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Crítica e Resenha de Cinema
Crítica de Cinema
 CONCEITOS DA AULA:
 Elementos Básicos da Crítica de Cinema
 Exemplos de Críticas
 Como elaborar uma crítica?
Crítica de Cinema
A Crítica de cinema é o exame de um filme com características
discursivas próprias.
A crítica pode ser de dois tipos: externa, quando compara o filme nos
seus contextos de produção e de recepção; ou pode ser interna
ou imanente, quando avalia a obra em si mesma. O termo também se
estende aos juízos e comentários, bem como à pessoa que os produz.
Crítica de Cinema
a) Crítica Externa b)Crítica Interna c)Comentários
Crítica de Cinema
A crítica difere da análise; nela existe uma junção de juízo de valor
com informação, ao passo que a análise tem a proposta de
interpretar a obra e também esclarecer o seu funcionamento.
Crítica : Juízo de valor + informação
Análise: Interpretação + esclarecer funcionamento
Crítica de Cinema
 CONCEITOS BÁSICOS DA CRÍTICA:
1) Informações Básicas do Filme (Título do filme , Diretor , Atores principais , Gênero do
filme , Cenário , Visão geral da trama etc.)
2) Impressões do Filme (Anotações feias durante assistia o filme)
3) Considerar o filme como um todo. Durante ou depois de fazer a sua crítica, pergunte a si
próprio qual impressão o filme deixou em você em relação aos seguintes aspectos:
Crítica de Cinema
3) Considere o filme como um todo. Durante ou depois de fazer a sua crítica, pergunte a si
próprio qual impressão o filme deixou em você em relação aos seguintes aspectos:
 Direção: Analise o diretor e como ele/ela escolheu retratar/explicar os eventos da história. Pense
no jeito que ele/ela apresentou o filme ao seu público. Se o filme teve um ritmo lento ou não incluiu
coisas que você achou que eram necessárias, você pode atribuir isto ao diretor. Se você viu outros
filmes dirigido pela mesma pessoa, compare-os e escolha qual deles mais gostou.
 Roteiro. Avalie o roteiro, incluindo os diálogos e caracterização dos personagens. Você achou
trama original, imprevisível, fraca, ou chata? Os personagens pareciam reais para você?
Crítica de Cinema
3) Considere o filme como um todo. Durante ou depois de fazer a sua crítica, pergunte a si próprio qual
impressão o filme deixou em você em relação aos seguintes aspectos:
 Edição. O filme parecia uma colcha de retalhos ou fluia suavemente de uma cena para outra? Faça
anotações sobre a iluminação e/ou outros efeitos. Se o filme utilizou computação gráfica para
gerar cenas, avalia se elas pareciam reais e/ou se elas estavam em harmonia com resto do filme.
 Figurino. A escolha dos figurinos estava de acordo com o estilo do filme? Eles estava de acordo
com o tom geral do filme ou destoavam ?
 Cenário. Avalie como o cenário escolhido influenciou os outros elementos do filme. Esta influência
foi positiva ou negativa? Se o filme foi filmado numa locação real, este local foi bem escolhido?
 Trilha Sonora. As músicas escolhidas combinavam com as cenas? Elas foram muito ou pouco
utilizadas? Elas deram um ar de suspense? Irritavam? A trilha sonora pode ser o segredo do
sucesso de um filme, especialmente se as músicas tiverem uma mensagem específica ou um
significado para o filme. Caso contrário, podem destruí-lo.
Crítica de Cinema
 Dicas
 Só porque o gênero do filme não te agrada, não quer dizer que você
tenha que fazer uma crítica negativa. Uma boa crítica ajuda as pessoas
a encontrarem filmes que “elas” gostam. Você pode ter um gosto
diferente, mas precisa ter a habilidade de entender e dizer que, talvez,
outras pessoas curtam o filme, mesmo se você não gostar.
 Leia muitas críticas sobre outros filmes e pense o que faz uma ser
mais útil do que a outra. O valor de uma crítica não é a sua precisão
(quantos leitores concordam com o crítico) mas, sim, sua utilidade (o
quão bem o crítico pode prever se o leitor vai gostar ou não do filme).
 Se você não gostar do filme, não seja rude ou abusivo. Se possível,
evite assistir filmes que certamente você irá odiar.
Crítica de Cinema
 Exercício: Criticando Filmes
Crítica de Cinema
 Exemplos de Críticas: TITANIC I
Resenha: Rever um filme sempre gera descobertas. O conhecimento prévio da história permite um
olhar mais apurado aos detalhes, fazendo saltar aos olhos informações que, de início, passaram
despercebidas. A experiência do espectador por vezes é essencial, de forma que apenas com a
vivência é possível entender melhor certas sensações. Da mesma forma, a passagem de tempo
pode ser crucial, taxando um filme como datado de forma inapelável. Por tudo isto, rever Titanic 15
anos após seu lançamento é uma experiência e tanto. De viagem no tempo, especialmente para
quem pôde assisti-lo em 1998, de análise sobre a carreira dos envolvidos após o sucesso e,
principalmente, sobre o impacto desta história de amor em meio a um típico filme catástrofe. Para
compreender o porquê de Titanic é necessário voltar um pouco no tempo, para a década de 90.
Período em que os filmes catástrofes voltaram à moda em hollywood, tendo em Roland
Emmerich (Independence Day, Godzilla) seu ícone maior. Com os estúdios dispostos a investir
pesado em efeitos especiais elaborados, a fórmula do gênero apontava para um elenco formado por
atores em ascensão ou de segundo escalão. Leonardo DiCaprio e Kate Winslet se enquadravam
nesta categoria. Ambos já tinham indicações ao Oscar – ele por Gilbert Grape - Aprendiz de um
Sonhador, ela por Razão & Sensibilidade -, eram belos, jovens e com salário inferior aos das
grandes estrelas da época. Escolhas precisas, tanto pelo lado artístico quanto pelo financeiro. No
comando da dupla estava James Cameron, já consagrado pela série O Exterminador do Futuro, na
época com apenas dois filmes. Foi ele o grande pulo do gato da produção.
Crítica de Cinema
 Exemplos de Críticas: TITANIC II
Titanic é um exemplo de como se contar uma história, de como estruturar o conjunto de imagens de um
filme numa narrativa fluida e envolvente. A audiência faz uma viagem no tempo, embarca no navio e
compartilha dos dramas e conflitos de seus personagens. Tudo de forma clara e simples. E ser simples e
objetivo é a melhor maneira de se dialogar com públicos diversos, pretensão que o filme atingiu com
maestria indiscutível. Para os raros que ainda não viram o filme ou desconhecem seu enredo, a história
gira em torno de Jack (Leornado DiCaprio) um jovem nômade que embarca na primeira e única viagem
do Titanic depois de ganhar a passagem numa mesa pôquer. No navio ele conhece Rose (Kate Winslet),
bela aristocrata que, diante da falência de sua família, tem a chance de melhorar de vida casando com o
milionário Cal Hockley (Billy Zane) de quem é noiva. Do encontro de Jack e Rose surge uma paixão
avassaladora e proibida que ganha contornos trágicos quando o navio se choca com um iceberg.
Crítica de Cinema
 Exemplos de Críticas: TITANIC
O sucesso arrebatador cooptou para o filme alguns detratores, como de praxe. Há
quem o chame de piegas, melodramático, manipulador e de filme-espetáculo, esta
última como se tratasse de um demérito. Sim, Titanic é vistoso, bonito, trágico e
romântico. E essas são algumas de suas muitas qualidades. Cameron foi audacioso
ao inserir uma trama à Romeu e Julieta dentro do cenário de tragédia do Titanic,
conseguiu arrancar uma química incrível entre o pobre Jack Dawson e a menina
rica Rose DeWitt Bukater, e faz o espectador transitar por um filme de três horas
de duração sem que se sinta o tempo transcorrer.

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  • 1. Crítica e Resenha de Cinema
  • 2. Crítica de Cinema  CONCEITOS DA AULA:  Elementos Básicos da Crítica de Cinema  Exemplos de Críticas  Como elaborar uma crítica?
  • 3. Crítica de Cinema A Crítica de cinema é o exame de um filme com características discursivas próprias. A crítica pode ser de dois tipos: externa, quando compara o filme nos seus contextos de produção e de recepção; ou pode ser interna ou imanente, quando avalia a obra em si mesma. O termo também se estende aos juízos e comentários, bem como à pessoa que os produz.
  • 4. Crítica de Cinema a) Crítica Externa b)Crítica Interna c)Comentários
  • 5. Crítica de Cinema A crítica difere da análise; nela existe uma junção de juízo de valor com informação, ao passo que a análise tem a proposta de interpretar a obra e também esclarecer o seu funcionamento. Crítica : Juízo de valor + informação Análise: Interpretação + esclarecer funcionamento
  • 6. Crítica de Cinema  CONCEITOS BÁSICOS DA CRÍTICA: 1) Informações Básicas do Filme (Título do filme , Diretor , Atores principais , Gênero do filme , Cenário , Visão geral da trama etc.) 2) Impressões do Filme (Anotações feias durante assistia o filme) 3) Considerar o filme como um todo. Durante ou depois de fazer a sua crítica, pergunte a si próprio qual impressão o filme deixou em você em relação aos seguintes aspectos:
  • 7. Crítica de Cinema 3) Considere o filme como um todo. Durante ou depois de fazer a sua crítica, pergunte a si próprio qual impressão o filme deixou em você em relação aos seguintes aspectos:  Direção: Analise o diretor e como ele/ela escolheu retratar/explicar os eventos da história. Pense no jeito que ele/ela apresentou o filme ao seu público. Se o filme teve um ritmo lento ou não incluiu coisas que você achou que eram necessárias, você pode atribuir isto ao diretor. Se você viu outros filmes dirigido pela mesma pessoa, compare-os e escolha qual deles mais gostou.  Roteiro. Avalie o roteiro, incluindo os diálogos e caracterização dos personagens. Você achou trama original, imprevisível, fraca, ou chata? Os personagens pareciam reais para você?
  • 8. Crítica de Cinema 3) Considere o filme como um todo. Durante ou depois de fazer a sua crítica, pergunte a si próprio qual impressão o filme deixou em você em relação aos seguintes aspectos:  Edição. O filme parecia uma colcha de retalhos ou fluia suavemente de uma cena para outra? Faça anotações sobre a iluminação e/ou outros efeitos. Se o filme utilizou computação gráfica para gerar cenas, avalia se elas pareciam reais e/ou se elas estavam em harmonia com resto do filme.  Figurino. A escolha dos figurinos estava de acordo com o estilo do filme? Eles estava de acordo com o tom geral do filme ou destoavam ?  Cenário. Avalie como o cenário escolhido influenciou os outros elementos do filme. Esta influência foi positiva ou negativa? Se o filme foi filmado numa locação real, este local foi bem escolhido?  Trilha Sonora. As músicas escolhidas combinavam com as cenas? Elas foram muito ou pouco utilizadas? Elas deram um ar de suspense? Irritavam? A trilha sonora pode ser o segredo do sucesso de um filme, especialmente se as músicas tiverem uma mensagem específica ou um significado para o filme. Caso contrário, podem destruí-lo.
  • 9. Crítica de Cinema  Dicas  Só porque o gênero do filme não te agrada, não quer dizer que você tenha que fazer uma crítica negativa. Uma boa crítica ajuda as pessoas a encontrarem filmes que “elas” gostam. Você pode ter um gosto diferente, mas precisa ter a habilidade de entender e dizer que, talvez, outras pessoas curtam o filme, mesmo se você não gostar.  Leia muitas críticas sobre outros filmes e pense o que faz uma ser mais útil do que a outra. O valor de uma crítica não é a sua precisão (quantos leitores concordam com o crítico) mas, sim, sua utilidade (o quão bem o crítico pode prever se o leitor vai gostar ou não do filme).  Se você não gostar do filme, não seja rude ou abusivo. Se possível, evite assistir filmes que certamente você irá odiar.
  • 10. Crítica de Cinema  Exercício: Criticando Filmes
  • 11. Crítica de Cinema  Exemplos de Críticas: TITANIC I Resenha: Rever um filme sempre gera descobertas. O conhecimento prévio da história permite um olhar mais apurado aos detalhes, fazendo saltar aos olhos informações que, de início, passaram despercebidas. A experiência do espectador por vezes é essencial, de forma que apenas com a vivência é possível entender melhor certas sensações. Da mesma forma, a passagem de tempo pode ser crucial, taxando um filme como datado de forma inapelável. Por tudo isto, rever Titanic 15 anos após seu lançamento é uma experiência e tanto. De viagem no tempo, especialmente para quem pôde assisti-lo em 1998, de análise sobre a carreira dos envolvidos após o sucesso e, principalmente, sobre o impacto desta história de amor em meio a um típico filme catástrofe. Para compreender o porquê de Titanic é necessário voltar um pouco no tempo, para a década de 90. Período em que os filmes catástrofes voltaram à moda em hollywood, tendo em Roland Emmerich (Independence Day, Godzilla) seu ícone maior. Com os estúdios dispostos a investir pesado em efeitos especiais elaborados, a fórmula do gênero apontava para um elenco formado por atores em ascensão ou de segundo escalão. Leonardo DiCaprio e Kate Winslet se enquadravam nesta categoria. Ambos já tinham indicações ao Oscar – ele por Gilbert Grape - Aprendiz de um Sonhador, ela por Razão & Sensibilidade -, eram belos, jovens e com salário inferior aos das grandes estrelas da época. Escolhas precisas, tanto pelo lado artístico quanto pelo financeiro. No comando da dupla estava James Cameron, já consagrado pela série O Exterminador do Futuro, na época com apenas dois filmes. Foi ele o grande pulo do gato da produção.
  • 12. Crítica de Cinema  Exemplos de Críticas: TITANIC II Titanic é um exemplo de como se contar uma história, de como estruturar o conjunto de imagens de um filme numa narrativa fluida e envolvente. A audiência faz uma viagem no tempo, embarca no navio e compartilha dos dramas e conflitos de seus personagens. Tudo de forma clara e simples. E ser simples e objetivo é a melhor maneira de se dialogar com públicos diversos, pretensão que o filme atingiu com maestria indiscutível. Para os raros que ainda não viram o filme ou desconhecem seu enredo, a história gira em torno de Jack (Leornado DiCaprio) um jovem nômade que embarca na primeira e única viagem do Titanic depois de ganhar a passagem numa mesa pôquer. No navio ele conhece Rose (Kate Winslet), bela aristocrata que, diante da falência de sua família, tem a chance de melhorar de vida casando com o milionário Cal Hockley (Billy Zane) de quem é noiva. Do encontro de Jack e Rose surge uma paixão avassaladora e proibida que ganha contornos trágicos quando o navio se choca com um iceberg.
  • 13. Crítica de Cinema  Exemplos de Críticas: TITANIC O sucesso arrebatador cooptou para o filme alguns detratores, como de praxe. Há quem o chame de piegas, melodramático, manipulador e de filme-espetáculo, esta última como se tratasse de um demérito. Sim, Titanic é vistoso, bonito, trágico e romântico. E essas são algumas de suas muitas qualidades. Cameron foi audacioso ao inserir uma trama à Romeu e Julieta dentro do cenário de tragédia do Titanic, conseguiu arrancar uma química incrível entre o pobre Jack Dawson e a menina rica Rose DeWitt Bukater, e faz o espectador transitar por um filme de três horas de duração sem que se sinta o tempo transcorrer.