O documento descreve os principais componentes do sistema circulatório e como o fluxo sanguíneo e a pressão arterial são regulados. Os vasos sanguíneos, incluindo artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias, transportam o sangue e podem se contrair ou dilatar para controlar o fluxo local de acordo com as necessidades dos tecidos. O coração bombeia sangue em resposta à demanda dos tecidos, enquanto os sistemas nervoso e hormonal ajudam a regular a pressão arterial de forma independente do fluxo
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
Tutorial 2 parte 1 - 104.docx.pdf
1. CONTROLE DO FLUXO SANGUÍNEO E DA PRESSÃO ARTERIAL
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA CIRCULAÇÃO
Artérias: transportar sangue sob alta pressão para os tecidos. Por esse motivo, têm fortes paredes
vasculares e nelas o sangue flui em alta velocidade
Arteríolas: pequenos ramos finais do sistema arterial que agem como CONDUTOS DE CONTROLE pelos quais o
sangue é liberado para os capilares. Forte parede muscular, capaz de ocluir completamente os vasos ou
dilatá-los: dessa forma altera o fluxo sanguíneo
Capilares: onde ocorre a DIFUSÃO: troca de líquidos, nutrientes, eletrólitos, hormônios entre sangue e
líquido intersticial. Paredes finas e com numerosos poros capilares minúsculos
Vênulas: coletam o sangue dos capilares e de forma gradual formam veias progressivamente maiores
Veias: condutos para o transporte de sangue das vênulas de volta ao coração. Paredes finas devido a
pouca pressão do sistema venoso, mesmo assim são suficientemente musculares para se contrair e
expandir, agindo como reservatório controlável
As áreas de secção transversa das veias são muito maiores do que as das artérias, em média cerca de
quatro vezes maiores que suas correspondentes.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FUNÇÃO CIRCULATÓRIA
O FLUXO SANGUÍNEO NA MAIORIA DOS TECIDOS É CONTROLADO SEGUNDO A NECESSIDADE DOS TECIDOS
Quando os tecidos estão ativos, precisam de grande incremento do suprimento de nutrientes e,
portanto, de fluxo sanguíneo muito maior — ocasionalmente até 20 a 30 vezes o de repouso.
Ainda assim, o coração nas condições normais não pode aumentar seu débito por mais que 4 a 7 a
sete vezes maior que os dos valores de repouso.
Assim, não é possível simplesmente elevar o fluxo sanguíneo em todas as partes do corpo, quando um
tecido particular demanda fluxo aumentado.
Em vez disso, os MICROVASOS EM CADA TECIDO MONITORAM, de modo contínuo, as necessidades teciduais, tais como a
disponibilidade de oxigênio e de outros nutrientes e o acúmulo de dióxido de carbono e outros produtos
do metabolismo.
Esses microvasos, agem diretamente nos vasos sanguíneos locais, dilatando-os ou contraindo-os para
controlar o fluxo sanguíneo local de forma precisa e até o nível necessário para a atividade do tecido.
O DÉBITO CARDÍACO É A SOMA DE TODOS OS FLUXOS LOCAIS DOS TECIDOS
Depois de fluir por um tecido, o sangue retorna, de imediato, pelas veias para o coração. Este
responde, de forma automática, ao aumento da chegada de sangue, bombeando-o imediatamente de
volta para as artérias. Assim, o coração age como autômato, respondendo às demandas dos tecidos.
Entretanto, com frequência precisa de auxílio na forma de sinais nervosos especiais que o fazem
bombear a quantidade necessária de fluxo sanguíneo
A REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL É GERALMENTE INDEPENDENTE DO FLUXO SANGUÍNEO LOCAL OU DO DÉBITO CARDÍACO
O sistema circulatório tem sistema extensivo de controle da pressão sanguínea arterial
Os sinais nervosos agem especialmente:
❖ Aumentando a força do bombeamento cardíaco
❖ Causando constrição dos grandes reservatórios venosos, para levar mais sangue para o coração
❖ Ocasionando constrição generalizada das arteríolas em muitos tecidos, de modo que maior
quantidade de sangue se acumula nas grandes artérias, aumentando a pressão arterial
2. BIOFÍSICA DA PRESSÃO ARTERIAL
FLUXO SANGUÍNEO
O fluxo sanguíneo por um vaso é determinado por dois fatores:
❖ A diferença de pressão sanguínea entre as duas extremidades do vaso, também por vezes
referida como “gradiente de pressão” ao longo do vaso, que impulsiona o sangue pelo vaso
❖ O impedimento ao fluxo sanguíneo pelo vaso, ou resistência vascular
O fluxo sanguíneo total na circulação de adulto em repouso é de cerca de 5.000 mL/min
Débito cardíaco = quantidade de sangue bombeada pelo coração para a aorta, a cada minuto
FLUXO LAMINAR
Sangue flui de forma estável por vaso sanguíneo longo e uniforme, ele se organiza em linhas de
corrente, com camadas de sangue equidistantes da parede do vaso
A velocidade do fluxo pelo centro do vaso é muito maior que próximo às paredes. O perfil parabólico
ocorre porque as moléculas de líquido que tocam a parede se movem lentamente, em virtude da
aderência com o endotélio
FLUXO TURBULENTO
Sangue correndo em todas as direções do vaso e se misturando continuamente em seu interior
Quando a intensidade do fluxo sanguíneo é muito elevada, ou quando o sangue passa por obstrução no
vaso, por ângulo fechado ou por superfície áspera, o fluxo pode ficar turbulento ou desordenado.
Fluxo turbulento significa que o sangue flui na direção longitudinal e na direção perpendicular,
geralmente formando redemoinhos
NUMERO DE REYNOLDS
RESISTÊNCIA AO FLUXO SANGUÍNEO
O fluxo sanguíneo é diretamente proporcional à quarta potência do raio do vaso, o que mostra mais
uma vez que o diâmetro do vaso (que corresponde a duas vezes o raio) é muito mais importante que
todos os demais fatores na determinação de seu fluxo sanguíneo.
3. RESISTÊNCIA AO FLUXO SANGUÍNEO EM CIRCUITOS VASCULARES EM SÉRIE OU EM PARALELO
As artérias, as arteríolas, os capilares, as vênulas e as veias estão coletivamente dispostos em série=
fluxo por cada vaso é o mesmo, resistência total ao fluxo sanguíneo é igual à soma das resistências de
cada vaso
Os vasos sanguíneos se ramificam extensamente, formando circuitos paralelos que irrigam muitos
órgãos e tecidos do corpo com sangue. Essa disposição em paralelo permite que cada tecido regule seu
próprio fluxo sanguíneo em grande parte de modo independente do fluxo por outros tecidos
Pode parecer paradoxal que a adição de vasos sanguíneos a um circuito reduza a resistência vascular
total. Muitos vasos sanguíneos paralelos, no entanto, facilitam o fluxo de sangue pelo circuito, porque
cada um representa nova via, ou condutância, para o fluxo sanguíneo
A condutância total para o fluxo sanguíneo é a soma das condutâncias de cada via paralela
OBS: A amputação de membro ou a remoção cirúrgica de um rim também remove um circuito paralelo
e reduz a condutância vascular e o fluxo sanguíneo total (débito cardíaco), enquanto aumentam a
resistência vascular periférica total
EFEITO DO HEMATÓCRITO E DA VISCOSIDADE DO SANGUE SOBRE A RESISTÊNCIA VASCULAR E O FLUXO SANGUÍNEO
Quanto maior a VISCOSIDADE, menor é o fluxo pelo vaso, se todos os demais fatores permanecerem
constantes
Viscosidade do sangue normal é cerca de três vezes maior que a da água
O que torna o sangue tão viscoso? -> número de eritrócitos em suspensão, cada um exercendo forças
friccionais contra células adjacentes e contra a parede do vaso sanguíneo
Se uma pessoa tem HEMATÓCRITO de 40, isso significa que 40% de seu volume sanguíneo são formados por
células e o restante consiste em plasma. Homens adultos 42, mulheres 38
EFEITOS DA PRESSÃO SOBRE A RESISTÊNCIA VASCULAR E O FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAL
O efeito da pressão arterial sobre o fluxo sanguíneo em muitos tecidos é, em geral, bem menor que o
que se poderia esperar. Isso ocorre porque o aumento da pressão arterial não aumenta só a força que
impulsiona o sangue pelos vasos, mas ao mesmo tempo inicia aumentos compensatórios da resistência
vascular em poucos segundos pela ativação dos mecanismos de controle locais
A capacidade de cada tecido de ajustar sua resistência vascular e de manter o fluxo sanguíneo normal
durante alterações na pressão arterial entre cerca de 70 e 175 mmHg é denominada AUTORREGULAÇÃO
Variações do fluxo sanguíneo podem ser causadas por forte estimulação simpática, que contrai os
vasos sanguíneos. Da mesma maneira, hormônios vasoconstritores, tais como norepinefrina,
angiotensina II, vasopressina ou endotelina, podem também reduzir o fluxo sanguíneo, pelo menos
transitoriamente.
A razão da relativa constância do fluxo sanguíneo é que os mecanismos autorregulatórios locais de
cada tecido, eventualmente, superam a maior parte dos efeitos vasoconstritores, de maneira a prover
fluxo sanguíneo apropriado às demandas do tecido.