1. CGL - Certificação de Gerente Lojista
Módulo 3: “GESTÃO DE PROCESSOS”
AULA 1
Instrutor: Frederico Amorim
Setembro 2015
2. FREDERICO AMORIM
Apresentação do Instrutor
MBA em Administração Estratégica – UNESA – RJ
Pós-Graduação em Marketing e Gestão de Varejo e Serviços – USP/PROVAR – FIA
Graduação em Propaganda e Marketing – UFRJ
Atua há 15 anos como profissional de Marketing em diversas posições nas Indústrias de
Petróleo, Conveniência, Varejo, Comunicação, Educação, Beleza e Bem-Estar e Serviços. Possui
experiência em empresas de diferentes tamanhos, realidades e complexidades de operação.
Empreendedor e fundador da Cardinalis, consultoria especializada em Varejo e Serviços.
Professor e Coordenador de Curso de Pós-Graduação, bem como Palestrante convidado em
Eventos e Simpósios.
3. Sobre o Módulo: “Gestão de Processos”
JUSTIFICATIVA:
É comum ouvirmos que a principal função de um Ponto de Venda é realizar mais e mais vendas. É verdade. Mas
vender não é uma atividade simples e descompromissada com os demais processos de uma Loja. A diferença
entre um PDV lucrativo e outro que dá prejuízos também passa pela gestão de inúmeros outros aspectos do varejo,
como a responsabilidade e a estratégia de Compras, e gestão dos Estoques, e os métodos de Controle e Gestão
do Desempenho das Vendas versus alguns indicadores fundamentais, como o tamanho da área de vendas, o
capital investido no estoque e o tamanho da Equipe de Vendas.
Este módulo pretende apresentar estes conceitos e ferramentas aos participantes capacitando os Gerentes de
Loja a gerirem o PDV de maneira profissional, fugindo do “achômetro”, e da gestão por palpites. Tem por
propósito despertar nos profissionais a atenção para os aspectos “internos” da Loja, como o valor investido nos
estoques e a responsabilidade com os recursos financeiros e humanos.
4. Procedimentos Operacionais Padrão
Procedimento Operacional Padrão (POP) – em inglês: Standard
Operating Procedure – é uma descrição detalhada de todas as operações
necessárias para a realização de uma determinada atividade.
Desta forma, pode ser entendida como um “roteiro padrão” para realizar
uma atividade.
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)
5. Procedimentos Operacionais Padrão
Objetivo: Padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução de
tarefas fundamentais, para o funcionamento correto do processo. Ou seja,
um POP coerente garante ao usuário que a qualquer momento que ele se
dirija ao estabelecimento, as ações tomadas para garantir a qualidade
sejam as mesmas, de um turno para outro, de um dia para outro.
Ou seja, aumenta-se a previsibilidade de seus resultados, minimizando as
variações causadas por imperícia e adaptações aleatórias, independente
de falta, ausência parcial ou férias de um funcionário.
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)
6. 5 “S” - No fundo, temos que praticar os 5”S”:
Japonês Português CONCEITO OBJETIVO
Seiri Senso de UTILIZAÇÃO
Separar o necessário do
desnecessário. O útil do não útil.
Eliminar do espaço de trabalho o que
seja inútil.
Seiton Senso de ORGANIZAÇÃO
Colocar cada coisa em seu devido
lugar. "Um lugar para cada coisa.
Cada coisa no seu lugar".
Organizar o espaço de trabalho de
forma eficaz.
Seisō Senso de LIMPEZA
Limpar e cuidar do ambiente de
trabalho.
Melhorar o nível de limpeza.
Seiketsu Senso de HIGIENE/ SAÚDE
Criar normas/"standards".
Padronizar as práticas saudáveis.
Criar normas claras para
triagem/arrumação/limpeza.
Shitsuke Senso de DISCIPLINA
Assumir a responsabilidade de seguir
os padrões saudáveis. Todos ajudam.
Incentivar melhoria contínua.
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)
7. 5S representa cinco palavras japonesas que começam com a letra S.
Não é fácil encontrar em outro idioma palavras que têm o mesmo
significado de cada termo na cultura nipônica.
Por exemplo: Seiri já foi traduzido como seleção, descarte, senso de
utilização. Seiketsu aparece como higiene, padronização, senso de
saúde.
5 “S” - No fundo, temos que praticar os 5”S”:
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)
8. 5 “S” - No fundo, temos que praticar os 5”S”:
E há certo sentido: com o Seiri, fazemos seleção, ou seja,
separamos o que é útil de o que não é útil, que será descartado.
Assim, é facilitado o uso.
Com senso de utilidade/utilização dos recursos, isto é, senso de
utilização, a seleção e o descarte e o uso serão mais adequados.
OBS: Entretanto, a palavra “descarte”, por exemplo, fortalece o sentido de jogar fora,
dando pouco valor ao sentido de uso.
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)
9. Quanto ao Seiketsu, que significa “higiene/saúde” depende de
seguirmos padrões saudáveis de uso, ordem e limpeza. A expressão
“senso de saúde” representa nossa sensibilidade para avaliar as
boas práticas (as práticas saudáveis), capacidade de padronizá-las,
assegurando a saúde.
5 “S” - No fundo, temos que praticar os 5”S”:
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)
10. ü Maior produtividade pela redução da perda de tempo procurando por
objetos. Só ficam no ambiente os objetos necessários e ao alcance da mão;
ü Redução de despesas e melhor aproveitamento de materiais. A acumulação
excessiva de materiais tende à degeneração;
ü Melhoria da qualidade de produtos e serviços;
ü Menos acidentes do trabalho;
ü Maior satisfação das pessoas com o trabalho.
5 “S” – Os Principais Benefícios:
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs)
26. Desde 2010, a
Associação
Paulista de
Supermercados
considera a
Gestão de Perdas
como a estratégia
MAIS RELEVANTE
para aumento de
resultados
financeiros!
28. VOCÊ SABIA?
“Em 2013, os Supermercados brasileiros desperdiçaram
R$5,3 bilhões com produtos quebrados, vencidos ou furtados.”
De acordo com a Pesquisa Anual de Perdas da Abras.
5o
O Brasil
apresenta o 5o
maior índice de
perdas do Mundo.
No setor de
Supermercados as
lojas perdem, em média,
2,52% das mercadorias.
Isto é MAIOR do que o
LUCRO LÍQUIDO do
negócio* !!
* Média do Setor.
Perdas Lucro
2,52%
1,9%
% de Perdas conforme
o Porte da empresa
3 ,5%
2 ,4%
2 ,8%
Supermercado com
área de até 300m2
Supermercado com área
superior a 300m2
Hipermercado
Os Pequenos Varejistas, ou
seja, os supermercados
menores – “de bairro”
são os maiores prejudicados.
Pequenos Varejstas
perdem mais porque nem
sempre monitoram suas
mercadorias.
Este descontrole aumenta
o índice de perdas, que,
não raro, supera a
margem de lucro.
O prejuízo é repassado ao
preço final, e o negócio
fica menos competitivo.
61%
Dos pequenos super-
mercados não tem ações
para evitar perdas.
Já entre os maiores (com acima
de 300m2), o número cai para 42%
29. VOCÊ SABIA? “Em 2013, o índice de perdas em relação à Receita Líquida dos
mercados foi o MAIOR JÁ REGISTRADO nos últimos 10 anos.”
De acordo com a Pesquisa Anual de Perdas da Abras.
Categorias
Super até
300 m2
Super acima
de 300 m2 Hipermercado Geral
Frutas, Legumes e Verduras 9,05% 6,36% 7,54% 6,69%
Peixaria 5,04% 4,36% 4,55% 4,43%
Padaria e confeitaria 5,12% 3,73% 3,67% 3,77%
Açougue 9,07% 3,19% 2,64% 3,11%
Têxtil 0,56% 2,76% 3,11% 3,04%
Bazar 1,96% 2,61% 2,79% 2,70%
Demais Perecíveis 3,60% 2,64% 2,77% 2,66%
Higiene e Perfumaria 3,13% 1,97% 3,09% 2,30%
Mercearia Seca 1,71% 1,17% 1,63% 1,29%
Produtos para Pets 1,20% 1,01% 1,33% 1,16%
Mercearia Líquida 1,56% 0,89% 1,00% 0,93%
Eletroeletrônicos 0,04% 0,93% 0,89% 0,89%
Limpeza em Geral 0,93% 0,78% 0,91% 0,82%
Geral 3,54% 2,40% 2,83% 2,52%
% de Perdas por Categoria X Porte da Empresa 61%
dos Varejistas
adotaram Programas
de Prevenção de Perdas
em 2013.
Em 2012 o índice
era de apenas 28%!
E um Programa de
Prevenção de Perdas
COMEÇA com a prática
de INVENTÁRIOS!
30. O Que são PERDAS?
“Perda é todo lucro ou resultado não alcançado por motivo de:
extravio, desperdício, quebra ou administração ineficiente.
Ou seja, perda é toda redução não planejada dos ativos da empresa”.
Em uma visão mais abrangente, pode ser estendido às perdas
chamadas “estratégicas”, que é a distância entre os resultados
pretendidos e os efetivamente realizados.
PROVAR – Programa de Administração de Varejo – FIA – Fundação Instituto de Administração/ USP – Universidade de São Paulo
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
31. O que torna o Varejo
Particularmente
Vulnerável às
Perdas?
32. A livre exposição
das mercadorias,
que devem ficar
acessíveis aos
clientes e
colaboradores
O envolvimento de
um grande
número de
pessoas em seus
processos
operacionais
37. Quebras
ManuseioValidade
Exemplos
Falta de atenção e cuidado
Baixa qualidade dos Equipamentos
Falta de Padrão no Recebimento
Falta de controle PEPS*
* PEPS: Primeiro que Entra, Primeiro que Sai.
Principais Causas de Perdas – O QUE GERA PERDA?
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
38. Fluxo de Descarte de Mercadorias
A Mercadoria está
em condições de
Venda?
A Mercadoria pode
ser DEVOLVIDA?
A Mercadoria pode
ser TROCADA?
A Mercadoria tem
condição de
Consumo?
DESCARTEREGISTRAR !
A Mercadoria pode
ser TRANSFERIDA
internamente?
TRANSFERIR
A Mercadoria pode
ser DOADA?
DOAR
VENDER
DEVOLVER
TROCAR
SIM
NÃO
SIM
SIM
SIM SIM
SIM
NÃO
NÃO
NÃO
NÃO NÃO
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
40. Furto de Mercadoria
Pequenas Degustações
Furto de Numerário
Pagamento indevido
Recebimento fraudulento
Praticado por clientes
Fornecedores ou pessoal externo
Furto de Mercadoria
Degustação
Entregas a menor
Praticado por colaboradores ou
Prestadores de serviço
Furtos
ExternoInterno
Principais Causas de Perdas – O QUE GERA PERDA?
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
Exemplos
41. Erros e Fraudes
ü Erros Operacionais/ Administrativos – ações de colaboradores que gerem divergências nos
estoques e nos controles;
ü Fraudes de Clientes – ações praticadas por clientes que induzem o colaboradores ao erro;
ü Fraudes de Funcionários – ato praticado por colaborador que induza outro funcionário ao
erro ou em conluio com “falso cliente”;
ü
Fraudes de Fornecedores ou Entregadores – ato praticado por fornecedor que induza o
colaborador ao erro;
ü Furto Interno – ação praticada por colaborador ou fornecedores na área da loja para omitir o
registro de mercadoria;
ü Furto Externo – ação praticada por clientes na área de vendas da loja para omitir o registro
da mercadoria;
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
42. O Que é FRAUDE?
Fraude é qualquer ato ardiloso, enganoso, ou de
má-fé, com o intuito de ludibriar ou lesar o outro, ou
de não cumprir determinada obrigação.
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
43. O Que é um ATO DESONESTO?
O Ato Desonesto é a combinação de fatores de mau
julgamento moral (existência de um motivo), falta de
comprometimento com a empresa e a fácil
oportunidade para cometer o ato.
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
44. O Triângulo da FRAUDE
OPORTUNIDADE
ü Falta de controle/
supervisão;
ü Livre acesso aos
valores, produtos ou
informações;
VALORES PESSOAIS
ü Predisposição
pessoal para burlar
regras;
ATRATIVOS
ü Valor ou possibilidade
de benefício
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
45. Tipos de desonestidade de empregados:
ü Furto de Numerário;
ü Furto de Mercadorias;
ü Abuso na utilização dos descontos exclusivos a funcionários;
ü Baixa produtividade ou desonestidade quanto às horas
trabalhadas;
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
47. Apenas a minoria
representa riscos
constantes
A maioria dos
Empregados são
potencialmente
honestos
Comportamento
Humano
quanto a:
Talvez
84%
Nunca
8%
Sempre
8%
48. Motivos que levam os empregados à desonestidade:
ü Necessidade;
ü Ganância;
ü Vingança;
ü Aproximação ao grupo de pares;
ü Cultura e clima organizacional;
ü Políticas e Regulamentos;
ü Atitude frente a clientes/fornecedores/funcionários;
ü Atitude frente ao local de trabalho;
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
50. A Perda
Por falha em
Processo ...
Furto Interno
25%
Furto Externo
20%
Fraude
Entrega
15%
Falha em
Processo
40%
Distribuição de Perda por MOTIVO
51. Distribuição de Perda por MOTIVO
... Esconde Furtos
INTERNOS!!
(mais da metade do que é
considerado Falha de
Processo é, na verdade,
Furto Interno!)
Furto Interno
25%
Furto Externo
20%
Fraude
Entrega
15%
Falha em
Processo
40%
52. Distribuição de Perda por MOTIVO
Na nova
distribuição, o
furto interno
50%
das perdas!
Furto Interno
50%
Furto Externo
20%
Fraude
Entrega
15%
Falha de
Processo
15%
representa
53. Tipos de Perdas
Perdas Operacionais e Financeiras
&
Perdas Estratégicas
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
55. Perdas Operacionais e Financeiras
São ocasionadas por:
ü Falta de um controle rigoroso de estoque;
ü Falta de controle no recebimento/emissão de mercadorias;
ü Livre trânsito dos funcionários a todos os locais;
ü Mal planejamento do fluxo de caixa;
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
57. Perdas Estratégicas
São ocasionadas por:
ü Distância entre os resultados pretendidos e os efetivamente
realizados;
ü Baixa qualidade no atendimento, resultando na perda de
venda e na perda da fidelidade do cliente;
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
58. Como a perda influencia na Lucratividade da Loja
Venda
Lucratividade
(%)
Lucro
(R$)
Perda
(%)
Perda
(R$)
Lucro Real
(R$)
Redução
Lucro (%)
5% R$ 4 mil R$ 2.400 40%
R$ 80 4% R$ 3.200 R$ 1.600 50%
mil 3% R$ 2.400 2,0% R$ 1.600 R$ 800 67%
2% R$ 1.600 R$ 0 -
1% R$ 800 -R$ 800 -
Gestão e Prevenção de Perdas no Varejo
59. ?O que fazer para
evitar que a perda
comprometa o
resultado da
sua loja?