O relatório resume a análise tática da seleção brasileira após uma partida da Copa das Confederações de 2013. Descreve a formação tática do Brasil em 4-2-3-1, analisa o desempenho individual dos jogadores, e discute a organização ofensiva e defensiva, transições, reposições de bola e bolas paradas.
1. Realizado por: Futebol-Relatórios e Tácticas
Relatório de observação do Brasil
Jogo observado: Brasil 2x0 México – Taça das Confederações 2013 – Fase de grupos 2º jornada
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Relatório de observação do Brasil
ANÁLISE INDIVIDUAL:
Jefferson -> É um seguro, joga no Botafogo do Brasil, ainda não somou qualquer minuto na competição.
Júlio César -> Não é muito forte no jogo de pés, mas é seguro quando sai dos postes e dentro deles.
Diego Cavalieri -> Foi durante 2 anos e meio guarda-redes dos quadros do Liverpool mas nunca se adaptou, é alto (1,89 m) e é seguro, não somou
qualquer minuto na competição.
Thiago Silva -> É rápido, alto, forte fisicamente e muito bom no jogo de pés. Dificilmente perde um lance divido nas alturas.
David Luiz -> É, por ventura, o central mais evoluído com a bola nos pés mas é muito infantil, cometendo erros inacreditáveis, que podem ser explorados.
Dante -> É forte fisicamente porque o campeonato onde joga assim o exige, é fraco na construção de jogo e facilmente batido com bola nas costas.
Réver -> É um central alto (1,91 m), tem experiencia e é forte no jogo aéreo, é no entanto, melhor que o Dante com bola nos pés.
Daniel Alves -> É rápido, tem força, tem técnica, tem qualidade. É agressivo e aguerrido, não para, dá muita profundidade e tem cruzamentos
verdadeiramente venenosos.
Marcelo -> Tecnicamente é dos jogadores mais evoluídos do mundo, contudo, comete alguns erros defensivamente, muito por culpa da sua qualidade
técnica comete erros infantis que podem e devem ser explorados.
Filipe Luis -> É rápido, muito combativo mas está muito longe do nível do Marcelo. Falta-lhe consistência apesar de dar profundidade ao jogo.
Fernando -> Custou 11 milhões ao Shaktar, tem bom remate e é forte fisicamente.
Jean -> Pode ser lateral direito, joga no Fluminense, é um médio de características mais defensivas, também não somou qualquer minuto na competição.
Luiz Gustavo -> Tem sido utilizado como unidade mais defensiva do meio-campo, é bom de bola, é combativo mas não é muito forte fisicamente, contudo,
tem sido importante na compensação defensiva dos laterais.
Paulinho -> Muito bom com bola, sabe circular, sabe pautar o jogo e é influente nesta equipa, com um pouco de criatividade e era um médio soberbo.
Lucas -> É explosivo, rapidíssimo, ganha facilmente metros, tem muita qualidade técnica e muita força.
Hernanes -> É um médio-ofensivo mas Scolari tem utilizado o médio no duplo pivô dando-lhe assim maior criatividade, melhor toque de bola (contra o
México, usou-o para desenhar um puro 4x3x3).
Neymar -> É a figura da equipa, tem feito um torneio excepcional, tem técnica, tem irreverência, tem velocidade e tem, acima de tudo, determinação de
provar ao país que é a nova figura e o verdadeiro dono da “10”.
Oscar ->É mágico, franzino mas de grande toque de bola, tem sido fundamental na necessidade de ter bola, ela sabe-a ter e como a ter.
Hulk -> Tem sido algo prejudicado pelas distribuições que Scolari faz no trio que joga nas costas do avançado centro. É explosivo, tem velocidade, tem
drible, tem golo e tem potência quer seja no arranque quer seja no remate.
Bernard -> É talento puro, irreverência, velocidade e técnica, muita técnica…no passe, no drible.
Jadson -> É talentoso, mais experiente que Bernard ou Oscar, contudo muito menos irreverente neste momento e muito menos virtuoso.
Fred -> Não é um avançado que seja um prodígio da técnica, usa mais o corpo para ganhar lances, não tem muito tempo a bola nos seus pés.
Jô -> Veio substituir Damião, tem mais velocidade, mais explosão e mais técnica que o Fred, daí ter aproveitado sempre o facto de chegar ao jogo com os
adversários quebrados psicológica e fisicamente (golo ao Japão).
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COMO JOGAM – NO GERAL:
Apresentam-se em 4x2x3x1, com Júlio César na baliza, Daniel Alves e
Marcelo nas faixas, Thiago e David Luiz são os centrais. Os pivots são
o Paulinho e o Luiz Gustavo, os 3 homens que jogam nas costas do
Fred (avançado centro), são o Hulk, o Oscar e o Neymar.
Não tem um modelo de jogo definido e quase que vivem em conjunto
dois modelos de jogo: um modelo de posse e outro de transição
rápida. Uma equipa que tem indícios de posse mas que fruto da
capacidade de explosão, particularmente de Hulk e Neymar, acaba
por jogar também em transições.
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ORGANIZAÇÃO OFENSIVA (ATAQUE):
Procuram sair apoiado, pelos centrais ou pelo Luiz Gustavo na 1º
zona de construção, com apoio de Paulinho que procura sempre
dar linhas de passe aos seus colegas para circular a bola. Daniel
Alves e Marcelo dão grande largura, não estando “colados” nas
linhas laterais, são eles que assumem movimentos mais verticais,
dando a profundidade e largura ao ataque, com alas como Neymar
ou Hulk que procuram zonas interiores. Oscar vai fazendo diagonais
invertidas (dentro->fora) para permitir que os alas tenham espaço
interior, Fred procura sempre dar linhas de passe, normalmente
não dá muitos toques na bola, soltando-a rapidamente. O médioofensivo, por norma Oscar, vai também procurar jogo quando o
Fred fica mais posicional. O jogo do Brasil ganha mais objectividade
e criatividade quando a bola chega ao trio que antecede Fred na
organização estrutural da equipa, saindo assim em transição rápida
tirando partido assim, da explosão e velocidade de Hulk e Neymar.
Se procurarem jogo directo, vão tomar o Fred como referência que
vai procurar jogar de primeira. Quando Alves ou Marcelo procuram
cruzamentos para a área, com os alas e Oscar a entrarem na área,
o Fred ataca o primeiro poste, por norma, dando o segundo poste
ao extremo contrário (exemplo do golo de Neymar).
Hulk e Óscar nas faixas transformam o Brasil uma equipa mais
vertical, por norma, quando Neymar passa para o corredor central,
Oscar abre na direita e Hulk passa para a esquerda, o que
demonstra a muita mobilidade que esta equipa tem neste trio.
Contudo, desta forma o Brasil cai mais em tentação de sair em
transição rápida porque Neymar puxa mais pela solução individual.
Scolari pediu ainda que a equipa, em vantagem, para gerir jogo,
mudasse o seu sistema de jogo largando o 4x2x3x1 e passando a
utilizar um 4x3x3 para baixar e circular a bola na gestão da
vantagem (com Luiz Gustavo como médio defensivo).
Ainda referir que Óscar é mais influente quando joga no corredor central porque é muito forte na condução e permite circular. Enquanto Hulk é mais forte
sobre a direita, usando as diagonais e os seus remates potentes que tantas redes balançaram no nosso campeonato enquanto que Neymar na esquerda tem
mais espaço mas como “10” também desequilibra, quando o faz, obriga a equipa a afunilar o seu jogo pelo corredor central.
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ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA (DEFESA):
Estruturalmente em 4x1x3x2, com uma pressão alta, uma equipa
subida com um dos pivots defensivos a subir para formar a linha de
3 que está nas costas de Fred que é auxiliado na pressão pelo
jogador que estiver, no momento, na posição “10”. São muito
agressivos, principalmente Hulk, Neymar, Oscar e os laterais, Fred é
menos agressivo, procuram também incansavelmente a posse da
bola. Equipa que se vai balanceando para o lado do portador da
bola, abrindo espaço no corredor oposto que podem ser aproveitados
com o posicionamento algum jogador daquele lado (fazer campo
grande). Daniel Alves e Marcelo muitas vezes são da sua posição
para atacarem o adversário quando ele já vai a “fugir” para terrenos
interiores, aqui é importante a movimentação do Luis Gustavo (ou
Paulinho, depende do momento do jogo, quem estiver mais atrás e
se o adversário não for ao seu encontro ou para a sua zona) ou do
próprio ala desse lado que vai fechar o corredor. O David Luiz é
muito infantil e comete alguns erros que podem ser aproveitados,
nomeadamente quando a bola é bombeada para a área, contudo,
mais jogadores o fazem, facilitando demais na hora de aliviar a bola
da zona defensiva (atenção para o lance do Marcelo ainda na
primeira parte). A equipa baixa muito quando o adversário está nas
imediações da área, com os alas e os laterais quase em zonas
semelhantes á dos centrais. Nota para a dificuldade de
acompanhamento dos extremos, particularmente Neymar, na parte
final do jogo, já algo desgastado, do outro lado o Lucas tinha
acabado de entrar, o que causou muitas dificuldades ao Marcelo que
também muito desgasto e com um opositor mais vertical, mais
rápido se viu em dificuldades tendo ele conseguido tirar alguns bons
cruzamentos na linha de fundo. Quando a bola é cruzada o lateral
está muito próximo do segundo poste e se atacarmos as costas do
David Luiz na antecipação ao Júlio César pode ser perigoso, algo que
o México ainda conseguiu fazer na parte final mas com pouca
eficácia porque os cruzamentos saíram com muita força.
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TRANSIÇÕES
TRANSIÇÃO OFENSIVA (DEFESA -> ATAQUE)
Tem duas formas de sair a jogar, é neste momento que se define a forma como o Brasil vai construir o seu jogo:
→ Jogo apoiado -> Quando a bola entra num dos homens do pivot ou em Oscar que vai procurar sair a jogar em posse, trocando a bola e a esperar que
haja uma subida da equipa.
→ Transição rápida -> Quando a bola entra em Hulk ou Neymar que vão forçar a transição rápida, utilizando as suas características, a força, a
velocidade, a explosão e a técnica para provocar desequilíbrios no adversário.
TRANSIÇÃO DEFENSIVA (ATAQUE -> DEFESA)
Nenhum dos homens que pressiona alto é muito agressivo neste momento do jogo, normalmente, Neymar quando joga na posição “10” já é mais combativo,
mais agressivo, próprio das características dele. Paulinho é o mais influente neste momento, a equipa demora muito a baixar portanto exige que o médio seja
agressivo e que impeça ao máximo uma transição eficaz do adversário. Se o adversário não for muito rápido a defender, a equipa demora a baixar. Se o
adversário for rápido, eles baixam rapidamente mas sem serem muito agressivos, excepto os laterais e claro, o Paulinho. Nota para a recuperação de bola no
Fred é ideal para a construção porque ele não é agressivo.
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REPOSIÇÕES DA BOLA EM JOGO
PONTAPÉ-DE-SAÍDA A FAVOR:
Fred e o homem que estiver a jogar na posição de médio-ofensivo são quem (re)inicia a partida. Os alas estão pertos do circulo central e o Paulinho também
mas no corredor central. Sendo ele o responsável por começar a organizar o jogo. Porém a bola pode não ser dirigida para ele, por norma para Daniel Alves
ou Marcelo, que tratam de lhe dar a bola com o médio a fazer um movimento de aproximação, saem a jogar curto.
PONTAPÉ-DE-SAÍDA CONTRA:
Equipa sobe em bloco e cai toda sobre o lado para onde está o portador da bola para se “instalar” no modo de defender. Normalmente, o “10” está ao lado
do Paulinho no circulo central, dado espaço nas faixas para os alas e para o Fred que está num lado.
PONTAPÉ-DE-BALIZA A FAVOR:
Batido de forma longa com a seguinte disposição: Thiago e David Luiz numa primeira linha, Dani Alves e Marcelo numa segunda linha. Seguido de Luiz
Gustavo e mais a frente, pouco, Paulinho, depois Hulk, Oscar e Neymar numa quarta linha e Fred mais a frente que vem atrás buscar a bola para dar, de
primeira, num dos alas. Não alargam muito a sua zona de acção, muito centrais no terreno.
PONTAPÉ-DE-BALIZA CONTRA:
Batido de forma curta, sobem o Fred e o médio-ofensivo, quando é batido longo a equipa distribui-se de forma idêntica ao modo de atacar. Thiago ou David,
por norma, saem das posições, vindos de trás, para “limpar” o lance impondo o físico e a altura.
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BOLAS PARADAS
CANTOS OFENSIVOS:
Os cobradores são Hulk sobre a direita e Neymar sobre a esquerda.
Luiz Gustavo ao primeiro poste, Fred na pequena área, Hulk na
meia-lua, Paulinho na frente do Thiago e como último homem David
Luiz. Daniel Alves e Marcelo mais atrás e Óscar surge perto do local
da marcação para canto curto. A bola é bombeada na área, mas, por
norma é lançada para um dos centrais, uma vez que o Fred parece
algo fora do lance, tendo em conta o habitual das bolas paradas.
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CANTOS DEFENSIVOS:
Marcação mista, com Daniel Alves e Fred ao primeiro poste, com Óscar fora da
área “supervisionando” a uma possível tentativa de remate fora-da-área. A
marcação ao homem engloba todos os outros jogadores e só ficam os 3 de
fora devido ao número de jogadores adversários na área.
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LIVRES LATERAIS OFENSIVOS:
Neymar ou Hulk se for sobre a esquerda e Hulk ou Daniel Alves se for sobre
o lado direito. Luis Gustavo ao primeiro poste, Paulinho e Fred na zona de
penalty mas próximos da grande área. Thiago e David Luiz ao segundo
poste. Thiago recua ainda mais para ficar sozinho e ter liberdade enquanto
que o David Luiz sobe para zona de penalty.
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LIVRES LATERAIS DEFENSIVOS:
Marcação mista fruto da quantidade de adversários na área, se estiver em
número igual procuram homem-a-homem. Hulk e/ou Oscar na barreira. São
muito agressivos, procuram choque e baixam rapidamente mal o cobrador
do lance execute. Neymar também não assume uma marcação fixa e o
Oscar quando não está na barreira também não o faz. Procuram colocar os
centrais com os jogadores mais altos.
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LIVRES DIRECTOS OFENSIVOS:
Cobradores:
David Luiz mais em força, mais longe, descaído para a esquerda;
Neymar numa zona central, mais colocado;
Hulk também mais em força, mas também pode rematar colocado, explora mais
os livres sobre a direita.
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