1) O documento analisa a estrutura tática e desempenho individual dos jogadores de uma equipe na Liga Árabe do Golfo.
2) A equipe usou inicialmente um sistema 4-3-3, mas mudou para um 4-4-2 no segundo tempo com a entrada de um substituto.
3) O goleiro tem bom posicionamento e saídas com os pés, mas pode melhorar na recepção. O ataque depende muito dos corredores e da referência do atacante João Pedro.
1. 1 X 1
ARABIAN GULF LEAGUE - 6ª JORNADA | 29.SETEMBRO.2021
2. ONZE NICIAL +
SUBSTITUIÇÕES
José Jurado
32
Fábio Martins
11
João Pedro
9
Omar Khribin
70
Lucas Pimenta
3
A. Rashid
37
M. Khamis
6
Al Shamsi
1
A. Zouhir
36
K. Esmeael
13
72’ K. Ibrahim #7
Ismael Matar
10
82’ T. Alzaabi #8
Fábio #11 e Omar #70 trocaram de lado na 2ª parte
1,84
D
1,88
D
1,81
E
1,72
E
1,90
D
1,84
D
1,82
E
1,68
D
1,84
D
1,78
D
1,82
D
3. ANÁLISE INDIVIDUAL
Al Shamsi
1
Competente no controlo da profundidade e nas saídas a cruzamento (ainda que hesite um pouco). Ágil na
defesa da baliza e de situações de 1v1 (aguenta bem sem cair). Bom posicionamento defensivo e boa
leitura de jogo. Ofensivamente revela alguma competência no jogo com os pés - longo, podendo ter um
pouco + de critério no jogo curto. Atenção ao momento da recepção, parece que se condiciona um pouco
para o seu pé direito (fecha campo). Reposição rápida na TO é muito importante.
Lucas Pimenta
3
A. Rashid
37
A. Zouhir
36
M. Khamis
6
José Jurado
32
Fábio Martins
11
João Pedro
9
K. Esmeael
13
Ismael Matar
10
Omar Khribin
70
Agressivo nos duelos e competente no jogo aéreo (ofensivo e defensivo - referência). Sóbrio na marcação
e a largar a mesma, pode e deve ser mais afoito posicionalmente nomeadamente em situações de
cruzamento na proteção da zona 1. Competente também no controlo da profundidade, tanto pelo ar
como pelo chão, mesmo que pouco rigoroso no comportamento defensivo de linha fruto das referências
individualizadas. Com bola não arrisca passes curtos de progressão, optando sempre por ligações de
segurança ou jogo + longo na frente.
Quase sempre convidado a jogar, algo precipitado e forçando demasiadas vezes o jogo longo na última
linha do adversário. Pareceu revelar pouca con
fi
ança com bola. Fisicamente competente, muitas vezes um
pouco permissivo na marcação (nos momentos dinâmicos como nas bolas paradas) e pareceu pouco
comunicativo/sem espirito de liderança (várias vezes apanhado em situações de 2v1 na área, nunca foi
corrigido durante o jogo). Apesar de não ser um jogador lento, revelou tremendas di
fi
culdades em
situações de 1v1 com espaço nas costas, inclusive é a partir de uma situação dessas que nasce o 1-0 para o
Al-Ain.
Teve menos liberdade para se projetar no corredor e também foi menos vezes solicitado com bola, ligou
limpo sem complicações, normalmente em 1ª estação e nunca se aventurou a outros voos (relação quase
sempre a 2, primeiro com Krhbin #70 e depois com Fábio Martins #11, partindo quase sempre em
overlap). Impecável a defender: marcação, atração e desarme sempre limpo. Muito concentrado e sempre
a ajustar, boa relação defensiva com o Ext. Forte no jogo aéreo. Rápido e impetuoso nos duelos.
Pode ser um pouco + rigoroso no acompanhamento e na marcação HxH quando a bola não está na sua
zona, mas é muito competente no 1v1 defensivo (mesmo que dê a iniciativa e o lado mais forte ao
adversário, foi sempre sagaz a provocar desarmes ou faltas sofridas através do ganho da posição) e no
desarme. Com bola foi sempre sóbrio e assertivo, na ligação e entendeu sempre bem os momentos de
disparar no corredor ou baixar garantindo equilíbrio. Também pouco aventureiro no último terço,
assumindo mais ações de ligação e demonstrou por 1x argumentos na ação do cruzamento ainda que de
zona baixa. Pouco arrojado no 1v1 ofensivo. Foi nas suas costas que nasceu o movimento do 1-0, numa
fase do jogo onde a equipa se partiu com mais frequência pela intolerância do setor intermédio (mais
vitima do que réu).
Médio defensivo de trabalho que é afoito no HxH mas nem sempre consegue antecipar tudo e deixa a
linha defensiva exposta a eventuais movimentos de 2ª linha (reage e não antecipa). Com bola foi sempre
culto, auxiliou na etapa de construção baixando para assumir conexões particularmente no espaço entre
DC-DL (ambos os lados), dividido a tarefa com o Jurado #32. Tem critério na ligação e mesmo debaixo de
pressão foi sóbrio a soltar, assumindo até ações de condução para quebrar a 1ª pressão. Argumentos no
capítulo do passe curto e médio.
Visão de jogo e capacidade técnica, não tendo a capacidade física para ser um transportador de jogo, é
um organizador. Altamente comunicativo e um pilar na construção, baixando entre DC-DL demonstra
argumentos em todas as ações de passe e ligação, assumindo-se mais como farol em organização ofensiva
que em transição ofensiva. Menos capaz quando passou a jogar como 6, especialmente na tarefa de
equilíbrio e controlo das entrelinhas. Sagaz na leitura de jogo e cumpridor na marcação, é mais
responsável que o Matar #10, mas menos disponível
fi
sicamente.
Referência no momento de transição ofensiva… capaz de preconizar ações de condução com critério, fruto
de capacidade para se desenvencilhar no 1v1. Um jogador com capacidade para transportar e ligar com
e
fi
ciência. MI que se assume como um médio mais criativo, que joga + alto no terreno. Cumpridor não
sendo um trabalhador, por vezes desliga e nem sempre é lesto na leitura das marcações (até na bola
parada defensiva!), várias vezes foi atraído a 2H na mesma jogada e por sua responsabilidade o adversário
conseguiu encontrar a vantagem no setor médio. Referência na cobrança de bolas paradas ofensivas.
Criativo! Tecnicamente superior, joga bem por dentro e por fora, capaz de segurar bem a bola com
pressão nas costas. Exibe critério com e sem bola (apoio/profundidade) e demonstrou recursos mais do
que su
fi
cientes para procurar situações de 1v1… uma calma superior com a bola no pé (difícil roubar a
bola, evitar entrar de 1ª no 1v1, facilmente são batidos por “simulações”). Cumpre defensivamente,
alternando atração ao DC com proteção do espaço lateral, mas não é o seu ponto forte (algumas vezes
fi
ca
posicional, deixando-se
fi
car em posição interior).
Menos recursos técnicos que o Fábio #11, jogador mais de processos simples e lineares, jogando pelo
corredor direito optou sempre por estar mais sobre a linha… jogando por dentro, mais afoito em ações de
profundidade. Dependente do pé direito, foi competente nas ações de profundidade aproveitando os
apoios frontais do João Pedro #9 mas jogando por fora foi muito exposto a situações de 1v1 para procurar
cruzamento que procurou sempre que fosse a rasgar no espaço entre a DEF e o GR. Competente nos
duelos corpo-a-corpo. Muitas vezes utilizado no jogo longo a partir do GR. Defensivamente irrepreensível
tanto a saltar aos DCs como no acompanhamento ao DL. Cumpridor e rigoroso.
Caiu sempre + no DCD (Meriah #20) na pressão… agressivo e impetuoso no pressing, corpulento e capaz
nos duelos corpo-a-corpo e choques com os DCs. Mais forte nas ações de apoios frontais do que a
procurar na profundidade até porque não é muito evoluído nas ações de 1v1 ofensivo, condução e drible.
Tecnicamente competente na ligação (recepção, aguentar/segurar e passar), surge procurando muito o
espaço entre zona 1 e zona 2 nos cruzamentos, entrando não raras vezes no eixo da baliza em situações de
cruzamentos.
4. EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA AO LONGO DO JOGO
Ibrahim
7
José Jurado
32
Fábio Martins
11
João Pedro
9 Omar Khribin
70
Ismael Matar
10
Lucas Pimenta
3
A. Rashid
37
M. Khamis
6
Al Shamsi
1
A. Zouhir
36
Ibrahim
7
José Jurado
32
Fábio Martins
11
João Pedro
9 Omar Khribin
70
T. Alzaabi
8
Lucas Pimenta
3
A. Rashid
37
M. Khamis
6
Al Shamsi
1
A. Zouhir
36
Passagem para o GR442 não foi imediata
(
fi
cou algo híbrida), mas rapidamente se
assumiu a alteração estrutural;
Médio + criativo, boa visão de jogo
e envolvimento no último terço;
Bons recursos técnicos no drible e
no passe, alinhando como ala;
Pouca capacidade defensiva: pouco
rigoroso na marcação + pouco
agressivo no duelo, tendência para
desligar;
Permeável nos duelos corpo-a-
corpo, foi atrevido com bola nas
ações de drible no entanto apesar
da arrojada visão de jogo e decisão
(de risco), foi pouco e
fi
caz nos
passes de ruptura/verticalização.
Apesar do pouco acerto, trouxe
energia. Sem bola foi sempre
descomprometido e pouco afoito
na reação à perda.
5. ONZE INICIAL +
SUBSTITUIÇÕES
Khalid Eisa
Y. Meriah
Erik Caio
K. Laba
S. Rahimi
Alblooshi
18
7
9
21
20
15
17
Al Ahbabi
11
C. Guanca
10
Y. Nader
6
Autonne
33
63’ Al Shikali #88
67’ Jonathan #42
67’ Ali Shaker #4
90’+2’ S. Jumaa #44
90’+2’ Al Blooshi #25
6. DADOS ESTATÍSTICOS
Dados estatísticos con
fi
rmam quebra comportamental na etapa complementar, sobretudo após os 5’ iniciais, algo que pode ser explicado por um
comportamento mais errático/desligado por parte do Matar #10 e por uma queda no rigor e compromisso defensivo generalizado, a par do
aumento da mobilidade do Laba #9 (PL Al-Ain) que começou a baixar mais e a cair mais nos corredores criando situações de superioridade
numérica e batendo a marcação individual.
Apesar do golo ter nascido precisamente sobre o corredor esquerdo do Al-Wahda
num movimento de abertura em contra-ataque do Laba #9 que expôs a dinâmica
ofensiva do Khamis #6 e aproveitou as debilidades no 1v1 defensivo do Rashid #37,
acabou por ser o corredor direito o mais atacado, especialmente pela presença do
Caio #7 sobre esse corredor, curiosamente foi também o lado mais explorado pelo
Al-Wahda nas abordagens ao último terço… de forma mais vertical e linear, com
muitos cruzamentos e a explorar precisamente situações de 1v1 com
correspondente overlap do Zouhir #36 (nunca foi utilizado), permitindo expor a
espaços situações de 2v1 pela ausência de comprometimento defensivo do Caio #7.
7. ESTRUTURA
ORGANIZAÇÃO
OFENSIVA
GR-4-3-3
Fábio #11 e Omar #70 trocaram de lado na 2ª parte
José Jurado
32
Fábio Martins
11
João Pedro
9
Omar Khribin
70
Lucas Pimenta
3
A. Rashid
37
M. Khamis
6
Al Shamsi
1
A. Zouhir
36
K. Esmeael
13
Ismael Matar
10
8. ORGANIZAÇÃO OFENSIVA - 1ª FASE + 2ª FASE
➡ Organização estrutural: GR433, apesar de na fase
fi
nal da etapa complementar do jogo ter apresentado uma
estrutura de GR442 como alternativa.
➡ Método de jogo: Apesar da circulação que podiam apresentar como recurso na fase inicial da etapa de construção,
o per
fi
l de jogo que preconizam per
fi
la-se como um jogo preferencialmente de ataque rápido com a utilização de
um jogo mais vertical em busca pela chegada ao último terço.
➡ Corredores preferenciais: O jogo exterior foi o canal de utilização procurado pela equipa, com particular incidência
nas ações preconizadas pelo seu corredor direito, pese a “rigidez” de movimentações que se veri
fi
cou, aproveitando
várias situações de 1v1 com objetivo de forçar uma chegada ao último terço a partir de situações de cruzamento.
➡ Bola de saída: Optaram por iniciar o jogo tendo em vista a entrada em organização ofensiva com passe atrasado e
recuando aos DCs de forma a instalarem o seu GR433 bem visível no 1º clip de OO no vídeo, com a equipa a garantir
amplitude máxima nos corredores laterais.
➡ Distribuição a partir do GR: Al-Shamsi #1 - como suprarreferido - é um GR com algum critério no jogo longo pese
nem sempre a e
fi
cácia técnica, no entanto e apesar da audácia mostrada em alguns momentos na distribuição com a
mão nomeadamente em TO, revelou pouca disponibilidade em situações de inícios de jogo para assumir ligações
curtas, tendo sempre “ordenado” que a equipa fechasse e se concentra-se praticamente sempre sobre o corredor
central e com alguma tendência para o João Pedro #9 (referência principal) cair sobre o centro-direita da forma
como a equipa ataca. A utilização do jogo longo com a equipa fechada teve 2 tipos de comportamento: como o
João Pedro #9 (preferencialmente no corpo) não demonstra ser um avançado exímio no jogo aéreo, acaba por gerar
sempre muitas segundas bolas frontais, pelo que preparam quase sempre essa 2ª bola com a presença dos 3 MEDs
nessa zona… ocasionalmente Matar #10 também realizou movimentos de penetração nas costas da referência
ofensiva para preparar uma eventual bola penteada. Alertar ainda para a distribuição para uma referência
secundária, Omar Khrbin #70 seja com a equipa tombada para o seu lado, seja com a equipa tombada para o
corredor contrário - ver última saída (atentar ao gesto do Al-Shamsi #1). A partir de ações de reinício (bola jogável
quando chegou ao GR), já demonstrou alguma apetência para forçar o jogo curto, nomeadamente sobre o corredor
do Rashid #37 por onde o Al-Ain convidou mais vezes a sair, podendo sempre contar com os movimentos de
aproximação do Esmeael #13 nas costas da 1ª linha de pressão. Denotar que sempre que foram pressionados
optaram por um jogo + longo e não correram riscos na distribuição curta, forçando + jogo direto para tentar tirar
partido de um jogo a partir das 2ª bolas.
9. ORGANIZAÇÃO OFENSIVA - 3ª FASE + 4ª FASE
➡ Construção-Criação-Finalização: Construção feita inicialmente a 4 com a equipa bem ampla no terreno com Lats +
Exts abertos e com os MIs com comportamentos distintos: Ismael Matar #10 assumiu-se quase sempre como um
médio de funções mais criativas, posicionando-se sempre entrelinhas, enquanto José Jurado #32 se assumiu a par
de Esmeael #13 como médios de construção, decisivos para permitir que a equipa evoluísse no terreno. A
construção a 4 pelos DCs + DLs demonstrou tremendas di
fi
culdades - ver logo primeira imagem em OO - pela falta
de argúcia por parte de Lucas #3 e Rashid #37 em estabelecer conexões mais curtas e procurando um jogo mais
direto em busca do João Pedro #9 para jogar a partir de 2as bolas. O mesmo aconteceu com frequência quando a
equipa foi pressionada pelo duo da frente do Al-Ain, que fez com as ligações curtas fossem essencialmente com Al-
Shamsi #1 que optou na maioria das vezes por procurar as soluções mais longas como referido na página anterior
(João Pedro #9 ou Omar Khrbin #70). Com a di
fi
culdade na construção que as primeiras opções demonstram,
forçosamente fez com que Jurado #32 e Esmeael #13 tivessem que baixar para assumir essas ações, procurando
encaixar muitas vezes na linha defensiva mas sempre por fora, isto é, no espaço entre DC-DL e quase sempre com
Jurado #32 a cair à esquerda e Esmeael #13 (este variou mais) a cair sobre o corredor direito, por vezes em
simultâneo para garantir escoamento ofensivo, outras vezes quando um entrava, o outro assumia uma posição
central nas costas da pressão. Isto levou a comportamentos distintos nos corredores laterais, enquanto no corredor
esquerdo a rotação natural levou o Ext para espaços interiores e a projeção do Khamis #6 no corredor, alternando a
forma como o triângulo se comportou: ora com o Ext a picar no espaço e arrastar a defesa permitindo que Khamis #6
viesse em apoio mas também o João Pedro #9 baixasse para ligar OU enquanto o Ext quebrava para vir em apoio,
podia ser o próprio Khamis #6 a explorar o espaço nas costas que levou, algumas vezes, a um jogo igualmente longo
de busca pelo espaço nas costas OU, inclusive, a ligações mais curtas de apoio no corredor (raro jogo no apoio
interior do Ext) ao Lat, para forçar ou cruzamentos de zona baixa ou mesmo para o serviço do movimento de ruptura
do Ext. Já no corredor contrário, a relação Lat-Ext manteve-se sempre muito estanque, principalmente enquanto o
Khrbin #70 jogou por essa faixa, forçando relação dos 2 abertos com a presença interior do Matar #10, neste
corredor a esmagadora maioria do trabalho era feito para permitir ao Ext chegar em situações de 1v1 para provocar
cruzamentos, tendo o apoio em 2º momento do Zouhir #36 sempre em envolvimento em overlap, nunca por dentro.
Algumas vezes também utilizaram ações de VCJ, especialmente pelos MEDs decorrente ou não do apoio frontal do
PL e quase sempre no sentido esquerda-direita para encontrar espaço para preconizar situações de 1v1.
Caracteristica da equipa é a chegada por espaços exteriores, nomeadamente por cruzamentos que realizam muitas
vezes em zona baixa nas costas da DEF, entrando com 3H: PL (zona1-zona2, espaço frontal da baliza) + MI e Ext lado
contrário que entram em 2º momento com o MI inclusive a poder romper - aconteceu 1x - na frente do PL, sendo
João Pedro #9 a referência na
fi
nalização mas os Exts as grandes referências na criação (exploração do 1v1 ofensivo).
10. ➡ Preparam a perda? Como controlam os Hs + afastados? Afundam? Equilíbrio defensivo é pouco
fi
ável como é visível
na 1ª imagem da TD, focado especialmente em controlar individualmente mas muitas vezes os próprios DCs que
fi
cam na
marcação não tem cobertura - o mesmo acontece no lance do golo do Al-Ain expondo o Rashid #37 a uma situação onde
não é forte. Acabam por ter a preocupação logo após a perda de procurar os seus homens a marcar, nomeadamente os
Hs do setor defensivo (Lats procuram os Exts, DCs procuram o PL e o Esmeael #13 a procurar quase sempre o Guanca #10
- ainda que este algumas vezes adormeça no acompanhamento). Tendencialmente como são atraídos individualmente,
acabam por ser arrastados “para fora de pé” e expor-se a situações de 1v1 sem cobertura que foram propicias para
explorar pelo ADV, particularmente na 2ª parte onde o Laba #9 garantiu outra mobilidade que não tinham mostrado.
➡ Como reagem na zona da bola? E nas zonas longe da bola? A reação na zona da bola - e a estatística também o mostra
- foi mais efetiva na 1ª parte do que na 2ª, mas manteve a mesma intencionalidade: não roubar mas antes impedir a
progressão por espaços centrais com os MEDs + o PL a serem decisivos na reação e no encurtamento em espaço central
para impedir a progressão enquanto a restante estrutura se foca, primordialmente, em reorganizar defensivamente que
signi
fi
ca procurar os seus homens-alvo na marcação. Na 2º parte, uma boa parte das di
fi
culdades que sentiram neste
momento também se deveu ao “desligar” do Matar #10 que retirou alguma capacidade para abafar o primeiro passe de
transição da parte do Al-Ain, com as substituições e alteração estrutural, pior
fi
cou a capacidade de cobertura das zonas
centrais do terreno.
➡ Como recuperam quando ultrapassamos a 1ª pressão? Foram voluntariosos, especialmente os homens de trás (4 DEF +
2 MEDs, menos o Matar #10) que foi mesmo isso que os impediu de na 2ª parte o resultado não ter sido mais volumoso e
fi
cou ainda mais claro a partir do momento em que procederam à alteração na estrutura para o GR442 em que acabaram
por partir.
➡ Zonas débeis? Os espaços nas costas dos Lats foram espaços que o Al-Ain explorou com facilidade fruto da mobilidade
do Laba #9 na 2ª parte do jogo, mas ocasionalmente também ligaram muitas vezes por trás em segurança, porque apenas
o João Pedro #9 reagia ao estímulo de pressão e foi fácil quebrar essa pressão com um passe mais lateralizado.
TRANSIÇÃO DEFENSIVA - REAÇÃO + RECUPERAÇÃO + ESPAÇOS A EXPLORAR
1V1
11. ESTRUTURA
ORGANIZAÇÃO
DEFENSIVA
GR-4-1-4–1
Fábio #11 e Omar #70 trocaram de lado na 2ª parte
José Jurado
32
Fábio Martins
11
João Pedro
9
Omar Khribin
70
Lucas Pimenta
3
A. Rashid
37
M. Khamis
6
Al Shamsi
1
A. Zouhir
36
K. Esmeael
13
Ismael Matar
10
12. ➡ Organização estrutural: A estrutura + utilizada ao longo do jogo foi o GR4141 que apesar de aparecer bem
de
fi
nido numa fase inicial, fruto do tipo de defesa que montavam, tinha tendência para se desestruturar e criar
linhas defensivas + preenchidas com encaixes por fora ou por dentro de jogadores de linhas mais adiantas (a ver
mais à frente).
➡ Método de jogo: Primazia por uma defesa mista que implicou directrizes zonais como ponto de partida mas que
terminava com incidência individual dentro das respectivas zonas, algo que se foi vendo com frequência foram
algumas trocas de marcação, tanto nos corredores laterais (CLs), em particular no CLDireito da forma como
defendiam, bem como em alguns momentos no corredor central (CC) - aspeto que foi decisivo para o desmoronar também
na 2ª parte do jogo: mobilidade do Laba #9 que começou a baixar em apoio fugindo do raio de ação dos DCs e que acabou a criar
superioridade noutras zonas do terreno e que permitiram desbloquear o jogo em muitos momentos com ligações interiores.
➡ Posicionamento do bloco: Apesar das variações sofridas ao longo do jogo, preferencialmente optaram por
organizar-se a partir de um bloco médio que tinha tendência, fruto do tipo de marcação que realizava, para baixar
e acabar “estacionado” num bloco mais baixo. Os níveis de pressão nunca foram muito altos, mesmo no momento
de saída onde só após a alteração foram, ou tentaram ser, + agressivos.
➡ Pressão no inicio de jogo: Optaram por uma subida pouco agressiva para montarem o bloco defensivo médio
que traziam como plano para o jogo. Denotar que o Al-Ain também não apresentou nenhuma solução longa de
inicio de jogo o que facilitou esse posicionamento em estrutura para o inicio da partida.
➡ Pressão na distribuição do GR: A pressão na distribuição curta do GR foi semelhante aos momentos de pressing
alto que realizaram na partida (as poucas vezes em que estabeleceram uma 1ª linha de pressão + alta). Apontar
desde logo a di
fi
culdade para encurtar o bloco, apresentaram-se um pouco esticados fruto das tais referências +
individualizadas que os puxou para trás. Colocaram sempre João Pedro #9 em posição central, com os Exts
preocupados em controlarem o posicionamento dos Lats em espaço exterior e alguma tendência também para a
individualização no setor médio que visava criar um jogo de pares e impedir a ligação, convidando a sair para um
dos DCs e em momento seguinte condicionar as ligações através da ação dos Exts que conduziam pelo
movimento e orientação corporal a jogar no espaço interior (quase que “marcando” pela frente os Lats). Este tipo
de organização também aconteceu em momentos de organização da pressão em bloco alto e algumas vezes em
bloco médio. Quando subiram níveis de pressão optaram por colocar 2H na 1ª zona e estruturar-se em 4132,
libertando sempre 1H na 2ª linha do adversário e com uma linha defensiva bem afundada. Na distribuição longa -
pouco utilizada pelo Al-Ain até aos minutos
fi
nais - organizaram-se respeitando o principio defensivo com o H +
próximo da bola saltar para dividir - sempre da linha defensiva - com uma linha de 3 em cobertura, mas
inclusivamente saltando último homem da defesa com penúltimo do ataque que permitia 1v0 no corredor - vídeo.
ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA - 1ª FASE + 2ª FASE
13. ORGANIZAÇÃO DEFENSIVA - 2ª FASE + 3ª FASE + 4ª FASE
➡ Defesa em bloco - Proteção da baliza: Como anteriormente referido, a defesa mista foi a característica que mais
importava na preparação do jogo, fruto disto, um sem número de condicionantes aconteciam que em muitos momentos
levaram o jogo para uma dimensão de jogo de pares, especialmente no setor defensivo e no setor médio. Foi
precisamente quando a energia faltou - especialmente no Matar #10 - que a equipa perdeu dimensão de agressividade
no momento inicial de bloqueio e, qual efeito cascata (aliado à maior mobilidade dos Hs da frente do Al-Ain), desmontou
a sólida estrutura de marcações que na 1ª parte foi e
fi
ciente a impedir a progressão do Al-Ain. Nos momentos em que o
bloco se posicionava alto colocavam sempre João Pedro #9 em posição central, com os Exts preocupados em
controlarem o posicionamento dos Lats em espaço exterior e alguma tendência também para a individualização no setor
médio que visava criar um jogo de pares e impedir a ligação, convidando a sair para um dos DCs e em momento
seguinte condicionar as ligações através da ação dos Exts que conduziam pelo movimento e orientação corporal a jogar
no espaço interior (quase que “marcando” pela frente os Lats). Por outro lado, no bloco médio frequentemente vimos o
João Pedro #9 colocar-se mais sobre o centro-esquerda da forma como defendia o Al-Wahda, sobre o Meriah #20 (DCD),
convidando ao jogo pelo corredor contrário. Neste momento sentiram di
fi
culdades quando o duplo-pivot do Ain
começou a baixar e a entrar a 3 pois nunca forma capazes de acompanhar esse movimento e anular assim esse inicio de
construção de frente dos MEDs, reagiam quase sempre tarde ao estímulo. No corredor direito foram sempre + e
fi
cientes
na marcação, esporadicamente com trocas - o mesmo acontecia entre Esmeael #13 e os DCs quando Laba #9 baixava e
Guanca #10 subia -, do que no corredor esquerdo onde o Khamis #6 (DLE) revelou pouca pro-atividade no controlo dos
movimentos entrelinhas do Ext e o Fábio #11 tomava invariavelmente uma posição mista (
fi
cando mais por dentro a
dividir). O objetivo de garantir paridade numérica foi frequentemente obtido tanto por dentro como por fora, sendo
batido normalmente através da utilização de dinâmicas de 3ºH (muito pela ação em apoio frontal do PL). O controlo da
profundidade foi sempre realizado pelo marcador direto do elemento que agredia a mesma o que fez com que tivessem
alguns sustos fruto de reações tardias particularmente a movimentos de 2ª linha. O Al-Ain não foi muito sagaz a explorar
a atração dos MEDs aos MCs contrários que baixavam e aos arrastamentos do Guanca #10 para o lado forte, para expor a
debilidade sentida pelo Khamis #6 na marcação em zonas interiores, aproveitando algumas crateras que o arrastamento
dos MEDs gerava. O alinhamento defensivo é inexistente em função das constantes referências individualizadas mas no
entanto o controlo da profundidade era competente, particularmente em corredor central, onde Al-Shamsi #1 era sóbrio
e onde também não existia muito espaço para grandes veleidades. Ações do tipo acima descritas, tais como movimentos
de 2ª linha ou dinâmicas de 3ºH foram sempre ações que foram sendo exploradas pelo Ain, no entanto poderiam
também ter explorado ações de contra-movimentos (que o Al-Wahda realiza), tanto individuais como grupais (a 2 ou a 3),
para tentar baralhar as marcações, sendo muito difícil fazê-lo com os DCs porque optaram sempre + por proteger as
costas que o espaço em frente, o que precisamente permitiu que Laba #9 encontrasse espaços dentro do bloco para
associar. A defesa de ações de cruzamento convidou sempre a explorar ações de passe atrasado ou cruzamentos a
rasgar, com Al-Shamsi #1 sendo confortável a sair dos postes demonstrou-se hesitante, ao passo que a cobertura da 1ª
zona nunca foi muito assertiva (frequentemente muito chegado à frente) e em vários momentos apanhados em situação
de 2v1 na área por falta de comunicação quando existiam elementos na área livres.
ENCAIXE A 3 NÃO PRESSIONADO
14. ➡ Deixam, em O.D., jogadores preparados para o ganho da bola? Fruto do tipo de marcação que realizam no
momento defensivo, o único jogador que
fi
ca verdadeiramente para o momento seguinte do ganho é o João
Pedro #9, ainda que em escassos momentos o Matar #10 também tenha “adormecido” e acabado por
fi
car numa
zona intermédia que, eventualmente, lhe permitisse ser “a” referência no momento seguinte.
➡ Optam por uma saída para risco ou para segurança? Momento em que tem algum critério, são su
fi
cientemente
sóbrios para conseguir avaliar o momento de ir para risco ou procurar segurança, sendo que o 1º impacto é quase
sempre retirar da pressão e na, esmagadora maioria dos casos, acabaram por entrar em organização não tendo
momentos de verdadeiro perigo a partir do momento do contra-ataque pós-transição ofensiva para risco, até
porque a con
fi
guração com que transitam pode atirar-lhes os jogadores referência para trás da linha da bola e
com “marcação” em cima fruto do jogo de marcações apertadas que con
fi
guram no momento defensivo, o que
acaba por lhes retirar alguma margem de agressividade nesse momento seguinte.
➡ Comportamento dos jogadores mais longe da bola? Preocupação generalizada em abrir o campo para jogar,
sendo que o Ext do lado oposto ao da bola opta sempre por em 1º momento poder agredir a profundidade
(disparar), enquanto que a tendência do João Pedro #9 é reposicionar-se sobre o corredor da bola (+ forte em
apoio do que na profundidade, até porque não é forte no 1v1 ofensivo). Os laterais não disparam para agredir
campo mas sim em largura para conferirem linhas para instalar um momento de ataque + organizado.
➡ Canais de saída ou jogadores-referência? Referências para transitar? As grandes referências no momento do
ganho da bola são os MEDs, em particular o Matar #10 pela visão de jogo e criatividade que exibe nas ações de
passe de ruptura, procurando no entanto direccionar o canal de saída para o lado oposto - característica clara da
equipa, procura uma VCJ (variação de centro de jogo) no momento do ganho da bola, tanto utilizando o tal
disparo do Ext no espaço como o movimento de abertura em largura por parte dos Lats para conferirem
continuidade. Juntando-se a isso o movimento de aproximação do João Pedro #9 que apenas a espaços pode
preconizar movimentos de ruptura entre os DCs (circulares ou diagonais). Atenção também à boa leitura e
agressividade com bola do Al-Shamsi #1 na reposição manual tanto no corredor central como nos corredores
laterais para dar escoamento ao momento de saída.
➡ Como reagem quando são pressionados de forma agressiva? Reagem procurando as tais linhas de segurança
em 1ª estação (preferencialmente), para que os tais jogadores-chave (MCs) possam ligar e, nesse momento, Matar
#10 é importante a assumir o peso das ligações da equipa, optando também por recorrer a passes atrasados
inclusive ao GR se necessário… se for pressionado, a tendência vai ser bater após orientar para o seu pé direito.
TRANSIÇÃO OFENSIVA - RISCO X SEGURANÇA
15. BOLAS PARADAS OFENSIVAS - LIVRES DIAGONAIS (1H OU 1H+1 NA BOLA)
NOTA: AMBOS OS LIVRES FORAM BATIDOS COM TRAJETÓRIA FECHADA, 1 ZONA1 E OUTRO ZONA3; ATENÇÃO SEMPRE A ESMEAEL #13 A SAIR DA ZONA!
16. BOLAS PARADAS OFENSIVAS - LIVRE FRONTAL (2H NA BOLA)
NOTA: LANCE COM O INTUITO DE LANÇAR EM PIMENTA #3 - REFERÊNCIA - PARA QUE ESTE POSSA DEVOLVER NOS 4Hs QUE ENTRAVAM NA ZONA FRONTAL DA BALIZA.
17. BOLAS PARADAS OFENSIVAS - PENALTY (OMAR KHRBIN #70, D)
JOÃO PEDRO #9
JURADO #32
IBRAHIM #7
NOTA: OS 3 JOGADORES ASSINALADOS CONSEGUIRAM BATER TODOS OS JOGADORES DO AL-AIN PARA SE ANTECIPAREM NUMA CHEGADA A UMA EVENTUAL 2ª BOLA