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FeSBE – SOCIEDADE DE BIOLOGIA EXPERIMENTAL –MANAUS, 2011.

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PARASITOS INTESTINAIS
NOS ESTUDANTES DA ESCOLA PRIMÁRIA Nº 1 RUMBIA,
DILI, TIMOR-LESTE
Filipe dos Santos Arranhado. Erivelto Rodrigues Teixeira. Rosimeire de
Souza Freitas
Universidade nacional Timor Lorosa’e – Programa de Pós-Graduação
RESUMO
Um dos fatores para a disseminação dos parasitos intestinais está relacionado com a falta de
saneamento básico e medidas preventivas através de hábitos higiênicos, o presente estudo tem
com objetivo básico a realização de um levantamento parasitológico entre crianças da Escola
Primária N o. 1 Rumbia Caicoli, Sub Distrito Vera Cruz Distrito Dili, percebendo-se a
importância da realização de diagnóstico como uma medida fundamental para profundar e
ampliar o conhecimento da população a cerca dessas doenças. O estudo dessas parasitoses
fundamentou-se na realização de exames, análise e identificação parasitológica entre crianças
da escolar. Para cada pai ou responsável foram distribuídos manuais sobre normas de
procedimentos de colheita de fezes e um pote coletor com espátula de madeira, previamente
identificado e rotulado contendo solução de formol a 10% para conservação de fezes. Todo o
material recolhido foi imediatamente encaminhado ao Laboratório Nacional, onde foi
devidamente analisado. A análise coproparasitológico foi executado de acordo com o método
de Eosina 2% e Lugol utilizado para verificação de cistos, protozoários, ovos e larvas de
helmintos e levadas ao microscópio óptico de luz nos aumentos de 10 x 40 x para visualização
das formas parasitoses presentes. Todos os resultados coproparasitológico foram
encaminhados aos pais e/ou responsáveis através da escola, sendo que os mesmos foram
encaminhados a procurar o serviço de saúde para avaliações médicas e tratamento
especializado das crianças investigadas. Dentre as amostras positivas das crianças, os
parasitas que apresentaram maior frequência foram os helmintos, sendo o mais frequente o
Ascaris lumbricoides presente em 58% seguido por Trichuri trichiura com 18%,
Hymenolepis nana com 7%, Ancylostomídeo com 2%. Entre os cistos de protozoários houve
casos positivos de Entamoeba histolytica em 2% e 1% para E. coli, Giardia lamblia em 12%.
Do total de alunos, 132 não apresentaram contaminação por parasitos intestinais. Os
resultados referem-se a 350 amostras. Ao se comparar os dados dessa pesquisa com outras
realizadas em outras partes do mundo se percebe que a situação de Timor-Leste, apesar de ser
um país novo, está em níveis próximos. Hoje, Timor-Leste ultrapassou vários países africanos
e asiáticos em questões de desenvolvimento humano, e esses números tendem a melhorar na
medida em que o país se reconhece em estudos como o desta monografia. Assim, espera-se
que as ações governamentais possam ir à raiz do problema, e assim obter uma remediação ou
uma prevenção mais eficaz para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
Palavras-Chave: Parasitos intestinais. Educação Ambiental. Escola Pública. Timor-Leste.

INTRODUÇÃO
Os problemas ambientais e sua interface com a saúde estão sempre presentes nos
discursos e práticas sanitárias. Freitas (2003, p.137) ressalta que em meados do século XIX,
com os intensos impactos do processo de industrialização e urbanização sobre as condições
2

sanitárias e de saúde, esses problemas são vistos como resultados de processos políticos e
sociais. Mas, com o paradigma microbiano essa relação foi reduzida aos problemas de
saneamento e ao controle de vetores.
Em Timor-Leste, como a mais nova nação do mundo, os problemas se intensificam,
pois o país ainda busca uma estruturação física e social, com isso, as dimensões sociais e
políticas passam a ocupar lugar marginal e periférico, ou seja, apesar de haver uma relação
implícita sobre os problemas ambientais, a saúde coletiva e as ciências sociais, ainda faltam
uma visão holística dessas questões.
Definir ou delimitar a saúde pública vem sendo feito há muitos anos. Terris (1992, p.
185) atualiza a clássica definição de saúde pública elaborada por Winslow, na década de
1920, nos seguintes termos: "a arte e a ciência de prevenir a doença e a incapacidade,
prolongar a vida e promover a saúde física e mental mediante os esforços organizados da
comunidade".
A partir dessa concepção, se buscam pilares para a solidificação desse conceito. Nesse
ponto podemos destacar a saúde pública em Timor-Leste, como a responsável pela prevenção
das doenças não infecciosas, prevenção das doenças infecciosas, promoção da saúde,
melhoria da atenção médica e da reabilitação. Os pilares devem estar relacionados à pesquisa
científica.
A análise de dados sobre grupos de pesquisa, a produção de teses e dissertações e a
publicação de artigos científicos revelam que o campo da saúde coletiva ocupa um papel
marginal na pesquisa. Os estudos de problemas ambientais e a pesquisa e a produção das
ciências sociais respondem por uma parcela muito pequena (FREITAS, 2003).
O desenvolvimento de Timor-Leste, enquanto nação, impõe a necessidade de se
avançar quantitativa e qualitativamente na pesquisa e na produção científica da saúde coletiva,
afim de identificar as reais necessidades do país, no que se refere às ciências sociais e,
particularmente, nas ciências sociais em saúde.
Os problemas ambientais provocados pelos humanos decorrem do uso do meio
ambiente para obter os recursos necessários para introduzir os bens e serviços que estes
necessitam e dos despejos de materiais e energia não aproveitados no meio ambiente. As
constatações de tais problemas são globais, o que gerou uma diversidade de acordos
multilaterais concernentes às mais diversas questões ambientais. Os problemas ecológicos são
mais intensos nas grandes cidades que nas pequenas ou no meio rural (BARBIERI, 1997).
Em Dili já se observa que o acúmulo de lixo e de esgotos a céu aberto se consolida
como o grave problema. Igualmente, boa parte dos detritos pode ser recuperada para a
produção de gás (biogás) ou adubos, mas isso dificilmente deve acontecer em curto prazo em
grandes proporções.
O fato se agrava ao se constatar que esses esgotos e seus resíduos são despejados nas
ribeiras de Dili, e em algumas regiões do distrito amontoa-se o lixo em terrenos baldios, o que
provoca a multiplicação de ratos e insetos. Nesse contexto está a escola timorense, como
reflexo de todos os problemas típicos de uma nação em desenvolvimento.
Esta pesquisa ocorre na Escola Primária Nº 1, Rumbia, que foi fundada no dia
primeiro de julho de 2010, a partir de um acordo com o Ministério da Educação e uma
organização internacional. Iniciou suas atividades com 781 alunos, sendo 413 do sexo
masculino e 368 do sexo feminino, tem no senhor Abílio Pereira de Conceição o seu diretor,
contanto na data presente com 20 professores.
Atende à população dos bairros de Mascarenhas, Vila-verde, Caicoli, Formosa e Santa
Cruz, em nível primário até o 6º ano. Está localizada no bairro de Caicoli, entre o Ministério
da Saúde e a Universidade de Dili, na capital de Timor-Leste, Dili.
Timor-Leste, uma terra de intensas transformações, um país em construção que busca
se conhecer. Conhecer seu povo e suas necessidades para enfim ser solidificado como nação.
3

Conhecer sem perder de vista a necessidade de buscar mudanças mais abrangentes, tais como
a educação ambiental, as campanhas de promoção social, a implementação de programas de
saneamento básico, entre outros. Ao se criar um perfil epidemiológico de um segmento da
população busca-se uma medida fundamental para aprofundar e ampliar o conhecimento de
um povo a cerca de doenças que surgem a cada dia, e que se podem perder o controle. Surge
então uma dúvida crucial: como está a saúde intestinal dos estudantes primários de uma típica
escola de Dili? Será que esta necessidade constante de mudanças que o país enfrenta propicia
a propagação de falta de hábitos higiênicos que expõem os estudantes aos agentes
contaminantes? Para responder estas perguntas, é necessário, antes de tudo, criar um perfil
epidemiológico de doenças parasitárias que afligem os estudantes de uma escola primária.
Uma pesquisa sobre doenças parasitárias intestinais torna-se fator relevante para a
criação de um perfil epidemiológico, pois visa descobrir os problemas ambientais
característicos que propiciam o surgimento desses agentes contaminantes, e com isso fornece
subsídios para as autoridades trabalharem em benefício dos anseios do estudante, enquanto
cidadão de uma nação livre.
O problema proposto nesta monografia foi equacionado a partir de algumas
constatações, feitas pelo autor ao longo dos quarenta e um anos de experiência na área de
saúde pública em Timor-Leste, na função de laboratorista e microscopista: i) as crianças
timorenses estão expostas a inúmeros agentes contaminantes de doenças parasitárias,
principalmente nas regiões mais pobres de Dili; ii) nem todos timorenses têm acesso a exames
periódicos para detectar doenças parasitárias intestinais; e iii) identificar e sistematizar
parasitas intestinais nos estudantes de escolas timorenses pode direcionar as campanhas
sociais aos reais problemas sanitários, e com isso, obter resultados mais eficientes.
Este estudo visa identificar em um segmento da população escolar, as parasitoses que
os afligem. Pois, a identificação dos parasitos intestinais de maior incidência entre os
estudantes de uma escola recém-inaugurada, associado à identificação dos problemas
ambientais em seu entorno, oferece subsídios científicos às autoridades timorenses, e com
isso, vislumbra-se medidas de prevenção e controle de doenças adotadas mais eficientes.

1. AS PARASITOSES
1.1 CONTEXTO HISTÓRICO
É provável que nos primórdios da história da humanidade, quando os nossos
antepassados possuíam hábitos nômades, sobrevivendo como caçadores-coletores sem
território fixo, a frequência de infecção por enteroparasitas, especialmente geohelmintos,
fosse menor do que quando, após adotar hábitos gregários, o homem passou a ocupar
território definido e a cultivar o solo, além de criar animais (SCHANT, 1983).
O parasitismo refere-se a qualquer relação recíproca em que uma espécie depende de
outra. Esta associação pode ser momentânea ou permanente. Na simbiose, existe uma
associação de dois organismos que não podem viver independentemente; no mutualismo,
ambos os organismos colhem benefícios, mas o outro não é prejudicado. O termo parasita
aplica-se geralmente a um organismo mais débil que obtém de outros alimentos e abrigo, e
aproveita todos os benefícios possíveis da associação. A espécie portadora, chamada
hospedeiro, pode não sofrer efeitos prejudiciais, ou ver-se afectada por vários transtornos
funcionais e orgânicos (BROWN, 1969).
São muitas as doenças causadas por parasitos intestinais, entre elas podemos destacar:
Ascaridiase, Enterobiose (oxiurase), Ancylostomiase, Estrongiloidiase, Larva migrans
viscerale, Giardiase e Amebíase.
4

As enteroparasitoses representam um grave problema de saúde pública em diversos
países, em especial, nos países, menos desenvolvidos, ocasionando danos ao desempenho
físico e cognitivo dos indivíduos acometidos (CASTRO, 2004).
Essas doenças estão reconhecidamente associadas ao baixo rendimento escolar
infanto-juvenil, inadequada produtividade no trabalho dos alunos e aumento de gastos com
assistência médica (CASTINEIRAS, 2002).
Estudos indicam que a prevalência das parasitoses está intimamente relacionada às
condições ambientais em que o indivíduo vive, principalmente, em condições de alimentação,
abastecimento de água, destinação de esgoto e do lixo. O desconhecimento sobre medidas
preventivas contribui para que uma população menos favorecida e, em especial, as crianças,
se tornem alvo preferido para a proliferação das parasitoses intestinais; o que constitui um
dilema nacional, cuja solução se torna difícil por envolver variáveis como o ambiente,
condições sociais económicas e culturais dos afetados (MUNHOZ, 1990).
Brown (1969) informa que a transmissão das doenças parasitárias depende de três
fatores: (1) ponto de infecção; (2) modo de transmissão; e (3) presença do hospedeiro
susceptível. O efeito combinado destes fatores estabelece a existência de um parasita num
momento e lugar determinados, e a sua tendência para a disseminação.
As probabilidades de infecção aumentam em certas condições, quando o ambiente
favorece a existência extracorpórea do parasita faltam medidas sanitárias, ou higiene de
grupo. O homem infectado por um parasita pode ser: (1) seu único hospedeiro; (2) seu
hospedeiro principal com outros animais, ou (3) seu hospedeiro fortuito, sendo os hospedeiros
principais outros animais. Para além da capacidade natural de adaptação do parasita ao
hospedeiro, a facilidade de transmissão depende dos costumes da comunidade, assim como da
resistência do hospedeiro (BROWN, 1969).

1.2 Higiene e Saúde
O conceito “saúde” está geralmente ligado, por oposição, á noção de doença, por isso
a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002) define de um modo mais amplo este conceito,
referindo que “a saúde é a sensação de completo bem estar-físico, mental e social e não
apenas ausência de doença ou enfermidade.”
Conforme Silva (2002), a Constituição da OMS, nos seus princípios fundamentais,
estabelece que o usufruto do melhor estado de saúde que lhe seja possível atingir constitui um
dos direitos fundamentais de todo o ser humano, seja qual for a sua raça, a sua religião, as
suas opiniões políticas ou a sua condição econômica ou social.
Segundo Guimarães (2007), o conceito de saúde entendido como um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, não restringe ao problema sanitário ao âmbito das
doenças.
A higiene pode ser considerada um sistema de regras e práticas que visam a
preservação das funções do organismo e a prevenção de doenças, ou seja, um conjunto das
práticas que asseguram a limpeza nos ambientes públicos e nos locais de trabalho, ou
simplesmente, limpeza e asseio.
1.3 Importância Patogênica
As parasitoses intestinais ou enteroparasitoses, decorrentes de protozoários e/ou
helmintos, representam um grave problema de saúde pública particularmente nos países
subdesenvolvidos onde se apresentam bastante disseminadas e com alta prevalência,
decorrentes das más condições de vida das camadas populacionais mais carentes (BENCK,
2006).
5

Estabeleceram-se várias distinções entre os termos infecção e infestação, embora às
vezes se empregam indistintamente para se referir à invasão por parasitas. Neste texto,
consideraremos infecção à invasão por endoparasitas e infestação ao parasitismo externo dos
ectoparasitas (artrópodes, por exemplo) ou à presença de parasitas na terra ou nas plantas.
Deve distinguir-se também uma infecção parasitária com sintomas escassos ou ligeiros ou
sem sintomas, e uma doença parasitária com dados clínicos evidentes de alterações
patológicas. As lesões que o hospedeiro apresenta dependem de fenômenos mecânicos,
irritantes ou tóxicos causados pelos parasitas. O grau de lesão depende do número, tamanho,
atividade e toxicidade destes, e da sua situação no hospedeiro (BROWN, 1969).
1.4 Dados Epidemiológicos
Estudos epidemiológicos da prevalência de parasitos na população mundial indicam
que cerca de 25% das pessoas apresenta graves problemas de contaminação por helmintos e
protozoários (RAMOS e VALLE, 2005).
As parasitoses intestinais, ou enteroparasitoses são determinadas por macroparasitas
(helmintos) ou microparasitas (vírus, bactérias e protozoários), são de distribuição universal,
com maior prevalência e sintomatologia nos países subdesenvolvidos, atingindo 90%, onde as
condições sanitárias são mais deficientes (AZEVEDO, 1999; CHEHTER, 1999).

2. SINTOMATOLOGIA DAS PARASITOSES
A sintomatologia pode ser definida como o estudo dos sintomas das doenças. A
profilaxia do grego prophýlaxis significa cautela e é definida como a aplicação de meios
tendentes para evitar as doenças ou a sua propagação. Nesse contexto, buscaremos os
sintomas e profilaxia das doenças causadas por parasitos intestinais, entre elas podemos
destacar: Ancylostomíase, Giardíase, Amebíase, Ascaridíase, Enterobiose (oxiurase) e
Estrongiloidiase.
2.1 Sintomas das Patologias
2.1.1 Ancilostomíase
Ancylostomíase é o nome da doença causada por nematódeos da família Ancylostoma.
Entre os membros dessa família destaca-se os parasitas: Necator americanus, Ancylostoma
duodenale e Ancylostoma ceylanecium. A ancylostomíase tem transmissão oral e cutânea, e
muitas vezes é assintomático, mas, pode causar prurido intenso, crises alérgicas e anemia em
pacientes sujeitos a infecções intensas, especialmente quando há certo grau de deficiência
alimentar (CIMERMAN, 2002; LEITE, 2002; REY, 2001).
2.1.2 Giardíase
A giardíase é uma infecção causada por um parasito denominado Giardia lamblia,
sendo mais comum em crianças. Essa patologia normalmente é assintomática, mas, quando
sintomática, caracteriza-se por diarreias com cólicas intestinais e má-absorção (REY, 1992;
CIMERMAN, 2002).
A forma de diagnosticar a giardíase é o exame parasitológico de fezes, com pesquisa
de trofozoítos em fezes líquidas e cistos em fezes pastosas. A eliminação de cistos nas fezes
não é contínua, portanto, o diagnóstico imunológico representa grande importância na
detecção da giardíase. Testes como Elisa e imunofluorescência indireta mostram alta
6

sensibilidade e especificidade, porém, devido ao alto custo, não tem sido muito utilizados
(CIMERMAM, 2002).
2.1.3 Amebíase
A amebíase é uma doença causada pelo protozoário Entamoeba histolytica. Esta
patologia é considerada importante causa de morbi-mortalidade no homem. A transmissão se
dá por meio da ingestão de alimentos e água contaminada, podendo ocorrer ainda transmissão
de pessoa a pessoa em hospitais, asilos e presídios. Quanto à sintomatologia, em cerca de 90%
dos indivíduos a amebíase é assintomática e, quando sintomática, aparecem manifestações
decorrentes da invasão da mucosa intestinal pelo parasito (AQUINO, 2001).
2.1.4 Ascaridíase
Os aspectos clínicos da ascaridíase estão relacionados à forma de reprodução do
Ascaris lumbricoides, isso por que normalmente a ascaridíase humana é pouco sintomática,
sendo a severidade da doença determinada pela quantidade de vermes que são albergados pela
pessoa infectada. Como o parasito não multiplica dentro do hospedeiro, exposições
continuadas a ovos embrionados são responsáveis pelo acúmulo de vermes adultos no
intestino (MASSARA, 2006). A seguir podemos ver um exemplar de larvas de Ascaris
lumbricoides (Figura 1).

Figura 1. Larvas de Ascaris lumbricoides.
2.1.5 Enterobiose (oxiurase)
A enterobiose é a doença causada pelo Enterobius vermicularis, de localização
preferencial no ceco, apêndice, cólon e reto. A fêmea fecundada migra para a região anal onde
faz a postura. Sua presença nesta região causa intenso prurido. O homem é o único hospedeiro
e sua transmissão ocorre pessoa a pessoa. A transmissão indireta é possível com a inalação de
ovos presentes na poeira e nos utensílios domésticos. A autoinfecção pode acontecer, o que
reforça a necessidade de repetição do tratamento. Os ovos ingeridos liberam as larvas no
intestino e estas se fixam. O prurido anal noturno e continuado pode levar a uma suspeita
clínica de enterobiose. A presença de vermes nos órgãos genitais femininos pode levar a
vaginite, metrite, salpingite e ovarite (NEVES, 2000).
2.1.6 Estrongiloidiase
7

A estrongiloidíase tem amplo espectro de manifestações que variam desde doença
assintomática até hiper-infecção e estrongiloidíase disseminada. As manifestações agudas
podem ocorrer precocemente desde o contato inicial. Os sintomas observados são: eritema
serpinginoso onde houve contato da larva com a pele, tosse mimetizando asma devido à
migração da larva pelos pulmões, dor abdominal ou diarréia. Essas manifestações são vagas e
se assemelham as outras doenças não sendo, habitualmente, diagnosticadas (LUNA et al.,
2007).

2.2 Diagnóstico das Parasitoses Intestinais
As parasitoses intestinais habitualmente não determinam manifestações clínicas,
quando ocorrem, o quadro não é característico. As manifestações clínicas costumam ser
discretas, excepcionalmente graves, podendo ser até letais. A diversidade de manifestações
clínicas e de lesões está relacionada às características biológicas dos parasitas e às condições
do hospedeiro. Inexiste quadro clínico típico de parasitoses intestinais, mas determinados
sintomas alertam o clínico, não somente para o diagnóstico, mas até mesmo para a espécie
parasitária (CHEHTER e CABEÇA, 2000).
2.3 Tratamento e Profilaxia das Parasitoses Intestinais
O diagnóstico correto do parasitismo, pois, em condições mórbidas concomitantes,
eventualmente mais graves, o diagnóstico e o tratamento errados podem ser perigosamente
protelados. A escolha da droga e posologia adequadas e avaliação da necessidade de repetição
de tratamento após duas a três semanas (para as helmintíases com estágio larvar). Para
Chehter e Cabeça (2000) priorizar o tratamento da ascaridíase em relação a outras parasitoses
em crianças multiparasitadas. E enfatizar a necessidade de adoção de medidas profiláticas, e
realizar coproscopias de controle para a comprovação de negativação parasitológica (o
controle de cura é laboratorial). Tratar as complicações das parasitoses intestinais.
Apesar do avanço farmacológico, ainda não se dispõe da droga ideal para tratamento
das parasitoses intestinais: de baixo custo, polivalente, destituída de efeitos secundários,
adequada para uso em grávidas, nutrizes e crianças, de alta eficiência para todos os agentes,
empregada em dose única e por via oral.
Chehter e Cabeça (2000) afirmam que a adoção de hábitos higiênicos é fundamental
para evitar a reinfecção e disseminação das parasitoses intestinais, uma vez que o homem é a
principal fonte de contaminação. O ciclo de transmissão é rompido quando é rompido o ciclo
oro-fecal (contaminação por fezes humanas) e quando o homem se previne ao entrar em
contato com animais e seu hábitat, em que o ciclo biológico dos parasitas se completa.

3. METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1 LOCAL DA PESQUISA
Esta pesquisa foi realizada na Escola Primária Nº 1, Rumbia, Caicoli, Distrito Dili,
Timor-Leste.
3.2 POPULAÇÃO ALVO
Amostragem probabilística sistemática de 350 alunos timorenses dos 781 alunos da
população escolar do primeiro ao sexto ano do ensino primário matriculada na escola.
3.3 INSTRUMENTOS E RECURSOS
8

Foram utilizados os seguintes materiais: microscópio óptico, potes coletores, lâminas
de vidro, lamínulas de vidro, espátula de madeira, aplicada de madeira, luvas de borracha,
máscaras de proteção, bata branca, questionário padrão, papel, caneta, computador, máquina
fotográfica digital 14.1 megapixel e os seguintes reagentes: Formalina 10%, Lugol e Eosina.
3.4 CONCEITOS BÁSICOS DE AMOSTRAGEM
Existem dois tipos principais de amostragem: Amostragem probabilística, ou seja,cada
elemento da população tem uma probabilidade (não nula) de ser escolhido, e, Amostragem
não probabilística, ou seja, a amostragem é restrita aos elementos que se tem acesso (ex:
drogados), escolha a esmo (ex: coelhos numa gaiola, escolha de parafusos numa caixa),
impossibilidade de sorteio (ex: sangue), amostragem intencional ou por julgamento (ex:
escolha de elementos “típicos”) e voluntários (ex: testes de vacina).
Os métodos de Amostragem Probabilísticos foram escolhidos por essa pesquisa, pois
se pretende extrapolar com confiança para o Universo os resultados obtidos a partir da
amostra. Neste tipo de amostragem é possível demonstrar a representatividade da amostra
assim como calcular estatisticamente o grau de confiança com o qual as conclusões tiradas da
amostra se aplicam ao Universo. Os métodos de Amostragem Probabilísticos são classificados
em cinco tipos principais: Amostragem Aleatória Simples, Amostragem Sistemática,
Amostragem Estratificada, Amostragem por Clusters e Amostragem Multi-Etápica.
Nessa monografia optou-se por utilizar a variante Amostragem Probabilística
Sistemática.
3.5 DESCRIÇÃO DAS TÉCNICAS UTILIZADAS
A Amostragem Probabilística Sistemática usada nessa pesquisa é uma variante da
amostragem probabilística simples que se usa quando os elementos da população estão
organizados de forma sequencial.
O universo da pesquisa foi composto por 781 estudantes, ou seja, N=781 (enumerados
001, 002,… 781) e retirou-se uma amostra de n= 350 casos.
O valor k (onde k=N/n) define o intervalo de amostragem, ou seja, k= 781/350 = 2,23,
com isso, entende-se que o autor dessa monografia usou o intervalo de amostragem de k=2
para selecionar a amostra de 350 estudantes.
Foi necessário seguidamente escolher ao acaso um número entre 1 e k, que foi
representado por r, esse estudante foi o número 1 da lista de frequência da turma 1 do 1º ano
do ensino primário. Então, numa tabela de números aleatórios, numa página e colunas
escolhidas ao acaso e selecionou-se o número que ocupa a posição r na coluna escolhida. É
então o valor desse número que indica o número do primeiro caso a incorporar na amostra. O
segundo caso será o que ocupa a posição (r+k), depois o que ocupa a posição (r+2k) e assim
sucessivamente até a amostra de n casos estar concluída.
Para a análise laboratorial foi usado o Método de Hoffman, Pons & Janer ou Lutz, de
Sedimentação espontânea, com adaptações. Esse método é utilizado na pesquisa de cistos de
protozoários e ovos de helmintos. Seus procedimentos originais são os seguintes:
1. Dissolver cerca de 10g de fezes em 10 ml de H2O em frasco pequeno;
2. Filtrar em gaze dobrada em quatro, utilizando um cálice de sedimentação;
3. Lavar o frasco 2X despejando a água na gaze;
4. Completar o cálice com água e homogeneizar com bastão de vidro;
5. Deixar em repouso de 2 a 24 horas;
6. Com uma pipeta tampada, retirar uma amostra do fundo do vértice do cálice,
destampando a pipeta após imergi-la;
9

7. Examinar ao microscópio, adicionando uma gota da solução de lugol.
3.6 PROCEDIMENTOS
Este estudo foi realizado em amostras de fezes coletadas no distrito Dili, na Escola
Primária Nº 1 Rumbia, no período de agosto e outubro de 2010. Realizou-se uma amostragem
probabilística sistemática, tomando como base 350 dos 781 alunos da população escolar do
primeiro ao sexto ano do ensino primário matriculada na escola.
O presente trabalho foi desenvolvido no Laboratório do Hospital Nacional Guido
Valadares, localizado no bairro Bidau Tocobaru, em Dili. Na Escola Primária Nº 1 Rumbia
foi realizada uma reunião da direção da escola com todos os professores e com os pais e/ou
responsáveis pelos alunos com o objetivo de informá-los sobre a proposta da pesquisa.
Os pais/ou responsáveis permitiram a participação dos estudantes através da assinatura
de um termo de consentimento legal. Para cada pai e/ou responsável foram distribuídos:
manual sobre normas de procedimentos de colheita das fezes e um frasco coletor com
espátula, previamente identificado e contendo solução de formol a 10% para conservação das
fezes.
Foi solicitada a colheita de uma única amostra fecal a ser devolvida na escola em data
pré-estabelecida. Todo o material recolhido foi imediatamente encaminhado ao Laboratório
do Hospital Nacional Guido Valadares, onde foi devidamente preparado. A análise
coproparasitológica foi executada de acordo com o método de Lutz adaptado, utilizado para
verificação de cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos. Foi preparada uma lâmina
dividida em duas partes, uma com eosina e outra com lugol, por amostra fecal, individual, e
levadas ao microscópio óptico de luz nos aumentos de 10x e 40x para visualização das formas
parasitárias presentes.
Todas as normas de biossegurança foram rigorosamente seguidas, desde os
procedimentos laboratoriais ao descarte do lixo biológico, de modo a garantir a qualidade e
segurança da presente pesquisa.
Todos os resultados coproparasitológicos foram encaminhados aos pais e/ou
responsáveis através da escola, sendo que os mesmos foram orientados a procurar o serviço de
saúde municipal para avaliação médica e tratamento especializado das crianças investigadas.
3.6.1 Realização da Palestra
Foi realizada uma palestra sobre Educação para a saúde e orientações para realizar a
coleta das fezes para todos os 781 estudantes da Escola Primária Nº 1 Rumbia, em Dili,
capital de Timor-Leste. Entre os questionamentos feitos destacaram-se as noções de higiene
dentro e fora da escola, orientações para os estudantes sobre a importância do hábito de lavar
as mãos antes das refeições. A seguir podemos observar a realização da palestra (Figura 2, 3,
4 e 5).
.

Figura 2. Fotografia dos alunos da Escola Primária No. 01 Rumbia Caicoli.
10

Figura 3. Fotografia do pesquisador na distribuição de potes coletores.

Figura 4. Fotografia do pesquisador na palestra sobre educação sanitária.

Figura 5. Fotografia do pesquisador instruindo os estudantes na recolha de fezes.

3.6.2 Análises Laboratoriais
Para as análises laboratoriais, foi dado a cada estudante um pote coletor de fezes, para
que este o devolvesse no dia seguinte. Após o recebimento da amostra, estas foram
11

conservadas em formol a 10%, e tendo esta sido selecionada na amostragem probabilística
sistemática, o próximo passo foi encaminhar essa amostra ao laboratório do Hospital Guido
Valadares, onde se efetuou o exame parasitológico, usando lugol 5% e eosina 2%. A seguir
observamos o laboratório e a análise das amostras pelos técnicos (Figura 6, 7 e 8).

Figura 6. Fotografia da Analista Francisca na sala de parasitologia laboratório nacional.

Figura 7. Fotografia da analista Mery na observação das fezes no microscópio

Figura 8. Fotografia do analista Augusto Mendonça na preparação de fezes
12

3.6.3 Procedimentos para Análise dos Resultados
As frequências de parasitoses foram consideradas como percentuais de Helmintos,
como os Ancilostomídeos, os Ascaris, os Trichiurius e os Oxiúros, percentual de Protozoários
como a Entamoeba e as Giárdias, e o percentual de Platelmintos, como os Cestodeos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS
O número de amostras analisadas foi de 350 indivíduos, estudantes em idade escolar.
Desse total os resultados apontam que 218 dos alunos estavam contaminados com algum
parasita. Os helmintos foram mais prevalecentes, sendo 58% de Ascaris lumbricoides
representando o de maior incidência. 18% apresentaram Trichiuri trichura, 12% estavam
com Giardia lamblia, 7% apresentaram Hymenolepis nana, 2% para Ancilostoma duodenale e
ainda apontou como positivos, 2% para Entamoeba histolytica e 1% para Entamoeba coli.
Dos alunos analisados 132 não apresentaram contaminação por parasitos intestinais. Estes
resultados podem ser verificados na tabela 1.
Tabela 1. Resultados dos exames laboratoriais de fezes
Parasitos
N. de Amostras
Ascaris lumbricoides
126
Trichiuri trichura
40
Giardia lamblia
26
Hymenolepis nana
14
Ancylostoma duodenale
5
Entamoeba histolytica
4
Entamoeba coli
3
Total de positivos
218
Total de negativos
132
Total analisados
350

As parasitoses intestinais são um importante indicador das condições de saneamento
em que vive uma dada população. Apesar de em 2010, o Indice de Desenvolvimento Humano
apontar uma melhora nas condições de Timor-Leste, agora na posição 120, a população em
idade escolar reflete o grau de contaminação em que estão expostas na rede escolar timorense.
Pouco se conhece sobre a prevalência atual de enteroparasitoses nas escolas da cidade do Dili.
Entretanto, a prevalência geral encontrada nessa pesquisa reforça a dramática situação de um
país em reconstrução.
Segundo Camillo-Coura (1974), A. lumbricoides e T. trichiura são os helmintos mais
comuns em crianças na faixa de seis anos de idade. Nossos dados confirmam este fato e
corroboram outros achados feitos em outras regiões do mundo (MONTEIRO et al., 1988;
GROSS et al., 1989; SANTANA et al., 1994; GUIMARÃES & SOGAYAR, 1995).
Em contrapartida o resultado dessa pesquisa para a Entamoeba histolytica, que foi de
2%, difere da prevalência de 3,0% citada em outras pesquisas de outros países lusófonos,
representando um ponto positivo para Timor-Leste (MONTEIRO et al., 1988; CHIEFFI et al.,
1988; FERREIRA et al., 1994; GROSS et al., 1989).
Tendo por base as entrevistas realizadas foi possível constatar que o estudo da
ocorrência de parasitoses intestinais é um dos indicadores adequados para avaliar as
condições socioeconômicas da população alvo. Por isso, essa pesquisa confirmou que a
infecção por A. lumbricoides reflete adequadamente o grau de saneamento de uma região,
como afirma a organização mundial de saúde (OMS, 1985).
13

Portanto, sugerimos que essas infecções devam ser consideradas alvos de controle,
com o tratamento das crianças parasitadas e com mudanças nas condições ambientais da
escola de Número 1. Rumbia e do entorno de Caicoli, para que haja melhoria de vida dos
habitantes dessas áreas.
4.1 IDENTIFICAÇÃO DE HELMINTOS
Os exames para identificação dos helmintos presentes nas amostras de fezes foram
realizados no laboratório do hospital Nacional Timor-Leste. Os helmintos identificados foram
os seguintes: Ancilostomídeos, Ascaris lumbricoides, Trichiuri trichuira e Hymenolepis nana.
As análises microscópicas das amostras de fezes indicaram presença de helmintos em 58%
das contaminações parasitárias, sendo o mais prevalente o Ascaris lumbricoides.
Representando o parasito intestinal mais comum entre os alunos da Escola Primária n. o 1
Rumbia (Gráfico 1).

Parasitas Positivos
7%

2% 2% 1%

Ascaris lumbricoides

12%

Trichuris trichiura
Giardia lamblia
Hymenolepis nana
Ancylostoma duodenale

18%

Entamoeba histolytica
58%

Entamoeba coli

Gráfico 1. Distribuição dos parasitos intestinais nas amostras de fezes dos alunos da Escola
N.1 Rumbia.
4.1.1 Ascaris lumbricoides

Erivelto Rodrigues Teixeira, 2010

O helminto Ascaris lumbricoides foi identificado nas amostras de fezes de mais de 36% dos
alunos. A identificação do ovo de Ascaris lumbricoides pode ser vista na figura 9.

Figura 9. Fotografia de ovos de Ascaris lumbricoides em corante de Eosina Aumento de 10x40x
14

4.1.2 Trichiuri trichiura

Erivelto Rodrigues Teixeira, 2010

Nas amostras de fezes analisadas foram encontrados ovos de Trichiuris trichiura em
18% dos estudantes da escola. A identificação pode ser vista na figura 10.

Figura 10. Fotografia de ovos de Trichiuri trichiura encontrada nas amostras de fezes dos alunos da Escola
Primária n. 1 Rumbia.

4.1.3 Ancilostomídeos
Nas amostras de fezes analisadas foram identificados em nível de gênero, 2% de
indivíduos positivos para Ancylostoma duodenale (Figura 11).

Figura 11. Fotografia de ovos de Ancilostoma duodenale encontrada nas amostras de fezes dos alunos da Escola
Primária n.o 1 Rumbia

4.2 IDENTIFICAÇÃO DE PROTOZOÁRIOS
Os exames para identificação dos protozoários presentes nas amostras de fezes foram
realizados no laboratório do Hospital Nacional Guido Valadares Timor-Leste. Os protozoários
identificados foram os seguintes: Giardia lamblia, Entamoeba histolytica e Entamoeba coli.
Dos casos dos protozoários intestinais identificados 26 são da espécie Giardia
lamblia. O restante dos casos positivos, 4 são de Entamoeba histolytica e 3 de Entamoeba
coli. No gráfico 2 verifica-se as percentagens os protozoários presentes nas amostras de fezes.
15

Incidência de Protozoários
9%
12%
Giardia lamblia
Entamoeba histolytica
Entamoeba coli

79%

Gráfico 2. Distribuição dos parasitos intestinais protozoários, nas amostras de fezes dos
alunos da Escola N.1 Rumbia..
4.2.1 Entamoeba histolytica e E. coli

Erivelto Rodrigues Teixeira, 2010

Em uma amostragem de 350 alunos, foi identificado 12% de casos positivos para a
Entamoeba histolytica e para Entamoeba coli 9%.. Nas figuras 12 e 13 observa-se cisto
desses protozoários identificados na amostra de fezes.

Figura 12. Fotografia de cisto de Entamoeba histolytica encontrada nas amostras de fezes dos alunos da Escola
Primária n.o 1 Rumbia.
16

Figura 13. Fotografia de cisto de Entamoeba coli encontrada nas amostras de fezes dos alunos da Escola
Primária n.1 Rumbia.

4.2.2 Giardia lamblia
Nesta pesquisa foram identificados nas amostras de fezes analisadas 12% de casos
positivos de Giardia lamblia. Na figura 14 pode-se observar os cistos do protozoário visto ao
microscópio.

Figura 14. Fotografia de cisto de Giardia lamblia encontrada nas amostras de fezes dos alunos da Escola
Primária n.o1 Rumbia

4.3 IDENTIFICAÇÃO DE PLATELMINTOS
Os exames para identificação dos platelmintos presentes nas amostras de fezes foram
realizados no laboratório do hospital nacional Timor-Leste.
4.3.1 Cestódeos
Foram identificados 14 casos positivos para o cestódeo Hymenolepis nana nas
amostras de fezes analisadas. A figura 16 pode-se observar o ovo do parasita visto ao
microscópio.
17

Figura 15. Fotografia de ovo de Hymenolepis nana encontrado nas amostras de fezes dos alunos da Escola
Primária n.1 Rumbia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa que visa traçar o perfil epidemiológico de parasitos intestinais nos
estudantes da Escola Primária n. 1 Rumbia identificou em 350 amostras resultados positivos
em 58% para o parasito Ascaris lumbricoides, figurando como o agente mais comum na
escola. Em seguida em ordem decrescente tivemos amostras positivas de Trichiuris trichiura,
Giardia lamblia, Hymenolepis nana, Ancylostoma, Entamoeba histolytica, e por fim a E. coli.
Dessa forma foi possível traçar o perfil epidemiológico da Escola Primária n. 1
Rumbia que apresentou percentuais e diversidade de parasitismo comparáveis às demais
regiões de países em desenvolvimento, e que os dados obtidos estão dentro dos resultados
esperados pela Organização Mundial de Saúde para países em desenvolvimento, mas que é
preciso haver uma melhora no saneamento, principalmente nas condições de higiene das casas
de banho e dos esgotos nas proximidades da escola, há muita falta de orientação sobre
questões de higiene para população.
Há necessidade de dedicar mais atenção e planejamento estratégico dos dirigentes para
captação de recursos financeiros a fim de implementar as ações que viabilizem o controle das
parasitoses nas escolas de Timor-Leste.
As práticas educacionais quando bem aplicadas levam as pessoas a adquirirem os
conhecimentos para prevenção de parasitoses, alcançando objetivos propostos e evidenciando
o valor da orientação pedagógica para a conscientização da população.
Analisando o perfil epidemiológico que aponta a quando contaminação por
verminoses, percebe-se que se faz necessário sugerir algumas recomendações, portanto:
1. Para o controle das parasitoses intestinais em crianças da escola primária de Timor-Leste
que estudam e residem em áreas com saneamento básico precário, indicam-se medidas de
educação para a saúde, visando à melhoria das condições de higiene individual e comunitária
e o uso periódico de antiparasitários para as enteroparasitoses mais prevalentes, como no caso
dessa pesquisa para o parasito Ascaris lumbricoides;
2. E finalmente intensificar campanhas de educação ambiental, principalmente por que Díli
ainda é uma cidade considerada pequena para os padrões mundiais;
3. Um controle sanitário aprimorado, que já se observa em campanhas de limpeza às sextasfeiras, tido como o dia da limpeza em Timor-Leste, deveria ser direcionado para a forma de
apresentação da infraestrutura do distrito, ou seja, fechar os esgotos à céu aberto e mudar a
forma de apresentação das casas de banho nas escolas, excluindo o tanque de água que existe
em todas as casas de banho que só fazem aumentar a proliferação de mosquitos e consequente
de doenças como malária e dengue;
18

4. O perfil epidemiológico da Escola Primária n.º 1 Rumbia mostrou a grande contaminação
por verminoses, isso pode ser combatido com ações de higiene que podem ser ensinadas na
própria escola. Ensinar o aluno da importância de lavar as mãos antes de se alimentar e após
usar a casa de banho são medidas básicas que elevarão a qualidade de vida dos cidadãos
timorenses e contribuirão para a elevação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de
Timor-Leste cada vez mais;
5. Ao se comparar os dados dessa pesquisa com outras realizadas em outras partes do mundo
se percebe que a situação de Timor-Leste, apesar de ser um país novo, está em níveis
próximos. Hoje, Timor-Leste ultrapassou vários países africanos e asiáticos em questões de
desenvolvimento humano, e esses números tendem a melhorar na medida em que o país se
reconhece em estudos como o desta monografia. Assim, espera-se que as ações
governamentais possam ir à raíz do problema, e assim obter uma remediação ou uma
prevenção mais eficaz.

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Perfil epidemiológico de parasitos intestinais TIMOR-LESTE

  • 1. FeSBE – SOCIEDADE DE BIOLOGIA EXPERIMENTAL –MANAUS, 2011. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PARASITOS INTESTINAIS NOS ESTUDANTES DA ESCOLA PRIMÁRIA Nº 1 RUMBIA, DILI, TIMOR-LESTE Filipe dos Santos Arranhado. Erivelto Rodrigues Teixeira. Rosimeire de Souza Freitas Universidade nacional Timor Lorosa’e – Programa de Pós-Graduação RESUMO Um dos fatores para a disseminação dos parasitos intestinais está relacionado com a falta de saneamento básico e medidas preventivas através de hábitos higiênicos, o presente estudo tem com objetivo básico a realização de um levantamento parasitológico entre crianças da Escola Primária N o. 1 Rumbia Caicoli, Sub Distrito Vera Cruz Distrito Dili, percebendo-se a importância da realização de diagnóstico como uma medida fundamental para profundar e ampliar o conhecimento da população a cerca dessas doenças. O estudo dessas parasitoses fundamentou-se na realização de exames, análise e identificação parasitológica entre crianças da escolar. Para cada pai ou responsável foram distribuídos manuais sobre normas de procedimentos de colheita de fezes e um pote coletor com espátula de madeira, previamente identificado e rotulado contendo solução de formol a 10% para conservação de fezes. Todo o material recolhido foi imediatamente encaminhado ao Laboratório Nacional, onde foi devidamente analisado. A análise coproparasitológico foi executado de acordo com o método de Eosina 2% e Lugol utilizado para verificação de cistos, protozoários, ovos e larvas de helmintos e levadas ao microscópio óptico de luz nos aumentos de 10 x 40 x para visualização das formas parasitoses presentes. Todos os resultados coproparasitológico foram encaminhados aos pais e/ou responsáveis através da escola, sendo que os mesmos foram encaminhados a procurar o serviço de saúde para avaliações médicas e tratamento especializado das crianças investigadas. Dentre as amostras positivas das crianças, os parasitas que apresentaram maior frequência foram os helmintos, sendo o mais frequente o Ascaris lumbricoides presente em 58% seguido por Trichuri trichiura com 18%, Hymenolepis nana com 7%, Ancylostomídeo com 2%. Entre os cistos de protozoários houve casos positivos de Entamoeba histolytica em 2% e 1% para E. coli, Giardia lamblia em 12%. Do total de alunos, 132 não apresentaram contaminação por parasitos intestinais. Os resultados referem-se a 350 amostras. Ao se comparar os dados dessa pesquisa com outras realizadas em outras partes do mundo se percebe que a situação de Timor-Leste, apesar de ser um país novo, está em níveis próximos. Hoje, Timor-Leste ultrapassou vários países africanos e asiáticos em questões de desenvolvimento humano, e esses números tendem a melhorar na medida em que o país se reconhece em estudos como o desta monografia. Assim, espera-se que as ações governamentais possam ir à raiz do problema, e assim obter uma remediação ou uma prevenção mais eficaz para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Palavras-Chave: Parasitos intestinais. Educação Ambiental. Escola Pública. Timor-Leste. INTRODUÇÃO Os problemas ambientais e sua interface com a saúde estão sempre presentes nos discursos e práticas sanitárias. Freitas (2003, p.137) ressalta que em meados do século XIX, com os intensos impactos do processo de industrialização e urbanização sobre as condições
  • 2. 2 sanitárias e de saúde, esses problemas são vistos como resultados de processos políticos e sociais. Mas, com o paradigma microbiano essa relação foi reduzida aos problemas de saneamento e ao controle de vetores. Em Timor-Leste, como a mais nova nação do mundo, os problemas se intensificam, pois o país ainda busca uma estruturação física e social, com isso, as dimensões sociais e políticas passam a ocupar lugar marginal e periférico, ou seja, apesar de haver uma relação implícita sobre os problemas ambientais, a saúde coletiva e as ciências sociais, ainda faltam uma visão holística dessas questões. Definir ou delimitar a saúde pública vem sendo feito há muitos anos. Terris (1992, p. 185) atualiza a clássica definição de saúde pública elaborada por Winslow, na década de 1920, nos seguintes termos: "a arte e a ciência de prevenir a doença e a incapacidade, prolongar a vida e promover a saúde física e mental mediante os esforços organizados da comunidade". A partir dessa concepção, se buscam pilares para a solidificação desse conceito. Nesse ponto podemos destacar a saúde pública em Timor-Leste, como a responsável pela prevenção das doenças não infecciosas, prevenção das doenças infecciosas, promoção da saúde, melhoria da atenção médica e da reabilitação. Os pilares devem estar relacionados à pesquisa científica. A análise de dados sobre grupos de pesquisa, a produção de teses e dissertações e a publicação de artigos científicos revelam que o campo da saúde coletiva ocupa um papel marginal na pesquisa. Os estudos de problemas ambientais e a pesquisa e a produção das ciências sociais respondem por uma parcela muito pequena (FREITAS, 2003). O desenvolvimento de Timor-Leste, enquanto nação, impõe a necessidade de se avançar quantitativa e qualitativamente na pesquisa e na produção científica da saúde coletiva, afim de identificar as reais necessidades do país, no que se refere às ciências sociais e, particularmente, nas ciências sociais em saúde. Os problemas ambientais provocados pelos humanos decorrem do uso do meio ambiente para obter os recursos necessários para introduzir os bens e serviços que estes necessitam e dos despejos de materiais e energia não aproveitados no meio ambiente. As constatações de tais problemas são globais, o que gerou uma diversidade de acordos multilaterais concernentes às mais diversas questões ambientais. Os problemas ecológicos são mais intensos nas grandes cidades que nas pequenas ou no meio rural (BARBIERI, 1997). Em Dili já se observa que o acúmulo de lixo e de esgotos a céu aberto se consolida como o grave problema. Igualmente, boa parte dos detritos pode ser recuperada para a produção de gás (biogás) ou adubos, mas isso dificilmente deve acontecer em curto prazo em grandes proporções. O fato se agrava ao se constatar que esses esgotos e seus resíduos são despejados nas ribeiras de Dili, e em algumas regiões do distrito amontoa-se o lixo em terrenos baldios, o que provoca a multiplicação de ratos e insetos. Nesse contexto está a escola timorense, como reflexo de todos os problemas típicos de uma nação em desenvolvimento. Esta pesquisa ocorre na Escola Primária Nº 1, Rumbia, que foi fundada no dia primeiro de julho de 2010, a partir de um acordo com o Ministério da Educação e uma organização internacional. Iniciou suas atividades com 781 alunos, sendo 413 do sexo masculino e 368 do sexo feminino, tem no senhor Abílio Pereira de Conceição o seu diretor, contanto na data presente com 20 professores. Atende à população dos bairros de Mascarenhas, Vila-verde, Caicoli, Formosa e Santa Cruz, em nível primário até o 6º ano. Está localizada no bairro de Caicoli, entre o Ministério da Saúde e a Universidade de Dili, na capital de Timor-Leste, Dili. Timor-Leste, uma terra de intensas transformações, um país em construção que busca se conhecer. Conhecer seu povo e suas necessidades para enfim ser solidificado como nação.
  • 3. 3 Conhecer sem perder de vista a necessidade de buscar mudanças mais abrangentes, tais como a educação ambiental, as campanhas de promoção social, a implementação de programas de saneamento básico, entre outros. Ao se criar um perfil epidemiológico de um segmento da população busca-se uma medida fundamental para aprofundar e ampliar o conhecimento de um povo a cerca de doenças que surgem a cada dia, e que se podem perder o controle. Surge então uma dúvida crucial: como está a saúde intestinal dos estudantes primários de uma típica escola de Dili? Será que esta necessidade constante de mudanças que o país enfrenta propicia a propagação de falta de hábitos higiênicos que expõem os estudantes aos agentes contaminantes? Para responder estas perguntas, é necessário, antes de tudo, criar um perfil epidemiológico de doenças parasitárias que afligem os estudantes de uma escola primária. Uma pesquisa sobre doenças parasitárias intestinais torna-se fator relevante para a criação de um perfil epidemiológico, pois visa descobrir os problemas ambientais característicos que propiciam o surgimento desses agentes contaminantes, e com isso fornece subsídios para as autoridades trabalharem em benefício dos anseios do estudante, enquanto cidadão de uma nação livre. O problema proposto nesta monografia foi equacionado a partir de algumas constatações, feitas pelo autor ao longo dos quarenta e um anos de experiência na área de saúde pública em Timor-Leste, na função de laboratorista e microscopista: i) as crianças timorenses estão expostas a inúmeros agentes contaminantes de doenças parasitárias, principalmente nas regiões mais pobres de Dili; ii) nem todos timorenses têm acesso a exames periódicos para detectar doenças parasitárias intestinais; e iii) identificar e sistematizar parasitas intestinais nos estudantes de escolas timorenses pode direcionar as campanhas sociais aos reais problemas sanitários, e com isso, obter resultados mais eficientes. Este estudo visa identificar em um segmento da população escolar, as parasitoses que os afligem. Pois, a identificação dos parasitos intestinais de maior incidência entre os estudantes de uma escola recém-inaugurada, associado à identificação dos problemas ambientais em seu entorno, oferece subsídios científicos às autoridades timorenses, e com isso, vislumbra-se medidas de prevenção e controle de doenças adotadas mais eficientes. 1. AS PARASITOSES 1.1 CONTEXTO HISTÓRICO É provável que nos primórdios da história da humanidade, quando os nossos antepassados possuíam hábitos nômades, sobrevivendo como caçadores-coletores sem território fixo, a frequência de infecção por enteroparasitas, especialmente geohelmintos, fosse menor do que quando, após adotar hábitos gregários, o homem passou a ocupar território definido e a cultivar o solo, além de criar animais (SCHANT, 1983). O parasitismo refere-se a qualquer relação recíproca em que uma espécie depende de outra. Esta associação pode ser momentânea ou permanente. Na simbiose, existe uma associação de dois organismos que não podem viver independentemente; no mutualismo, ambos os organismos colhem benefícios, mas o outro não é prejudicado. O termo parasita aplica-se geralmente a um organismo mais débil que obtém de outros alimentos e abrigo, e aproveita todos os benefícios possíveis da associação. A espécie portadora, chamada hospedeiro, pode não sofrer efeitos prejudiciais, ou ver-se afectada por vários transtornos funcionais e orgânicos (BROWN, 1969). São muitas as doenças causadas por parasitos intestinais, entre elas podemos destacar: Ascaridiase, Enterobiose (oxiurase), Ancylostomiase, Estrongiloidiase, Larva migrans viscerale, Giardiase e Amebíase.
  • 4. 4 As enteroparasitoses representam um grave problema de saúde pública em diversos países, em especial, nos países, menos desenvolvidos, ocasionando danos ao desempenho físico e cognitivo dos indivíduos acometidos (CASTRO, 2004). Essas doenças estão reconhecidamente associadas ao baixo rendimento escolar infanto-juvenil, inadequada produtividade no trabalho dos alunos e aumento de gastos com assistência médica (CASTINEIRAS, 2002). Estudos indicam que a prevalência das parasitoses está intimamente relacionada às condições ambientais em que o indivíduo vive, principalmente, em condições de alimentação, abastecimento de água, destinação de esgoto e do lixo. O desconhecimento sobre medidas preventivas contribui para que uma população menos favorecida e, em especial, as crianças, se tornem alvo preferido para a proliferação das parasitoses intestinais; o que constitui um dilema nacional, cuja solução se torna difícil por envolver variáveis como o ambiente, condições sociais económicas e culturais dos afetados (MUNHOZ, 1990). Brown (1969) informa que a transmissão das doenças parasitárias depende de três fatores: (1) ponto de infecção; (2) modo de transmissão; e (3) presença do hospedeiro susceptível. O efeito combinado destes fatores estabelece a existência de um parasita num momento e lugar determinados, e a sua tendência para a disseminação. As probabilidades de infecção aumentam em certas condições, quando o ambiente favorece a existência extracorpórea do parasita faltam medidas sanitárias, ou higiene de grupo. O homem infectado por um parasita pode ser: (1) seu único hospedeiro; (2) seu hospedeiro principal com outros animais, ou (3) seu hospedeiro fortuito, sendo os hospedeiros principais outros animais. Para além da capacidade natural de adaptação do parasita ao hospedeiro, a facilidade de transmissão depende dos costumes da comunidade, assim como da resistência do hospedeiro (BROWN, 1969). 1.2 Higiene e Saúde O conceito “saúde” está geralmente ligado, por oposição, á noção de doença, por isso a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002) define de um modo mais amplo este conceito, referindo que “a saúde é a sensação de completo bem estar-físico, mental e social e não apenas ausência de doença ou enfermidade.” Conforme Silva (2002), a Constituição da OMS, nos seus princípios fundamentais, estabelece que o usufruto do melhor estado de saúde que lhe seja possível atingir constitui um dos direitos fundamentais de todo o ser humano, seja qual for a sua raça, a sua religião, as suas opiniões políticas ou a sua condição econômica ou social. Segundo Guimarães (2007), o conceito de saúde entendido como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não restringe ao problema sanitário ao âmbito das doenças. A higiene pode ser considerada um sistema de regras e práticas que visam a preservação das funções do organismo e a prevenção de doenças, ou seja, um conjunto das práticas que asseguram a limpeza nos ambientes públicos e nos locais de trabalho, ou simplesmente, limpeza e asseio. 1.3 Importância Patogênica As parasitoses intestinais ou enteroparasitoses, decorrentes de protozoários e/ou helmintos, representam um grave problema de saúde pública particularmente nos países subdesenvolvidos onde se apresentam bastante disseminadas e com alta prevalência, decorrentes das más condições de vida das camadas populacionais mais carentes (BENCK, 2006).
  • 5. 5 Estabeleceram-se várias distinções entre os termos infecção e infestação, embora às vezes se empregam indistintamente para se referir à invasão por parasitas. Neste texto, consideraremos infecção à invasão por endoparasitas e infestação ao parasitismo externo dos ectoparasitas (artrópodes, por exemplo) ou à presença de parasitas na terra ou nas plantas. Deve distinguir-se também uma infecção parasitária com sintomas escassos ou ligeiros ou sem sintomas, e uma doença parasitária com dados clínicos evidentes de alterações patológicas. As lesões que o hospedeiro apresenta dependem de fenômenos mecânicos, irritantes ou tóxicos causados pelos parasitas. O grau de lesão depende do número, tamanho, atividade e toxicidade destes, e da sua situação no hospedeiro (BROWN, 1969). 1.4 Dados Epidemiológicos Estudos epidemiológicos da prevalência de parasitos na população mundial indicam que cerca de 25% das pessoas apresenta graves problemas de contaminação por helmintos e protozoários (RAMOS e VALLE, 2005). As parasitoses intestinais, ou enteroparasitoses são determinadas por macroparasitas (helmintos) ou microparasitas (vírus, bactérias e protozoários), são de distribuição universal, com maior prevalência e sintomatologia nos países subdesenvolvidos, atingindo 90%, onde as condições sanitárias são mais deficientes (AZEVEDO, 1999; CHEHTER, 1999). 2. SINTOMATOLOGIA DAS PARASITOSES A sintomatologia pode ser definida como o estudo dos sintomas das doenças. A profilaxia do grego prophýlaxis significa cautela e é definida como a aplicação de meios tendentes para evitar as doenças ou a sua propagação. Nesse contexto, buscaremos os sintomas e profilaxia das doenças causadas por parasitos intestinais, entre elas podemos destacar: Ancylostomíase, Giardíase, Amebíase, Ascaridíase, Enterobiose (oxiurase) e Estrongiloidiase. 2.1 Sintomas das Patologias 2.1.1 Ancilostomíase Ancylostomíase é o nome da doença causada por nematódeos da família Ancylostoma. Entre os membros dessa família destaca-se os parasitas: Necator americanus, Ancylostoma duodenale e Ancylostoma ceylanecium. A ancylostomíase tem transmissão oral e cutânea, e muitas vezes é assintomático, mas, pode causar prurido intenso, crises alérgicas e anemia em pacientes sujeitos a infecções intensas, especialmente quando há certo grau de deficiência alimentar (CIMERMAN, 2002; LEITE, 2002; REY, 2001). 2.1.2 Giardíase A giardíase é uma infecção causada por um parasito denominado Giardia lamblia, sendo mais comum em crianças. Essa patologia normalmente é assintomática, mas, quando sintomática, caracteriza-se por diarreias com cólicas intestinais e má-absorção (REY, 1992; CIMERMAN, 2002). A forma de diagnosticar a giardíase é o exame parasitológico de fezes, com pesquisa de trofozoítos em fezes líquidas e cistos em fezes pastosas. A eliminação de cistos nas fezes não é contínua, portanto, o diagnóstico imunológico representa grande importância na detecção da giardíase. Testes como Elisa e imunofluorescência indireta mostram alta
  • 6. 6 sensibilidade e especificidade, porém, devido ao alto custo, não tem sido muito utilizados (CIMERMAM, 2002). 2.1.3 Amebíase A amebíase é uma doença causada pelo protozoário Entamoeba histolytica. Esta patologia é considerada importante causa de morbi-mortalidade no homem. A transmissão se dá por meio da ingestão de alimentos e água contaminada, podendo ocorrer ainda transmissão de pessoa a pessoa em hospitais, asilos e presídios. Quanto à sintomatologia, em cerca de 90% dos indivíduos a amebíase é assintomática e, quando sintomática, aparecem manifestações decorrentes da invasão da mucosa intestinal pelo parasito (AQUINO, 2001). 2.1.4 Ascaridíase Os aspectos clínicos da ascaridíase estão relacionados à forma de reprodução do Ascaris lumbricoides, isso por que normalmente a ascaridíase humana é pouco sintomática, sendo a severidade da doença determinada pela quantidade de vermes que são albergados pela pessoa infectada. Como o parasito não multiplica dentro do hospedeiro, exposições continuadas a ovos embrionados são responsáveis pelo acúmulo de vermes adultos no intestino (MASSARA, 2006). A seguir podemos ver um exemplar de larvas de Ascaris lumbricoides (Figura 1). Figura 1. Larvas de Ascaris lumbricoides. 2.1.5 Enterobiose (oxiurase) A enterobiose é a doença causada pelo Enterobius vermicularis, de localização preferencial no ceco, apêndice, cólon e reto. A fêmea fecundada migra para a região anal onde faz a postura. Sua presença nesta região causa intenso prurido. O homem é o único hospedeiro e sua transmissão ocorre pessoa a pessoa. A transmissão indireta é possível com a inalação de ovos presentes na poeira e nos utensílios domésticos. A autoinfecção pode acontecer, o que reforça a necessidade de repetição do tratamento. Os ovos ingeridos liberam as larvas no intestino e estas se fixam. O prurido anal noturno e continuado pode levar a uma suspeita clínica de enterobiose. A presença de vermes nos órgãos genitais femininos pode levar a vaginite, metrite, salpingite e ovarite (NEVES, 2000). 2.1.6 Estrongiloidiase
  • 7. 7 A estrongiloidíase tem amplo espectro de manifestações que variam desde doença assintomática até hiper-infecção e estrongiloidíase disseminada. As manifestações agudas podem ocorrer precocemente desde o contato inicial. Os sintomas observados são: eritema serpinginoso onde houve contato da larva com a pele, tosse mimetizando asma devido à migração da larva pelos pulmões, dor abdominal ou diarréia. Essas manifestações são vagas e se assemelham as outras doenças não sendo, habitualmente, diagnosticadas (LUNA et al., 2007). 2.2 Diagnóstico das Parasitoses Intestinais As parasitoses intestinais habitualmente não determinam manifestações clínicas, quando ocorrem, o quadro não é característico. As manifestações clínicas costumam ser discretas, excepcionalmente graves, podendo ser até letais. A diversidade de manifestações clínicas e de lesões está relacionada às características biológicas dos parasitas e às condições do hospedeiro. Inexiste quadro clínico típico de parasitoses intestinais, mas determinados sintomas alertam o clínico, não somente para o diagnóstico, mas até mesmo para a espécie parasitária (CHEHTER e CABEÇA, 2000). 2.3 Tratamento e Profilaxia das Parasitoses Intestinais O diagnóstico correto do parasitismo, pois, em condições mórbidas concomitantes, eventualmente mais graves, o diagnóstico e o tratamento errados podem ser perigosamente protelados. A escolha da droga e posologia adequadas e avaliação da necessidade de repetição de tratamento após duas a três semanas (para as helmintíases com estágio larvar). Para Chehter e Cabeça (2000) priorizar o tratamento da ascaridíase em relação a outras parasitoses em crianças multiparasitadas. E enfatizar a necessidade de adoção de medidas profiláticas, e realizar coproscopias de controle para a comprovação de negativação parasitológica (o controle de cura é laboratorial). Tratar as complicações das parasitoses intestinais. Apesar do avanço farmacológico, ainda não se dispõe da droga ideal para tratamento das parasitoses intestinais: de baixo custo, polivalente, destituída de efeitos secundários, adequada para uso em grávidas, nutrizes e crianças, de alta eficiência para todos os agentes, empregada em dose única e por via oral. Chehter e Cabeça (2000) afirmam que a adoção de hábitos higiênicos é fundamental para evitar a reinfecção e disseminação das parasitoses intestinais, uma vez que o homem é a principal fonte de contaminação. O ciclo de transmissão é rompido quando é rompido o ciclo oro-fecal (contaminação por fezes humanas) e quando o homem se previne ao entrar em contato com animais e seu hábitat, em que o ciclo biológico dos parasitas se completa. 3. METODOLOGIA DA PESQUISA 3.1 LOCAL DA PESQUISA Esta pesquisa foi realizada na Escola Primária Nº 1, Rumbia, Caicoli, Distrito Dili, Timor-Leste. 3.2 POPULAÇÃO ALVO Amostragem probabilística sistemática de 350 alunos timorenses dos 781 alunos da população escolar do primeiro ao sexto ano do ensino primário matriculada na escola. 3.3 INSTRUMENTOS E RECURSOS
  • 8. 8 Foram utilizados os seguintes materiais: microscópio óptico, potes coletores, lâminas de vidro, lamínulas de vidro, espátula de madeira, aplicada de madeira, luvas de borracha, máscaras de proteção, bata branca, questionário padrão, papel, caneta, computador, máquina fotográfica digital 14.1 megapixel e os seguintes reagentes: Formalina 10%, Lugol e Eosina. 3.4 CONCEITOS BÁSICOS DE AMOSTRAGEM Existem dois tipos principais de amostragem: Amostragem probabilística, ou seja,cada elemento da população tem uma probabilidade (não nula) de ser escolhido, e, Amostragem não probabilística, ou seja, a amostragem é restrita aos elementos que se tem acesso (ex: drogados), escolha a esmo (ex: coelhos numa gaiola, escolha de parafusos numa caixa), impossibilidade de sorteio (ex: sangue), amostragem intencional ou por julgamento (ex: escolha de elementos “típicos”) e voluntários (ex: testes de vacina). Os métodos de Amostragem Probabilísticos foram escolhidos por essa pesquisa, pois se pretende extrapolar com confiança para o Universo os resultados obtidos a partir da amostra. Neste tipo de amostragem é possível demonstrar a representatividade da amostra assim como calcular estatisticamente o grau de confiança com o qual as conclusões tiradas da amostra se aplicam ao Universo. Os métodos de Amostragem Probabilísticos são classificados em cinco tipos principais: Amostragem Aleatória Simples, Amostragem Sistemática, Amostragem Estratificada, Amostragem por Clusters e Amostragem Multi-Etápica. Nessa monografia optou-se por utilizar a variante Amostragem Probabilística Sistemática. 3.5 DESCRIÇÃO DAS TÉCNICAS UTILIZADAS A Amostragem Probabilística Sistemática usada nessa pesquisa é uma variante da amostragem probabilística simples que se usa quando os elementos da população estão organizados de forma sequencial. O universo da pesquisa foi composto por 781 estudantes, ou seja, N=781 (enumerados 001, 002,… 781) e retirou-se uma amostra de n= 350 casos. O valor k (onde k=N/n) define o intervalo de amostragem, ou seja, k= 781/350 = 2,23, com isso, entende-se que o autor dessa monografia usou o intervalo de amostragem de k=2 para selecionar a amostra de 350 estudantes. Foi necessário seguidamente escolher ao acaso um número entre 1 e k, que foi representado por r, esse estudante foi o número 1 da lista de frequência da turma 1 do 1º ano do ensino primário. Então, numa tabela de números aleatórios, numa página e colunas escolhidas ao acaso e selecionou-se o número que ocupa a posição r na coluna escolhida. É então o valor desse número que indica o número do primeiro caso a incorporar na amostra. O segundo caso será o que ocupa a posição (r+k), depois o que ocupa a posição (r+2k) e assim sucessivamente até a amostra de n casos estar concluída. Para a análise laboratorial foi usado o Método de Hoffman, Pons & Janer ou Lutz, de Sedimentação espontânea, com adaptações. Esse método é utilizado na pesquisa de cistos de protozoários e ovos de helmintos. Seus procedimentos originais são os seguintes: 1. Dissolver cerca de 10g de fezes em 10 ml de H2O em frasco pequeno; 2. Filtrar em gaze dobrada em quatro, utilizando um cálice de sedimentação; 3. Lavar o frasco 2X despejando a água na gaze; 4. Completar o cálice com água e homogeneizar com bastão de vidro; 5. Deixar em repouso de 2 a 24 horas; 6. Com uma pipeta tampada, retirar uma amostra do fundo do vértice do cálice, destampando a pipeta após imergi-la;
  • 9. 9 7. Examinar ao microscópio, adicionando uma gota da solução de lugol. 3.6 PROCEDIMENTOS Este estudo foi realizado em amostras de fezes coletadas no distrito Dili, na Escola Primária Nº 1 Rumbia, no período de agosto e outubro de 2010. Realizou-se uma amostragem probabilística sistemática, tomando como base 350 dos 781 alunos da população escolar do primeiro ao sexto ano do ensino primário matriculada na escola. O presente trabalho foi desenvolvido no Laboratório do Hospital Nacional Guido Valadares, localizado no bairro Bidau Tocobaru, em Dili. Na Escola Primária Nº 1 Rumbia foi realizada uma reunião da direção da escola com todos os professores e com os pais e/ou responsáveis pelos alunos com o objetivo de informá-los sobre a proposta da pesquisa. Os pais/ou responsáveis permitiram a participação dos estudantes através da assinatura de um termo de consentimento legal. Para cada pai e/ou responsável foram distribuídos: manual sobre normas de procedimentos de colheita das fezes e um frasco coletor com espátula, previamente identificado e contendo solução de formol a 10% para conservação das fezes. Foi solicitada a colheita de uma única amostra fecal a ser devolvida na escola em data pré-estabelecida. Todo o material recolhido foi imediatamente encaminhado ao Laboratório do Hospital Nacional Guido Valadares, onde foi devidamente preparado. A análise coproparasitológica foi executada de acordo com o método de Lutz adaptado, utilizado para verificação de cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos. Foi preparada uma lâmina dividida em duas partes, uma com eosina e outra com lugol, por amostra fecal, individual, e levadas ao microscópio óptico de luz nos aumentos de 10x e 40x para visualização das formas parasitárias presentes. Todas as normas de biossegurança foram rigorosamente seguidas, desde os procedimentos laboratoriais ao descarte do lixo biológico, de modo a garantir a qualidade e segurança da presente pesquisa. Todos os resultados coproparasitológicos foram encaminhados aos pais e/ou responsáveis através da escola, sendo que os mesmos foram orientados a procurar o serviço de saúde municipal para avaliação médica e tratamento especializado das crianças investigadas. 3.6.1 Realização da Palestra Foi realizada uma palestra sobre Educação para a saúde e orientações para realizar a coleta das fezes para todos os 781 estudantes da Escola Primária Nº 1 Rumbia, em Dili, capital de Timor-Leste. Entre os questionamentos feitos destacaram-se as noções de higiene dentro e fora da escola, orientações para os estudantes sobre a importância do hábito de lavar as mãos antes das refeições. A seguir podemos observar a realização da palestra (Figura 2, 3, 4 e 5). . Figura 2. Fotografia dos alunos da Escola Primária No. 01 Rumbia Caicoli.
  • 10. 10 Figura 3. Fotografia do pesquisador na distribuição de potes coletores. Figura 4. Fotografia do pesquisador na palestra sobre educação sanitária. Figura 5. Fotografia do pesquisador instruindo os estudantes na recolha de fezes. 3.6.2 Análises Laboratoriais Para as análises laboratoriais, foi dado a cada estudante um pote coletor de fezes, para que este o devolvesse no dia seguinte. Após o recebimento da amostra, estas foram
  • 11. 11 conservadas em formol a 10%, e tendo esta sido selecionada na amostragem probabilística sistemática, o próximo passo foi encaminhar essa amostra ao laboratório do Hospital Guido Valadares, onde se efetuou o exame parasitológico, usando lugol 5% e eosina 2%. A seguir observamos o laboratório e a análise das amostras pelos técnicos (Figura 6, 7 e 8). Figura 6. Fotografia da Analista Francisca na sala de parasitologia laboratório nacional. Figura 7. Fotografia da analista Mery na observação das fezes no microscópio Figura 8. Fotografia do analista Augusto Mendonça na preparação de fezes
  • 12. 12 3.6.3 Procedimentos para Análise dos Resultados As frequências de parasitoses foram consideradas como percentuais de Helmintos, como os Ancilostomídeos, os Ascaris, os Trichiurius e os Oxiúros, percentual de Protozoários como a Entamoeba e as Giárdias, e o percentual de Platelmintos, como os Cestodeos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS O número de amostras analisadas foi de 350 indivíduos, estudantes em idade escolar. Desse total os resultados apontam que 218 dos alunos estavam contaminados com algum parasita. Os helmintos foram mais prevalecentes, sendo 58% de Ascaris lumbricoides representando o de maior incidência. 18% apresentaram Trichiuri trichura, 12% estavam com Giardia lamblia, 7% apresentaram Hymenolepis nana, 2% para Ancilostoma duodenale e ainda apontou como positivos, 2% para Entamoeba histolytica e 1% para Entamoeba coli. Dos alunos analisados 132 não apresentaram contaminação por parasitos intestinais. Estes resultados podem ser verificados na tabela 1. Tabela 1. Resultados dos exames laboratoriais de fezes Parasitos N. de Amostras Ascaris lumbricoides 126 Trichiuri trichura 40 Giardia lamblia 26 Hymenolepis nana 14 Ancylostoma duodenale 5 Entamoeba histolytica 4 Entamoeba coli 3 Total de positivos 218 Total de negativos 132 Total analisados 350 As parasitoses intestinais são um importante indicador das condições de saneamento em que vive uma dada população. Apesar de em 2010, o Indice de Desenvolvimento Humano apontar uma melhora nas condições de Timor-Leste, agora na posição 120, a população em idade escolar reflete o grau de contaminação em que estão expostas na rede escolar timorense. Pouco se conhece sobre a prevalência atual de enteroparasitoses nas escolas da cidade do Dili. Entretanto, a prevalência geral encontrada nessa pesquisa reforça a dramática situação de um país em reconstrução. Segundo Camillo-Coura (1974), A. lumbricoides e T. trichiura são os helmintos mais comuns em crianças na faixa de seis anos de idade. Nossos dados confirmam este fato e corroboram outros achados feitos em outras regiões do mundo (MONTEIRO et al., 1988; GROSS et al., 1989; SANTANA et al., 1994; GUIMARÃES & SOGAYAR, 1995). Em contrapartida o resultado dessa pesquisa para a Entamoeba histolytica, que foi de 2%, difere da prevalência de 3,0% citada em outras pesquisas de outros países lusófonos, representando um ponto positivo para Timor-Leste (MONTEIRO et al., 1988; CHIEFFI et al., 1988; FERREIRA et al., 1994; GROSS et al., 1989). Tendo por base as entrevistas realizadas foi possível constatar que o estudo da ocorrência de parasitoses intestinais é um dos indicadores adequados para avaliar as condições socioeconômicas da população alvo. Por isso, essa pesquisa confirmou que a infecção por A. lumbricoides reflete adequadamente o grau de saneamento de uma região, como afirma a organização mundial de saúde (OMS, 1985).
  • 13. 13 Portanto, sugerimos que essas infecções devam ser consideradas alvos de controle, com o tratamento das crianças parasitadas e com mudanças nas condições ambientais da escola de Número 1. Rumbia e do entorno de Caicoli, para que haja melhoria de vida dos habitantes dessas áreas. 4.1 IDENTIFICAÇÃO DE HELMINTOS Os exames para identificação dos helmintos presentes nas amostras de fezes foram realizados no laboratório do hospital Nacional Timor-Leste. Os helmintos identificados foram os seguintes: Ancilostomídeos, Ascaris lumbricoides, Trichiuri trichuira e Hymenolepis nana. As análises microscópicas das amostras de fezes indicaram presença de helmintos em 58% das contaminações parasitárias, sendo o mais prevalente o Ascaris lumbricoides. Representando o parasito intestinal mais comum entre os alunos da Escola Primária n. o 1 Rumbia (Gráfico 1). Parasitas Positivos 7% 2% 2% 1% Ascaris lumbricoides 12% Trichuris trichiura Giardia lamblia Hymenolepis nana Ancylostoma duodenale 18% Entamoeba histolytica 58% Entamoeba coli Gráfico 1. Distribuição dos parasitos intestinais nas amostras de fezes dos alunos da Escola N.1 Rumbia. 4.1.1 Ascaris lumbricoides Erivelto Rodrigues Teixeira, 2010 O helminto Ascaris lumbricoides foi identificado nas amostras de fezes de mais de 36% dos alunos. A identificação do ovo de Ascaris lumbricoides pode ser vista na figura 9. Figura 9. Fotografia de ovos de Ascaris lumbricoides em corante de Eosina Aumento de 10x40x
  • 14. 14 4.1.2 Trichiuri trichiura Erivelto Rodrigues Teixeira, 2010 Nas amostras de fezes analisadas foram encontrados ovos de Trichiuris trichiura em 18% dos estudantes da escola. A identificação pode ser vista na figura 10. Figura 10. Fotografia de ovos de Trichiuri trichiura encontrada nas amostras de fezes dos alunos da Escola Primária n. 1 Rumbia. 4.1.3 Ancilostomídeos Nas amostras de fezes analisadas foram identificados em nível de gênero, 2% de indivíduos positivos para Ancylostoma duodenale (Figura 11). Figura 11. Fotografia de ovos de Ancilostoma duodenale encontrada nas amostras de fezes dos alunos da Escola Primária n.o 1 Rumbia 4.2 IDENTIFICAÇÃO DE PROTOZOÁRIOS Os exames para identificação dos protozoários presentes nas amostras de fezes foram realizados no laboratório do Hospital Nacional Guido Valadares Timor-Leste. Os protozoários identificados foram os seguintes: Giardia lamblia, Entamoeba histolytica e Entamoeba coli. Dos casos dos protozoários intestinais identificados 26 são da espécie Giardia lamblia. O restante dos casos positivos, 4 são de Entamoeba histolytica e 3 de Entamoeba coli. No gráfico 2 verifica-se as percentagens os protozoários presentes nas amostras de fezes.
  • 15. 15 Incidência de Protozoários 9% 12% Giardia lamblia Entamoeba histolytica Entamoeba coli 79% Gráfico 2. Distribuição dos parasitos intestinais protozoários, nas amostras de fezes dos alunos da Escola N.1 Rumbia.. 4.2.1 Entamoeba histolytica e E. coli Erivelto Rodrigues Teixeira, 2010 Em uma amostragem de 350 alunos, foi identificado 12% de casos positivos para a Entamoeba histolytica e para Entamoeba coli 9%.. Nas figuras 12 e 13 observa-se cisto desses protozoários identificados na amostra de fezes. Figura 12. Fotografia de cisto de Entamoeba histolytica encontrada nas amostras de fezes dos alunos da Escola Primária n.o 1 Rumbia.
  • 16. 16 Figura 13. Fotografia de cisto de Entamoeba coli encontrada nas amostras de fezes dos alunos da Escola Primária n.1 Rumbia. 4.2.2 Giardia lamblia Nesta pesquisa foram identificados nas amostras de fezes analisadas 12% de casos positivos de Giardia lamblia. Na figura 14 pode-se observar os cistos do protozoário visto ao microscópio. Figura 14. Fotografia de cisto de Giardia lamblia encontrada nas amostras de fezes dos alunos da Escola Primária n.o1 Rumbia 4.3 IDENTIFICAÇÃO DE PLATELMINTOS Os exames para identificação dos platelmintos presentes nas amostras de fezes foram realizados no laboratório do hospital nacional Timor-Leste. 4.3.1 Cestódeos Foram identificados 14 casos positivos para o cestódeo Hymenolepis nana nas amostras de fezes analisadas. A figura 16 pode-se observar o ovo do parasita visto ao microscópio.
  • 17. 17 Figura 15. Fotografia de ovo de Hymenolepis nana encontrado nas amostras de fezes dos alunos da Escola Primária n.1 Rumbia. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa que visa traçar o perfil epidemiológico de parasitos intestinais nos estudantes da Escola Primária n. 1 Rumbia identificou em 350 amostras resultados positivos em 58% para o parasito Ascaris lumbricoides, figurando como o agente mais comum na escola. Em seguida em ordem decrescente tivemos amostras positivas de Trichiuris trichiura, Giardia lamblia, Hymenolepis nana, Ancylostoma, Entamoeba histolytica, e por fim a E. coli. Dessa forma foi possível traçar o perfil epidemiológico da Escola Primária n. 1 Rumbia que apresentou percentuais e diversidade de parasitismo comparáveis às demais regiões de países em desenvolvimento, e que os dados obtidos estão dentro dos resultados esperados pela Organização Mundial de Saúde para países em desenvolvimento, mas que é preciso haver uma melhora no saneamento, principalmente nas condições de higiene das casas de banho e dos esgotos nas proximidades da escola, há muita falta de orientação sobre questões de higiene para população. Há necessidade de dedicar mais atenção e planejamento estratégico dos dirigentes para captação de recursos financeiros a fim de implementar as ações que viabilizem o controle das parasitoses nas escolas de Timor-Leste. As práticas educacionais quando bem aplicadas levam as pessoas a adquirirem os conhecimentos para prevenção de parasitoses, alcançando objetivos propostos e evidenciando o valor da orientação pedagógica para a conscientização da população. Analisando o perfil epidemiológico que aponta a quando contaminação por verminoses, percebe-se que se faz necessário sugerir algumas recomendações, portanto: 1. Para o controle das parasitoses intestinais em crianças da escola primária de Timor-Leste que estudam e residem em áreas com saneamento básico precário, indicam-se medidas de educação para a saúde, visando à melhoria das condições de higiene individual e comunitária e o uso periódico de antiparasitários para as enteroparasitoses mais prevalentes, como no caso dessa pesquisa para o parasito Ascaris lumbricoides; 2. E finalmente intensificar campanhas de educação ambiental, principalmente por que Díli ainda é uma cidade considerada pequena para os padrões mundiais; 3. Um controle sanitário aprimorado, que já se observa em campanhas de limpeza às sextasfeiras, tido como o dia da limpeza em Timor-Leste, deveria ser direcionado para a forma de apresentação da infraestrutura do distrito, ou seja, fechar os esgotos à céu aberto e mudar a forma de apresentação das casas de banho nas escolas, excluindo o tanque de água que existe em todas as casas de banho que só fazem aumentar a proliferação de mosquitos e consequente de doenças como malária e dengue;
  • 18. 18 4. O perfil epidemiológico da Escola Primária n.º 1 Rumbia mostrou a grande contaminação por verminoses, isso pode ser combatido com ações de higiene que podem ser ensinadas na própria escola. Ensinar o aluno da importância de lavar as mãos antes de se alimentar e após usar a casa de banho são medidas básicas que elevarão a qualidade de vida dos cidadãos timorenses e contribuirão para a elevação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de Timor-Leste cada vez mais; 5. Ao se comparar os dados dessa pesquisa com outras realizadas em outras partes do mundo se percebe que a situação de Timor-Leste, apesar de ser um país novo, está em níveis próximos. Hoje, Timor-Leste ultrapassou vários países africanos e asiáticos em questões de desenvolvimento humano, e esses números tendem a melhorar na medida em que o país se reconhece em estudos como o desta monografia. Assim, espera-se que as ações governamentais possam ir à raíz do problema, e assim obter uma remediação ou uma prevenção mais eficaz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AQUINO, L. J. Amebíase. In: FERREIRA, A. W.; ÁVILA, S. L. Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosa e auto-imunes. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 232- 240, 2001. AZEVEDO MF – “Parasitoses causadas por protozoários e helmintos”. In Caria CF, Lee Hh, Woeltje Kf. Trad. Azevedo MF, Hennenmann TLA – Washington. Manual de Terapêutica Clínica. 29a Edição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, pp. 603-611, 1999. BARBIERI, Jose Carlos. Ciências Biológicas - Ecologia. 1ª Edição VOZES: Rio de Janeiro, 1997. BLAGG, W.; SCHLOEGEL, E. L.; MANSUR, N. S. G. & KHOLAF, G. I. A new concentration technic for the demonstration of protozoa and helminth eggs in feces. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, 4:23-28, 1955. CAMILLO-COURA, L., Contribuição à profilaxia das geo-helmintíases. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 8:341-356, 1974. CAMPOS R, BRIQUES W. Levantamento multicêntrico de parasitoses intestinais no Brasil, Rhodia, 1993. CASTINEIRAS, T.M.P.P & MARTINS, F.S.V. 2000-2002. CASTRO, A. Z; VIANA, J.C.; PENEDO, A.; DONATELE, D. M.2004. Levantamento de Parasitoses intestinais em escolas da rede pública na cidade de Cachoeiro de itapemirim – ES. NewsLab 64a edição, 2004. CHAN, L.; BUNDY, D. A. P. & KAN, S. P.Aggregation and predisposition to Ascaris lumbricoides and Trichuris trichiura at the familial level. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, 88:46-48, 1994. CHEHTER L, CABEÇA M, “Parasitoses Intestinais”. In Prado FC, Ramos J, Valle JR. Atualização terapêutica: manual prático de diagnóstico e tratamento. 19a edição. São
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