1. Mulher cientista
Cena I
Mariana Corte-Real (só)
Mariana – (indignada) Isto vai de mal a pior! Agora, já nem me concedem o material
necessário para a s minhas experiências! Dizem que é um mau investimento e que por ser
mulher não tenho capacidades para uma experiência destas… Mas eu sei que tenho razão!
Afinal sou muito mais esperta do que a maioria dos meus colegas homens! Se fosse um deles,
decerto que iriam proporcionar-lhes o material necessário! Isto é uma injustiça! O pior de tudo
é que o meu namorado, um cientista como eu, nem sequer me apoia! Parece que estão todos
contra mim… já não há igualdade neste mundo! (roendo as unhas) Mas isto não vai ficar assim!
Eu tenho tanto direito como qualquer outro cientista e não vou desistir até que todas as
mulheres cientistas sejam respeitadas pelos seus pares… (com entusiasmo) Já sei! Vou
organizar uma manifestação! Tenho a certeza de que não sou a única insatisfeita com a
situação. Tenho que pensar na data, no local, nos cartazes, nos folhetos… Mas será uma boa
ideia? Ainda acabo por ser despedida. Vale a pena arriscar! O que é que eu estou ainda a fazer
aqui? Tenho que ir preparar a manifestação! (sai de cena)
Cena II
Mariana Corte-Real e chefe
Mariana – (bate à porta e entra) Mandou-me chamar, chefe?
Chefe – Sim, sim… Sente-se, por favor!
Mariana – (um pouco nervosa) Se isto é por causa da manifestação, não retiro nenhuma
palavra que disse!
Chefe – Já lá vamos! Gostaria de tomar uma chávena de chá? Parece estar muito nervosa!
Mariana – (já mais calma) Não, obrigado! Vamos direto ao assunto! O que é que queria de
mim afinal?
Chefe – Estive a pensar seriamente na sua situação, e cheguei à conclusão de que não existe
nenhum impedimento de lhe conceder o material de que necessita para a sua experiência!
Mariana – (com entusiasmo) Asério? Obrigado, muito obrigado, não se vai arrepender,
prometo!
Chefe – Mas com uma condição!
Mariana – Claro, tudo o que quiser!
Chefe – Vai ter de trabalhar com o Doutor Guilherme Oliveira!
2. Mariana – O quê? Nem pensar! Esta experiência é só minha, não quero que mais ninguém
fique com os louros.
Chefe – Se não aceitar, terei que a despedir!
Mariana – Eu própria me despeço! Vocês são todos uns oportunistas, que não dão valor às
mulheres! Nunca mais volto a trabalhar aqui! Tenha um bom dia! (sai e bate com a porta)
Henrique Silva
Inês Rodrigues 8.º C
3. Mulher de negócios, dona de uma grande propriedade rural
Cena I
Dra. Júlia
Dra. Júlia – Os meus negócios estão a ir muito bem. Estamos a ter muitas encomendas e muita
procura. Os meus trabalhadores estão a trabalhar muito e estou a pensar seriamente em
aumentar os salários. (admirada) Mas como é possível os meus trabalhadores serem todos
homens? Como? Não sei bem mas a verdade é que estou muito contente com o seu trabalho e
damo-nos todos bem..(entusiasmada)
Normalmente os homens de várias empresas arranjam problemas com as suas chefes, mas
aqui todos me respeitam, todos trabalham e não admito nem dou confiança para falta de
respeito... Aqui todos têm os seus amigos e conhecidos, mas nunca essas amizades
interferiram no trabalho de cada um.
O nosso grande objetivo é levar este negócio para outros países, como por exemplo para a
França, Inglaterra e China.
Mas como se diz, devagar se vai ao longe.
Cena II
Dra. Júlia e João, o seu capataz
João – Bom dia, chefe, recentemente as nossas encomendas aumentaram e aconselho-a a
contratar mais trabalhadores porque o trabalho está no bom caminho e já falta mãos para
tanto trabalho.
Dra. Julia – (aparte) Olha este agora já quer mais trabalhadores.(falando alto)Bem, João, se
aumentarmos o número de trabalhadores tenho que baixar mais um pouco o salário senão os
nossos rendimentos vão todos para os trabalhadores.
João – Concordo, mas quando começarmos a exportar mais, poderemos aumentar os
salários.Logo vemos o que devemos fazer.
Dra. Júlia – (admirada) João, aqui quem manda sou eu mas obrigada pela sua opinião.
Bruno Nunes
Alice Cunha 8.º C
4. Mulher na política
Cena I
Sofia, a ministra e o seu Secretário de Estado
Secretário: Já era para te ter dito isto antes…
Sofia: O que é que tem para dizer?
Secretário: Vais ter uma reunião com os outros ministros na quinta-feira e tens que preparar
um discurso.
Sofia: Tenho muito pouco tempo…
Secretário: Desculpa só te ter dito isto hoje.
Sofia: Se me dás licença, vou para minha casa preparar o meu discurso.
Cena II
Sofia (só)
Sofia (com as mãos na cabeça) – Sou uma desastrada! Pouco tempo falta para a reunião com
os outros ministros e ainda nem preparei o meu discurso. O que faço? Tenho tanta coisa para
fazer em tão pouco tempo, e aquela reunião é mesmo muito importante! Se não o fizer vou
ficar mal vista. Com o trabalho que tenho, nem tive tempo para brincar com o meu filho.
Coitado! Deve sentir-se sozinho. É melhor começar a trabalhar senão chego lá sem nada.
(senta-se à secretária) Tenho que apresentar um discurso bem elaborado e convincente, por
isso vou pesquisar alguma informação. (quase a chorar) Por que é que escolhi este
trabalho?!Só me traz aflições! Mas não me posso deixar abater. Não pensem que por ser
mulher vou falhar. Nem pensar! Mãos à obra!!
Gina Arruda
Samuel Goulart 8.º C
5. Mulher vítima de violência doméstica
Cena I
Mariana e Fernando
Fernando: Vá, vá, levanta-te, mulher! Passas os dias aí deitada sem fazer nenhum. Levanta-te,
malandra! (aparte) Só me faltava esta. Ando eu a trabalhar para sustentar uma malandra.
Mariana: (aparte) Mais um dia desta vida desgraçada. (alto) O que queres para o almoço?
Fernando: Hoje não almoço em casa. Tenho uma reunião com a minha patroa mais tarde e
quero adiantar serviço.
Mariana: Posso pelo menos ir à mercearia fazer compras para casa?
Fernando: Para quê?! Se não vou almoçar em casa para que queres tanto ir às compras? Vai
mas é limpar esta casa. (aparte) Como se não bastasse sustentá-la, ela quer é vadiar e a casa
por limpar.
Mariana: Como queiras. Tu é que mandas. (aparte) Estúpido e insensível! Lá por não almoçar
deve pensar que os outros não comem.
Fernando: Vou-me embora e levo a chave para não caires na tentação de sair à socapa.
Cena II
Mariana
Mariana: Ai, ai! Há não sei o que hei de fazer. Se saio de casa, meu marido bate-me; se me
atraso com o jantar, ele não pára de ralhar. Assim não aguento. Se erro, sou espancada; se
faço tudo bem feito, nem um obrigado recebo.
Cada dia que passa é cada vez mais difícil suportar esta vida. (cansada e suspirando) Ai, meu
Deus, quem me dera encontrar uma solução, alguém que me valorizasse e me ajudasse.
As minhas amigas insistem para que faça queixa dele mas tenho medo da sua reacção. Se
calhar até me matava… O que hei-de fazer??
Bernardo Rodrigues
Luís Machado 8.º C