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Caso Clínico: manejo da
resistência em relação à
tarefa de casa
Hewdy Lobo Ribeiro
Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta
ABP/AMB
CREMESP 114681
Diretor Vida Mental
Coordenador Pós-Graduação VM/UNIP
Caso Clínico
• P. é um jovem de 20 anos, aparenta ser mais novo.
• Vem ao consultório trazido pela mãe, que está preocupada com o
consumo de maconha do filho. P. diz inicialmente não ter problema
nenhum com drogas.
• Na entrevista inicial, P. demonstra constrangimento com os relatos da
mãe, sempre diminuindo os fatos que a mãe conta. “Ela exagera”.
• Vestimenta: sempre adequada, mas P. verbaliza que mãe o obriga a
vestir-se para a terapia, escovar os dentes, etc.
• Relata estar emagrecido.
• Lê e escreve mal, abandonou escola. Dificuldades em fazer amigos e
nas disciplinas.
• Classe média.
• Considera não ter muitos amigos, apenas os primos e outros mais
antigos. Se considera tímido, não consegue iniciar diálogos com jovens.
• Não consegue paquerar, é virgem.
• Mãe Evangélica, o pressiona para ir aos grupos da igreja.
Caso Clínico
• Pai ausente, só trabalha. Mãe trabalha em casa, home office, presente
o tempo todo.
• Tem um irmão mais novo de 10 anos.
• Pai é a voz respeitada da casa, mãe fala mas ninguém respeita.
• Pai compra maconha para o filho usar em casa, pelo medo do
envolvimento dele com o tráfico.
• P. Já foi detido por tráfico. Está respondendo processo.
• Relata já ter feito consumo de cocaína esporádico com primos em
viagens.
• Mãe ministra benzodiazepínicos sem prescrição.
• P. relata ficar muito bravo com a mãe, várias vezes ao dia, chegando a
agredi-la verbalmente, e inclusive fisicamente. Diz não conseguir
conversar com ela.
• Não trabalha. Pais querem que ele fique em casa até se curar.
Sugestão de Tarefa
• T: Bom, me parece que você ainda
não consegue definir quais são suas
dificuldades na comunicação com
sua mãe. Que tal como tarefa de casa
registrar em quais situações é mais
difícil expressar para sua mãe o que
quer ou o que pensa, e como você se
sente nestas situações?
Motivando
P: Eu não quero fazer esta tarefa! Acho chato!
T: Estou confuso. Há alguns minutos você estava falando que queria ajuda para aprender a se
comunicar com sua mãe. Agora está dizendo que não quer tentar isto que estamos conversando?
P: É que eu acho que não vai funcionar. Ficar escrevendo é muito chato, não quero fazer.
T: Esta tarefa pode ou não te ajudar a se comunicar com sua mãe, eu não sei. Mas por que não
fazemos uma experiência para ver como registrar e praticar esta habilidade pode afetar seus
pensamentos, sentimentos, e comunicação?
P: Ah não! Não quero fazer estes registros.
T: O que poderia acontecer se você fizesse?
P: Eu já disse que não vai funcionar. Aí vou ter feito a toa. E isso vai mostrar que eu não tenho jeito,
vai provar que sou um caso perdido.
T: O que acha que faríamos se descobríssemos que a tarefa não ajuda com a sua comunicação?
P: Nada.
T: Você se lembra que eu disse que as atribuições da tarefa são um tipo de experiência?
P: Sim
T: Então se a experiência mostrar que esta habilidade não ajuda você a se comunicar melhor, qual
você acha que será nosso próximo plano?
P: Tentar outra experiência?
T: É isso aí! Vamos continuar tentando coisas novas até encontrarmos uma forma de você conseguir
dizer o que precisa para sua mãe! Mas vai ser preciso algum esforço de sua parte. Você está disposto?
P: Acho que não vai fazer mal.
Revisão da Tarefa
T: vejo que você trouxe o registro da tarefa de casa.
P: É, eu registrei tudo hoje antes de vir.
T: Como foi completar sua tarefa?
P: Foi um pouco difícil, eu não queria muito fazer. Mas ai eu decidi fazer para ver se ajudaria.
T: O que passou na sua cabeça em relação a fazer a tarefa de casa?
P: Eu pensei que estava cansado e que não conseguiria.
T: O que fez você decidir fazer apesar de tudo?
P: Ah, eu pensei que tínhamos conversado sobre isto, e que eu devia experimentar para ver
se funciona ou não.
T: O que você percebeu em relação às situações que não conseguia se expressar para sua
mãe?
P: Vi que tem duas situações que de fato me incomodam: quando minha mãe não me deixa
sair sozinho pois assume que eu vou usar, e quando ela diz que eu não tenho jeito, que eu
só causo decepção.
T: O que você deduz da identificação destas situações.
P: Antes eu não conseguia muito definir o que de fato me irritava ou me deixava chateado.
Achava que não conseguia mais falar nada com a minha mãe. Com a tarefa parece que eu
organizei melhor meus pensamentos, e vi que na verdade temos um grande problema, que é
o fato de ela não gostar que eu use drogas.
T: Como foram estas situações nesta semana?
Revisão da Tarefa
P: Queria muito ir na casa de um amigo nesta semana, um amigo de
infância. Mas quando falei para ela que iria, ela disse que não, que ainda
não confiava que eu realmente iria na casa deste amigo.
T: Como você se sentiu diante desta desconfiança?
P: Primeiro eu fiquei com muita raiva, mas depois fiquei muito chateado.
T: E a outra situação?
P: Foi que meu primo veio em casa, e ele trouxe maconha e nós fumamos.
Minha mãe reparou que eu estava louco e só me olhou e disse que eu não
tinha jeito, que só dava decepção.
T: E como você se sentiu?
P: Eu pensei: problema dela!
T: Mas isto não é um sentimento, é um pensamento. Gostaria de saber
como você se sentiu.
P: Ah, na verdade fiquei muito chateado, dói ouvir isso da própria mãe.
Terapia Cognitivo-Comportamental para Múltiplas Necessidades
Terapêuticas: http://goo.gl/UzJooI
Pós-Graduação
• Atualização= melhores práticas + segurança +
reconhecimento
• Especialização= possibilidades de crescimento
+ melhor remuneração
• Melhores professores da região (docência e
experiência prática)
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Terapia Cognitivo-Comportamental para Múltiplas
Necessidades Terapêuticas: http://goo.gl/UzJooI
Contatos
Hewdy Lobo
lobo@vidamental.com.br
(11) 9 9622-8835
Pós-Graduação Vida Mental
cursos@vidamental.com.br
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Caso Clínico do Manejo da Resistência em Relação à Tarefa de Casa

  • 1. Caso Clínico: manejo da resistência em relação à tarefa de casa Hewdy Lobo Ribeiro Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta ABP/AMB CREMESP 114681 Diretor Vida Mental Coordenador Pós-Graduação VM/UNIP
  • 2. Caso Clínico • P. é um jovem de 20 anos, aparenta ser mais novo. • Vem ao consultório trazido pela mãe, que está preocupada com o consumo de maconha do filho. P. diz inicialmente não ter problema nenhum com drogas. • Na entrevista inicial, P. demonstra constrangimento com os relatos da mãe, sempre diminuindo os fatos que a mãe conta. “Ela exagera”. • Vestimenta: sempre adequada, mas P. verbaliza que mãe o obriga a vestir-se para a terapia, escovar os dentes, etc. • Relata estar emagrecido. • Lê e escreve mal, abandonou escola. Dificuldades em fazer amigos e nas disciplinas. • Classe média. • Considera não ter muitos amigos, apenas os primos e outros mais antigos. Se considera tímido, não consegue iniciar diálogos com jovens. • Não consegue paquerar, é virgem. • Mãe Evangélica, o pressiona para ir aos grupos da igreja.
  • 3. Caso Clínico • Pai ausente, só trabalha. Mãe trabalha em casa, home office, presente o tempo todo. • Tem um irmão mais novo de 10 anos. • Pai é a voz respeitada da casa, mãe fala mas ninguém respeita. • Pai compra maconha para o filho usar em casa, pelo medo do envolvimento dele com o tráfico. • P. Já foi detido por tráfico. Está respondendo processo. • Relata já ter feito consumo de cocaína esporádico com primos em viagens. • Mãe ministra benzodiazepínicos sem prescrição. • P. relata ficar muito bravo com a mãe, várias vezes ao dia, chegando a agredi-la verbalmente, e inclusive fisicamente. Diz não conseguir conversar com ela. • Não trabalha. Pais querem que ele fique em casa até se curar.
  • 4. Sugestão de Tarefa • T: Bom, me parece que você ainda não consegue definir quais são suas dificuldades na comunicação com sua mãe. Que tal como tarefa de casa registrar em quais situações é mais difícil expressar para sua mãe o que quer ou o que pensa, e como você se sente nestas situações?
  • 5. Motivando P: Eu não quero fazer esta tarefa! Acho chato! T: Estou confuso. Há alguns minutos você estava falando que queria ajuda para aprender a se comunicar com sua mãe. Agora está dizendo que não quer tentar isto que estamos conversando? P: É que eu acho que não vai funcionar. Ficar escrevendo é muito chato, não quero fazer. T: Esta tarefa pode ou não te ajudar a se comunicar com sua mãe, eu não sei. Mas por que não fazemos uma experiência para ver como registrar e praticar esta habilidade pode afetar seus pensamentos, sentimentos, e comunicação? P: Ah não! Não quero fazer estes registros. T: O que poderia acontecer se você fizesse? P: Eu já disse que não vai funcionar. Aí vou ter feito a toa. E isso vai mostrar que eu não tenho jeito, vai provar que sou um caso perdido. T: O que acha que faríamos se descobríssemos que a tarefa não ajuda com a sua comunicação? P: Nada. T: Você se lembra que eu disse que as atribuições da tarefa são um tipo de experiência? P: Sim T: Então se a experiência mostrar que esta habilidade não ajuda você a se comunicar melhor, qual você acha que será nosso próximo plano? P: Tentar outra experiência? T: É isso aí! Vamos continuar tentando coisas novas até encontrarmos uma forma de você conseguir dizer o que precisa para sua mãe! Mas vai ser preciso algum esforço de sua parte. Você está disposto? P: Acho que não vai fazer mal.
  • 6. Revisão da Tarefa T: vejo que você trouxe o registro da tarefa de casa. P: É, eu registrei tudo hoje antes de vir. T: Como foi completar sua tarefa? P: Foi um pouco difícil, eu não queria muito fazer. Mas ai eu decidi fazer para ver se ajudaria. T: O que passou na sua cabeça em relação a fazer a tarefa de casa? P: Eu pensei que estava cansado e que não conseguiria. T: O que fez você decidir fazer apesar de tudo? P: Ah, eu pensei que tínhamos conversado sobre isto, e que eu devia experimentar para ver se funciona ou não. T: O que você percebeu em relação às situações que não conseguia se expressar para sua mãe? P: Vi que tem duas situações que de fato me incomodam: quando minha mãe não me deixa sair sozinho pois assume que eu vou usar, e quando ela diz que eu não tenho jeito, que eu só causo decepção. T: O que você deduz da identificação destas situações. P: Antes eu não conseguia muito definir o que de fato me irritava ou me deixava chateado. Achava que não conseguia mais falar nada com a minha mãe. Com a tarefa parece que eu organizei melhor meus pensamentos, e vi que na verdade temos um grande problema, que é o fato de ela não gostar que eu use drogas. T: Como foram estas situações nesta semana?
  • 7. Revisão da Tarefa P: Queria muito ir na casa de um amigo nesta semana, um amigo de infância. Mas quando falei para ela que iria, ela disse que não, que ainda não confiava que eu realmente iria na casa deste amigo. T: Como você se sentiu diante desta desconfiança? P: Primeiro eu fiquei com muita raiva, mas depois fiquei muito chateado. T: E a outra situação? P: Foi que meu primo veio em casa, e ele trouxe maconha e nós fumamos. Minha mãe reparou que eu estava louco e só me olhou e disse que eu não tinha jeito, que só dava decepção. T: E como você se sentiu? P: Eu pensei: problema dela! T: Mas isto não é um sentimento, é um pensamento. Gostaria de saber como você se sentiu. P: Ah, na verdade fiquei muito chateado, dói ouvir isso da própria mãe. Terapia Cognitivo-Comportamental para Múltiplas Necessidades Terapêuticas: http://goo.gl/UzJooI
  • 8. Pós-Graduação • Atualização= melhores práticas + segurança + reconhecimento • Especialização= possibilidades de crescimento + melhor remuneração • Melhores professores da região (docência e experiência prática) • Investimento Terapia Cognitivo-Comportamental para Múltiplas Necessidades Terapêuticas: http://goo.gl/UzJooI
  • 9. Contatos Hewdy Lobo lobo@vidamental.com.br (11) 9 9622-8835 Pós-Graduação Vida Mental cursos@vidamental.com.br (11) 99901-6189 Universidade Paulista-UNIP (11) 2166-1066 / 0800-010-9000