1. PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA
DO BRASIL (1820-1822)
Professor: Anderson Torres
Disciplina: História
Turmas: 73 e 74
Colégio Japão
2. RAÍZES
• Chegada da Família Real ao Brasil (1808) Definiu-se uma
“interiorização da Metrópole”, uma vez que o Rei e sua corte
saíam da Metrópole para governar o Império Lusitano a partir da
Colônia;
•Mudança de status da Colônia: Com a monarquia no Brasil, o Rei
Dom João VI tomou medidas que fizeram aumentar a importância
da Colônia e de suas capitanias, centralizando as ações na nova
Capital imperial: o Rio de Janeiro
•Abertura dos Portos as Nações Amigas (1808) pela primeira
vez, a Colônia iria poder importar e exportar produtos de outras
nações além de Portugal.
3. RAÍZES
• 1815 – Elevação do Brasil a membro do Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarves: Perde o Status de colônia e ganha o de membro do
Império Português.
• Crise do Sistema Colonial: com a corte no Brasil, Portugal perdeu a
influência e o poder sobre a então colônia. Ampliou-se o poder das
elites dentro do Brasil (comerciantes nativos e portugueses, grandes
proprietários de terra, burocratas, etc.)
• RJ: capital imperial centralizou as ações do reino. Problema: boa
relação comercial das capitanias do Norte (Pará, Maranhão,
Pernambuco) com Lisboa, não querendo cederem as pressões do Rio de
Janeiro Origem da Revolução Pernambucana de 1817.
4. REVOLUÇÃO DO PORTO (OU MOVIMENTO
VINTISTA) - 1820
“ Em 24 de agosto de 1820, o movimento conhecido como regeneração vintista propunha, a
partir do Porto, mas logo ganhando Lisboa e o restante do território português, o fim do
Antigo Regime, a convocação de cortes para a elaboração de uma constituição e o
reestabelecimento do lugar merecido por Portugal no interior do Império Luso-brasileiro. Era
também o começo do processo de emancipação política do Brasil” (Neves, 2011)
• O Movimento vintista, portanto, pretendia, após Portugal ser desocupada pela
França, fazer o Império retornar a Lisboa e criar um Império aos moldes ingleses:
constitucional.
•Aderiram ao Movimento militares, comerciantes e juízes portugueses, que
pretendiam recolocar Portugal como centro na relação com a antiga colônia
brasileira, formando a Corte de Lisboa.
•Nunca houve a pretensão de recolonizar o Brasil pois depois de todas as mudanças
sofridas com a corte, seria impossível retirar as liberdades adquiridas pelas elites
coloniais.
5. REVOLUÇÃO DO PORTO (OU MOVIMENTO
VINTISTA) - 1820
• A intenção era manter o Brasil como parte do Império, mas com a liderança de
Portugal, e não dos brasileiros.
• 1821 Dom João VI cede as pressões dos vintistas e retorna a Portugal, deixando
seu filho, Dom Pedro I, como príncipe regente do Brasil.
• Divisão no território brasileiro: Capitanias do Norte favoráveis aos vintistas e
recusando-se a receber ordens de Pedro I.
•Muitas Capitanias formam juntas governativas ligadas a corte portuguesa, as
“pequenas pátrias” lideradas pelas elites destas capitanias.
• Pedro I aliou-se a Elite Coimbra: intelectuais brasileiros que haviam estudado na
Universidade de Coimbra, em Portugal, e que eram favoráveis a formação do Reino
Unido de Brasil e Portugal.
6. REVOLUÇÃO DO PORTO (OU MOVIMENTO
VINTISTA) - 1820
• Pressão portuguesa pelo retorno de Pedro I – Dia do Fico: 9/1/1822
• União das elites locais e do príncipe regente contra as medidas tomadas pela Coroa
em Lisboa, mas ainda sem pensar em desfazer os laços com Portugal: a
Independência não era defendida, mas apenas os interesses brasileiros dentro do
Império.
• Ao fim, a posição de Portugal não mudou e Pedro I declarou a independência do
Brasil:
“Na realidade, quando o príncipe regente proclamou – se é que o fez – o célebre
Grito do Ipiranga, em 7 de setembro, que hoje se comemora como data nacional do
Brasil, , para a maioria dos contemporâneos a separação, ainda que prcial, já estava
consumada. Esse episódio, alías, não teve significado especial, não sendo sequer
noticiado na imprensa da época, exceto por breve comentário no jornal fluminense
O Espelho, datado de 20 de setembro. Tornava-se necessário oficializá-la, com a
aclamação de D. Pedro I como imperador constitucional do Brasil, ocorrida em 12 de
outubro, e a coroação, em 1º de dezembro.” (Neves, 2011, p.128)
7. GUERRAS DA INDEPENDÊNCIA
• A independência, ao contrário do que se pensa, não fora um processo sem
conflitos, uma vez que as províncias do Norte não aceitavam as decisões vindas do
RJ, muitas delas entraram em guerra contra o Império Brasileiro, mantendo seus
vínculos com Portugal. Em outras palavras, houve resistências consideráveis à
Independência do Brasil.
8. CONSTRUINDO A NAÇÃO BRASILEIRA
Um conceito de nação: Uma comunidade política imaginada, limitada e
soberana.
•Imaginada: Todos os concidadãos de uma nação tem em mente a ideia de
comunhão, de pertencimento a partir da nacionalidade.
• Limitada: territorialmente tem fronteiras definidas, que a separa de outra
nação.
• Soberana: A soberania nacional, sua autonomia derivaria da nação.
•Comunidade: Em que pese as diferenças e desigualdades sociais, culturais, etc.
Mesmo que a maioria dos cidadãos sequer saibam da existência dos outros,
todos se igualam a partir do pertencimento nacional. É pela nação que muitos
“se matam ou morrem” (Benedict Anderson)
9. CONSTRUINDO A NAÇÃO BRASILEIRA
No caso brasileiro, a independência levou o governo e as elites a
produzirem uma comunidade imaginada que se autoidentificasse
pela nacionalidade, pelo ser brasileiro. Ser brasileiro não era ser
português, definindo assim a oposição ao outro. Ser brasileiro era
viver num território da América, e não em um europeu, ou
submisso a um europeu, em outras palavras, ter os seus limites e
sua soberania em relação a antiga metrópole.
Construir, portanto, a ideia de que aqueles que viviam nas
províncias do Sul e os do Norte agora eram iguais, etam brasileiros;
de que independente de ser branco e da elite ou ser negro, pobre e
liberto, eram todos brasileiros. Tal processo só se consolidará
durante o reinado de Dom Pedro II.
10. BIBLIOGRAFIA
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas. São Paulo: Cia das Letras, 2008.
MONTEIRO, Hamilton. Brasil Império. São Paulo: Ática, 1990.
NEVES, Lúcia. Estado e Política na independência. IN: GRINBERG, K; SALLES, R. O Brasil
imperial. Volume I – 1808-1831. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
12. ANÁLISE DOS QUADROS DA
INDEPENDÊNCIA
• Quadro Independência do Brasil (1844), do pintor francês Rene
François Moreaux.
•Feito sob encomenda do Senado do Império brasileiro.
• Quem está representado no quadro?
•O que as pessoas estão fazendo?
• O que o pintor quis mostrar com o quadro? Quais os seus interesses
ao pintá-lo?
14. ANÁLISE DOS QUADROS DA
INDEPENDÊNCIA
• Quadro Independência do Brasil (1888), do pintor brasileiro Pedro
Américo
•Sugerido pelo próprio pintor como forma de representar a
independência e valorizar a Monarquia, em situação decadente.
• Quem está representado no quadro?
•O que as pessoas estão fazendo?
• O que o pintor quis mostrar com o quadro? Quais os seus interesses
ao pintá-lo?
15. ANÁLISE DOS QUADROS DA
INDEPENDÊNCIA
• As duas obras não nos mostram o que realmente aconteceu no dia
7 de setembro de 1822. Ambas são, na verdade, representações com
diversos interesses, sejam eles políticos, culturais, sociais tais como
legitimar o Império perante a população, construir uma imagem
heróica favorável ao Império, valorizar uma data comemorativa para
a Pátria...
•ENTÃO, O QUE REALMENTE
ACONTECEU??
16. ANÁLISE DOS QUADROS DA
INDEPENDÊNCIA
• Não como saber o que realmente aconteceu: o que sabemos é a
partir de indícios e vestígios históricos. Ou seja, o que as fontes
históricas permitem que os historiadores analisem. Com relação ao 7
de setembro, é muito provável que não havia mais do que dois ou
três assessores do imperador. Além do mais, o imperador estaria
voltando de uma viagem de São Paulo para o Rio de Janeiro, por
motivos pessoais, sem nenhuma pretensão em garantir a separação
do Brasil em relação a Portugal. Separação que já estava ocorrendo e
que só fora oficializada em 12 de outubro de 1822.