A formação de edema ocorre quando há desequilíbrio entre as pressões hidrostática e oncótica nos capilares, fazendo com que o líquido se acumule no espaço entre as células (interstício). A pressão hidrostática empurra o líquido para fora dos vasos enquanto a pressão oncótica das proteínas no plasma atrai o líquido de volta. Quando essa dinâmica é alterada, por exemplo, por aumento da pressão hidrostática, queda da pressão oncótica ou obstrução linfática
1. Fisiopatologia do edema
Pressão hidrostática e oncótica dos capilares
Na microcirculação, existe um conjunto de forças que promove a passagem de liquido
entre os vasos sanguíneo e o interstício (espaço entre as células), e do interstício de
volta para os vasos sanguíneos.
A pressão hidrostática, é a pressão exercida pela presença física do líquido (sangue)
que se encontra maior, dentro dos vasos sanguíneos. Se apenas existisse a presença de
pressão hidrostática, existiria um edema contínuo, com perda constante de líquido
para o interstício. Então, à medida que que o liquido (plasma) sai dos vasos sanguíneos
para o interstício, as proteínas no sangue aumentam, exercendo uma força de atração
da água para dentro do vaso sanguíneo – pressão oncótica.
Quando o sangue chega à porção arteriolar do capilar, a pressão hidrostática no vaso é
superior à pressão oncótica, o que contribui para o extravasamento de líquido para o
interstício. Na porção venular do capilar, a pressão hidrostática diminui muito, pois
muito liquido saiu do capilar, e a pressão oncótica aumenta o que faz com que o
liquido retorne ao vaso sanguíneo, evitando a acumulação de liquido no interstício. A
pequena acumulação é reabsorvida pelos vasos linfáticos.
2. Pressão hidrostática e oncótica do interstício
A pressão hidrostática do interstício faz voltar o líquido para os vasos sanguíneos, a pressão
oncóticado interstícioatrai o liquido para o interstício. Existe uma correlação muito dinâmica
dos líquidosque entrame saemdointerstício.Emsituações fisiológicas normais, não existem
acumulaçõesde líquidos,umavezque,apouca quantidade de liquidoque nãoé reabsorvida,é
drenada pelos vasos linfáticos.
Pressão hidrostática = pressão exercida pela passagem do sangue no vaso, esta favorece a
saída de líquidos do meio intravascular (vasos sanguíneos) para o interstício (espaço entre as
células).
Pressão oncótica = pressão exercidapelasproteínasplasmáticaspresentesnosangue, esta faz
com que o líquido permaneça no ou entre para o meio intravascular (vasos sanguíneos).
Forças que regulam a entrada e saída de água e eletrólitos de um compartimento para o
outro:
- pressão hidrostática
- pressão oncótica das proteínas
- permeabilidade da parede capilar
- osmolaridade intra e extracelular
- fluxo linfático
Quandoo líquidoacumuladonointerstícionãoé reabsorvidopelosvasoslinfáticos,forma-se o
edema.
Edema
É a acumulação anormal e excessiva de líquido no espaço intersticial. Resulta de um
desequilíbrio das pressões hidrostática e oncótica.
As suas causas podem ser várias:
- aumento da pressão hidrostática capilar: quando essa pressão aumenta, ocorre saída
excessiva de líquido do vaso sanguíneo, situação comum em estados de hipertensão e
drenagemvenosadefeituosa.Existe maiorsaídade líquidopara o interstício, provocando uma
acumulação deste.
- diminuição das proteínas plasmáticas (diminuição da pressão oncótica): a redução da
pressão oncótica provoca a acumulação do líquido intersticial. Essa variação da pressão
oncóticaé determinadapeladiminuiçãodaquantidade de proteínasplasmáticas presentes no
3. sangue. A redução da concentração de proteínas pode ser pela insuficiência da produção de
proteínas ou pelo vazamento dessas proteínas do plasma para o interstício.
- aumento da permeabilidade capilar: o aumento da permeabilidade capilar é causado pela
resposta imunitária a bactérias, toxinas e pela libertação de produtos imunes, e pelas
queimaduras,inflamações,isquemiaprolongadae deficiência de vitaminas, principalmente a
C.
- bloqueiodoretorno linfático: se a funçãode drenagem dos líquidos estiver comprometida,
pode surgiro edema.Esse quadro é observado, por exemplo, em casos de obstrução das vias
linfáticas ou inexistência de vasos linfáticos suficientes.
- retenção de sódio: quando o rim não consegue excretar as quantidade adequadas e
necessárias de sódio, este acumula-se no interstício provocando um aumento da pressão
oncótica e uma acumulação grave de liquido intersticial.
Resumindo, existem categorias fisiopatologicas que originam o edema:
- pressão hidrostática aumentada
- pressão osmótica plasmática reduzida
- obstrução linfática
- retenção de sódio
- aumento da permeabilidade capilar