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BIOLOGIA DA COGNIÇÃO 
Teoria do Conhecimento em Maturana e 
Varela 
Augusto Rodrigues de Sousa
SUMÁRIO 
1. Introdução 
2. Biografia, Contexto e Percurso Intelectual 
2. O problema do conhecimento: O mundo- idéia ou 
representação? 
3. O sujeito Cognoscente: um sistema que tem algo a 
dizer 
4. O Comportamento Humano 
5. Domínios Lingüísticos e Consciência Humana 
6. A Árvore do Conhecimento 
7. Considerações Finais
1. Introdução 
Todos os homens tendem ao saber 
ARISTÓTELES. Metafísica 
Se conhecer é distintivo da natureza 
humana, o agente, o sujeito do conhecer 
humano é o próprio homem 
Esta constatação, à primeira vista 
ingênua e tautológica, no entanto, levou 
Humberto Maturana e Francisco Varela à 
reformulação dos conceitos da 
epistemologia tradicional.
1. Introdução 
Parmênides: a univocidade do ser 
RACIONALISMO CONCEITUAL 
SÓCRATES, PLATÃO... 
Heráclito: um universo instável do qual 
não se pode dizer muito de forma 
apodítica. 
EMPIRISMO 
ARISTÓTELES 
Einstein e a Teoria da Relatividade 
Ambas as visões de mundo (racionalista e 
empirista) pecam por excesso
1. Introdução 
A razão entendida como uma 
atividade lógica 
A “aura” certeza 
A razão humana dogma para o 
conhecimento.
1. Introdução 
Maturana e Varela propõem uma 
reavaliação deste binômio razão-certeza 
Razão Certeza
2. Biografia, contexto e Percurso 
Intelectual 
Campos de Ação 
Humberto Maturana 
(1928, Santiago- Chile) 
Ph.D. em Biologia (Harvard, 1958), 
Professor da Universidade do Chile, 
Fundador do Instituto de Formación 
Matríztica
2. Biografia, contexto e Percurso 
Intelectual 
Temas recorrentes 
Humberto Maturana 
Biologia da Cognição, Autopoiese, 
Biologia do Amor, Educação, 
Pensamento Sistêmico, Filosofia 
Ética, Política, Transdisciplinaridade
2. Biografia, contexto e Percurso 
Intelectual 
Campos de Ação 
Francisco J. Varela 
(1946, Santiago – 2001, Paris) 
Ph.D. em Biologia (Harvard, 1970) 
Diretor do CNRS (Paris) 
Professor da École Polytechnique 
Fundador do Instituto Mind & Life
2. Biografia, contexto e Percurso 
Intelectual 
Temas recorrentes 
Humberto Maturana 
Biologia da Cognição, Autopoiese, 
Biologia do Amor, Educação, 
Pensamento Sistêmico, Filosofia 
Ética, Política, Transdisciplinaridade
2. Biografia, contexto e Percurso 
Intelectual 
Um trabalho a duas mãos 
Uma nova abordagem biológica a 
partir da interação com o meio 
“De Máquinas y Seres Vivos: Uma 
Teoría de la Organizacíon Biológica” 
A separação pelo Regime Militar 
A árvore do Conhecimento 
Caminhos diversos
2. Biografia, contexto e Percurso 
Intelectual 
Contexto intelectual 
EDGAR MORIN 
Complexidade 
NORBERT WIENER 
Cibernética, Inteligência Artificial 
FRITJOT CAPRA 
Pensamento Sistêmico 
ERNST VON GLASERSFELD 
Psicologia, Construtivismo 
EVAN THOMPSON 
Filosofia da Mente, Cognição 
STUART KAUFFMAN 
Biologia, Evolução, Vida
3. O Problema do conhecimento 
O que é o real? 
“ Na tradição cultural do Ocidente, na qual a ciência 
moderna e a tecnologia surgiram, nós falamos, na 
vida diária, de realidade e do real, como um domínio 
de entidades que existem independentemente do 
que façamos como observadores.” 
MATURANA, Humberto. La objetividade: un argumento para obligar. Santigao, Chile: 
DolmenEdiciones S.A., 1997, p. 39. (Tradução nossa)
3. O Problema do conhecimento 
A objetividade: certeza 
como empecilho 
“ Tendemos a viver num mundo de certezas, de 
solidez perceptiva não contestada, em que nossas 
convicções provam que as coisas são somente como 
as vemos e não existe alternativa para aquilo que nos 
parece certo. Essa é nossa situação cotidiana, nossa 
condição cultural, nosso modo habitual de ser 
humanos” 
MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento – As bases biológicas da 
compreensão humana. Traduçao: Humberto Mariotti e Lia Diskin. São Paulo, SP: Palas Athena, 2001, p. 22.
3. O Problema do conhecimento 
A luta histórica: 
racionalismo e empirismo 
RACIONALISMO 
Parmênides 
O Cogito Cartesiano 
A matemática 
Unilateral no pensamento 
única fonte e no dogmatismo 
EMPIRISMO 
Heráclito 
D. Hume 
As ciências naturais 
Unilateral: não reconhece 
nenhum conhecimento que não 
seja experimental
3. O Problema do conhecimento 
Maturana e Varela: Uma 
via média 
A solução do problema do conhecimento passa 
pela compreensão exaustiva do homem e de seu 
funcionamento biológico
4. O Sujeito Cognoscente 
Os aforismos-chave 
“Todo fazer é um conhecer e todo 
conhecer é um fazer” 
“Tudo o que é dito, é dito por alguém
4. O Sujeito Cognoscente 
O “Alguém que diz” : ser vivo 
cognoscente 
O sujeito cognoscente, é 
primeiramente um ser vivo, tudo o 
que se aplica a um ser vivo, aplica-se 
também a ele 
O conhecer: processo complexo e 
unitário, que envolve todas as 
dimensões daquele que conhece
4. O Sujeito Cognoscente 
Uma fenomenologia biológica 
“para compreender a organização do ser vivo é necessário, 
primeiramente, compreendê-lo em sua materialidade” 
(MATURANA, 2001,p.41) 
Uma viagem 
Distinção e Unidade 
Tudo é agrupamento
4. O Sujeito Cognoscente 
O ser vivo é uma rede 
Podemos distingui-lo a partir de 
sua organização autopoiética 
Organização e Estrutura
4. O Sujeito Cognoscente 
Autopoeise 
O sistema produz constantemente a 
si mesmo 
Por ser autopoiético o ser vivo é 
autônomo 
Autônomo e Dependente: um paradoxo
4. O Sujeito Cognoscente 
A célula como unidade fundamental 
para compreender o ser vivo 
Sistemas fechados e autônomos, mas 
em relação com o meio e com outras 
unidades autopoiéticas 
Acoplamento Estrutural 
Ontogenia
Autopoiese 
4. O Sujeito Cognoscente 
Fechamento 
operacional 
Acoplamento 
estrutural 
meio/ser 
Acoplamento 
ser/ser
4. O Sujeito Cognoscente 
Este processo impulsionou a 
rede de relações com o meio que 
possibilitou: 
o processo reprodutivo; 
a hereditariedade; 
a diversidade (ou variedade 
genética)- consequência natural 
do processo reprodutivo
4. O Sujeito Cognoscente 
A série de reproduções 
possibilitou a filogenia 
A Filogenia possibilitou o 
processo evolutivo: 
DERIVA NATURAL 
Determinismo Estrutural
4. O Sujeito Cognoscente 
A ontogenia recapitula a filogenia
5. O Comportamento Humano 
Determinismo Estrutural e 
Sistema Nervoso: o 
representacionalismo sem 
fundamentação 
Clausura Operacional do Sistema 
Nervoso
5. O Comportamento Humano 
Entre Cila e Caribdes: o fio da 
navalha entre compreensões 
reducionistas
5. O Comportamento Humano 
Afinal, que é o comportamento? 
Chama-se comportamento às 
mudanças de postura ou posição de 
um ser vivo, que um observador 
descreve como movimentos ou ações 
em relação a um determinado 
ambiente 
MATURANA, 2001, p.152 
Aquilo que tradicionalmente foi definido de 
modo representacionista não encontra 
apoio na estrutura biológica do humano.
5. O Comportamento Humano 
Uma nova abordagem do conhecimento: 
Falamos em conhecimento toda vez que 
observamos um comportamento efetivo (ou 
adequado) num contexto assinalado. Ou seja, 
num domínio que definimos com uma 
pergunta (explicita ou implícita) que 
formulamos como observadores 
Maturana, 2001, p. 195 
A descrição dos fenômenos humanos é apenas 
descrição. Todo conhecer implica, desse modo, um 
universo conceitual e gnosiológico pré-definido.
5. O Comportamento Humano 
Os comportamentos não são 
resultantes de um processo de 
interferência e determinação do meio 
sobre o indivíduo 
Os domínios comportamentais 
humanos tem sua raiz na capacidade de 
comunicação dos sujeitos entre si 
Para Maturana e Varela a comunicação 
não se efetiva a partir da transmissão-recepção 
de uma informação
5. O Comportamento Humano 
Uma nova abordagem da comunicação: 
Cada pessoa diz o que diz ou ouve o 
que ouve segundo sua própria 
determinação estrutural (e não por um 
conduto que liga emissor-receptor) 
Maturana, 2001, p.218 
Os fenômenos sociais resultam da 
manutenção de certa regularidade 
comunicativa
5. O Comportamento Humano 
Uma nova abordagem da cultura: 
Entendemos por conduta cultural a 
estabilidade transgeracional de 
configurações comportamentais 
ontogeneticamente adquiridas na dinâmica 
comunicativa de um meio social. 
MATURANA, 2001, p.218 
A linguagem, dessa forma, é uma dimensão 
de relevo na biologia da cognição de 
Maturana e Varela
6. DOMÍNIOS LINGUÍSTICOS E 
CONSCIÊNCIA HUMANA 
Domínios Lingüísticos 
Lingüística 
Toda descrição semântica parte de um 
“observador” do fenômeno, que lhe 
dá um significado 
Todo ato comunicativo não passa de 
um componente do acoplamento 
estrutural entre organismos, é a partir 
de um observador que estes atos 
podem ser vistos como significados de 
uma conduta
6. DOMÍNIOS LINGUÍSTICOS E 
CONSCIÊNCIA HUMANA 
A representação acontece apenas no 
campo linguístico do acoplamento 
estrutural, e não no Sistema Nervoso 
como sede da capacidade cognitiva. 
A Linguagem: eminentemente, mas não 
exclusivamente, humana, ainda que o ser 
humano esteja em um patamar evolutivo 
mais elevado
6. DOMÍNIOS LINGUÍSTICOS E 
CONSCIÊNCIA HUMANA 
O modo de vida social peculiar dos seres 
humanos e o intenso acoplamento 
lingüístico desenvolvido entre estes, 
possibilitou o surgimento de um 
fenômeno completamente novo: a 
mente e a consciência
6. DOMÍNIOS LINGUÍSTICOS E 
CONSCIÊNCIA HUMANA 
Todo o percurso empreendido até este 
ponto nos direciona para a questão: qual 
fenômeno apareceu primeiro, a 
Vida Social linguagem ou a consciência? 
Linguagem 
Consciência
7. A Árvore do Conhecimento 
No longínquo caminho percorrido pelos 
biólogos, eles foram, ao mesmo tempo, 
armando e graduando um sistema 
explicativo com capacidade de mostrar 
como surgiram os fenômenos próprios dos 
seres vivos, os fenômenos sociais e, 
finalmente, a linguagem, como fruto dos 
fenômenos sociais
7. A Árvore do Conhecimento 
A experiência do cotidiano do conhecer 
nos permite dar uma explicação de sua 
própria origem
7. A Árvore do Conhecimento 
Não existem certezas! 
Deixar de lado referenciais fixos e 
absolutos 
THOMAS KUHN 
KARL POPPER 
GASTON DE BACHELARD
7. A Árvore do Conhecimento 
Estamos imersos no mundo, e nosso 
processo cognitivo criando nosso mundo 
(nossa visão de mundo) nos coloca no 
centro de toda sua vivacidade 
Uma tradição biológica nos faz ver um 
mundo comum... Nossas diferenças 
culturais nos apresentam mundos 
diversos 
O conhecer nos coloca em vigília contra 
as certezas
7. A Árvore do Conhecimento 
Toda a reflexão de Maturana e Varela 
nos conduz para a Biologia do Amor, 
visto como aceitação do outro (o 
outro como mundo, o outro ser 
humano, o outro ser vivo) 
Na aceitação do processo 
autopoiético do outro e do 
acoplamento social que vivemos que 
crescemos na socialização e na 
humanização
7. A Árvore do Conhecimento 
Um sistema autopoiéticoauto-mutilador é 
um sistema doente 
Uma nova postura ética diante do mundo 
que geramos e que nos gera: é preciso 
decidir se queremos promover o círculo 
doentio e vicioso da morte ou o círculo sadio 
e virtuoso da vida.
Considerações Finais 
Admirar-se: encantamento e 
imbricação 
O enfretamento da incerteza 
A biologia humana não é um casulo 
determinista, mas um elemento 
que constitui o homem enquanto 
homem 
Reducionismo ou envolvimento?
REFERÊNCIAS 
- ARAUJO, Lindenberg Medeiros. Teoria do Conhecimento em Maturana e 
Varela- movimento autopoiese e realidade. 
- ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução para o italiano de Giovanni Reale. 
Tradução para o português: Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002 
- MARIOTTI, Humberto. Autopoiese, Cultura e Sociedade. São Paulo, 1999 
- MATURANA, Humberto.La objetividade: um argumento para obligar. 
Santiago, Chile: DolmenEdiciones S.A., 1997 
- MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. A Árvore do Conhecimento-as 
bases biológicas da compreensão humana. Tradução: Humberto 
Mariotti e Lia Diskin. 3ª ed. Tradução: Juremir Machado da Silva. São 
Paulo: Palas Athena, 2001. 
- MORIN, Edgar. O Método III- O Conhecimento do Conhecimento- 3ª ed. 
Tradução: Juremir Machado da Silva. Porto Alegre: Sulina, 2005. 
- ____________. Sete Saberes necessários para a educação do futuro. 
Tradução: catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne.- 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 
Brasília: UNESCO, 2000.
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Teoria do Conhecimento em Maturana e Varela

  • 1. BIOLOGIA DA COGNIÇÃO Teoria do Conhecimento em Maturana e Varela Augusto Rodrigues de Sousa
  • 2. SUMÁRIO 1. Introdução 2. Biografia, Contexto e Percurso Intelectual 2. O problema do conhecimento: O mundo- idéia ou representação? 3. O sujeito Cognoscente: um sistema que tem algo a dizer 4. O Comportamento Humano 5. Domínios Lingüísticos e Consciência Humana 6. A Árvore do Conhecimento 7. Considerações Finais
  • 3. 1. Introdução Todos os homens tendem ao saber ARISTÓTELES. Metafísica Se conhecer é distintivo da natureza humana, o agente, o sujeito do conhecer humano é o próprio homem Esta constatação, à primeira vista ingênua e tautológica, no entanto, levou Humberto Maturana e Francisco Varela à reformulação dos conceitos da epistemologia tradicional.
  • 4. 1. Introdução Parmênides: a univocidade do ser RACIONALISMO CONCEITUAL SÓCRATES, PLATÃO... Heráclito: um universo instável do qual não se pode dizer muito de forma apodítica. EMPIRISMO ARISTÓTELES Einstein e a Teoria da Relatividade Ambas as visões de mundo (racionalista e empirista) pecam por excesso
  • 5. 1. Introdução A razão entendida como uma atividade lógica A “aura” certeza A razão humana dogma para o conhecimento.
  • 6. 1. Introdução Maturana e Varela propõem uma reavaliação deste binômio razão-certeza Razão Certeza
  • 7. 2. Biografia, contexto e Percurso Intelectual Campos de Ação Humberto Maturana (1928, Santiago- Chile) Ph.D. em Biologia (Harvard, 1958), Professor da Universidade do Chile, Fundador do Instituto de Formación Matríztica
  • 8. 2. Biografia, contexto e Percurso Intelectual Temas recorrentes Humberto Maturana Biologia da Cognição, Autopoiese, Biologia do Amor, Educação, Pensamento Sistêmico, Filosofia Ética, Política, Transdisciplinaridade
  • 9. 2. Biografia, contexto e Percurso Intelectual Campos de Ação Francisco J. Varela (1946, Santiago – 2001, Paris) Ph.D. em Biologia (Harvard, 1970) Diretor do CNRS (Paris) Professor da École Polytechnique Fundador do Instituto Mind & Life
  • 10. 2. Biografia, contexto e Percurso Intelectual Temas recorrentes Humberto Maturana Biologia da Cognição, Autopoiese, Biologia do Amor, Educação, Pensamento Sistêmico, Filosofia Ética, Política, Transdisciplinaridade
  • 11. 2. Biografia, contexto e Percurso Intelectual Um trabalho a duas mãos Uma nova abordagem biológica a partir da interação com o meio “De Máquinas y Seres Vivos: Uma Teoría de la Organizacíon Biológica” A separação pelo Regime Militar A árvore do Conhecimento Caminhos diversos
  • 12. 2. Biografia, contexto e Percurso Intelectual Contexto intelectual EDGAR MORIN Complexidade NORBERT WIENER Cibernética, Inteligência Artificial FRITJOT CAPRA Pensamento Sistêmico ERNST VON GLASERSFELD Psicologia, Construtivismo EVAN THOMPSON Filosofia da Mente, Cognição STUART KAUFFMAN Biologia, Evolução, Vida
  • 13. 3. O Problema do conhecimento O que é o real? “ Na tradição cultural do Ocidente, na qual a ciência moderna e a tecnologia surgiram, nós falamos, na vida diária, de realidade e do real, como um domínio de entidades que existem independentemente do que façamos como observadores.” MATURANA, Humberto. La objetividade: un argumento para obligar. Santigao, Chile: DolmenEdiciones S.A., 1997, p. 39. (Tradução nossa)
  • 14. 3. O Problema do conhecimento A objetividade: certeza como empecilho “ Tendemos a viver num mundo de certezas, de solidez perceptiva não contestada, em que nossas convicções provam que as coisas são somente como as vemos e não existe alternativa para aquilo que nos parece certo. Essa é nossa situação cotidiana, nossa condição cultural, nosso modo habitual de ser humanos” MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento – As bases biológicas da compreensão humana. Traduçao: Humberto Mariotti e Lia Diskin. São Paulo, SP: Palas Athena, 2001, p. 22.
  • 15. 3. O Problema do conhecimento A luta histórica: racionalismo e empirismo RACIONALISMO Parmênides O Cogito Cartesiano A matemática Unilateral no pensamento única fonte e no dogmatismo EMPIRISMO Heráclito D. Hume As ciências naturais Unilateral: não reconhece nenhum conhecimento que não seja experimental
  • 16. 3. O Problema do conhecimento Maturana e Varela: Uma via média A solução do problema do conhecimento passa pela compreensão exaustiva do homem e de seu funcionamento biológico
  • 17. 4. O Sujeito Cognoscente Os aforismos-chave “Todo fazer é um conhecer e todo conhecer é um fazer” “Tudo o que é dito, é dito por alguém
  • 18. 4. O Sujeito Cognoscente O “Alguém que diz” : ser vivo cognoscente O sujeito cognoscente, é primeiramente um ser vivo, tudo o que se aplica a um ser vivo, aplica-se também a ele O conhecer: processo complexo e unitário, que envolve todas as dimensões daquele que conhece
  • 19. 4. O Sujeito Cognoscente Uma fenomenologia biológica “para compreender a organização do ser vivo é necessário, primeiramente, compreendê-lo em sua materialidade” (MATURANA, 2001,p.41) Uma viagem Distinção e Unidade Tudo é agrupamento
  • 20. 4. O Sujeito Cognoscente O ser vivo é uma rede Podemos distingui-lo a partir de sua organização autopoiética Organização e Estrutura
  • 21. 4. O Sujeito Cognoscente Autopoeise O sistema produz constantemente a si mesmo Por ser autopoiético o ser vivo é autônomo Autônomo e Dependente: um paradoxo
  • 22. 4. O Sujeito Cognoscente A célula como unidade fundamental para compreender o ser vivo Sistemas fechados e autônomos, mas em relação com o meio e com outras unidades autopoiéticas Acoplamento Estrutural Ontogenia
  • 23. Autopoiese 4. O Sujeito Cognoscente Fechamento operacional Acoplamento estrutural meio/ser Acoplamento ser/ser
  • 24. 4. O Sujeito Cognoscente Este processo impulsionou a rede de relações com o meio que possibilitou: o processo reprodutivo; a hereditariedade; a diversidade (ou variedade genética)- consequência natural do processo reprodutivo
  • 25. 4. O Sujeito Cognoscente A série de reproduções possibilitou a filogenia A Filogenia possibilitou o processo evolutivo: DERIVA NATURAL Determinismo Estrutural
  • 26. 4. O Sujeito Cognoscente A ontogenia recapitula a filogenia
  • 27. 5. O Comportamento Humano Determinismo Estrutural e Sistema Nervoso: o representacionalismo sem fundamentação Clausura Operacional do Sistema Nervoso
  • 28. 5. O Comportamento Humano Entre Cila e Caribdes: o fio da navalha entre compreensões reducionistas
  • 29. 5. O Comportamento Humano Afinal, que é o comportamento? Chama-se comportamento às mudanças de postura ou posição de um ser vivo, que um observador descreve como movimentos ou ações em relação a um determinado ambiente MATURANA, 2001, p.152 Aquilo que tradicionalmente foi definido de modo representacionista não encontra apoio na estrutura biológica do humano.
  • 30. 5. O Comportamento Humano Uma nova abordagem do conhecimento: Falamos em conhecimento toda vez que observamos um comportamento efetivo (ou adequado) num contexto assinalado. Ou seja, num domínio que definimos com uma pergunta (explicita ou implícita) que formulamos como observadores Maturana, 2001, p. 195 A descrição dos fenômenos humanos é apenas descrição. Todo conhecer implica, desse modo, um universo conceitual e gnosiológico pré-definido.
  • 31. 5. O Comportamento Humano Os comportamentos não são resultantes de um processo de interferência e determinação do meio sobre o indivíduo Os domínios comportamentais humanos tem sua raiz na capacidade de comunicação dos sujeitos entre si Para Maturana e Varela a comunicação não se efetiva a partir da transmissão-recepção de uma informação
  • 32. 5. O Comportamento Humano Uma nova abordagem da comunicação: Cada pessoa diz o que diz ou ouve o que ouve segundo sua própria determinação estrutural (e não por um conduto que liga emissor-receptor) Maturana, 2001, p.218 Os fenômenos sociais resultam da manutenção de certa regularidade comunicativa
  • 33. 5. O Comportamento Humano Uma nova abordagem da cultura: Entendemos por conduta cultural a estabilidade transgeracional de configurações comportamentais ontogeneticamente adquiridas na dinâmica comunicativa de um meio social. MATURANA, 2001, p.218 A linguagem, dessa forma, é uma dimensão de relevo na biologia da cognição de Maturana e Varela
  • 34. 6. DOMÍNIOS LINGUÍSTICOS E CONSCIÊNCIA HUMANA Domínios Lingüísticos Lingüística Toda descrição semântica parte de um “observador” do fenômeno, que lhe dá um significado Todo ato comunicativo não passa de um componente do acoplamento estrutural entre organismos, é a partir de um observador que estes atos podem ser vistos como significados de uma conduta
  • 35. 6. DOMÍNIOS LINGUÍSTICOS E CONSCIÊNCIA HUMANA A representação acontece apenas no campo linguístico do acoplamento estrutural, e não no Sistema Nervoso como sede da capacidade cognitiva. A Linguagem: eminentemente, mas não exclusivamente, humana, ainda que o ser humano esteja em um patamar evolutivo mais elevado
  • 36. 6. DOMÍNIOS LINGUÍSTICOS E CONSCIÊNCIA HUMANA O modo de vida social peculiar dos seres humanos e o intenso acoplamento lingüístico desenvolvido entre estes, possibilitou o surgimento de um fenômeno completamente novo: a mente e a consciência
  • 37. 6. DOMÍNIOS LINGUÍSTICOS E CONSCIÊNCIA HUMANA Todo o percurso empreendido até este ponto nos direciona para a questão: qual fenômeno apareceu primeiro, a Vida Social linguagem ou a consciência? Linguagem Consciência
  • 38. 7. A Árvore do Conhecimento No longínquo caminho percorrido pelos biólogos, eles foram, ao mesmo tempo, armando e graduando um sistema explicativo com capacidade de mostrar como surgiram os fenômenos próprios dos seres vivos, os fenômenos sociais e, finalmente, a linguagem, como fruto dos fenômenos sociais
  • 39. 7. A Árvore do Conhecimento A experiência do cotidiano do conhecer nos permite dar uma explicação de sua própria origem
  • 40. 7. A Árvore do Conhecimento Não existem certezas! Deixar de lado referenciais fixos e absolutos THOMAS KUHN KARL POPPER GASTON DE BACHELARD
  • 41. 7. A Árvore do Conhecimento Estamos imersos no mundo, e nosso processo cognitivo criando nosso mundo (nossa visão de mundo) nos coloca no centro de toda sua vivacidade Uma tradição biológica nos faz ver um mundo comum... Nossas diferenças culturais nos apresentam mundos diversos O conhecer nos coloca em vigília contra as certezas
  • 42. 7. A Árvore do Conhecimento Toda a reflexão de Maturana e Varela nos conduz para a Biologia do Amor, visto como aceitação do outro (o outro como mundo, o outro ser humano, o outro ser vivo) Na aceitação do processo autopoiético do outro e do acoplamento social que vivemos que crescemos na socialização e na humanização
  • 43. 7. A Árvore do Conhecimento Um sistema autopoiéticoauto-mutilador é um sistema doente Uma nova postura ética diante do mundo que geramos e que nos gera: é preciso decidir se queremos promover o círculo doentio e vicioso da morte ou o círculo sadio e virtuoso da vida.
  • 44. Considerações Finais Admirar-se: encantamento e imbricação O enfretamento da incerteza A biologia humana não é um casulo determinista, mas um elemento que constitui o homem enquanto homem Reducionismo ou envolvimento?
  • 45. REFERÊNCIAS - ARAUJO, Lindenberg Medeiros. Teoria do Conhecimento em Maturana e Varela- movimento autopoiese e realidade. - ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução para o italiano de Giovanni Reale. Tradução para o português: Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002 - MARIOTTI, Humberto. Autopoiese, Cultura e Sociedade. São Paulo, 1999 - MATURANA, Humberto.La objetividade: um argumento para obligar. Santiago, Chile: DolmenEdiciones S.A., 1997 - MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. A Árvore do Conhecimento-as bases biológicas da compreensão humana. Tradução: Humberto Mariotti e Lia Diskin. 3ª ed. Tradução: Juremir Machado da Silva. São Paulo: Palas Athena, 2001. - MORIN, Edgar. O Método III- O Conhecimento do Conhecimento- 3ª ed. Tradução: Juremir Machado da Silva. Porto Alegre: Sulina, 2005. - ____________. Sete Saberes necessários para a educação do futuro. Tradução: catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne.- 2ª Ed. São Paulo: Cortez, Brasília: UNESCO, 2000.