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Universidade de São Paulo - USP
                  Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ
                    Departamento de Economia, Administração e Sociologia
        Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas - PECEGE




                                     Coordenação:
                           CARLOS EDUARDO OSÓRIO XAVIER
                             DANIEL YOKOYAMA SONODA
                              LEONARDO BOTELHO ZILIO
                             PEDRO VALENTIM MARQUES


                                      Equipe técnica:
                                 ANA MARIA COVOLAM
                               ANDRÉ DA CUNHA BASTOS
                                   DOUGLAS BOTTREL
                                    ISABELA PRADO
                          JOÃO HENRIQUE MANTELLATTO ROSA
                                  JULIANA FLORÊNCIO
                                   KEDLEY DE FARIAS
                              LISIANE ISSISAKI KAMIMURA
                            HAROLDO JOSÉ TORRES DA SILVA
                           MARIA ALICE MÓZ CHRISTOFOLETTI
                             RENAN BENEDITO D’ARAGONE
                               RICARDO DE CAMPOS BULL
                             RODOLFO MARGATO DA SILVA
                           WELLINGTON GUSTAVO BENDINELLI



PECEGE. Custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol no Brasil: Fechamento da
safra 2010/2011. Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas/Departamento de
Economia, Administração e Sociologia. 2011. 141 p. Relatório apresentado à Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA.
                                                                               ISSN 2177-4358

2
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................................ 5
LISTA DE TABELAS ....................................................................................................................................... 8
SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................................................... 12
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 16
2. AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS ............................................................................................. 18
3. RESULTADOS ............................................................................................................................................ 25
3.1      Configuração técnica.............................................................................................................................. 25
3.1.1 Agrícola.................................................................................................................................................... 25
3.1.1.1 Variedades de cana-de-açúcar mais utilizadas ................................................................................. 25
3.1.1.2 Tratos culturais..................................................................................................................................... 26
3.1.1.2.1 Principais pragas na cultura da cana-de-açúcar............................................................................. 26
3.1.1.2.2 Plantas daninhas ............................................................................................................................... 28
3.1.1.3 Doenças................................................................................................................................................. 30
3.1.1.4 Rotação de Culturas............................................................................................................................. 31
3.1.1.5 Agricultura de precisão ....................................................................................................................... 32
3.1.2 Industrial .................................................................................................................................................. 33
3.2 Indicadores de Produção ........................................................................................................................... 38
3.2.1 Fornecedores............................................................................................................................................ 38
3.2.2 Usinas ....................................................................................................................................................... 42
3.2.2.1 Agrícola ................................................................................................................................................ 42
3.2.2.2 Industrial ............................................................................................................................................... 49
3.2.2.2.1 Indicadores gerais das unidades industriais ................................................................................... 50
3.2.2.2.2 Qualidade da matéria-prima ............................................................................................................ 56
3.2.2.2.3 Rendimentos e perdas industriais ................................................................................................... 60
3.2.2.2.4 Subprodutos industriais.................................................................................................................... 65
3.3 Preços de insumos ...................................................................................................................................... 69
3.3.1 Agrícolas .................................................................................................................................................. 69

                                                                                                                                                                     3
3.3.2 Industriais................................................................................................................................................. 75
3.4 Custos .......................................................................................................................................................... 80
3.4.1 Fornecedores ............................................................................................................................................ 80
3.4.2 Usinas....................................................................................................................................................... 93
3.4.2.1 Agrícola................................................................................................................................................. 93
3.4.2.2 Industrial ............................................................................................................................................. 105
3.4.2.3 Administrativo .................................................................................................................................... 124
4. EVOLUÇÃO DOS RESULTADOS DOS LEVANTAMENTOS DE CUSTO .................................. 126
4.1. Fornecedores ............................................................................................................................................ 126
4.2 Usinas ........................................................................................................................................................ 132
5. CONCLUSÕES .......................................................................................................................................... 136
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 140




4
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Representatividade da moagem amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra
2010/11. .................................................................................................................................................. 21
Figura 2. Representatividade da produção de açúcar amostrada pelo PECEGE/CNA, para o
fechamento da safra 2010/11 .................................................................................................................. 22
Figura 3. Representatividade da produção de etanol amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento
da safra 2010/11 ..................................................................................................................................... 23
Figura 4. Histograma de frequências das variedades mais plantadas no Brasil e nas regiões Centro-Sul
Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ...................................................................................... 26
Figura 5. Principais pragas da cultura da cana-de-açúcar no Brasil, na amostra do PECEGE/CNA, para
o fechamento da safra 2010/11. .............................................................................................................. 28
Figura 6. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas
representatividades em nível Brasil, para o fechamento da safra 2010/11. ........................................... 29
Figura 7. Utilização de agricultura de precisão na cultura da cana-de-açúcar no Brasil e nas regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 32
Figura 8. Distribuição das usinas em relação à capacidade de extração diária em toneladas. ............... 33
Figura 9. Distribuição das usinas em relação à capacidade diária das destilarias de etanol. ................. 34
Figura 10. Distribuição das usinas em relação à via de desidratação de etanol. .................................... 34
Figura 11. Distribuição das usinas em relação à quantidade de caldeiras para a produção de vapor. ... 35
Figura 12. Quantidade de caldeiras por classes de pressão de vapor (em kgf/cm²). .............................. 35
Figura 13. Quantidade de caldeiras por capacidade de produção (em t vapor/h). ................................. 36
Figura 14. Quantidade de geradores por classes de potência de energia elétrica (em MW). ................. 38
Figura 15. Distribuição de produtividade média (t/ha) em função de faixas de moagem (milhões de t)
para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................. 43
Figura 16. Histograma de freqüência de produtividade média (t/ha) para usinas das regiões Centro-Sul
Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c)....................................................................... 43
Figura 17. Histograma de freqüência de colheita mecanizada (%) para usinas das regiões Centro-Sul
Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c)....................................................................... 44
Figura 18. Histograma de freqüência da concentração de ATR em cana própria para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c). ................................................... 46
Figura 19. Histograma de freqüência dos preços de arrendamentos para usinas das regiões Centro-Sul
Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c)....................................................................... 47
Figura 20. Distribuição de horas de processamento e eficiência do tempo (%). ................................... 52
Figura 21. Distribuição das horas paradas.............................................................................................. 52
Figura 22. Mix de produção entre açúcar e etanol (em %). ................................................................... 53
Figura 23. Distribuição da Pol% da cana (PC da cana - percentual de sacarose na composição da cana)
para as regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ........................................... 57
Figura 24. Distribuição das usinas em relação ao teor de fibra da cana-de-açúcar (em %). .................. 58
Figura 25. Pureza do caldo da cana (relação percentual entre Pol % e Brix). ....................................... 59
Figura 26. Distribuição de perdas na extração (% ART) em função de faixas de moagem (milhões de t)
para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................. 60


                                                                                                                                                            5
Figura 27. Histograma de freqüência de perdas na extração (%) para usinas das regiões Centro-Sul
Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ...................................................................................... 61
Figura 28. Porcentagem de lavagem de cana-de-açúcar (%). ................................................................ 62
Figura 29. Rendimento de fermentação (%)........................................................................................... 62
Figura 30. Rendimento de destilação (%). ............................................................................................. 63
Figura 31. Produção relativa de vinhaça (l/l de etanol). ......................................................................... 66
Figura 32. Produção relativa de bagaço (kg/t cana). .............................................................................. 66
Figura 33. Produção relativa de torta de filtro (kg/t cana). .................................................................... 67
Figura 34. Produção relativa de óleo fúsel (l/m³ de etanol). .................................................................. 67
Figura 35. Produção relativa de levedura (kg/m³ de etanol). ................................................................. 68
Figura 36. Produção relativa de mel (kg/t açúcar). ................................................................................ 68
Figura 37. Preço do bagaço (R$/t). ......................................................................................................... 69
Figura 38. Representação gráfica dos custos de produção e dos preços da cana-de-açúcar encarados
pelos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o
fechamento da safra 2010/11. ................................................................................................................. 84
Figura 39. Indicadores de rentabilidade para os fornecedores de cana das regiões Centro-Sul
Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11. ........................... 85
Figura 40. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-
Sul Tradicional. ...................................................................................................................................... 86
Figura 41. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-
Sul Expansão. ......................................................................................................................................... 87
Figura 42. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Nordeste.
................................................................................................................................................................ 88
Figura 43. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da
região Centro-Sul Tradicional. ............................................................................................................... 90
Figura 44. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da
região Centro-Sul Expansão. .................................................................................................................. 91
Figura 45. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da
região Nordeste....................................................................................................................................... 92
Figura 46. Representação gráfica dos custos e preços de cana-de-açúcar, para a safra 2010/11,
considerando as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, em
R$/tc. ...................................................................................................................................................... 99
Figura 47. Indicadores de rentabilidade das usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul
Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11, em valores percentuais. .................................................. 100
Figura 48. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo, para as usinas da região
Centro-Sul Tradicional, na safra 2010/11. ........................................................................................... 101
Figura 49. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo, para as usinas da região
Centro-Sul Expansão, na safra 2010/11. .............................................................................................. 102
Figura 50. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo, para as usinas da região
Nordeste, na safra 2010/11. .................................................................................................................. 103
Figura 51. Distribuição de custos com mão de obra (R$/t) em função de faixas de moagem (milhões de t)
para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ............................ 106

6
Figura 52. Custos de peças e serviços de manutenção industrial (R$/t) para usinas das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................................................................. 109
Figura 53. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Expansão: a) Açúcar Branco e
Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. ............................................................................ 118
Figura 54. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Tradicional: a) Açúcar Branco e
Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. ............................................................................ 119
Figura 55. COE, COT, CT e Preço médio para a região Nordeste: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b)
Etanol Anidro e Etanol Hidratado. ....................................................................................................... 120
Figura 56. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da
região Expansão, na safra 2010/11. ...................................................................................................... 121
Figura 57. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da
região Tradicional, na safra 2010/11. ................................................................................................... 122
Figura 58. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da
região Nordeste, na safra 2010/11. ....................................................................................................... 123
Figura 59. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região
Tradicional. .......................................................................................................................................... 127
Figura 60. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região de
Expansão. ............................................................................................................................................. 127
Figura 61. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região
Nordeste. .............................................................................................................................................. 129
Figura 62. Evolução das margens sobre o custo total de produção da cana: fornecedores das regiões
Tradicional, Expansão e Nordeste. ....................................................................................................... 129
Figura 63. Evolução dos custos reais de produção da cana-de-açúcar: fornecedores das regiões
Tradicional, Expansão e Nordeste. ....................................................................................................... 130
Figura 64. Custos e preços reais da cana-de-açúcar: média das safras 2007/08 à 2010/11 para
fornecedores das regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. .............................................................. 131
Figura 65. Custo total e preço médio para a cana – Comparativo entre safras. ................................... 132
Figura 66. Custo total e preço médio para o Açúcar Branco – Comparativo entre safras. .................. 133
Figura 67. Custo total e preço médio para o Açúcar VHP – Comparativo entre safras. ...................... 133
Figura 68. Custo Total e Preço médio para Etanol Anidro – Comparativo entre safras. ..................... 134
Figura 69. Custo Total e Preço médio para o Etanol Hidratado – Comparativo entre safras. ............. 134




                                                                                                                                                          7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Cidades e regiões em que os painéis foram realizados na safra 2010/11 ............................... 19
Tabela 2. Evolução do número de moagem (em milhões de toneladas) e do número de usinas
participantes da pesquisa ........................................................................................................................ 20
Tabela 3. Representatividade da amostra do PECEGE em relação à moagem e às produções de açúcar
e etanol do país, para o fechamento da safra 2010/11 ............................................................................ 24
Tabela 4. Principais pragas da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões
produtoras amostradas ............................................................................................................................ 27
Tabela 5. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas
representatividades nas regiões produtoras amostradas. ........................................................................ 29
Tabela 6. Principais doenças para a cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades
nas regiões produtoras amostradas ......................................................................................................... 30
Tabela 7. Utilização de rotação de culturas para as lavouras de cana-de-açúcar do Brasil, na amostra do
PECEGE/CNA ....................................................................................................................................... 31
Tabela 8. Mínimo, máximo e média para a potência instalada de geração de energia elétrica por usina
(em MW). ............................................................................................................................................... 36
Tabela 9. Porcentagem de vapor alocado às turbinas de geração de eletricidade (em %). .................... 36
Tabela 10. Produção relativa de energia elétrica (em KWh/tc). ............................................................. 37
Tabela 11. Taxa de utilização dos equipamentos de moagem (em %). .................................................. 37
Tabela 12. Taxa de utilização dos equipamentos de destilação (em %). ............................................... 37
Tabela 13. Taxa de utilização dos equipamentos de fabricação de açúcar (em %). ............................... 37
Tabela 14. Taxa de utilização dos equipamentos de geração de vapor (em %). .................................... 37
Tabela 15. Mínimos, máximos e médias da produtividade agrícola (t/ha) para os fornecedores das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 39
Tabela 16. Mínimos, máximos e médias do raio médio (km) para os fornecedores das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 39
Tabela 17. Mínimos, máximos e médias da concentração de ATR em cana própria (kg ATR/t) dos
fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste ............................ 39
Tabela 18. Mínimos, máximos e médias de preços de arrendamento, em espécie (t/ha/ano), pagos por
fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ........................... 40
Tabela 19. Mínimos, máximos e médias do ATR padrão pago em contratos de arrendamentos (kg
ATR/tc): regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. ............................................................................. 40
Tabela 20. Mínimos, máximos e médias do preço do ATR (R$/kg ATR) pago aos fornecedores das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 41
Tabela 21. Mínimos, máximos e médias da porcentagem de colheita mecanizada dos fornecedores das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 41
Tabela 22. Mínimos, máximos e médias da porcentagem de colheita manual dos fornecedores das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 41
Tabela 23. Mínimo, máximo e média de produtividade agrícola (t/ha) para usinas das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 44
Tabela 24. Mínimo, máximo e média da porcentagem de colheita mecânica das usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 45

8
Tabela 25. Mínimo, máximo e média da concentração de ATR em cana própria (kg ATR/t) para usinas
das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................. 46
Tabela 26. Mínimo, máximo e média de preços de arrendamentos, em espécie (t/ha/ano), para usinas
das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................. 47
Tabela 27. Mínimo, máximo e moda do ATR padrão pago em contratos de arrendamentos (kg
ATR/tc), para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste................ 48
Tabela 28. Mínimo, máximo e média do preço do ATR (R$/kg ATR) para usinas das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 49
Tabela 29. Mínimo, máximo e média para a participação da cana própria nas moagens das usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11...................... 50
Tabela 30. Parâmetros de processamento de cana-de-açúcar utilizados nos modelos regionais de
custos, para a safra 2010/11. .................................................................................................................. 51
Tabela 31. Mix de produção utilizados nos modelos de custos regionais. ............................................. 53
Tabela 32. Mix de produtos utilizados nos modelos de custos regionais. ............................................. 54
Tabela 33. Produção final dos produtos considerados nos modelos de custos regionais. ...................... 54
Tabela 34. Produção relativa final dos produtos considerados nos modelos de custos regionais. ......... 55
Tabela 35. Produção e comercialização de eletricidade consideradas nos modelos de custos regionais,
em kWh por tonelada de cana processada. ............................................................................................. 55
Tabela 36. Produção e comercialização de eletricidade consideradas nos modelos de custos regionais,
em MWh. ................................................................................................................................................ 56
Tabela 37. Mínimos, máximos e médias do teor de Pol% (PC) da cana-de-açúcar para usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, em %. ............................................ 57
Tabela 38. Mínimos, máximos e médias do teor de fibra (%) da cana-de-açúcar para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 58
Tabela 39. Mínimos, máximos e médias para a pureza do caldo (relação percentual entre Pol % e Brix)
da cana-de-açúcar, para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. 59
Tabela 40. Parâmetros de qualidade de matéria prima utilizados no modelo. ....................................... 59
Tabela 41. Mínimos, máximos e médias para perdas na extração (% ART) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 61
Tabela 42. Mínimos, máximos e médias do rendimento de fermentação (%) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 63
Tabela 43. Mínimos, máximos e médias do rendimento de destilação (%) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 63
Tabela 44. Perdas e eficiências industriais utilizadas nos modelos regionais de custo (em %). ............ 64
Tabela 45. Mínimos, máximos e médias de perdas na lavagem (% ART) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 64
Tabela 46. Mínimos, máximos e médias de perdas na torta (% ART) para usinas das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 64
Tabela 47. Mínimos, máximos e médias de perdas indeterminadas (% ART) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 65
Tabela 48. Mínimos, máximos e médias da pureza do mel final (%) para usinas das regiões Centro-Sul
Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ...................................................................................... 65

                                                                                                                                                         9
Tabela 49. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Centro-Sul Expansão, safra 2010/11 –
Fornecedor e Usina ................................................................................................................................. 71
Tabela 50. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Centro-Sul Tradicional, safra 2010/11
– Fornecedor e Usina .............................................................................................................................. 71
Tabela 51. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Nordeste, safra 2010/11 – Fornecedor
e Usina .................................................................................................................................................... 72
Tabela 52. Evolução dos preços médios (R$) e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas
levantados na região Centro-Sul Tradicional (safras 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e Usinas. .... 73
Tabela 53. Evolução dos preços médios e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas
levantados na região Centro-Sul Expansão (safra 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e Usinas. ........ 74
Tabela 54. Evolução dos preços médios e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas
levantados na região Nordeste (safra 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e Usinas. ............................ 74
Tabela 55. Preços e consumos médios dos principais insumos industriais coletados no Brasil, para a
safra 2010/11. ......................................................................................................................................... 76
Tabela 56. Evolução dos preços médios dos principais insumos industriais coletados no Brasil (safra
2007/08 à safra 2010/11). ....................................................................................................................... 77
Tabela 57. Evolução dos consumos médios específicos dos principais insumos industriais coletados no
Brasil (safra 2007/08 à safra 2010/11). .................................................................................................. 79
Tabela 58. Premissas básicas adotadas no modelo de custos de cana de fornecedores, para as regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 81
Tabela 59. Quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar (kg ATR/t) e preços de ATR (R$/kg
ATR). ...................................................................................................................................................... 81
Tabela 60. Custos de produção de cana-de-açúcar de fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional,
Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11................................................. 83
Tabela 61. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-
Sul Tradicional. ...................................................................................................................................... 86
Tabela 62. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-
Sul Expansão. ......................................................................................................................................... 87
Tabela 63. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Nordeste.
................................................................................................................................................................ 88
Tabela 64. Premissas básicas adotadas no modelo de custos de cana das usinas, para as regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 94
Tabela 65. Quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar (kg ATR/t) e preços do ATR (R$/kg
ATR) para as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ............... 95
Tabela 66. Custos de produção de cana-de-açúcar de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional,
Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11................................................. 98
Tabela 67. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: COE. .................................................................. 104
Tabela 68. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: COT. .................................................................. 104
Tabela 69. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: CT. ..................................................................... 104
Tabela 70. Mínimos, máximos e médias para os custos com mão-de-obra (R$/t) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................. 105


10
Tabela 71 Mínimos, máximos e médias de custos com insumos industriais (R$/t) para usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 107
Tabela 72. Mínimos, máximos e médias de custos com manutenção industrial (R$/t), e as respectivas
participações dos grupos de materiais e serviços na composição desses custos, para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste................................................................... 108
Tabela 73. Mínimos, máximos e médias de custos com administração industrial (R$/t) para usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 110
Tabela 74. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Centro-Sul
Expansão. ............................................................................................................................................. 112
Tabela 75. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Centro-Sul
Tradicional. .......................................................................................................................................... 113
Tabela 76. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Nordeste.
.............................................................................................................................................................. 114
Tabela 77. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Centro-Sul Expansão. ....... 115
Tabela 78. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Centro-Sul Tradicional. .... 116
Tabela 79. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Nordeste. ........................... 117
Tabela 80. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Centro-Sul
Expansão. ............................................................................................................................................. 118
Tabela 81. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Centro-Sul
Tradicional. .......................................................................................................................................... 119
Tabela 82. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Nordeste. ...... 120
Tabela 83. Mínimos, máximos e médias para custos com mão-de-obra (R$/t) de usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste................................................................... 124
Tabela 84. Mínimos, máximos e médias para custos com financiamento para capital de giro (R$/t) de
usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................... 124
Tabela 85. Mínimos, máximos e médias para custos com serviços e utilidades (R$/t) de usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 125
Tabela 86. Mínimos, máximos e médias para custos com serviços técnicos e profissionais (R$/t) de
usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................... 125
Tabela 87. Mínimos, máximos e médias para custos com materiais de consumo (R$/t) de usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 125
Tabela 88. Mínimos, máximos e médias para custos com diversos (R$/t) de usinas das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................................................................. 125
Tabela 89. Evolução dos custos de produção do açúcar branco, em R$/t. ........................................... 135
Tabela 90. Evolução dos custos de produção do açúcar VHP, em R$/t............................................... 135
Tabela 91. Evolução dos custos de produção do etanol anidro, em R$/m³. ......................................... 135
Tabela 92. Evolução dos custos de produção do etanol hidratado, em R$/m³. ................................... 135




                                                                                                                                                              11
SUMÁRIO EXECUTIVO

       No 5º levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol do PECEGE
ESALQ/USP-CNA houve expressivo crescimento do número de participantes e da representatividade
da amostragem em termos de moagem de cana e de produção de açúcar e etanol. Ao todo, 101 usinas
responderam aos questionários do levantamento, além de 19 associações de fornecedores de cana-de-
açúcar. A pesquisa computou 51 questionários para a região Centro-Sul Tradicional, enquanto que
para as regiões Centro-Sul Expansão e Nordeste foram registrados 29 e 21 questionários,
respectivamente.
       Em média, o preço da cana-de-açúcar foi suficiente para cobrir os custos operacionais e as
depreciações dos fornecedores (COT), e para as regiões de Expansão e Nordeste o preço de venda
também conseguiu remunerar os custos de oportunidade do capital dos produtores (CT). No Centro-
Sul Tradicional, a rentabilidade negativa em termos de resultado econômico explica-se pelos maiores
níveis de preços de arrendamentos e pela maior ociosidade do capital investido (Figura A).

                80
                70                                                                     72,93
                60                                                              7,56
                50         13,12 55,23                         51,76           16,27
                                                        6,90
        R$/tc




                40         14,03
                                                       10,68
                30
                20                                                             40,23
                           32,18                       29,43
                10
                 0
                         Tradicional                  Expansão                Nordeste


                                          COE   COT     CT       Preço cana
Figura A. Custos de produção e do preço da cana-de-açúcar para os fornecedores das regiões Centro-
            Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11, em R$/tc.


       Os custos totais de produção (CT) da cana própria ficaram abaixo dos preços da matéria-prima
para as unidades industriais, em todas as regiões analisadas. Destaca-se a margem de rentabilidade


12
econômica das usinas do Nordeste. Tais resultados diferem daqueles apurados na safra 2009/10,
quando os preços da cana das regiões do Centro-Sul não foram suficientes para cobrir totalmente os
custos de oportunidade da atividade (Figura B).

                80
                70                                                                      73,45
                60                    54,04                                         7,19
                                                                   52,94
                50             6,09                                                12,63
                                                            3,31
        R$/tc




                40             9,18                         9,07
                30
                20            37,86                                                43,57
                                                           34,74
                10
                 0
                            Tradicional                   Expansão                Nordeste

                                              COE   COT   CT       Preço cana

Figura B. Custos e preços da cana-de-açúcar para as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional,
                Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11, em R$/tc.


       Os preços dos mercados de açúcar e etanol remuneraram todos os fatores de produção no
Centro-Sul e no Nordeste, refletindo cenários satisfatórios para as unidades do Brasil na safra 2010/11.
Ou seja, os preços dos principais produtos do setor (açúcar branco, açúcar VHP, etanol anidro e etanol
hidratado) foram maiores do que os custos totais de produção, gerando margens de rentabilidade
positivas para as três regiões da pesquisa. Dentre esses produtos, destacam-se as margens obtidas com
o açúcar branco, que atingiram patamares em torno de 40% no Centro-Sul e de aproximadamente 30%
no Nordeste (Figuras C, D e E).
       Em comparação com os custos estimados pelo relatório de acompanhamento da safra 2010/11
do Centro-Sul, as diferenças entre estes valores e os divulgados pelo presente relatório de fechamento
foram bastante pequenas, sendo inclusive nula para a região Tradicional, o que reflete a ótima
aderência entre os levantamentos realizados.




                                                                                                     13
1.600                                    1.600
                   1.400                                    1.400
                   1.200                                    1.200
                   1.000                                    1.000




                                                    R$/m³
            R$/t

                     800                                      800
                     600                                      600
                     400                                      400
                     200                                      200
                       0                                        0
                             Branco        VHP                        Anidro        Hidratado

               COE         COT   CT   Preço médio       COE         COT   CT    Preço médio



                                      a)                                       b)


Figura C. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Expansão: a) Açúcar Branco e
         Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado.


                   1.600                                    1.600
                   1.400                                    1.400
                   1.200                                    1.200
                   1.000                                    1.000
                                                    R$/m³
            R$/t




                    800                                      800
                    600                                      600
                    400                                      400
                    200                                      200
                      0                                        0
                             Branco        VHP                        Anidro        Hidratado

               COE         COT   CT   Preço médio       COE         COT   CT    Preço médio

                                      a)                                       b)


Figura D. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Tradicional: a) Açúcar Branco e
          Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado.


14
1.600                                       1.600
                   1.400                                       1.400
                   1.200                                       1.200
                   1.000                                       1.000




                                                       R$/m³
            R$/t
                     800                                         800
                     600                                         600
                     400                                         400
                     200                                         200
                       0                                           0
                             Branco      VHP                             Anidro        Hidratado

               COE         COT   CT   Preço médio          COE         COT   CT    Preço médio


                                 a)                                               b)
Figura E. COE, COT, CT e Preço médio para a região Nordeste: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b)
            Etanol Anidro e Etanol Hidratado.


       A partir dos resultados obtidos com o estudo, e com base nas tendências de custos e preços
observadas ao longo dos últimos anos, espera-se que após o fechamento da safra 2011/12 os patamares
de rentabilidade dos fornecedores de cana aproximem-se do equilíbrio econômico de longo prazo,
caracterizado pelo lucro nulo, ao serem considerados todos os custos de oportunidade do capital.
       Após o cenário de baixa rentabilidade, os preços dos produtos superaram, em geral, todos os
custos totais de produção, apesar destes apresentarem aumentos em comparação com a safra anterior.
       Os resultados e conclusões do relatório reforçam a importância do desenvolvimento de
trabalhos como esse, cujo objetivo consiste em medir os fatores que são determinantes para o custo de
produção e gerar indicadores que reflitam as melhores práticas de gerenciamento e controle da
produção.




                                                                                                   15
1. INTRODUÇÃO


       De forma a prosseguir com os levantamentos de custos de produção do setor sucroenergético
brasileiro, o Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas – PECEGE,
novamente em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil- CNA, realizou no
primeiro semestre de 2011 o levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol
do Brasil, tendo como referência a safra 2010/11.
       A metodologia aplicada no estudo seguiu os procedimentos delineados por Marques (2009) e
Xavier et al (2009), mediante o levantamento dos custos agrícolas (cana-de-açúcar) de fornecedores
autônomos e usinas, e dos custos industriais destas (produção de açúcar e etanol). No que tange às
modificações de importância, ou seja, às alterações e incrementos do procedimento metodológico
aplicado para o fechamento da safra 2010/11 face ao último levantamento, destacam-se a expansão do
tratamento dos custos de insumos agrícolas e de mão-de-obra, além da aplicação de questionário
específico de configuração tecnológica agrícola junto às usinas participantes.
       No que diz respeito à representatividade amostral da pesquisa, detalhada no capítulo seguinte
deste documento, salienta-se a evolução do número de agentes participantes, bem como o alcance do
estudo em todas as grandes regiões canavieiras do país. Com base nos dados fornecidos referentes à
safra 2010/11, a amostragem englobou 23,22% de todas as usinas instaladas no Brasil, o que
correspondeu a 28,84% de toda moagem de cana registrada em tal safra, sendo equivalente a 34,85%
da produção de açúcar e a 26,07% da produção de etanol registradas para o país.
       Com o intuito de aperfeiçoar ainda mais o levantamento de custos de produção de cana-de-
açúcar, açúcar e etanol, o PECEGE busca continuamente novas usinas participantes do projeto.
Espera-se, para a próxima edição, análises mais abrangentes referentes à manutenção industrial e aos
custos administrativos das usinas, bem como maior detalhamento das configurações tecnológicas
agrícolas dos fornecedores.
       Além da introdução, o trabalho contempla análises descritivas sobre a amostragem e a coleta de
dados (Seção 2) e resultados (Seção 3), sendo que neste último podem ser encontrados dados sobre
configuração técnica (Subseção 3.1), fatores de produção (Subseção 3.2), preços de insumos (Subseção 3.3) e


16
custos (subseção 3.4) que, diferentemente do último relatório desenvolvido pelo PECEGE, estão
divididos, majoritariamente, entre fornecedores e usinas. As Seções 4 e 5, por sua vez, abrangem a
evolução dos resultados dos levantamentos de custos e as conclusões, respectivamente.

       Os resultados dos outros levantamentos (safras 2007/08, 2008/09, 2009/10 e 2010/11 –
acompanhamento Centro-Sul) podem ser obtidos no site www.pecege.esalq.usp.br.




                                                                                                17
2. AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS

       A amostragem baseou-se na metodologia aplicada nos levantamentos anteriores. Dessa forma,
foram contatadas todas as usinas situadas nos nove maiores estados produtores do país, bem como no
Rio de Janeiro. Foram estabelecidos contatos (visitas, telefone ou e-mail) com aproximadamente 230
unidades sucroenergéticas do Brasil, para a obtenção de informações dos custos de produção de cana-
de-açúcar, açúcar e etanol das três regiões produtoras do Brasil: Centro-Sul Tradicional (São Paulo,
Rio de Janeiro e Paraná), Centro-Sul Expansão (Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
Goiás) e Nordeste (Pernambuco, Alagoas e Paraíba).
       Após o estabelecimento de contato e o envio de questionários às usinas, foram obtidas
informações de 101 unidades, sendo 51 delas localizadas na região Centro-Sul Tradicional, 31 na
região Centro-Sul Expansão e 19 na região Nordeste. Tais questionários continham consultas sobre
indicadores de produção, custos, configuração tecnológica e utilização de insumos, para as áreas
agrícola e industrial das usinas. Além dos dados levantados junto às unidades industriais, também
foram realizadas visitas de campo em todos os 10 estados amostrados pelo levantamento, incluindo
visitas às associações de fornecedores de cana-de-açúcar, alinhadas à realização de painéis presenciais
com produtores, técnicos e outros agentes do setor. Os painéis realizados junto aos fornecedores de
cana-de-açúcar na safra 2010/11 constam na Tabela 1.
       O aumento do número de participantes mostra a evolução do processo de amostragem do 5°
levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol. Houve uma taxa de
crescimento superior a 260% em comparação com a última pesquisa, o que reflete o aprimoramento
dos processos de coleta e análise de dados, e a percepção da relevância do trabalho sob a ótica dos
agentes do setor sucroenergético como um todo.




18
Tabela 1. Cidades e regiões em que os painéis foram realizados na safra 2010/11
                     Cidade (Painel)                                         Região
Andradina – SP                                                              Expansão
Araçatuba – SP                                                             Tradicional
Assis – SP                                                                 Tradicional
Campos dos Goytacazes – RJ                                                 Tradicional
Catanduva – SP                                                             Tradicional
Goiatuba – GO                                                               Expansão
Ituiutaba – MG                                                              Expansão
Jacarezinho – PR                                                           Tradicional
Jaú – SP                                                                   Tradicional
João Pessoa – PB                                                            Nordeste
Maceió – AL                                                                 Nordeste
Maracaju – MS                                                               Expansão
Nova Olímpia – MT                                                           Expansão
Piracicaba – SP                                                            Tradicional
Porecatu – PR                                                              Tradicional
Quirinópolis – GO                                                           Expansão
Recife – PE                                                                 Nordeste
Sertãozinho – SP                                                           Tradicional
Uberaba – MG                                                                Expansão
Fonte: Dados do PECEGE/CNA


       O total amostrado na primeira safra analisada (2007/08) totalizou 40,9 milhões de toneladas de
cana moída, das quais 23,1 milhões foram referentes ao Centro-Sul Tradicional do país, 9,8 milhões
relativas ao Centro-Sul Expansão e 8,0 milhões correspondentes ao Nordeste. Para a safra 2010/11,
174,31 milhões de toneladas foram amostrados, em 101 unidades industriais espalhadas por 10 estados
brasileiros. Nesse sentido, cabe ressaltar que 80 usinas forneceram informações dos questionários de
indicadores de produção e custos, ao passo que as outras 21 componentes da base de dados efetuaram
cadastros junto ao sistema de contatos do PECEGE/CNA, transmitindo informações parciais, tais
como moagem total e produção de açúcar e etanol. A amostra contém moagens de 104,2 e 44,5
milhões de toneladas de cana para as regiões Centro-Sul Tradicional e Centro-Sul Expansão,
respectivamente, enquanto 25,6 milhões correspondem à moagem nordestina (Tabela 2).



                                                                                                   19
Tabela 2. Evolução do número de moagem (em milhões de toneladas) e do número de usinas
              participantes da pesquisa
                       2007/08             2008/09              2009/10           2010/11*           2010/11
Unidades da
Federação                       Nº                  Nº                  Nº                Nº                 Nº
                  Moagem               Moagem              Moagem              Moagem             Moagem
                              usinas              usinas              usinas            usinas             usinas
Alagoas              3,7         3        5,2        4        3,0        3        -        -       15,6      10
Goiás                3,3         3        8,7        4        8,3        4      10,7       5       20,6      11
Mato Grosso          0,0         0        0,0        0        1,6        1       3,3       4        1,2       2
Mato G. Sul          1,5         1        0,2        1        0,0        0       2,1       1        3,3       3
Minas Gerais         5,0         4        4,4        2        6,0        3       4,6       3       19,4      13
Paraíba              0,0         0        0,0        0        0,8        1        -        -        2,8       4
Paraná               1,7         3        1,3        1        1,4        1      20,8      11        5,5       5
Pernambuco           4,3         3        1,7        1        1,7        1        -        -        7,2       7
Rio de Janeiro       0,6         2        6,9        1        1,5        2       1,6       2        1,7       2
São Paulo            20,8        13      15,1        6       26,6         11    72,6         29    97,0        44
TOTAL                40,9        32       44         20      50,8         28    115,6        55    174,3       101
Fonte: Dados do PECEGE/ CNA.
* Dados do relatório de Acompanhamento de Safra para a região Centro-Sul.


        Com o intuito de comparar os dados amostrados pela pesquisa realizada pelo PECEGE/CNA
com os totais de moagem e produção de açúcar e etanol do Brasil, foram coletados dados fornecidos
pela União da Indústria de Cana-de-açúcar – UNICA, para a região Centro-Sul, e pelo Sindicato da
Indústria do Açúcar e do Álcool – SINDAÇÚCAR/PE, para a região Nordeste. Com isso, pode ser
verificada na Figura 1, Figura 2 e Figura 3 a representatividade do levantamento frente às principais
instituições do setor sucroenergético, nos diversos estados brasileiros e nos painéis regionais, para a
safra 2010/11 (Tabela3). Em relação à moagem, são bastante significativas as representatividades da
amostragem executada pelo PECEGE/CNA nos estados de Alagoas, Rio de Janeiro, Paraíba,
Pernambuco e Goiás, que atingiram os patamares de 58,41%, 56,07%, 54,64%, 44,72% e 44,18% das
moagens totais dessas unidades da federação na safra 2010/11, respectivamente. Dentre os maiores
produtores em âmbito nacional, os estados de São Paulo e Minas Gerais também são
consideravelmente abrangidos pelo levantamento, haja vista os níveis respectivos de 26,43% e
38,00%. Embora as representatividades de Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sejam menores




20
em termos relativos, as usinas amostradas possuem cerca de um décimo de toda moagem existente em
tais unidades da federação (Figura 1).
       Em termos mais específicos, ressalta-se ainda que em determinados painéis de São Paulo e
Goiás a amostra do PECEGE/CNA alcançou valores relativos muito expressivos, o que reflete a
diversificação regional e a robustez dos resultados obtidos pelo levantamento. Para as subdivisões
estabelecidas em São Paulo, foram amostrados 39,35%, 33,91% e 29,73% das moagens totais de
Catanduva, Araçatuba e Sertãozinho, respectivamente, tendo como referência a safra anterior. Além
disso, a pesquisa representou em Goiás 53,03% e 35,20% das produções totais registradas nos painéis
de Quirinópolis e Goiatuba.


   70,00%

   60,00%

   50,00%

   40,00%

   30,00%

   20,00%

   10,00%

    0,00%
               AL      GO     MT         MS    MG    PB     PR      PE      RJ     SP    TOTAL

                                         Moagem - AMOSTRA PECEGE

Figura 1. Representatividade da moagem amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra
            2010/11.


       No que se refere à participação da amostra do PECEGE/CNA em relação à distribuição das
produções brasileiras dos principais produtos do setor sucroenergético, verifica-se que a amostra de
São Paulo contabilizou aproximadamente 34,78% e 21,34% do total estadual produzido de açúcar e
etanol, respectivamente. Dentre as subdivisões regionais estabelecidas, Catanduva, Araçatuba,


                                                                                                 21
Sertãozinho e Assis destacam-se pela produção de açúcar. Para a primeira mesorregião citada, a
amostragem representou 86,17% do total produzido, com base em dados da UNICA. Os mesmos
destaques devem ser dados aos valores amostrados em Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro, além da
região Nordeste como um todo. A propósito, quanto à produção total de açúcar, os painéis de Uberaba
– MG, Campos dos Goytacazes - RJ e Goiatuba - GO apresentaram indicadores respectivos de
amostragem de 61,85%, 57,70% e 50,81%. Para a produção de etanol, os percentuais de Quirinópolis –
GO e das três capitais nordestinas presentes no levantamento merecem ser realçadas, tendo em vista os
valores de 62,55% para o painel goiano e 74,88%, 67,63% e 50,76% para Maceió, João Pessoa e
Recife, respectivamente. Além disso, a despeito das produções de etanol do Mato Grosso e do Mato
Grosso do Sul terem sido pouco amostrados, relativamente, suas produções de açúcar tiveram bastante
representatividade na pesquisa. Os painéis de Nova Olímpia – MT e Maracaju – MS apresentaram
valores de 20,67% e 21,35% para a produção açucareira, em termos respectivos.


     70,00%

     60,00%

     50,00%

     40,00%

     30,00%

     20,00%

     10,00%

     0,00%
                AL     GO     MT      MS     MG      PB      PR     PE      RJ      SP    TOTAL

                                       Açúcar - AMOSTRA PECEGE

Figura 2. Representatividade da produção de açúcar amostrada pelo PECEGE/CNA, para o
              fechamento da safra 2010/11




22
80,00%
   70,00%
   60,00%
   50,00%
   40,00%
   30,00%
   20,00%
   10,00%
    0,00%
              AL      GO     MT      MS      MG      PB    PR     PE     RJ      SP   TOTAL

                                       Etanol - AMOSTRA PECEGE

Figura 3. Representatividade da produção de etanol amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento
         da safra 2010/11


       De maneira geral, para o Brasil como todo, a amostra desenvolvida pelo PECEGE/CNA
abrangeu 23,22% das usinas instaladas e registradas, e 28,84% da moagem de cana da safra 2010/11.
Em relação aos principais produtos industriais, a amostragem representou 34,85% e 26,07% das
produções nacionais de açúcar e etanol, respectivamente.




                                                                                               23
Tabela 3. Representatividade da amostra do PECEGE em relação à moagem e às produções de açúcar
         e etanol do país, para o fechamento da safra 2010/11
                                                   Nº Usinas    Moagem    Açúcar     Etanol
Painéis de SÃO PAULO
Catanduva                                           40,63%      39,35%    86,17%     22,42%
Sertãozinho                                         27,91%      29,73%    23,43%     20,41%
Piracicaba                                          11,76%      13,21%    14,05%     11,09%
Araçatuba                                           22,50%      33,91%    41,39%     33,10%
Assis                                               11,11%      20,45%    24,37%     21,97%
Jaú                                                 13,79%      13,51%    11,63%     15,59%
TOTAL                                               22,45%      26,98%    35,17%     21,89%
Painéis do PARANÁ
Porecatu                                            17,86%      14,62%    9,02%      19,53%
Jacarezinho                                            -           -         -          -
TOTAL                                               14,29%      12,75%    8,54%      15,95%
Painéis de MINAS GERAIS
Uberaba                                             29,55%      38,00%    61,85%     39,82%
TOTAL                                               29,55%      38,00%    61,85%     39,82%
Painéis de GOIÁS
Goiatuba                                            40,00%      35,20%    50,81%     29,14%
Quirinópolis                                        28,00%      53,03%    14,96%     62,55%
TOTAL                                               31,43%      44,18%    32,05%     45,79%
Painéis do MATO GROSSO
Nova Olímpia                                        10,00%      8,31%     20,67%      4,90%
TOTAL                                               10,00%      8,31%     20,67%      4,90%
Painéis do MATO GROSSO DO SUL
Maracaju                                            15,00%      12,30%    21,35%      6,09%
TOTAL                                               15,00%      12,30%    21,35%      6,09%
Painéis do RIO DE JANEIRO
Campos dos Goytacazes                               18,18%      56,07%    57,70%     44,01%
TOTAL                                               18,18%      56,07%    57,70%     44,01%
Painéis de PERNAMBUCO
Recife                                              30,43%      44,72%    35,72%     50,76%
TOTAL                                               30,43%      44,72%    35,72%     50,76%
Painéis de ALAGOAS
Maceió                                              29,41%      58,41%    49,08%     74,88%
TOTAL                                               29,41%      58,41%    49,08%     74,88%
Painéis da PARAÍBA
João Pessoa                                         23,53%      54,64%    43,54%     67,63%
TOTAL                                               23,53%      54,64%    43,54%     67,63%




24
3. RESULTADOS


3.1 Configuração técnica


    3.1.1 Agrícola
       Com o intuito de aperfeiçoar as análises de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e
etanol, o PECEGE/CNA realizou uma primeira coleta de dados referente à configuração técnica
agrícola das usinas participantes do projeto. Assim, na presente seção são apresentados os dados da
configuração tecnológica das unidades do setor sucroenergético, que estão divididos em: variedades
mais utilizadas, tratos culturais (principais pragas, plantas daninhas e doenças), rotação de cultura,
sistema de preparo de solo, uso de irrigação e agricultura de precisão.


       3.1.1.1 Variedades de cana-de-açúcar mais utilizadas
       O uso de diferentes variedades de cana-de-açúcar consiste em uma estratégia que busca
explorar os ganhos da interação das mesmas com o ambiente, além de ter em vista o manejo das pragas
e a diversificação da época de colheita e maturação da cana. Dessa forma, são apresentadas na Figura 4
as principais variedades estabelecidas nas usinas participantes, bem como suas representatividades em
cada grande região da pesquisa.
       Na região Centro-Sul Tradicional as principais variedades levantadas foram RB867515, SP81-
3250 e RB966928, que representaram em conjunto 67% do total da área plantada na região. Já na
região Centro-Sul Expansão as variedades que mostraram maior predominância foram a RB867515 e a
SP81-3250, correspondentes a 48% de todo o plantio. Na região Nordeste, observou-se que as
variedades mais utilizadas foram SP81-3250, RB92579 e SP79-1011, as quais representaram 81% do
total cultivado, com destaque à variedade RB92579, que sozinha representou 54% do total. No Brasil,
de forma geral, as principais variedades de cana-de-açúcar levantadas foram as variedades RB867515,
SP81-3250 e RB966928, totalizando59% da área de cana-de-açúcar plantada em todo o país.




                                                                                                   25
60%
     50%
     40%
     30%
     20%
     10%
     0%
              Outras




              Outras




              Outras




              Outras
           SP81-3250
           SP83-2847
           SP81-3250




           SP83-2847
           SP81-3250
           SP79-1011




           SP79-1011




           SP83-2847
           SP81-3250
           SP79-1011
           RB966928

           RB867515
           RB855453
           RB855156




           RB867515
           RB855453
           RB855156




           RB867515




           RB966928

           RB867515
           RB855453
           RB855156
            RB92579




            RB72454




            RB92579




            RB92579




            RB72454
            Centro-Sul Tradicional   Centro-Sul Expansão   Nordeste              Brasil

Figura 4. Histograma de frequências das variedades mais plantadas no Brasil e nas regiões Centro-Sul
           Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.


       3.1.1.2 Tratos culturais


       3.1.1.2.1 Principais pragas na cultura da cana-de-açúcar
       Vários são os danos causados pelas pragas na cultura da cana-de-açúcar, gerando queda de
produtividade e redução de qualidade da matéria-prima. Além dos danos diretos, também são
relevantes os danos indiretos causados pelas mesmas, tais como a infestação por pragas secundárias, o
que acarreta a intensificação das perdas na produção e o aumento de custos com defensivos. A
propósito, a importância de uma espécie de praga varia em função da região de cultivo (condições
edafoclimáticas), do ano agrícola e das técnicas adotadas na condução da lavoura. Por isso, a Tabela 4
e Figura 5 apresentam as principais pragas da cana-de-açúcar levantadas, bem como suas
representatividades referentes a cada região.
       Na região Nordeste as pragas mais recorrentes foram: broca da cana-de-açúcar (Diatraea
saccharalis), broca gigante (Telchin licus), cigarrinha-da-folha (Mahanarva posticata), cupins,




26
formigas e lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus). Nesse sentido, é importante salientar a grande
relevância da broca gigante para esta região (23%), fato inexistente nos outros locais amostrados.
        Já na região Centro-Sul Expansão, as pragas de maior recorrência foram: broca da cana-de-
açúcar (Diatraea flavipennella), cigarrinha-da-raiz (Mahanarva fimbriolata), cupins e formigas, que
equivaleram a 75% de todas as pragas levantadas. Na região Centro-Sul Tradicional, por sua vez, as
principais pragas levantadas foram: broca da cana-de-açúcar (Diatraea flavipennella), cigarrinha-da-
raiz (Mahanarva fimbriolata), migdolus (Migdolus fryanus) e cupins, representando 84% do total
registrado.
        Em síntese, no Brasil como um todo, as pragas mais presentes foram: a broca da cana-de-
açúcar (Diatraea flavipennella), a cigarrinha-da-raiz (Mahanarva fimbriolata), cupins, formigas e o
migdolus (Migdolus fryanus), que totalizaram 75% das pragas mencionadas.


Tabela 4. Principais pragas da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões
              produtoras amostradas
Nome Popular               Nome Científico                  Nordeste Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional
Bicudo da cana-de-açúcar   Sphenophoruslevis                  0%              0%                  0%
Broca da cana-de-açúcar    Diatraea flavipennella             0%             18%                 24%
Broca da cana-de-açúcar    Diatraea saccharalis               15%             4%                  0%
Broca gigante              Telchin licus                      23%             0%                  0%
Broca peluda               Hyponeumataltula                   0%              4%                  0%
Cigarrinha-da-raiz         Mahanarva fimbriolata              0%             18%                 24%
Cigarrinha-da-folha        Mahanarva posticata                15%             0%                  0%
Cupins                     Cupins (várias espécies)           15%            14%                 17%
Formigas                   Formigas (várias espécies)         15%            25%                  5%
Lagarta elasmo             Elasmopalpus lignosellus           15%             7%                   0
Migdolus                   Migdolus fryanus                   0%              7%                 19%
Nematóides                 Nematóides (várias espécies)       0%              0%                 12%
Pão-de-galinha             Pão-de-galinha (várias espécies)   0%              4%                   0




                                                                                                            27
20%
                 18%              18%
         18%
                                                  15%
         16%
         14%                                               13%
                                                                      12%
         12%
         10%
          8%                                                                     6%
          6%                                                                                  5%
                                                                                                                 4%           4%
          4%                                                                                                                                  2%          2%
          2%                                                                                                                                                            1%             1%
          0%




                                                                                 Nematóides
                                                           Formigas
                                                  Cupins




                                                                      Migdolus




                                                                                                                                                                        Broca peluda
                                                                                                                              Broca gigante




                                                                                                                                                                                       Pão-de-galinha
                flavipennella)




                                                                                                               saccharalis)
                                 Cigarrinha-da-




                                                                                                                                                       Cigarrinha-da-
                                                                                              Lagarta elasmo

                                                                                                                Broca (D.




                                                                                                                                              Bicudo
                  Broca (D.




                                                                                                                                                           folha
                                      raiz




Figura 5. Principais pragas da cultura da cana-de-açúcar no Brasil, na amostra do PECEGE/CNA, para
         o fechamento da safra 2010/11.


       3.1.1.2.2 Plantas daninhas
       Na Tabela 5 e na Figura 6 desta subseção são apresentadas as principais plantas daninhas
levantadas para a safra 2010/11, assim como suas representatividades referentes a cada região
produtora.
       Na região Nordeste, as principais plantas invasoras levantadas foram a Cyperus sp. e a Ipomoea sp.,
popularmente conhecidas como Tiririca e Corda-de-viola, respectivamente, que representaram 33% do
total de plantas daninhas citadas pelas unidades da amostragem. Já nas regiões Centro-Sul Tradicional
e Centro-Sul Expansão, os principais problemas foram causados pelas plantas: Capim colchão
(Digitaria sp.), Capim colonião (Panicum maximum), Capim braquiária (Brachiaria decumbens) e
Corda-de-viola (Ipomoea sp.), que juntas corresponderam a 64% do total levantado.




28
Tabela 5. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas
                 representatividades nas regiões produtoras amostradas.
Nome Popular           Nome Científico                             Nordeste        Centro-Sul Expansão                Centro-Sul Tradicional
Capim colonião         Panicum maximum                               8%                          13%                             15%
Capim colchão          Digitaria sp.                                 0%                          17%                             18%
Capim braquiária       Brachiaria decumbens                          8%                          13%                             15%
Tiririca               Cyperus sp.                                   17%                         4%                               9%
Corda-de-viola         Ipomoea sp.                                   17%                         22%                             15%
Jitirana               Merremia aegyptia L.                          8%                          0%                               0%
Trapoeraba             Commelina benghalensis                        8%                          4%                               0%
Capim mão de sapo      Dactyloctenium aegyptium                      8%                          0%                               0%
Capim pé de galinha    Eleusine indica                               8%                          0%                               0%
             Representatividade Total                               83%                          74%                             73%




   20%                                                               18%
   18%
   16%                  15%
             13%                         13%
   14%
   12%
   10%                                               9%
    8%
    6%
    4%                                                                                              3%
    2%                                                                               1%                            1%             1%
    0%
                                                                                   aegyptia L.
                        Digitaria sp.
             maximum




                                                     Cyperus sp.



                                                                     Ipomoea sp.
                                        decumbens




                                                                                                                 Dactylocteniu
                                                                                                  benghalensis




                                                                                                                                 Eleusine
                                                                                                                 m aegyptium
                                        Brachiaria
             Panicum




                                                                                                   Commelina
                                                                                    Merremia




                                                                                                                                  indica




Figura 6. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas
                 representatividades em nível Brasil, para o fechamento da safra 2010/11.




                                                                                                                                            29
3.1.1.3 Doenças
         Na região Nordeste, no que diz respeito às principais doenças levantadas, observa-se que 50%
dos problemas foram atribuídos a somente duas doenças: Ferrugem (Puccinia melanocephala) e
Raquitismo da soqueira (Leifsonia xyli subsp. xyli). Entre as doenças fúngicas que trazem
preocupações e podem acarretar prejuízos ao setor canavieiro na região Centro-Sul do Brasil,
destacam-se também a Ferrugem, o Carvão (Ustilago scitaminea) e a Podridão do abacaxi
(Ceratocystis paradoxa). De fato, em âmbito nacional, as quatro doenças mencionadas foram
responsáveis por 68% do total de danos na cultura da cana-de-açúcar referentes a enfermidades,
segundo o fechamento da safra 2010/11.


Tabela 6. Principais doenças para a cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades
            nas regiões produtoras amostradas
Doença - Nome Popular               Nordeste       Centro-Sul Expansão       Centro-Sul Tradicional
Mancha anelar                         10%                  0%                         0%
Ferrugem alaranjada                    0%                  0%                         9%
Podridão abacaxi                       0%                 11%                        21%
Podridão vermelha                      0%                  0%                        12%
Ferrugem                              30%                 32%                        18%
Carvão                                10%                 26%                        18%
Estria vermelha                       10%                  0%                         3%
Raquitismo da soqueira                20%                 16%                         6%
Escaldadura das folhas                10%                  0%                         6%
Síndrome do amarelinho                10%                  0%                         0%




30
3.1.1.4 Rotação de Culturas
         Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, a rotação de culturas
configura-se como um processo de cultivo para a preservação ambiental, que influi positivamente na
recuperação, manutenção e melhoria dos recursos naturais. As vantagens do uso contínuo da rotação
de culturas são a preservação ou aprimoramento das características físicas, químicas e biológicas do
solo, além do auxílio ao controle de plantas daninhas, doenças e pragas. No levantamento em estudo, a
rotação de cultura da cana-de-açúcar vem sendo utilizada em todas as regiões amostradas, sendo que
esta prática se fez presente em 79% dos canaviais brasileiros, a partir de dados da safra 2010/11. Na
região Centro-Sul Tradicional, cerca de 50% das unidades adotaram a prática, utilizando
principalmente amendoim, soja, milheto e crotalárias (Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis). Na
região Centro–Sul Expansão, por sua vez, a rotação vem sendo executada principalmente com soja e
crotalárias. Na região Nordeste,as culturas foram aquelas utilizadas no Centro-Sul, porém, o índice de
utilização foi bastante inferior ao observado nas outras regiões (Tabela 7).


Tabela 7. Utilização de rotação de culturas para as lavouras de cana-de-açúcar do Brasil, na amostra do
           PECEGE/CNA
Região                                        Cultura utilizada                 Utilização de Rotação
                                          Amendoim, Soja, Milheto,
Centro-Sul Tradicional                                                                  53%
                                   Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis
                                           Soja, Crotalária Junceae
Centro-Sul Expansão                                                                     21%
                                             Crotalária Spectabilis
Nordeste                           Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis           5%
                                          Amendoim, Soja, Milheto,
Brasil                                                                                  79%
                                   Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis




                                                                                                        31
3.1.1.5 Agricultura de precisão
           A agricultura de precisão permite o gerenciamento localizado dos cultivos, acarretando a
otimização do uso de insumos e, consequentemente, o melhor gerenciamento dos gastos da produção
agrícola. Tal técnica vem sendo utilizada tanto na região Centro-Sul Tradicional como na região de
Expansão, com as participações de 30% e 33% dos canaviais amostrados, respectivamente. Em
contrapartida, as práticas de agricultura de precisão não foram adotadas na região Nordeste (Figura 7).
           Em termos específicos, a região Centro-Sul Expansão faz uso de imagens de satélite, piloto
automático, fotografias aéreas, amostragem de solo georreferenciada, tecnologia de aplicação em taxa
variável, sistema de direcionamento via satélite, aplicação de gesso, fósforo e potássio em taxa
variável, e também mapeamento do pH do solo. Na região Centro-Sul Tradicional, foram constatadas
as mesmas tecnologias citadas acima, à exceção da fotografia aérea e da aplicação de fósforo em taxa
variável.
     50%
     45%
     40%
     35%                                     33%
                                                                  30%
     30%                                                                               28%
     25%
     20%
     15%
     10%
     5%
                      0
     0%
                   Nordeste         Centro-Sul Expansão   Centro-Sul Tradicional       Brasil

Figura 7. Utilização de agricultura de precisão na cultura da cana-de-açúcar no Brasil e nas regiões
              Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.




32
3.1.2 Industrial


                 Na busca de retratar a configuração técnica industrial dos participantes da pesquisa, da Figura 8 à
Figura 14 são mostrados o resumo das capacidades e características dos principais equipamentos
utilizados nos processos industriais que dão origem aos produtos finais. Além disso, da Tabela 11 à
Tabela 14 são apresentadas as taxa de utilização dos equipamentos de moagem, destilação, fabricação
de açúcar e geração de vapor. Como se observa, os dados muitas vezes apresentam um percentual
inferior à capacidade total de utilização dos mesmos, o que denota que existe espaço para expansão na
produção. As taxas máximas de moagem observadas por algumas usinas foram de 96,6% nas
destilarias, ao passo que se observa valores de 93,1% e 94,9% na fabricação de açúcar. Uma das
causas da não utilização da capacidade nominal dos equipamentos, além dos aspectos de qualidade da
matéria prima, corresponde ao fato de alguns processos dependerem da velocidade de produção do
processo anterior.

                          20%
                          18%
  Porcentagem de usinas




                          16%
                          14%
                          12%
                          10%
                           8%
                           6%
                           4%
                           2%
                           0%
                                                                                         > 20.001




                                                                                                                                                                    > 20.001
                                                                       15.001 - 20.000
                                                     10.001 - 15.000




                                                                                                                                10.001 - 15.000


                                                                                                                                                  15.001 - 20.000




                                                                                                                                                                                                            10.001 - 15.000
                                                                                                    < 5.000




                                                                                                                                                                               < 5.000
                                5.001 - 10.000




                                                                                                               5.001 - 10.000




                                                                                                                                                                                           5.001 - 10.000




                                                 Centro-Sul Expansão                                          Centro-Sul Tradicional                                                     Nordeste

Figura 8. Distribuição das usinas em relação à capacidade de extração diária em toneladas.




                                                                                                                                                                                                                              33
16%
                         14%
 Porcentagem de usinas




                         12%
                         10%
                                8%
                                6%
                                4%
                                2%
                                0%
                                                            251 - 500




                                                                                                                                                         501 - 750
                                                                            501 - 750




                                                                                                     1001 - 1250


                                                                                                                      1251 - 1500




                                                                                                                                             251 - 500




                                                                                                                                                                                  1001 - 1250




                                                                                                                                                                                                        251 - 500
                                                < 250




                                                                                                                                    < 250




                                                                                                                                                                                                < 250
                                                                                        751 - 1000




                                                                                                                                                                     751 - 1000
                                                                        Centro-Sul Expansão                                                 Centro-Sul Tradicional                                Nordeste

Figura 9. Distribuição das usinas em relação à capacidade diária das destilarias de etanol.


                                          16%
                                          14%
                  Porcentagem de usinas




                                          12%
                                          10%
                                          8%
                                          6%
                                          4%
                                          2%
                                          0%
                                                        ciclo-hexano                    MEG                        ciclo-hexano                 MEG                   peneira                   ciclo-hexano
                                                                                                                                                                     molecular

                                                            Centro-Sul Expansão                                                      Centro-Sul Tradicional                                      Nordeste

Figura 10. Distribuição das usinas em relação à via de desidratação de etanol.




34
20%
                                 18%
                                 16%
         Porcentagem de usinas


                                 14%
                                 12%
                                 10%
                                  8%
                                  6%
                                  4%
                                  2%
                                  0%
                                         1      2       3     1   2     3      4      5         6   1     2      3       4    5

                                       Centro-Sul Expansão        Centro-Sul Tradicional                      Nordeste

Figura 11. Distribuição das usinas em relação à quantidade de caldeiras para a produção de vapor.



                             140

                             120
                                                                                123
                             100
  Nº de Caldeiras




                                 80

                                 60

                                 40

                                 20
                                                    8                                                           20
                                 0
                                          > 21 ( baixa pressão)       30 - 45 (média pressão)           > 65 (alta pressão)



Figura 12. Quantidade de caldeiras por classes de pressão de vapor (em kgf/cm²).




                                                                                                                                  35
80
                       70
                       60
     Nº de caldeiras




                       50
                       40
                       30
                       20
                       10
                       0
                                   < 50   51 - 100                 101 - 150         > 151
                                          Cap. produção caldeiras (t vapor/h)

Figura 13. Quantidade de caldeiras por capacidade de produção (em t vapor/h).


Tabela 8. Mínimo, máximo e média para a potência instalada de geração de energia elétrica por usina
                            (em MW).
Região                                     Mínimo                         Máximo             Média
Expansão                                         4,1                          70,0           28,0
Tradicional                                      3,0                          80,0           27,3
Nordeste                                         5,8                          19,0           13,0


Tabela 9. Porcentagem de vapor alocado às turbinas de geração de eletricidade (em %).

Região                                    Mínimo                      Máximo             Média

Expansão                                     3                           100                 38
Tradicional                                  4                           100                 44
Nordeste                                     6                           96                  48




36
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
14
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14
14
14
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  • 1. Universidade de São Paulo - USP Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ Departamento de Economia, Administração e Sociologia Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas - PECEGE Coordenação: CARLOS EDUARDO OSÓRIO XAVIER DANIEL YOKOYAMA SONODA LEONARDO BOTELHO ZILIO PEDRO VALENTIM MARQUES Equipe técnica: ANA MARIA COVOLAM ANDRÉ DA CUNHA BASTOS DOUGLAS BOTTREL ISABELA PRADO JOÃO HENRIQUE MANTELLATTO ROSA JULIANA FLORÊNCIO KEDLEY DE FARIAS LISIANE ISSISAKI KAMIMURA HAROLDO JOSÉ TORRES DA SILVA MARIA ALICE MÓZ CHRISTOFOLETTI RENAN BENEDITO D’ARAGONE RICARDO DE CAMPOS BULL RODOLFO MARGATO DA SILVA WELLINGTON GUSTAVO BENDINELLI PECEGE. Custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol no Brasil: Fechamento da safra 2010/2011. Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas/Departamento de Economia, Administração e Sociologia. 2011. 141 p. Relatório apresentado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA. ISSN 2177-4358 2
  • 2. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................................ 5 LISTA DE TABELAS ....................................................................................................................................... 8 SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................................................... 12 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 16 2. AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS ............................................................................................. 18 3. RESULTADOS ............................................................................................................................................ 25 3.1 Configuração técnica.............................................................................................................................. 25 3.1.1 Agrícola.................................................................................................................................................... 25 3.1.1.1 Variedades de cana-de-açúcar mais utilizadas ................................................................................. 25 3.1.1.2 Tratos culturais..................................................................................................................................... 26 3.1.1.2.1 Principais pragas na cultura da cana-de-açúcar............................................................................. 26 3.1.1.2.2 Plantas daninhas ............................................................................................................................... 28 3.1.1.3 Doenças................................................................................................................................................. 30 3.1.1.4 Rotação de Culturas............................................................................................................................. 31 3.1.1.5 Agricultura de precisão ....................................................................................................................... 32 3.1.2 Industrial .................................................................................................................................................. 33 3.2 Indicadores de Produção ........................................................................................................................... 38 3.2.1 Fornecedores............................................................................................................................................ 38 3.2.2 Usinas ....................................................................................................................................................... 42 3.2.2.1 Agrícola ................................................................................................................................................ 42 3.2.2.2 Industrial ............................................................................................................................................... 49 3.2.2.2.1 Indicadores gerais das unidades industriais ................................................................................... 50 3.2.2.2.2 Qualidade da matéria-prima ............................................................................................................ 56 3.2.2.2.3 Rendimentos e perdas industriais ................................................................................................... 60 3.2.2.2.4 Subprodutos industriais.................................................................................................................... 65 3.3 Preços de insumos ...................................................................................................................................... 69 3.3.1 Agrícolas .................................................................................................................................................. 69 3
  • 3. 3.3.2 Industriais................................................................................................................................................. 75 3.4 Custos .......................................................................................................................................................... 80 3.4.1 Fornecedores ............................................................................................................................................ 80 3.4.2 Usinas....................................................................................................................................................... 93 3.4.2.1 Agrícola................................................................................................................................................. 93 3.4.2.2 Industrial ............................................................................................................................................. 105 3.4.2.3 Administrativo .................................................................................................................................... 124 4. EVOLUÇÃO DOS RESULTADOS DOS LEVANTAMENTOS DE CUSTO .................................. 126 4.1. Fornecedores ............................................................................................................................................ 126 4.2 Usinas ........................................................................................................................................................ 132 5. CONCLUSÕES .......................................................................................................................................... 136 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 140 4
  • 4. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Representatividade da moagem amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11. .................................................................................................................................................. 21 Figura 2. Representatividade da produção de açúcar amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11 .................................................................................................................. 22 Figura 3. Representatividade da produção de etanol amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11 ..................................................................................................................................... 23 Figura 4. Histograma de frequências das variedades mais plantadas no Brasil e nas regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ...................................................................................... 26 Figura 5. Principais pragas da cultura da cana-de-açúcar no Brasil, na amostra do PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11. .............................................................................................................. 28 Figura 6. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades em nível Brasil, para o fechamento da safra 2010/11. ........................................... 29 Figura 7. Utilização de agricultura de precisão na cultura da cana-de-açúcar no Brasil e nas regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 32 Figura 8. Distribuição das usinas em relação à capacidade de extração diária em toneladas. ............... 33 Figura 9. Distribuição das usinas em relação à capacidade diária das destilarias de etanol. ................. 34 Figura 10. Distribuição das usinas em relação à via de desidratação de etanol. .................................... 34 Figura 11. Distribuição das usinas em relação à quantidade de caldeiras para a produção de vapor. ... 35 Figura 12. Quantidade de caldeiras por classes de pressão de vapor (em kgf/cm²). .............................. 35 Figura 13. Quantidade de caldeiras por capacidade de produção (em t vapor/h). ................................. 36 Figura 14. Quantidade de geradores por classes de potência de energia elétrica (em MW). ................. 38 Figura 15. Distribuição de produtividade média (t/ha) em função de faixas de moagem (milhões de t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................. 43 Figura 16. Histograma de freqüência de produtividade média (t/ha) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c)....................................................................... 43 Figura 17. Histograma de freqüência de colheita mecanizada (%) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c)....................................................................... 44 Figura 18. Histograma de freqüência da concentração de ATR em cana própria para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c). ................................................... 46 Figura 19. Histograma de freqüência dos preços de arrendamentos para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c)....................................................................... 47 Figura 20. Distribuição de horas de processamento e eficiência do tempo (%). ................................... 52 Figura 21. Distribuição das horas paradas.............................................................................................. 52 Figura 22. Mix de produção entre açúcar e etanol (em %). ................................................................... 53 Figura 23. Distribuição da Pol% da cana (PC da cana - percentual de sacarose na composição da cana) para as regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ........................................... 57 Figura 24. Distribuição das usinas em relação ao teor de fibra da cana-de-açúcar (em %). .................. 58 Figura 25. Pureza do caldo da cana (relação percentual entre Pol % e Brix). ....................................... 59 Figura 26. Distribuição de perdas na extração (% ART) em função de faixas de moagem (milhões de t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................. 60 5
  • 5. Figura 27. Histograma de freqüência de perdas na extração (%) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ...................................................................................... 61 Figura 28. Porcentagem de lavagem de cana-de-açúcar (%). ................................................................ 62 Figura 29. Rendimento de fermentação (%)........................................................................................... 62 Figura 30. Rendimento de destilação (%). ............................................................................................. 63 Figura 31. Produção relativa de vinhaça (l/l de etanol). ......................................................................... 66 Figura 32. Produção relativa de bagaço (kg/t cana). .............................................................................. 66 Figura 33. Produção relativa de torta de filtro (kg/t cana). .................................................................... 67 Figura 34. Produção relativa de óleo fúsel (l/m³ de etanol). .................................................................. 67 Figura 35. Produção relativa de levedura (kg/m³ de etanol). ................................................................. 68 Figura 36. Produção relativa de mel (kg/t açúcar). ................................................................................ 68 Figura 37. Preço do bagaço (R$/t). ......................................................................................................... 69 Figura 38. Representação gráfica dos custos de produção e dos preços da cana-de-açúcar encarados pelos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11. ................................................................................................................. 84 Figura 39. Indicadores de rentabilidade para os fornecedores de cana das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11. ........................... 85 Figura 40. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro- Sul Tradicional. ...................................................................................................................................... 86 Figura 41. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro- Sul Expansão. ......................................................................................................................................... 87 Figura 42. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Nordeste. ................................................................................................................................................................ 88 Figura 43. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da região Centro-Sul Tradicional. ............................................................................................................... 90 Figura 44. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da região Centro-Sul Expansão. .................................................................................................................. 91 Figura 45. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da região Nordeste....................................................................................................................................... 92 Figura 46. Representação gráfica dos custos e preços de cana-de-açúcar, para a safra 2010/11, considerando as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, em R$/tc. ...................................................................................................................................................... 99 Figura 47. Indicadores de rentabilidade das usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11, em valores percentuais. .................................................. 100 Figura 48. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo, para as usinas da região Centro-Sul Tradicional, na safra 2010/11. ........................................................................................... 101 Figura 49. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo, para as usinas da região Centro-Sul Expansão, na safra 2010/11. .............................................................................................. 102 Figura 50. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo, para as usinas da região Nordeste, na safra 2010/11. .................................................................................................................. 103 Figura 51. Distribuição de custos com mão de obra (R$/t) em função de faixas de moagem (milhões de t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ............................ 106 6
  • 6. Figura 52. Custos de peças e serviços de manutenção industrial (R$/t) para usinas das regiões Centro- Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................................................................. 109 Figura 53. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Expansão: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. ............................................................................ 118 Figura 54. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Tradicional: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. ............................................................................ 119 Figura 55. COE, COT, CT e Preço médio para a região Nordeste: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. ....................................................................................................... 120 Figura 56. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da região Expansão, na safra 2010/11. ...................................................................................................... 121 Figura 57. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da região Tradicional, na safra 2010/11. ................................................................................................... 122 Figura 58. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da região Nordeste, na safra 2010/11. ....................................................................................................... 123 Figura 59. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região Tradicional. .......................................................................................................................................... 127 Figura 60. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região de Expansão. ............................................................................................................................................. 127 Figura 61. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região Nordeste. .............................................................................................................................................. 129 Figura 62. Evolução das margens sobre o custo total de produção da cana: fornecedores das regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. ....................................................................................................... 129 Figura 63. Evolução dos custos reais de produção da cana-de-açúcar: fornecedores das regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. ....................................................................................................... 130 Figura 64. Custos e preços reais da cana-de-açúcar: média das safras 2007/08 à 2010/11 para fornecedores das regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. .............................................................. 131 Figura 65. Custo total e preço médio para a cana – Comparativo entre safras. ................................... 132 Figura 66. Custo total e preço médio para o Açúcar Branco – Comparativo entre safras. .................. 133 Figura 67. Custo total e preço médio para o Açúcar VHP – Comparativo entre safras. ...................... 133 Figura 68. Custo Total e Preço médio para Etanol Anidro – Comparativo entre safras. ..................... 134 Figura 69. Custo Total e Preço médio para o Etanol Hidratado – Comparativo entre safras. ............. 134 7
  • 7. LISTA DE TABELAS Tabela 1. Cidades e regiões em que os painéis foram realizados na safra 2010/11 ............................... 19 Tabela 2. Evolução do número de moagem (em milhões de toneladas) e do número de usinas participantes da pesquisa ........................................................................................................................ 20 Tabela 3. Representatividade da amostra do PECEGE em relação à moagem e às produções de açúcar e etanol do país, para o fechamento da safra 2010/11 ............................................................................ 24 Tabela 4. Principais pragas da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões produtoras amostradas ............................................................................................................................ 27 Tabela 5. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões produtoras amostradas. ........................................................................ 29 Tabela 6. Principais doenças para a cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões produtoras amostradas ......................................................................................................... 30 Tabela 7. Utilização de rotação de culturas para as lavouras de cana-de-açúcar do Brasil, na amostra do PECEGE/CNA ....................................................................................................................................... 31 Tabela 8. Mínimo, máximo e média para a potência instalada de geração de energia elétrica por usina (em MW). ............................................................................................................................................... 36 Tabela 9. Porcentagem de vapor alocado às turbinas de geração de eletricidade (em %). .................... 36 Tabela 10. Produção relativa de energia elétrica (em KWh/tc). ............................................................. 37 Tabela 11. Taxa de utilização dos equipamentos de moagem (em %). .................................................. 37 Tabela 12. Taxa de utilização dos equipamentos de destilação (em %). ............................................... 37 Tabela 13. Taxa de utilização dos equipamentos de fabricação de açúcar (em %). ............................... 37 Tabela 14. Taxa de utilização dos equipamentos de geração de vapor (em %). .................................... 37 Tabela 15. Mínimos, máximos e médias da produtividade agrícola (t/ha) para os fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 39 Tabela 16. Mínimos, máximos e médias do raio médio (km) para os fornecedores das regiões Centro- Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 39 Tabela 17. Mínimos, máximos e médias da concentração de ATR em cana própria (kg ATR/t) dos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste ............................ 39 Tabela 18. Mínimos, máximos e médias de preços de arrendamento, em espécie (t/ha/ano), pagos por fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ........................... 40 Tabela 19. Mínimos, máximos e médias do ATR padrão pago em contratos de arrendamentos (kg ATR/tc): regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. ............................................................................. 40 Tabela 20. Mínimos, máximos e médias do preço do ATR (R$/kg ATR) pago aos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 41 Tabela 21. Mínimos, máximos e médias da porcentagem de colheita mecanizada dos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 41 Tabela 22. Mínimos, máximos e médias da porcentagem de colheita manual dos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 41 Tabela 23. Mínimo, máximo e média de produtividade agrícola (t/ha) para usinas das regiões Centro- Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 44 Tabela 24. Mínimo, máximo e média da porcentagem de colheita mecânica das usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 45 8
  • 8. Tabela 25. Mínimo, máximo e média da concentração de ATR em cana própria (kg ATR/t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................. 46 Tabela 26. Mínimo, máximo e média de preços de arrendamentos, em espécie (t/ha/ano), para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................. 47 Tabela 27. Mínimo, máximo e moda do ATR padrão pago em contratos de arrendamentos (kg ATR/tc), para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste................ 48 Tabela 28. Mínimo, máximo e média do preço do ATR (R$/kg ATR) para usinas das regiões Centro- Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 49 Tabela 29. Mínimo, máximo e média para a participação da cana própria nas moagens das usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11...................... 50 Tabela 30. Parâmetros de processamento de cana-de-açúcar utilizados nos modelos regionais de custos, para a safra 2010/11. .................................................................................................................. 51 Tabela 31. Mix de produção utilizados nos modelos de custos regionais. ............................................. 53 Tabela 32. Mix de produtos utilizados nos modelos de custos regionais. ............................................. 54 Tabela 33. Produção final dos produtos considerados nos modelos de custos regionais. ...................... 54 Tabela 34. Produção relativa final dos produtos considerados nos modelos de custos regionais. ......... 55 Tabela 35. Produção e comercialização de eletricidade consideradas nos modelos de custos regionais, em kWh por tonelada de cana processada. ............................................................................................. 55 Tabela 36. Produção e comercialização de eletricidade consideradas nos modelos de custos regionais, em MWh. ................................................................................................................................................ 56 Tabela 37. Mínimos, máximos e médias do teor de Pol% (PC) da cana-de-açúcar para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, em %. ............................................ 57 Tabela 38. Mínimos, máximos e médias do teor de fibra (%) da cana-de-açúcar para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 58 Tabela 39. Mínimos, máximos e médias para a pureza do caldo (relação percentual entre Pol % e Brix) da cana-de-açúcar, para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. 59 Tabela 40. Parâmetros de qualidade de matéria prima utilizados no modelo. ....................................... 59 Tabela 41. Mínimos, máximos e médias para perdas na extração (% ART) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 61 Tabela 42. Mínimos, máximos e médias do rendimento de fermentação (%) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 63 Tabela 43. Mínimos, máximos e médias do rendimento de destilação (%) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 63 Tabela 44. Perdas e eficiências industriais utilizadas nos modelos regionais de custo (em %). ............ 64 Tabela 45. Mínimos, máximos e médias de perdas na lavagem (% ART) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 64 Tabela 46. Mínimos, máximos e médias de perdas na torta (% ART) para usinas das regiões Centro- Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 64 Tabela 47. Mínimos, máximos e médias de perdas indeterminadas (% ART) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste..................................................................... 65 Tabela 48. Mínimos, máximos e médias da pureza do mel final (%) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ...................................................................................... 65 9
  • 9. Tabela 49. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Centro-Sul Expansão, safra 2010/11 – Fornecedor e Usina ................................................................................................................................. 71 Tabela 50. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Centro-Sul Tradicional, safra 2010/11 – Fornecedor e Usina .............................................................................................................................. 71 Tabela 51. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Nordeste, safra 2010/11 – Fornecedor e Usina .................................................................................................................................................... 72 Tabela 52. Evolução dos preços médios (R$) e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas levantados na região Centro-Sul Tradicional (safras 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e Usinas. .... 73 Tabela 53. Evolução dos preços médios e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas levantados na região Centro-Sul Expansão (safra 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e Usinas. ........ 74 Tabela 54. Evolução dos preços médios e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas levantados na região Nordeste (safra 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e Usinas. ............................ 74 Tabela 55. Preços e consumos médios dos principais insumos industriais coletados no Brasil, para a safra 2010/11. ......................................................................................................................................... 76 Tabela 56. Evolução dos preços médios dos principais insumos industriais coletados no Brasil (safra 2007/08 à safra 2010/11). ....................................................................................................................... 77 Tabela 57. Evolução dos consumos médios específicos dos principais insumos industriais coletados no Brasil (safra 2007/08 à safra 2010/11). .................................................................................................. 79 Tabela 58. Premissas básicas adotadas no modelo de custos de cana de fornecedores, para as regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 81 Tabela 59. Quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar (kg ATR/t) e preços de ATR (R$/kg ATR). ...................................................................................................................................................... 81 Tabela 60. Custos de produção de cana-de-açúcar de fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11................................................. 83 Tabela 61. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro- Sul Tradicional. ...................................................................................................................................... 86 Tabela 62. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro- Sul Expansão. ......................................................................................................................................... 87 Tabela 63. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Nordeste. ................................................................................................................................................................ 88 Tabela 64. Premissas básicas adotadas no modelo de custos de cana das usinas, para as regiões Centro- Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 94 Tabela 65. Quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar (kg ATR/t) e preços do ATR (R$/kg ATR) para as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ............... 95 Tabela 66. Custos de produção de cana-de-açúcar de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11................................................. 98 Tabela 67. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: COE. .................................................................. 104 Tabela 68. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: COT. .................................................................. 104 Tabela 69. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: CT. ..................................................................... 104 Tabela 70. Mínimos, máximos e médias para os custos com mão-de-obra (R$/t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................. 105 10
  • 10. Tabela 71 Mínimos, máximos e médias de custos com insumos industriais (R$/t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 107 Tabela 72. Mínimos, máximos e médias de custos com manutenção industrial (R$/t), e as respectivas participações dos grupos de materiais e serviços na composição desses custos, para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste................................................................... 108 Tabela 73. Mínimos, máximos e médias de custos com administração industrial (R$/t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 110 Tabela 74. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Centro-Sul Expansão. ............................................................................................................................................. 112 Tabela 75. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Centro-Sul Tradicional. .......................................................................................................................................... 113 Tabela 76. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Nordeste. .............................................................................................................................................................. 114 Tabela 77. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Centro-Sul Expansão. ....... 115 Tabela 78. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Centro-Sul Tradicional. .... 116 Tabela 79. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Nordeste. ........................... 117 Tabela 80. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Centro-Sul Expansão. ............................................................................................................................................. 118 Tabela 81. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Centro-Sul Tradicional. .......................................................................................................................................... 119 Tabela 82. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Nordeste. ...... 120 Tabela 83. Mínimos, máximos e médias para custos com mão-de-obra (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste................................................................... 124 Tabela 84. Mínimos, máximos e médias para custos com financiamento para capital de giro (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................... 124 Tabela 85. Mínimos, máximos e médias para custos com serviços e utilidades (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 125 Tabela 86. Mínimos, máximos e médias para custos com serviços técnicos e profissionais (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................... 125 Tabela 87. Mínimos, máximos e médias para custos com materiais de consumo (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 125 Tabela 88. Mínimos, máximos e médias para custos com diversos (R$/t) de usinas das regiões Centro- Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................................................................. 125 Tabela 89. Evolução dos custos de produção do açúcar branco, em R$/t. ........................................... 135 Tabela 90. Evolução dos custos de produção do açúcar VHP, em R$/t............................................... 135 Tabela 91. Evolução dos custos de produção do etanol anidro, em R$/m³. ......................................... 135 Tabela 92. Evolução dos custos de produção do etanol hidratado, em R$/m³. ................................... 135 11
  • 11. SUMÁRIO EXECUTIVO No 5º levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol do PECEGE ESALQ/USP-CNA houve expressivo crescimento do número de participantes e da representatividade da amostragem em termos de moagem de cana e de produção de açúcar e etanol. Ao todo, 101 usinas responderam aos questionários do levantamento, além de 19 associações de fornecedores de cana-de- açúcar. A pesquisa computou 51 questionários para a região Centro-Sul Tradicional, enquanto que para as regiões Centro-Sul Expansão e Nordeste foram registrados 29 e 21 questionários, respectivamente. Em média, o preço da cana-de-açúcar foi suficiente para cobrir os custos operacionais e as depreciações dos fornecedores (COT), e para as regiões de Expansão e Nordeste o preço de venda também conseguiu remunerar os custos de oportunidade do capital dos produtores (CT). No Centro- Sul Tradicional, a rentabilidade negativa em termos de resultado econômico explica-se pelos maiores níveis de preços de arrendamentos e pela maior ociosidade do capital investido (Figura A). 80 70 72,93 60 7,56 50 13,12 55,23 51,76 16,27 6,90 R$/tc 40 14,03 10,68 30 20 40,23 32,18 29,43 10 0 Tradicional Expansão Nordeste COE COT CT Preço cana Figura A. Custos de produção e do preço da cana-de-açúcar para os fornecedores das regiões Centro- Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11, em R$/tc. Os custos totais de produção (CT) da cana própria ficaram abaixo dos preços da matéria-prima para as unidades industriais, em todas as regiões analisadas. Destaca-se a margem de rentabilidade 12
  • 12. econômica das usinas do Nordeste. Tais resultados diferem daqueles apurados na safra 2009/10, quando os preços da cana das regiões do Centro-Sul não foram suficientes para cobrir totalmente os custos de oportunidade da atividade (Figura B). 80 70 73,45 60 54,04 7,19 52,94 50 6,09 12,63 3,31 R$/tc 40 9,18 9,07 30 20 37,86 43,57 34,74 10 0 Tradicional Expansão Nordeste COE COT CT Preço cana Figura B. Custos e preços da cana-de-açúcar para as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11, em R$/tc. Os preços dos mercados de açúcar e etanol remuneraram todos os fatores de produção no Centro-Sul e no Nordeste, refletindo cenários satisfatórios para as unidades do Brasil na safra 2010/11. Ou seja, os preços dos principais produtos do setor (açúcar branco, açúcar VHP, etanol anidro e etanol hidratado) foram maiores do que os custos totais de produção, gerando margens de rentabilidade positivas para as três regiões da pesquisa. Dentre esses produtos, destacam-se as margens obtidas com o açúcar branco, que atingiram patamares em torno de 40% no Centro-Sul e de aproximadamente 30% no Nordeste (Figuras C, D e E). Em comparação com os custos estimados pelo relatório de acompanhamento da safra 2010/11 do Centro-Sul, as diferenças entre estes valores e os divulgados pelo presente relatório de fechamento foram bastante pequenas, sendo inclusive nula para a região Tradicional, o que reflete a ótima aderência entre os levantamentos realizados. 13
  • 13. 1.600 1.600 1.400 1.400 1.200 1.200 1.000 1.000 R$/m³ R$/t 800 800 600 600 400 400 200 200 0 0 Branco VHP Anidro Hidratado COE COT CT Preço médio COE COT CT Preço médio a) b) Figura C. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Expansão: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. 1.600 1.600 1.400 1.400 1.200 1.200 1.000 1.000 R$/m³ R$/t 800 800 600 600 400 400 200 200 0 0 Branco VHP Anidro Hidratado COE COT CT Preço médio COE COT CT Preço médio a) b) Figura D. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Tradicional: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. 14
  • 14. 1.600 1.600 1.400 1.400 1.200 1.200 1.000 1.000 R$/m³ R$/t 800 800 600 600 400 400 200 200 0 0 Branco VHP Anidro Hidratado COE COT CT Preço médio COE COT CT Preço médio a) b) Figura E. COE, COT, CT e Preço médio para a região Nordeste: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. A partir dos resultados obtidos com o estudo, e com base nas tendências de custos e preços observadas ao longo dos últimos anos, espera-se que após o fechamento da safra 2011/12 os patamares de rentabilidade dos fornecedores de cana aproximem-se do equilíbrio econômico de longo prazo, caracterizado pelo lucro nulo, ao serem considerados todos os custos de oportunidade do capital. Após o cenário de baixa rentabilidade, os preços dos produtos superaram, em geral, todos os custos totais de produção, apesar destes apresentarem aumentos em comparação com a safra anterior. Os resultados e conclusões do relatório reforçam a importância do desenvolvimento de trabalhos como esse, cujo objetivo consiste em medir os fatores que são determinantes para o custo de produção e gerar indicadores que reflitam as melhores práticas de gerenciamento e controle da produção. 15
  • 15. 1. INTRODUÇÃO De forma a prosseguir com os levantamentos de custos de produção do setor sucroenergético brasileiro, o Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas – PECEGE, novamente em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil- CNA, realizou no primeiro semestre de 2011 o levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol do Brasil, tendo como referência a safra 2010/11. A metodologia aplicada no estudo seguiu os procedimentos delineados por Marques (2009) e Xavier et al (2009), mediante o levantamento dos custos agrícolas (cana-de-açúcar) de fornecedores autônomos e usinas, e dos custos industriais destas (produção de açúcar e etanol). No que tange às modificações de importância, ou seja, às alterações e incrementos do procedimento metodológico aplicado para o fechamento da safra 2010/11 face ao último levantamento, destacam-se a expansão do tratamento dos custos de insumos agrícolas e de mão-de-obra, além da aplicação de questionário específico de configuração tecnológica agrícola junto às usinas participantes. No que diz respeito à representatividade amostral da pesquisa, detalhada no capítulo seguinte deste documento, salienta-se a evolução do número de agentes participantes, bem como o alcance do estudo em todas as grandes regiões canavieiras do país. Com base nos dados fornecidos referentes à safra 2010/11, a amostragem englobou 23,22% de todas as usinas instaladas no Brasil, o que correspondeu a 28,84% de toda moagem de cana registrada em tal safra, sendo equivalente a 34,85% da produção de açúcar e a 26,07% da produção de etanol registradas para o país. Com o intuito de aperfeiçoar ainda mais o levantamento de custos de produção de cana-de- açúcar, açúcar e etanol, o PECEGE busca continuamente novas usinas participantes do projeto. Espera-se, para a próxima edição, análises mais abrangentes referentes à manutenção industrial e aos custos administrativos das usinas, bem como maior detalhamento das configurações tecnológicas agrícolas dos fornecedores. Além da introdução, o trabalho contempla análises descritivas sobre a amostragem e a coleta de dados (Seção 2) e resultados (Seção 3), sendo que neste último podem ser encontrados dados sobre configuração técnica (Subseção 3.1), fatores de produção (Subseção 3.2), preços de insumos (Subseção 3.3) e 16
  • 16. custos (subseção 3.4) que, diferentemente do último relatório desenvolvido pelo PECEGE, estão divididos, majoritariamente, entre fornecedores e usinas. As Seções 4 e 5, por sua vez, abrangem a evolução dos resultados dos levantamentos de custos e as conclusões, respectivamente. Os resultados dos outros levantamentos (safras 2007/08, 2008/09, 2009/10 e 2010/11 – acompanhamento Centro-Sul) podem ser obtidos no site www.pecege.esalq.usp.br. 17
  • 17. 2. AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS A amostragem baseou-se na metodologia aplicada nos levantamentos anteriores. Dessa forma, foram contatadas todas as usinas situadas nos nove maiores estados produtores do país, bem como no Rio de Janeiro. Foram estabelecidos contatos (visitas, telefone ou e-mail) com aproximadamente 230 unidades sucroenergéticas do Brasil, para a obtenção de informações dos custos de produção de cana- de-açúcar, açúcar e etanol das três regiões produtoras do Brasil: Centro-Sul Tradicional (São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná), Centro-Sul Expansão (Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) e Nordeste (Pernambuco, Alagoas e Paraíba). Após o estabelecimento de contato e o envio de questionários às usinas, foram obtidas informações de 101 unidades, sendo 51 delas localizadas na região Centro-Sul Tradicional, 31 na região Centro-Sul Expansão e 19 na região Nordeste. Tais questionários continham consultas sobre indicadores de produção, custos, configuração tecnológica e utilização de insumos, para as áreas agrícola e industrial das usinas. Além dos dados levantados junto às unidades industriais, também foram realizadas visitas de campo em todos os 10 estados amostrados pelo levantamento, incluindo visitas às associações de fornecedores de cana-de-açúcar, alinhadas à realização de painéis presenciais com produtores, técnicos e outros agentes do setor. Os painéis realizados junto aos fornecedores de cana-de-açúcar na safra 2010/11 constam na Tabela 1. O aumento do número de participantes mostra a evolução do processo de amostragem do 5° levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol. Houve uma taxa de crescimento superior a 260% em comparação com a última pesquisa, o que reflete o aprimoramento dos processos de coleta e análise de dados, e a percepção da relevância do trabalho sob a ótica dos agentes do setor sucroenergético como um todo. 18
  • 18. Tabela 1. Cidades e regiões em que os painéis foram realizados na safra 2010/11 Cidade (Painel) Região Andradina – SP Expansão Araçatuba – SP Tradicional Assis – SP Tradicional Campos dos Goytacazes – RJ Tradicional Catanduva – SP Tradicional Goiatuba – GO Expansão Ituiutaba – MG Expansão Jacarezinho – PR Tradicional Jaú – SP Tradicional João Pessoa – PB Nordeste Maceió – AL Nordeste Maracaju – MS Expansão Nova Olímpia – MT Expansão Piracicaba – SP Tradicional Porecatu – PR Tradicional Quirinópolis – GO Expansão Recife – PE Nordeste Sertãozinho – SP Tradicional Uberaba – MG Expansão Fonte: Dados do PECEGE/CNA O total amostrado na primeira safra analisada (2007/08) totalizou 40,9 milhões de toneladas de cana moída, das quais 23,1 milhões foram referentes ao Centro-Sul Tradicional do país, 9,8 milhões relativas ao Centro-Sul Expansão e 8,0 milhões correspondentes ao Nordeste. Para a safra 2010/11, 174,31 milhões de toneladas foram amostrados, em 101 unidades industriais espalhadas por 10 estados brasileiros. Nesse sentido, cabe ressaltar que 80 usinas forneceram informações dos questionários de indicadores de produção e custos, ao passo que as outras 21 componentes da base de dados efetuaram cadastros junto ao sistema de contatos do PECEGE/CNA, transmitindo informações parciais, tais como moagem total e produção de açúcar e etanol. A amostra contém moagens de 104,2 e 44,5 milhões de toneladas de cana para as regiões Centro-Sul Tradicional e Centro-Sul Expansão, respectivamente, enquanto 25,6 milhões correspondem à moagem nordestina (Tabela 2). 19
  • 19. Tabela 2. Evolução do número de moagem (em milhões de toneladas) e do número de usinas participantes da pesquisa 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11* 2010/11 Unidades da Federação Nº Nº Nº Nº Nº Moagem Moagem Moagem Moagem Moagem usinas usinas usinas usinas usinas Alagoas 3,7 3 5,2 4 3,0 3 - - 15,6 10 Goiás 3,3 3 8,7 4 8,3 4 10,7 5 20,6 11 Mato Grosso 0,0 0 0,0 0 1,6 1 3,3 4 1,2 2 Mato G. Sul 1,5 1 0,2 1 0,0 0 2,1 1 3,3 3 Minas Gerais 5,0 4 4,4 2 6,0 3 4,6 3 19,4 13 Paraíba 0,0 0 0,0 0 0,8 1 - - 2,8 4 Paraná 1,7 3 1,3 1 1,4 1 20,8 11 5,5 5 Pernambuco 4,3 3 1,7 1 1,7 1 - - 7,2 7 Rio de Janeiro 0,6 2 6,9 1 1,5 2 1,6 2 1,7 2 São Paulo 20,8 13 15,1 6 26,6 11 72,6 29 97,0 44 TOTAL 40,9 32 44 20 50,8 28 115,6 55 174,3 101 Fonte: Dados do PECEGE/ CNA. * Dados do relatório de Acompanhamento de Safra para a região Centro-Sul. Com o intuito de comparar os dados amostrados pela pesquisa realizada pelo PECEGE/CNA com os totais de moagem e produção de açúcar e etanol do Brasil, foram coletados dados fornecidos pela União da Indústria de Cana-de-açúcar – UNICA, para a região Centro-Sul, e pelo Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool – SINDAÇÚCAR/PE, para a região Nordeste. Com isso, pode ser verificada na Figura 1, Figura 2 e Figura 3 a representatividade do levantamento frente às principais instituições do setor sucroenergético, nos diversos estados brasileiros e nos painéis regionais, para a safra 2010/11 (Tabela3). Em relação à moagem, são bastante significativas as representatividades da amostragem executada pelo PECEGE/CNA nos estados de Alagoas, Rio de Janeiro, Paraíba, Pernambuco e Goiás, que atingiram os patamares de 58,41%, 56,07%, 54,64%, 44,72% e 44,18% das moagens totais dessas unidades da federação na safra 2010/11, respectivamente. Dentre os maiores produtores em âmbito nacional, os estados de São Paulo e Minas Gerais também são consideravelmente abrangidos pelo levantamento, haja vista os níveis respectivos de 26,43% e 38,00%. Embora as representatividades de Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sejam menores 20
  • 20. em termos relativos, as usinas amostradas possuem cerca de um décimo de toda moagem existente em tais unidades da federação (Figura 1). Em termos mais específicos, ressalta-se ainda que em determinados painéis de São Paulo e Goiás a amostra do PECEGE/CNA alcançou valores relativos muito expressivos, o que reflete a diversificação regional e a robustez dos resultados obtidos pelo levantamento. Para as subdivisões estabelecidas em São Paulo, foram amostrados 39,35%, 33,91% e 29,73% das moagens totais de Catanduva, Araçatuba e Sertãozinho, respectivamente, tendo como referência a safra anterior. Além disso, a pesquisa representou em Goiás 53,03% e 35,20% das produções totais registradas nos painéis de Quirinópolis e Goiatuba. 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% AL GO MT MS MG PB PR PE RJ SP TOTAL Moagem - AMOSTRA PECEGE Figura 1. Representatividade da moagem amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11. No que se refere à participação da amostra do PECEGE/CNA em relação à distribuição das produções brasileiras dos principais produtos do setor sucroenergético, verifica-se que a amostra de São Paulo contabilizou aproximadamente 34,78% e 21,34% do total estadual produzido de açúcar e etanol, respectivamente. Dentre as subdivisões regionais estabelecidas, Catanduva, Araçatuba, 21
  • 21. Sertãozinho e Assis destacam-se pela produção de açúcar. Para a primeira mesorregião citada, a amostragem representou 86,17% do total produzido, com base em dados da UNICA. Os mesmos destaques devem ser dados aos valores amostrados em Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro, além da região Nordeste como um todo. A propósito, quanto à produção total de açúcar, os painéis de Uberaba – MG, Campos dos Goytacazes - RJ e Goiatuba - GO apresentaram indicadores respectivos de amostragem de 61,85%, 57,70% e 50,81%. Para a produção de etanol, os percentuais de Quirinópolis – GO e das três capitais nordestinas presentes no levantamento merecem ser realçadas, tendo em vista os valores de 62,55% para o painel goiano e 74,88%, 67,63% e 50,76% para Maceió, João Pessoa e Recife, respectivamente. Além disso, a despeito das produções de etanol do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul terem sido pouco amostrados, relativamente, suas produções de açúcar tiveram bastante representatividade na pesquisa. Os painéis de Nova Olímpia – MT e Maracaju – MS apresentaram valores de 20,67% e 21,35% para a produção açucareira, em termos respectivos. 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% AL GO MT MS MG PB PR PE RJ SP TOTAL Açúcar - AMOSTRA PECEGE Figura 2. Representatividade da produção de açúcar amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11 22
  • 22. 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% AL GO MT MS MG PB PR PE RJ SP TOTAL Etanol - AMOSTRA PECEGE Figura 3. Representatividade da produção de etanol amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11 De maneira geral, para o Brasil como todo, a amostra desenvolvida pelo PECEGE/CNA abrangeu 23,22% das usinas instaladas e registradas, e 28,84% da moagem de cana da safra 2010/11. Em relação aos principais produtos industriais, a amostragem representou 34,85% e 26,07% das produções nacionais de açúcar e etanol, respectivamente. 23
  • 23. Tabela 3. Representatividade da amostra do PECEGE em relação à moagem e às produções de açúcar e etanol do país, para o fechamento da safra 2010/11 Nº Usinas Moagem Açúcar Etanol Painéis de SÃO PAULO Catanduva 40,63% 39,35% 86,17% 22,42% Sertãozinho 27,91% 29,73% 23,43% 20,41% Piracicaba 11,76% 13,21% 14,05% 11,09% Araçatuba 22,50% 33,91% 41,39% 33,10% Assis 11,11% 20,45% 24,37% 21,97% Jaú 13,79% 13,51% 11,63% 15,59% TOTAL 22,45% 26,98% 35,17% 21,89% Painéis do PARANÁ Porecatu 17,86% 14,62% 9,02% 19,53% Jacarezinho - - - - TOTAL 14,29% 12,75% 8,54% 15,95% Painéis de MINAS GERAIS Uberaba 29,55% 38,00% 61,85% 39,82% TOTAL 29,55% 38,00% 61,85% 39,82% Painéis de GOIÁS Goiatuba 40,00% 35,20% 50,81% 29,14% Quirinópolis 28,00% 53,03% 14,96% 62,55% TOTAL 31,43% 44,18% 32,05% 45,79% Painéis do MATO GROSSO Nova Olímpia 10,00% 8,31% 20,67% 4,90% TOTAL 10,00% 8,31% 20,67% 4,90% Painéis do MATO GROSSO DO SUL Maracaju 15,00% 12,30% 21,35% 6,09% TOTAL 15,00% 12,30% 21,35% 6,09% Painéis do RIO DE JANEIRO Campos dos Goytacazes 18,18% 56,07% 57,70% 44,01% TOTAL 18,18% 56,07% 57,70% 44,01% Painéis de PERNAMBUCO Recife 30,43% 44,72% 35,72% 50,76% TOTAL 30,43% 44,72% 35,72% 50,76% Painéis de ALAGOAS Maceió 29,41% 58,41% 49,08% 74,88% TOTAL 29,41% 58,41% 49,08% 74,88% Painéis da PARAÍBA João Pessoa 23,53% 54,64% 43,54% 67,63% TOTAL 23,53% 54,64% 43,54% 67,63% 24
  • 24. 3. RESULTADOS 3.1 Configuração técnica 3.1.1 Agrícola Com o intuito de aperfeiçoar as análises de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol, o PECEGE/CNA realizou uma primeira coleta de dados referente à configuração técnica agrícola das usinas participantes do projeto. Assim, na presente seção são apresentados os dados da configuração tecnológica das unidades do setor sucroenergético, que estão divididos em: variedades mais utilizadas, tratos culturais (principais pragas, plantas daninhas e doenças), rotação de cultura, sistema de preparo de solo, uso de irrigação e agricultura de precisão. 3.1.1.1 Variedades de cana-de-açúcar mais utilizadas O uso de diferentes variedades de cana-de-açúcar consiste em uma estratégia que busca explorar os ganhos da interação das mesmas com o ambiente, além de ter em vista o manejo das pragas e a diversificação da época de colheita e maturação da cana. Dessa forma, são apresentadas na Figura 4 as principais variedades estabelecidas nas usinas participantes, bem como suas representatividades em cada grande região da pesquisa. Na região Centro-Sul Tradicional as principais variedades levantadas foram RB867515, SP81- 3250 e RB966928, que representaram em conjunto 67% do total da área plantada na região. Já na região Centro-Sul Expansão as variedades que mostraram maior predominância foram a RB867515 e a SP81-3250, correspondentes a 48% de todo o plantio. Na região Nordeste, observou-se que as variedades mais utilizadas foram SP81-3250, RB92579 e SP79-1011, as quais representaram 81% do total cultivado, com destaque à variedade RB92579, que sozinha representou 54% do total. No Brasil, de forma geral, as principais variedades de cana-de-açúcar levantadas foram as variedades RB867515, SP81-3250 e RB966928, totalizando59% da área de cana-de-açúcar plantada em todo o país. 25
  • 25. 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Outras Outras Outras Outras SP81-3250 SP83-2847 SP81-3250 SP83-2847 SP81-3250 SP79-1011 SP79-1011 SP83-2847 SP81-3250 SP79-1011 RB966928 RB867515 RB855453 RB855156 RB867515 RB855453 RB855156 RB867515 RB966928 RB867515 RB855453 RB855156 RB92579 RB72454 RB92579 RB92579 RB72454 Centro-Sul Tradicional Centro-Sul Expansão Nordeste Brasil Figura 4. Histograma de frequências das variedades mais plantadas no Brasil e nas regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. 3.1.1.2 Tratos culturais 3.1.1.2.1 Principais pragas na cultura da cana-de-açúcar Vários são os danos causados pelas pragas na cultura da cana-de-açúcar, gerando queda de produtividade e redução de qualidade da matéria-prima. Além dos danos diretos, também são relevantes os danos indiretos causados pelas mesmas, tais como a infestação por pragas secundárias, o que acarreta a intensificação das perdas na produção e o aumento de custos com defensivos. A propósito, a importância de uma espécie de praga varia em função da região de cultivo (condições edafoclimáticas), do ano agrícola e das técnicas adotadas na condução da lavoura. Por isso, a Tabela 4 e Figura 5 apresentam as principais pragas da cana-de-açúcar levantadas, bem como suas representatividades referentes a cada região. Na região Nordeste as pragas mais recorrentes foram: broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis), broca gigante (Telchin licus), cigarrinha-da-folha (Mahanarva posticata), cupins, 26
  • 26. formigas e lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus). Nesse sentido, é importante salientar a grande relevância da broca gigante para esta região (23%), fato inexistente nos outros locais amostrados. Já na região Centro-Sul Expansão, as pragas de maior recorrência foram: broca da cana-de- açúcar (Diatraea flavipennella), cigarrinha-da-raiz (Mahanarva fimbriolata), cupins e formigas, que equivaleram a 75% de todas as pragas levantadas. Na região Centro-Sul Tradicional, por sua vez, as principais pragas levantadas foram: broca da cana-de-açúcar (Diatraea flavipennella), cigarrinha-da- raiz (Mahanarva fimbriolata), migdolus (Migdolus fryanus) e cupins, representando 84% do total registrado. Em síntese, no Brasil como um todo, as pragas mais presentes foram: a broca da cana-de- açúcar (Diatraea flavipennella), a cigarrinha-da-raiz (Mahanarva fimbriolata), cupins, formigas e o migdolus (Migdolus fryanus), que totalizaram 75% das pragas mencionadas. Tabela 4. Principais pragas da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões produtoras amostradas Nome Popular Nome Científico Nordeste Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Bicudo da cana-de-açúcar Sphenophoruslevis 0% 0% 0% Broca da cana-de-açúcar Diatraea flavipennella 0% 18% 24% Broca da cana-de-açúcar Diatraea saccharalis 15% 4% 0% Broca gigante Telchin licus 23% 0% 0% Broca peluda Hyponeumataltula 0% 4% 0% Cigarrinha-da-raiz Mahanarva fimbriolata 0% 18% 24% Cigarrinha-da-folha Mahanarva posticata 15% 0% 0% Cupins Cupins (várias espécies) 15% 14% 17% Formigas Formigas (várias espécies) 15% 25% 5% Lagarta elasmo Elasmopalpus lignosellus 15% 7% 0 Migdolus Migdolus fryanus 0% 7% 19% Nematóides Nematóides (várias espécies) 0% 0% 12% Pão-de-galinha Pão-de-galinha (várias espécies) 0% 4% 0 27
  • 27. 20% 18% 18% 18% 15% 16% 14% 13% 12% 12% 10% 8% 6% 6% 5% 4% 4% 4% 2% 2% 2% 1% 1% 0% Nematóides Formigas Cupins Migdolus Broca peluda Broca gigante Pão-de-galinha flavipennella) saccharalis) Cigarrinha-da- Cigarrinha-da- Lagarta elasmo Broca (D. Bicudo Broca (D. folha raiz Figura 5. Principais pragas da cultura da cana-de-açúcar no Brasil, na amostra do PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11. 3.1.1.2.2 Plantas daninhas Na Tabela 5 e na Figura 6 desta subseção são apresentadas as principais plantas daninhas levantadas para a safra 2010/11, assim como suas representatividades referentes a cada região produtora. Na região Nordeste, as principais plantas invasoras levantadas foram a Cyperus sp. e a Ipomoea sp., popularmente conhecidas como Tiririca e Corda-de-viola, respectivamente, que representaram 33% do total de plantas daninhas citadas pelas unidades da amostragem. Já nas regiões Centro-Sul Tradicional e Centro-Sul Expansão, os principais problemas foram causados pelas plantas: Capim colchão (Digitaria sp.), Capim colonião (Panicum maximum), Capim braquiária (Brachiaria decumbens) e Corda-de-viola (Ipomoea sp.), que juntas corresponderam a 64% do total levantado. 28
  • 28. Tabela 5. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões produtoras amostradas. Nome Popular Nome Científico Nordeste Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Capim colonião Panicum maximum 8% 13% 15% Capim colchão Digitaria sp. 0% 17% 18% Capim braquiária Brachiaria decumbens 8% 13% 15% Tiririca Cyperus sp. 17% 4% 9% Corda-de-viola Ipomoea sp. 17% 22% 15% Jitirana Merremia aegyptia L. 8% 0% 0% Trapoeraba Commelina benghalensis 8% 4% 0% Capim mão de sapo Dactyloctenium aegyptium 8% 0% 0% Capim pé de galinha Eleusine indica 8% 0% 0% Representatividade Total 83% 74% 73% 20% 18% 18% 16% 15% 13% 13% 14% 12% 10% 9% 8% 6% 4% 3% 2% 1% 1% 1% 0% aegyptia L. Digitaria sp. maximum Cyperus sp. Ipomoea sp. decumbens Dactylocteniu benghalensis Eleusine m aegyptium Brachiaria Panicum Commelina Merremia indica Figura 6. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades em nível Brasil, para o fechamento da safra 2010/11. 29
  • 29. 3.1.1.3 Doenças Na região Nordeste, no que diz respeito às principais doenças levantadas, observa-se que 50% dos problemas foram atribuídos a somente duas doenças: Ferrugem (Puccinia melanocephala) e Raquitismo da soqueira (Leifsonia xyli subsp. xyli). Entre as doenças fúngicas que trazem preocupações e podem acarretar prejuízos ao setor canavieiro na região Centro-Sul do Brasil, destacam-se também a Ferrugem, o Carvão (Ustilago scitaminea) e a Podridão do abacaxi (Ceratocystis paradoxa). De fato, em âmbito nacional, as quatro doenças mencionadas foram responsáveis por 68% do total de danos na cultura da cana-de-açúcar referentes a enfermidades, segundo o fechamento da safra 2010/11. Tabela 6. Principais doenças para a cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões produtoras amostradas Doença - Nome Popular Nordeste Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Mancha anelar 10% 0% 0% Ferrugem alaranjada 0% 0% 9% Podridão abacaxi 0% 11% 21% Podridão vermelha 0% 0% 12% Ferrugem 30% 32% 18% Carvão 10% 26% 18% Estria vermelha 10% 0% 3% Raquitismo da soqueira 20% 16% 6% Escaldadura das folhas 10% 0% 6% Síndrome do amarelinho 10% 0% 0% 30
  • 30. 3.1.1.4 Rotação de Culturas Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, a rotação de culturas configura-se como um processo de cultivo para a preservação ambiental, que influi positivamente na recuperação, manutenção e melhoria dos recursos naturais. As vantagens do uso contínuo da rotação de culturas são a preservação ou aprimoramento das características físicas, químicas e biológicas do solo, além do auxílio ao controle de plantas daninhas, doenças e pragas. No levantamento em estudo, a rotação de cultura da cana-de-açúcar vem sendo utilizada em todas as regiões amostradas, sendo que esta prática se fez presente em 79% dos canaviais brasileiros, a partir de dados da safra 2010/11. Na região Centro-Sul Tradicional, cerca de 50% das unidades adotaram a prática, utilizando principalmente amendoim, soja, milheto e crotalárias (Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis). Na região Centro–Sul Expansão, por sua vez, a rotação vem sendo executada principalmente com soja e crotalárias. Na região Nordeste,as culturas foram aquelas utilizadas no Centro-Sul, porém, o índice de utilização foi bastante inferior ao observado nas outras regiões (Tabela 7). Tabela 7. Utilização de rotação de culturas para as lavouras de cana-de-açúcar do Brasil, na amostra do PECEGE/CNA Região Cultura utilizada Utilização de Rotação Amendoim, Soja, Milheto, Centro-Sul Tradicional 53% Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis Soja, Crotalária Junceae Centro-Sul Expansão 21% Crotalária Spectabilis Nordeste Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis 5% Amendoim, Soja, Milheto, Brasil 79% Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis 31
  • 31. 3.1.1.5 Agricultura de precisão A agricultura de precisão permite o gerenciamento localizado dos cultivos, acarretando a otimização do uso de insumos e, consequentemente, o melhor gerenciamento dos gastos da produção agrícola. Tal técnica vem sendo utilizada tanto na região Centro-Sul Tradicional como na região de Expansão, com as participações de 30% e 33% dos canaviais amostrados, respectivamente. Em contrapartida, as práticas de agricultura de precisão não foram adotadas na região Nordeste (Figura 7). Em termos específicos, a região Centro-Sul Expansão faz uso de imagens de satélite, piloto automático, fotografias aéreas, amostragem de solo georreferenciada, tecnologia de aplicação em taxa variável, sistema de direcionamento via satélite, aplicação de gesso, fósforo e potássio em taxa variável, e também mapeamento do pH do solo. Na região Centro-Sul Tradicional, foram constatadas as mesmas tecnologias citadas acima, à exceção da fotografia aérea e da aplicação de fósforo em taxa variável. 50% 45% 40% 35% 33% 30% 30% 28% 25% 20% 15% 10% 5% 0 0% Nordeste Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Brasil Figura 7. Utilização de agricultura de precisão na cultura da cana-de-açúcar no Brasil e nas regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. 32
  • 32. 3.1.2 Industrial Na busca de retratar a configuração técnica industrial dos participantes da pesquisa, da Figura 8 à Figura 14 são mostrados o resumo das capacidades e características dos principais equipamentos utilizados nos processos industriais que dão origem aos produtos finais. Além disso, da Tabela 11 à Tabela 14 são apresentadas as taxa de utilização dos equipamentos de moagem, destilação, fabricação de açúcar e geração de vapor. Como se observa, os dados muitas vezes apresentam um percentual inferior à capacidade total de utilização dos mesmos, o que denota que existe espaço para expansão na produção. As taxas máximas de moagem observadas por algumas usinas foram de 96,6% nas destilarias, ao passo que se observa valores de 93,1% e 94,9% na fabricação de açúcar. Uma das causas da não utilização da capacidade nominal dos equipamentos, além dos aspectos de qualidade da matéria prima, corresponde ao fato de alguns processos dependerem da velocidade de produção do processo anterior. 20% 18% Porcentagem de usinas 16% 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% > 20.001 > 20.001 15.001 - 20.000 10.001 - 15.000 10.001 - 15.000 15.001 - 20.000 10.001 - 15.000 < 5.000 < 5.000 5.001 - 10.000 5.001 - 10.000 5.001 - 10.000 Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste Figura 8. Distribuição das usinas em relação à capacidade de extração diária em toneladas. 33
  • 33. 16% 14% Porcentagem de usinas 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% 251 - 500 501 - 750 501 - 750 1001 - 1250 1251 - 1500 251 - 500 1001 - 1250 251 - 500 < 250 < 250 < 250 751 - 1000 751 - 1000 Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste Figura 9. Distribuição das usinas em relação à capacidade diária das destilarias de etanol. 16% 14% Porcentagem de usinas 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% ciclo-hexano MEG ciclo-hexano MEG peneira ciclo-hexano molecular Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste Figura 10. Distribuição das usinas em relação à via de desidratação de etanol. 34
  • 34. 20% 18% 16% Porcentagem de usinas 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% 1 2 3 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste Figura 11. Distribuição das usinas em relação à quantidade de caldeiras para a produção de vapor. 140 120 123 100 Nº de Caldeiras 80 60 40 20 8 20 0 > 21 ( baixa pressão) 30 - 45 (média pressão) > 65 (alta pressão) Figura 12. Quantidade de caldeiras por classes de pressão de vapor (em kgf/cm²). 35
  • 35. 80 70 60 Nº de caldeiras 50 40 30 20 10 0 < 50 51 - 100 101 - 150 > 151 Cap. produção caldeiras (t vapor/h) Figura 13. Quantidade de caldeiras por capacidade de produção (em t vapor/h). Tabela 8. Mínimo, máximo e média para a potência instalada de geração de energia elétrica por usina (em MW). Região Mínimo Máximo Média Expansão 4,1 70,0 28,0 Tradicional 3,0 80,0 27,3 Nordeste 5,8 19,0 13,0 Tabela 9. Porcentagem de vapor alocado às turbinas de geração de eletricidade (em %). Região Mínimo Máximo Média Expansão 3 100 38 Tradicional 4 100 44 Nordeste 6 96 48 36