional e
cognitivo (são sobrecarregados na sua capacidade de
lidar com a situação)
Essas condições indicam risco e resiliência (ex: baixa
auto-estima, isolamento social, ideação suicida,
transtornos alimentares, bullying, etc)
7. ADOLESCÊNCIA COMO TRANSIÇÃO
CONDIÇÃO ESSENCIAL DA TRANSIÇÃO:
Acesso a pessoas de confiança e laços
afetivos (os jovens mais resilientes sentem
tranqüilidade e sentimento de alívio com o
apoio recebido...)
Família na infância: leis e normas que dão
segurança e proteção (é preciso pensar em
como as famílias vão mudando a
constituição com o passar do tempo...)
8. ADOLESCÊNCIA COMO TRANSIÇÃO
CONDIÇÃO ESSENCIAL DA TRANSIÇÃO:
Acesso a pessoas de confiança e laços
afetivos
Amizade na adolescência: suporte
emocional e identificatório que dão
segurança e proteção
Escola: êxito acadêmico e relação com os
9. ADOLESCÊNCIA COMO TRANSIÇÃO
- Visão romântica da adolescência...
- Como viver a adolescência, usufruir dos
processos de desenvolvimento que ocorrem
nessa fase da vida, conviver com adultos
que
lhe dão apoio e construir sua rede de
relações
com seus pares se é preciso assumir
responsabilidades de adulto aos 12, 14, 16
10. O QUE É RESILIÊNCIA
Uma de muitas definições:
"Resiliência é a capacidade do ser
humano de fazer frente às
adversidades da vida, aprender com
elas, superá-las e inclusive ser
transformado por elas"
(Grotberg, 2003)
11. O QUE É RESILIÊNCIA
A resiliência tenta entender como crianças,
adolescentes e adultos são capazes de superar
adversidades e se sair bem, apesar de viverem
em condições de pobreza, falta de recursos
sociais, violência intra-familiar e na
comunidade, doença mental dos pais, etc.
Desenvolver resiliência não é evitar a
adversidade, mas lidar com suas
consequências negativas de uma forma
saudável
12. O QUE É RESILIÊNCIA
NOVIDADE DA RESILIÊNCIA:
Abandona um modelo de risco, baseado nas
necessidades e na doença e se foca em um modelo de
prevenção e promoção, baseado nas potencialidades e
nos recursos que o ser humano tem em si mesmo e ao
seu redor
Questiona as formas em que os problemas e a população
são pensados pelas instituições, enfatizando as
carências ou as potencialidades (eleição do grupo de
risco...)
Considera o sujeito como agente de sua própria ecologia
e adaptação - não um sujeito que apenas "carece" e
"adoece"
13. O QUE É RESILIÊNCIA
Resiliência não é um atributo pessoal,
mas um processo dinâmico entre
múltiplos fatores de risco e fatores de
proteção, sendo uma tarefa não
somente da criança, mas também da
família, da comunidade e das políticas
públicas
14. O QUE É RESILIÊNCIA
Nesse sentido, é preciso reforçar três
domínios de fatores de proteção para
crianças que vivem em ambientes de alto
risco:
1) características da criança
2) características familiares
3) Características da comunidade
15. PILARES DA RESILIÊNCIA
Edith Grotberg
EU TENHO
Pessoas ao meu lado em quem eu confio e que me amam,
não importa o que aconteça;
- Pessoas que me colocam limites, assim eu sei quando
parar antes do perigo ou do problema;
- Pessoas que me mostram como fazer as coisas direito
pela maneira como elas fazem as coisas;
- Pessoas que querem me ensinar como fazer as coisas do
meu jeito;
- Pessoas que me auxiliam quando estou doente, em perigo
ou precisando aprender
16. PILARES DA RESILIÊNCIA
Edith Grotberg
EU SOU / EU ESTOU
- Uma pessoa querida e amada pelos outros;
- Satisfeito por fazer coisas boas para os
outros e mostrar minha preocupação;
- Respeitoso comigo mesmo e com os
outros;
- Determinado por ser responsável por
aquilo que faço;
- Tenho certeza de que as coisas vão dar
certo.
17. PILARES DA RESILIÊNCIA
Edith Grotberg
EU POSSO
- Conversar com as pessoas sobre coisas que me
amedrontam e me incomodam;
- Encontrar formas de resolver os problemas que
me aparecem;
- Controlar-me quando eu me sinto fazendo coisas
que não acho certas ou considero perigosas;
- Reconhecer quando é uma boa hora para falar
com alguém ou agir;
- Encontrar alguém que me auxilie quando eu
preciso.
18. ADOLESCENTE RESILIENTE
A forma como o adolescente será atingido pelas
variáveis externas depende de suas
características internas (elaboração e
percepção de risco)
Foco nas fortalezas - recursos internos
combinados com os externos para superar a
adversidade
Permitir que o adolescente reconheça suas
fortalezas e se torne cada vez mais consciente
de suas habilidades e recursos para aumentar
sua auto-confiança e auto-estima
19. ADOLESCENTE RESILIENTE
Se o ambiente, a família e a comunidade
seguem apoiando a criança na superação da
adversidade, existe uma grande
probabilidade de que o sujeito continue se
adaptando positivamente através do tempo
(resiliência como uma capacidade estável
durante a vida) – adolescência, adultícia e
velhice
TUTORES DE RESILIÊNCIA
20. ADOLESCENTE RESILIENTE
ALERTAS
Ideologia no conceito de ajuste e de
adaptação...
Rebeldia como não conformação e sinal de
resiliência (adolescente integrado para qual
comunidade, em que tempo, em qual cultura,
e qual área do desenvolvimento {cognitivo,
emocional, social}?)
Estudos sobre resiliência tendem a utilizar
mais população WASP em suas coortes
21. ADOLESCENTE RESILIENTE
Promoção de resiliência
Propiciar ao adolescente estabelecimento de vínculos saudáveis
para diminuir a repetição de comportamentos mortificantes
Gerar possibilidades de empoderamento, cidadania e saúde para
adolescentes?
Redução dos fatores de risco com promoção dos fatores de
proteção
Promoção de relações familiares não-agressivas
Desenvolver no adolescente sensibilidade para as necessidades
da comunidade, dando a ele a oportunidade para o ativismo
social
22. ADOLESCENTE RESILIENTE
Promoção de resiliência
Empoderar o adolescente para trabalhar pela
mudança na sociedade como um todo através do
envolvimento social (promoção de cidadania)
Responsabilidade política e social na construção
do processo de resiliência
Estratégias mais eficazes são as que promovem
resiliência individual, familiar, comunitária,
institucional e política
23. ADOLESCENTE RESILIENTE
Promoção de resiliência
Promoção de resiliência como
reconhecimento dos direitos dos
adolescentes: direito à autonomia, à
sociabilidade, à saúde e educação, moradia,
etc
24. ADOLESCENTE RESILIENTE
O extraordinário poder social da idéia de
resiliência não deriva apenas do seu
potencial imaginado para mudar trajetórias
de vida individuais, mas da possibilidade que
ela tem de transformar o futuro das gerações
subseqüentes e das famílias e comunidades
inteiras.