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Liga Acadêmica de Cirurgia
Ambulatorial - LACE
FIOS CIRÚRGICOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS DAVIDA – UACV
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES – CFP
Rayane Figueirêdo Lucena
“A história dos fios de sutura data desde a antiguidade, antes de
Cristo, quando o homem sentiu a necessidade de fechar de
alguma forma os ferimentos para acelerar a cicatrização e
promover maior conforto ao paciente. Há relatos da utilização de
vários materiais como fios de suturas a partir de 30 d. C. como:
fibra de linho, filamento de seda, tiras da serosa de intestino de
herbívoros, tendões de animais, fio do pêlo da extremidade da
cauda de bovinos e cabelo de camelo. A partir do século XIII os
cirurgiões começaram a se preocupar não só com a natureza do
material implantado como fio de sutura, mas também com a sua
antissepsia. Houve então, depois desse período a prática da
esterilização do material usado em cirurgias e o início da
produção em escala industrial dos filamentos usados na síntese.
Assim começou a tendência de se utilizar uma variedade de fios
para sutura, esterilizados, com agulhas pré-instaladas e fornecidos
para pronto uso.”
Fio Cirúrgico - DEFINIÇÃO
- É uma porção de material sintético ou
derivado de fibras vegetais ou estruturas
orgânicas, flexível, de secção circular, com
diâmetro muito reduzido em relação ao
comprimento.
Fio Cirúrgico - DEFINIÇÃO
- “Destina-se à contenção ou fixação de
estruturas orgânicas ou elementos usados em
cirurgia através de suturas e nós.” H.P.
Magalhães
- “Usados para ligaduras vasculares que
garantem uma hemostasia perfeita e para
aproximação dos tecidos; são empregados
isoladamente ou montados em agulhas.”
Goffi
Características do Fio Ideal
 Grande resistência à tração e à torção;
 Calibre fino e regular;
 Mole, flexível e pouco elástico;
 Ausência de reação tecidual;
 Esterilização fácil;
 Resistente a esterilizações repetidas;
 Baixo custo.
Características do Fio Ideal
- Manter a força tênsil por tempo
suficiente, até que a cicatriz adquira sua
própria resistência frente aos estímulos
mecânicos habituais;
- Portar-se como material inerte,
provocando o mínimo de reação tecidual.
Classificação dos Fios
 Monofilamentares ou multifilamentares;
 Multifilamentares podem ser torcidos ou
trançados;
 Os fios trançados podem ser revestidos
por uma película externa.
Classificação dos Fios
 Absorvíveis ou inabsorvíveis;
 Absorvíveis: Origem animal ou sintéticos;
 Inabsorvíveis: Origem animal, sintética,
vegetal ou metálica.
Fios Absorvíveis
- Categute (ou Catgut):
 Simples, cromado e rápida absorção;
 Fitas de colágeno da sub mucosa do
intestino delgado de carneiro ou da serosa
do gado(quanto mais puro melhor);
 Simples: mantém força tensil por 7 dias e
absorção em 10 – 14 dias;
 Cromado: ( sais de cromo) resistente a
enzimas do corpo; força tensil por 14 dias
máx 21 dias absorção em 90 dias;
 Rápida absorção: tratado com calor ;
absorvido de 5 – 7 dias ( não é indicado
seu uso interno).
 Desencadeiam uma reação inflamatória
intensa ao seu redor, mais evidente no
categute simples.
 Suturas gastrointestinais, amarraduras de
vasos, na tela subcutânea, suturas
ginecológicas e urológicas.
Fios Absorvíveis
- Ácido Poliglicólico (Dexon®):
 Obtido pela polimerização do ác.
Glicólico;
 Possui resistência maior que o
categute;
 A absorção ocorre por hidrólise
entre 60 a 90 dias após sua
utilização;
 Resistência tênsil perdida em torno
da terceira semana;
 Muito usado em sutura de músculos,
fáscias, tecido celular subcutâneo;
 Ocasiona pouca reação inflamatória;
 Multifilamentar.
Fios Absorvíveis
- Ácido Poligaláctico
(Vicryl®):
 Semelhante ao
comportamento do APG;
 Hidrolisa-se e é
completamente absorvido
em torno de 60 dias;
 Cor violeta e branca;
 Cirurgias gastrointestinais,
urológicas, ginecológicas,
oftalmológicas e na
aproximação de tecido
celular subcutâneo.
Fios Absorvíveis
- Polidioxanona (PDS®,
Maxon®):
 Monofilamentado;
 Possui uma absorção
lenta com manutenção
da resistência tênsil por
longo período;
 Sutura de tendões,
cápsulas articulares e
fechamento da parece
abdominal.
Fios Inabsorvíveis
- Seda:
 Provém do casulo do bicho-da-
seda de onde o fio é processado
limpo e esterelizado;
 Apesar de ser classificado como
inabsorvível, experimentos
mostram que perde quase que
totalmente sua força em um ano
e que após dois anos não é mais
possível detectá-lo no tecido;
 Produzem pouca reação tecidual;
 Multifilamentar ;
 Uso em cirurgia oftálmica e
micro cirurgia.
Fios Inabsorvíveis
- Algodão:
 Possui fibras naturalmente torcidas.
Foi introduzido no final da década
de 1930;
 Melhor segurança nos nós que a
seda, perda lenta da tensão de
estiramento (50% em 6 meses e
70% em dois anos);
 Provoca uma reação tecidual
semelhante à da seda, potencializa
infecções;
 Multifilamentar;
 É utilizado em praticamente
qualquer estrutura;
 Fácil manuseio, nós seguros, pode
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acondicionado em embalagem
comum.
Fios Inabsorvíveis
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 Multifilamentado;
 Resistentes e de grande
durabilidade;
 Excelentes para suturas de
aponeuroses, tendões e vasos;
 Sem cobertura (Mersilene®,
Surgilene®);
 Cobertos por polibitilato
(Ethibond®) ou teflon
(Tevdek®);
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para um fixação segura;
 Causam pouca reação tecidual.
Fios Inabsorvíveis
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 Mono ou multifilamentar;
 Pouca reação tecidual;
 Difícil manipulação, duro e
corrediço, não produz nó firme;
 Perde resistência tênsil ao longo
do tempo, podendo ser
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 Os monofilamentares, negros ou
incolores,são preferíveis para
sutura de pele.
Fios Inabsorvíveis
- Polipropileno (Prolene®):
 Monofilamentar;
 Pouca reação tecidual;
 Incolor ou azul;
 Mantém sua resistência tênsil
vários anos após sua
utilização;
 Muito usado em sutura
vascular;
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para sutura intradérmica.
Fios Inabsorvíveis
- Fios de origem vegetal podem ser
multifilamentares torcidos ou trançados,
mostrando a tendência maior para o
desenvolvimento de abscessos quando
usados em presença de processo infeccioso;
- Fios metálicos são fabricados de aço
inoxidável.Trançados ou monofilamentares.
São de difícil manuseio, mas têm a vantagem
terem enorme resistência, sendo utilizados
em síntese óssea. Não provocam reação
tecidual.
Apresentação dos Fios
- Encontrados em comprimentos
padronizados, que variam de 8 a 90cm;
- Com agulha (retas, curvas ou semi-retas);
- As embalagens podem conter um único
fio ou várias unidades, de acordo com a
quantidade usada num mesmo ato
operatório.
Calibre dos Fios
- O maior calibre é designado nº3 cujo
diâmetro oscila entre 0.6 e 0.8mm;
- A numeração é progressivamente
decrescente até o nº1, a partir do qual o
fio é designado por 0, 2.0, 3.0 e assim por
diante até 12.0, que é o mais fino e
corresponde a um diâmetro que oscila
entre 0.001 e 0.01mm.
Calibre dos fios
Numeração dos fios segundo a espessura
Maior diâmetro Menor Diâmetro
(-------------- -----------------)
3 – 2 – 1 – 0 - 2.0 - 3.0 - 4.0 - 5.0 - 6.0 - 7.0 - 8.0 - 9.0 - 10.0 - 11.0 - 12.0
Escolha do Fio
- A principal regra a ser observada no
momento da escolha do fio é a de que
seu calibre deve ser o menor compatível
com uma sutura resistente. Para tanto, o
cirurgião deve considerar o tipo de
estrutura a ser mantida e a tensão que ela
exercerá sobre a sutura.
“A responsabilidade pela escolha do melhor
material cai sobre o cirurgião. O custo de
uma complicação como deiscência, fístula,
reoperação, dor e até morte nunca poderá
ser justificada pelo uso indevido de um
material mais barato ou de pior
qualidade.”
Referências Bibliográficas
Magalhães, Helio Pereira de, 1938 - Técnica cirúrgica e cirurgia experimental/ Helio
Pereira de Magalhães.-São Paulo: Sarvier, 1996.
Goffi, Fabio Schmidt , 1922 - Técnica Cirúrgica - Bases Anatômicas, Fisiopatológicas e
Técnicas da Cirurgia - 4ª Edição 2001
http://www.saude.rio.rj.gov.br/servidor/media/fiosdesutura.pdf
http://www.biolinefios.com.br/grupo/?id=7

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  • 1. Liga Acadêmica de Cirurgia Ambulatorial - LACE FIOS CIRÚRGICOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS DAVIDA – UACV CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES – CFP Rayane Figueirêdo Lucena
  • 2. “A história dos fios de sutura data desde a antiguidade, antes de Cristo, quando o homem sentiu a necessidade de fechar de alguma forma os ferimentos para acelerar a cicatrização e promover maior conforto ao paciente. Há relatos da utilização de vários materiais como fios de suturas a partir de 30 d. C. como: fibra de linho, filamento de seda, tiras da serosa de intestino de herbívoros, tendões de animais, fio do pêlo da extremidade da cauda de bovinos e cabelo de camelo. A partir do século XIII os cirurgiões começaram a se preocupar não só com a natureza do material implantado como fio de sutura, mas também com a sua antissepsia. Houve então, depois desse período a prática da esterilização do material usado em cirurgias e o início da produção em escala industrial dos filamentos usados na síntese. Assim começou a tendência de se utilizar uma variedade de fios para sutura, esterilizados, com agulhas pré-instaladas e fornecidos para pronto uso.”
  • 3. Fio Cirúrgico - DEFINIÇÃO - É uma porção de material sintético ou derivado de fibras vegetais ou estruturas orgânicas, flexível, de secção circular, com diâmetro muito reduzido em relação ao comprimento.
  • 4. Fio Cirúrgico - DEFINIÇÃO - “Destina-se à contenção ou fixação de estruturas orgânicas ou elementos usados em cirurgia através de suturas e nós.” H.P. Magalhães - “Usados para ligaduras vasculares que garantem uma hemostasia perfeita e para aproximação dos tecidos; são empregados isoladamente ou montados em agulhas.” Goffi
  • 5. Características do Fio Ideal  Grande resistência à tração e à torção;  Calibre fino e regular;  Mole, flexível e pouco elástico;  Ausência de reação tecidual;  Esterilização fácil;  Resistente a esterilizações repetidas;  Baixo custo.
  • 6. Características do Fio Ideal - Manter a força tênsil por tempo suficiente, até que a cicatriz adquira sua própria resistência frente aos estímulos mecânicos habituais; - Portar-se como material inerte, provocando o mínimo de reação tecidual.
  • 7. Classificação dos Fios  Monofilamentares ou multifilamentares;  Multifilamentares podem ser torcidos ou trançados;  Os fios trançados podem ser revestidos por uma película externa.
  • 8. Classificação dos Fios  Absorvíveis ou inabsorvíveis;  Absorvíveis: Origem animal ou sintéticos;  Inabsorvíveis: Origem animal, sintética, vegetal ou metálica.
  • 9. Fios Absorvíveis - Categute (ou Catgut):  Simples, cromado e rápida absorção;  Fitas de colágeno da sub mucosa do intestino delgado de carneiro ou da serosa do gado(quanto mais puro melhor);  Simples: mantém força tensil por 7 dias e absorção em 10 – 14 dias;  Cromado: ( sais de cromo) resistente a enzimas do corpo; força tensil por 14 dias máx 21 dias absorção em 90 dias;  Rápida absorção: tratado com calor ; absorvido de 5 – 7 dias ( não é indicado seu uso interno).  Desencadeiam uma reação inflamatória intensa ao seu redor, mais evidente no categute simples.  Suturas gastrointestinais, amarraduras de vasos, na tela subcutânea, suturas ginecológicas e urológicas.
  • 10. Fios Absorvíveis - Ácido Poliglicólico (Dexon®):  Obtido pela polimerização do ác. Glicólico;  Possui resistência maior que o categute;  A absorção ocorre por hidrólise entre 60 a 90 dias após sua utilização;  Resistência tênsil perdida em torno da terceira semana;  Muito usado em sutura de músculos, fáscias, tecido celular subcutâneo;  Ocasiona pouca reação inflamatória;  Multifilamentar.
  • 11. Fios Absorvíveis - Ácido Poligaláctico (Vicryl®):  Semelhante ao comportamento do APG;  Hidrolisa-se e é completamente absorvido em torno de 60 dias;  Cor violeta e branca;  Cirurgias gastrointestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas e na aproximação de tecido celular subcutâneo.
  • 12. Fios Absorvíveis - Polidioxanona (PDS®, Maxon®):  Monofilamentado;  Possui uma absorção lenta com manutenção da resistência tênsil por longo período;  Sutura de tendões, cápsulas articulares e fechamento da parece abdominal.
  • 13. Fios Inabsorvíveis - Seda:  Provém do casulo do bicho-da- seda de onde o fio é processado limpo e esterelizado;  Apesar de ser classificado como inabsorvível, experimentos mostram que perde quase que totalmente sua força em um ano e que após dois anos não é mais possível detectá-lo no tecido;  Produzem pouca reação tecidual;  Multifilamentar ;  Uso em cirurgia oftálmica e micro cirurgia.
  • 14. Fios Inabsorvíveis - Algodão:  Possui fibras naturalmente torcidas. Foi introduzido no final da década de 1930;  Melhor segurança nos nós que a seda, perda lenta da tensão de estiramento (50% em 6 meses e 70% em dois anos);  Provoca uma reação tecidual semelhante à da seda, potencializa infecções;  Multifilamentar;  É utilizado em praticamente qualquer estrutura;  Fácil manuseio, nós seguros, pode ser reesterelizado em autoclave e acondicionado em embalagem comum.
  • 15. Fios Inabsorvíveis - Poliéster:  Multifilamentado;  Resistentes e de grande durabilidade;  Excelentes para suturas de aponeuroses, tendões e vasos;  Sem cobertura (Mersilene®, Surgilene®);  Cobertos por polibitilato (Ethibond®) ou teflon (Tevdek®);  Requerem, no mínimo, cinco nós para um fixação segura;  Causam pouca reação tecidual.
  • 16. Fios Inabsorvíveis - Nylon:  Derivado das poliaminas, tem sido empregado desde 1938;  Elástico e resistente à água;  Mono ou multifilamentar;  Pouca reação tecidual;  Difícil manipulação, duro e corrediço, não produz nó firme;  Perde resistência tênsil ao longo do tempo, podendo ser degradado e absorvido ao longo de dois anos.  Os monofilamentares, negros ou incolores,são preferíveis para sutura de pele.
  • 17. Fios Inabsorvíveis - Polipropileno (Prolene®):  Monofilamentar;  Pouca reação tecidual;  Incolor ou azul;  Mantém sua resistência tênsil vários anos após sua utilização;  Muito usado em sutura vascular;  Facilmente removível, é ideal para sutura intradérmica.
  • 18. Fios Inabsorvíveis - Fios de origem vegetal podem ser multifilamentares torcidos ou trançados, mostrando a tendência maior para o desenvolvimento de abscessos quando usados em presença de processo infeccioso; - Fios metálicos são fabricados de aço inoxidável.Trançados ou monofilamentares. São de difícil manuseio, mas têm a vantagem terem enorme resistência, sendo utilizados em síntese óssea. Não provocam reação tecidual.
  • 19. Apresentação dos Fios - Encontrados em comprimentos padronizados, que variam de 8 a 90cm; - Com agulha (retas, curvas ou semi-retas); - As embalagens podem conter um único fio ou várias unidades, de acordo com a quantidade usada num mesmo ato operatório.
  • 20. Calibre dos Fios - O maior calibre é designado nº3 cujo diâmetro oscila entre 0.6 e 0.8mm; - A numeração é progressivamente decrescente até o nº1, a partir do qual o fio é designado por 0, 2.0, 3.0 e assim por diante até 12.0, que é o mais fino e corresponde a um diâmetro que oscila entre 0.001 e 0.01mm.
  • 21. Calibre dos fios Numeração dos fios segundo a espessura Maior diâmetro Menor Diâmetro (-------------- -----------------) 3 – 2 – 1 – 0 - 2.0 - 3.0 - 4.0 - 5.0 - 6.0 - 7.0 - 8.0 - 9.0 - 10.0 - 11.0 - 12.0
  • 22. Escolha do Fio - A principal regra a ser observada no momento da escolha do fio é a de que seu calibre deve ser o menor compatível com uma sutura resistente. Para tanto, o cirurgião deve considerar o tipo de estrutura a ser mantida e a tensão que ela exercerá sobre a sutura.
  • 23. “A responsabilidade pela escolha do melhor material cai sobre o cirurgião. O custo de uma complicação como deiscência, fístula, reoperação, dor e até morte nunca poderá ser justificada pelo uso indevido de um material mais barato ou de pior qualidade.”
  • 24. Referências Bibliográficas Magalhães, Helio Pereira de, 1938 - Técnica cirúrgica e cirurgia experimental/ Helio Pereira de Magalhães.-São Paulo: Sarvier, 1996. Goffi, Fabio Schmidt , 1922 - Técnica Cirúrgica - Bases Anatômicas, Fisiopatológicas e Técnicas da Cirurgia - 4ª Edição 2001 http://www.saude.rio.rj.gov.br/servidor/media/fiosdesutura.pdf http://www.biolinefios.com.br/grupo/?id=7