SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Baixar para ler offline
Estudo de um conversor CC-CC buck-boost
Demercil S. Oliveira Jr., Luis C. Tomaselli
Instituto de Eletrônica de Potência - INEP
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Cx. Postal 5119 – 88040-970 Florianópolis (SC) – Brasil
demercil@inep.ufsc.br, lcandido@inep.ufsc.br
Abstract – This paper deals with a study of a DC-DC
buck-boost converter in continuos conduction mode
(CCM). The study begins with a description of the state
equations of the converter and an analysis about his
equilibrium points. The lineriazed model was obtained
and a linear control was implemented.
I. INTRODUÇÃO
Os conversores CC-CC são utilizados para fornecer
tensões contínuas reguladas a partir de uma fonte de tensão
contínua não regulada. Dentre as diversas topologias que
atendem esta definição existe um conversor chaveado
conhecido como buck-boost. [1]
O conversor buck-boost apresenta como característica
principal a inversão de polaridade da tensão de entrada
utilizando uma mesma referência. Uma desvantagem é que
tanto a corrente de entrada quanto a corrente de saída são
descontínuas.
Para que se possa fazer o controle do conversor é
necessário levantar seu modelo dinâmico e o seu
comportamento frente aos pequenos desvios em seus
parâmetros e também com relação as variações de carga e
tensão de entrada.
Aqui, parte-se da análise das equações de estado do
conversor. Em uma primeira instância observa-se o
comportamento dinâmico dos pontos de equilíbrio para
cada etapa de funcionamento do conversor. Definido os
pontos de equilíbrio procura-se obter as equações que
representam a dinâmica do sistema.
Para tanto, observa-se o comportamento médio dos
estados. E assim define-se um modelo dinâmico em cima
da evolução no espaço de estados médio. No entanto o
modelo obtido é ainda não linear.
Em seguida, utilizando-se o Jacobiano faz-se a
linearização do modelo em um ponto de operação. Com as
equações obtidas, então, são desenvolvidos os esquemas de
controle no modo tensão e no modo corrente. Os
controladores utilizados são obtidos utilizando métodos de
controle linear.
Para validar as leis de controle e verificar se estas
respeitam as restrições impostas pelos objetivos de
controle faz-se a simulação do sistema via equações de
estado, utilizando o programa SIMULINK.
II.MODELAGEM POR EQUAÇÕES DE ESTADO DO CONVERSOR
BUCK-BOOST
Para se obter a descrição por variáveis de estado do
conversor é necessário caracterizar as etapas de
funcionamento deste além de se assumir algumas
considerações a fim de simplificar o estudo do problema.
Foram adotadas as seguintes simplificações para se
determinar as equações de estado:
• Tanto a resistência do diodo quanto do interruptor
são nulas quando em condução e infinitas quando
em bloqueio;
• O conversor sempre opera no modo de operação
contínua;
• Não são considerados os parâmetros intrínsecos dos
componentes (resistências série equivalente do
indutor e capacitor, indutâncias de dispersão…);
• As variáveis de estado escolhidas são corrente no
indutor de entrada e tensão no capacitor de saída;
• Cria-se uma função de chaveamento (q(t)), que
assume dois valores possíveis: um (1) quando o
interruptor está em condução e o diodo está
bloqueado e zero (0) quando o interruptor está
bloqueado e o diodo está em condução. O valor
médio de q(t) sobre um período de comutação é
denominado de razão cíclica (D).
Com o exposto acima percebe-se que o conversor possui
duas etapas distintas de funcionamento (Fig. 1). A primeira
etapa (Fig. 1-b) ocorre quanto o interruptor está em
condução. O indutor armazena energia da rede e o
capacitor fornece energia para a carga. A segunda etapa
(Fig. 1-c) ocorre quando o interruptor é bloqueado. O
indutor cede a energia armazenada durante a primeira
etapa para a carga e para o capacitor de saída.
Para a primeira etapa (q = 1) de funcionamento as
equações (1.1) e (1.2) são válidas.
inL vdi
dt L
= (1.1)
0 0
0
dv v
dt R C
= − (1.2)
(b) (c)
CL
2
Ro
+
-
Vin(t) Vo(t)
iL(t)
ic(t) ir(t)
1 3
q
CL
1
2
Ro
+
-
Vin(t) Vo(t)
iL(t)
ic(t) ir(t)
3
q = 1
CL
1
2
Ro
+
-
Vin(t) Vo(t)
iL(t)
ic(t) ir(t)
3
q = 0
(a)
Fig. 1 - Etapas de funcionamento do conversor buck-boost no modo de
condução contínua.
Para a segunda etapa (q = 0) tem-se as equações (1.3) e
(1.4).
0L vdi
dt L
= (1.3)
0 0
0
Ldv vi
dt C R C
= − − (1.4)
Somando (1.1) com (1.3) e (1.2) com (1.4) e
inserindo a função de chaveamento obtém-se
0
(1 )inL v vdi
q q
dt L L
= + − (1.5)
( )0 0 0
0 0
1Ldv v v i
q q
dt R C R C C
⎛ ⎞
= − + − − −⎜ ⎟
⎝ ⎠
(1.6)
Simplificando as equações (1.5) e (1.6) obtém-se
as expressões abaixo:
( )0
1
1L
in
di
v q v q
dt L
= + −⎡ ⎤⎣ ⎦ (1.7)
[ ]0 0
0
1Ldv vi
q
dt C R C
= − − − (1.8)
Definindo as seguintes variáveis de estado
1 1
0
2 2
L
L
o
di
i x x
dt
dv
v x x
dt
•
•
= → =
= → =
(1.9)
Pode-se reescrever as equações (1.7) e (1.8) na
seguinte forma
[ ]1 2
1
(1 )inx v q x q
L
•
= + − (1.10)
( )1 2
2
0
1
x x
x q
C R C
•
= − − − (1.11)
Ou na forma matricial
( )
1 1
2
2
0
1
2
1
0 (1 ) 1
1 1
1 0
1 0
0 1
in
q
x x qL
vL
x
qx
C R C
x
y
x
•
•
⎡ ⎤
− ⎡ ⎤⎡ ⎤ ⎢ ⎥ ⎡ ⎤ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥= +⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎣ ⎦− −⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦
⎡ ⎤⎡ ⎤
= ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
(1.12)
Onde q(t) pode somente assumir os valores 0 e 1.
III. ANÁLISE DOS PONTOS DE EQUILÍBRIO
Primeiramente analisa-se os pontos de equilíbrio para
cada etapa em separado. Para se obter os pontos de
equilíbrio toma-se o conjunto de equações diferenciais
associadas a cada etapa e faz-se suas derivadas como sendo
nulas (equação (1.13)) e deste modo chegando ao ponto de
equilíbrio para cada estado definido.
0
•
= + =x Ax Bu (1.13)
Para a primeira etapa (equações (1.1) e (1.2)) pode-se
concluir que
1 2 0x x
− −
∀ → = (1.14)
A evolução do estado x1 depende somente da integral da
tensão de entrada em relação ao tempo dividida pela
indutância. Deste modo tem-se que para entradas com
valores médios não nulos o estado tende a infinito. O
estado x2 depende somente de seu valor inicial e dado este
ele tende assintoticamente a zero (a constante de
decaimento é obtida pela composição da resistência de
carga e da capacitância de saída). A Fig. 2 apresenta
graficamente este comportamento.
0 2 4 6 8 10
x1
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
x2
Fig. 2 – Plano de fase para o sistema quando q = 1.
Para a segunda etapa (equações (1.3) e (1.4)) conclui-se
que
1 2 0x x
− −
= = (1.15)
Os pontos de equilíbrio dos estados sempre serão nulos
nesta etapa. Para se obter o comportamento dinâmico deve
se analisar os autovalores da matriz dinâmica do sistema
nesta etapa. Calculando-se os autovalores chega-se a
seguinte equação
2
1,2
0 0
1 1 1 1
4
2 2R C R C LC
λ
⎛ ⎞
= − ± −⎜ ⎟
⎝ ⎠
(1.16)
Em acordo com os valores assumidos pelos autovalores
tem-se um comportamento dinâmico diferente e
consequentemente o ponto de equilíbrio é uma função dos
parâmetros do circuito.
Como L, C e R0 sempre serão maiores que zero a parte
real sempre será negativa, e por conseguinte, o sistema
sempre será assintoticamente estável. Em acordo com o
resultado do radicando ter-se-á um ponto fixo tipo nó
(autovalores reais) ou foco (autovalores com parte
imaginária) hiperbólico.
0
0
1 1
2 autovalores reais
1 1
2 autovalores com parte imaginaria
R C LC
R C LC
> →
< →
(1.17)
Para valores muito pequenos de R0 pode ocorrer o caso
degenerado (λ1 . λ2 = 0). O segundo caso é o de maior
incidência na prática. A Fig. 3 apresenta o comportamento
do ponto de equilíbrio para este caso.
0 2 4 6 8 10
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
x1
x2
Fig. 3 – Plano de fase para o sistema quando q = 0.
Agora de uma forma mais genérica utiliza-se a noção de
equilíbrio em (1.12) e após alguns rearranjos isola-se q(t)
obtendo as seguintes equações
( )
( )
2
1
2
2
2
0
1
( )
1
( ) 1
in
x
q t
x v
x
q t
R x
−
−
−
−
=
−
= +
(1.18)
Igualando-se as duas expressões obtidas obtém-se
2
2 2 0 1
2
0 1
2 1
2
0 1
2 2
0
4
2
4
2
in in
in in in
in in in
x x v R x v
v v R x v
x
v v R x v
x
− − −
−
−
−
−
− − =
+ +
=
− +
=
(1.19)
De (1.19) percebe-se que o equilíbrio x2 é função do
ponto de equilíbrio x1, R0 e vin(t). Nota-se ainda que,
existem duas soluções para se obter x2 de equilíbrio em
função de x1 de equilíbrio. No entanto o primeiro ponto de
equilíbrio de x2 (x21) não possui interpretação física pois,
supondo que o capacitor esteja carregado com uma tensão
positiva, esta decairá até atingir o valor do segundo ponto
de equilíbrio. Isto ocorre porque existe um elemento
unidirecional em corrente (o diodo) que impede que circule
uma corrente que faça o capacitor se carregar no sentido
positivo (arbitrado na análise) para a tensão V0. Percebe-se
também da análise do circuito que a corrente do indutor
(em condução contínua) sempre terá seu sentido positivo
(adotando-se a convenção da análise do circuito) e assim
sendo o capacitor sempre será carregado no sentido
negativo em relação ao arbitrado para V0.
A equação (1.19) fornece todos os pontos de equilíbrio
da tensão de saída para o conversor em função da tensão de
entrada, da resistência de carga e da corrente no indutor.
A Fig. 4 apresenta o comportamento da tensão de saída
(x2) em função da corrente do indutor (x1) para uma carga
constante e variando-se a tensão de entrada. Conclui-se que
a tensão de saída pode assumir valores maiores e menores
do que a tensão de entrada. Nota-se também que o sistema
opera no quarto quadrante, ou seja, a tensão de saída é
sempre negativa e a corrente sempre é positiva.
x2
x1
0 2 4 6 8 10
60
50
40
30
20
10
0
Vin = 10V
Vin = 100V
Vin = 1000V
Fig. 4 – Tensão de saída do capacitor (x2) em função da corrente no
indutor (x1) com resistência de carga constante (38,4Ω) para diferentes
valores da tensão de entrada.
x1
x2
0 2 4 6 8 10
60
50
40
30
20
10
0
R = 10 Ω
R = 25 Ω
R = 100Ω
Fig. 5 - Tensão de saída do capacitor (x2) em função da corrente no
indutor (x1) com tensão de entrada constante (180V) para diferentes
valores da resistência de carga.
A Fig. 5 apresenta o comportamento da tensão de saída
(x2) em função da corrente do indutor (x1) para uma tensão
de entrada constante e variando-se a resistência de carga.
Conclui-se que a tensão de saída pode assumir valores
maiores e menores do que a tensão de entrada. Nota-se
também que o sistema opera no quarto quadrante, ou seja,
a tensão de saída é negativa e a corrente sempre é positiva.
A partir da escolha correta da tensão de entrada e da
resistência de carga pode-se obter quaisquer pontos de
equilíbrio, dentro do quarto quadrante, para a tensão de
saída e da corrente de entrada.
IV. MODELO NÃO LINEAR NO ESPAÇO DE ESTADOS
MÉDIO PARA O CONVERSOR BUCK-BOOST
Para se obter este modelo adotou-se o procedimento
demonstrado em [2] no qual sugere-se encontrar um
modelo dinâmico que relaciona a média local da função de
chaveamento q(t) para as variáveis de estado. Adotando as
simplificações sugeridas por [2] obtém-se o seguinte
modelo não linear no espaço de estados médio
( )
( )
1 2
2 1 2
0
1
1
1 1
1
inx d x d v
L
x d x x
C R C
•
− − −
•
− − −
⎧
⎡ ⎤⎪ = − +⎢ ⎥⎪ ⎣ ⎦
⎨
⎪
= − −⎪
⎩
(1.20)
O que aconteceu, em efeito, é que todas as variáveis do
modelo de espaços comutado, foram substituídas por seus
valores médios. Este é um modelo no estado de espaços
não linear mas contínuo e invariante no tempo,
freqüentemente conhecido como modelo de estados de
espaço médio. O modelo é excitado pela entrada contínua
no tempo d(t) – com a restrição de 0 < d(t) < 1 – e para
entradas exogêneas vin(t).
O modelo médio da equação (1.20) é um ponto de
partida conveniente para vários projetos de controladores
não lineares. A implementação de alguns esquemas de
controle não linear podem utilizar o conjunto de equações
obtidos sendo o sinal de modulação produzido por algum
controlador não linear ao invés de um linear.
V.MODELO LINEARIZADO PARA O CONVERSOR BUCK-BOOST
A base mais comum para projeto de controladores é a
linearização de seu modelo no estado de espaços médio. O
modelo linearizado é válido para as pequenas perturbações
sobre as quantidades médias nos seus valores nominais
(regime permanente) das condições de operação [2].
Denotando os valores de equilíbrio nominais para as
variáveis de estado IL e V0. Estes valores podem ser
calculados a partir de (1.20) arbitrando o estado derivativo
como sendo zero, e substituindo todas as variáveis de
estado por seus valores nominais. O vetor de estado de
equilíbrio é então visto como
( )
( )
( )
1
0 1
2
01
2
1
1
1
in
in
in
X D A DA bV
V D
R DX
X D
V
D
−
= − − +⎡ ⎤⎣ ⎦
⎡ ⎤
⎢ ⎥
−⎡ ⎤ ⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ −⎢ ⎥
−⎢ ⎥⎣ ⎦
(1.21)
Onde
A0 = matriz dinâmica na primeira etapa e
A1 = matriz dinâmica na segunda etapa.
Definindo os pontos de equilíbrio como sendo X1, X2, D,
Vin e R0.
Pode-se aplicar o Jacobiano para linearizar (1.20) em
tornos destes pontos de equilíbrio
( ) ( )
( ) ( )
1 2 1 1 2 0
2 1 2 2 1 2 0
0
1
1 , , , ,
1 1
1 , , , ,
in in
in
x d x dv f x x d v R
L
x d x x f x x d v R
C R C
•
•
= − + =⎡ ⎤⎣ ⎦
= − − − =
(1.22)
Pela série de Taylor
( )
1
2
1 2 1 2 1 1
1
2 2
2
, , , , , ,
n
n n
x
n n
nx x
f
f x x x f x x x x x
x
f f
x x x x
x x
−
− −
− − − −
− −
∂⎛ ⎞ ⎛ ⎞
= + − +⎜ ⎟ ⎜ ⎟
∂⎝ ⎠ ⎝ ⎠
∂ ∂⎛ ⎞ ⎛ ⎞
+ − + + −⎜ ⎟ ⎜ ⎟
∂ ∂⎝ ⎠ ⎝ ⎠
… …
…
(1.23)
Para a função f1
( )
1
1
1
2
21
1
1
0
0
1
0
X
X
in
X
X
X
f
x
Df
x L
V Xf
d L
f D
vin L
f
r
−
−
−
−
−
∂
=
∂
−∂
=
∂
−∂
=
∂
∂
=
∂
∂
=
∂
(1.24)
Para a função f2
( )2
1
2
2 0
2 1
2
2 2
2
0 0
1
1
0
X
X
X
in X
X
Df
x C
f
x R C
f X
d C
f
v
f X
r R C
−
−
−
−
−
−∂
= −
∂
∂
= −
∂
∂
=
∂
∂
=
∂
∂
=
∂
(1.25)
Assim escrevendo na forma da série de Taylor
( )
( )
( )
2 2
1 2
2
1 1 2
2 1
0
1 2
2 2
0 0
1
1
1
in
in
in
DDVX DX
x x
L L L L
V X D
d v
L L
DX DX X
x x
C C R C C
X X
x d r
R C C R C
•
•
−⎡ ⎤
≈ − + + ∆ +⎢ ⎥
⎣ ⎦
−
+ ∆ + ∆
−⎡ ⎤
≈ − + − − ∆ +⎢ ⎥
⎣ ⎦
− ∆ + ∆ + ∆
(1.26)
Os termos entre colchetes se anulam, pois representam a
velocidade de fase do sistema no ponto de equilíbrio, que é
nula por definição [2]. Definindo
1 1
2 2
1
2
in
x x
x x
d u
v
r
ω
ω
∆ =
∆ =
∆ =
∆ =
∆ =
(1.27)
e substituindo (1.27) em (1.26), obtém-se
( )
( )
( )
1 1
2
2
0
2
1
21
2 2
0
1
0
1 1
0
0
in
D
x xL
D x
x
C R C
DV X u
LL
XX
R CC
ω
ω
•
•
−⎡ ⎤
⎡ ⎤ ⎢ ⎥
⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥= +⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥− ⎣ ⎦⎢ ⎥ − −⎣ ⎦ ⎢ ⎥
⎢ ⎥⎣ ⎦
⎡ ⎤−
⎡ ⎤⎢ ⎥
⎢ ⎥⎢ ⎥+ ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎢ ⎥⎣ ⎦⎢ ⎥
⎣ ⎦
(1.28)
Sabendo-se que a matriz de transferência é definida
como
( ) ( )
1
0
G s C sI A B D
C I e D
−
= ⋅ − ⋅ +
= =
(1.29)
obtém-se
( )
( ) ( ) ( )
( ) ( )
( )
( )
( )
2 2 1
0
2 1
2
2
0 0
2
2
0
2
2
0
11
1
1
11
1
11
in in
in
V X V X DX
s
L R C L C L
G s
D V X X
s
C L C
D XD D
s
L R C L L R C
D XD
s
C L R C
D
s s
R C LC
⎡ − − −
+ +⎢
⎢
= ⎢∆ − −⎢
− +⎢⎣
− ⎤
+ ⎥
⎥
⎥
− ⎥
− ⎥
⎥⎦
−
∆ = + +
(1.30)
A partir de (1.30) pode-se obter todas as funções de
transferência para o conversor buck-boost
( )
( )
( )
( )
( )
( )
1
2 0 21
11 2
2
0
11
( )
11
in in
DX
s
V X R C C V XX s
G s
U s L D
s s
R C LC
−
+ +
− −
= =
−
+ +
(1.31)
( )
( ) ( )
01
12 2
1 2
0
1
( )
11
s
R CX s D
G s
W s L D
s s
R C LC
+
= =
−
+ +
(1.32)
( )
( )
( )
( )
1 2
13 2 2
2 0 2
0
1( ) 1
11
DX s X
G s
W s L R C D
s s
R C LC
−
= =
−
+ +
(1.33)
( )
( )
( ) ( )
( )
2
2 1 1
21 2
2
0
1
( )
11
inD V X
s
X s X X L
G s
U s C D
s s
R C LC
− −
−
= =
−
+ +
(1.34)
( )
( )
( )
( )
2
22 2
1 2
0
1( ) 1
11
DX s D
G s
W s C L D
s s
R C LC
−
= = −
−
+ +
(1.35)
( )
( ) ( )
2 2
23 2 2
2 0 2
0
( )
11
X s X s
G s
W s R C D
s s
R C LC
= =
−
+ +
(1.36)
A partir destas funções de transferência pode-se calcular
os controladores utilizando as técnicas de controle linear.
Sabe-se ainda que:
( )
( )0 1
d u t
u t
=
< <
(1.37)
VI. ESQUEMAS DE CONTROLE DOS CONVERSORES
ESTÁTICOS
Agora enfoca-se um pouco os controladores utilizados
nos projetos dos conversores estáticos em eletrônica de
potência. Este estudo é um compilado de um seminário
interno [3].
Existem basicamente três métodos de controle por
freqüência fixa e que são os mais comumente utilizados
nos conversores estáticos: controle direto da razão cíclica
(modo tensão), controle feedforward e modo corrente. Em
todos eles a tensão de saída é comparada com uma
referência e o erro é amplificado e usado para gerar a
tensão de controle, VC.
• Modo tensão: a razão cíclica do transistor é variada
em proporção a tensão VC. Dependendo do modo de
condução do conversor tem-se comportamentos
diferentes para este modo de controle. Em condução
descontínua, devido as regulações de linha e carga
serem pobres em malha aberta é necessário um alto
ganho para o controlador. O capacitor de saída, por
seu maior valor neste caso, introduz um atraso de
fase que retarda a correção da ação de controle
frente a variações de tensão de entrada. Em
condução contínua, um ganho relativamente alto
será requerido devido a pobre regulação linha. O
projeto do controlador no entanto é problemático e
pode ser difícil o projeto para este modo de
controle.
• Controle feedforward: no caso de condução
descontínua uma amostra da tensão de entrada é
utilizada diretamente no circuito de controle e faz
com que a razão cíclica varie inversamente
proporcional a VIN bem como diretamente com VC
(D = KVC/VIN). Se VIN aumenta, D diminui
automaticamente para que a relação VIND
permaneça constante para VC constante. Assim, VC
controla a diretamente a tensão de saída. A
regulação de linha é boa, sendo o ganho da malha
menor do que no modo tensão para se obter a
regulação da carga. No caso de condução contínua,
utiliza-se este controle do mesmo modo com a
diferença que neste caso há uma boa regulação de
carga também. O ganho somente é projetado para
apresentar uma boa resposta dinâmica a variações
de carga. Em acordo com o conversor estático,
certas modificações são necessárias para o correto
funcionamento deste modo.
• Modo corrente: um segundo laço de controle,
interno, é utilizado e compara a corrente de pico Ip,
com a tensão de controle VC. No laço externo, VC
agora controla diretamente o valor de pico da
corrente. O laço interno propicia uma boa regulação
de linha, próxima ao controle feedforward.
A partir destas explanações excursionará-se um pouco
no controle modo corrente. Em conversores quando
implementado o modo de controle de corrente que
monitora e controla o pico de corrente no indutor resulta-se
em alguns problemas tais como:
• Baixa imunidade a ruído.
• Necessidade de compensação da inclinação.
• Erros de corrente de pico-a-pico que o compensador
não pode corrigir.
Vi
Carga
L C
D
S
E/A
Driver
Latch
Vi
Vo
Vo
Ve
ResetSet
Ve
Vi
Comando do gate
Fig. 6 – Controle no modo corrente de pico de um conversor buck-boost.
O controle por valores médios elimina estes problemas e
pode ser usado efetivamente para controlar outras correntes
além da corrente do indutor, permitindo uma maior gama
de aplicações.
O modo de controle de corrente consiste de dois laços
como, por exemplo, mostrado na Fig. 6. O indutor do
conversor é mascarado dentro do laço de controle de
corrente interno e isto simplifica o projeto do laço de
controle externo da tensão e melhora a dinâmica e o
desempenho do conversor. O objetivo do laço interno é
controlar o espaço de estado da corrente média no indutor,
mas na prática a corrente de pico instantânea do indutor é a
base de controle. Se a ondulação de corrente no indutor é
pequena, o controle de corrente de pico do indutor é
aproximadamente equivalente ao controle de corrente
média.
Os problemas do modo de controle de corrente de pico
podem ser listados em:
Pobre imunidade a ruído – o método de controle de
corrente de pico funciona pela comparação da inclinação
positiva da corrente do indutor (ou corrente do interruptor)
com um nível de corrente programada pelo laço externo
visto na Fig. 6. O comparador bloqueia o interruptor
quando a corrente instantânea atinge o nível desejado. A
rampa de corrente é usualmente muito pequena quando
comparada com o nível programado, especialmente quando
a tensão de entrada é baixa. Como um resultado, este
método é extremamente susceptível a ruído. Um pico de
ruído é gerado a cada vez que o interruptor entra em
condução. Uma fração de um acoplamento de tensão no
circuito de controle pode levar o interruptor ao bloqueio
imediatamente, resultando em uma subharmônica com uma
ondulação muito maior. O layout do circuito é
extremamente importante para o sucesso da operação.
Compensação de inclinação – o método de controle da
corrente de pico é inerentemente instável a razões cíclicas
superiores a 0,5, resultando em oscilação subharmônica.
Uma rampa de compensação (com inclinação igual a
derivada de descida da corrente do indutor) é usualmente
aplicada na entrada do comparador para eliminar esta
instabilidade. Em um regulador buck a derivada negativa
da corrente no indutor é igual a V0/L Com V0 constante,
como geralmente o é, a rampa de compensação é fixa e
fácil de calcular – mas difícil de projetar. Com um
regulador boost em uma aplicação de correção de fator de
potência, a derivada negativa de corrente no indutor é igual
a (Vin-V0)/Lin e assim varia consideravelmente já que a
corrente retificada segue a forma de onda da tensão. Uma
rampa fixa adicionando uma compensação fixa iria
sobrecompensar a maior parte do período, resultando em
uma degradação do desempenho e aumento da distorção.
Erro de corrente de pico para média – não é um
problema sério nas fontes convencionais derivadas do
conversor buck. Isto é porque a corrente de ondulação do
indutor é usualmente muito menor do que a corrente média
a plena carga e porque o laço de controle da tensão logo
elimina este erro. Em pré-reguladores de alto fator de
potência o erro pico/médio é muito sério porque aumenta a
distorção da forma de onda da corrente de entrada.
Enquanto a corrente de pico segue a forma de onda da
tensão, a corrente média não. O erro pico/médio é muito
maior em baixos níveis de corrente, especialmente quando
a corrente do indutor torna-se descontínua como quando a
forma de onda da tensão aproxima-se do zero. Para obter
baixa distorção, o erro pico/médio deve ser pequeno. Isto
requere um grande indutor para fazer a ondulação de
corrente pequena. A rampa da corrente no indutor irá ter
uma imunidade muito pior.
Por estas razões passou-se a utilizar o modo de controle
por corrente média. O modo de controle por corrente de
pico opera pela comparação direta da forma de onda da
corrente atual do indutor com o nível de corrente
programada (dada pelo laço externo) nas duas entradas do
comparador PWM (pulse width modulation). Este laço de
corrente tem baixo ganho e assim não pode corrigir as
deficiências notadas acima.
Referindo a Fig. 7, a técnica do modo de controle por
corrente média elimina estes problemas pela introdução de
um alto ganho de integração sobre a corrente de erro do
amplificador (CA) no laço de corrente. Uma tensão sobre
os terminais de Rp (dada pelo laço externo) representa a
corrente desejada. A tensão nos terminais do resistor de
sensoreamento Rs, representa a corrente no indutor. A
diferença, ou erro de corrente, é amplificada e comparada
com uma rampa (forma de onda dente de serra) nas
entradas do comparador PWM.
A característica da largura da banda do ganho do laço de
corrente pode ser efetuada para um desempenho ótimo
efetuado pela rede de compensação em torno de CA.
Comparado com o modo de controle por corrente de pico,
a freqüência de cruzamento, pode ser aproximadamente a
mesma, mas o ganho irá ser muito maior em baixas
freqüências.
A compensação da inclinação não é necessária, mas há
um limite para o ganho do laço dependente da freqüência
de comutação para manter a estabilidade e a imunidade a
ruído é excelente neste modo de controle.
Carga
L C
D
S
VA
Driver
Vi
Vo
Vo
Vcp
Vs Vca
CA
-
+
Rf
Ri
Rs
CfzCfp
+-
Vs
Vca
Comando do gate
Vi
Fig. 7 – Controle no modo corrente média de um conversor buck-boost.
Para projetando o laço de controle ótimo segue-se:
Limitação do ganho em fs: os circuitos de controle das
fontes exibem problemas de oscilações subharmônicas se
as inclinações das formas de onda aplicadas para as duas
entradas do comparador PWM são impropriamente
relacionadas. Com controle no modo corrente de pico, a
compensação da inclinação previne esta instabilidade. O
modo de controle por valores médios tem um problema
similar, mas uma solução melhor. A rampa do oscilador
efetivamente providencia uma grande quantidade de
compensação da inclinação. Um critério que aplica-se em
um sistema de pólo simples: “a derivada negativa
amplificada e compensada da corrente do indutor em uma
entrada não deve exceder a inclinação da rampa do
oscilador na outra entrada do comparador”. Este critério
impõe um limite superior para o ganho do amplificador de
corrente na freqüência de comutação, indiretamente
estabelecendo a freqüência de corte. É o primeiro fato a ser
considerado na otimização do laço de controle do modo de
corrente média.
No exemplo a seguir, assume-se que o circuito do
projeto foi completado e somente a compensação CA deve
ser projetada.
• Freqüência de comutação: 100kHz
• Tensão de entrada:Vin= 180VDC
• Tensão de saída: V0= -48VDC
• L = 0,44mH
• Rs = 19,2Ω
• C = 100µF
• P0 = 120W
• kv = 0,1
• kI = 1
VII. PROJETO DOS CONTROLADORES.
Estabelece-se como objetivo de controle a melhor
regulação de linha e de carga bem como um bom
desempenho dinâmico frente aos distúrbios de carga.
O diagrama de blocos que descreve o controle no modo
de tensão é apresentado na Fig. 8. A função de
transferência da planta G21(s) ((1.34)), que relaciona a
tensão de saída com a variação da razão cíclica, apresenta
um zero no semiplano direito e dois pólos complexos
estáveis. Para se obter a lei de controle utilizou-se o
método do lugar das raízes. O controlador utilizado é
apresentado na equação (1.38). Ele possui um pólo na
origem, para manter o erro de regime permanente nulo,
dois zeros complexos próximos aos pólos da planta e um
pólo real localizado acerca da metade da freqüência de
chaveamento do sistema.
( ) ( )270 3750 270 3750
4
( 315000)
C
s j s j
G
s s
+ + ⋅ + −
=
⋅ +
(1.38)
A Fig. 9 apresenta o lugar geométrico das raízes para a
planta e o compensador e que foi usado para
dimensionamento do controlador. Nela, estão salientados
os pólos de malha fechada com kC = 4.
Gc(s)
H(s)
G(s)+
-
V
ref
sat V (s)
0
Fig. 8 – Diagrama de blocos utilizado no controle no modo de tensão.
-6 -4 -2 0 2 4 6
x 10
5
-2
-1
0
1
2
x 10
5
Real Axis
Imag Axes
Root Locus Design
Fig. 9 – Lugar geométrico das raízes para o sistema no modo tensão.
O diagrama de blocos da Fig. 10 descreve o controle no
modo de corrente. O erro entre a tensão de referência e a
tensão de realimentação é colocado no controlador Gcv(s)
(1.39). Esse controlador gera uma corrente de referência,
da qual é subtraída a corrente de saída. O erro gerado é
então colocado no controlador Gci(s) (1.40) e sua saída é
aplicada efetivamente na planta, sob a forma de uma razão
cíclica.
As leis de controle abaixo foram dimensionadas
utilizando o método de compensação em freqüência por
diagramas de Bode.
5,653 ( 6283)
( )ci
s
G s
s
⋅ +
= (1.39)
( )0,085 62830
( )cv
s
G s
s
⋅ +
= (1.40)
Gcv(s)+
-
V
ref
H(s)
Gci(s)+
-
H(s)
Gi(s) Gv(s)
sat sat
I(s) V (s)o
Fig. 10 – Diagrama de blocos utilizado no controle no modo de corrente.
A partir do diagrama de blocos da Fig. 10, obtém-se a
função de transferência de laço aberto do sistema,
necessária para se fazer o projeto do compensador. GI(s) é
dada pela equação (1.31). O compensador é do tipo
proporcional integral. O pólo do compensador se encontra
na origem enquanto o zero deve ser alocado em um décimo
da freqüência de comutação. O ganho é ajustado para que a
freqüência de cruzamento seja aproximadamente 10kHz.
As equações abaixo demonstram indicam o
comportamento do ganho em dB e da fase da função de
transferência da planta
( )( ) 20log iGanho dB G= (1.41)
( )arg iFase G= (1.42)
As Fig. 11 e Fig. 12 apresenta os diagramas de Bode de
ganho e argumento para a planta analisada.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
20
0
20
40
60
80
G (dB)i
f (Hz)
Fig. 11 – Ganho da função de transferência da corrente do indutor pela
razão cíclica.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
100
50
0
50
100
Arg (graus)
f(Hz)
Fig. 12 – Argumento da função de transferência da corrente do indutor
pela razão cíclica.
Em princípio considera-se que o ganho do compensador
é unitário e obtém-se a resposta do sistema em malha
aberta.
( ) ( ) ( )i i iFTLA s C s G s k= (1.43)
onde:
62830
( ) z
i
s s
C s k
s s
ω+ +
= = (1.44)
A Fig. 13 e Fig. 14 apresentam o comportamento do
ganho (dB) e da fase em função da freqüência para a
função de transferência de laço aberto (FTLA) com ganho
unitário para o compensador. Por este gráfico percebe-se
que deve-se diminuir o ganho proporcional pois deseja-se
uma freqüência de cruzamento de 10kHz.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
50
0
50
100
150
FTLA (dB)
f(Hz)
Fig. 13 - Ganho da função de transferência de malha aberta.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
200
150
100
50
0
Arg (FTLA)
f(Hz)
Fig. 14 - Argumento da função de transferência de malha aberta.
O ganho da FTLA na freqüência de cruzamento é:
( ) 21,3cFTLA f dB= (1.45)
( )
20
10 0,085
cFTLA f
ik
−
= = (1.46)
Assim, o compensador para a malha de corrente fica
definido. A Fig. 15 e Fig. 16 apresentam o diagrama de
Bode para a FTLA com o compensador projetado.
Observa-se que a freqüência de cruzamento ficou em
10kHz e a margem de fase do sistema ficou em torno de
45o
, o que garante uma boa margem de estabilidade sem
comprometer muito a resposta dinâmica do sistema.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
50
0
50
100
150
FTLA (dB)
f(Hz)
Fig. 15 – Diagrama de Bode (ganho) da FTLA com o compensador
projetado.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
200
150
100
50
0
Arg
f(Hz)
Fig. 16 – Diagrama de Bode (fase) da FTLA com o compensador
projetado.
Agora, analisa-se a função de transferência de laço
fechado (FTMF) dada pela equação .
( )
( )
( )1
FTLA s
FTMF s
FTLA s
=
+
(1.47)
A Fig. 17 e Fig. 18 apresentam a resposta em freqüência
para a FTMF. Observa-se que o sistema possui uma faixa
de freqüências em que o ganho é constante e igual ao
ganho da malha de realimentação. Esta observação é
importante, pois será utilizada no dimensionamento do
compensador da malha de tensão para simplificação dos
cálculos. Para tanto far-se-á que a freqüência de
cruzamento seja menor que a largura desta banda de
ganho constante. Observa-se também que o sistema possui
uma característica de filtro passa baixa.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
30
20
10
0
10
dB
f(Hz)
Fig. 17 - Diagrama de Bode (ganho) da FTMF com o compensador
projetado.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
100
50
0
Arg
f(Hz)
Fig. 18 - Diagrama de Bode (argumento) da FTMF com o compensador
projetado.
A partir do diagrama de blocos da Fig. 10, obtém-se a
função de transferência de laço aberto do sistema,
necessária para se fazer o projeto do compensador. GV(s) é
dada pela equação (1.34). O compensador é do tipo
proporcional integral. O pólo do compensador se encontra
na origem enquanto o zero deve ser alocado em um
centésimo da freqüência de comutação. O ganho é ajustado
para que a freqüência de cruzamento seja
aproximadamente 1kHz. As equações abaixo demonstram
indicam o comportamento do ganho em dB e da fase da
função de transferência da planta
( )( ) 20log vGanho dB G= (1.48)
( )arg vFase G= (1.49)
As Fig. 19 e Fig. 20 apresentam os diagramas de Bode
de ganho e argumento para a planta analisada.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
60
40
20
0
20
dB
f(Hz)
Fig. 19 - Diagrama de Bode (ganho) da FTLA da planta.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
200
150
100
50
0
Arg
f(Hz)
Fig. 20 - Diagrama de Bode (argumento) da FTLA da planta.
Em princípio considera-se que o ganho do compensador
é unitário e obtém-se a resposta do sistema em malha
aberta.
( ) ( ) ( )v v vFTLA s C s G s k= (1.50)
onde:
6283
( ) z
v
s s
C s k
s s
ω+ +
= = (1.51)
A Fig. 21 e Fig. 22 apresentam o comportamento do
ganho (dB) e da fase em função da freqüência para a
função de transferência de laço aberto (FTLA) com ganho
unitário para o compensador. Por este gráfico percebe-se
que deve-se aumentar o ganho proporcional pois deseja-se
uma freqüência de cruzamento de 1kHz.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
50
0
50
100
dB
f(Hz)
Fig. 21 - Diagrama de Bode (ganho) da FTLA da planta em conjunto com
o compensador com o ganho unitário.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
180
160
140
120
100
80
Arg
f(Hz)
Fig. 22 - Diagrama de Bode (argumento) da FTLA da planta em conjunto
com o compensador com o ganho unitário.
O ganho da FTLA na freqüência de cruzamento é:
( ) 15,045cFTLA f dB= − (1.52)
( )
20
10 5,653
cFTLA f
ik
−
= = (1.53)
Assim, o compensador para a malha de tensão fica
definido. A Fig. 23 e Fig. 24 apresentam o diagrama de
Bode para a FTLA com o compensador projetado.
Observa-se que a freqüência de cruzamento ficou em 1kHz
e a margem de fase do sistema ficou em torno de 48o
, o
que garante uma boa margem de estabilidade sem
comprometer muito a resposta dinâmica do sistema.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
50
0
50
100
dB
f(Hz)
Fig. 23 - Diagrama de Bode (ganho) da FTLA da planta em conjunto com
o compensador projetado.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
180
160
140
120
100
80
Arg
f(Hz)
Fig. 24 - Diagrama de Bode (argumento) da FTLA da planta em conjunto
com o compensador projetado.
Agora, analisa-se a função de transferência de laço
fechado (FTMF) dada pela equação .
( )
( )
( )1 v
FTLA s
FTMF s
FTLA s k
=
+
(1.54)
A Fig. 25 e Fig. 26 apresentam a resposta em freqüência
para a FTMF. Observa-se que o sistema possui uma faixa
de freqüências em que o ganho é constante e igual ao
ganho da malha de realimentação. Observa-se também que
o sistema possui uma característica de filtro passa baixa.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
10
0
10
20
30
dB
f(Hz)
-
Fig. 25 - Diagrama de Bode (ganho) da FTMF da planta em conjunto com
o compensador projetado.
0.1 1 10 100 1.10
3
1.10
4
1.10
5
200
150
100
50
0
Arg
f(Hz)
Fig. 26 - Diagrama de Bode (argumento) da FTMF da planta em conjunto
com o compensador projetado.
VIII. RESULTADOS DE SIMULAÇÃO.
Nesta seção são apresentados os resultados de simulação
obtidos utilizando-se os controladores descritos na seção
anterior. A simulação do sistema foi realizada
implementando-se no MATLAB o modelo instantâneo do
sistema obtido na seção V.
A Fig. 27 mostra a resposta do sistema frente a uma
variação de 50% da carga nominal, nas suas condições
nominais de projeto (Tabela 1), utilizando-se o controlador
no modo de tensão. Como pode ser visto, o sistema
apresenta uma variação de cerca de 5V na tensão de saída,
entrando em regime novamente após 20ms. Esta resposta
já pode atender a diversas aplicações. Caso se deseje uma
variação menor da tensão de saída, durante variações de
carga, pode-se trabalhar com um controlador mais lento.
Outra perturbação possível que deve ser observada é o
caso de um degrau na tensão de entrada. A Fig. 28 mostra
o comportamento do sistema para uma variação de 180V
para 200V. Deve ser observado que apesar da amplitude da
oscilação ser grande, variações dessa magnitude ocorrem
muito lentamente na prática, devido a presença de um
capacitor de entrada.
Tabela 1 -
Parâmetros utilizados na simulação.
VIN 180V
Vout -48V
D 0,211
L 440µH
C 100µF
Fs 100kHz
A última variável a ser analisada é o comportamento do
sistema para variações da referência. A realização de tal
situação é mostrada na Fig. 29. Pode-se perceber que a
dinâmica da tensão de saída é rápida (≅10ms) sem
praticamente nenhum sobresinal.
0 0.02 0.04 0.06
-50
-45
0 0.02 0.04 0.06
0
5
0 0.02 0.04 0.06
0.2
0.22
0 0.02 0.04 0.06
0.02
0.04
0.06
Vout(V)
Iout(A)
d
1/r0
Fig. 27 – Resposta do sistema frente a variações de carga,
utilizando-se o controle no modo de tensão.
Os resultados aqui apresentados atendem a muitas
aplicações. Tem-se a possibilidade ainda de diminuir-se as
oscilações na tensão de saída, produzidas principalmente
durante variações bruscas de carga (que são comuns na
prática), ao custo de um aumento no tempo de resposta do
sistema. Em aplicações onde tanto um pequeno tempo de
resposta como um pequeno valor no sobresinal da tensão
de saída são essenciais, deve-se procurar outras
alternativas de controle, onde tanto a corrente quanto a
tensão são realimentadas.
0 0.02 0.04 0.06
-50
-45
0 0.02 0.04 0.06
0
5
0 0.02 0.04 0.06
0.2
0.22
0 0.02 0.04 0.06
180
200
Vout(V)
Iout(A)
d
Vin
Fig. 28 – Resposta do sistema frente a variações da tensão de entrada.
0 0.02 0.04 0.06
-60
-40
-20
0 0.02 0.04 0.06
0
5
0 0.02 0.04 0.06
0.1
0.2
0.3
0 0.02 0.04 0.06
2
3
4
5
Vout(V)
Iout(A)
d
Vref
Fig. 29 – Comportamento do sistema frente a variações na referência.
Um controle possível, bastante utilizado é o controle em
modo de corrente. Neste tipo de controle, existem duas
malhas de controle. A mais externa é a malha de tensão,
que produz um sinal de referência para a malha mais
interna (malha de corrente).
0 0.005 0.01 0.015 0.02
-48.2
-48
-47.8
0 0.005 0.01 0.015 0.02
150
200
0 0.005 0.01 0.015 0.02
3
3.1
3.2
0 0.005 0.01 0.015 0.02
0.2
0.25
0 0.005 0.01 0.015 0.02
2.6
2.8
3
Vout(V)
Iout(A)
d
Vin(V)
Cv
Fig. 30 – Resposta do sistema para variações da tensão de entrada, no
modo de controle de corrente.
0 0.005 0.01 0.015 0.02
-50
-48
-46
0 0.005 0.01 0.015 0.02
0.02
0.04
0.06
0 0.005 0.01 0.015 0.02
0
2
4
0 0.005 0.01 0.015 0.02
0.2
0.22
0 0.005 0.01 0.015 0.02
0
2
4
Vout(V)
Iout(A)
d
1/r0
Cv
Fig. 31 – Comportamento do sistema para variação da carga.
A Fig. 30 apresenta a resposta do sistema para variações
da tensão de entrada. Pode-se perceber que o tempo de
resposta é bem inferior ao obtido na seção anterior (≅1ms),
bem como a variação da tensão de saída (<0,2V).
Entretanto, para variações de carga, o sistema ainda
apresenta uma variação considerável na tensão de saída. O
tempo de resposta é em torno de 1ms.
0 1 2 3
-52
-51
-50
-49
-48
-47
-46
-45
x1
x2
-0,5 3,5
Vn
R = 19,2 ΩR = 38,4 Ω
q=1
q=0
Fig. 32 – Plano de fases das duas etapas de operação.
0 1 2 3
-52
-51
-50
-49
-48
-47
-46
-45
R = 38,4 Ω
R =19,2 Ω
Vref
x1
x2
Fig. 33 – Resposta em malha aberta.
0 1 2 3
-52
-51
-50
-49
-48
-47
-46
-45
R = 38,4 Ω
R =19,2 Ω
Vref
x1
x2
Fig. 34 – Resposta com o controle no modo de tensão.
0 1 2 3
-52
-51
-50
-49
-48
-47
-46
-45
R = 38,4 Ω
R =19,2 Ω
Vref
x1
x2
Fig. 35 – Resposta com o controle no modo de corrente.
IX. ANÁLISE NO ESPAÇO DE ESTADOS.
Analisando-se a resposta do conversor buck-boost no
plano de fases permite comparar o desempenho do sistema
e do controlador frente aos distúrbios e onde pode-se
concluir visivelmente a significativa melhora na resposta
do sistema quando em malha fechada.
Na Fig. 32 tem-se o comportamento da planta quando
q(t) = 0 e q(t) = 1. As velocidades e as fases concordam
com o esperado pela análise teórica. Em conjunto traça-se
ainda as duas curvas de equilíbrios para o degrau de carga
aplicado. Assim quando se fizer as simulações do sistema
ter-se-á uma trajetória de um ponto de equilíbrio sobre a
curva R0 = 19,2Ω até a curva R0 = 38,4Ω.
Na Fig. 33 tem-se a resposta do sistema para um degrau
de carga de 50% em malha aberta. Pode-se perceber que o
sistema apresenta uma grande oscilação e uma atenuação
pequena quando comparada aos resultados em malha
fechada.
A Fig. 34 apresenta o comportamento da planta com a
inserção do controle no modo tensão. Percebe-se que o
sistema tornou-se mais rápido do que em resposta em
malha aberta, porém, possui ainda oscilações e grande
variação na tensão de saída. Pode-se melhorar, ainda, o
desempenho do sistema ajustando-se o controlador por
simulações sucessivas.
A Fig. 35 mostra a resposta do sistema com o controle
no modo corrente. Este controlador foi o de melhor
resposta dinâmica pois possui menor sobresinal e menor
tempo de acomodação. Isto pode ser facilmente notado
pelos planos de fase.
X.CONCLUSÃO
Observa-se durante o trabalho todo o procedimento
necessário para se realizar adequadamente o controle de
um conversor buck-boost com uma visão global.
Primeiramente faz-se o estudo do comportamento
dinâmico do conversor em suas etapas de operação.
Analisa-se a resposta dinâmica em cada uma das etapas e
levanta-se as equações de estado correspondentes a cada
uma delas. A partir deste estudo obtém-se um modelo
dinâmico não linear no espaço de estados médio. A partir
deste modelo dinâmico não linear lineariza-se o sistema
em um ponto de operação obtendo suas funções de
transferência a fim de projetar um controlador para atender
as especificações desejadas.
Após o projeto do compensador deve-se avaliar o
desempenho deste frente aos diferentes distúrbios. Neste
trabalho abordou-se dois esquemas de controle: modo de
tensão e modo de corrente.
Ambos os esquemas de controle apresentaram uma boa
resposta. Porém o controle no modo de corrente foi o de
melhor desempenho como pode ser visto nas Fig. 33, Fig.
34 e Fig. 35.
Percebe-se que a saturação restringe a resposta dinâmica
do controlador. Em determinadas instâncias para se
aumentar a velocidade de resposta do sistema dever-se-á
alterar os próprios parâmetros do conversor.
Outro detalhe importante é sobre a validade matemática
das expressões obtidas no espaço de estados médios, cabe
aqui ressaltar que as preposições assumidas são
verdadeiras apenas enquanto, no domínio da freqüência,
estiver-se trabalhando com freqüências inferiores a metade
da freqüência de comutação. Isto acaba por ser uma
limitação do controlador.
Um próximo passo seria o estudo de projeto de
controladores utilizando técnicas como Sliding Mode
Control ou Lyapunov [4-5].
XI. BIBLIOGRAFIA
[1] BARBI, IVO. “Projetos de Fontes Chaveadas”,
[2] VERGHESE, GEORGE. C., TAYLOR, DAVID G., JAHNS, THOMAS M.,
DONKER, RIK, “The Control Handbook”, cap 78 – Power Electronics
Control, CRC Press, Inc., 1996.
[3] DIXON, LLOYD. Average Current Mode Control of Switching Power
Supplies. Application Note U-140. Unitrode. http://www.ti.com .
[4] KAWASAKI, N., NOMURA H. E MASUHIRO, M.. A New Control Law of
Bilinear DC-DC Converters Developed by Direct Application of
Lyapunov. IEEE Transactions on Power Eletronics, Vol. 10, no
3,
Maio, 1995.
[4] MALESANI, L., ROSSETO, G. E TENTI P.. Performance Optimization of
Cuk Converters by Sliding-Mode Control. IEEE Transactions on
Power Eletronics, Vol. 10, no
3, Maio, 1995.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Prtica ii exp 2 instrumentos de medidas elétricas - parte ii - imprimir (1)
Prtica ii   exp 2 instrumentos de medidas elétricas - parte ii - imprimir (1)Prtica ii   exp 2 instrumentos de medidas elétricas - parte ii - imprimir (1)
Prtica ii exp 2 instrumentos de medidas elétricas - parte ii - imprimir (1)ArimateaJnior1
 
1 relatorio fonte de tensao tais
1 relatorio fonte de tensao tais1 relatorio fonte de tensao tais
1 relatorio fonte de tensao taisTaís Cananéa
 
Trabalho de corrente alternada
Trabalho de corrente alternadaTrabalho de corrente alternada
Trabalho de corrente alternadaIvanir Silva
 
FONTE DE TENSÃO USANDO REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADO
FONTE DE TENSÃO USANDO REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADOFONTE DE TENSÃO USANDO REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADO
FONTE DE TENSÃO USANDO REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADOCiro Marcus
 
Atividade10
Atividade10Atividade10
Atividade10everson5
 
Cap4 osciloscópio
Cap4 osciloscópioCap4 osciloscópio
Cap4 osciloscópioManuelLuz2
 
Exercícios eletricidade ii_circuitos_rc_séries_e_rc_paralelo_resolução
Exercícios eletricidade ii_circuitos_rc_séries_e_rc_paralelo_resoluçãoExercícios eletricidade ii_circuitos_rc_séries_e_rc_paralelo_resolução
Exercícios eletricidade ii_circuitos_rc_séries_e_rc_paralelo_resoluçãoRodrigo Amorim
 
exercicios thevenin e norton
exercicios thevenin e nortonexercicios thevenin e norton
exercicios thevenin e nortonMarina Sartori
 
Exercicios sinais senoidais
Exercicios sinais senoidaisExercicios sinais senoidais
Exercicios sinais senoidaisGlauber Pires
 
Relatório diodos
Relatório diodos Relatório diodos
Relatório diodos Victor Said
 
Tehevenin norton sup e max pot
Tehevenin norton sup e max potTehevenin norton sup e max pot
Tehevenin norton sup e max potThabatta Araújo
 
Cap5 medição de potências
Cap5 medição de potênciasCap5 medição de potências
Cap5 medição de potênciasManuelLuz2
 

Mais procurados (19)

Prtica ii exp 2 instrumentos de medidas elétricas - parte ii - imprimir (1)
Prtica ii   exp 2 instrumentos de medidas elétricas - parte ii - imprimir (1)Prtica ii   exp 2 instrumentos de medidas elétricas - parte ii - imprimir (1)
Prtica ii exp 2 instrumentos de medidas elétricas - parte ii - imprimir (1)
 
1 relatorio fonte de tensao tais
1 relatorio fonte de tensao tais1 relatorio fonte de tensao tais
1 relatorio fonte de tensao tais
 
Trafos
TrafosTrafos
Trafos
 
Trabalho de corrente alternada
Trabalho de corrente alternadaTrabalho de corrente alternada
Trabalho de corrente alternada
 
FONTE DE TENSÃO USANDO REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADO
FONTE DE TENSÃO USANDO REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADOFONTE DE TENSÃO USANDO REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADO
FONTE DE TENSÃO USANDO REGULADOR EM CIRCUITO INTEGRADO
 
Transformadores
TransformadoresTransformadores
Transformadores
 
Conversores
ConversoresConversores
Conversores
 
Gabarito v2
Gabarito v2Gabarito v2
Gabarito v2
 
Atividade10
Atividade10Atividade10
Atividade10
 
RMS
RMSRMS
RMS
 
Cap4 osciloscópio
Cap4 osciloscópioCap4 osciloscópio
Cap4 osciloscópio
 
Exercícios eletricidade ii_circuitos_rc_séries_e_rc_paralelo_resolução
Exercícios eletricidade ii_circuitos_rc_séries_e_rc_paralelo_resoluçãoExercícios eletricidade ii_circuitos_rc_séries_e_rc_paralelo_resolução
Exercícios eletricidade ii_circuitos_rc_séries_e_rc_paralelo_resolução
 
exercicios thevenin e norton
exercicios thevenin e nortonexercicios thevenin e norton
exercicios thevenin e norton
 
Exercicios sinais senoidais
Exercicios sinais senoidaisExercicios sinais senoidais
Exercicios sinais senoidais
 
Relatório diodos
Relatório diodos Relatório diodos
Relatório diodos
 
6072
60726072
6072
 
Tehevenin norton sup e max pot
Tehevenin norton sup e max potTehevenin norton sup e max pot
Tehevenin norton sup e max pot
 
Sinal senoidal
Sinal senoidalSinal senoidal
Sinal senoidal
 
Cap5 medição de potências
Cap5 medição de potênciasCap5 medição de potências
Cap5 medição de potências
 

Semelhante a Tutorial modelagem controle

6ª prática de lab ckt eleótimo!!
6ª prática de lab  ckt eleótimo!!6ª prática de lab  ckt eleótimo!!
6ª prática de lab ckt eleótimo!!Jota Frauches
 
Controlador fuzzy de pré reguladores de fator de potência
Controlador fuzzy de pré reguladores de fator de potênciaControlador fuzzy de pré reguladores de fator de potência
Controlador fuzzy de pré reguladores de fator de potênciaHugo Dionizio Santos
 
18 laplace aplicada a circuitos
18 laplace aplicada a circuitos18 laplace aplicada a circuitos
18 laplace aplicada a circuitosPedro Barros Neto
 
Lab analog1práticas elet analógica
Lab analog1práticas elet analógicaLab analog1práticas elet analógica
Lab analog1práticas elet analógicaFernando Oliveira
 
Conversor Fotovoltaico Durante Afundamentos
Conversor Fotovoltaico Durante AfundamentosConversor Fotovoltaico Durante Afundamentos
Conversor Fotovoltaico Durante AfundamentosAlex Pereira
 
10 circuito capacitivo em ca
10 circuito capacitivo em ca10 circuito capacitivo em ca
10 circuito capacitivo em caPedro Barros Neto
 
15 circuitos elétricos de 2a ordem
15 circuitos elétricos de 2a ordem15 circuitos elétricos de 2a ordem
15 circuitos elétricos de 2a ordemPedro Barros Neto
 
Aula5.1.elect copy
Aula5.1.elect   copyAula5.1.elect   copy
Aula5.1.elect copyBaulane
 
Laboratório de Máquinas Elétricas I 2009
Laboratório de Máquinas Elétricas I 2009Laboratório de Máquinas Elétricas I 2009
Laboratório de Máquinas Elétricas I 2009Jim Naturesa
 
Aula08_Transformadores_Parte02.pptx
Aula08_Transformadores_Parte02.pptxAula08_Transformadores_Parte02.pptx
Aula08_Transformadores_Parte02.pptxMrcioPires14
 
2º relatório de laboratória de eletrônica industrial
2º relatório de laboratória de eletrônica industrial2º relatório de laboratória de eletrônica industrial
2º relatório de laboratória de eletrônica industrialAudenor Júnior
 

Semelhante a Tutorial modelagem controle (20)

6ª prática de lab ckt eleótimo!!
6ª prática de lab  ckt eleótimo!!6ª prática de lab  ckt eleótimo!!
6ª prática de lab ckt eleótimo!!
 
Controlador fuzzy de pré reguladores de fator de potência
Controlador fuzzy de pré reguladores de fator de potênciaControlador fuzzy de pré reguladores de fator de potência
Controlador fuzzy de pré reguladores de fator de potência
 
18 laplace aplicada a circuitos
18 laplace aplicada a circuitos18 laplace aplicada a circuitos
18 laplace aplicada a circuitos
 
Lab analog1práticas elet analógica
Lab analog1práticas elet analógicaLab analog1práticas elet analógica
Lab analog1práticas elet analógica
 
Transformers
TransformersTransformers
Transformers
 
Analise nodal
Analise nodal Analise nodal
Analise nodal
 
Conversor Fotovoltaico Durante Afundamentos
Conversor Fotovoltaico Durante AfundamentosConversor Fotovoltaico Durante Afundamentos
Conversor Fotovoltaico Durante Afundamentos
 
Aula08 regime transitorio
Aula08 regime transitorioAula08 regime transitorio
Aula08 regime transitorio
 
Amp op lab1 (1)
Amp op lab1 (1)Amp op lab1 (1)
Amp op lab1 (1)
 
10 circuito capacitivo em ca
10 circuito capacitivo em ca10 circuito capacitivo em ca
10 circuito capacitivo em ca
 
15 circuitos elétricos de 2a ordem
15 circuitos elétricos de 2a ordem15 circuitos elétricos de 2a ordem
15 circuitos elétricos de 2a ordem
 
17 circuitos ca em paralelo
17 circuitos ca em paralelo17 circuitos ca em paralelo
17 circuitos ca em paralelo
 
Amplificadores janese
Amplificadores janeseAmplificadores janese
Amplificadores janese
 
Amplificadores janese
Amplificadores janeseAmplificadores janese
Amplificadores janese
 
Polarizacao e amplificacao_com_tbj
Polarizacao e amplificacao_com_tbjPolarizacao e amplificacao_com_tbj
Polarizacao e amplificacao_com_tbj
 
Aula5.1.elect copy
Aula5.1.elect   copyAula5.1.elect   copy
Aula5.1.elect copy
 
Laboratório de Máquinas Elétricas I 2009
Laboratório de Máquinas Elétricas I 2009Laboratório de Máquinas Elétricas I 2009
Laboratório de Máquinas Elétricas I 2009
 
Aula08_Transformadores_Parte02.pptx
Aula08_Transformadores_Parte02.pptxAula08_Transformadores_Parte02.pptx
Aula08_Transformadores_Parte02.pptx
 
Artigo multivibrador biestável
Artigo multivibrador biestávelArtigo multivibrador biestável
Artigo multivibrador biestável
 
2º relatório de laboratória de eletrônica industrial
2º relatório de laboratória de eletrônica industrial2º relatório de laboratória de eletrônica industrial
2º relatório de laboratória de eletrônica industrial
 

Tutorial modelagem controle

  • 1. Estudo de um conversor CC-CC buck-boost Demercil S. Oliveira Jr., Luis C. Tomaselli Instituto de Eletrônica de Potência - INEP Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Cx. Postal 5119 – 88040-970 Florianópolis (SC) – Brasil demercil@inep.ufsc.br, lcandido@inep.ufsc.br Abstract – This paper deals with a study of a DC-DC buck-boost converter in continuos conduction mode (CCM). The study begins with a description of the state equations of the converter and an analysis about his equilibrium points. The lineriazed model was obtained and a linear control was implemented. I. INTRODUÇÃO Os conversores CC-CC são utilizados para fornecer tensões contínuas reguladas a partir de uma fonte de tensão contínua não regulada. Dentre as diversas topologias que atendem esta definição existe um conversor chaveado conhecido como buck-boost. [1] O conversor buck-boost apresenta como característica principal a inversão de polaridade da tensão de entrada utilizando uma mesma referência. Uma desvantagem é que tanto a corrente de entrada quanto a corrente de saída são descontínuas. Para que se possa fazer o controle do conversor é necessário levantar seu modelo dinâmico e o seu comportamento frente aos pequenos desvios em seus parâmetros e também com relação as variações de carga e tensão de entrada. Aqui, parte-se da análise das equações de estado do conversor. Em uma primeira instância observa-se o comportamento dinâmico dos pontos de equilíbrio para cada etapa de funcionamento do conversor. Definido os pontos de equilíbrio procura-se obter as equações que representam a dinâmica do sistema. Para tanto, observa-se o comportamento médio dos estados. E assim define-se um modelo dinâmico em cima da evolução no espaço de estados médio. No entanto o modelo obtido é ainda não linear. Em seguida, utilizando-se o Jacobiano faz-se a linearização do modelo em um ponto de operação. Com as equações obtidas, então, são desenvolvidos os esquemas de controle no modo tensão e no modo corrente. Os controladores utilizados são obtidos utilizando métodos de controle linear. Para validar as leis de controle e verificar se estas respeitam as restrições impostas pelos objetivos de controle faz-se a simulação do sistema via equações de estado, utilizando o programa SIMULINK. II.MODELAGEM POR EQUAÇÕES DE ESTADO DO CONVERSOR BUCK-BOOST Para se obter a descrição por variáveis de estado do conversor é necessário caracterizar as etapas de funcionamento deste além de se assumir algumas considerações a fim de simplificar o estudo do problema. Foram adotadas as seguintes simplificações para se determinar as equações de estado: • Tanto a resistência do diodo quanto do interruptor são nulas quando em condução e infinitas quando em bloqueio; • O conversor sempre opera no modo de operação contínua; • Não são considerados os parâmetros intrínsecos dos componentes (resistências série equivalente do indutor e capacitor, indutâncias de dispersão…); • As variáveis de estado escolhidas são corrente no indutor de entrada e tensão no capacitor de saída; • Cria-se uma função de chaveamento (q(t)), que assume dois valores possíveis: um (1) quando o interruptor está em condução e o diodo está bloqueado e zero (0) quando o interruptor está bloqueado e o diodo está em condução. O valor médio de q(t) sobre um período de comutação é denominado de razão cíclica (D). Com o exposto acima percebe-se que o conversor possui duas etapas distintas de funcionamento (Fig. 1). A primeira etapa (Fig. 1-b) ocorre quanto o interruptor está em condução. O indutor armazena energia da rede e o capacitor fornece energia para a carga. A segunda etapa (Fig. 1-c) ocorre quando o interruptor é bloqueado. O indutor cede a energia armazenada durante a primeira etapa para a carga e para o capacitor de saída. Para a primeira etapa (q = 1) de funcionamento as equações (1.1) e (1.2) são válidas. inL vdi dt L = (1.1) 0 0 0 dv v dt R C = − (1.2) (b) (c) CL 2 Ro + - Vin(t) Vo(t) iL(t) ic(t) ir(t) 1 3 q CL 1 2 Ro + - Vin(t) Vo(t) iL(t) ic(t) ir(t) 3 q = 1 CL 1 2 Ro + - Vin(t) Vo(t) iL(t) ic(t) ir(t) 3 q = 0 (a) Fig. 1 - Etapas de funcionamento do conversor buck-boost no modo de condução contínua.
  • 2. Para a segunda etapa (q = 0) tem-se as equações (1.3) e (1.4). 0L vdi dt L = (1.3) 0 0 0 Ldv vi dt C R C = − − (1.4) Somando (1.1) com (1.3) e (1.2) com (1.4) e inserindo a função de chaveamento obtém-se 0 (1 )inL v vdi q q dt L L = + − (1.5) ( )0 0 0 0 0 1Ldv v v i q q dt R C R C C ⎛ ⎞ = − + − − −⎜ ⎟ ⎝ ⎠ (1.6) Simplificando as equações (1.5) e (1.6) obtém-se as expressões abaixo: ( )0 1 1L in di v q v q dt L = + −⎡ ⎤⎣ ⎦ (1.7) [ ]0 0 0 1Ldv vi q dt C R C = − − − (1.8) Definindo as seguintes variáveis de estado 1 1 0 2 2 L L o di i x x dt dv v x x dt • • = → = = → = (1.9) Pode-se reescrever as equações (1.7) e (1.8) na seguinte forma [ ]1 2 1 (1 )inx v q x q L • = + − (1.10) ( )1 2 2 0 1 x x x q C R C • = − − − (1.11) Ou na forma matricial ( ) 1 1 2 2 0 1 2 1 0 (1 ) 1 1 1 1 0 1 0 0 1 in q x x qL vL x qx C R C x y x • • ⎡ ⎤ − ⎡ ⎤⎡ ⎤ ⎢ ⎥ ⎡ ⎤ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥= +⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎣ ⎦− −⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎡ ⎤⎡ ⎤ = ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ (1.12) Onde q(t) pode somente assumir os valores 0 e 1. III. ANÁLISE DOS PONTOS DE EQUILÍBRIO Primeiramente analisa-se os pontos de equilíbrio para cada etapa em separado. Para se obter os pontos de equilíbrio toma-se o conjunto de equações diferenciais associadas a cada etapa e faz-se suas derivadas como sendo nulas (equação (1.13)) e deste modo chegando ao ponto de equilíbrio para cada estado definido. 0 • = + =x Ax Bu (1.13) Para a primeira etapa (equações (1.1) e (1.2)) pode-se concluir que 1 2 0x x − − ∀ → = (1.14) A evolução do estado x1 depende somente da integral da tensão de entrada em relação ao tempo dividida pela indutância. Deste modo tem-se que para entradas com valores médios não nulos o estado tende a infinito. O estado x2 depende somente de seu valor inicial e dado este ele tende assintoticamente a zero (a constante de decaimento é obtida pela composição da resistência de carga e da capacitância de saída). A Fig. 2 apresenta graficamente este comportamento. 0 2 4 6 8 10 x1 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 x2 Fig. 2 – Plano de fase para o sistema quando q = 1. Para a segunda etapa (equações (1.3) e (1.4)) conclui-se que 1 2 0x x − − = = (1.15) Os pontos de equilíbrio dos estados sempre serão nulos nesta etapa. Para se obter o comportamento dinâmico deve se analisar os autovalores da matriz dinâmica do sistema nesta etapa. Calculando-se os autovalores chega-se a seguinte equação 2 1,2 0 0 1 1 1 1 4 2 2R C R C LC λ ⎛ ⎞ = − ± −⎜ ⎟ ⎝ ⎠ (1.16) Em acordo com os valores assumidos pelos autovalores tem-se um comportamento dinâmico diferente e consequentemente o ponto de equilíbrio é uma função dos parâmetros do circuito. Como L, C e R0 sempre serão maiores que zero a parte real sempre será negativa, e por conseguinte, o sistema sempre será assintoticamente estável. Em acordo com o resultado do radicando ter-se-á um ponto fixo tipo nó (autovalores reais) ou foco (autovalores com parte imaginária) hiperbólico.
  • 3. 0 0 1 1 2 autovalores reais 1 1 2 autovalores com parte imaginaria R C LC R C LC > → < → (1.17) Para valores muito pequenos de R0 pode ocorrer o caso degenerado (λ1 . λ2 = 0). O segundo caso é o de maior incidência na prática. A Fig. 3 apresenta o comportamento do ponto de equilíbrio para este caso. 0 2 4 6 8 10 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 x1 x2 Fig. 3 – Plano de fase para o sistema quando q = 0. Agora de uma forma mais genérica utiliza-se a noção de equilíbrio em (1.12) e após alguns rearranjos isola-se q(t) obtendo as seguintes equações ( ) ( ) 2 1 2 2 2 0 1 ( ) 1 ( ) 1 in x q t x v x q t R x − − − − = − = + (1.18) Igualando-se as duas expressões obtidas obtém-se 2 2 2 0 1 2 0 1 2 1 2 0 1 2 2 0 4 2 4 2 in in in in in in in in x x v R x v v v R x v x v v R x v x − − − − − − − − − = + + = − + = (1.19) De (1.19) percebe-se que o equilíbrio x2 é função do ponto de equilíbrio x1, R0 e vin(t). Nota-se ainda que, existem duas soluções para se obter x2 de equilíbrio em função de x1 de equilíbrio. No entanto o primeiro ponto de equilíbrio de x2 (x21) não possui interpretação física pois, supondo que o capacitor esteja carregado com uma tensão positiva, esta decairá até atingir o valor do segundo ponto de equilíbrio. Isto ocorre porque existe um elemento unidirecional em corrente (o diodo) que impede que circule uma corrente que faça o capacitor se carregar no sentido positivo (arbitrado na análise) para a tensão V0. Percebe-se também da análise do circuito que a corrente do indutor (em condução contínua) sempre terá seu sentido positivo (adotando-se a convenção da análise do circuito) e assim sendo o capacitor sempre será carregado no sentido negativo em relação ao arbitrado para V0. A equação (1.19) fornece todos os pontos de equilíbrio da tensão de saída para o conversor em função da tensão de entrada, da resistência de carga e da corrente no indutor. A Fig. 4 apresenta o comportamento da tensão de saída (x2) em função da corrente do indutor (x1) para uma carga constante e variando-se a tensão de entrada. Conclui-se que a tensão de saída pode assumir valores maiores e menores do que a tensão de entrada. Nota-se também que o sistema opera no quarto quadrante, ou seja, a tensão de saída é sempre negativa e a corrente sempre é positiva. x2 x1 0 2 4 6 8 10 60 50 40 30 20 10 0 Vin = 10V Vin = 100V Vin = 1000V Fig. 4 – Tensão de saída do capacitor (x2) em função da corrente no indutor (x1) com resistência de carga constante (38,4Ω) para diferentes valores da tensão de entrada. x1 x2 0 2 4 6 8 10 60 50 40 30 20 10 0 R = 10 Ω R = 25 Ω R = 100Ω Fig. 5 - Tensão de saída do capacitor (x2) em função da corrente no indutor (x1) com tensão de entrada constante (180V) para diferentes valores da resistência de carga. A Fig. 5 apresenta o comportamento da tensão de saída (x2) em função da corrente do indutor (x1) para uma tensão de entrada constante e variando-se a resistência de carga. Conclui-se que a tensão de saída pode assumir valores maiores e menores do que a tensão de entrada. Nota-se também que o sistema opera no quarto quadrante, ou seja, a tensão de saída é negativa e a corrente sempre é positiva. A partir da escolha correta da tensão de entrada e da resistência de carga pode-se obter quaisquer pontos de equilíbrio, dentro do quarto quadrante, para a tensão de saída e da corrente de entrada.
  • 4. IV. MODELO NÃO LINEAR NO ESPAÇO DE ESTADOS MÉDIO PARA O CONVERSOR BUCK-BOOST Para se obter este modelo adotou-se o procedimento demonstrado em [2] no qual sugere-se encontrar um modelo dinâmico que relaciona a média local da função de chaveamento q(t) para as variáveis de estado. Adotando as simplificações sugeridas por [2] obtém-se o seguinte modelo não linear no espaço de estados médio ( ) ( ) 1 2 2 1 2 0 1 1 1 1 1 inx d x d v L x d x x C R C • − − − • − − − ⎧ ⎡ ⎤⎪ = − +⎢ ⎥⎪ ⎣ ⎦ ⎨ ⎪ = − −⎪ ⎩ (1.20) O que aconteceu, em efeito, é que todas as variáveis do modelo de espaços comutado, foram substituídas por seus valores médios. Este é um modelo no estado de espaços não linear mas contínuo e invariante no tempo, freqüentemente conhecido como modelo de estados de espaço médio. O modelo é excitado pela entrada contínua no tempo d(t) – com a restrição de 0 < d(t) < 1 – e para entradas exogêneas vin(t). O modelo médio da equação (1.20) é um ponto de partida conveniente para vários projetos de controladores não lineares. A implementação de alguns esquemas de controle não linear podem utilizar o conjunto de equações obtidos sendo o sinal de modulação produzido por algum controlador não linear ao invés de um linear. V.MODELO LINEARIZADO PARA O CONVERSOR BUCK-BOOST A base mais comum para projeto de controladores é a linearização de seu modelo no estado de espaços médio. O modelo linearizado é válido para as pequenas perturbações sobre as quantidades médias nos seus valores nominais (regime permanente) das condições de operação [2]. Denotando os valores de equilíbrio nominais para as variáveis de estado IL e V0. Estes valores podem ser calculados a partir de (1.20) arbitrando o estado derivativo como sendo zero, e substituindo todas as variáveis de estado por seus valores nominais. O vetor de estado de equilíbrio é então visto como ( ) ( ) ( ) 1 0 1 2 01 2 1 1 1 in in in X D A DA bV V D R DX X D V D − = − − +⎡ ⎤⎣ ⎦ ⎡ ⎤ ⎢ ⎥ −⎡ ⎤ ⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ −⎢ ⎥ −⎢ ⎥⎣ ⎦ (1.21) Onde A0 = matriz dinâmica na primeira etapa e A1 = matriz dinâmica na segunda etapa. Definindo os pontos de equilíbrio como sendo X1, X2, D, Vin e R0. Pode-se aplicar o Jacobiano para linearizar (1.20) em tornos destes pontos de equilíbrio ( ) ( ) ( ) ( ) 1 2 1 1 2 0 2 1 2 2 1 2 0 0 1 1 , , , , 1 1 1 , , , , in in in x d x dv f x x d v R L x d x x f x x d v R C R C • • = − + =⎡ ⎤⎣ ⎦ = − − − = (1.22) Pela série de Taylor ( ) 1 2 1 2 1 2 1 1 1 2 2 2 , , , , , , n n n x n n nx x f f x x x f x x x x x x f f x x x x x x − − − − − − − − − ∂⎛ ⎞ ⎛ ⎞ = + − +⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ∂⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ∂ ∂⎛ ⎞ ⎛ ⎞ + − + + −⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ∂ ∂⎝ ⎠ ⎝ ⎠ … … … (1.23) Para a função f1 ( ) 1 1 1 2 21 1 1 0 0 1 0 X X in X X X f x Df x L V Xf d L f D vin L f r − − − − − ∂ = ∂ −∂ = ∂ −∂ = ∂ ∂ = ∂ ∂ = ∂ (1.24) Para a função f2 ( )2 1 2 2 0 2 1 2 2 2 2 0 0 1 1 0 X X X in X X Df x C f x R C f X d C f v f X r R C − − − − − −∂ = − ∂ ∂ = − ∂ ∂ = ∂ ∂ = ∂ ∂ = ∂ (1.25) Assim escrevendo na forma da série de Taylor ( ) ( ) ( ) 2 2 1 2 2 1 1 2 2 1 0 1 2 2 2 0 0 1 1 1 in in in DDVX DX x x L L L L V X D d v L L DX DX X x x C C R C C X X x d r R C C R C • • −⎡ ⎤ ≈ − + + ∆ +⎢ ⎥ ⎣ ⎦ − + ∆ + ∆ −⎡ ⎤ ≈ − + − − ∆ +⎢ ⎥ ⎣ ⎦ − ∆ + ∆ + ∆ (1.26)
  • 5. Os termos entre colchetes se anulam, pois representam a velocidade de fase do sistema no ponto de equilíbrio, que é nula por definição [2]. Definindo 1 1 2 2 1 2 in x x x x d u v r ω ω ∆ = ∆ = ∆ = ∆ = ∆ = (1.27) e substituindo (1.27) em (1.26), obtém-se ( ) ( ) ( ) 1 1 2 2 0 2 1 21 2 2 0 1 0 1 1 0 0 in D x xL D x x C R C DV X u LL XX R CC ω ω • • −⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎢ ⎥ ⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥= +⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥− ⎣ ⎦⎢ ⎥ − −⎣ ⎦ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎡ ⎤− ⎡ ⎤⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥+ ⎢ ⎥⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦⎢ ⎥ ⎣ ⎦ (1.28) Sabendo-se que a matriz de transferência é definida como ( ) ( ) 1 0 G s C sI A B D C I e D − = ⋅ − ⋅ + = = (1.29) obtém-se ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 1 0 2 1 2 2 0 0 2 2 0 2 2 0 11 1 1 11 1 11 in in in V X V X DX s L R C L C L G s D V X X s C L C D XD D s L R C L L R C D XD s C L R C D s s R C LC ⎡ − − − + +⎢ ⎢ = ⎢∆ − −⎢ − +⎢⎣ − ⎤ + ⎥ ⎥ ⎥ − ⎥ − ⎥ ⎥⎦ − ∆ = + + (1.30) A partir de (1.30) pode-se obter todas as funções de transferência para o conversor buck-boost ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 2 0 21 11 2 2 0 11 ( ) 11 in in DX s V X R C C V XX s G s U s L D s s R C LC − + + − − = = − + + (1.31) ( ) ( ) ( ) 01 12 2 1 2 0 1 ( ) 11 s R CX s D G s W s L D s s R C LC + = = − + + (1.32) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 2 13 2 2 2 0 2 0 1( ) 1 11 DX s X G s W s L R C D s s R C LC − = = − + + (1.33) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 1 1 21 2 2 0 1 ( ) 11 inD V X s X s X X L G s U s C D s s R C LC − − − = = − + + (1.34) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 22 2 1 2 0 1( ) 1 11 DX s D G s W s C L D s s R C LC − = = − − + + (1.35) ( ) ( ) ( ) 2 2 23 2 2 2 0 2 0 ( ) 11 X s X s G s W s R C D s s R C LC = = − + + (1.36) A partir destas funções de transferência pode-se calcular os controladores utilizando as técnicas de controle linear. Sabe-se ainda que: ( ) ( )0 1 d u t u t = < < (1.37) VI. ESQUEMAS DE CONTROLE DOS CONVERSORES ESTÁTICOS Agora enfoca-se um pouco os controladores utilizados nos projetos dos conversores estáticos em eletrônica de potência. Este estudo é um compilado de um seminário interno [3]. Existem basicamente três métodos de controle por freqüência fixa e que são os mais comumente utilizados nos conversores estáticos: controle direto da razão cíclica (modo tensão), controle feedforward e modo corrente. Em todos eles a tensão de saída é comparada com uma referência e o erro é amplificado e usado para gerar a tensão de controle, VC. • Modo tensão: a razão cíclica do transistor é variada em proporção a tensão VC. Dependendo do modo de condução do conversor tem-se comportamentos diferentes para este modo de controle. Em condução descontínua, devido as regulações de linha e carga serem pobres em malha aberta é necessário um alto ganho para o controlador. O capacitor de saída, por seu maior valor neste caso, introduz um atraso de fase que retarda a correção da ação de controle frente a variações de tensão de entrada. Em condução contínua, um ganho relativamente alto será requerido devido a pobre regulação linha. O projeto do controlador no entanto é problemático e pode ser difícil o projeto para este modo de controle.
  • 6. • Controle feedforward: no caso de condução descontínua uma amostra da tensão de entrada é utilizada diretamente no circuito de controle e faz com que a razão cíclica varie inversamente proporcional a VIN bem como diretamente com VC (D = KVC/VIN). Se VIN aumenta, D diminui automaticamente para que a relação VIND permaneça constante para VC constante. Assim, VC controla a diretamente a tensão de saída. A regulação de linha é boa, sendo o ganho da malha menor do que no modo tensão para se obter a regulação da carga. No caso de condução contínua, utiliza-se este controle do mesmo modo com a diferença que neste caso há uma boa regulação de carga também. O ganho somente é projetado para apresentar uma boa resposta dinâmica a variações de carga. Em acordo com o conversor estático, certas modificações são necessárias para o correto funcionamento deste modo. • Modo corrente: um segundo laço de controle, interno, é utilizado e compara a corrente de pico Ip, com a tensão de controle VC. No laço externo, VC agora controla diretamente o valor de pico da corrente. O laço interno propicia uma boa regulação de linha, próxima ao controle feedforward. A partir destas explanações excursionará-se um pouco no controle modo corrente. Em conversores quando implementado o modo de controle de corrente que monitora e controla o pico de corrente no indutor resulta-se em alguns problemas tais como: • Baixa imunidade a ruído. • Necessidade de compensação da inclinação. • Erros de corrente de pico-a-pico que o compensador não pode corrigir. Vi Carga L C D S E/A Driver Latch Vi Vo Vo Ve ResetSet Ve Vi Comando do gate Fig. 6 – Controle no modo corrente de pico de um conversor buck-boost. O controle por valores médios elimina estes problemas e pode ser usado efetivamente para controlar outras correntes além da corrente do indutor, permitindo uma maior gama de aplicações. O modo de controle de corrente consiste de dois laços como, por exemplo, mostrado na Fig. 6. O indutor do conversor é mascarado dentro do laço de controle de corrente interno e isto simplifica o projeto do laço de controle externo da tensão e melhora a dinâmica e o desempenho do conversor. O objetivo do laço interno é controlar o espaço de estado da corrente média no indutor, mas na prática a corrente de pico instantânea do indutor é a base de controle. Se a ondulação de corrente no indutor é pequena, o controle de corrente de pico do indutor é aproximadamente equivalente ao controle de corrente média. Os problemas do modo de controle de corrente de pico podem ser listados em: Pobre imunidade a ruído – o método de controle de corrente de pico funciona pela comparação da inclinação positiva da corrente do indutor (ou corrente do interruptor) com um nível de corrente programada pelo laço externo visto na Fig. 6. O comparador bloqueia o interruptor quando a corrente instantânea atinge o nível desejado. A rampa de corrente é usualmente muito pequena quando comparada com o nível programado, especialmente quando a tensão de entrada é baixa. Como um resultado, este método é extremamente susceptível a ruído. Um pico de ruído é gerado a cada vez que o interruptor entra em condução. Uma fração de um acoplamento de tensão no circuito de controle pode levar o interruptor ao bloqueio imediatamente, resultando em uma subharmônica com uma ondulação muito maior. O layout do circuito é extremamente importante para o sucesso da operação. Compensação de inclinação – o método de controle da corrente de pico é inerentemente instável a razões cíclicas superiores a 0,5, resultando em oscilação subharmônica. Uma rampa de compensação (com inclinação igual a derivada de descida da corrente do indutor) é usualmente aplicada na entrada do comparador para eliminar esta instabilidade. Em um regulador buck a derivada negativa da corrente no indutor é igual a V0/L Com V0 constante, como geralmente o é, a rampa de compensação é fixa e fácil de calcular – mas difícil de projetar. Com um regulador boost em uma aplicação de correção de fator de potência, a derivada negativa de corrente no indutor é igual a (Vin-V0)/Lin e assim varia consideravelmente já que a corrente retificada segue a forma de onda da tensão. Uma rampa fixa adicionando uma compensação fixa iria sobrecompensar a maior parte do período, resultando em uma degradação do desempenho e aumento da distorção. Erro de corrente de pico para média – não é um problema sério nas fontes convencionais derivadas do conversor buck. Isto é porque a corrente de ondulação do indutor é usualmente muito menor do que a corrente média a plena carga e porque o laço de controle da tensão logo elimina este erro. Em pré-reguladores de alto fator de potência o erro pico/médio é muito sério porque aumenta a distorção da forma de onda da corrente de entrada. Enquanto a corrente de pico segue a forma de onda da tensão, a corrente média não. O erro pico/médio é muito maior em baixos níveis de corrente, especialmente quando a corrente do indutor torna-se descontínua como quando a
  • 7. forma de onda da tensão aproxima-se do zero. Para obter baixa distorção, o erro pico/médio deve ser pequeno. Isto requere um grande indutor para fazer a ondulação de corrente pequena. A rampa da corrente no indutor irá ter uma imunidade muito pior. Por estas razões passou-se a utilizar o modo de controle por corrente média. O modo de controle por corrente de pico opera pela comparação direta da forma de onda da corrente atual do indutor com o nível de corrente programada (dada pelo laço externo) nas duas entradas do comparador PWM (pulse width modulation). Este laço de corrente tem baixo ganho e assim não pode corrigir as deficiências notadas acima. Referindo a Fig. 7, a técnica do modo de controle por corrente média elimina estes problemas pela introdução de um alto ganho de integração sobre a corrente de erro do amplificador (CA) no laço de corrente. Uma tensão sobre os terminais de Rp (dada pelo laço externo) representa a corrente desejada. A tensão nos terminais do resistor de sensoreamento Rs, representa a corrente no indutor. A diferença, ou erro de corrente, é amplificada e comparada com uma rampa (forma de onda dente de serra) nas entradas do comparador PWM. A característica da largura da banda do ganho do laço de corrente pode ser efetuada para um desempenho ótimo efetuado pela rede de compensação em torno de CA. Comparado com o modo de controle por corrente de pico, a freqüência de cruzamento, pode ser aproximadamente a mesma, mas o ganho irá ser muito maior em baixas freqüências. A compensação da inclinação não é necessária, mas há um limite para o ganho do laço dependente da freqüência de comutação para manter a estabilidade e a imunidade a ruído é excelente neste modo de controle. Carga L C D S VA Driver Vi Vo Vo Vcp Vs Vca CA - + Rf Ri Rs CfzCfp +- Vs Vca Comando do gate Vi Fig. 7 – Controle no modo corrente média de um conversor buck-boost. Para projetando o laço de controle ótimo segue-se: Limitação do ganho em fs: os circuitos de controle das fontes exibem problemas de oscilações subharmônicas se as inclinações das formas de onda aplicadas para as duas entradas do comparador PWM são impropriamente relacionadas. Com controle no modo corrente de pico, a compensação da inclinação previne esta instabilidade. O modo de controle por valores médios tem um problema similar, mas uma solução melhor. A rampa do oscilador efetivamente providencia uma grande quantidade de compensação da inclinação. Um critério que aplica-se em um sistema de pólo simples: “a derivada negativa amplificada e compensada da corrente do indutor em uma entrada não deve exceder a inclinação da rampa do oscilador na outra entrada do comparador”. Este critério impõe um limite superior para o ganho do amplificador de corrente na freqüência de comutação, indiretamente estabelecendo a freqüência de corte. É o primeiro fato a ser considerado na otimização do laço de controle do modo de corrente média. No exemplo a seguir, assume-se que o circuito do projeto foi completado e somente a compensação CA deve ser projetada. • Freqüência de comutação: 100kHz • Tensão de entrada:Vin= 180VDC • Tensão de saída: V0= -48VDC • L = 0,44mH • Rs = 19,2Ω • C = 100µF • P0 = 120W • kv = 0,1 • kI = 1 VII. PROJETO DOS CONTROLADORES. Estabelece-se como objetivo de controle a melhor regulação de linha e de carga bem como um bom desempenho dinâmico frente aos distúrbios de carga. O diagrama de blocos que descreve o controle no modo de tensão é apresentado na Fig. 8. A função de transferência da planta G21(s) ((1.34)), que relaciona a tensão de saída com a variação da razão cíclica, apresenta um zero no semiplano direito e dois pólos complexos estáveis. Para se obter a lei de controle utilizou-se o método do lugar das raízes. O controlador utilizado é apresentado na equação (1.38). Ele possui um pólo na origem, para manter o erro de regime permanente nulo, dois zeros complexos próximos aos pólos da planta e um pólo real localizado acerca da metade da freqüência de chaveamento do sistema. ( ) ( )270 3750 270 3750 4 ( 315000) C s j s j G s s + + ⋅ + − = ⋅ + (1.38) A Fig. 9 apresenta o lugar geométrico das raízes para a planta e o compensador e que foi usado para dimensionamento do controlador. Nela, estão salientados os pólos de malha fechada com kC = 4.
  • 8. Gc(s) H(s) G(s)+ - V ref sat V (s) 0 Fig. 8 – Diagrama de blocos utilizado no controle no modo de tensão. -6 -4 -2 0 2 4 6 x 10 5 -2 -1 0 1 2 x 10 5 Real Axis Imag Axes Root Locus Design Fig. 9 – Lugar geométrico das raízes para o sistema no modo tensão. O diagrama de blocos da Fig. 10 descreve o controle no modo de corrente. O erro entre a tensão de referência e a tensão de realimentação é colocado no controlador Gcv(s) (1.39). Esse controlador gera uma corrente de referência, da qual é subtraída a corrente de saída. O erro gerado é então colocado no controlador Gci(s) (1.40) e sua saída é aplicada efetivamente na planta, sob a forma de uma razão cíclica. As leis de controle abaixo foram dimensionadas utilizando o método de compensação em freqüência por diagramas de Bode. 5,653 ( 6283) ( )ci s G s s ⋅ + = (1.39) ( )0,085 62830 ( )cv s G s s ⋅ + = (1.40) Gcv(s)+ - V ref H(s) Gci(s)+ - H(s) Gi(s) Gv(s) sat sat I(s) V (s)o Fig. 10 – Diagrama de blocos utilizado no controle no modo de corrente. A partir do diagrama de blocos da Fig. 10, obtém-se a função de transferência de laço aberto do sistema, necessária para se fazer o projeto do compensador. GI(s) é dada pela equação (1.31). O compensador é do tipo proporcional integral. O pólo do compensador se encontra na origem enquanto o zero deve ser alocado em um décimo da freqüência de comutação. O ganho é ajustado para que a freqüência de cruzamento seja aproximadamente 10kHz. As equações abaixo demonstram indicam o comportamento do ganho em dB e da fase da função de transferência da planta ( )( ) 20log iGanho dB G= (1.41) ( )arg iFase G= (1.42) As Fig. 11 e Fig. 12 apresenta os diagramas de Bode de ganho e argumento para a planta analisada. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 20 0 20 40 60 80 G (dB)i f (Hz) Fig. 11 – Ganho da função de transferência da corrente do indutor pela razão cíclica. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 100 50 0 50 100 Arg (graus) f(Hz) Fig. 12 – Argumento da função de transferência da corrente do indutor pela razão cíclica. Em princípio considera-se que o ganho do compensador é unitário e obtém-se a resposta do sistema em malha aberta. ( ) ( ) ( )i i iFTLA s C s G s k= (1.43) onde: 62830 ( ) z i s s C s k s s ω+ + = = (1.44)
  • 9. A Fig. 13 e Fig. 14 apresentam o comportamento do ganho (dB) e da fase em função da freqüência para a função de transferência de laço aberto (FTLA) com ganho unitário para o compensador. Por este gráfico percebe-se que deve-se diminuir o ganho proporcional pois deseja-se uma freqüência de cruzamento de 10kHz. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 50 0 50 100 150 FTLA (dB) f(Hz) Fig. 13 - Ganho da função de transferência de malha aberta. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 200 150 100 50 0 Arg (FTLA) f(Hz) Fig. 14 - Argumento da função de transferência de malha aberta. O ganho da FTLA na freqüência de cruzamento é: ( ) 21,3cFTLA f dB= (1.45) ( ) 20 10 0,085 cFTLA f ik − = = (1.46) Assim, o compensador para a malha de corrente fica definido. A Fig. 15 e Fig. 16 apresentam o diagrama de Bode para a FTLA com o compensador projetado. Observa-se que a freqüência de cruzamento ficou em 10kHz e a margem de fase do sistema ficou em torno de 45o , o que garante uma boa margem de estabilidade sem comprometer muito a resposta dinâmica do sistema. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 50 0 50 100 150 FTLA (dB) f(Hz) Fig. 15 – Diagrama de Bode (ganho) da FTLA com o compensador projetado. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 200 150 100 50 0 Arg f(Hz) Fig. 16 – Diagrama de Bode (fase) da FTLA com o compensador projetado. Agora, analisa-se a função de transferência de laço fechado (FTMF) dada pela equação . ( ) ( ) ( )1 FTLA s FTMF s FTLA s = + (1.47) A Fig. 17 e Fig. 18 apresentam a resposta em freqüência para a FTMF. Observa-se que o sistema possui uma faixa de freqüências em que o ganho é constante e igual ao ganho da malha de realimentação. Esta observação é importante, pois será utilizada no dimensionamento do compensador da malha de tensão para simplificação dos cálculos. Para tanto far-se-á que a freqüência de cruzamento seja menor que a largura desta banda de ganho constante. Observa-se também que o sistema possui uma característica de filtro passa baixa.
  • 10. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 30 20 10 0 10 dB f(Hz) Fig. 17 - Diagrama de Bode (ganho) da FTMF com o compensador projetado. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 100 50 0 Arg f(Hz) Fig. 18 - Diagrama de Bode (argumento) da FTMF com o compensador projetado. A partir do diagrama de blocos da Fig. 10, obtém-se a função de transferência de laço aberto do sistema, necessária para se fazer o projeto do compensador. GV(s) é dada pela equação (1.34). O compensador é do tipo proporcional integral. O pólo do compensador se encontra na origem enquanto o zero deve ser alocado em um centésimo da freqüência de comutação. O ganho é ajustado para que a freqüência de cruzamento seja aproximadamente 1kHz. As equações abaixo demonstram indicam o comportamento do ganho em dB e da fase da função de transferência da planta ( )( ) 20log vGanho dB G= (1.48) ( )arg vFase G= (1.49) As Fig. 19 e Fig. 20 apresentam os diagramas de Bode de ganho e argumento para a planta analisada. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 60 40 20 0 20 dB f(Hz) Fig. 19 - Diagrama de Bode (ganho) da FTLA da planta. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 200 150 100 50 0 Arg f(Hz) Fig. 20 - Diagrama de Bode (argumento) da FTLA da planta. Em princípio considera-se que o ganho do compensador é unitário e obtém-se a resposta do sistema em malha aberta. ( ) ( ) ( )v v vFTLA s C s G s k= (1.50) onde: 6283 ( ) z v s s C s k s s ω+ + = = (1.51) A Fig. 21 e Fig. 22 apresentam o comportamento do ganho (dB) e da fase em função da freqüência para a função de transferência de laço aberto (FTLA) com ganho unitário para o compensador. Por este gráfico percebe-se que deve-se aumentar o ganho proporcional pois deseja-se uma freqüência de cruzamento de 1kHz.
  • 11. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 50 0 50 100 dB f(Hz) Fig. 21 - Diagrama de Bode (ganho) da FTLA da planta em conjunto com o compensador com o ganho unitário. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 180 160 140 120 100 80 Arg f(Hz) Fig. 22 - Diagrama de Bode (argumento) da FTLA da planta em conjunto com o compensador com o ganho unitário. O ganho da FTLA na freqüência de cruzamento é: ( ) 15,045cFTLA f dB= − (1.52) ( ) 20 10 5,653 cFTLA f ik − = = (1.53) Assim, o compensador para a malha de tensão fica definido. A Fig. 23 e Fig. 24 apresentam o diagrama de Bode para a FTLA com o compensador projetado. Observa-se que a freqüência de cruzamento ficou em 1kHz e a margem de fase do sistema ficou em torno de 48o , o que garante uma boa margem de estabilidade sem comprometer muito a resposta dinâmica do sistema. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 50 0 50 100 dB f(Hz) Fig. 23 - Diagrama de Bode (ganho) da FTLA da planta em conjunto com o compensador projetado. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 180 160 140 120 100 80 Arg f(Hz) Fig. 24 - Diagrama de Bode (argumento) da FTLA da planta em conjunto com o compensador projetado. Agora, analisa-se a função de transferência de laço fechado (FTMF) dada pela equação . ( ) ( ) ( )1 v FTLA s FTMF s FTLA s k = + (1.54) A Fig. 25 e Fig. 26 apresentam a resposta em freqüência para a FTMF. Observa-se que o sistema possui uma faixa de freqüências em que o ganho é constante e igual ao ganho da malha de realimentação. Observa-se também que o sistema possui uma característica de filtro passa baixa.
  • 12. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 10 0 10 20 30 dB f(Hz) - Fig. 25 - Diagrama de Bode (ganho) da FTMF da planta em conjunto com o compensador projetado. 0.1 1 10 100 1.10 3 1.10 4 1.10 5 200 150 100 50 0 Arg f(Hz) Fig. 26 - Diagrama de Bode (argumento) da FTMF da planta em conjunto com o compensador projetado. VIII. RESULTADOS DE SIMULAÇÃO. Nesta seção são apresentados os resultados de simulação obtidos utilizando-se os controladores descritos na seção anterior. A simulação do sistema foi realizada implementando-se no MATLAB o modelo instantâneo do sistema obtido na seção V. A Fig. 27 mostra a resposta do sistema frente a uma variação de 50% da carga nominal, nas suas condições nominais de projeto (Tabela 1), utilizando-se o controlador no modo de tensão. Como pode ser visto, o sistema apresenta uma variação de cerca de 5V na tensão de saída, entrando em regime novamente após 20ms. Esta resposta já pode atender a diversas aplicações. Caso se deseje uma variação menor da tensão de saída, durante variações de carga, pode-se trabalhar com um controlador mais lento. Outra perturbação possível que deve ser observada é o caso de um degrau na tensão de entrada. A Fig. 28 mostra o comportamento do sistema para uma variação de 180V para 200V. Deve ser observado que apesar da amplitude da oscilação ser grande, variações dessa magnitude ocorrem muito lentamente na prática, devido a presença de um capacitor de entrada. Tabela 1 - Parâmetros utilizados na simulação. VIN 180V Vout -48V D 0,211 L 440µH C 100µF Fs 100kHz A última variável a ser analisada é o comportamento do sistema para variações da referência. A realização de tal situação é mostrada na Fig. 29. Pode-se perceber que a dinâmica da tensão de saída é rápida (≅10ms) sem praticamente nenhum sobresinal. 0 0.02 0.04 0.06 -50 -45 0 0.02 0.04 0.06 0 5 0 0.02 0.04 0.06 0.2 0.22 0 0.02 0.04 0.06 0.02 0.04 0.06 Vout(V) Iout(A) d 1/r0 Fig. 27 – Resposta do sistema frente a variações de carga, utilizando-se o controle no modo de tensão. Os resultados aqui apresentados atendem a muitas aplicações. Tem-se a possibilidade ainda de diminuir-se as oscilações na tensão de saída, produzidas principalmente durante variações bruscas de carga (que são comuns na prática), ao custo de um aumento no tempo de resposta do sistema. Em aplicações onde tanto um pequeno tempo de resposta como um pequeno valor no sobresinal da tensão de saída são essenciais, deve-se procurar outras alternativas de controle, onde tanto a corrente quanto a tensão são realimentadas.
  • 13. 0 0.02 0.04 0.06 -50 -45 0 0.02 0.04 0.06 0 5 0 0.02 0.04 0.06 0.2 0.22 0 0.02 0.04 0.06 180 200 Vout(V) Iout(A) d Vin Fig. 28 – Resposta do sistema frente a variações da tensão de entrada. 0 0.02 0.04 0.06 -60 -40 -20 0 0.02 0.04 0.06 0 5 0 0.02 0.04 0.06 0.1 0.2 0.3 0 0.02 0.04 0.06 2 3 4 5 Vout(V) Iout(A) d Vref Fig. 29 – Comportamento do sistema frente a variações na referência. Um controle possível, bastante utilizado é o controle em modo de corrente. Neste tipo de controle, existem duas malhas de controle. A mais externa é a malha de tensão, que produz um sinal de referência para a malha mais interna (malha de corrente). 0 0.005 0.01 0.015 0.02 -48.2 -48 -47.8 0 0.005 0.01 0.015 0.02 150 200 0 0.005 0.01 0.015 0.02 3 3.1 3.2 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.2 0.25 0 0.005 0.01 0.015 0.02 2.6 2.8 3 Vout(V) Iout(A) d Vin(V) Cv Fig. 30 – Resposta do sistema para variações da tensão de entrada, no modo de controle de corrente. 0 0.005 0.01 0.015 0.02 -50 -48 -46 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.02 0.04 0.06 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0 2 4 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.2 0.22 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0 2 4 Vout(V) Iout(A) d 1/r0 Cv Fig. 31 – Comportamento do sistema para variação da carga.
  • 14. A Fig. 30 apresenta a resposta do sistema para variações da tensão de entrada. Pode-se perceber que o tempo de resposta é bem inferior ao obtido na seção anterior (≅1ms), bem como a variação da tensão de saída (<0,2V). Entretanto, para variações de carga, o sistema ainda apresenta uma variação considerável na tensão de saída. O tempo de resposta é em torno de 1ms. 0 1 2 3 -52 -51 -50 -49 -48 -47 -46 -45 x1 x2 -0,5 3,5 Vn R = 19,2 ΩR = 38,4 Ω q=1 q=0 Fig. 32 – Plano de fases das duas etapas de operação. 0 1 2 3 -52 -51 -50 -49 -48 -47 -46 -45 R = 38,4 Ω R =19,2 Ω Vref x1 x2 Fig. 33 – Resposta em malha aberta. 0 1 2 3 -52 -51 -50 -49 -48 -47 -46 -45 R = 38,4 Ω R =19,2 Ω Vref x1 x2 Fig. 34 – Resposta com o controle no modo de tensão. 0 1 2 3 -52 -51 -50 -49 -48 -47 -46 -45 R = 38,4 Ω R =19,2 Ω Vref x1 x2 Fig. 35 – Resposta com o controle no modo de corrente. IX. ANÁLISE NO ESPAÇO DE ESTADOS. Analisando-se a resposta do conversor buck-boost no plano de fases permite comparar o desempenho do sistema e do controlador frente aos distúrbios e onde pode-se concluir visivelmente a significativa melhora na resposta do sistema quando em malha fechada. Na Fig. 32 tem-se o comportamento da planta quando q(t) = 0 e q(t) = 1. As velocidades e as fases concordam com o esperado pela análise teórica. Em conjunto traça-se ainda as duas curvas de equilíbrios para o degrau de carga aplicado. Assim quando se fizer as simulações do sistema ter-se-á uma trajetória de um ponto de equilíbrio sobre a curva R0 = 19,2Ω até a curva R0 = 38,4Ω. Na Fig. 33 tem-se a resposta do sistema para um degrau de carga de 50% em malha aberta. Pode-se perceber que o sistema apresenta uma grande oscilação e uma atenuação pequena quando comparada aos resultados em malha fechada. A Fig. 34 apresenta o comportamento da planta com a inserção do controle no modo tensão. Percebe-se que o sistema tornou-se mais rápido do que em resposta em malha aberta, porém, possui ainda oscilações e grande variação na tensão de saída. Pode-se melhorar, ainda, o desempenho do sistema ajustando-se o controlador por simulações sucessivas. A Fig. 35 mostra a resposta do sistema com o controle no modo corrente. Este controlador foi o de melhor resposta dinâmica pois possui menor sobresinal e menor tempo de acomodação. Isto pode ser facilmente notado pelos planos de fase. X.CONCLUSÃO Observa-se durante o trabalho todo o procedimento necessário para se realizar adequadamente o controle de um conversor buck-boost com uma visão global.
  • 15. Primeiramente faz-se o estudo do comportamento dinâmico do conversor em suas etapas de operação. Analisa-se a resposta dinâmica em cada uma das etapas e levanta-se as equações de estado correspondentes a cada uma delas. A partir deste estudo obtém-se um modelo dinâmico não linear no espaço de estados médio. A partir deste modelo dinâmico não linear lineariza-se o sistema em um ponto de operação obtendo suas funções de transferência a fim de projetar um controlador para atender as especificações desejadas. Após o projeto do compensador deve-se avaliar o desempenho deste frente aos diferentes distúrbios. Neste trabalho abordou-se dois esquemas de controle: modo de tensão e modo de corrente. Ambos os esquemas de controle apresentaram uma boa resposta. Porém o controle no modo de corrente foi o de melhor desempenho como pode ser visto nas Fig. 33, Fig. 34 e Fig. 35. Percebe-se que a saturação restringe a resposta dinâmica do controlador. Em determinadas instâncias para se aumentar a velocidade de resposta do sistema dever-se-á alterar os próprios parâmetros do conversor. Outro detalhe importante é sobre a validade matemática das expressões obtidas no espaço de estados médios, cabe aqui ressaltar que as preposições assumidas são verdadeiras apenas enquanto, no domínio da freqüência, estiver-se trabalhando com freqüências inferiores a metade da freqüência de comutação. Isto acaba por ser uma limitação do controlador. Um próximo passo seria o estudo de projeto de controladores utilizando técnicas como Sliding Mode Control ou Lyapunov [4-5]. XI. BIBLIOGRAFIA [1] BARBI, IVO. “Projetos de Fontes Chaveadas”, [2] VERGHESE, GEORGE. C., TAYLOR, DAVID G., JAHNS, THOMAS M., DONKER, RIK, “The Control Handbook”, cap 78 – Power Electronics Control, CRC Press, Inc., 1996. [3] DIXON, LLOYD. Average Current Mode Control of Switching Power Supplies. Application Note U-140. Unitrode. http://www.ti.com . [4] KAWASAKI, N., NOMURA H. E MASUHIRO, M.. A New Control Law of Bilinear DC-DC Converters Developed by Direct Application of Lyapunov. IEEE Transactions on Power Eletronics, Vol. 10, no 3, Maio, 1995. [4] MALESANI, L., ROSSETO, G. E TENTI P.. Performance Optimization of Cuk Converters by Sliding-Mode Control. IEEE Transactions on Power Eletronics, Vol. 10, no 3, Maio, 1995.