1. 10 Princípios para liderar como Nelson
Mandela
Martin Kalunga-Banda, consultor especial do Presidente da República da Zâmbia,
ligado à Universidade de Cambridge e à Universidade da Zâmbia, autor do livro
“LeadinglikeMadiba” (Liderar como Madiba), destaca 10 princípios para conseguir liderar
como Nelson Mandela.
Se falares a um homem numa língua que ele entende, chegas-lhe à cabeça; mas se lhe
falares na língua dele, alcanças-lhe o coração." -- Nelson Mandela
Kalunga-Banda diz-nos que “os grandes líderes criam caminhos que podemos seguir para encontrar a
nossa própria grandeza. Isto não significa que nos tornemos seus clones, pois isso seria impossível e para
além disso, significava perder a riqueza da variedade de personalidades. No entanto, estas grandes
pessoas inspiram-nos como modelos e os seus exemplos ajudam-nos a perceber quais devem ser os
nossos objetivos ao criar o nosso próprio estilo.”
1. Cultivar um sentimento de admiração profundo pelos seres humanos.
A liderança é sobre pessoas e cada pessoa é importante. Mandela, tal como Mahatma Gandhi e Madre
Teresa, não tinha um plano de negócios quando começou a sua missão. Tinha, somente, um respeito
tremendo pelas pessoas.
Aprenda a tratar todos os com quem contata com o máximo de respeito. Todos merecem a sua atenção.
Isto deve ser uma rotina, bem como a sua disposição geral.
Quais as suas atitudes para com os outros, tanto com aqueles que conhece como com os que não
conhece? O que está a fazer para aprofundar o respeito que tem por eles?
2. 2. Deixar-se inspirar pelos dons das outras pessoas.
De uma forma prática, mostre que reconhece que cada pessoa tem um dom especial que é utilizado
tanto para o seu bem-estar como para o bem-estar da comunidade ou da organização.
Deve, da mesma forma, ver e celebrar os talentos da sua organização ou comunidade. Quando os
membros partilham as suas habilidades de uma forma consistente, os talentos da equipa começarão a
emergir. Reconhecer esta capacidade ajuda a espalhá-la.
Os líderes que não têm fontes claras de inspiração, normalmente não conseguem inspirar as suas
organizações ou comunidades. O que é que o inspira a si? O que é que valoriza nas outras pessoas?
3. Aumentar a coragem.
Os grandes líderes são corajosos. Isto não significa não ter medos, mas aprender a reconhecê-los,
enfrentar a dura realidade da situação e escolher a melhor forma para agir. Num primeiro momento, isto
não será fácil. No entanto, se o praticar de forma repetida, irá ajudá-lo a tornar a coragem numa das
suas qualidades.
A coragem na liderança também significa escolher não utilizar totalmente o seu poder, o que implicaria
acreditar na lealdade e habilidades daqueles que o rodeiam. Isto capacitará os outros para crescer.
Em que medida está a aprender a enfrentar a realidade, a praticar as ações corretas,
independentemente dos seus medos e a defender a verdade como a vê?
4. Ir e pregar o evangelho. Quando necessário, utilizar as palavras.
Lidere pelo exemplo. Não deve pedir aos outros aquilo que também não está preparado para fazer. Ao
liderar por exemplo, inspirará mais os outros do que simplesmente dizer o que precisa de ser feito. O seu
papel ativo deixará uma impressão profunda e duradoura naqueles que lidera.
3. Ter o dom da palavra ajudará, mas é a sua habilidade para liderar pelo exemplo que conquistará os
outros. Quando as pessoas sabem que se esforça e que faz sacrifícios para um bem comum, a sua
lealdade e ajuda serão inabaláveis.
O que está a fazer para diminuir a não correspondência entre as suas palavras e a suas ações?
5. Criar uma marca própria de liderança.
O nome e imagem de um líder devem estar relacionados com um conjunto de valores. Isto é o que o
tornará muito eficaz. Quando as pessoas pensam em si como um líder, devem pensar automaticamente
nos seus princípios. Estes são essenciais para orientar a sua organização ou comunidade pelos vários
dilemas éticos que, com certeza, enfrentarão.
Avalie, de uma forma consistente, o impacto que está a causar. Se for positivo, faça o que puder para
aumentá-lo e consolidá-lo. Se for negativo, encontre formas para se adaptar ou descarte-o.
Existem três coisas em particular que o poderão ajudar a avaliar o seu impacto: criar um ambiente onde
as pessoas se sentem à vontade para dizer o que pensam, mesmo quando está presente; encorajar os
seus colegas e mentores a darem feedback honesto; e encontrar, regularmente, o espaço e o tempo para
fazer um reflexão sua.
Quais os valores que descrevem a sua marca de liderança? O que está a fazer para aumentar uma
discussão franca consigo mesmo?
6. Praticar a humildade
Os grandes líderes reconhecem os seus fracassos. Em vez de fazer com que percam a fé em si, admita os
seus erros e diga quais são as suas limitações. Esta ação fará com que os outros se disponham a ajudá-lo
e trabalhem consigo. Ao ser capaz de pedir desculpa pelos seus erros, enviará a mensagem de que a
procura pelo pensamento e ação correta são uma prática comum. Isto não pertence nem é controlado
por si ou por nenhum outro líder.
4. Mostrar que estava errado não é sinal de uma liderança fraca. Na realidade, fortalece a sua ligação com
os outros, pois está a mostrar que é um deles. Pedir desculpa é uma ação de humildade e a humildade
atraí e inspira, o que a sua ignorância não faz.
A humildade é uma qualidade que valoriza? O que está a fazer para se tornar mais humilde?
7. Aprender a viver com o paradoxo Madiba.
A vida é uma mistura de esperança e desespero, alegria e dor, sucesso e fracasso, e visão e desilusão.
Como líder, tem a tarefa de ajudar os outros a viver com estas contradições com sucesso. Foi isto que
Madiba fez. Deve acreditar firmemente e mostrar pelas suas ações que as atuais dificuldades têm que ser
confrontadas, independentemente da dor que causam, ao mesmo tempo que acredita que a vitória
chegará. Poderá seguir este paradoxo, por um lado, ao inquirir honestamente e ao partilhar os seus
medos e frustrações, e por outro, ao acreditar firmemente no ilimitado espírito e génio humano para
encontrar soluções.
Como é que enfrenta os brutais factos da sua vida e da sua organização? O que está a fazer para não
perder a esperança no meio da adversidade?
8. Surpreender os concorrentes ao acreditar neles.
Haverá sempre pessoas que discordem do seu estilo de liderança e com aquilo que faz. Não tente
silenciá-los, humilhá-los ou derrotá-los. Tente entender os seus pontos de vista e trabalhe no sentido de
identificar os elementos positivos.
Deverá esforçar-se para reconhecer, pública e privadamente, o que é digno de elogiar naqueles que se
opõem a si.
Como é que trata as pessoas que não concordam consigo? O que está a fazer para se pôr no lugar
deles? Conseguirá aprender a retribuir o mal com o bem?
5. 9. Celebrar a vida.
A atividade e a conquista de qualquer tipo são sinais de vida que afetam a vida em si mesma.
Trabalhamos para melhorar a nossa vida. Pretendemos ser excelentes pela mesma razão e não só porque
parece bem. Tendo isto em conta, devemos celebrar não só o nosso desempenho individual e os nossos
dons, mas a vida em si. Como líder tem que participar em práticas e cerimónias que honram a vida das
pessoas que lidera.
Que símbolos e rituais utiliza para honrar a vida e as pessoas?
10. Saber como e quando deve ser substituído.
Os grandes líderes sabem quando retirar-se do palco principal e ir embora. Preparam a sua saída e
certificam-se de que têm um sucessor que continue a construir aquilo que conseguiram. Capacitam os
outros para emergir como potenciais candidatos. É isto que sustenta o legado do líder e que permite uma
transição suave. Não tem nada a ver com clonar-se, mas sim com reconhecer que não podem liderar para
sempre e criar as condições para emergir uma nova liderança.
http://portaldalideranca.sapo.pt/arquivo/artigos-destaque/10-principios-para-liderar-como-
nelson-mandela
http://pt.slideshare.net/melhorepossivel/seminrio-liderar-como-mandela