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Aspectos
Diagnósticos
Parte
I
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Antes de abordarmos diretamente os aspectos relacio-
nados à função ovariana, gostaríamos de fazer uma breve re-
capitulação sobre a embriogênese ovariana, com a finalida-
de de facilitar o entendimento do leitor quando tratarmos es-
pecificamente do tema deste capítulo.
EMBRIOGÊNESE OVARIANA
Embora o sexo genético do embrião seja determinado
por ocasião da fertilização, através das características cro-
mossômicas do espermatozóide (X ou Y) que penetra o oó-
cito, as características morfológicas genitais de um ou de
outro sexo só surgem ao redor da sétima semana do desen-
volvimento intra-uterino. Isto significa que o período inicial
do desenvolvimento dos genitais nos dois sexos é semelhan-
te. Por isso, denomina-se esta fase inicial de período indife-
renciado do desenvolvimento genital.
O início do desenvolvimento dos ovários ocorre duran-
te a quinta semana do desenvolvimento embrionário. Os
ovários derivam de três fontes distintas: 1) mesotélio (epité-
lio mesodérmico) de revestimento interno da parede abdo-
minal posterior; 2) mesênquima adjacente a este mesotélio e
3) células germinativas primordiais, que migram da parede
do saco vitelino em direção ao mesotélio (Fig. 1.1). Ao iní-
cio do desenvolvimento ovariano denomina-se período in-
diferenciado, porque durante este período é impossível dife-
renciar-se o tipo gonadal que está se formando.
Durante a quinta semana do desenvolvimento surgem
medialmente a cada mesonefro e, entre eles e o mesentério
dorsal, espessamentos do epitélio de revestimento (mesoté-
lio) desta região, que penetram no mesênquima subjacente,
originando abaulamentos localizados, denominados cristas
gonadais (Fig. 1.2). Aos espessamentos epiteliais (deriva-
dos do mesotélio mais superficial), que penetram no mesên-
quima subjacente, denominam-se cordões sexuais primári-
os (Fig. 1.3). Neste estágio do desenvolvimento distin-
guem-se na gônada indiferenciada uma região cortical ou
córtex, mais externa, e uma região interna, a medula ovaria-
na. Nos embriões do sexo feminino com complemento cro-
mossômico 46,XX ocorrerá, posteriormente, regressão qua-
se completa dos cordões sexuais primários e amplo desen-
volvimento da cortical gonadal, através da formação dos
cordões sexuais secundários, novamente a partir do mesoté-
lio superficial, com a formação definitiva dos ovários.
As células germinativas primordiais localizam-se inici-
almente na parede do saco vitelino, próximo à origem do
alantóide. São células grandes, esféricas, e já visíveis mi-
croscopicamente ao redor da quarta semana de desenvolvi-
mento. Com os dobramentos transversal e longitudinal do
embrião, ocorre a incorporação gradativa do saco vitelino
para o interior do corpo do mesmo. De sua localização inicial,
cerca de 1.000 a 2.000 células germinativas primordiais pro-
venientes da parede do saco vitelino migram ativamente
através do mesentério dorsal do intestino médio em direção
às cristas gonadais. No decorrer da quarta à sexta semanas
3
Fig. 1.1 — Corte transversal de embrião com seis semanas, mos-
trando a migração das células germinativas primordiais na direção
da crista gonadal.
Função Ovariana
José Rafael Macéa
Maria Inez Marcondes Macéa
Newton Eduardo Busso
1
de desenvolvimento, as células germinativas primordiais
atingem as cristas gonadais, penetram o mesênquima subja-
cente e são incorporadas pelos cordões sexuais primários,
provenientes do mesotélio superficial (Fig. 1.3).
A formação completa dos dois ovários depende basica-
mente da presença de dois cromossomos X e da ausência do
cromossomo Y. Diferentemente do desenvolvimento dos
genitais internos e externos do sexo masculino que são hor-
mônio-dependentes (testosterona e diidrotestosterona), o
desenvolvimento dos genitais internos e externos do sexo
feminino não depende de qualquer espécie de ação hormo-
nal. Assim é que, mesmo na ausência parcial ou total dos
ovários, ocorre a formação dos genitais internos e externos
femininos.
O desenvolvimento completo dos ovários depende,
como já vimos, de complemento cromossômico 46,XX. A
presença de genes localizados nos cromossomos X induz a
formação de ovários completos, embora admita-se moder-
namente a participação de um gene autossômico na embrio-
gênese ovariana.
A identificação histológica dos ovários só começa a ser
possível ao redor da décima semana de desenvolvimento,
quando os cordões sexuais primários penetram profunda-
mente na medula ovariana e são rapidamente absorvidos,
formando uma rete ovarii rudimentar. Esta estrutura rapida-
mente regride e desaparece no interior dos ovários. Após a
oitava semana de desenvolvimento, uma nova leva de cor-
dões sexuais forma-se a partir do mesotélio superficial e pe-
netra no mesênquima subjacente; são os cordões sexuais se-
cundários que, à medida que aumentam de tamanho, rece-
bem novas células germinativas primordiais e as incorpo-
ram (Fig. 1.4).
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Fig. 1.2 — Migração das células germinativas primordiais através do mesentério dorsal em direção à crista gonadal.
Fig. 1.3 — Término da migração das células germinativas primordiais. Formação dos cordões sexuais primários.
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A partir da 16a semana de desenvolvimento os cordões
sexuais secundários fragmentam-se em vários segmentos,
formando aglomerados celulares separados. Começam a
formar-se imediatamente os folículos primordiais, constituí-
dos por uma célula germinativa primordial, agora chamada
ovogônia e, ao seu redor, camada única de células planas de-
rivadas dos cordões sexuais secundários, as células folicula-
res. É importante frisar que as ovogônias, antes de serem en-
globadas pelas células foliculares, sofrem inúmeras mito-
ses, formando novas ovogônias, fenômeno que parece coin-
cidir com o aumento da produção de FSH e LH pela hipófise
fetal, além da produção aumentada de estrógeno pela pla-
centa. Por outro lado, enquanto um grande número de ovo-
gônias é formado, um grande contingente delas sofre dege-
neração e desaparece completamente dos ovários até o tér-
mino da gestação. A multiplicação das ovogônias encerra-se
ao redor da 20ª semana de gestação, em sincronia com a di-
minuição da produção das gonadotrofinas pela hipófise fe-
tal. De qualquer modo, cerca de dois milhões de ovogônias
permanecem nos ovários para a formação dos folículos pri-
mordiais. Todas estas ovogônias remanescentes aumentam
de tamanho, sem sofrer divisão mitótica, transformando-se
em oócitos primários que, circundados pelas células planas
de origem cortical, continuam constituindo os folículos pri-
mordiais (Fig. 1.5). Ao nascimento não existem mais ovo-
gônias nos ovários, mas somente folículos primordiais com
um oócito primário no seu interior, pois todas as ovogônias
transformaram-se em oócitos primários.
A gametogênese feminina inicia-se ao redor do sexto ao
sétimo mês de vida intra-uterina, com o desencadeamento
da primeira divisão meiótica do oócito primário. Ocorre
que, logo após iniciada a meiose, a mesma é suspensa no di-
plóteno da prófase da primeira divisão meiótica. A este esta-
do de prófase suspensa, que ocorre desde a vida in-
tra-uterina até o recrutamento dos folículos primordiais para
a maturação completa, durante os ciclos ovarianos da me-
5
Fig. 1.4 — Desenvolvimento inicial do ovário e dos ductos genitais.
nacme, denomina-se dictióteno. Admite-se que o dictióteno
seja provocado pela produção, pelas células foliculares, de
uma substância, fator de inibição da maturação dos oócitos,
que impede a continuidade da meiose. Ao nascimento, por-
tanto, os ovários contêm somente folículos primordiais com
todos os oócitos primários em dictióteno. A saída do dictió-
teno e a retomada da meiose só ocorrerão no oócito primá-
rio, dentro do folículo maduro, horas antes da ruptura folicu-
lar, por ação do pico do LH. Ao nascer, uma menina apre-
senta, portanto, aproximadamente dois milhões de folículos
primordiais em dictióteno em seus ovários. Durante a infân-
cia, a maior parte desses folículos sofre processo de atresia
folicular, desaparecendo dos ovários, de tal modo que ao
chegar à puberdade somente cerca de 40.000 folículos pri-
mordiais permanecem, segundo alguns autores. Para outros
autores, este número chega a ser de 400.000 folículos
primordiais. Deste total, apenas 400 a 500 folículos pri-
mordiais originarão oócitos secundários, sendo expulsos
durante as rupturas foliculares. Outrossim, a atresia folicu-
lar continua ocorrendo durante o menacme. Quando a massa
folicular for pequena ou praticamente ausente instala-se a
menopausa.
Ao iniciar-se cada ciclo ovariano, a partir da puberdade,
um número variável de cinco a 20 folículos primordiais em
dictióteno serão recrutados para um processo de maturação
gradativo, que resultará na imensa maioria das vezes na ma-
turação completa de só um destes folículos, que se romperá
no momento da oocitação. Como mostraremos em outro tó-
pico, a célula que sai do folículo no momento de sua ruptura
não é um óvulo, mas um oócito secundário que ainda não
completou o processo meiótico.
Assim, em cada ciclo ovariano, o folículo primordial
que se desenvolverá até a maturação completa e ruptura de-
verá passar por várias modificações, a saber:
1) Proliferação de suas células foliculares, que de uma
camada única de células pavimentosas, apenas por cresci-
mento volumétrico, passará inicialmente a uma camada úni-
ca de células cúbicas, caracterizando o folículo primário
(Fig. 1.6). Em seguida, estas células foliculares, por influên-
cia do FSH, sofrerão múltiplas mitoses, formando uma ca-
mada gradativamente mais espessa de células foliculares,
caracterizando o folículo em maturação, também chamado
folículo pré-antral (Fig. 1.7). Quando por acúmulo de líqui-
do estas células separam-se, surgirá o antro folicular; o folí-
culo é denominado folículo antral ou secundário (contendo,
ainda, um oócito primário em dictióteno) (Fig. 1.8).
2) Formação das tecas: a interna, vascular, e a externa,
fibrosa, provenientes do tecido conjuntivo circunjacente.
3) Formação da zona pelúcida: substância amorfa e ace-
lular, composta principalmente por glicoproteínas originári-
as das células foliculares. Localiza-se entre estas últimas e o
oócito primário.
4) Diferenciação do oócito primário. Durante todo o de-
senvolvimento e maturação dos três elementos citados ante-
riormente, o oócito permanece em dictióteno. O pico de LH,
que ocorre 12 a 24 horas antes da ruptura folicular, promo-
ve, entre outras coisas, a retomada da meiose pelo oócito
primário, que neste curto prazo de tempo terminará a pri-
meira divisão meiótica, formando um oócito secundário ha-
plóide (com 23 cromossomos). De imediato, sem interfase,
o oócito secundário iniciará a segunda divisão meiótica e,
muito importante, no momento da ruptura folicular, a célula
que sai do folículo e será captada pela tuba uterina é um oó-
cito secundário em metáfase II. Assim permanecerá, se não
houver sua fertilização por um espermatozóide, e será reab-
sorvido sem completar a segunda divisão meiótica, portan-
to, sem a formação de um óvulo. Em conclusão, rigorosa-
mente as mulheres não ovulam, mas sim oocitam. O óvulo,
de fato, só se formará se houver a fertilização do oócito se-
cundário, em metáfase II, o que evidentemente ocorre em
uma ínfima proporção dos casos. Assim, quando a cabeça de
um espermatozóide conseguir ultrapassar a zona pelúcida
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Fig. 1.5
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Fig. 1.7 — Folículo pré-antral.
Fig. 1.8 — Folículo antral.
Fig. 1.6 — Folículo primário.
do oócito secundário e penetrar em seu citoplasma, aí sim, o
oócito secundário saindo da metáfase II, termina o processo
meiótico, dividindo-se na telófase em um corpúsculo polar e
um oócito secundário maduro ou óvulo.
Ao término da formação embrionária ovariana, um li-
gamento fixa-se ao pólo inferior de cada um deles e à parede
abdominal anterior, passando obliquamente à mesma (local
do futuro canal inguinal) e termina por fixar-se na superfície
interna dos lábios. Denominam-se gubernáculos a estes li-
gamentos. Eles prendem-se também ao útero, próximo às
inserções das tubas uterinas. Um processo de encurtamento
dos gubernáculos traz os ovários de seus locais de origem na
parede posterior da cavidade abdominal para o limite do es-
treito superior da pelve. A parte cranial dos gubernáculos
transforma-se nos ligamentos útero-ovarianos e a parte dis-
tal transforma-se nos ligamentos redondos do útero; estes úl-
timos passam pelo interior dos canais inguinais, bilateral-
mente, terminando na tela subcutânea dos lábios maiores.
HISTOFISIOLOGIA DO EIXO
HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVARIANO
O HIPOTÁLAMO
O hipotálamo é parte do diencéfalo, localizado lateral-
mente às paredes do terceiro ventrículo, abaixo do sulco hi-
potalâmico, que o separa do tálamo, superiormente. Na face
inferior do encéfalo podem ser visualizadas diversas estru-
turas pertencentes ao hipotálamo como: quiasma óptico, tú-
ber cinéreo, infundíbulo e os corpos mamilares.
Histologicamente, o hipotálamo é formado por uma sé-
rie de núcleos (aglomerados de corpos celulares de neurôni-
os dentro do sistema nervoso central) relacionados com di-
ferentes funções. Cada hipotálamo é percorrido de cima
para baixo por um feixe compacto de fibras, o fórnix, que
conecta o hipocampo de cada lado ao corpo mamilar homo-
lateral. O fórnix divide o hipotálamo em áreas medial e late-
ral, com os respectivos grupos de núcleos hipotalâmicos.
Costuma-se dividir o hipotálamo a partir de três planos
frontais imaginários conforme a relação de cada um deles
com os elementos de sua face inferior. Assim, temos o hipo-
tálamo supra-óptico, que engloba o quiasma óptico e toda a
área localizada acima dele nas paredes do terceiro ventrícu-
lo até o sulco hipotalâmico. Do mesmo modo, teremos o hi-
potálamo tuberal, formado pelo túber cinéreo, ligado ao in-
fundíbulo hipofisário e toda a área localizada acima deles,
nas paredes do terceiro ventrículo até o sulco hipotalâmico.
Finalmente, temos o hipotálamo mamilar, compreendendo
os corpos mamilares e toda a área localizada acima deles.
Cada uma dessas áreas apresenta um determinado conjunto
de núcleos. De interesse para o tema em tela é o núcleo ar-
queado ou infundibular (Fig. 1.9), localizado no hipotálamo
tuberal, formado por neurônios pequenos, cujos prolonga-
mentos axonais terminam na eminência mediana e na haste
infundibular, onde é liberada sua secreção: o hormônio de
liberação das gonadotrofinas (GnRH). Tal secreção é cap-
tada pelo plexo capilar primário e transportada pelo sistema
porta-hipofisário até o plexo capilar secundário. Ao deixar o
plexo capilar secundário, o GnRH vai estimular células ba-
sófilas especializadas da pars distalis da adeno-hipófise
para a produção de gonadotrofinas, que são liberadas das cé-
lulas e captadas pela rica rede capilar da região. As in-
ter-relaçðes endócrinas entre as gonadotrofinas e os esterói-
des sexuais são conhecidas e estão representadas na Fig.
1.10.
A ADENO-HIPÓFISE
A hipófise, localizada no interior da sela túrcica do osso
esfenoidal, prende-se ao hipotálamo através da haste hipofi-
sária. Como já mencionado, as células basófilas, localizadas
na pars distalis da adeno-hipófise, são responsáveis pela
produção das gonadotrofinas, após estímulo fornecido pelo
GnRH, através do sistema porta-hipofisário, que comunica
o hipotálamo à adeno-hipófise no interior da haste hipofisá-
ria (Fig. 1.9).
As alterações ovarianas durante o ciclo menstrual de-
pendem integralmente dos hormônios hipofisários ou gona-
dotrofinas, a saber: FSH (hormônio folículo estimulante) e
LH (hormônio), ambos produzidos e secretados pelas célu-
las basófilas da pars distalis da adeno-hipófise. Por este mo-
tivo estas células basófilas são conhecidas como gonadotro-
fos. Através de estudos imunocitoquímicos comprovou-se
que os dois hormônios são sintetizados pelas mesmas célu-
las e compartilham os mesmos grânulos secretores. Estes
grânulos são eliminados por exocitose e captadas pela abun-
dante rede capilar da adeno-hipófise, indo atuar nos ovários.
O FSH e o LH são glicoproteínas com peso molecular
ao redor de 30.000, atuando exclusivamente nos testículos
do homem e nos ovários da mulher. Todavia, dependem
para sua produção e secreção de hormônio de liberação,
GnRH, como já sabemos, formado no núcleo arqueado do
hipotálamo, que chega à adeno-hipófise através do sistema
porta-hipofisário. Trata-se o GnRH de um decapeptídeo
com a seguinte fórmula química:
Glu-His-Trp-Ser-Tir-Gli-Leu-Arg-Pro—Gli-NH2
Sabe-se que a secreção de GnRH pelo hipotálamo não é
feita de modo contínuo, mas sob a forma de pulsos que du-
ram vários minutos, a intervalos variáveis de uma a três ho-
ras. A natureza pulsátil da formação do GnRH é fundamen-
tal para o estímulo adequado dos gonadotrofos. Se for reali-
zada uma infusão contínua de GnRH evitando-se a produ-
ção dos pulsos, a estimulação sobre os gonadotrofos fica
abolida.
Pelo fato de o estímulo do GnRH ser pulsátil, também é
pulsátil a secreção das gonadotrofinas, em especial a do LH.
Estudos especializados demonstraram que o pulso hipotalâ-
mico de GnRH precede o pulso hipofisário em alguns minu-
tos. O estímulo do FSH também se faz sob a forma pulsátil.
Todavia, o efeito é mais prolongado, persistindo por muitas
horas.
É importante lembrar que o núcleo arqueado, principal
local de produção de GnRH, recebe vários circuitos neuro-
nais do sistema límbico (sistema do comportamento emoci-
onal), que modificam a intensidade e a freqüência dos pul-
sos de GnRH, explicando, desta forma, as várias formas de
alterações do ciclo menstrual de mulheres submetidas a for-
tes impactos emocionais.
Com o início da puberdade e a gradativa maturação fun-
cional do eixo hipotálamo-hipófise começam a ocorrer os
ciclos ovarianos. Cada um deles inicia-se pelo recrutamento
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de um lote de folículos primordiais (com seus oócitos pri-
mários em dictióteno), que sob o efeito do FSH sofrem pro-
cesso de desenvolvimento e maturação, resultando na matu-
ração completa de apenas um dos folículos que aproximada-
mente no meio do ciclo ovariano rompe-se, eliminando um
oócito secundário, que capturado por uma das tubas uterinas
permanece viável para fertilização por um período de 12 a
24 horas.
As gonadotrofinas hipofisárias (FSH e LH) produzem
ciclicamente alterações ovarianas, como desenvolvimento
folicular, ruptura do folículo maduro com expulsão do oóci-
to e formação do corpo amarelo.
OS OVÁRIOS
DESENVOLVIMENTO FOLICULAR
O desenvolvimento folicular inclui várias etapas suces-
sivas visando à maturação completa de um dos folículos
ovarianos, capaz de eliminar um oócito fertilizável.
O CICLO OVARIANO
O ciclo ovariano pode ser mais bem entendido se o pro-
cesso todo for dividido em três fases distintas e seqüenciais:
fase folicular, fase oocitatória e fase lútea.
FASE FOLICULAR
O desenvolvimento folicular é um processo irreversí-
vel, ou seja, uma vez iniciado, continua até a maturação total
do folículo ou até a sua atresia. Admite-se que o início do
desenvolvimento folicular independa da estimulação gona-
dotrófica. Na imensa maioria dos folículos, este processo de
crescimento é limitado e termina em atresia folicular. Entre-
tanto, uma vez conseguido o início do desenvolvimento de
um folículo primordial, todo o restante de seu desenvolvi-
mento e maturação tornam-se totalmente dependentes do
estímulo do FSH. Interessante frisar que as células folicula-
res são as únicas células do organismo da mulher a apresen-
tar receptores de FSH. O crescimento folicular inicia-se nos
últimos dias da fase lútea do ciclo anterior, quando o corpo
lúteo em regressão produz quantidades decrescentes de es-
trógeno e progesterona. No ovário humano, o resultado final
do desenvolvimento folicular normalmente é a sobrevivên-
cia de um único folículo maduro.
Embora se saiba que o número de folículos a ser recru-
tado para a maturação dependa do estoque de folículos inati-
vos, via de regra, em cada ciclo ovariano um número variá-
vel de cinco a 20 folículos primordiais é recrutado para ini-
ciar seu desenvolvimento, que perdura de 10 a 14 dias, e sob
9
Fig. 1.9 — Desenho mostrando a inter-relação entre o núcleo arqueado do hipotálamo e a adeno-hipófise.
a ação de estímulos gonadotróficos termina com o amadure-
cimento de um só folículo, que ao romper-se expulsa um oó-
cito secundário na metáfase da segunda divisão meiótica.
O folículo primordial é formado por um oócito primário
em dictióteno (prófase suspensa), envolvido por uma única
camada de células foliculares planas. A maturação folicular
ovariana (que na maioria das vezes resulta em atresia, foli-
cular) ocorre durante todas as situações fisiológicas da vida
da mulher. Assim, o crescimento folicular, com conseqüen-
te atresia ocorre durante a infância, a gravidez, durante a
fase lútea, períodos de anovulação espontânea ou induzidos
por medicamentos e até na perimenopausa.
A primeira modificação morfológica observável nos
folículos primordiais, sob o estímulo do FSH, é a transfor-
mação do epitélio plano simples, ao redor do oócito, em epi-
télio cúbico simples, caracterizando a presença de um folí-
culo primário. O folículo ovariano assume gradativamente
um formato ovalado, deslocando-se o oócito para um dos
pólos do folículo, adotando, portanto, uma posição excêntri-
ca. Tal fato se deve a uma maior proliferação das células fo-
liculares de um dos lados do folículo. Esta transformação
começa a ocorrer durante o período menstrual. Uma vez ini-
ciado o desenvolvimento folicular, o folículo primário pro-
gride até o estágio de folículo pré-antral. À medida que o
oócito aumenta de volume, as células foliculares, por mito-
ses múltiplas, formam um tecido estratificado caracterizan-
do o folículo em crescimento ou em maturação. Ao mesmo
tempo, as células do estroma ovariano começam a organi-
zar-se circunferencialmente ao redor do folículo formando
as tecas ovarianas. Aumentando a massa celular folicular,
vai gradativamente aumentando a produção de estrógenos
pela agora denominada unidade teca-folicular ovariana, sob
a influência das gonadotrofinas.
Em seguida, surgem pequenos espaços cheios de líqui-
do entre as células foliculares. Estes espaços coalescem for-
mando uma cavidade no interior do folículo, o antro folicu-
lar. Ao folículo com antro denomina-se folículo antral ou
folículo secundário. Por conseqüência, todas as fases do de-
senvolvimento folicular anteriores à fase de folículo antral
são denominadas coletivamente fase pré-antral do desen-
volvimento folicular. Na fase mais avançada do desenvolvi-
mento folicular destaca-se o folículo maduro ou de Graaf,
também denominado folículo pré-ovulatório. Tem forma
ovalada e antro folicular amplo. O oócito, deslocado nitida-
mente para um dos pólos do folículo, fixa-se à zona pelúcida
por uma camada de células foliculares, o cumulus oophorus
ou discus proligerus. À medida que vai se aproximando da
ruptura folicular, o folículo maduro gradativamente aproxi-
ma-se da superfície ovariana, chegando, nos instantes que
precedem a ruptura, a ficar recoberto apenas pelo epitélio
superficial do ovário.
As células foliculares do folículo pré-antral têm capaci-
dade de produzir estrógenos, progesterona e andrógenos.
Todavia, a produção de estrógenos é significativamente
maior do que a dos outros esteróides. Nas células foliculares
do folículo dominante e que progredirá até a maturidade
completa, existe um sistema enzimático apropriado, à custa
principalmente, da enzima aromatase, capaz de converter
andrógenos em estrógenos (Fig. 1.11). A capacidade de aro-
matização das células foliculares do folículo dominante, é
induzida pela ação do FSH. Nestas células foliculares
pré-antrais existem receptores específicos do FSH, de tal
modo que, na presença de FSH, estas células foliculares aro-
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Fig. 1.10 — Concentrações hormonais durante ciclo ovulatório normal.
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Fig. 1.11 — Vias biossintéticas conduzindo à formação de estrógenos e andrógenos a partir da progesterona.
matizam quantidades necessárias de andrógenos para criar
seu próprio ambiente estrogênico. Portanto, a produção de
estrógenos reflete e é dependente da estimulação do FSH so-
bre os seus receptores das células foliculares.
Enquanto as células foliculares recebem a estimulação
do FSH, as células tecais, derivadas do estroma ovariano,
recebem a influência do LH, já que são dotadas de grande
quantidade de receptores de LH. Sob a influência do LH, as
células tecais produzem andrógenos, mais especificamente,
testosterona e androstenediona. A maior parte deste andró-
geno é lançada nas veias ovarianas, enquanto quantidades
menores do mesmo, através de mecanismo parácrino, são
transferidas para as células foliculares onde serão transfor-
madas em estrógenos. (Fig. 1.12).
O papel desempenhado pelos andrógenos no desenvol-
vimento folicular inicial é complexo. Receptores androgêni-
cos específicos foram identificados no citoplasma das célu-
las foliculares. Além de os andrógenos servirem como subs-
trato para aromatização em estrógenos nas células folicula-
res, processo como sabemos mediado pelo FSH, níveis mo-
derados de andrógenos parecem realçar a atividade da aro-
matase intrafolicular. Experimentalmente, quando células
foliculares pré-antrais são colocadas num meio rico em an-
drógenos, o que ocorre de fato é a transformação da andros-
tenediona, andrógeno fraco, em andrógenos mais potentes,
em vez de converter-se em estrógenos. Pode haver, por
exemplo, a formação da diidrotestosterona, por ação da 5-a
redutase. Ocorre que este andrógeno não pode ser converti-
do em estrógeno e, quando em excesso, funciona como uma
substância antiestrogênica através do bloqueio da atividade
da aromatase. Em síntese, em baixas concentrações os an-
drógenos agem aumentando a aromatização e produzindo
estrógenos; ao passo que, em concentrações maiores, a ca-
pacidade de aromatização fica bloqueada, o folículo tor-
na-se androgenizado e caminha para a atresia. Portanto, ad-
mite-se que somente o folículo dominante contém um arse-
nal enzimático capacitado a produzir quantidade normal de
estrógenos a partir de quantidades adequadas de andrógenos
e chegar, desta forma, à maturidade completa.
Sob a influência sinérgica do FSH e do estrógeno, ocor-
re um aumento na produção de líquido folicular, que se acu-
mula nos espaços intercelulares das células foliculares. Ao
coalescerem estes espaços forma-se o antro folicular cheio
de líquido folicular. Como as células foliculares não têm
vascularização, o acúmulo de fluido folicular oferece um re-
servatório hormonal que funciona como fonte nutridora do
oócito e das células foliculares envolventes.
Detecta-se FSH no fluido folicular quando as concen-
trações de estrógenos são maiores que as de andrógenos; por
outro lado, na ausência de FSH, ocorre uma predominância
dos andrógenos sobre os estrógenos no fluido folicular. O
LH só começa a ser detectado no fluido folicular próximo ao
seu pico pré-ovulatório. Se ocorrer um aumento prematuro,
plasmático e no fluido folicular de LH, ocorre uma diminui-
ção da atividade mitótica das células foliculares, aumenta a
concentração de andrógenos intrafoliculares e o folículo ca-
minha para a atresia. Portanto, somente os folículos com mai-
ores concentrações estrogênicas, conseqüentes à maior pro-
liferação das células foliculares, estão capacitados a atingir
a maturidade total.
As concentrações dos esteróides no fluido folicular são
conseqüentemente várias vezes maiores do que as concen-
trações sangüíneas, refletindo a capacidade funcional das
células foliculares e tecais. Do ponto de vista hormonal cos-
tuma-se admitir a presença de uma unidade teca-folicular
(teoria das duas células) que trabalha harmoniosamente.
Embora cada compartimento (tecal e folicular) tenha a capa-
cidade de produzir progesterona, andrógenos e estrógenos, a
capacidade de aromatização das células foliculares é muito
maior que a das células tecais.
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Fig. 1.12 — Síntese de esteróides no folículo antral, a partir do conceito da compartimentação em duas células.
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No folículo antral inicial, os receptores de LH estão
presentes somente nas células tecais e os receptores de FSH,
somente nas células foliculares. Sob o estímulo do LH as cé-
lulas tecais produzem andrógenos, que, passados por meca-
nismo parácrino para as células foliculares, são aromatiza-
dos por influência do FSH e transformados em estrógenos
(Fig. 1.13). O mecanismo de interação teca-folicular ora
descrito só se torna totalmente funcional em fases mais tar-
dias do desenvolvimento do folículo antral. Assim como
ocorre com os folículos pré-antrais, também os folículos pe-
quenos tendem a converter andrógenos fracos em andróge-
nos mais fortes, como diidrotestosterona, inviabilizando a
maturação folicular. A conversão de andrógenos em estró-
genos é dependente de uma sensibilidade crescente das cé-
lulas foliculares do folículo dominante ao FSH. Assim,
quanto maior a produção estrogênica pelas células folicula-
res do folículo dominante, maior a concentração de FSH nas
mesmas, caracterizando um mecanismo sinérgico e conjun-
to entre FSH e estrógenos (Fig. 1.14). De tal modo é impor-
tante este mecanismo que 90% do estradiol intrafolicular
deriva das células foliculares estimuladas pelo FSH. Conse-
qüentemente, quase que a totalidade da secreção estrogênica
ovariana é produzida pelo folículo dominante. Portanto, a
presença de um folículo dominante produtor de estrógenos,
destinado a romper-se e a eliminar um oócito secundário,
depende de duas ações estrogênicas importantes:
1) interação local (intrafolicular) entre estrógeno e
FSH;
2) efeito do estrógeno sobre a secreção hipofisária do
FSH.
Enquanto o estrógeno exerce uma influência positiva
sobre a ação do FSH no folículo em maturação, exerce o
mesmo estrógeno um mecanismo de retroalimentação nega-
tiva sobre o eixo hipotálamo-hipofisário, diminuindo a pro-
dução de FSH e impedindo a maturação de folículos menos
desenvolvidos. Em outras palavras, a queda das concentra-
ções sangüíneas de FSH diminuiriam a atividade da aroma-
tase folicular, dependente de FSH, limitando a produção es-
trogênica nos folículos mais imaturos. Mesmo que um folí-
culo imaturo consiga produzir quantidades normais de estró-
genos, o FSH sangüíneo diminuído impedirá a proliferação
mitótica folicular, provocando um acúmulo androgênico
proveniente das células tecais, levando o folículo à atresia,
por ausência de aromatase folicular. De fato, o primeiro
evento no processo de atresia folicular é a diminuição dos
receptores de FSH nas células foliculares.
O mecanismo de retroalimentação negativo do estróge-
no em relação ao FSH serve para inibir o desenvolvimento
de todos os folículos, com exceção do folículo dominante,
que continua dependente do FSH, embora em quantidades
decrescentes, até o seu completo desenvolvimento. O folí-
culo dominante consegue seu intento em virtude de suas cé-
lulas foliculares, como já vimos, possuírem grande quanti-
dade de receptores de FSH, o que permite uma alta atividade
de aromatização, apesar das taxas sangüíneas decrescentes
de FSH. Em conseqüência, ocorre um processo de atresia
13
Fig. 1.13 — Folículo antral. Síntese e aromatização dos andrógenos a estrógenos por ação da enzima aromatase.
generalizado entre os folículos menores (pobres em recepto-
res de FSH), enquanto as taxas sangüíneas estão em ascen-
são.
O ganho maciço de células foliculares no folículo do-
minante é acompanhado por desenvolvimento intenso da
vascularização tecal. Ao redor do décimo dia do ciclo ovari-
ano, a vasculatura tecal no folículo dominante é duas vezes
maior do que nos outros folículos. Este fato permitiria maior
afluxo de FSH para o folículo dominante, possibilitando
manutenção de sua responsividade ao FSH e desenvolvi-
mento ulterior garantido, apesar dos níveis sangüíneos de-
crescentes de FSH.
Com a proximidade da ruptura folicular e a conseqüen-
te formação de um corpo lúteo hormonalmente eficiente, as
células foliculares do folículo dominante devem adquirir re-
ceptores de LH. Este papel é desempenhado pelo FSH, ou
seja, o aparecimento de receptores de LH nas células folicu-
lares é função do FSH (Fig. 1.15). O estrógeno novamente
desempenha papel crucial nesta fase do desenvolvimento
folicular. O acúmulo crescente de estradiol e FSH no folícu-
lo dominante é responsável pelo aumento no número de re-
ceptores de LH nas células foliculares, atingindo o valor
máximo, no período pré-ovulatório.
Em síntese, o folículo dominante através da sua própria
produção estrogênica assume o controle do seu próprio des-
tino. Alterando a secreção gonadotrófica através de meca-
nismo de retroalimentação, otimiza seu desenvolvimento
em detrimento dos folículos menores.
O GnRH desempenha um papel obrigatório no controle
da secreção gonadotrófica. Isto é conseguido através de re-
trocontrole entre os corpos celulares do núcleo arqueado do
hipotálamo tuberal e os gonadotrofos da adeno-hipófise.
Este mecanismo de retrocontrole é denominado mecanismo
de alça curta. O padrão de secreção gonadotrófica observada
no ciclo ovariano é o resultado de mecanismos de retroali-
mentação modulados pelos esteróides originados no folícu-
lo dominante, atuando diretamente na adeno-hipófise. A
este mecanismo entre a adeno-hipófise e os ovários denomi-
na-se mecanismo de alça longa.
A secreção de FSH é muito sensível aos efeitos inibitó-
rios dos estrógenos, mesmo em níveis baixos. Em níveis
maiores, a supressão é intensa e mantida. Por outro lado, a
influência do estrógeno sobre a liberação do LH varia com a
concentração estrogênica e a duração da exposição. Com ní-
veis estrogênicos muito baixos, da mesma forma como ocor-
re com o FSH, o estrógeno exerce um efeito de retroalimenta-
ção negativo com o LH. Em níveis mais altos, contudo, o es-
trógeno é capaz de exercer um efeito estimulador positivo
sobre a liberação de LH. A transição da supressão para a es-
timulação sobre a liberação do LH ocorre à medida que o es-
tradiol aumenta sua concentração durante a parte média da
fase folicular. Este mecanismo apresenta dois pontos críti-
cos:
1) a concentração de estradiol e,
2) o tempo durante o qual a elevação do estradiol é man-
tida.
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Fig. 1.14 — Sinergismo entre o FSH e estradiol na síntese de novos receptores de FSH.
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Admite-se que, em mulheres, a concentração de estra-
diol necessária para conseguir retroalimentação positiva em
relação ao LH é ao redor de 200pg/ml, e esta concentração
dever ser mantida por cerca de 50 horas. O estímulo estrogê-
nico deve ser mantido até depois que o pico de LH começou,
caso contrário, o pico é abreviado ou não ocorre.
Além dos mecanismos endócrinos recíprocos entre as
gonadotrofinas e os esteróides produzidos pela unidade te-
ca-folicular, existem mecanismos parácrinos muito impor-
tantes em todo o processo de desenvolvimento folicular.
Dentre as várias substâncias que interferem neste mecanis-
mo destacamos o papel das inibinas e das activinas, pois
suas funções são mais bem conhecidas. A folistatina e os di-
versos fatores de crescimento, também estão sendo estuda-
dos e as suas funções gradativamente conhecidas.
As inibinas e as activinas foram isoladas e purificadas
do fluido folicular tendo como base a sua capacidade de ini-
bir (inibinas) ou estimular (activinas) a liberação de FSH
pelos gonadotrofos in vitro. Ambas são glicoproteínas pro-
duzidas pelas células foliculares, com uma taxa de homolo-
gia estrutural da ordem de 30% a 40%.
Durante a fase folicular inicial do ciclo ovariano, quan-
do ocorre o recrutamento folicular, diferenças interfolicula-
res na produção de activina pelas células foliculares contri-
buiriam para o estabelecimento de limiares de resposta ao
FSH, diferentes de um folículo para outro. O folículo, cujas
células foliculares expressam as maiores quantidades de ac-
tivina, seria o mais responsivo ao FSH. Neste estágio do de-
senvolvimento folicular, a atividade da aromatase é induzi-
da pelo FSH, embora a secreção de estrógeno seja mínima, o
que é compatível com regulação negativa exercida pela acti-
vina sobre a síntese androgênica das células tecais.
No meio do ciclo ovariano, no folículo mais responsivo
ao FSH (folículo dominante), a atividade de aromatase, a
produção de inibina e a quantidade de receptores aumentam
em níveis críticos. Desde que a atividade da aromatase e a
produção de inibina estão ligadas aos receptores de LH, o
folículo mais responsivo torna-se mais seletivo e, desta for-
ma, destinado a oocitar. Durante a segunda metade da fase
folicular, a produção de inibina, responsiva ao LH, aumenta
somente no folículo dominante, paralelamente ao aumento
da atividade da aromatase e da secreção estrogênica. A ini-
bina produzida realça a síntese androgênica tecal, depen-
dente de LH, criando um mecanismo de retroalimentação
parácrino positivo, através do qual as células foliculares as-
seguram um suprimento de aromatase necessário para ga-
rantir o aumento pré-ovulatório na secreção estrogênica.
Atribui-se também a supressão do FSH à inibina. Tratan-
do-se de um polipeptídeo sintetizado pelas células folicula-
res, é capaz de exercer efeito supressor sobre a produção de
FSH. A baixa produção deste peptídeo a partir de folículos de
baixa qualidade pode explicar o aumento de FSH observado
em mulheres no período perimenopausa, a despeito da pre-
sença de sangramento menstrual. Do mesmo modo, a incapa-
cidade de baixar as concentrações das gonadotrofinas a valo-
res normais, em pacientes sob estrogenoterapia, pode ser cau-
sada pela não produção de inibina pelas células foliculares.
15
Fig. 1.15 — Folículo antral tardio. Formação de receptores de LH por ação combinada de estrógeno e FSH.
No período pré-ovulatório, as células foliculares au-
mentam de tamanho, adquirindo seus citoplasmas inclusões
lipídicas. O oócito, por sua vez, prepara-se para retomar a
seqüência da divisão meiótica. O folículo pré-ovulatório
produz quantidades crescentes de estrógeno, de início lenta-
mente, mas em seguida rapidamente, alcançando seu pico
máximo aproximadamente 24 a 36 horas antes da ruptura
folicular. Concomitantemente com o aumento estrogênico,
o FSH diminui a níveis basais. Por sua vez, o LH aumenta de
forma constante e logo depois rapidamente, de forma maci-
ça, no meio do ciclo (pico de LH), acompanhado por um au-
mento em pico do FSH, de menor intensidade. Deve ser fri-
sado que na ausência de FSH ou quantidade adequada de es-
trógeno, após injeção de LH, os folículos respondem mais
com atresia do que luteinização. Além de fornecer o estímu-
lo adequado para a ruptura do folículo dominante, o pico de
LH serve para selar o destino dos folículos restantes, que,
com baixas concentrações de FSH e estrógenos, desenvol-
vem atresia.
Atuando através de seus próprios receptores, o LH pro-
voca a luteinização das células foliculares, o que resulta na
produção de progesterona no microambiente do folículo.
Assim, 24 a 48 horas antes da ruptura folicular é possível
observar um aumento na concentração de progesterona no
sangue da veia ovariana (Fig. 1.16). Um aumento signifi-
cante dos níveis de progesterona ocorre no dia do pico do
LH, 12 a 24 horas antes da ruptura folicular. Este pequeno
mas significante aumento nas concentrações de progestero-
na folicular e circulante no período pré-ovulatório tem uma
grande importância fisiológica.
A progesterona afeta o mecanismo de retroalimentação
positiva para o estrógeno, seja relacionado ao tempo de ex-
posição, seja relacionado com a dose estrogênica. Quando
presente depois de uma exposição adequada ao estrógeno, a
progesterona facilita a retroalimentação positiva e, na pre-
sença de níveis decrescentes de estrógenos, pode induzir o
pico de LH. A progesterona aumenta a ação do GnRH sobre
os gonadotrofos. Além disso, a progesterona é também res-
ponsável pelo pico de FSH no meio do ciclo. Esta ação da
progesterona induz a ação final do FSH sobre o folículo, ga-
rantindo que todo o conjunto de receptores de LH esteja pre-
sente nas células foliculares.
Quando os folículos menores não conseguem a maturi-
dade completa e desenvolvem atresia, suas células tecais
voltam a fazer parte do estroma ovariano normal. Todavia,
elas retêm a capacidade de responder ao LH produzindo an-
drógenos. Portanto, o pico de LH promove também o estí-
mulo destas células, aumentando os níveis de androstenedi-
ona em 15% e os da testosterona em 20% ao redor do meio
do ciclo. Admite-se que este aumento androgênico teria dois
objetivos: 1) acentuar o processo de atresia folicular; 2) efei-
to sistêmico, aumentando a libido.
Os andrógenos intra-ovarianos aceleram a morte das
células foliculares e a atresia dos folículos, antagonizando o
efeito estrogênico e o mecanismo local sobre os receptores
de FSH. Deste modo, os andrógenos ajudariam a garantir
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Fig. 1.16 — Luteinização das células da granulosa. Síntese de progesterona.
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que somente o folículo dominante alcançaria a maturidade
completa e posterior ruptura.
FASE OOCITATÓRIA
O folículo pré-ovulatório, através da produção de estra-
diol, provê seu próprio estímulo ovulatório. Em uma mesma
mulher ocorre considerável variação no tempo, de ciclo para
ciclo, entre o pico de LH e a ruptura folicular. Os valores
mais aproximados mostram que a ruptura folicular ocorre de
10 a 12 horas depois do pico do LH e 24 a 36 horas depois do
pico do estradiol. Todavia, o início do pico de LH parece ser
o parâmetro mais confiável: a ruptura folicular ocorreria 28
a 32 horas após o início do pico de LH.
O pico de LH inicia a retomada da meiose suspensa
(dictióteno), promove a luteinização das células foliculares
e a síntese de prostaglandinas, essenciais para a ruptura foli-
cular. Além deste ponto, a maturação prematura do oócito e
a luteinização podem ser prevenidas por fatores locais. A
atividade da adenosina monofosfato cíclico (cAMP), indu-
zida pelo LH, sobrepuja a ação inibitória local do inibidor de
maturação do oócito (OMI) e do inibidor da luteinização
(LI). Estas substâncias não-esteróides são diferentes da ini-
bina, pois atuam somente localmente, ao passo que a inibina
o faz através de mecanismo central.
Uma modificação nas propriedades elásticas da parede
folicular parece explicar o rápido aumento no volume do
fluido folicular que ocorre logo antes da ruptura, sem qual-
quer mudança significativa na pressão intrafolicular. A ex-
pulsão do oócito associa-se com mudanças degenerativas do
colágeno na parede folicular, de tal modo que, próximo à
ruptura, a parede folicular torna-se mais fina, frágil e estira-
da. O LH ou a progesterona, ou ambos, podem realçar a ati-
vidade de enzimas proteolíticas (colagenase e plasmina), re-
sultando na digestão do colágeno da parede e aumentando
sua distensibilidade.
As prostaglandinas E e F aumentam notavelmente no
fluido folicular pré-ovulatório, alcançando altas concentra-
ções próximo à ruptura folicular. A inibição da síntese das
prostaglandinas bloqueia a ruptura folicular sem afetar os
outros processos induzidos pelo LH, como luteinização e
maturação do oócito. Supõe-se que as prostaglandinas atu-
am liberando enzimas lisossômicas que digerem a parede
folicular e/ou fazendo contrair a musculatura lisa da parede
folicular, ajudando a expulsão do oócito e das células folicu-
lares que o envolvem (corona radiata).
Os níveis de estradiol diminuem discretamente quando
o LH atinge o seu pico; isto pode ser conseqüência da regu-
lação, pelo LH, de seus próprios receptores foliculares. As
células tecais quando expostas a altas taxas de LH suprimem
sua esteroidogênese, enquanto que quando são expostas a
taxas baixas retomam a produção androgênica.
O pico de FSH, dependente do aumento pré-ovulatório
da progesterona, tem várias funções. É necessária a presen-
ça do ativador do plasminogênio para a conversão do plas-
minogênio em plasmina, envolvida, como já vimos, na rup-
tura da parede folicular. A produção do ativador do plasmi-
nogênio é mais sensível e efetiva na presença de FSH do que
de LH. A expansão do antro folicular permite que o oócito e
as células foliculares que o envolvem flutuem livremente
logo antes da ruptura folicular. Este processo envolve a sín-
tese de ácido hialurônico, que é estimulada pelo FSH. Final-
mente, o pico adequado de FSH garante um conjunto com-
pleto de receptores de LH nas células foliculares. Obser-
vam-se fases lúteas encurtadas ou inadequadas quando os
níveis de FSH são baixos.
O mecanismo que encerra o pico de LH é desconhecido.
Como algumas horas após o pico de LH ocorre uma queda
dramática nos níveis estrogênicos plasmáticos, imagina-se
que a queda do LH possa dever-se à perda da ação estimula-
dora positiva do estradiol. A queda abrupta do LH pode tam-
bém refletir a depleção completa do conteúdo de LH na ade-
no-hipófise, devida a uma diminuição da concentração de
GnRH nos gonadotrofos.
Finalmente, deve-se frisar que quantidades adequadas
de gonadotrofinas não garantem um ciclo com ruptura foli-
cular e expulsão do oócito. É necessário que o folículo deva
estar no estágio apropriado de maturidade para responder
adequadamente aos estímulos hormonais.
FASE LÚTEA
Durante os primeiros três dias após a ruptura folicular e
a expulsão do oócito, as células foliculares aumentam de ta-
manho e adquirem um aspecto vacuolizado, conseqüência
de acúmulo de lipídios. As células tecais também sofrem
este tipo de modificação, e a este conjunto de células folicu-
lares e tecais vacuolizadas denomina-se corpo lúteo ou ama-
relo. Imediatamente, capilares penetram entre as células lu-
teínicas, chegando à cavidade central do corpo lúteo, en-
chendo-o com sangue. Ao redor do oitavo ou nono dias após
a oocitação, a vascularização do corpo lúteo é máxima, as-
sociada a níveis sangüíneos máximos de progesterona e es-
tradiol.
Para que haja uma função lútea normal é necessário que
tenha havido um ótimo desenvolvimento folicular
pré-ruptura. Evidências experimentais demonstram que a
extensão do acúmulo de receptores de LH nas células folicu-
lares, durante a fase folicular tardia, determina a extensão da
luteinização e a capacidade funcional do corpo lúteo. A con-
versão com sucesso de células foliculares avasculares da
fase folicular em tecido lúteo vascularizado é também de
importância. Porque a produção de progesterona é depen-
dente de seu precursor, o LDL-colesterol, a vascularização
das células luteínicas é essencial para permitir que o
LDL-colesterol as alcance. A vida média e a capacidade es-
teroidogênica do corpo lúteo dependem da produção tônica
do LH. Mulheres hipofisectomizadas necessitam tomar con-
tinuamente pequenas quantidades de LH para manter uma
função lútea normal.
Os níveis de progesterona aumentam abruptamente de-
pois da oocitação, alcançando seu nível máximo oito dias
após o pico de LH. A progesterona atua local e centralmente
para suprimir novo crescimento folicular. Se as concentra-
ções de progesterona são monitoradas no sangue venoso
ovariano após luteotectomia em macacas, a oocitação no ci-
clo seguinte ocorrerá no lado oposto ao de maior concentra-
ção de progesterona e contralateral ao do corpo lúteo prévio.
Se, por outro lado, os níveis de progesterona forem manti-
dos normais depois da luteoctetomia, a oocitação seguinte
17
ocorrerá novamente no lado de menor concentração de pro-
gesterona no sangue venoso. Porque a progesterona antago-
niza a ação estrogênica, diminuindo os receptores estrogêni-
cos, não é de surpreender que a diferenciação folicular, de-
pendente de estrógenos, possa ser inibida. O início de qual-
quer tipo de crescimento importante durante a fase lútea é
inibido pelos baixos níveis de gonadotrofinas induzidos
pela ação de retroalimentação negativa tanto do estrógeno
quanto da progesterona. Sob condições normais, portanto,
uma mulher oocita provavelmente de lados alternados.
Em um ciclo normal, o período de tempo que decorre
desde o pico de LH até a menstruação é muito próximo de 14
dias. Admite-se que a variabilidade na duração do ciclo ova-
riano entre mulheres dependa da quantidade de dias neces-
sários para o crescimento e a maturação durante a fase foli-
cular. A fase lútea não pode ser prolongada indefinidamente
apesar da exposição ao LH, indicando que a falência do cor-
po lúteo deva-se a um mecanismo luteolítico ativo.
De nove a 11 dias após a oocitação o corpo lúteo dimi-
nui rapidamente sua função. Todavia, o mecanismo exato da
luteólise permanece obscuro. Assim, em certos mamíferos
não-primatas, um fator luteolítico produzido no útero (pro-
vavelmente prostaglandina F2a ) regula a duração funcional
do corpo lúteo. Nos primatas nenhum fator luteolítico foi
identificado; contudo, sabe-se que a regressão morfológica
das células lúteas pode ser conseguida pelo estradiol produ-
zido pelo corpo lúteo. Várias evidências experimentais
apóiam esta teoria. Senão vejamos: a elevação prematura
dos níveis de estradiol circulante na fase lútea inicial resulta
em uma rápida queda nas concentrações de progesterona.
Injeções de estradiol diretamente dentro do ovário que con-
tém o corpo lúteo provoca luteólise, enquanto que tratamen-
to semelhante no ovário contralateral não produz efeito al-
gum. A luteólise induzida pelos estrógenos pode ser devida
à diminuição dos receptores, mediada por prostaglandinas;
já que a luteólise induzida por estrógenos será impedida se
forem utilizados inibidores da síntese de prostaglandinas.
A degeneração do corpo lúteo é inevitável, a menos que
ocorra a gravidez. Com a gravidez, a manutenção funcional
do corpo lúteo é realizada pela gonadotrofina coriônica pro-
duzida pelo trofoblasto. A gonadotrofina coriônica mantém
a esteroidogênese lútea até aproximadamente a nona ou a
décima semana de gestação, quando estará bem estabelecida
a esteroidogênese placentária.
BIBLIOGRAFIA
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hormone-induced aromatase activity byn androgens in cultured rat
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Embriogênese ovariana e função ovariana

  • 1. 1 BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM Aspectos Diagnósticos Parte I
  • 2. 2 BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM
  • 3. BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM Antes de abordarmos diretamente os aspectos relacio- nados à função ovariana, gostaríamos de fazer uma breve re- capitulação sobre a embriogênese ovariana, com a finalida- de de facilitar o entendimento do leitor quando tratarmos es- pecificamente do tema deste capítulo. EMBRIOGÊNESE OVARIANA Embora o sexo genético do embrião seja determinado por ocasião da fertilização, através das características cro- mossômicas do espermatozóide (X ou Y) que penetra o oó- cito, as características morfológicas genitais de um ou de outro sexo só surgem ao redor da sétima semana do desen- volvimento intra-uterino. Isto significa que o período inicial do desenvolvimento dos genitais nos dois sexos é semelhan- te. Por isso, denomina-se esta fase inicial de período indife- renciado do desenvolvimento genital. O início do desenvolvimento dos ovários ocorre duran- te a quinta semana do desenvolvimento embrionário. Os ovários derivam de três fontes distintas: 1) mesotélio (epité- lio mesodérmico) de revestimento interno da parede abdo- minal posterior; 2) mesênquima adjacente a este mesotélio e 3) células germinativas primordiais, que migram da parede do saco vitelino em direção ao mesotélio (Fig. 1.1). Ao iní- cio do desenvolvimento ovariano denomina-se período in- diferenciado, porque durante este período é impossível dife- renciar-se o tipo gonadal que está se formando. Durante a quinta semana do desenvolvimento surgem medialmente a cada mesonefro e, entre eles e o mesentério dorsal, espessamentos do epitélio de revestimento (mesoté- lio) desta região, que penetram no mesênquima subjacente, originando abaulamentos localizados, denominados cristas gonadais (Fig. 1.2). Aos espessamentos epiteliais (deriva- dos do mesotélio mais superficial), que penetram no mesên- quima subjacente, denominam-se cordões sexuais primári- os (Fig. 1.3). Neste estágio do desenvolvimento distin- guem-se na gônada indiferenciada uma região cortical ou córtex, mais externa, e uma região interna, a medula ovaria- na. Nos embriões do sexo feminino com complemento cro- mossômico 46,XX ocorrerá, posteriormente, regressão qua- se completa dos cordões sexuais primários e amplo desen- volvimento da cortical gonadal, através da formação dos cordões sexuais secundários, novamente a partir do mesoté- lio superficial, com a formação definitiva dos ovários. As células germinativas primordiais localizam-se inici- almente na parede do saco vitelino, próximo à origem do alantóide. São células grandes, esféricas, e já visíveis mi- croscopicamente ao redor da quarta semana de desenvolvi- mento. Com os dobramentos transversal e longitudinal do embrião, ocorre a incorporação gradativa do saco vitelino para o interior do corpo do mesmo. De sua localização inicial, cerca de 1.000 a 2.000 células germinativas primordiais pro- venientes da parede do saco vitelino migram ativamente através do mesentério dorsal do intestino médio em direção às cristas gonadais. No decorrer da quarta à sexta semanas 3 Fig. 1.1 — Corte transversal de embrião com seis semanas, mos- trando a migração das células germinativas primordiais na direção da crista gonadal. Função Ovariana José Rafael Macéa Maria Inez Marcondes Macéa Newton Eduardo Busso 1
  • 4. de desenvolvimento, as células germinativas primordiais atingem as cristas gonadais, penetram o mesênquima subja- cente e são incorporadas pelos cordões sexuais primários, provenientes do mesotélio superficial (Fig. 1.3). A formação completa dos dois ovários depende basica- mente da presença de dois cromossomos X e da ausência do cromossomo Y. Diferentemente do desenvolvimento dos genitais internos e externos do sexo masculino que são hor- mônio-dependentes (testosterona e diidrotestosterona), o desenvolvimento dos genitais internos e externos do sexo feminino não depende de qualquer espécie de ação hormo- nal. Assim é que, mesmo na ausência parcial ou total dos ovários, ocorre a formação dos genitais internos e externos femininos. O desenvolvimento completo dos ovários depende, como já vimos, de complemento cromossômico 46,XX. A presença de genes localizados nos cromossomos X induz a formação de ovários completos, embora admita-se moder- namente a participação de um gene autossômico na embrio- gênese ovariana. A identificação histológica dos ovários só começa a ser possível ao redor da décima semana de desenvolvimento, quando os cordões sexuais primários penetram profunda- mente na medula ovariana e são rapidamente absorvidos, formando uma rete ovarii rudimentar. Esta estrutura rapida- mente regride e desaparece no interior dos ovários. Após a oitava semana de desenvolvimento, uma nova leva de cor- dões sexuais forma-se a partir do mesotélio superficial e pe- netra no mesênquima subjacente; são os cordões sexuais se- cundários que, à medida que aumentam de tamanho, rece- bem novas células germinativas primordiais e as incorpo- ram (Fig. 1.4). BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM 4 Fig. 1.2 — Migração das células germinativas primordiais através do mesentério dorsal em direção à crista gonadal. Fig. 1.3 — Término da migração das células germinativas primordiais. Formação dos cordões sexuais primários.
  • 5. BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM A partir da 16a semana de desenvolvimento os cordões sexuais secundários fragmentam-se em vários segmentos, formando aglomerados celulares separados. Começam a formar-se imediatamente os folículos primordiais, constituí- dos por uma célula germinativa primordial, agora chamada ovogônia e, ao seu redor, camada única de células planas de- rivadas dos cordões sexuais secundários, as células folicula- res. É importante frisar que as ovogônias, antes de serem en- globadas pelas células foliculares, sofrem inúmeras mito- ses, formando novas ovogônias, fenômeno que parece coin- cidir com o aumento da produção de FSH e LH pela hipófise fetal, além da produção aumentada de estrógeno pela pla- centa. Por outro lado, enquanto um grande número de ovo- gônias é formado, um grande contingente delas sofre dege- neração e desaparece completamente dos ovários até o tér- mino da gestação. A multiplicação das ovogônias encerra-se ao redor da 20ª semana de gestação, em sincronia com a di- minuição da produção das gonadotrofinas pela hipófise fe- tal. De qualquer modo, cerca de dois milhões de ovogônias permanecem nos ovários para a formação dos folículos pri- mordiais. Todas estas ovogônias remanescentes aumentam de tamanho, sem sofrer divisão mitótica, transformando-se em oócitos primários que, circundados pelas células planas de origem cortical, continuam constituindo os folículos pri- mordiais (Fig. 1.5). Ao nascimento não existem mais ovo- gônias nos ovários, mas somente folículos primordiais com um oócito primário no seu interior, pois todas as ovogônias transformaram-se em oócitos primários. A gametogênese feminina inicia-se ao redor do sexto ao sétimo mês de vida intra-uterina, com o desencadeamento da primeira divisão meiótica do oócito primário. Ocorre que, logo após iniciada a meiose, a mesma é suspensa no di- plóteno da prófase da primeira divisão meiótica. A este esta- do de prófase suspensa, que ocorre desde a vida in- tra-uterina até o recrutamento dos folículos primordiais para a maturação completa, durante os ciclos ovarianos da me- 5 Fig. 1.4 — Desenvolvimento inicial do ovário e dos ductos genitais.
  • 6. nacme, denomina-se dictióteno. Admite-se que o dictióteno seja provocado pela produção, pelas células foliculares, de uma substância, fator de inibição da maturação dos oócitos, que impede a continuidade da meiose. Ao nascimento, por- tanto, os ovários contêm somente folículos primordiais com todos os oócitos primários em dictióteno. A saída do dictió- teno e a retomada da meiose só ocorrerão no oócito primá- rio, dentro do folículo maduro, horas antes da ruptura folicu- lar, por ação do pico do LH. Ao nascer, uma menina apre- senta, portanto, aproximadamente dois milhões de folículos primordiais em dictióteno em seus ovários. Durante a infân- cia, a maior parte desses folículos sofre processo de atresia folicular, desaparecendo dos ovários, de tal modo que ao chegar à puberdade somente cerca de 40.000 folículos pri- mordiais permanecem, segundo alguns autores. Para outros autores, este número chega a ser de 400.000 folículos primordiais. Deste total, apenas 400 a 500 folículos pri- mordiais originarão oócitos secundários, sendo expulsos durante as rupturas foliculares. Outrossim, a atresia folicu- lar continua ocorrendo durante o menacme. Quando a massa folicular for pequena ou praticamente ausente instala-se a menopausa. Ao iniciar-se cada ciclo ovariano, a partir da puberdade, um número variável de cinco a 20 folículos primordiais em dictióteno serão recrutados para um processo de maturação gradativo, que resultará na imensa maioria das vezes na ma- turação completa de só um destes folículos, que se romperá no momento da oocitação. Como mostraremos em outro tó- pico, a célula que sai do folículo no momento de sua ruptura não é um óvulo, mas um oócito secundário que ainda não completou o processo meiótico. Assim, em cada ciclo ovariano, o folículo primordial que se desenvolverá até a maturação completa e ruptura de- verá passar por várias modificações, a saber: 1) Proliferação de suas células foliculares, que de uma camada única de células pavimentosas, apenas por cresci- mento volumétrico, passará inicialmente a uma camada úni- ca de células cúbicas, caracterizando o folículo primário (Fig. 1.6). Em seguida, estas células foliculares, por influên- cia do FSH, sofrerão múltiplas mitoses, formando uma ca- mada gradativamente mais espessa de células foliculares, caracterizando o folículo em maturação, também chamado folículo pré-antral (Fig. 1.7). Quando por acúmulo de líqui- do estas células separam-se, surgirá o antro folicular; o folí- culo é denominado folículo antral ou secundário (contendo, ainda, um oócito primário em dictióteno) (Fig. 1.8). 2) Formação das tecas: a interna, vascular, e a externa, fibrosa, provenientes do tecido conjuntivo circunjacente. 3) Formação da zona pelúcida: substância amorfa e ace- lular, composta principalmente por glicoproteínas originári- as das células foliculares. Localiza-se entre estas últimas e o oócito primário. 4) Diferenciação do oócito primário. Durante todo o de- senvolvimento e maturação dos três elementos citados ante- riormente, o oócito permanece em dictióteno. O pico de LH, que ocorre 12 a 24 horas antes da ruptura folicular, promo- ve, entre outras coisas, a retomada da meiose pelo oócito primário, que neste curto prazo de tempo terminará a pri- meira divisão meiótica, formando um oócito secundário ha- plóide (com 23 cromossomos). De imediato, sem interfase, o oócito secundário iniciará a segunda divisão meiótica e, muito importante, no momento da ruptura folicular, a célula que sai do folículo e será captada pela tuba uterina é um oó- cito secundário em metáfase II. Assim permanecerá, se não houver sua fertilização por um espermatozóide, e será reab- sorvido sem completar a segunda divisão meiótica, portan- to, sem a formação de um óvulo. Em conclusão, rigorosa- mente as mulheres não ovulam, mas sim oocitam. O óvulo, de fato, só se formará se houver a fertilização do oócito se- cundário, em metáfase II, o que evidentemente ocorre em uma ínfima proporção dos casos. Assim, quando a cabeça de um espermatozóide conseguir ultrapassar a zona pelúcida 6 BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM Fig. 1.5
  • 7. BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM 7 Fig. 1.7 — Folículo pré-antral. Fig. 1.8 — Folículo antral. Fig. 1.6 — Folículo primário.
  • 8. do oócito secundário e penetrar em seu citoplasma, aí sim, o oócito secundário saindo da metáfase II, termina o processo meiótico, dividindo-se na telófase em um corpúsculo polar e um oócito secundário maduro ou óvulo. Ao término da formação embrionária ovariana, um li- gamento fixa-se ao pólo inferior de cada um deles e à parede abdominal anterior, passando obliquamente à mesma (local do futuro canal inguinal) e termina por fixar-se na superfície interna dos lábios. Denominam-se gubernáculos a estes li- gamentos. Eles prendem-se também ao útero, próximo às inserções das tubas uterinas. Um processo de encurtamento dos gubernáculos traz os ovários de seus locais de origem na parede posterior da cavidade abdominal para o limite do es- treito superior da pelve. A parte cranial dos gubernáculos transforma-se nos ligamentos útero-ovarianos e a parte dis- tal transforma-se nos ligamentos redondos do útero; estes úl- timos passam pelo interior dos canais inguinais, bilateral- mente, terminando na tela subcutânea dos lábios maiores. HISTOFISIOLOGIA DO EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVARIANO O HIPOTÁLAMO O hipotálamo é parte do diencéfalo, localizado lateral- mente às paredes do terceiro ventrículo, abaixo do sulco hi- potalâmico, que o separa do tálamo, superiormente. Na face inferior do encéfalo podem ser visualizadas diversas estru- turas pertencentes ao hipotálamo como: quiasma óptico, tú- ber cinéreo, infundíbulo e os corpos mamilares. Histologicamente, o hipotálamo é formado por uma sé- rie de núcleos (aglomerados de corpos celulares de neurôni- os dentro do sistema nervoso central) relacionados com di- ferentes funções. Cada hipotálamo é percorrido de cima para baixo por um feixe compacto de fibras, o fórnix, que conecta o hipocampo de cada lado ao corpo mamilar homo- lateral. O fórnix divide o hipotálamo em áreas medial e late- ral, com os respectivos grupos de núcleos hipotalâmicos. Costuma-se dividir o hipotálamo a partir de três planos frontais imaginários conforme a relação de cada um deles com os elementos de sua face inferior. Assim, temos o hipo- tálamo supra-óptico, que engloba o quiasma óptico e toda a área localizada acima dele nas paredes do terceiro ventrícu- lo até o sulco hipotalâmico. Do mesmo modo, teremos o hi- potálamo tuberal, formado pelo túber cinéreo, ligado ao in- fundíbulo hipofisário e toda a área localizada acima deles, nas paredes do terceiro ventrículo até o sulco hipotalâmico. Finalmente, temos o hipotálamo mamilar, compreendendo os corpos mamilares e toda a área localizada acima deles. Cada uma dessas áreas apresenta um determinado conjunto de núcleos. De interesse para o tema em tela é o núcleo ar- queado ou infundibular (Fig. 1.9), localizado no hipotálamo tuberal, formado por neurônios pequenos, cujos prolonga- mentos axonais terminam na eminência mediana e na haste infundibular, onde é liberada sua secreção: o hormônio de liberação das gonadotrofinas (GnRH). Tal secreção é cap- tada pelo plexo capilar primário e transportada pelo sistema porta-hipofisário até o plexo capilar secundário. Ao deixar o plexo capilar secundário, o GnRH vai estimular células ba- sófilas especializadas da pars distalis da adeno-hipófise para a produção de gonadotrofinas, que são liberadas das cé- lulas e captadas pela rica rede capilar da região. As in- ter-relaçðes endócrinas entre as gonadotrofinas e os esterói- des sexuais são conhecidas e estão representadas na Fig. 1.10. A ADENO-HIPÓFISE A hipófise, localizada no interior da sela túrcica do osso esfenoidal, prende-se ao hipotálamo através da haste hipofi- sária. Como já mencionado, as células basófilas, localizadas na pars distalis da adeno-hipófise, são responsáveis pela produção das gonadotrofinas, após estímulo fornecido pelo GnRH, através do sistema porta-hipofisário, que comunica o hipotálamo à adeno-hipófise no interior da haste hipofisá- ria (Fig. 1.9). As alterações ovarianas durante o ciclo menstrual de- pendem integralmente dos hormônios hipofisários ou gona- dotrofinas, a saber: FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio), ambos produzidos e secretados pelas célu- las basófilas da pars distalis da adeno-hipófise. Por este mo- tivo estas células basófilas são conhecidas como gonadotro- fos. Através de estudos imunocitoquímicos comprovou-se que os dois hormônios são sintetizados pelas mesmas célu- las e compartilham os mesmos grânulos secretores. Estes grânulos são eliminados por exocitose e captadas pela abun- dante rede capilar da adeno-hipófise, indo atuar nos ovários. O FSH e o LH são glicoproteínas com peso molecular ao redor de 30.000, atuando exclusivamente nos testículos do homem e nos ovários da mulher. Todavia, dependem para sua produção e secreção de hormônio de liberação, GnRH, como já sabemos, formado no núcleo arqueado do hipotálamo, que chega à adeno-hipófise através do sistema porta-hipofisário. Trata-se o GnRH de um decapeptídeo com a seguinte fórmula química: Glu-His-Trp-Ser-Tir-Gli-Leu-Arg-Pro—Gli-NH2 Sabe-se que a secreção de GnRH pelo hipotálamo não é feita de modo contínuo, mas sob a forma de pulsos que du- ram vários minutos, a intervalos variáveis de uma a três ho- ras. A natureza pulsátil da formação do GnRH é fundamen- tal para o estímulo adequado dos gonadotrofos. Se for reali- zada uma infusão contínua de GnRH evitando-se a produ- ção dos pulsos, a estimulação sobre os gonadotrofos fica abolida. Pelo fato de o estímulo do GnRH ser pulsátil, também é pulsátil a secreção das gonadotrofinas, em especial a do LH. Estudos especializados demonstraram que o pulso hipotalâ- mico de GnRH precede o pulso hipofisário em alguns minu- tos. O estímulo do FSH também se faz sob a forma pulsátil. Todavia, o efeito é mais prolongado, persistindo por muitas horas. É importante lembrar que o núcleo arqueado, principal local de produção de GnRH, recebe vários circuitos neuro- nais do sistema límbico (sistema do comportamento emoci- onal), que modificam a intensidade e a freqüência dos pul- sos de GnRH, explicando, desta forma, as várias formas de alterações do ciclo menstrual de mulheres submetidas a for- tes impactos emocionais. Com o início da puberdade e a gradativa maturação fun- cional do eixo hipotálamo-hipófise começam a ocorrer os ciclos ovarianos. Cada um deles inicia-se pelo recrutamento 8 BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM
  • 9. BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM de um lote de folículos primordiais (com seus oócitos pri- mários em dictióteno), que sob o efeito do FSH sofrem pro- cesso de desenvolvimento e maturação, resultando na matu- ração completa de apenas um dos folículos que aproximada- mente no meio do ciclo ovariano rompe-se, eliminando um oócito secundário, que capturado por uma das tubas uterinas permanece viável para fertilização por um período de 12 a 24 horas. As gonadotrofinas hipofisárias (FSH e LH) produzem ciclicamente alterações ovarianas, como desenvolvimento folicular, ruptura do folículo maduro com expulsão do oóci- to e formação do corpo amarelo. OS OVÁRIOS DESENVOLVIMENTO FOLICULAR O desenvolvimento folicular inclui várias etapas suces- sivas visando à maturação completa de um dos folículos ovarianos, capaz de eliminar um oócito fertilizável. O CICLO OVARIANO O ciclo ovariano pode ser mais bem entendido se o pro- cesso todo for dividido em três fases distintas e seqüenciais: fase folicular, fase oocitatória e fase lútea. FASE FOLICULAR O desenvolvimento folicular é um processo irreversí- vel, ou seja, uma vez iniciado, continua até a maturação total do folículo ou até a sua atresia. Admite-se que o início do desenvolvimento folicular independa da estimulação gona- dotrófica. Na imensa maioria dos folículos, este processo de crescimento é limitado e termina em atresia folicular. Entre- tanto, uma vez conseguido o início do desenvolvimento de um folículo primordial, todo o restante de seu desenvolvi- mento e maturação tornam-se totalmente dependentes do estímulo do FSH. Interessante frisar que as células folicula- res são as únicas células do organismo da mulher a apresen- tar receptores de FSH. O crescimento folicular inicia-se nos últimos dias da fase lútea do ciclo anterior, quando o corpo lúteo em regressão produz quantidades decrescentes de es- trógeno e progesterona. No ovário humano, o resultado final do desenvolvimento folicular normalmente é a sobrevivên- cia de um único folículo maduro. Embora se saiba que o número de folículos a ser recru- tado para a maturação dependa do estoque de folículos inati- vos, via de regra, em cada ciclo ovariano um número variá- vel de cinco a 20 folículos primordiais é recrutado para ini- ciar seu desenvolvimento, que perdura de 10 a 14 dias, e sob 9 Fig. 1.9 — Desenho mostrando a inter-relação entre o núcleo arqueado do hipotálamo e a adeno-hipófise.
  • 10. a ação de estímulos gonadotróficos termina com o amadure- cimento de um só folículo, que ao romper-se expulsa um oó- cito secundário na metáfase da segunda divisão meiótica. O folículo primordial é formado por um oócito primário em dictióteno (prófase suspensa), envolvido por uma única camada de células foliculares planas. A maturação folicular ovariana (que na maioria das vezes resulta em atresia, foli- cular) ocorre durante todas as situações fisiológicas da vida da mulher. Assim, o crescimento folicular, com conseqüen- te atresia ocorre durante a infância, a gravidez, durante a fase lútea, períodos de anovulação espontânea ou induzidos por medicamentos e até na perimenopausa. A primeira modificação morfológica observável nos folículos primordiais, sob o estímulo do FSH, é a transfor- mação do epitélio plano simples, ao redor do oócito, em epi- télio cúbico simples, caracterizando a presença de um folí- culo primário. O folículo ovariano assume gradativamente um formato ovalado, deslocando-se o oócito para um dos pólos do folículo, adotando, portanto, uma posição excêntri- ca. Tal fato se deve a uma maior proliferação das células fo- liculares de um dos lados do folículo. Esta transformação começa a ocorrer durante o período menstrual. Uma vez ini- ciado o desenvolvimento folicular, o folículo primário pro- gride até o estágio de folículo pré-antral. À medida que o oócito aumenta de volume, as células foliculares, por mito- ses múltiplas, formam um tecido estratificado caracterizan- do o folículo em crescimento ou em maturação. Ao mesmo tempo, as células do estroma ovariano começam a organi- zar-se circunferencialmente ao redor do folículo formando as tecas ovarianas. Aumentando a massa celular folicular, vai gradativamente aumentando a produção de estrógenos pela agora denominada unidade teca-folicular ovariana, sob a influência das gonadotrofinas. Em seguida, surgem pequenos espaços cheios de líqui- do entre as células foliculares. Estes espaços coalescem for- mando uma cavidade no interior do folículo, o antro folicu- lar. Ao folículo com antro denomina-se folículo antral ou folículo secundário. Por conseqüência, todas as fases do de- senvolvimento folicular anteriores à fase de folículo antral são denominadas coletivamente fase pré-antral do desen- volvimento folicular. Na fase mais avançada do desenvolvi- mento folicular destaca-se o folículo maduro ou de Graaf, também denominado folículo pré-ovulatório. Tem forma ovalada e antro folicular amplo. O oócito, deslocado nitida- mente para um dos pólos do folículo, fixa-se à zona pelúcida por uma camada de células foliculares, o cumulus oophorus ou discus proligerus. À medida que vai se aproximando da ruptura folicular, o folículo maduro gradativamente aproxi- ma-se da superfície ovariana, chegando, nos instantes que precedem a ruptura, a ficar recoberto apenas pelo epitélio superficial do ovário. As células foliculares do folículo pré-antral têm capaci- dade de produzir estrógenos, progesterona e andrógenos. Todavia, a produção de estrógenos é significativamente maior do que a dos outros esteróides. Nas células foliculares do folículo dominante e que progredirá até a maturidade completa, existe um sistema enzimático apropriado, à custa principalmente, da enzima aromatase, capaz de converter andrógenos em estrógenos (Fig. 1.11). A capacidade de aro- matização das células foliculares do folículo dominante, é induzida pela ação do FSH. Nestas células foliculares pré-antrais existem receptores específicos do FSH, de tal modo que, na presença de FSH, estas células foliculares aro- 10 BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM Fig. 1.10 — Concentrações hormonais durante ciclo ovulatório normal.
  • 11. BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM 11 Fig. 1.11 — Vias biossintéticas conduzindo à formação de estrógenos e andrógenos a partir da progesterona.
  • 12. matizam quantidades necessárias de andrógenos para criar seu próprio ambiente estrogênico. Portanto, a produção de estrógenos reflete e é dependente da estimulação do FSH so- bre os seus receptores das células foliculares. Enquanto as células foliculares recebem a estimulação do FSH, as células tecais, derivadas do estroma ovariano, recebem a influência do LH, já que são dotadas de grande quantidade de receptores de LH. Sob a influência do LH, as células tecais produzem andrógenos, mais especificamente, testosterona e androstenediona. A maior parte deste andró- geno é lançada nas veias ovarianas, enquanto quantidades menores do mesmo, através de mecanismo parácrino, são transferidas para as células foliculares onde serão transfor- madas em estrógenos. (Fig. 1.12). O papel desempenhado pelos andrógenos no desenvol- vimento folicular inicial é complexo. Receptores androgêni- cos específicos foram identificados no citoplasma das célu- las foliculares. Além de os andrógenos servirem como subs- trato para aromatização em estrógenos nas células folicula- res, processo como sabemos mediado pelo FSH, níveis mo- derados de andrógenos parecem realçar a atividade da aro- matase intrafolicular. Experimentalmente, quando células foliculares pré-antrais são colocadas num meio rico em an- drógenos, o que ocorre de fato é a transformação da andros- tenediona, andrógeno fraco, em andrógenos mais potentes, em vez de converter-se em estrógenos. Pode haver, por exemplo, a formação da diidrotestosterona, por ação da 5-a redutase. Ocorre que este andrógeno não pode ser converti- do em estrógeno e, quando em excesso, funciona como uma substância antiestrogênica através do bloqueio da atividade da aromatase. Em síntese, em baixas concentrações os an- drógenos agem aumentando a aromatização e produzindo estrógenos; ao passo que, em concentrações maiores, a ca- pacidade de aromatização fica bloqueada, o folículo tor- na-se androgenizado e caminha para a atresia. Portanto, ad- mite-se que somente o folículo dominante contém um arse- nal enzimático capacitado a produzir quantidade normal de estrógenos a partir de quantidades adequadas de andrógenos e chegar, desta forma, à maturidade completa. Sob a influência sinérgica do FSH e do estrógeno, ocor- re um aumento na produção de líquido folicular, que se acu- mula nos espaços intercelulares das células foliculares. Ao coalescerem estes espaços forma-se o antro folicular cheio de líquido folicular. Como as células foliculares não têm vascularização, o acúmulo de fluido folicular oferece um re- servatório hormonal que funciona como fonte nutridora do oócito e das células foliculares envolventes. Detecta-se FSH no fluido folicular quando as concen- trações de estrógenos são maiores que as de andrógenos; por outro lado, na ausência de FSH, ocorre uma predominância dos andrógenos sobre os estrógenos no fluido folicular. O LH só começa a ser detectado no fluido folicular próximo ao seu pico pré-ovulatório. Se ocorrer um aumento prematuro, plasmático e no fluido folicular de LH, ocorre uma diminui- ção da atividade mitótica das células foliculares, aumenta a concentração de andrógenos intrafoliculares e o folículo ca- minha para a atresia. Portanto, somente os folículos com mai- ores concentrações estrogênicas, conseqüentes à maior pro- liferação das células foliculares, estão capacitados a atingir a maturidade total. As concentrações dos esteróides no fluido folicular são conseqüentemente várias vezes maiores do que as concen- trações sangüíneas, refletindo a capacidade funcional das células foliculares e tecais. Do ponto de vista hormonal cos- tuma-se admitir a presença de uma unidade teca-folicular (teoria das duas células) que trabalha harmoniosamente. Embora cada compartimento (tecal e folicular) tenha a capa- cidade de produzir progesterona, andrógenos e estrógenos, a capacidade de aromatização das células foliculares é muito maior que a das células tecais. 12 BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM Fig. 1.12 — Síntese de esteróides no folículo antral, a partir do conceito da compartimentação em duas células.
  • 13. BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM No folículo antral inicial, os receptores de LH estão presentes somente nas células tecais e os receptores de FSH, somente nas células foliculares. Sob o estímulo do LH as cé- lulas tecais produzem andrógenos, que, passados por meca- nismo parácrino para as células foliculares, são aromatiza- dos por influência do FSH e transformados em estrógenos (Fig. 1.13). O mecanismo de interação teca-folicular ora descrito só se torna totalmente funcional em fases mais tar- dias do desenvolvimento do folículo antral. Assim como ocorre com os folículos pré-antrais, também os folículos pe- quenos tendem a converter andrógenos fracos em andróge- nos mais fortes, como diidrotestosterona, inviabilizando a maturação folicular. A conversão de andrógenos em estró- genos é dependente de uma sensibilidade crescente das cé- lulas foliculares do folículo dominante ao FSH. Assim, quanto maior a produção estrogênica pelas células folicula- res do folículo dominante, maior a concentração de FSH nas mesmas, caracterizando um mecanismo sinérgico e conjun- to entre FSH e estrógenos (Fig. 1.14). De tal modo é impor- tante este mecanismo que 90% do estradiol intrafolicular deriva das células foliculares estimuladas pelo FSH. Conse- qüentemente, quase que a totalidade da secreção estrogênica ovariana é produzida pelo folículo dominante. Portanto, a presença de um folículo dominante produtor de estrógenos, destinado a romper-se e a eliminar um oócito secundário, depende de duas ações estrogênicas importantes: 1) interação local (intrafolicular) entre estrógeno e FSH; 2) efeito do estrógeno sobre a secreção hipofisária do FSH. Enquanto o estrógeno exerce uma influência positiva sobre a ação do FSH no folículo em maturação, exerce o mesmo estrógeno um mecanismo de retroalimentação nega- tiva sobre o eixo hipotálamo-hipofisário, diminuindo a pro- dução de FSH e impedindo a maturação de folículos menos desenvolvidos. Em outras palavras, a queda das concentra- ções sangüíneas de FSH diminuiriam a atividade da aroma- tase folicular, dependente de FSH, limitando a produção es- trogênica nos folículos mais imaturos. Mesmo que um folí- culo imaturo consiga produzir quantidades normais de estró- genos, o FSH sangüíneo diminuído impedirá a proliferação mitótica folicular, provocando um acúmulo androgênico proveniente das células tecais, levando o folículo à atresia, por ausência de aromatase folicular. De fato, o primeiro evento no processo de atresia folicular é a diminuição dos receptores de FSH nas células foliculares. O mecanismo de retroalimentação negativo do estróge- no em relação ao FSH serve para inibir o desenvolvimento de todos os folículos, com exceção do folículo dominante, que continua dependente do FSH, embora em quantidades decrescentes, até o seu completo desenvolvimento. O folí- culo dominante consegue seu intento em virtude de suas cé- lulas foliculares, como já vimos, possuírem grande quanti- dade de receptores de FSH, o que permite uma alta atividade de aromatização, apesar das taxas sangüíneas decrescentes de FSH. Em conseqüência, ocorre um processo de atresia 13 Fig. 1.13 — Folículo antral. Síntese e aromatização dos andrógenos a estrógenos por ação da enzima aromatase.
  • 14. generalizado entre os folículos menores (pobres em recepto- res de FSH), enquanto as taxas sangüíneas estão em ascen- são. O ganho maciço de células foliculares no folículo do- minante é acompanhado por desenvolvimento intenso da vascularização tecal. Ao redor do décimo dia do ciclo ovari- ano, a vasculatura tecal no folículo dominante é duas vezes maior do que nos outros folículos. Este fato permitiria maior afluxo de FSH para o folículo dominante, possibilitando manutenção de sua responsividade ao FSH e desenvolvi- mento ulterior garantido, apesar dos níveis sangüíneos de- crescentes de FSH. Com a proximidade da ruptura folicular e a conseqüen- te formação de um corpo lúteo hormonalmente eficiente, as células foliculares do folículo dominante devem adquirir re- ceptores de LH. Este papel é desempenhado pelo FSH, ou seja, o aparecimento de receptores de LH nas células folicu- lares é função do FSH (Fig. 1.15). O estrógeno novamente desempenha papel crucial nesta fase do desenvolvimento folicular. O acúmulo crescente de estradiol e FSH no folícu- lo dominante é responsável pelo aumento no número de re- ceptores de LH nas células foliculares, atingindo o valor máximo, no período pré-ovulatório. Em síntese, o folículo dominante através da sua própria produção estrogênica assume o controle do seu próprio des- tino. Alterando a secreção gonadotrófica através de meca- nismo de retroalimentação, otimiza seu desenvolvimento em detrimento dos folículos menores. O GnRH desempenha um papel obrigatório no controle da secreção gonadotrófica. Isto é conseguido através de re- trocontrole entre os corpos celulares do núcleo arqueado do hipotálamo tuberal e os gonadotrofos da adeno-hipófise. Este mecanismo de retrocontrole é denominado mecanismo de alça curta. O padrão de secreção gonadotrófica observada no ciclo ovariano é o resultado de mecanismos de retroali- mentação modulados pelos esteróides originados no folícu- lo dominante, atuando diretamente na adeno-hipófise. A este mecanismo entre a adeno-hipófise e os ovários denomi- na-se mecanismo de alça longa. A secreção de FSH é muito sensível aos efeitos inibitó- rios dos estrógenos, mesmo em níveis baixos. Em níveis maiores, a supressão é intensa e mantida. Por outro lado, a influência do estrógeno sobre a liberação do LH varia com a concentração estrogênica e a duração da exposição. Com ní- veis estrogênicos muito baixos, da mesma forma como ocor- re com o FSH, o estrógeno exerce um efeito de retroalimenta- ção negativo com o LH. Em níveis mais altos, contudo, o es- trógeno é capaz de exercer um efeito estimulador positivo sobre a liberação de LH. A transição da supressão para a es- timulação sobre a liberação do LH ocorre à medida que o es- tradiol aumenta sua concentração durante a parte média da fase folicular. Este mecanismo apresenta dois pontos críti- cos: 1) a concentração de estradiol e, 2) o tempo durante o qual a elevação do estradiol é man- tida. 14 BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM Fig. 1.14 — Sinergismo entre o FSH e estradiol na síntese de novos receptores de FSH.
  • 15. BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM Admite-se que, em mulheres, a concentração de estra- diol necessária para conseguir retroalimentação positiva em relação ao LH é ao redor de 200pg/ml, e esta concentração dever ser mantida por cerca de 50 horas. O estímulo estrogê- nico deve ser mantido até depois que o pico de LH começou, caso contrário, o pico é abreviado ou não ocorre. Além dos mecanismos endócrinos recíprocos entre as gonadotrofinas e os esteróides produzidos pela unidade te- ca-folicular, existem mecanismos parácrinos muito impor- tantes em todo o processo de desenvolvimento folicular. Dentre as várias substâncias que interferem neste mecanis- mo destacamos o papel das inibinas e das activinas, pois suas funções são mais bem conhecidas. A folistatina e os di- versos fatores de crescimento, também estão sendo estuda- dos e as suas funções gradativamente conhecidas. As inibinas e as activinas foram isoladas e purificadas do fluido folicular tendo como base a sua capacidade de ini- bir (inibinas) ou estimular (activinas) a liberação de FSH pelos gonadotrofos in vitro. Ambas são glicoproteínas pro- duzidas pelas células foliculares, com uma taxa de homolo- gia estrutural da ordem de 30% a 40%. Durante a fase folicular inicial do ciclo ovariano, quan- do ocorre o recrutamento folicular, diferenças interfolicula- res na produção de activina pelas células foliculares contri- buiriam para o estabelecimento de limiares de resposta ao FSH, diferentes de um folículo para outro. O folículo, cujas células foliculares expressam as maiores quantidades de ac- tivina, seria o mais responsivo ao FSH. Neste estágio do de- senvolvimento folicular, a atividade da aromatase é induzi- da pelo FSH, embora a secreção de estrógeno seja mínima, o que é compatível com regulação negativa exercida pela acti- vina sobre a síntese androgênica das células tecais. No meio do ciclo ovariano, no folículo mais responsivo ao FSH (folículo dominante), a atividade de aromatase, a produção de inibina e a quantidade de receptores aumentam em níveis críticos. Desde que a atividade da aromatase e a produção de inibina estão ligadas aos receptores de LH, o folículo mais responsivo torna-se mais seletivo e, desta for- ma, destinado a oocitar. Durante a segunda metade da fase folicular, a produção de inibina, responsiva ao LH, aumenta somente no folículo dominante, paralelamente ao aumento da atividade da aromatase e da secreção estrogênica. A ini- bina produzida realça a síntese androgênica tecal, depen- dente de LH, criando um mecanismo de retroalimentação parácrino positivo, através do qual as células foliculares as- seguram um suprimento de aromatase necessário para ga- rantir o aumento pré-ovulatório na secreção estrogênica. Atribui-se também a supressão do FSH à inibina. Tratan- do-se de um polipeptídeo sintetizado pelas células folicula- res, é capaz de exercer efeito supressor sobre a produção de FSH. A baixa produção deste peptídeo a partir de folículos de baixa qualidade pode explicar o aumento de FSH observado em mulheres no período perimenopausa, a despeito da pre- sença de sangramento menstrual. Do mesmo modo, a incapa- cidade de baixar as concentrações das gonadotrofinas a valo- res normais, em pacientes sob estrogenoterapia, pode ser cau- sada pela não produção de inibina pelas células foliculares. 15 Fig. 1.15 — Folículo antral tardio. Formação de receptores de LH por ação combinada de estrógeno e FSH.
  • 16. No período pré-ovulatório, as células foliculares au- mentam de tamanho, adquirindo seus citoplasmas inclusões lipídicas. O oócito, por sua vez, prepara-se para retomar a seqüência da divisão meiótica. O folículo pré-ovulatório produz quantidades crescentes de estrógeno, de início lenta- mente, mas em seguida rapidamente, alcançando seu pico máximo aproximadamente 24 a 36 horas antes da ruptura folicular. Concomitantemente com o aumento estrogênico, o FSH diminui a níveis basais. Por sua vez, o LH aumenta de forma constante e logo depois rapidamente, de forma maci- ça, no meio do ciclo (pico de LH), acompanhado por um au- mento em pico do FSH, de menor intensidade. Deve ser fri- sado que na ausência de FSH ou quantidade adequada de es- trógeno, após injeção de LH, os folículos respondem mais com atresia do que luteinização. Além de fornecer o estímu- lo adequado para a ruptura do folículo dominante, o pico de LH serve para selar o destino dos folículos restantes, que, com baixas concentrações de FSH e estrógenos, desenvol- vem atresia. Atuando através de seus próprios receptores, o LH pro- voca a luteinização das células foliculares, o que resulta na produção de progesterona no microambiente do folículo. Assim, 24 a 48 horas antes da ruptura folicular é possível observar um aumento na concentração de progesterona no sangue da veia ovariana (Fig. 1.16). Um aumento signifi- cante dos níveis de progesterona ocorre no dia do pico do LH, 12 a 24 horas antes da ruptura folicular. Este pequeno mas significante aumento nas concentrações de progestero- na folicular e circulante no período pré-ovulatório tem uma grande importância fisiológica. A progesterona afeta o mecanismo de retroalimentação positiva para o estrógeno, seja relacionado ao tempo de ex- posição, seja relacionado com a dose estrogênica. Quando presente depois de uma exposição adequada ao estrógeno, a progesterona facilita a retroalimentação positiva e, na pre- sença de níveis decrescentes de estrógenos, pode induzir o pico de LH. A progesterona aumenta a ação do GnRH sobre os gonadotrofos. Além disso, a progesterona é também res- ponsável pelo pico de FSH no meio do ciclo. Esta ação da progesterona induz a ação final do FSH sobre o folículo, ga- rantindo que todo o conjunto de receptores de LH esteja pre- sente nas células foliculares. Quando os folículos menores não conseguem a maturi- dade completa e desenvolvem atresia, suas células tecais voltam a fazer parte do estroma ovariano normal. Todavia, elas retêm a capacidade de responder ao LH produzindo an- drógenos. Portanto, o pico de LH promove também o estí- mulo destas células, aumentando os níveis de androstenedi- ona em 15% e os da testosterona em 20% ao redor do meio do ciclo. Admite-se que este aumento androgênico teria dois objetivos: 1) acentuar o processo de atresia folicular; 2) efei- to sistêmico, aumentando a libido. Os andrógenos intra-ovarianos aceleram a morte das células foliculares e a atresia dos folículos, antagonizando o efeito estrogênico e o mecanismo local sobre os receptores de FSH. Deste modo, os andrógenos ajudariam a garantir 16 BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM Fig. 1.16 — Luteinização das células da granulosa. Síntese de progesterona.
  • 17. BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM que somente o folículo dominante alcançaria a maturidade completa e posterior ruptura. FASE OOCITATÓRIA O folículo pré-ovulatório, através da produção de estra- diol, provê seu próprio estímulo ovulatório. Em uma mesma mulher ocorre considerável variação no tempo, de ciclo para ciclo, entre o pico de LH e a ruptura folicular. Os valores mais aproximados mostram que a ruptura folicular ocorre de 10 a 12 horas depois do pico do LH e 24 a 36 horas depois do pico do estradiol. Todavia, o início do pico de LH parece ser o parâmetro mais confiável: a ruptura folicular ocorreria 28 a 32 horas após o início do pico de LH. O pico de LH inicia a retomada da meiose suspensa (dictióteno), promove a luteinização das células foliculares e a síntese de prostaglandinas, essenciais para a ruptura foli- cular. Além deste ponto, a maturação prematura do oócito e a luteinização podem ser prevenidas por fatores locais. A atividade da adenosina monofosfato cíclico (cAMP), indu- zida pelo LH, sobrepuja a ação inibitória local do inibidor de maturação do oócito (OMI) e do inibidor da luteinização (LI). Estas substâncias não-esteróides são diferentes da ini- bina, pois atuam somente localmente, ao passo que a inibina o faz através de mecanismo central. Uma modificação nas propriedades elásticas da parede folicular parece explicar o rápido aumento no volume do fluido folicular que ocorre logo antes da ruptura, sem qual- quer mudança significativa na pressão intrafolicular. A ex- pulsão do oócito associa-se com mudanças degenerativas do colágeno na parede folicular, de tal modo que, próximo à ruptura, a parede folicular torna-se mais fina, frágil e estira- da. O LH ou a progesterona, ou ambos, podem realçar a ati- vidade de enzimas proteolíticas (colagenase e plasmina), re- sultando na digestão do colágeno da parede e aumentando sua distensibilidade. As prostaglandinas E e F aumentam notavelmente no fluido folicular pré-ovulatório, alcançando altas concentra- ções próximo à ruptura folicular. A inibição da síntese das prostaglandinas bloqueia a ruptura folicular sem afetar os outros processos induzidos pelo LH, como luteinização e maturação do oócito. Supõe-se que as prostaglandinas atu- am liberando enzimas lisossômicas que digerem a parede folicular e/ou fazendo contrair a musculatura lisa da parede folicular, ajudando a expulsão do oócito e das células folicu- lares que o envolvem (corona radiata). Os níveis de estradiol diminuem discretamente quando o LH atinge o seu pico; isto pode ser conseqüência da regu- lação, pelo LH, de seus próprios receptores foliculares. As células tecais quando expostas a altas taxas de LH suprimem sua esteroidogênese, enquanto que quando são expostas a taxas baixas retomam a produção androgênica. O pico de FSH, dependente do aumento pré-ovulatório da progesterona, tem várias funções. É necessária a presen- ça do ativador do plasminogênio para a conversão do plas- minogênio em plasmina, envolvida, como já vimos, na rup- tura da parede folicular. A produção do ativador do plasmi- nogênio é mais sensível e efetiva na presença de FSH do que de LH. A expansão do antro folicular permite que o oócito e as células foliculares que o envolvem flutuem livremente logo antes da ruptura folicular. Este processo envolve a sín- tese de ácido hialurônico, que é estimulada pelo FSH. Final- mente, o pico adequado de FSH garante um conjunto com- pleto de receptores de LH nas células foliculares. Obser- vam-se fases lúteas encurtadas ou inadequadas quando os níveis de FSH são baixos. O mecanismo que encerra o pico de LH é desconhecido. Como algumas horas após o pico de LH ocorre uma queda dramática nos níveis estrogênicos plasmáticos, imagina-se que a queda do LH possa dever-se à perda da ação estimula- dora positiva do estradiol. A queda abrupta do LH pode tam- bém refletir a depleção completa do conteúdo de LH na ade- no-hipófise, devida a uma diminuição da concentração de GnRH nos gonadotrofos. Finalmente, deve-se frisar que quantidades adequadas de gonadotrofinas não garantem um ciclo com ruptura foli- cular e expulsão do oócito. É necessário que o folículo deva estar no estágio apropriado de maturidade para responder adequadamente aos estímulos hormonais. FASE LÚTEA Durante os primeiros três dias após a ruptura folicular e a expulsão do oócito, as células foliculares aumentam de ta- manho e adquirem um aspecto vacuolizado, conseqüência de acúmulo de lipídios. As células tecais também sofrem este tipo de modificação, e a este conjunto de células folicu- lares e tecais vacuolizadas denomina-se corpo lúteo ou ama- relo. Imediatamente, capilares penetram entre as células lu- teínicas, chegando à cavidade central do corpo lúteo, en- chendo-o com sangue. Ao redor do oitavo ou nono dias após a oocitação, a vascularização do corpo lúteo é máxima, as- sociada a níveis sangüíneos máximos de progesterona e es- tradiol. Para que haja uma função lútea normal é necessário que tenha havido um ótimo desenvolvimento folicular pré-ruptura. Evidências experimentais demonstram que a extensão do acúmulo de receptores de LH nas células folicu- lares, durante a fase folicular tardia, determina a extensão da luteinização e a capacidade funcional do corpo lúteo. A con- versão com sucesso de células foliculares avasculares da fase folicular em tecido lúteo vascularizado é também de importância. Porque a produção de progesterona é depen- dente de seu precursor, o LDL-colesterol, a vascularização das células luteínicas é essencial para permitir que o LDL-colesterol as alcance. A vida média e a capacidade es- teroidogênica do corpo lúteo dependem da produção tônica do LH. Mulheres hipofisectomizadas necessitam tomar con- tinuamente pequenas quantidades de LH para manter uma função lútea normal. Os níveis de progesterona aumentam abruptamente de- pois da oocitação, alcançando seu nível máximo oito dias após o pico de LH. A progesterona atua local e centralmente para suprimir novo crescimento folicular. Se as concentra- ções de progesterona são monitoradas no sangue venoso ovariano após luteotectomia em macacas, a oocitação no ci- clo seguinte ocorrerá no lado oposto ao de maior concentra- ção de progesterona e contralateral ao do corpo lúteo prévio. Se, por outro lado, os níveis de progesterona forem manti- dos normais depois da luteoctetomia, a oocitação seguinte 17
  • 18. ocorrerá novamente no lado de menor concentração de pro- gesterona no sangue venoso. Porque a progesterona antago- niza a ação estrogênica, diminuindo os receptores estrogêni- cos, não é de surpreender que a diferenciação folicular, de- pendente de estrógenos, possa ser inibida. O início de qual- quer tipo de crescimento importante durante a fase lútea é inibido pelos baixos níveis de gonadotrofinas induzidos pela ação de retroalimentação negativa tanto do estrógeno quanto da progesterona. Sob condições normais, portanto, uma mulher oocita provavelmente de lados alternados. Em um ciclo normal, o período de tempo que decorre desde o pico de LH até a menstruação é muito próximo de 14 dias. Admite-se que a variabilidade na duração do ciclo ova- riano entre mulheres dependa da quantidade de dias neces- sários para o crescimento e a maturação durante a fase foli- cular. A fase lútea não pode ser prolongada indefinidamente apesar da exposição ao LH, indicando que a falência do cor- po lúteo deva-se a um mecanismo luteolítico ativo. De nove a 11 dias após a oocitação o corpo lúteo dimi- nui rapidamente sua função. Todavia, o mecanismo exato da luteólise permanece obscuro. Assim, em certos mamíferos não-primatas, um fator luteolítico produzido no útero (pro- vavelmente prostaglandina F2a ) regula a duração funcional do corpo lúteo. Nos primatas nenhum fator luteolítico foi identificado; contudo, sabe-se que a regressão morfológica das células lúteas pode ser conseguida pelo estradiol produ- zido pelo corpo lúteo. Várias evidências experimentais apóiam esta teoria. Senão vejamos: a elevação prematura dos níveis de estradiol circulante na fase lútea inicial resulta em uma rápida queda nas concentrações de progesterona. Injeções de estradiol diretamente dentro do ovário que con- tém o corpo lúteo provoca luteólise, enquanto que tratamen- to semelhante no ovário contralateral não produz efeito al- gum. A luteólise induzida pelos estrógenos pode ser devida à diminuição dos receptores, mediada por prostaglandinas; já que a luteólise induzida por estrógenos será impedida se forem utilizados inibidores da síntese de prostaglandinas. A degeneração do corpo lúteo é inevitável, a menos que ocorra a gravidez. Com a gravidez, a manutenção funcional do corpo lúteo é realizada pela gonadotrofina coriônica pro- duzida pelo trofoblasto. A gonadotrofina coriônica mantém a esteroidogênese lútea até aproximadamente a nona ou a décima semana de gestação, quando estará bem estabelecida a esteroidogênese placentária. BIBLIOGRAFIA 1.Byskov AG. Regulation of meiosis im mammals. Ann Biol Anim Biochem Biophys 19(4B):1251-1259, 1978. 2.Balmacea JP. Effects of HCG on prostaglandin synthesis and function of corpus luteum. Obstetr gynecol 57:505-512, 1981. 3.Daniel SAJ, Armstrong DT. Enhancement of follicle-stimulating hormone-induced aromatase activity byn androgens in cultured rat granulosa cells. Endocrinology 107:1027-1039, 1980. 4.Hillier SG, Reichert LE, Van Hall EV. Control of preovulatory follicular estrogen biosynthesis in the human ovary. J Clin Endocrinol Metab 52:847-862, 1981. 5.Kase NG. Endocrinology of the ovarian cycle. In: Principles and practice of clinical gynecology. p. 137-155. Ed. Wyley Medical, 1989. 6.Moghissi KS, Syner FN, Evans TN. A composite picture of the menstrual cycle. Am J Obstet Gynecol 114:405-415, 1972. 7.Peters H. Intrauterine gonadal development. Fertil Steril 27:493, 1976. 8.Richards JS, Hedin L. Molecular aspects of hormone action in ovarian folicular development, ovulation and luteinization Ann Ver Physiol 50:441-456, 1988. 9.Seibel MM, Smith DM, Levesque L. The temporal relationship between the LH surge and human oocyte maturation. Am J Obstet Gynecol 142:568-576, 1982. 18 BUSSO - Atheneu Bus-1 - 5ª Prova - 22/11/99 E-mail: abreussystem@uol.com.br ABREU’S SYSTEM