SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
Fundamentos Econômicos
da Educação
Autores
	 Marcos Antônio de Oliveira
	 Sérgio Aguilar Silva
2.a
edição
2008
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.videoaulasonline.com.br
© 2005-2007 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.
O48 Oliveira, Marcos Antônio de; Silva, Sérgio Aguilar. / Funda-
mentos Econômicos da Educação. / Marcos Antônio de
Oliveira; Sérgio Aguilar Silva. 2 ed. rev. — Curitiba : IESDE
Brasil S.A. , 2008.
136 p.
ISBN: 85-7638-378-0
1. Administração da educação. 2. Gestão Escolar. I. Silva, Sérgio
Aguilar. II. Título.
CDD 379
Todos os direitos reservados.
IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel
80730-200 • Curitiba • PR
www.iesde.com.br
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.videoaulasonline.com.br
Sumário
Objetivos e métodos de estudo da relação entre economia e educação................................5
O ser humano como um ser social............................................................................................................6
As organizações sociais se alteram de acordo com a maneira de produzir a riqueza...............................7
Modo de produção ...................................................................................................................................7
As relações entre a economia no escravismo e a educação..................................................13
O modo de produção escravista greco-romano........................................................................................13
O modo de produção escravista e a educação..........................................................................................15
A economia feudal e a educação...........................................................................................19
Origens do trabalho servil.........................................................................................................................19
Trabalho, economia e produção................................................................................................................20
O modo de produção feudal e a educação................................................................................................21
Tempos de mudança: a crise do feudalismo, a origem da ciência econômica
e a inclusão do conhecimento científico aos processos produtivos.......................................25
Melhoria nas técnicas agrícolas e aumento vegetativo da população.......................................................25
As cruzadas...............................................................................................................................................26
O renascimento comercial e urbano ........................................................................................................26
O capitalismo e a incorporação da ciência aos processos produtivos.....................................29
A escola capitalista ou escola para todos..................................................................................................31
O fordismo keynesiano ........................................................................................................35
O fordismo keynesiano e a educação ...................................................................................41
A teoria do desenvolvimento................................................................................................47
Do que tratam as teorias do desenvolvimento econômico?......................................................................47
A economia colonial.................................................................................................................................48
O processo de desenvolvimento...............................................................................................................50
Teorias de fundo marginalista...................................................................................................................51
Teorias de fundo marxista.........................................................................................................................54
Conclusões................................................................................................................................................57
A teoria do capital humano...................................................................................................59
Capital humano na história.......................................................................................................................59
A teoria do capital humano na vertente americana – Schultz...................................................................60
A teoria do capital humano na atualidade.................................................................................................61
O toyotismo e suas conseqüências sobre a formação da mão-de-obra ................................63
A crise do fordismo...................................................................................................................................63
O toyotismo..............................................................................................................................................66
O toyotismo, a financerização do mundo e a globalização.......................................................................67
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.videoaulasonline.com.br
O toyotismo: qualificação ou competência?.........................................................................73
A qualificação no toyotismo.....................................................................................................................73
Nova forma de conhecimento exigido pelo toyotismo.............................................................................76
Da qualificação à competência.................................................................................................................78
As recomendações das agências financeiras multilaterais (BID e Bird) para a educação....83
O que são “agências multilaterais de desenvolvimento”..........................................................................83
As políticas propostas pelas agências para a educação............................................................................84
As recomendações do Bird.......................................................................................................................85
As recomendações da Cepal.....................................................................................................................86
As propostas do BID ................................................................................................................................88
Para concluir: os interesses e o modelo de escola definido pela economia..............................................89
A situação fiscal do Estado brasileiro, a reestruturação produtiva e a educação..................91
A condição fiscal do Estado brasileiro .....................................................................................................91
A reestruturação produtiva no Brasil........................................................................................................94
A situação do trabalho no Brasil...............................................................................................................100
Considerações finais.................................................................................................................................104
A educação no Brasil nos anos 90: o desenvolvimento das políticas públicas
de educação e a adequação ao mundo produtivo...................................................................107
As políticas implementadas na década de 1990.......................................................................................107
A nova LDB – Lei 9.394/96.....................................................................................................................108
Aprovação das DCNs e PCN....................................................................................................................109
A reforma do Ensino Médio.....................................................................................................................110
A reforma do ensino universitário e formação de professores.................................................................111
A centralidade ao ensino básico................................................................................................................112
O que é e como funciona o Fundef...........................................................................................................112
O modelo de gestão empresarial na educação:a escola vista como uma empresa.................... 119
A LDB e a transformação da escola em empresa.....................................................................................119
A adoção do novo modelo gerencial na educação pública no Paraná e seu sentido.................................121
Referências............................................................................................................................129
Anotações..............................................................................................................................133
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.videoaulasonline.com.br
A teoria do
capital humano
C
om base nas mudanças que atualmente estão ocorrendo no mundo e a cons-
tante queda na forma keynesiana da gestão do Estado, há uma tendência de
supervalorizar o potencial humano, enquanto indivíduo, como o fator de
desenvolvimento das nações. Em geral, qualquer pessoa que já tenha vivido pelo
menos uma década já ouviu falar que o “futuro do país” está na educação.
É evidente que uma nação tem que possuir e investir em um povo educa-
do, que tenha acesso à escola e ao conhecimento elaborado. Entretanto, no mo-
mento atual, a forma de produzir a riqueza vem exigindo das pessoas, que estas
se responsabilizem por sua própria sorte, por sua inserção no mundo. Assim, as
mudanças econômicas exigem um novo paradigma de pensamento na área, para
justificar as mudanças nas vidas das pessoas.
Esta nova teoria é a teoria do capital humano. Como veremos, tem raízes
históricas profundas, mas está sendo tomada neste momento sob uma determi-
nada ótica, uma ótica que justifica o atual momento da economia. Para demons-
trar isso, faremos uma análise retrospectiva de como esse conceito foi proposto
e chegou aos nossos dias. Após, demonstraremos e analisaremos como o mesmo
é utilizado atualmente no mundo e no Brasil. Em nosso entender, compreender
isso é fundamental para entender as idéias de educação e as políticas educacionais
atualmente vigentes.
Capital humano na história
A teoria do capital humano é desenvolvida a partir de pressupostos econômi-
cos, nos quais a educação do ser humano representa um investimento importante
para o desenvolvimento econômico da sociedade. Essa forma de pensar a educação
busca justificar a sua teoria em Aristóteles1
, quando afirma que o princípio do inves-
timento na educação era a melhor providência para os dias de velhice.
ParaoeconomistainglêsWilliamPetty(1623-1687),umserhumanoquepossui
qualificação, consegue realizar mais trabalhos do que muitos seres humanos que não
possuem nenhuma qualificação. Para esse economista, a grandeza e a glória de uma
nação não dependem do tamanho de seu território, mas do tamanho da qualificação
de seus recursos humanos que são muito mais importantes de que os naturais.
No início do século XIX, um outro economista, Thomas Robert Malthus
(1766-1834), um dos principais nomes da economia clássica, atribuiu a falta de
educação às excessivas taxas de crescimento demográfico e a pobreza generaliza-
da reinante naquela época. Para esse economista inglês, o retorno do investimento
em educação de uma pessoa é tão grande que permite a educação de outras. Por 1Filósofo grego que viveu
no século IV a. C.
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.videoaulasonline.com.br
Fundamentos Econômicos da Educação
60
outro lado, os pais sem um mínimo de educação não têm condições de atender às
necessidades de educação de seus filhos, o que perpetua o círculo vicioso entre
pobreza e a falta de educação.
O também economista Adam Smith (1723-1790), escreveu em 1770, a obra
intitulada A Riqueza das Nações, na qual define o capital humano como um ca-
pital fixo que consiste na soma das habilidades de todos os habitantes ou membros
de uma sociedade, os quais contribuem para a valorização desse capital e para o
desenvolvimento dessa sociedade. Por isso, para o economista inglês, a educação
básica deveria ser generalizada e acessível a todos.
Para Karl Heinrich Marx (1818-1883), a educação desempenha um papel
fundamental no desenvolvimento político e econômico. A educação operária é
vista como um elemento importante de um programa de libertação dos trabalha-
dores de uma sociedade opressora, baseada em um modelo de produção centrali-
zador nas mãos de uma classe dominante – os capitalistas.
A teoria do capital humano
na vertente americana – Schultz
Entretanto, entre os defensores da teoria do capital humano existem altas taxas
de retorno do investimento na formação profissional e no capital humano que são
explicadas pela própria metodologia da teoria do capital humano, segundo a qual um
incremento marginal da qualificação do insumo ou do fator trabalho deveria gerar
um incremento marginal da produtividade e esta margem, por sua vez, deveria ser
repassada ao preço (remuneração) do insumo ou trabalho. Em um país como o Bra-
sil, em que o número de trabalhadores com educação fundamental básica é pequeno
e a média de remuneração do fator trabalho é baixa (um dos mais baixos salários
mínimos do mundo), qualquer incremento marginal sistemático da qualidade do
trabalho, por exemplo, por meio de rápidos treinamentos de 80 a 600 horas, causam
um incremento percentual (taxa de retorno) significativo, quando comparado com
os trabalhadores que não passaram por nenhum tipo de treinamento.
Embora a importância econômica atribuída aos aspectos ligados à formação
dos trabalhadores seja antiga, remontando à economia clássica, é com Theodoro
Schultz, na década de 1950, que a teoria do capital humano é alçada ao plano das
teorias do desenvolvimento e da equalização social. Esse professor da Universi-
dade de Chicago – EUA – publicou a obra Teoria do Capital Humano que lhe
rendeu o Prêmio Nobel de Economia em 1968.
Para os adeptos da teoria do capital humano, ela é basicamente uma ferra-
menta que permite levantar, tratar, analisar e interpretar informações a respeito do
potencial humano. Para a precisão na sua interpretação e utilização são necessá-
rios conhecimentos básicos de Matemática e Estatística Descritiva e Inferencial2
,
já que trabalha com taxas de retorno e relações custo – benefício. Ou seja, repre-
senta uma ferramenta para medir o valor de um determinado objeto, no caso, a
educação e a formação profissional. Se esse objeto não tem valor qualitativo, ou
2Ramos da Estatística,
ciência utilizada como
ferramenta para análise de
dados tanto nas ciências hu-
manas quanto naturais.
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.videoaulasonline.com.br
61
A teoria do capital humano
seja, valor social, político e cultural dentro da própria sociedade, necessita medir
seu valor quantitativo.
Nessa teoria, a educação aparece como o elemento essencial na potenciali-
zação da capacidade de trabalho para alcançar o desenvolvimento econômico. Os
investimentos em educação explicariam as diferenças dos estágios de desenvolvi-
mento entre os países e seriam capazes de reverter estas mesmas diferenças, além
de permitir a possibilidade do aprendizado individual.
Podemos notar, na maneira como essa teoria está sendo utilizada, uma forma
de fazer ver às pessoas que sua condição educacional é a responsável por sua situa-
ção. Assim, alguém é pobre ou rico porque estudou ou não. Da mesma maneira, uma
nação é rica ou não dependendo do estoque de conhecimento acumulado por ela.
Segundo essa teoria, por exemplo, o Brasil é pobre porque faltaram à sua população
condições de estudar e se capacitar para o desenvolvimento de sua economia.
A teoria do capital humano na atualidade
Hoje, podemos perceber a teoria do capital humano sendo utilizada por mui-
tas empresas na concepção e políticas para a formação profissional, haja vista que o
modo de produção atual está exigindo um novo tipo de trabalhador, como veremos
no próximo capítulo. Esta teoria tem-se adaptado às recentes redefinições do padrão
de trabalho, da internacionalização das formas de gestão da produção e da compe-
titividade, levando as empresas à adoção de programas de qualidade total e, para
alcançar esse objetivo, as empresas necessitam contar com o comprometimento dos
trabalhadores no processo produtivo, principalmente quando se trata da operação de
equipamentos sofisticados e de alta tecnologia. A mão-de-obra qualificada passou a
ganhar importância no atendimento às novas necessidades das empresas.
Nos últimos anos da década de 1990, a teoria do capital humano voltou a
contar com um certo prestígio, relacionando-se às práticas e aos debates que di-
zem respeito à segmentação do mercado de trabalho, à politecnia, à polivalência,
à flexibilização e à qualidade total. Políticas específicas de formação passaram a
ser adotadas seguindo os princípios de seletividade dos trabalhadores.
Essa forma de pensar a realidade, que percebe o investimento na educação
das pessoas como um dos mais rentáveis, contribuindo tanto para o desenvolvi-
mento dos países, quanto para o crescimento do próprio ser humano, proporcio-
nou uma rápida disseminação da teoria do capital humano, como aquela capaz de
solucionar os problemas das desigualdades entre países desenvolvidos e subdesen-
volvidos. Nos países latino-americanos e de Terceiro Mundo, a divulgação dessa
teoria coube a organismos internacionais (BID, BIRD, OIT, Unesco, FMI, Usaid,
Unicef) e regionais (Cepal, Cinterfor), que representam a visão e os interesses do-
minantes, de acordo com Frigotto (1999). O ajuste forçado do Brasil aos interesses
do grande capital tem sido motivado pelo Banco Mundial. Esse organismo tem
levado os países do Terceiro Mundo à redução ou anulação das suas obrigações
sociais, confirmando a tendência cada vez mais nítida de esvaziamento dos Esta-
dos Nacionais nos processos de desenvolvimento.
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.videoaulasonline.com.br
Fundamentos Econômicos da Educação
62
Nesse sentido, há um esvaziamento das políticas keynesianas de controle e
desenvolvimento das economias, que são cada vez mais substituídas por políticas
de cunho mais liberal. Dessa maneira, a teoria do capital humano pode hoje ser
entendida como uma das maneiras de concretização, na educação, das recomen-
dações do “Consenso de Washington”. Este prega a saída paulatina do Estados
Nacionais da economia, a abertura dos países ao comércio e aos fluxos financeiros
internacionais, bem como a adoção de políticas econômicas de cunho monetaris-
ta, que vêem no controle do câmbio3
e na taxa de juros a maneira da economia
integrar-se ao mundo globalizado, via entrada de capital estrangeiro. A educação,
nessa ótica, deve ser vista como maneira de adaptar as pessoas à economia. Para
isso, a teoria do capital humano serve, uma vez que joga para a qualificação das
pessoas a capacidade desta obter renda e, conseqüentemente, fazer um país cres-
cer economicamente.
No próximo capítulo, observaremos como está o processo de crise do mode-
lo fordista para verificar, como a teoria do capital humano é hoje utilizada como
um dos mecanismos apontados como solução para esta crise e a consolidação de
uma nova organização da produção, o toyotismo ou pós-fordismo. Assim, podere-
mos entender definitivamente os fundamentos econômicos das propostas educa-
cionais da atualidade, no Brasil.
1. 	 Atualmente, há toda uma estratégia das empresas e da mídia em geral, em dizer que “educação
é tudo”. O que querem dizer com isso?
2. 	 Você concorda que de fato “educação é tudo”? Por quê?
3Taxa de troca da moeda
nacional ou outras moe-
das estrangeiras.
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.videoaulasonline.com.br

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Manual saa seguranca_no_trabalho
Manual saa seguranca_no_trabalhoManual saa seguranca_no_trabalho
Manual saa seguranca_no_trabalhofcanico
 
37694528 apostila-seguranca-final-1
37694528 apostila-seguranca-final-137694528 apostila-seguranca-final-1
37694528 apostila-seguranca-final-1Daebul University
 
Manual De Recepção e Acessibilidade TuríSticos
Manual De Recepção e Acessibilidade TuríSticosManual De Recepção e Acessibilidade TuríSticos
Manual De Recepção e Acessibilidade TuríSticosScott Rains
 
Ufcd 6562 prevenção e controlo da infeção_princípios básicos a considerar na ...
Ufcd 6562 prevenção e controlo da infeção_princípios básicos a considerar na ...Ufcd 6562 prevenção e controlo da infeção_princípios básicos a considerar na ...
Ufcd 6562 prevenção e controlo da infeção_princípios básicos a considerar na ...Manuais Formação
 
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA (Barragem do Rio Guapiaçu)
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA (Barragem do Rio Guapiaçu)Relatório de Impacto Ambiental - RIMA (Barragem do Rio Guapiaçu)
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA (Barragem do Rio Guapiaçu)Viva Rio
 
Mecatronica apostila
Mecatronica apostilaMecatronica apostila
Mecatronica apostilaDalcioantonio
 
Apostila fruticultura
Apostila fruticulturaApostila fruticultura
Apostila fruticulturaRogger Wins
 
[Apostila] segurança e saúde no trabalho sesi
[Apostila] segurança e saúde no trabalho   sesi[Apostila] segurança e saúde no trabalho   sesi
[Apostila] segurança e saúde no trabalho sesiSolange Montosa
 
Guia atualizado de implementação da norma de sustentabilidade NBR 15401
Guia atualizado de implementação da norma de sustentabilidade NBR 15401Guia atualizado de implementação da norma de sustentabilidade NBR 15401
Guia atualizado de implementação da norma de sustentabilidade NBR 15401EcoHospedagem
 
Tricologia estudocabelos
Tricologia estudocabelosTricologia estudocabelos
Tricologia estudocabelosNarume Pina
 
Diagnóstico geral de gerenciamento de marca da empresa crcro
Diagnóstico geral de gerenciamento de marca da empresa crcroDiagnóstico geral de gerenciamento de marca da empresa crcro
Diagnóstico geral de gerenciamento de marca da empresa crcroJonatas Chaves
 

Mais procurados (16)

Manual saa seguranca_no_trabalho
Manual saa seguranca_no_trabalhoManual saa seguranca_no_trabalho
Manual saa seguranca_no_trabalho
 
37694528 apostila-seguranca-final-1
37694528 apostila-seguranca-final-137694528 apostila-seguranca-final-1
37694528 apostila-seguranca-final-1
 
Manual De Recepção e Acessibilidade TuríSticos
Manual De Recepção e Acessibilidade TuríSticosManual De Recepção e Acessibilidade TuríSticos
Manual De Recepção e Acessibilidade TuríSticos
 
Bo 04 06-2012-37 (1)
Bo 04 06-2012-37 (1)Bo 04 06-2012-37 (1)
Bo 04 06-2012-37 (1)
 
Ufcd 6562 prevenção e controlo da infeção_princípios básicos a considerar na ...
Ufcd 6562 prevenção e controlo da infeção_princípios básicos a considerar na ...Ufcd 6562 prevenção e controlo da infeção_princípios básicos a considerar na ...
Ufcd 6562 prevenção e controlo da infeção_princípios básicos a considerar na ...
 
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA (Barragem do Rio Guapiaçu)
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA (Barragem do Rio Guapiaçu)Relatório de Impacto Ambiental - RIMA (Barragem do Rio Guapiaçu)
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA (Barragem do Rio Guapiaçu)
 
14
1414
14
 
Mecatronica apostila
Mecatronica apostilaMecatronica apostila
Mecatronica apostila
 
Apostila fruticultura
Apostila fruticulturaApostila fruticultura
Apostila fruticultura
 
Apostila
ApostilaApostila
Apostila
 
[Apostila] segurança e saúde no trabalho sesi
[Apostila] segurança e saúde no trabalho   sesi[Apostila] segurança e saúde no trabalho   sesi
[Apostila] segurança e saúde no trabalho sesi
 
Guia atualizado de implementação da norma de sustentabilidade NBR 15401
Guia atualizado de implementação da norma de sustentabilidade NBR 15401Guia atualizado de implementação da norma de sustentabilidade NBR 15401
Guia atualizado de implementação da norma de sustentabilidade NBR 15401
 
Bo 11 07-2013-38
Bo 11 07-2013-38Bo 11 07-2013-38
Bo 11 07-2013-38
 
Tricologia estudocabelos
Tricologia estudocabelosTricologia estudocabelos
Tricologia estudocabelos
 
Profissões 2010 CIEE
Profissões 2010 CIEEProfissões 2010 CIEE
Profissões 2010 CIEE
 
Diagnóstico geral de gerenciamento de marca da empresa crcro
Diagnóstico geral de gerenciamento de marca da empresa crcroDiagnóstico geral de gerenciamento de marca da empresa crcro
Diagnóstico geral de gerenciamento de marca da empresa crcro
 

Destaque

Capital Humano - O Ativo mais relevante de um Empreendimento
Capital Humano - O Ativo mais relevante de um EmpreendimentoCapital Humano - O Ativo mais relevante de um Empreendimento
Capital Humano - O Ativo mais relevante de um Empreendimentoronaldo_de_castro_1970
 
O papel do capital humano
O papel do capital humanoO papel do capital humano
O papel do capital humanoLuisa Lamas
 
Joseph Schumpeter - Inovação e Desenvolvimento Tecnológico
Joseph Schumpeter - Inovação e Desenvolvimento TecnológicoJoseph Schumpeter - Inovação e Desenvolvimento Tecnológico
Joseph Schumpeter - Inovação e Desenvolvimento TecnológicoJuliana Maria Lopes
 
Trabalho Rio Preto da Eva
Trabalho Rio Preto da EvaTrabalho Rio Preto da Eva
Trabalho Rio Preto da Evagerluce
 
2015 - O CAPITAL HUMANO NO DESAFIO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA - ABRH CNI...
2015 - O CAPITAL HUMANO NO DESAFIO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA - ABRH CNI...2015 - O CAPITAL HUMANO NO DESAFIO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA - ABRH CNI...
2015 - O CAPITAL HUMANO NO DESAFIO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA - ABRH CNI...Marcio Guerra
 
Mapa conceptual capital humano
Mapa conceptual capital humano Mapa conceptual capital humano
Mapa conceptual capital humano Cecilia Moreno
 
Veja aqui o Referencial de Competências-Chave de Nível Secundário
Veja aqui o Referencial de Competências-Chave de Nível SecundárioVeja aqui o Referencial de Competências-Chave de Nível Secundário
Veja aqui o Referencial de Competências-Chave de Nível Secundáriocnoetz
 
Mapa conceptual capital humano
Mapa conceptual capital humanoMapa conceptual capital humano
Mapa conceptual capital humanocarmonantonio
 
Mapa Conceptual de Definición de Capital Humano
Mapa Conceptual de Definición de Capital HumanoMapa Conceptual de Definición de Capital Humano
Mapa Conceptual de Definición de Capital HumanoLuisa Ilidia Gomez Lopez
 
Capial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvênciaCapial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvênciakennyaeduardo
 
Mapa Conceptual Capital Humano, Maestría en Administración, Universidad Metro...
Mapa Conceptual Capital Humano, Maestría en Administración, Universidad Metro...Mapa Conceptual Capital Humano, Maestría en Administración, Universidad Metro...
Mapa Conceptual Capital Humano, Maestría en Administración, Universidad Metro...indhiraalonzo
 
Mapa conceptual CAPITAL HUMANO
Mapa conceptual CAPITAL HUMANOMapa conceptual CAPITAL HUMANO
Mapa conceptual CAPITAL HUMANOJOELVISBARCENAS
 
Teoria das relações humanas e comportamental
Teoria das relações humanas e comportamentalTeoria das relações humanas e comportamental
Teoria das relações humanas e comportamentalThales Guimaraes
 
Aula 4 capital intelectual
Aula 4 capital intelectualAula 4 capital intelectual
Aula 4 capital intelectualCarlos Alves
 

Destaque (20)

Aula 01 Capital Humano
Aula 01 Capital HumanoAula 01 Capital Humano
Aula 01 Capital Humano
 
Capital humano
Capital humanoCapital humano
Capital humano
 
Capital Humano - O Ativo mais relevante de um Empreendimento
Capital Humano - O Ativo mais relevante de um EmpreendimentoCapital Humano - O Ativo mais relevante de um Empreendimento
Capital Humano - O Ativo mais relevante de um Empreendimento
 
O papel do capital humano
O papel do capital humanoO papel do capital humano
O papel do capital humano
 
Joseph Schumpeter - Inovação e Desenvolvimento Tecnológico
Joseph Schumpeter - Inovação e Desenvolvimento TecnológicoJoseph Schumpeter - Inovação e Desenvolvimento Tecnológico
Joseph Schumpeter - Inovação e Desenvolvimento Tecnológico
 
Capital humano
Capital humanoCapital humano
Capital humano
 
High value HR slides Paul Kearns/IHRM keynote 11 jun14
High value HR slides Paul Kearns/IHRM keynote 11 jun14High value HR slides Paul Kearns/IHRM keynote 11 jun14
High value HR slides Paul Kearns/IHRM keynote 11 jun14
 
Trabalho Rio Preto da Eva
Trabalho Rio Preto da EvaTrabalho Rio Preto da Eva
Trabalho Rio Preto da Eva
 
2015 - O CAPITAL HUMANO NO DESAFIO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA - ABRH CNI...
2015 - O CAPITAL HUMANO NO DESAFIO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA - ABRH CNI...2015 - O CAPITAL HUMANO NO DESAFIO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA - ABRH CNI...
2015 - O CAPITAL HUMANO NO DESAFIO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA - ABRH CNI...
 
Mapa conceptual capital humano
Mapa conceptual capital humano Mapa conceptual capital humano
Mapa conceptual capital humano
 
Veja aqui o Referencial de Competências-Chave de Nível Secundário
Veja aqui o Referencial de Competências-Chave de Nível SecundárioVeja aqui o Referencial de Competências-Chave de Nível Secundário
Veja aqui o Referencial de Competências-Chave de Nível Secundário
 
Mapa conceptual capital humano
Mapa conceptual capital humanoMapa conceptual capital humano
Mapa conceptual capital humano
 
Mapa Conceptual de Definición de Capital Humano
Mapa Conceptual de Definición de Capital HumanoMapa Conceptual de Definición de Capital Humano
Mapa Conceptual de Definición de Capital Humano
 
Capial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvênciaCapial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvência
 
Mapa Conceptual Capital Humano, Maestría en Administración, Universidad Metro...
Mapa Conceptual Capital Humano, Maestría en Administración, Universidad Metro...Mapa Conceptual Capital Humano, Maestría en Administración, Universidad Metro...
Mapa Conceptual Capital Humano, Maestría en Administración, Universidad Metro...
 
Mapa conceptual CAPITAL HUMANO
Mapa conceptual CAPITAL HUMANOMapa conceptual CAPITAL HUMANO
Mapa conceptual CAPITAL HUMANO
 
Pedagogia tecnicista
Pedagogia tecnicistaPedagogia tecnicista
Pedagogia tecnicista
 
Teoria das relações humanas e comportamental
Teoria das relações humanas e comportamentalTeoria das relações humanas e comportamental
Teoria das relações humanas e comportamental
 
Orientações portfólio
Orientações   portfólioOrientações   portfólio
Orientações portfólio
 
Aula 4 capital intelectual
Aula 4 capital intelectualAula 4 capital intelectual
Aula 4 capital intelectual
 

Semelhante a Fundamentos Econômicos da Educação

EducacaoPosPandemia_v2.pdf
EducacaoPosPandemia_v2.pdfEducacaoPosPandemia_v2.pdf
EducacaoPosPandemia_v2.pdfCarlosDias182244
 
Empresa fictícia para trabalho de Administração
Empresa fictícia para trabalho de AdministraçãoEmpresa fictícia para trabalho de Administração
Empresa fictícia para trabalho de AdministraçãoPâmella Cavallini
 
Reflexões e recomendações sobre estratégias de combate à pobreza
Reflexões e recomendações sobre estratégias de combate à pobrezaReflexões e recomendações sobre estratégias de combate à pobreza
Reflexões e recomendações sobre estratégias de combate à pobrezaiicabrasil
 
Projeto de instalação de um Laticínio
Projeto de instalação de um Laticínio Projeto de instalação de um Laticínio
Projeto de instalação de um Laticínio Geiry Souza
 
Manual operacional de educação integral
Manual operacional de educação integralManual operacional de educação integral
Manual operacional de educação integralclaricewilcackpires
 
Manual industria ceramica
Manual industria ceramicaManual industria ceramica
Manual industria ceramicaEdson Souza
 
Manual industriaceramica sesi
Manual industriaceramica sesiManual industriaceramica sesi
Manual industriaceramica sesiPaulo H Bueno
 
Sumario final 1
Sumario final 1Sumario final 1
Sumario final 1BeefPoint
 
Apostilafruticultura 130326144050-phpapp01
Apostilafruticultura 130326144050-phpapp01Apostilafruticultura 130326144050-phpapp01
Apostilafruticultura 130326144050-phpapp01Alexandre Panerai
 
Apostila de higiene e segurança do trabalho
Apostila de higiene e segurança do trabalhoApostila de higiene e segurança do trabalho
Apostila de higiene e segurança do trabalhoSergio Silva
 
Direito aplicado a educacao
Direito aplicado a educacaoDireito aplicado a educacao
Direito aplicado a educacaotaismarquesm
 
Guia produtos
Guia produtosGuia produtos
Guia produtoscerpaso
 
Catálago nacional de cursos tecnólogos
Catálago nacional de cursos tecnólogosCatálago nacional de cursos tecnólogos
Catálago nacional de cursos tecnólogosFelipe Pereira
 
Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011
Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011
Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011ProjetoBr
 

Semelhante a Fundamentos Econômicos da Educação (20)

EducacaoPosPandemia_v2.pdf
EducacaoPosPandemia_v2.pdfEducacaoPosPandemia_v2.pdf
EducacaoPosPandemia_v2.pdf
 
Oficina qualificacaonasf
Oficina qualificacaonasfOficina qualificacaonasf
Oficina qualificacaonasf
 
Empresa fictícia para trabalho de Administração
Empresa fictícia para trabalho de AdministraçãoEmpresa fictícia para trabalho de Administração
Empresa fictícia para trabalho de Administração
 
Reflexões e recomendações sobre estratégias de combate à pobreza
Reflexões e recomendações sobre estratégias de combate à pobrezaReflexões e recomendações sobre estratégias de combate à pobreza
Reflexões e recomendações sobre estratégias de combate à pobreza
 
Projeto de instalação de um Laticínio
Projeto de instalação de um Laticínio Projeto de instalação de um Laticínio
Projeto de instalação de um Laticínio
 
Os 7 Cearás
Os 7 CearásOs 7 Cearás
Os 7 Cearás
 
Manual operacional de educação integral
Manual operacional de educação integralManual operacional de educação integral
Manual operacional de educação integral
 
Cpa 10
Cpa 10Cpa 10
Cpa 10
 
Manual industria ceramica
Manual industria ceramicaManual industria ceramica
Manual industria ceramica
 
Manual industriaceramica sesi
Manual industriaceramica sesiManual industriaceramica sesi
Manual industriaceramica sesi
 
Sumario final 1
Sumario final 1Sumario final 1
Sumario final 1
 
Apostilafruticultura 130326144050-phpapp01
Apostilafruticultura 130326144050-phpapp01Apostilafruticultura 130326144050-phpapp01
Apostilafruticultura 130326144050-phpapp01
 
Gerenciamento de padarias
Gerenciamento de padariasGerenciamento de padarias
Gerenciamento de padarias
 
Sht2009
Sht2009Sht2009
Sht2009
 
Apostila de higiene e segurança do trabalho
Apostila de higiene e segurança do trabalhoApostila de higiene e segurança do trabalho
Apostila de higiene e segurança do trabalho
 
Planejamento estratégico
Planejamento estratégicoPlanejamento estratégico
Planejamento estratégico
 
Direito aplicado a educacao
Direito aplicado a educacaoDireito aplicado a educacao
Direito aplicado a educacao
 
Guia produtos
Guia produtosGuia produtos
Guia produtos
 
Catálago nacional de cursos tecnólogos
Catálago nacional de cursos tecnólogosCatálago nacional de cursos tecnólogos
Catálago nacional de cursos tecnólogos
 
Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011
Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011
Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011
 

Último

Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...ArianeLima50
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxKtiaOliveira68
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 

Último (20)

Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
Cultura e Literatura indígenas: uma análise do poema “O silêncio”, de Kent Ne...
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 

Fundamentos Econômicos da Educação

  • 1. Fundamentos Econômicos da Educação Autores Marcos Antônio de Oliveira Sérgio Aguilar Silva 2.a edição 2008 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br
  • 2. © 2005-2007 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. O48 Oliveira, Marcos Antônio de; Silva, Sérgio Aguilar. / Funda- mentos Econômicos da Educação. / Marcos Antônio de Oliveira; Sérgio Aguilar Silva. 2 ed. rev. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2008. 136 p. ISBN: 85-7638-378-0 1. Administração da educação. 2. Gestão Escolar. I. Silva, Sérgio Aguilar. II. Título. CDD 379 Todos os direitos reservados. IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel 80730-200 • Curitiba • PR www.iesde.com.br Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br
  • 3. Sumário Objetivos e métodos de estudo da relação entre economia e educação................................5 O ser humano como um ser social............................................................................................................6 As organizações sociais se alteram de acordo com a maneira de produzir a riqueza...............................7 Modo de produção ...................................................................................................................................7 As relações entre a economia no escravismo e a educação..................................................13 O modo de produção escravista greco-romano........................................................................................13 O modo de produção escravista e a educação..........................................................................................15 A economia feudal e a educação...........................................................................................19 Origens do trabalho servil.........................................................................................................................19 Trabalho, economia e produção................................................................................................................20 O modo de produção feudal e a educação................................................................................................21 Tempos de mudança: a crise do feudalismo, a origem da ciência econômica e a inclusão do conhecimento científico aos processos produtivos.......................................25 Melhoria nas técnicas agrícolas e aumento vegetativo da população.......................................................25 As cruzadas...............................................................................................................................................26 O renascimento comercial e urbano ........................................................................................................26 O capitalismo e a incorporação da ciência aos processos produtivos.....................................29 A escola capitalista ou escola para todos..................................................................................................31 O fordismo keynesiano ........................................................................................................35 O fordismo keynesiano e a educação ...................................................................................41 A teoria do desenvolvimento................................................................................................47 Do que tratam as teorias do desenvolvimento econômico?......................................................................47 A economia colonial.................................................................................................................................48 O processo de desenvolvimento...............................................................................................................50 Teorias de fundo marginalista...................................................................................................................51 Teorias de fundo marxista.........................................................................................................................54 Conclusões................................................................................................................................................57 A teoria do capital humano...................................................................................................59 Capital humano na história.......................................................................................................................59 A teoria do capital humano na vertente americana – Schultz...................................................................60 A teoria do capital humano na atualidade.................................................................................................61 O toyotismo e suas conseqüências sobre a formação da mão-de-obra ................................63 A crise do fordismo...................................................................................................................................63 O toyotismo..............................................................................................................................................66 O toyotismo, a financerização do mundo e a globalização.......................................................................67 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br
  • 4. O toyotismo: qualificação ou competência?.........................................................................73 A qualificação no toyotismo.....................................................................................................................73 Nova forma de conhecimento exigido pelo toyotismo.............................................................................76 Da qualificação à competência.................................................................................................................78 As recomendações das agências financeiras multilaterais (BID e Bird) para a educação....83 O que são “agências multilaterais de desenvolvimento”..........................................................................83 As políticas propostas pelas agências para a educação............................................................................84 As recomendações do Bird.......................................................................................................................85 As recomendações da Cepal.....................................................................................................................86 As propostas do BID ................................................................................................................................88 Para concluir: os interesses e o modelo de escola definido pela economia..............................................89 A situação fiscal do Estado brasileiro, a reestruturação produtiva e a educação..................91 A condição fiscal do Estado brasileiro .....................................................................................................91 A reestruturação produtiva no Brasil........................................................................................................94 A situação do trabalho no Brasil...............................................................................................................100 Considerações finais.................................................................................................................................104 A educação no Brasil nos anos 90: o desenvolvimento das políticas públicas de educação e a adequação ao mundo produtivo...................................................................107 As políticas implementadas na década de 1990.......................................................................................107 A nova LDB – Lei 9.394/96.....................................................................................................................108 Aprovação das DCNs e PCN....................................................................................................................109 A reforma do Ensino Médio.....................................................................................................................110 A reforma do ensino universitário e formação de professores.................................................................111 A centralidade ao ensino básico................................................................................................................112 O que é e como funciona o Fundef...........................................................................................................112 O modelo de gestão empresarial na educação:a escola vista como uma empresa.................... 119 A LDB e a transformação da escola em empresa.....................................................................................119 A adoção do novo modelo gerencial na educação pública no Paraná e seu sentido.................................121 Referências............................................................................................................................129 Anotações..............................................................................................................................133 Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br
  • 5. A teoria do capital humano C om base nas mudanças que atualmente estão ocorrendo no mundo e a cons- tante queda na forma keynesiana da gestão do Estado, há uma tendência de supervalorizar o potencial humano, enquanto indivíduo, como o fator de desenvolvimento das nações. Em geral, qualquer pessoa que já tenha vivido pelo menos uma década já ouviu falar que o “futuro do país” está na educação. É evidente que uma nação tem que possuir e investir em um povo educa- do, que tenha acesso à escola e ao conhecimento elaborado. Entretanto, no mo- mento atual, a forma de produzir a riqueza vem exigindo das pessoas, que estas se responsabilizem por sua própria sorte, por sua inserção no mundo. Assim, as mudanças econômicas exigem um novo paradigma de pensamento na área, para justificar as mudanças nas vidas das pessoas. Esta nova teoria é a teoria do capital humano. Como veremos, tem raízes históricas profundas, mas está sendo tomada neste momento sob uma determi- nada ótica, uma ótica que justifica o atual momento da economia. Para demons- trar isso, faremos uma análise retrospectiva de como esse conceito foi proposto e chegou aos nossos dias. Após, demonstraremos e analisaremos como o mesmo é utilizado atualmente no mundo e no Brasil. Em nosso entender, compreender isso é fundamental para entender as idéias de educação e as políticas educacionais atualmente vigentes. Capital humano na história A teoria do capital humano é desenvolvida a partir de pressupostos econômi- cos, nos quais a educação do ser humano representa um investimento importante para o desenvolvimento econômico da sociedade. Essa forma de pensar a educação busca justificar a sua teoria em Aristóteles1 , quando afirma que o princípio do inves- timento na educação era a melhor providência para os dias de velhice. ParaoeconomistainglêsWilliamPetty(1623-1687),umserhumanoquepossui qualificação, consegue realizar mais trabalhos do que muitos seres humanos que não possuem nenhuma qualificação. Para esse economista, a grandeza e a glória de uma nação não dependem do tamanho de seu território, mas do tamanho da qualificação de seus recursos humanos que são muito mais importantes de que os naturais. No início do século XIX, um outro economista, Thomas Robert Malthus (1766-1834), um dos principais nomes da economia clássica, atribuiu a falta de educação às excessivas taxas de crescimento demográfico e a pobreza generaliza- da reinante naquela época. Para esse economista inglês, o retorno do investimento em educação de uma pessoa é tão grande que permite a educação de outras. Por 1Filósofo grego que viveu no século IV a. C. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br
  • 6. Fundamentos Econômicos da Educação 60 outro lado, os pais sem um mínimo de educação não têm condições de atender às necessidades de educação de seus filhos, o que perpetua o círculo vicioso entre pobreza e a falta de educação. O também economista Adam Smith (1723-1790), escreveu em 1770, a obra intitulada A Riqueza das Nações, na qual define o capital humano como um ca- pital fixo que consiste na soma das habilidades de todos os habitantes ou membros de uma sociedade, os quais contribuem para a valorização desse capital e para o desenvolvimento dessa sociedade. Por isso, para o economista inglês, a educação básica deveria ser generalizada e acessível a todos. Para Karl Heinrich Marx (1818-1883), a educação desempenha um papel fundamental no desenvolvimento político e econômico. A educação operária é vista como um elemento importante de um programa de libertação dos trabalha- dores de uma sociedade opressora, baseada em um modelo de produção centrali- zador nas mãos de uma classe dominante – os capitalistas. A teoria do capital humano na vertente americana – Schultz Entretanto, entre os defensores da teoria do capital humano existem altas taxas de retorno do investimento na formação profissional e no capital humano que são explicadas pela própria metodologia da teoria do capital humano, segundo a qual um incremento marginal da qualificação do insumo ou do fator trabalho deveria gerar um incremento marginal da produtividade e esta margem, por sua vez, deveria ser repassada ao preço (remuneração) do insumo ou trabalho. Em um país como o Bra- sil, em que o número de trabalhadores com educação fundamental básica é pequeno e a média de remuneração do fator trabalho é baixa (um dos mais baixos salários mínimos do mundo), qualquer incremento marginal sistemático da qualidade do trabalho, por exemplo, por meio de rápidos treinamentos de 80 a 600 horas, causam um incremento percentual (taxa de retorno) significativo, quando comparado com os trabalhadores que não passaram por nenhum tipo de treinamento. Embora a importância econômica atribuída aos aspectos ligados à formação dos trabalhadores seja antiga, remontando à economia clássica, é com Theodoro Schultz, na década de 1950, que a teoria do capital humano é alçada ao plano das teorias do desenvolvimento e da equalização social. Esse professor da Universi- dade de Chicago – EUA – publicou a obra Teoria do Capital Humano que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Economia em 1968. Para os adeptos da teoria do capital humano, ela é basicamente uma ferra- menta que permite levantar, tratar, analisar e interpretar informações a respeito do potencial humano. Para a precisão na sua interpretação e utilização são necessá- rios conhecimentos básicos de Matemática e Estatística Descritiva e Inferencial2 , já que trabalha com taxas de retorno e relações custo – benefício. Ou seja, repre- senta uma ferramenta para medir o valor de um determinado objeto, no caso, a educação e a formação profissional. Se esse objeto não tem valor qualitativo, ou 2Ramos da Estatística, ciência utilizada como ferramenta para análise de dados tanto nas ciências hu- manas quanto naturais. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br
  • 7. 61 A teoria do capital humano seja, valor social, político e cultural dentro da própria sociedade, necessita medir seu valor quantitativo. Nessa teoria, a educação aparece como o elemento essencial na potenciali- zação da capacidade de trabalho para alcançar o desenvolvimento econômico. Os investimentos em educação explicariam as diferenças dos estágios de desenvolvi- mento entre os países e seriam capazes de reverter estas mesmas diferenças, além de permitir a possibilidade do aprendizado individual. Podemos notar, na maneira como essa teoria está sendo utilizada, uma forma de fazer ver às pessoas que sua condição educacional é a responsável por sua situa- ção. Assim, alguém é pobre ou rico porque estudou ou não. Da mesma maneira, uma nação é rica ou não dependendo do estoque de conhecimento acumulado por ela. Segundo essa teoria, por exemplo, o Brasil é pobre porque faltaram à sua população condições de estudar e se capacitar para o desenvolvimento de sua economia. A teoria do capital humano na atualidade Hoje, podemos perceber a teoria do capital humano sendo utilizada por mui- tas empresas na concepção e políticas para a formação profissional, haja vista que o modo de produção atual está exigindo um novo tipo de trabalhador, como veremos no próximo capítulo. Esta teoria tem-se adaptado às recentes redefinições do padrão de trabalho, da internacionalização das formas de gestão da produção e da compe- titividade, levando as empresas à adoção de programas de qualidade total e, para alcançar esse objetivo, as empresas necessitam contar com o comprometimento dos trabalhadores no processo produtivo, principalmente quando se trata da operação de equipamentos sofisticados e de alta tecnologia. A mão-de-obra qualificada passou a ganhar importância no atendimento às novas necessidades das empresas. Nos últimos anos da década de 1990, a teoria do capital humano voltou a contar com um certo prestígio, relacionando-se às práticas e aos debates que di- zem respeito à segmentação do mercado de trabalho, à politecnia, à polivalência, à flexibilização e à qualidade total. Políticas específicas de formação passaram a ser adotadas seguindo os princípios de seletividade dos trabalhadores. Essa forma de pensar a realidade, que percebe o investimento na educação das pessoas como um dos mais rentáveis, contribuindo tanto para o desenvolvi- mento dos países, quanto para o crescimento do próprio ser humano, proporcio- nou uma rápida disseminação da teoria do capital humano, como aquela capaz de solucionar os problemas das desigualdades entre países desenvolvidos e subdesen- volvidos. Nos países latino-americanos e de Terceiro Mundo, a divulgação dessa teoria coube a organismos internacionais (BID, BIRD, OIT, Unesco, FMI, Usaid, Unicef) e regionais (Cepal, Cinterfor), que representam a visão e os interesses do- minantes, de acordo com Frigotto (1999). O ajuste forçado do Brasil aos interesses do grande capital tem sido motivado pelo Banco Mundial. Esse organismo tem levado os países do Terceiro Mundo à redução ou anulação das suas obrigações sociais, confirmando a tendência cada vez mais nítida de esvaziamento dos Esta- dos Nacionais nos processos de desenvolvimento. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br
  • 8. Fundamentos Econômicos da Educação 62 Nesse sentido, há um esvaziamento das políticas keynesianas de controle e desenvolvimento das economias, que são cada vez mais substituídas por políticas de cunho mais liberal. Dessa maneira, a teoria do capital humano pode hoje ser entendida como uma das maneiras de concretização, na educação, das recomen- dações do “Consenso de Washington”. Este prega a saída paulatina do Estados Nacionais da economia, a abertura dos países ao comércio e aos fluxos financeiros internacionais, bem como a adoção de políticas econômicas de cunho monetaris- ta, que vêem no controle do câmbio3 e na taxa de juros a maneira da economia integrar-se ao mundo globalizado, via entrada de capital estrangeiro. A educação, nessa ótica, deve ser vista como maneira de adaptar as pessoas à economia. Para isso, a teoria do capital humano serve, uma vez que joga para a qualificação das pessoas a capacidade desta obter renda e, conseqüentemente, fazer um país cres- cer economicamente. No próximo capítulo, observaremos como está o processo de crise do mode- lo fordista para verificar, como a teoria do capital humano é hoje utilizada como um dos mecanismos apontados como solução para esta crise e a consolidação de uma nova organização da produção, o toyotismo ou pós-fordismo. Assim, podere- mos entender definitivamente os fundamentos econômicos das propostas educa- cionais da atualidade, no Brasil. 1. Atualmente, há toda uma estratégia das empresas e da mídia em geral, em dizer que “educação é tudo”. O que querem dizer com isso? 2. Você concorda que de fato “educação é tudo”? Por quê? 3Taxa de troca da moeda nacional ou outras moe- das estrangeiras. Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.videoaulasonline.com.br