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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
BEATRIZ CAPUCHO, CAMILA LORENA, CARLOS EDUARDO,
ISABELA SANTOS, THEANDRA NAVES E THOMAZ PECEGO
WEB QUEST - CAFÉ
Lorena - SP
2017
BEATRIZ CAPUCHO, CAMILA LORENA, CARLOS EDUARDO,
ISABELA SANTOS, THEANDRA NAVES E THOMAZ PECEGO
WEB QUEST - CAFÉ
Trabalho apresentado à disciplina
História do Vale do Paraíba, do 6º
período do 3º ano do curso de
História, para avaliação parcial.
Lorena - SP
2017
Questão 1- Selecionem três textos sobre o assunto em foco e façam
resumo e comentários (artigos, estudos, resenhas e livros). Citem as
fontes dos textos.
Cafeicultores e Conservadorismo no Vale do Paraíba.
Na segunda metade do século XVIII, para combater a crise da
mineração, na capitania de São Paulo, os governantes buscaram a solução na
instalação de engenhos de açúcar, e de expansão mercantil. Seguindo a ideia
de produzir para enriquecer, as cidades cresceram em busca das exportações.
Os senhores do café passavam a se tornar conservadoristas, sua
riqueza dependia do seu modo de vida, vida essa que se moldava conforme à
dinâmica dos mercados consumidores.
No vale do Paraíba os Liberais haviam sido derrotados e estavam sendo
controlados pelo governo depois de 1842, e havia sido estabelecido também o
Convênio do Café, o que contribuiu para o conservadorismo.
Em 1906, com o objetivo de combater a crise cafeeira, foi estabelecido o
Convenio do Café, focado no aumento de consumo do café e estabilização da
moeda. Que funcionava através da compra e venda de café controlada, de
forma a desestimular a expansão das plantações de café.
Nas últimas décadas do século XIX, a produção de café em São Paulo,
já ultrapassava a do Rio de Janeiro, com a atribuição de navios a vapor, as
produções para exterior cresceram se parar, em 1882, essa produção era bem
maior que a demanda mundial, o que trouxe uma crise.
A partir de Taubaté, através do Convenio do Café, o mercado nacional
foi comandado do Vale do Paraíba. Porém as oligarquias perderam o controle
de seu plano, pois esqueceram-se de avaliar a possibilidade da produção de
cafés em outros países aumentar, enquanto estavam restringindo as nacionais
em busca do controle da moeda.
“Em suma, os mecanismos criados em defesa da economia cafeeira,
pelo Convênio de Taubaté, tiveram efeitos apenas imediatos, transferindo para
o futuro a resolução de um problema cada vez mais grave. ”
Francisco Sodero Toledo
Vale Do Paraíba
Pessoas, Instituições e Movimentos.
Edson D. Castilho e Fabio J. G. dos Reis.
O Café no Vale do Paraíba: Origem e Decadência Alan Alves Brito
Conceição
O plantio do café, de acordo com Motta Sobrinho (1978), teria chegado
primeiro ao vale fluminense e, logo em seguida, ao Vale do Paraíba. Fato este
que ocorreria imediatamente após o esgotamento do ouro das Minas. Apesar
da planta ter chegado ao Brasil no século XVIII, foi apenas no centenário
seguinte que teve início o ciclo da economia cafeeira. No final do século XVIII,
o senhor José de Aguiar Toledo e sua esposa Maria do Espírito Santo Ribeiro
Valim foram morar em Bananal, que pertencia à freguesia de Areias.
Inicialmente optaram pela produção de algodão, principal matéria prima
durante a primeira Revolução Industrial. No entanto, o algodão presenciou um
declínio muito rápido. Ainda na primeira década do século XIX;
Bocchi, Borges, Lacerda, Marques e Rego (2000) explicam que os
fazendeiros mantinham relações comerciais com as casas comissárias, com o
objetivo de adquirir crédito para manter a fazenda e iniciar a produção cafeeira.
A figura do comissário ganha destaque, pois “residia no fato de que o crédito,
durante todo o século passado e até 1930, era basicamente constituído de
empréstimos pessoais. Em conseqüência, o conhecimento e as relações
pessoais assumiam relevância na concessão do financiamento” (BOCCHI,
BORGES, LACERDA, MARQUES, REGO, 2000, p. 36).
O conto Cidades Mortas reflete a maneira mesquinha como as famílias
produtoras de café pensavam como deveria ser a sociedade brasileira,
baseado em um modelo arcaico, herança da colônia portuguesa de exploração.
Lobato (1978, p. 4) descreve a situação vivida por esses municípios após o
ciclo do café; “avultam em número, nas ruas centrais, casas sem janelas, só
portas, três e quatro: antigos armazéns hoje fechados, porque o comercio
desertou também. Em certa praça vazia, vestígios vagos de „monumento‟ de
vulto”. Para Lobato (1978), cidades mortas convivem com palácios mortos.
A nova geração, segundo Lobato (1978, p. 4), deixa a cidade ainda
menino. Apenas “ficam as moças – sempre fincadas de cotovelos a janela,
negaceando um marido que é um mito em terra assim, donde os casadouros
fogem. Pescam ás vezes, as mais jeitosas, o seu promotorzinho, o seu
delegadozinho de carreira”. Os rapazes partem para a cidade grande em busca
de uma colocação profissional, fugindo da subsistência.
Geografia da escravidão no Vale do Paraíba Cafeeiro.
Marco Aurélio dos Santos.
No sec. XIX, era como afirmar que o Brasil era o vale, já que a produção
de café estava concentrada em São Paulo e Rio de Janeiro, a oferta dessa foi
decisiva quanto a fabricação de bebida estimulante, tornando obrigatória para
os trabalhadores de centros urbanos.
O processo que resultou na imensa cobiça brasileira pelos escravos
africanos, o comercio de escravos nacional disparou.
Para comandar o trabalho escravo, os senhores ordenaram o espaço
das fazendas com o objetivo de impor rígidos protocolos disciplinares. A vida
escrava deveria obedecer a uma ordem espacial que regularia minuciosamente
seu tempo e movimento. Os escravos, no entanto, operando dentro do campo
estipulado pelos senhores, procuraram a cada momento inverter a lógica
espacial que lhes era imposta e, ao fazê-lo, lograram criar uma geografia
alternativa àquela dos senhores. No entrechoque da geografia dos senhores e
da geografia dos escravos, produziu-se a dinâmica concreta da escravidão no
mundo do café.
Para compreender essa perspectiva, basta olhar para as fazendas em
bananal, que foram, e ainda são construções marcantes, com traços únicos, e
com suas histórias assustadoras.
Questão 2- Relacionem imagens (3) e vídeos (3) sobre o assunto proposto
com indicação e comentário crítico sobre o conteúdo.
IMAGENS:
VÍDEOS: Região do Vale do Café concentra até hoje fazendas históricas:
https://www.youtube.com/watch?v=nNOS1kPYFUw
Coleções: Rotas - Rota do Café:
https://www.youtube.com/watch?v=sl5Xo3IVQa0
Bananal: Antiga Capital Mundial do Café – Programa ETC:
https://www.yotube.com/watch?v=YluqZiemsB4
COMENTÁRIO:
Os vídeos apresentam resumos sobre a passagem do café pelo Vale do
Paraíba paulista e fluminense, evidenciando o sistema de plantio, a escravidão
e o emprego de imigrantes (principalmente italianos) a partir do momento em
que o trabalho assalariado no Brasil começou a ganhar forma.
Os vídeos continuam falando também sobre a importância das estradas de
ferro e como isso influenciava na economia brasileira da época, sem deixar de
mencionar que no ano de 1870, o Vale do Paraíba se tornou o maior produtor
de café do Brasil. Mostram também como o Brasil ainda permanece com a
herança do gosto pelo café e como este deixou de ser apenas um gosto das
elites para fazer parte também do gosto do povo.
Questão 3- Apresentem dúvidas e questionamentos. "Caixa de
Minhocas".
Questão 4- Caracterizem: fazendas de café; comissário do café;
arquitetura do café; catolicismo popular.
• Arquitetura do Café
Para compreender a arquitetura rural cafeeira deve-se tomar cada elemento do
seu complexo produtivo, primeiro isoladamente e depois a partir de uma visão
sistêmica, integrando todo o conjunto arquitetônico de uma fazenda de café
típica: o núcleo industrial (terreiros, tulhas e casas de máquinas); os viveiros e
casas de vegetação; os núcleos habitacionais (casa-grande e senzala, ou sede
e colônia); a própria arquitetura do cafezal, influenciada pela evolução técnica
do maquinário agrícola e também pelas condições locais socioeconômicas e
ecológicas; e, finalmente, os edifícios e instalações destinados a abrigar
atividades complementares e suplementares da fazenda. Durante o período em
que o café foi a principal indústria brasileira (meados do século XIX a meados
do século XX), a arquitetura das fazendas cafeeiras evoluiu em consonância
com as transformações culturais (tecnológicas, socioeconômicas, políticas etc.)
ocorridas na sociedade em cada época.
Podem-se definir duas linhas distintas dessa evolução arquitetônica:
• a das grandes propriedades cafeicultoras; que se iniciou com as fazendas
autárquicas do Vale do Paraíba, e evoluiu para as grandiosas empresas
agroindustriais do oeste paulista;
• a das pequenas e médias propriedades cafeicultoras, que passou a ser
desenhada pela nova realidade encontrada nas pequenas e médias
propriedades rurais do Oeste novo paulista, onde a cafeicultura foi implantada
sob os efeitos perniciosos da crise de 1929 e, depois, sob a ameaça constante
de um grave processo de erosão que degradava rápida e profundamente suas
terras arenosas.
A arquitetura das fazendas quase autárquicas da região do Vale do Paraíba,
tributária de um sistema produtivo que se expandiu a partir do Rio de Janeiro,
evoluiu de acordo com a lógica determinada pelo modo brasileiro de se
produzir café, atingindo seu auge com as empresas rurais da região de
Ribeirão Preto, no oeste paulista, já durante as duas primeiras décadas do
século XX.
Encontram-se na região de Campinas remanescentes arquitetônicos em
fazendas que atingiram o apogeu durante a década de 1880, quando ocorreu
uma profunda transição entre a arquitetura que se praticava nas fazendas do
Vale do Paraíba e a que viria a ser praticada na região de Ribeirão Preto, onde
se deu o pleno desenvolvimento do novo modelo. Portanto, pode-se constatar
a existência de fazendas cuja arquitetura guardava, inicialmente,
características semelhantes às das fazendas do Vale do Paraíba e, depois,
modificando-se radicalmente, transformaram-se nos modelos seguidos pelas
sofisticadas empresas cafeeiras de Ribeirão Preto.
Entre as principais mudanças relacionam-se as seguintes: a casa-grande e a
senzala são substituídas por sedes rodeadas de jardins e casas de colônia; dá-
se também a substituição dos equipamentos primitivos por máquinas industriais
movidas a água, e depois a vapor ou eletricidade; o advento da ferrovia ao
invés das "tropas de muares" exige a construção de pequenas plataformas de
embarque próximas aos armazéns e às colônias da fazenda; e o núcleo
industrial agiganta-se se transformando no principal componente arquitetônico
da grande empresa produtora de café.
A arquitetura das fazendas de café em meados do século XIX era concebida
para:
• organizar os espaços, e as formas dos sítios e edifícios que abrigavam os
primitivos equipamentos movidos pela força hidráulica, os escravos e a grande
quantidade de semoventes (animais de trabalho);
• planejar o layout do cafezal, implantado nas encostas do mar de morros
(nome que se dava à região do Vale do Paraíba devido à sua topografia,
conformada por uma série de pequenos morros), sem a preocupação com o
trato mecanizado, nem com o plantio em nível;
• desenhar a grande quantidade de instalações complementares e
suplementares destinadas ao abastecimento e à manutenção de uma unidade
de produção quase autárquica.
Por sua vez, a arquitetura das modernas empresas cafeicultoras, implantadas
quase 50 anos depois das do Vale do Paraíba, na região de Ribeirão Preto foi
desenvolvida para:
• encerrar grandes núcleos industriais, com enormes terreiros e usinas de
beneficiamento providas de máquinas sofisticadas acionadas por motores a
vapor e, depois, elétricos;
• projetar e implantar na terra roxa imensos cafezais;
• organizar locais de moradia e de atividades comunitárias para as famílias de
colonos, imigrantes europeus;
• prever locais, junto às estradas ou ramais ferroviários, para embarque e
desembarque da produção.
A transição entre a tradicional arquitetura quase autárquica do Vale do Paraíba
para a das grandes empresas agroindustriais do oeste paulista ocorreu na
região de Campinas, comprovando o desenvolvimento do núcleo industrial das
fazendas, saindo de um pequeno conjunto arquitetônico e chegando a grandes
complexos integrados de obras civis.
Essa transformação deu-se gradualmente, obedecendo à lógica de um longo e
contínuo processo que atingiu seu auge no final do século XIX, quando
aconteceram importantes eventos da história do Brasil (abolição da
escravatura, em 1888; e proclamação da República, em 1889) que modificaram
a estrutura da sociedade brasileira.
A região de Campinas, centro polarizador dessa moderna cafeicultura, recebeu
investimentos privados, como a instalação da indústria de máquinas agrícolas e
a de máquinas para o beneficiamento de produtos agrícolas; e públicos, como
os recursos governamentais para instalar o maior complexo de ciência e
tecnologia do setor agroindustrial brasileiro, primeiro com a fundação do
Instituto Agronômico de Campinas (1887), e mais tarde, com a instalação de
diversas instituições de pesquisa e extensão, transformando a região no
grande núcleo gerador de tecnologia agroindustrial do Brasil.
A linha evolutiva da arquitetura do complexo produtivo das fazendas cafeeiras
paulistas sofreu um gap com a crise de 1929 e a Revolução de 1930. A "onda
verde" formada pela expansão dos cafezais pelo território de São Paulo chegou
às novas regiões (Noroeste, Alta Paulista e Sorocabana), onde a arquitetura da
produção cafeeira sofreu significativas mudanças:
• o núcleo industrial das fazendas diminuiu de tamanho e complexidade, pois
as operações de beneficiamento e armazenamento da produção passaram a
ser feitas preferencialmente nas cidades, em cooperativas de produtores e
centrais atacadistas;
• as casas-sede, colônias e demais instalações acessórias (complementares e
suplementares) também se tornaram mais modestas, quando não
desapareceram totalmente dos sítios e fazendas, uma vez que o proprietário e
os trabalhadores rurais passaram a viver nas cidades mais próximas;
• o cafezal, aos poucos, passou a ser projetado em função da possibilidade de
utilização de máquinas agrícolas no trato da lavoura;
• e, desse modo, a arquitetura do complexo produtivo da maioria das
propriedades do chamado oeste novo paulista tornou-se bastante identificada
com a própria arquitetura do cafezal.
O território paulista foi ocupado pela cafeicultura em diferentes períodos,
ficando marcado por características próprias deixadas por processos
específicos de implantação e expansão dessa atividade agroindustrial. Distintas
situações socioeconômicas e disponibilidades físicas, como a rede e os meios
de transporte, as formas de posse e uso da terra, as relações de trabalho, o
desenvolvimento das técnicas agrícolas, os sistemas de preparo do café e a
realidade do mercado internacional condicionaram a evolução da ocupação de
São Paulo, determinando, em cada período, o modo de produzir e preparar o
café e o perfil da arquitetura das fazendas.
As primeiras fazendas abertas no Vale do Paraíba exigiram de seus
fundadores muitos esforços. O processo de implantação consistia na derrubada
da mata, escolha do local da sede (de preferência perto de rios ou ribeirões) e
construção de um galpão provisório. A seguir formavam-se um pomar e hortas
para o consumo próprio e plantava-se o café. As fazendas eram praticamente
autárquicas.
Os cafezais foram implantados em território íngreme, sujeito à erosão. Não se
sabia da necessidade de implantar as fileiras de café em curvas de nível. O
desconhecimento técnico levou à locação das fileiras em linhas retas,
perpendiculares à encosta, desenho que facilitava a implantação do cafezal,
mas estabelecia uma condição propícia para a erosão do solo. O ciclo do café
no Vale do Paraíba ocorreu entre as décadas de 1820 e 1880, transformando-
o, em meados do século XIX, na região mais rica do Brasil.
As primeiras casas-grandes eram dotadas internamente de grandes salões e
pequenas alcovas sem ventilação, e externamente, de terraços e alpendres ao
centro ladeados por escadarias. Pomares e hortas rodeavam-na, assim como
outras construções: as casas do administrador e de outros trabalhadores
especializados como o escrivão, o chaveiro, o arreador, e o tropeiro; a
marcenaria; a tenda do ferreiro; as tulhas; despensas, paióis; os quartos dos
arreios e selas; a enfermaria; e a cozinha dos escravos. Quanto aos edifícios
destinados à produção, além do tradicional núcleo industrial da fazenda de café
(terreiro, tulha e casa das máquinas), havia os engenhos de açúcar, o
alambique, o moinho, as casas de farinha e outras pequenas fábricas.
Os terreiros de café situavam-se bem defronte à casa-grande, de maneira que
o fazendeiro pudesse ter sempre à vista todo o núcleo industrial. Um pouco
mais distante situava-se a senzala, cuja planta normalmente era disposta "em
quadrado", e cujo acesso era possível apenas por um portão.
O complexo arquitetônico também era composto por pequenas fábricas de
utensílios, como sabões feitos com banha animal, velas de cabo, e óleo de
mamona para os candeeiros. Pequenas agroindústrias produziam o fubá, a
farinha de mandioca e de milho; além de alguns produtos farmacêuticos para o
consumo local. Nas fazendas que abrigavam muitos escravos podiam ser
encontradas pequenas indústrias processadoras de algodão, destinadas à
confecção de roupas, lençóis e sacaria. Em outras, era possível observar a
presença de tecelagens para fazer os cobertores dos escravos. A tintura dos
tecidos, além do anil, era feita com materiais extraídos de plantas.
As técnicas construtivas empregadas nos edifícios das fazendas eram
associadas à disponibilidade de recursos materiais, às contingências do meio e
à cultura regional. A insolação era fundamental para as tarefas de secagem
dos grãos no terreiro, bem como de sua conservação e armazenamento (que
exigem ambientes secos e ventilados); e a importância da água era evidente
(utilizada para acionar a roda, para os serviços domésticos e para transportar e
lavar os grãos de café). Por isso a sede das fazendas ficava em locais bem
drenados e expostos ao sol, porém próximos a um córrego.
Canais artificiais construídos nas encostas dos morros, subterrâneos em
muitos trechos, conduziam a água até as rodas d'água. Sua manutenção exigia
conhecimentos básicos de hidráulica para a prevenção de problemas como o
entupimento ou o assoreamento, e o descontrole da velocidade e do volume
d'água. Era preciso contar com pessoas tecnicamente preparadas para
trabalhar com cantaria, pois excluindo o bicame, as comportas, os ralos, as
turbinas e os demais aparatos eram feitos de pedra.
Até o final da década de 1870, o conjunto de edifícios que compunha uma
fazenda de café era, em geral, desenhado "em quadra". Ao redor de sua forma
original agregavam-se apêndices, como novos terreiros e, nas bordas desses,
edificações adicionais. A implantação em torno do terreiro determinava a forma
regular do conjunto. As necessidades funcionais da fazenda e as técnicas de
construção disponíveis se integravam naturalmente, gerando desenhos e
formas específicas e originais.
As primeiras fazendas de café do oeste paulista, na região de Campinas,
tinham como modelo de organização e arquitetura as fazendas do Vale do
Paraíba, sendo quase autossuficientes no que diz respeito a alimentos,
materiais de construção, animais de tração etc. No entanto, gradativamente,
elas foram passando por grandes transformações arquitetônicas e
organizacionais para se adaptar ao novo contexto socioeconômico, servindo,
mais tarde, de parâmetro para a formação das demais fazendas da nova
fronteira agrícola.
O advento da estrada de ferro alterou a administração das fazendas,
permitindo que seus proprietários se mudassem para São Paulo que, como
capital do estado, cresceu muito a partir de então. O progresso no campo das
comunicações, incluindo-se os serviços telegráficos e postais diários,
possibilitou ao fazendeiro, cada vez mais ausente da propriedade, o
gerenciamento da lavoura por meio de relatórios diários emitidos por seus
administradores, figuras importantes para a condução do processo gerencial.
Na época da colheita, os fazendeiros supervisionavam as operações de
beneficiamento do café, verificando ainda a situação dos cafezais e dos
trabalhadores no fim do ano agrícola (que vai de julho a junho). As construções
destinadas à produção eram rústicas: depósitos, galpões para o
beneficiamento, oficinas, às vezes uma capela e uma farmácia. A casa
destinada a abrigar os proprietários nas temporadas de colheita tornara-se
mais simples e sem tantos ornamentos, erguidas com tijolo rebocado, com
paredes internas de taipa, normalmente de planta retangular, com salões
centrais assoalhados, quartos e outros cômodos complementares.
No chamado oeste novo paulista, a partir da década de 1930, definiram-se os
outros paradigmas da cafeicultura contemporânea. O padrão de acumulação
agrário exportador encerrou-se ao final desse decênio com o crack de 1929 e a
Revolução de 1930, iniciando-se uma nova fase da história econômica
brasileira. Nessas novíssimas zonas cafeeiras, às vésperas da crise de 1929, a
tradicional fazenda passou a conviver com o recém-chegado sítio de café.
Todavia, já na década de 1940, era nítida a tendência de que o sítio de café,
possuindo uma arquitetura específica e apropriada aos novos parâmetros
impostos pelo sistema produtivo, prevaleceria como a principal unidade de
produção do complexo agroindustrial-comercial do café no Brasil. Na maioria
desses sítios, a colônia desapareceu, devido ao êxodo dos trabalhadores para
as cidades, surge então à figura dos boias-frias. Algumas casas isoladas, em
geral de madeira, são espalhadas pela propriedade. A sede tornou-se muito
simples, ou até inexistente, restringindo-se a um pequeno escritório, ou à
própria casa do administrador.
O sítio de café difere em muitos aspectos das grandes fazendas, suas
antecessoras. No entanto, o terreiro permaneceu, embora com dimensões mais
modestas, o suficiente para secar em poucos dias o volume a ser transportado
às cooperativas ou às centrais privadas de beneficiamento. Nessas empresas o
produto era preparado em máquinas dotadas de tecnologia sofisticada e de
grande capacidade de processamento. O núcleo industrial (outrora a parte mais
nobre das fazendas de café) restringe-se, agora, apenas ao terreiro, um
barracão de madeira e uma pequena tulha. Portanto, as unidades de produção
de café do Oeste novo paulista não seguiram o paradigma arquitetônico
prevalecente até então, mas sim a lógica de desenvolvimento do capitalismo
urbano-industrial que surgiu no Brasil após a crise de 1929, segundo a qual a
agricultura passa a ser praticada preferencialmente em pequenas e médias
propriedades, formando a base do que os americanos passaram a chamar de
agribusiness.
• Catolicismo popular
O catolicismo popular é uma das modalidades do catolicismo e tem a sua
funcionalidade a partir da figura nuclear que são as devoções aos santos.
Dito de outra maneira, esse catolicismo pode ser definido usando a
expressão popular: “muita reza, pouca missa; muito santo, pouco
padre”.
Há uma fragmentação deste tipo de catolicismo popular quando recebe
uma ação repressiva e utilizante face ao catolicismo oficial. Essa
repressão por parte da cultura oficial ocorre, sobretudo em não pretender
compreender os diversos elementos significativos que compõem esse
catolicismo, estabelecendo uma dicotomia cultural que se exprime na
existência de uma cultura oficial dominante e outra meramente popular e
muitas vezes considerada como algo periférico e supersticioso. Para
tanto, ambas as culturas relacionam-se numa contínua tensão, sendo que
a cultura oficial acaba provocando continuamente dois posicionamentos à
cultura não-oficial: a repressão e a utilização.
O catolicismo popular é uma devoção aos santos, às romarias, as
novenas, as procissões, as bênçãos, a festa de padroeiro, as promessas.
As devoções aos santos na cultura popular se apresentam como resposta
para dar sentido a sua vida. Surge daí a importância do santo na vida dos
devotos do catolicismo popular, pois o contato com o santo ocorre de
forma direta, sem nenhuma intervenção por parte da institucionalidade. A
romaria de Juazeiro do Norte é, sem dúvida, um momento forte de
devoção do catolicismo popular, pois, ali as suas promessas são pagas,
as penitências são feitas, os terços são rezados. Tudo isso acontece sem
nenhuma interferência de fora.
O catolicismo popular se consolida numa vivência doméstica com os seus
oratórios (familiares), as pequenas capelas (nível local) e os santuários
(nível regional). Esse catolicismo popular exerce uma função bastante
vital para o povo que vive na labuta diária pela sobrevivência. São
manifestações religiosas inseridas dentro de um mundo de saber, de
práticas e na maioria das vezes como reação, cultuadas e vividas nas
classes populares.
• Fazendas de Café
As plantações de café foram fundadas em grandes propriedades monocultoras
trabalhadas por escravos, substituídos mais tarde por trabalhadores
assalariados: as grandes fazendas de café.
Estas fazendas ficaram famosas por sua arquitetura típica e seus
equipamentos. Tanques em que o grão é lavado logo depois da colheita,
terreiros para secagem, máquinas de seleção e beneficiamento fazem parte
desse ambiente. A senzala dos escravos ou colônias de trabalhadores livres
finaliza a caracterização das fazendas cafeeiras. A fazenda de café, desde a
semente até a xícara, era um pequeno mundo, quase isolado.
O desenvolvimento da produção cafeeira esteve intimamente relacionado com
a quantidade de mão-de-obra disponível. Para incentivar a produção de café, a
administração do Estado de São Paulo fez da questão imigratória o projeto
central de suas atividades, estabelecendo um sistema que oferecia auxílio
formal à imigração europeia, principalmente à italiana. Por meio de um
programa que cuidava da propaganda em seu país de origem, os imigrantes
eram trazidos desde seu domicílio na Europa até a fazenda de café. A
imigração ajudou na conquista de áreas ainda não exploradas, permitindo
rápido desenvolvimento do Estado de São Paulo.
Com a mão-de-obra imigrante a cultura ganhou impulso e durante três quartos
de século, quase toda riqueza do país se concentrou na agricultura cafeeira. O
Brasil dominava 70% da produção mundial e ditava as regras do mercado.
Nessa época os fazendeiros de café se tornaram a elite social e política,
formando umas das últimas aristocracias brasileiras. A opulência dos
plantadores de café permitiu a construção dos grandes e bonitos casarões das
fazendas e de mansões na cidade de São Paulo e financiou a industrialização
no sudeste do país.
• Comissário do café
João Ênio Casalecchi configura o comissário do café como financiador e
conselheiro do fazendeiro de café. Recebia os produtos e supria as
necessidades anuais da fazenda através do penhor da agrícola. E Nilson
Moraes complementa que ao comerciante cabia à função de prover ao
fazendeiro os recursos necessários para a formação da lavoura e para o trato
do cafezal e a colheita do café. Em outras palavras, cabia ao comerciante
fornecer os recursos para a formação do capital fixo e de giro da produção. Era
o comerciante, pois, o “banqueiro” da lavoura. Na ausência de um sistema
bancário, público ou privado, ligado diretamente à produção, o comerciante de
café chamava para si o papel fundamental de suprir o crédito necessário. Em
contrapartida, exigia reciprocidade do fazendeiro, pois a produção era entregue
aos seus cuidados, que consistiam no preparo e na venda do café, ganhando
uma comissão que na época era fixada em 3% do valor da venda. O
comerciante fornecia o crédito ao fazendeiro; em troca, adquiria um cliente
cativo. O relacionamento comercial entre a casa comissária e a fazenda
principiava pelo fornecimento de crédito ao fazendeiro, tanto para a formação
da lavoura quanto para o custeio da fazenda. Ao que tudo indica ao fazer o
repasse do crédito bancário ao fazendeiro, o comissário não auferia lucro. Isto
é, a taxa cobrada ao fazendeiro era a mesma cobrada pelo banco à casa
comissária. Durante todo o século XIX, ainda sob o regime da escravidão nas
fazendas de café, esse papel de comerciante-banqueiro era o exigido do
comissário. O sistema geral de venda de café em São Paulo, desde os mais
remotos tempos a que nos chega a tradição, era, depois de transportado o
produto ao porto do mar, consigná-lo a um comerciante que, por sua vez, o
colocava no mercado consumidor. O comissário continuou a exercer suas
funções até pelo menos os primeiros anos do século XX. Mesmo depois, até a
crise de 1929, conservou ainda parte da sua importância na ausência de um
sistema bancário ligado à produção. O acesso dos comissários ao
financiamento bancário bem como a inexistência de um vínculo efetivo entre os
bancos e os fazendeiros no começo do século atual, residia na própria
natureza da empresa do café. De um lado, os capitais da época, fossem eles
nacionais ou estrangeiros, estavam aplicados basicamente no grande negócio
que era o comércio do café. Sendo o produto uma das mercadorias de maior
valor no comércio internacional, era na esfera da comercialização que se
realizavam os grandes negócios, acumulavam-se fortunas e prosperavam as
empresas. Evidentemente, a produção de café proporcionava lucros ao
fazendeiro, mas, menores que aqueles que se auferiam na sua
comercialização, não apenas no âmbito doméstico, mas também, e, sobretudo,
nas exportações.
REFERÊNCIAS:
CASALECCHI, João Ênio. O Fazendeiro de café como representante da
casa comissária: O estudo de uma correspondência. Rio de Janeiro, 1934.
Disponível em: http://www.nilsonmoraes.pro.br/nut/Nut-Eco-1pdf.pdf . Acesso
em: 07/09/2017
FERRAZ, André M. de Argollo. Arquitetura do café. Campinas: Editora
UNICAMP, 1997.
LEMOS, Carlos A. C. Casa Paulista. São Paulo: Editora da Universidade de
São Paulo, 1999.
MORAES, Nilson. A economia cafeeira. Disponível em:
http://www.nilsonmoraes.pro.br/nut/Nut-Eco-1pdf.pdf. Acesso em: 07/09/2017
NEVES, C. – A estória do café. Rio de janeiro, Instituto Brasileiro do Café,
1974. 52 p.
Questão 5- Como ocorreu a gestação da economia cafeeira?
Vantagem comparativa do Brasil no século XIX: abundância de terras.
Isso propiciou o desenvolvimento da cultura do café como produto de
exportação nacional, pois mesmo que os preços no mercado externo
estivessem altos, a disponibilidade de terras permitia que os primeiros
produtores seguissem investindo no ramo.
O café veio como uma solução para que a economia brasileira
ingressasse novamente no comércio internacional.
Formação de uma nova classe dirigente: eram empresários comerciais locais,
acostumados a atividades oriundas da mineração, conscientes do processo
que desejavam iniciar com o café. Essa nova classe encarregou-se de adquirir
terras para a produção, recrutar mão-de-obra, organizar e direcionar a
produção cuidou do transporte interno (proximidade dos portos), da
comercialização portuária, dos contatos oficiais e até interferiu na política
financeira e econômica.
A nova classe dirigente – os cafeicultores exportadores –
tinha consciência da importância política da sua atividade econômica para o
país, diferentemente dos senhores de engenho, do ciclo da cana, submetidos
aos interesses de Portugal e Holanda e que não tinham muita noção do
processo econômico que integravam.
Nas décadas de 30 e 40 do século XIX, começou uma produção de café
voltada especificamente para a exportação do produto. Diz-se, portanto, que
esta é a fase de gestação da economia cafeeira.
Inicialmente o café foi cultivado nas montanhas próximas ao Rio de Janeiro
e não prescindia de elevados capitais, pois o cafezal é uma cultura permanente
e a infraestrutura necessária para colheita, secagem e armazenamento era
simples e de fabricação própria de cada produtor.
Com o declínio da mineração, havia uma disponibilidade de
capital (oriunda das atividades desenvolvidas após a vinda da Corte para o
Brasil na região do Sul de MG até o RJ) e de mão-de-obra que foram
suficientes para gerir o ciclo econômico do café.
Na segunda fase do café, rumo ao final do século XIX, a economia
cafeeira já havia concluído sua gestação e agora possuía recursos disponíveis
para autofinanciar a expansão seguinte.
REFERÊNCIA:
http://brasilescola.uol.com.br/
Questão 6- Como transcorria o cotidiano em uma fazenda de café?
O cotidiano de uma fazenda de café começava de madrugada, o
administrador da fazenda deveria ser o primeiro a acordar, tocar o sino e
agrupar os escravos para fazer a contagem dos mesmos, os que demoravam
ou não se apresentavam eram castigados pelo administrador. Após o despertar
recebiam suas tarefas e seguia-se então uma extensa rotina laboral de quinze
a dezoito horas diárias, sendo interrompida apenas para a alimentação. O
almoço era servido ainda de manhã e o jantar a tarde, antes de serem
trancados nas senzalas fazia-se uma refeição rápida, a alimentação era
constantemente focada em gorduras e açúcar para que o escravo fosse mais
produtivo no seu trabalho, havia a preocupação com a saúde do escravo, mas
não com a sua longevidade, as dietas oferecidas nas fazendas de café
acabavam fazendo com que o escravo definhasse mais rápido. Ao recolher o
escravo para a noite na senzala era realizada novamente uma contagem, cabia
ao administrador da fazenda acompanhar a rotina da fazenda que girava ao
redor da produção do café.
Além da rotina dura de trabalho, haviam feriados religiosos que
poderiam servir de folga e lazer aos escravos, mas que, entretanto, alguns
donos de fazenda não aderiam e mesmo aos domingos forçavam os escravos
ao trabalho cativo, em outras fazendas que se respeitava o dia de domingo, se
fosse realizado trabalho era remunerado, mesmo assim eram quantias
miseráveis. Alguns fazendeiros ainda cediam pequenos lotes para que o
escravo cultivasse, entretanto, a terra pertencia ao fazendeiro e a prática do
cultivo de produtos de subsistência funcionava mais como uma
complementação da própria alimentação, o que acabava auxiliando o
fazendeiro que economizava na alimentação desse escravo. Em suma o
cotidiano de uma fazenda de café oitocentista consistia em uma intensa e
constante exploração do trabalho escravo por parte de seus senhores.
REFERÊNCIA:
PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 2009.
Questão 7- Qual o significado político, econômico e social da abolição da
escravatura?
Ao longo do século XIX, podiam ser encontrados vários movimentos
abolicionistas pelo mundo e o Brasil também foi atingido por eles, mesmo
tendo sido um dos últimos países a aceitar o fim da escravidão. A Inglaterra
visando acabar com o tráfico de escravos africanos, tomou a dianteira e
manteve nosso país sob ameaças até que o regime monárquico brasileiro,
cedendo à pressão, decretou a Lei Eusébio de Queirós em 1850, que visava
extinguir o tráfico negreiro no país.
Em seguida, aproximadamente vinte anos depois, foi decretada a Lei do
Ventre Livre, para que os filhos dos escravos nascidos a partir daquela data (a
data em que foi sancionada a lei) não seriam mais escravos. Essas leis
serviram para levar o regime escravista ao fim gradativamente, com isso, os
grandes produtores de café (que estava em alta produção) não tiveram outra
escolha se não optar pela busca da mão-de-obra assalariada, começaram
então a incentivar a imigração europeia, para que os imigrantes viessem para
o Brasil em busca de trabalho, e assim foi se dando o início do trabalho
assalariado em nosso país.
Com a expansão da economia cafeeira, as regiões produtoras como o
Oeste Paulista, o Vale do Paraíba e o Rio de Janeiro se desenvolveram em
urbanização e industrialização, o que ajudou ainda mais a fortalecer a
economia brasileira nesse período.
Nessa época, os movimentos abolicionistas ganharam força e cada vez mais
adesão popular, militar (pois até mesmo o exército passou a se recusar a
perseguir os escravos fugitivos) e política, porque acabou mobilizando alguns
políticos que auxiliaram o processo de assinatura da Lei Áurea pela Princesa
Isabel.
Como os paulistas detentores de terras produtoras de café já tinham
encontrado meios para superar a crise da falta de mão-de-obra através do
trabalho assalariado, se posicionaram a favor das campanhas abolicionistas e
se distanciaram muito dos produtores valeparaibanos, que ainda defendiam a
escravidão por parecer mais rentável aos seus negócios.
A sociedade posterior a abolição não se tornou um mar de rosas para os
antigos escravos, porque mesmo não sendo mais escravos, muitos negros
acabaram permanecendo nas fazendas onde trabalhavam. A sociedade
simplesmente ainda não aceitava o homem negro e nem a mulher negra.
Muitos tinham a desvantagem de serem analfabetos e os que migraram para
as cidades apenas conseguiam trabalhar com trabalhos braçais. Como
exemplo, posso citar o aumento no número de empregados domésticos,
artesãos, ambulantes nesse período da história brasileira.
REFERÊNCIAS:
https://educacao.uol.com.br/
https://www.historiadobrasil.net/
Questão 8- Quais foram os principais fatores da decadência do café no
Vale do Paraíba?
O Vale do Paraíba foi o maior e principal produtor de café, contribuindo
para a formação social, econômica e política do país. No entanto, em meados
do século XIX e início do século XX, ocorreu uma série de eventos q ue
afetaria negativamente o ciclo do café no Vale.
A partir do século XIX, surgiram leis abolicionistas que causaram uma
considerável diminuição da oferta de escravos, o que fazia com que os
fazendeiros incentivassem as políticas de imigração, que ainda não eram
atendidas por D. Pedro II. Entretanto, esses imigrantes não possuíam as
técnicas que os escravos, e após a abolição da escravatura, as fazendas
passaram a diminuir ainda mais a sua produção. “Os vícios de estruturação
não foram sanados, no decorrer do século, nem a técnica de tratar a terra, que
acabou conhecendo a exaustão prematura. A erosão nos morros fazia baixar a
produtividade dos cafezais” (MOTTA SOBRINHO, 1978, p. 107).
Conforme os imigrantes chegavam ao Brasil, eles passavam a trabalhar
nas novas fazendas que estavam se instalando e estabilizando fora do Vale do
Paraíba, se concentrando no estado de São Paulo. Essas novas fazendas
passaram a ser concorrentes das zonas cafeeiras do Vale do Paraíba,
diminuindo ainda mais as demandas dessa.

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  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO LICENCIATURA EM HISTÓRIA BEATRIZ CAPUCHO, CAMILA LORENA, CARLOS EDUARDO, ISABELA SANTOS, THEANDRA NAVES E THOMAZ PECEGO WEB QUEST - CAFÉ Lorena - SP 2017
  • 2. BEATRIZ CAPUCHO, CAMILA LORENA, CARLOS EDUARDO, ISABELA SANTOS, THEANDRA NAVES E THOMAZ PECEGO WEB QUEST - CAFÉ Trabalho apresentado à disciplina História do Vale do Paraíba, do 6º período do 3º ano do curso de História, para avaliação parcial. Lorena - SP 2017
  • 3. Questão 1- Selecionem três textos sobre o assunto em foco e façam resumo e comentários (artigos, estudos, resenhas e livros). Citem as fontes dos textos. Cafeicultores e Conservadorismo no Vale do Paraíba. Na segunda metade do século XVIII, para combater a crise da mineração, na capitania de São Paulo, os governantes buscaram a solução na instalação de engenhos de açúcar, e de expansão mercantil. Seguindo a ideia de produzir para enriquecer, as cidades cresceram em busca das exportações. Os senhores do café passavam a se tornar conservadoristas, sua riqueza dependia do seu modo de vida, vida essa que se moldava conforme à dinâmica dos mercados consumidores. No vale do Paraíba os Liberais haviam sido derrotados e estavam sendo controlados pelo governo depois de 1842, e havia sido estabelecido também o Convênio do Café, o que contribuiu para o conservadorismo. Em 1906, com o objetivo de combater a crise cafeeira, foi estabelecido o Convenio do Café, focado no aumento de consumo do café e estabilização da moeda. Que funcionava através da compra e venda de café controlada, de forma a desestimular a expansão das plantações de café. Nas últimas décadas do século XIX, a produção de café em São Paulo, já ultrapassava a do Rio de Janeiro, com a atribuição de navios a vapor, as produções para exterior cresceram se parar, em 1882, essa produção era bem maior que a demanda mundial, o que trouxe uma crise. A partir de Taubaté, através do Convenio do Café, o mercado nacional foi comandado do Vale do Paraíba. Porém as oligarquias perderam o controle de seu plano, pois esqueceram-se de avaliar a possibilidade da produção de cafés em outros países aumentar, enquanto estavam restringindo as nacionais em busca do controle da moeda. “Em suma, os mecanismos criados em defesa da economia cafeeira, pelo Convênio de Taubaté, tiveram efeitos apenas imediatos, transferindo para o futuro a resolução de um problema cada vez mais grave. ”
  • 4. Francisco Sodero Toledo Vale Do Paraíba Pessoas, Instituições e Movimentos. Edson D. Castilho e Fabio J. G. dos Reis. O Café no Vale do Paraíba: Origem e Decadência Alan Alves Brito Conceição O plantio do café, de acordo com Motta Sobrinho (1978), teria chegado primeiro ao vale fluminense e, logo em seguida, ao Vale do Paraíba. Fato este que ocorreria imediatamente após o esgotamento do ouro das Minas. Apesar da planta ter chegado ao Brasil no século XVIII, foi apenas no centenário seguinte que teve início o ciclo da economia cafeeira. No final do século XVIII, o senhor José de Aguiar Toledo e sua esposa Maria do Espírito Santo Ribeiro Valim foram morar em Bananal, que pertencia à freguesia de Areias. Inicialmente optaram pela produção de algodão, principal matéria prima durante a primeira Revolução Industrial. No entanto, o algodão presenciou um declínio muito rápido. Ainda na primeira década do século XIX; Bocchi, Borges, Lacerda, Marques e Rego (2000) explicam que os fazendeiros mantinham relações comerciais com as casas comissárias, com o objetivo de adquirir crédito para manter a fazenda e iniciar a produção cafeeira. A figura do comissário ganha destaque, pois “residia no fato de que o crédito, durante todo o século passado e até 1930, era basicamente constituído de empréstimos pessoais. Em conseqüência, o conhecimento e as relações pessoais assumiam relevância na concessão do financiamento” (BOCCHI, BORGES, LACERDA, MARQUES, REGO, 2000, p. 36). O conto Cidades Mortas reflete a maneira mesquinha como as famílias produtoras de café pensavam como deveria ser a sociedade brasileira, baseado em um modelo arcaico, herança da colônia portuguesa de exploração. Lobato (1978, p. 4) descreve a situação vivida por esses municípios após o ciclo do café; “avultam em número, nas ruas centrais, casas sem janelas, só portas, três e quatro: antigos armazéns hoje fechados, porque o comercio
  • 5. desertou também. Em certa praça vazia, vestígios vagos de „monumento‟ de vulto”. Para Lobato (1978), cidades mortas convivem com palácios mortos. A nova geração, segundo Lobato (1978, p. 4), deixa a cidade ainda menino. Apenas “ficam as moças – sempre fincadas de cotovelos a janela, negaceando um marido que é um mito em terra assim, donde os casadouros fogem. Pescam ás vezes, as mais jeitosas, o seu promotorzinho, o seu delegadozinho de carreira”. Os rapazes partem para a cidade grande em busca de uma colocação profissional, fugindo da subsistência. Geografia da escravidão no Vale do Paraíba Cafeeiro. Marco Aurélio dos Santos. No sec. XIX, era como afirmar que o Brasil era o vale, já que a produção de café estava concentrada em São Paulo e Rio de Janeiro, a oferta dessa foi decisiva quanto a fabricação de bebida estimulante, tornando obrigatória para os trabalhadores de centros urbanos. O processo que resultou na imensa cobiça brasileira pelos escravos africanos, o comercio de escravos nacional disparou. Para comandar o trabalho escravo, os senhores ordenaram o espaço das fazendas com o objetivo de impor rígidos protocolos disciplinares. A vida escrava deveria obedecer a uma ordem espacial que regularia minuciosamente seu tempo e movimento. Os escravos, no entanto, operando dentro do campo estipulado pelos senhores, procuraram a cada momento inverter a lógica espacial que lhes era imposta e, ao fazê-lo, lograram criar uma geografia alternativa àquela dos senhores. No entrechoque da geografia dos senhores e da geografia dos escravos, produziu-se a dinâmica concreta da escravidão no mundo do café. Para compreender essa perspectiva, basta olhar para as fazendas em bananal, que foram, e ainda são construções marcantes, com traços únicos, e com suas histórias assustadoras. Questão 2- Relacionem imagens (3) e vídeos (3) sobre o assunto proposto com indicação e comentário crítico sobre o conteúdo. IMAGENS:
  • 6.
  • 7. VÍDEOS: Região do Vale do Café concentra até hoje fazendas históricas: https://www.youtube.com/watch?v=nNOS1kPYFUw Coleções: Rotas - Rota do Café: https://www.youtube.com/watch?v=sl5Xo3IVQa0 Bananal: Antiga Capital Mundial do Café – Programa ETC: https://www.yotube.com/watch?v=YluqZiemsB4 COMENTÁRIO: Os vídeos apresentam resumos sobre a passagem do café pelo Vale do Paraíba paulista e fluminense, evidenciando o sistema de plantio, a escravidão e o emprego de imigrantes (principalmente italianos) a partir do momento em que o trabalho assalariado no Brasil começou a ganhar forma. Os vídeos continuam falando também sobre a importância das estradas de ferro e como isso influenciava na economia brasileira da época, sem deixar de mencionar que no ano de 1870, o Vale do Paraíba se tornou o maior produtor de café do Brasil. Mostram também como o Brasil ainda permanece com a herança do gosto pelo café e como este deixou de ser apenas um gosto das elites para fazer parte também do gosto do povo. Questão 3- Apresentem dúvidas e questionamentos. "Caixa de Minhocas". Questão 4- Caracterizem: fazendas de café; comissário do café; arquitetura do café; catolicismo popular. • Arquitetura do Café Para compreender a arquitetura rural cafeeira deve-se tomar cada elemento do seu complexo produtivo, primeiro isoladamente e depois a partir de uma visão sistêmica, integrando todo o conjunto arquitetônico de uma fazenda de café típica: o núcleo industrial (terreiros, tulhas e casas de máquinas); os viveiros e casas de vegetação; os núcleos habitacionais (casa-grande e senzala, ou sede e colônia); a própria arquitetura do cafezal, influenciada pela evolução técnica do maquinário agrícola e também pelas condições locais socioeconômicas e ecológicas; e, finalmente, os edifícios e instalações destinados a abrigar atividades complementares e suplementares da fazenda. Durante o período em que o café foi a principal indústria brasileira (meados do século XIX a meados do século XX), a arquitetura das fazendas cafeeiras evoluiu em consonância
  • 8. com as transformações culturais (tecnológicas, socioeconômicas, políticas etc.) ocorridas na sociedade em cada época. Podem-se definir duas linhas distintas dessa evolução arquitetônica: • a das grandes propriedades cafeicultoras; que se iniciou com as fazendas autárquicas do Vale do Paraíba, e evoluiu para as grandiosas empresas agroindustriais do oeste paulista; • a das pequenas e médias propriedades cafeicultoras, que passou a ser desenhada pela nova realidade encontrada nas pequenas e médias propriedades rurais do Oeste novo paulista, onde a cafeicultura foi implantada sob os efeitos perniciosos da crise de 1929 e, depois, sob a ameaça constante de um grave processo de erosão que degradava rápida e profundamente suas terras arenosas. A arquitetura das fazendas quase autárquicas da região do Vale do Paraíba, tributária de um sistema produtivo que se expandiu a partir do Rio de Janeiro, evoluiu de acordo com a lógica determinada pelo modo brasileiro de se produzir café, atingindo seu auge com as empresas rurais da região de Ribeirão Preto, no oeste paulista, já durante as duas primeiras décadas do século XX. Encontram-se na região de Campinas remanescentes arquitetônicos em fazendas que atingiram o apogeu durante a década de 1880, quando ocorreu uma profunda transição entre a arquitetura que se praticava nas fazendas do Vale do Paraíba e a que viria a ser praticada na região de Ribeirão Preto, onde se deu o pleno desenvolvimento do novo modelo. Portanto, pode-se constatar a existência de fazendas cuja arquitetura guardava, inicialmente, características semelhantes às das fazendas do Vale do Paraíba e, depois, modificando-se radicalmente, transformaram-se nos modelos seguidos pelas sofisticadas empresas cafeeiras de Ribeirão Preto. Entre as principais mudanças relacionam-se as seguintes: a casa-grande e a senzala são substituídas por sedes rodeadas de jardins e casas de colônia; dá- se também a substituição dos equipamentos primitivos por máquinas industriais movidas a água, e depois a vapor ou eletricidade; o advento da ferrovia ao
  • 9. invés das "tropas de muares" exige a construção de pequenas plataformas de embarque próximas aos armazéns e às colônias da fazenda; e o núcleo industrial agiganta-se se transformando no principal componente arquitetônico da grande empresa produtora de café. A arquitetura das fazendas de café em meados do século XIX era concebida para: • organizar os espaços, e as formas dos sítios e edifícios que abrigavam os primitivos equipamentos movidos pela força hidráulica, os escravos e a grande quantidade de semoventes (animais de trabalho); • planejar o layout do cafezal, implantado nas encostas do mar de morros (nome que se dava à região do Vale do Paraíba devido à sua topografia, conformada por uma série de pequenos morros), sem a preocupação com o trato mecanizado, nem com o plantio em nível; • desenhar a grande quantidade de instalações complementares e suplementares destinadas ao abastecimento e à manutenção de uma unidade de produção quase autárquica. Por sua vez, a arquitetura das modernas empresas cafeicultoras, implantadas quase 50 anos depois das do Vale do Paraíba, na região de Ribeirão Preto foi desenvolvida para: • encerrar grandes núcleos industriais, com enormes terreiros e usinas de beneficiamento providas de máquinas sofisticadas acionadas por motores a vapor e, depois, elétricos; • projetar e implantar na terra roxa imensos cafezais; • organizar locais de moradia e de atividades comunitárias para as famílias de colonos, imigrantes europeus; • prever locais, junto às estradas ou ramais ferroviários, para embarque e desembarque da produção. A transição entre a tradicional arquitetura quase autárquica do Vale do Paraíba para a das grandes empresas agroindustriais do oeste paulista ocorreu na região de Campinas, comprovando o desenvolvimento do núcleo industrial das
  • 10. fazendas, saindo de um pequeno conjunto arquitetônico e chegando a grandes complexos integrados de obras civis. Essa transformação deu-se gradualmente, obedecendo à lógica de um longo e contínuo processo que atingiu seu auge no final do século XIX, quando aconteceram importantes eventos da história do Brasil (abolição da escravatura, em 1888; e proclamação da República, em 1889) que modificaram a estrutura da sociedade brasileira. A região de Campinas, centro polarizador dessa moderna cafeicultura, recebeu investimentos privados, como a instalação da indústria de máquinas agrícolas e a de máquinas para o beneficiamento de produtos agrícolas; e públicos, como os recursos governamentais para instalar o maior complexo de ciência e tecnologia do setor agroindustrial brasileiro, primeiro com a fundação do Instituto Agronômico de Campinas (1887), e mais tarde, com a instalação de diversas instituições de pesquisa e extensão, transformando a região no grande núcleo gerador de tecnologia agroindustrial do Brasil. A linha evolutiva da arquitetura do complexo produtivo das fazendas cafeeiras paulistas sofreu um gap com a crise de 1929 e a Revolução de 1930. A "onda verde" formada pela expansão dos cafezais pelo território de São Paulo chegou às novas regiões (Noroeste, Alta Paulista e Sorocabana), onde a arquitetura da produção cafeeira sofreu significativas mudanças: • o núcleo industrial das fazendas diminuiu de tamanho e complexidade, pois as operações de beneficiamento e armazenamento da produção passaram a ser feitas preferencialmente nas cidades, em cooperativas de produtores e centrais atacadistas; • as casas-sede, colônias e demais instalações acessórias (complementares e suplementares) também se tornaram mais modestas, quando não desapareceram totalmente dos sítios e fazendas, uma vez que o proprietário e os trabalhadores rurais passaram a viver nas cidades mais próximas; • o cafezal, aos poucos, passou a ser projetado em função da possibilidade de utilização de máquinas agrícolas no trato da lavoura;
  • 11. • e, desse modo, a arquitetura do complexo produtivo da maioria das propriedades do chamado oeste novo paulista tornou-se bastante identificada com a própria arquitetura do cafezal. O território paulista foi ocupado pela cafeicultura em diferentes períodos, ficando marcado por características próprias deixadas por processos específicos de implantação e expansão dessa atividade agroindustrial. Distintas situações socioeconômicas e disponibilidades físicas, como a rede e os meios de transporte, as formas de posse e uso da terra, as relações de trabalho, o desenvolvimento das técnicas agrícolas, os sistemas de preparo do café e a realidade do mercado internacional condicionaram a evolução da ocupação de São Paulo, determinando, em cada período, o modo de produzir e preparar o café e o perfil da arquitetura das fazendas. As primeiras fazendas abertas no Vale do Paraíba exigiram de seus fundadores muitos esforços. O processo de implantação consistia na derrubada da mata, escolha do local da sede (de preferência perto de rios ou ribeirões) e construção de um galpão provisório. A seguir formavam-se um pomar e hortas para o consumo próprio e plantava-se o café. As fazendas eram praticamente autárquicas. Os cafezais foram implantados em território íngreme, sujeito à erosão. Não se sabia da necessidade de implantar as fileiras de café em curvas de nível. O desconhecimento técnico levou à locação das fileiras em linhas retas, perpendiculares à encosta, desenho que facilitava a implantação do cafezal, mas estabelecia uma condição propícia para a erosão do solo. O ciclo do café no Vale do Paraíba ocorreu entre as décadas de 1820 e 1880, transformando- o, em meados do século XIX, na região mais rica do Brasil. As primeiras casas-grandes eram dotadas internamente de grandes salões e pequenas alcovas sem ventilação, e externamente, de terraços e alpendres ao centro ladeados por escadarias. Pomares e hortas rodeavam-na, assim como outras construções: as casas do administrador e de outros trabalhadores especializados como o escrivão, o chaveiro, o arreador, e o tropeiro; a marcenaria; a tenda do ferreiro; as tulhas; despensas, paióis; os quartos dos arreios e selas; a enfermaria; e a cozinha dos escravos. Quanto aos edifícios
  • 12. destinados à produção, além do tradicional núcleo industrial da fazenda de café (terreiro, tulha e casa das máquinas), havia os engenhos de açúcar, o alambique, o moinho, as casas de farinha e outras pequenas fábricas. Os terreiros de café situavam-se bem defronte à casa-grande, de maneira que o fazendeiro pudesse ter sempre à vista todo o núcleo industrial. Um pouco mais distante situava-se a senzala, cuja planta normalmente era disposta "em quadrado", e cujo acesso era possível apenas por um portão. O complexo arquitetônico também era composto por pequenas fábricas de utensílios, como sabões feitos com banha animal, velas de cabo, e óleo de mamona para os candeeiros. Pequenas agroindústrias produziam o fubá, a farinha de mandioca e de milho; além de alguns produtos farmacêuticos para o consumo local. Nas fazendas que abrigavam muitos escravos podiam ser encontradas pequenas indústrias processadoras de algodão, destinadas à confecção de roupas, lençóis e sacaria. Em outras, era possível observar a presença de tecelagens para fazer os cobertores dos escravos. A tintura dos tecidos, além do anil, era feita com materiais extraídos de plantas. As técnicas construtivas empregadas nos edifícios das fazendas eram associadas à disponibilidade de recursos materiais, às contingências do meio e à cultura regional. A insolação era fundamental para as tarefas de secagem dos grãos no terreiro, bem como de sua conservação e armazenamento (que exigem ambientes secos e ventilados); e a importância da água era evidente (utilizada para acionar a roda, para os serviços domésticos e para transportar e lavar os grãos de café). Por isso a sede das fazendas ficava em locais bem drenados e expostos ao sol, porém próximos a um córrego. Canais artificiais construídos nas encostas dos morros, subterrâneos em muitos trechos, conduziam a água até as rodas d'água. Sua manutenção exigia conhecimentos básicos de hidráulica para a prevenção de problemas como o entupimento ou o assoreamento, e o descontrole da velocidade e do volume d'água. Era preciso contar com pessoas tecnicamente preparadas para trabalhar com cantaria, pois excluindo o bicame, as comportas, os ralos, as turbinas e os demais aparatos eram feitos de pedra.
  • 13. Até o final da década de 1870, o conjunto de edifícios que compunha uma fazenda de café era, em geral, desenhado "em quadra". Ao redor de sua forma original agregavam-se apêndices, como novos terreiros e, nas bordas desses, edificações adicionais. A implantação em torno do terreiro determinava a forma regular do conjunto. As necessidades funcionais da fazenda e as técnicas de construção disponíveis se integravam naturalmente, gerando desenhos e formas específicas e originais. As primeiras fazendas de café do oeste paulista, na região de Campinas, tinham como modelo de organização e arquitetura as fazendas do Vale do Paraíba, sendo quase autossuficientes no que diz respeito a alimentos, materiais de construção, animais de tração etc. No entanto, gradativamente, elas foram passando por grandes transformações arquitetônicas e organizacionais para se adaptar ao novo contexto socioeconômico, servindo, mais tarde, de parâmetro para a formação das demais fazendas da nova fronteira agrícola. O advento da estrada de ferro alterou a administração das fazendas, permitindo que seus proprietários se mudassem para São Paulo que, como capital do estado, cresceu muito a partir de então. O progresso no campo das comunicações, incluindo-se os serviços telegráficos e postais diários, possibilitou ao fazendeiro, cada vez mais ausente da propriedade, o gerenciamento da lavoura por meio de relatórios diários emitidos por seus administradores, figuras importantes para a condução do processo gerencial. Na época da colheita, os fazendeiros supervisionavam as operações de beneficiamento do café, verificando ainda a situação dos cafezais e dos trabalhadores no fim do ano agrícola (que vai de julho a junho). As construções destinadas à produção eram rústicas: depósitos, galpões para o beneficiamento, oficinas, às vezes uma capela e uma farmácia. A casa destinada a abrigar os proprietários nas temporadas de colheita tornara-se mais simples e sem tantos ornamentos, erguidas com tijolo rebocado, com paredes internas de taipa, normalmente de planta retangular, com salões centrais assoalhados, quartos e outros cômodos complementares.
  • 14. No chamado oeste novo paulista, a partir da década de 1930, definiram-se os outros paradigmas da cafeicultura contemporânea. O padrão de acumulação agrário exportador encerrou-se ao final desse decênio com o crack de 1929 e a Revolução de 1930, iniciando-se uma nova fase da história econômica brasileira. Nessas novíssimas zonas cafeeiras, às vésperas da crise de 1929, a tradicional fazenda passou a conviver com o recém-chegado sítio de café. Todavia, já na década de 1940, era nítida a tendência de que o sítio de café, possuindo uma arquitetura específica e apropriada aos novos parâmetros impostos pelo sistema produtivo, prevaleceria como a principal unidade de produção do complexo agroindustrial-comercial do café no Brasil. Na maioria desses sítios, a colônia desapareceu, devido ao êxodo dos trabalhadores para as cidades, surge então à figura dos boias-frias. Algumas casas isoladas, em geral de madeira, são espalhadas pela propriedade. A sede tornou-se muito simples, ou até inexistente, restringindo-se a um pequeno escritório, ou à própria casa do administrador. O sítio de café difere em muitos aspectos das grandes fazendas, suas antecessoras. No entanto, o terreiro permaneceu, embora com dimensões mais modestas, o suficiente para secar em poucos dias o volume a ser transportado às cooperativas ou às centrais privadas de beneficiamento. Nessas empresas o produto era preparado em máquinas dotadas de tecnologia sofisticada e de grande capacidade de processamento. O núcleo industrial (outrora a parte mais nobre das fazendas de café) restringe-se, agora, apenas ao terreiro, um barracão de madeira e uma pequena tulha. Portanto, as unidades de produção de café do Oeste novo paulista não seguiram o paradigma arquitetônico prevalecente até então, mas sim a lógica de desenvolvimento do capitalismo urbano-industrial que surgiu no Brasil após a crise de 1929, segundo a qual a agricultura passa a ser praticada preferencialmente em pequenas e médias propriedades, formando a base do que os americanos passaram a chamar de agribusiness. • Catolicismo popular O catolicismo popular é uma das modalidades do catolicismo e tem a sua funcionalidade a partir da figura nuclear que são as devoções aos santos.
  • 15. Dito de outra maneira, esse catolicismo pode ser definido usando a expressão popular: “muita reza, pouca missa; muito santo, pouco padre”. Há uma fragmentação deste tipo de catolicismo popular quando recebe uma ação repressiva e utilizante face ao catolicismo oficial. Essa repressão por parte da cultura oficial ocorre, sobretudo em não pretender compreender os diversos elementos significativos que compõem esse catolicismo, estabelecendo uma dicotomia cultural que se exprime na existência de uma cultura oficial dominante e outra meramente popular e muitas vezes considerada como algo periférico e supersticioso. Para tanto, ambas as culturas relacionam-se numa contínua tensão, sendo que a cultura oficial acaba provocando continuamente dois posicionamentos à cultura não-oficial: a repressão e a utilização. O catolicismo popular é uma devoção aos santos, às romarias, as novenas, as procissões, as bênçãos, a festa de padroeiro, as promessas. As devoções aos santos na cultura popular se apresentam como resposta para dar sentido a sua vida. Surge daí a importância do santo na vida dos devotos do catolicismo popular, pois o contato com o santo ocorre de forma direta, sem nenhuma intervenção por parte da institucionalidade. A romaria de Juazeiro do Norte é, sem dúvida, um momento forte de devoção do catolicismo popular, pois, ali as suas promessas são pagas, as penitências são feitas, os terços são rezados. Tudo isso acontece sem nenhuma interferência de fora. O catolicismo popular se consolida numa vivência doméstica com os seus oratórios (familiares), as pequenas capelas (nível local) e os santuários (nível regional). Esse catolicismo popular exerce uma função bastante vital para o povo que vive na labuta diária pela sobrevivência. São manifestações religiosas inseridas dentro de um mundo de saber, de práticas e na maioria das vezes como reação, cultuadas e vividas nas classes populares. • Fazendas de Café
  • 16. As plantações de café foram fundadas em grandes propriedades monocultoras trabalhadas por escravos, substituídos mais tarde por trabalhadores assalariados: as grandes fazendas de café. Estas fazendas ficaram famosas por sua arquitetura típica e seus equipamentos. Tanques em que o grão é lavado logo depois da colheita, terreiros para secagem, máquinas de seleção e beneficiamento fazem parte desse ambiente. A senzala dos escravos ou colônias de trabalhadores livres finaliza a caracterização das fazendas cafeeiras. A fazenda de café, desde a semente até a xícara, era um pequeno mundo, quase isolado. O desenvolvimento da produção cafeeira esteve intimamente relacionado com a quantidade de mão-de-obra disponível. Para incentivar a produção de café, a administração do Estado de São Paulo fez da questão imigratória o projeto central de suas atividades, estabelecendo um sistema que oferecia auxílio formal à imigração europeia, principalmente à italiana. Por meio de um programa que cuidava da propaganda em seu país de origem, os imigrantes eram trazidos desde seu domicílio na Europa até a fazenda de café. A imigração ajudou na conquista de áreas ainda não exploradas, permitindo rápido desenvolvimento do Estado de São Paulo. Com a mão-de-obra imigrante a cultura ganhou impulso e durante três quartos de século, quase toda riqueza do país se concentrou na agricultura cafeeira. O Brasil dominava 70% da produção mundial e ditava as regras do mercado. Nessa época os fazendeiros de café se tornaram a elite social e política, formando umas das últimas aristocracias brasileiras. A opulência dos plantadores de café permitiu a construção dos grandes e bonitos casarões das fazendas e de mansões na cidade de São Paulo e financiou a industrialização no sudeste do país. • Comissário do café João Ênio Casalecchi configura o comissário do café como financiador e conselheiro do fazendeiro de café. Recebia os produtos e supria as necessidades anuais da fazenda através do penhor da agrícola. E Nilson Moraes complementa que ao comerciante cabia à função de prover ao
  • 17. fazendeiro os recursos necessários para a formação da lavoura e para o trato do cafezal e a colheita do café. Em outras palavras, cabia ao comerciante fornecer os recursos para a formação do capital fixo e de giro da produção. Era o comerciante, pois, o “banqueiro” da lavoura. Na ausência de um sistema bancário, público ou privado, ligado diretamente à produção, o comerciante de café chamava para si o papel fundamental de suprir o crédito necessário. Em contrapartida, exigia reciprocidade do fazendeiro, pois a produção era entregue aos seus cuidados, que consistiam no preparo e na venda do café, ganhando uma comissão que na época era fixada em 3% do valor da venda. O comerciante fornecia o crédito ao fazendeiro; em troca, adquiria um cliente cativo. O relacionamento comercial entre a casa comissária e a fazenda principiava pelo fornecimento de crédito ao fazendeiro, tanto para a formação da lavoura quanto para o custeio da fazenda. Ao que tudo indica ao fazer o repasse do crédito bancário ao fazendeiro, o comissário não auferia lucro. Isto é, a taxa cobrada ao fazendeiro era a mesma cobrada pelo banco à casa comissária. Durante todo o século XIX, ainda sob o regime da escravidão nas fazendas de café, esse papel de comerciante-banqueiro era o exigido do comissário. O sistema geral de venda de café em São Paulo, desde os mais remotos tempos a que nos chega a tradição, era, depois de transportado o produto ao porto do mar, consigná-lo a um comerciante que, por sua vez, o colocava no mercado consumidor. O comissário continuou a exercer suas funções até pelo menos os primeiros anos do século XX. Mesmo depois, até a crise de 1929, conservou ainda parte da sua importância na ausência de um sistema bancário ligado à produção. O acesso dos comissários ao financiamento bancário bem como a inexistência de um vínculo efetivo entre os bancos e os fazendeiros no começo do século atual, residia na própria natureza da empresa do café. De um lado, os capitais da época, fossem eles nacionais ou estrangeiros, estavam aplicados basicamente no grande negócio que era o comércio do café. Sendo o produto uma das mercadorias de maior valor no comércio internacional, era na esfera da comercialização que se realizavam os grandes negócios, acumulavam-se fortunas e prosperavam as empresas. Evidentemente, a produção de café proporcionava lucros ao fazendeiro, mas, menores que aqueles que se auferiam na sua
  • 18. comercialização, não apenas no âmbito doméstico, mas também, e, sobretudo, nas exportações. REFERÊNCIAS: CASALECCHI, João Ênio. O Fazendeiro de café como representante da casa comissária: O estudo de uma correspondência. Rio de Janeiro, 1934. Disponível em: http://www.nilsonmoraes.pro.br/nut/Nut-Eco-1pdf.pdf . Acesso em: 07/09/2017 FERRAZ, André M. de Argollo. Arquitetura do café. Campinas: Editora UNICAMP, 1997. LEMOS, Carlos A. C. Casa Paulista. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999. MORAES, Nilson. A economia cafeeira. Disponível em: http://www.nilsonmoraes.pro.br/nut/Nut-Eco-1pdf.pdf. Acesso em: 07/09/2017 NEVES, C. – A estória do café. Rio de janeiro, Instituto Brasileiro do Café, 1974. 52 p. Questão 5- Como ocorreu a gestação da economia cafeeira? Vantagem comparativa do Brasil no século XIX: abundância de terras. Isso propiciou o desenvolvimento da cultura do café como produto de exportação nacional, pois mesmo que os preços no mercado externo estivessem altos, a disponibilidade de terras permitia que os primeiros produtores seguissem investindo no ramo. O café veio como uma solução para que a economia brasileira ingressasse novamente no comércio internacional. Formação de uma nova classe dirigente: eram empresários comerciais locais, acostumados a atividades oriundas da mineração, conscientes do processo que desejavam iniciar com o café. Essa nova classe encarregou-se de adquirir terras para a produção, recrutar mão-de-obra, organizar e direcionar a produção cuidou do transporte interno (proximidade dos portos), da comercialização portuária, dos contatos oficiais e até interferiu na política financeira e econômica.
  • 19. A nova classe dirigente – os cafeicultores exportadores – tinha consciência da importância política da sua atividade econômica para o país, diferentemente dos senhores de engenho, do ciclo da cana, submetidos aos interesses de Portugal e Holanda e que não tinham muita noção do processo econômico que integravam. Nas décadas de 30 e 40 do século XIX, começou uma produção de café voltada especificamente para a exportação do produto. Diz-se, portanto, que esta é a fase de gestação da economia cafeeira. Inicialmente o café foi cultivado nas montanhas próximas ao Rio de Janeiro e não prescindia de elevados capitais, pois o cafezal é uma cultura permanente e a infraestrutura necessária para colheita, secagem e armazenamento era simples e de fabricação própria de cada produtor. Com o declínio da mineração, havia uma disponibilidade de capital (oriunda das atividades desenvolvidas após a vinda da Corte para o Brasil na região do Sul de MG até o RJ) e de mão-de-obra que foram suficientes para gerir o ciclo econômico do café. Na segunda fase do café, rumo ao final do século XIX, a economia cafeeira já havia concluído sua gestação e agora possuía recursos disponíveis para autofinanciar a expansão seguinte. REFERÊNCIA: http://brasilescola.uol.com.br/ Questão 6- Como transcorria o cotidiano em uma fazenda de café? O cotidiano de uma fazenda de café começava de madrugada, o administrador da fazenda deveria ser o primeiro a acordar, tocar o sino e agrupar os escravos para fazer a contagem dos mesmos, os que demoravam ou não se apresentavam eram castigados pelo administrador. Após o despertar recebiam suas tarefas e seguia-se então uma extensa rotina laboral de quinze a dezoito horas diárias, sendo interrompida apenas para a alimentação. O almoço era servido ainda de manhã e o jantar a tarde, antes de serem trancados nas senzalas fazia-se uma refeição rápida, a alimentação era constantemente focada em gorduras e açúcar para que o escravo fosse mais produtivo no seu trabalho, havia a preocupação com a saúde do escravo, mas
  • 20. não com a sua longevidade, as dietas oferecidas nas fazendas de café acabavam fazendo com que o escravo definhasse mais rápido. Ao recolher o escravo para a noite na senzala era realizada novamente uma contagem, cabia ao administrador da fazenda acompanhar a rotina da fazenda que girava ao redor da produção do café. Além da rotina dura de trabalho, haviam feriados religiosos que poderiam servir de folga e lazer aos escravos, mas que, entretanto, alguns donos de fazenda não aderiam e mesmo aos domingos forçavam os escravos ao trabalho cativo, em outras fazendas que se respeitava o dia de domingo, se fosse realizado trabalho era remunerado, mesmo assim eram quantias miseráveis. Alguns fazendeiros ainda cediam pequenos lotes para que o escravo cultivasse, entretanto, a terra pertencia ao fazendeiro e a prática do cultivo de produtos de subsistência funcionava mais como uma complementação da própria alimentação, o que acabava auxiliando o fazendeiro que economizava na alimentação desse escravo. Em suma o cotidiano de uma fazenda de café oitocentista consistia em uma intensa e constante exploração do trabalho escravo por parte de seus senhores. REFERÊNCIA: PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 2009. Questão 7- Qual o significado político, econômico e social da abolição da escravatura? Ao longo do século XIX, podiam ser encontrados vários movimentos abolicionistas pelo mundo e o Brasil também foi atingido por eles, mesmo tendo sido um dos últimos países a aceitar o fim da escravidão. A Inglaterra visando acabar com o tráfico de escravos africanos, tomou a dianteira e manteve nosso país sob ameaças até que o regime monárquico brasileiro, cedendo à pressão, decretou a Lei Eusébio de Queirós em 1850, que visava extinguir o tráfico negreiro no país.
  • 21. Em seguida, aproximadamente vinte anos depois, foi decretada a Lei do Ventre Livre, para que os filhos dos escravos nascidos a partir daquela data (a data em que foi sancionada a lei) não seriam mais escravos. Essas leis serviram para levar o regime escravista ao fim gradativamente, com isso, os grandes produtores de café (que estava em alta produção) não tiveram outra escolha se não optar pela busca da mão-de-obra assalariada, começaram então a incentivar a imigração europeia, para que os imigrantes viessem para o Brasil em busca de trabalho, e assim foi se dando o início do trabalho assalariado em nosso país. Com a expansão da economia cafeeira, as regiões produtoras como o Oeste Paulista, o Vale do Paraíba e o Rio de Janeiro se desenvolveram em urbanização e industrialização, o que ajudou ainda mais a fortalecer a economia brasileira nesse período. Nessa época, os movimentos abolicionistas ganharam força e cada vez mais adesão popular, militar (pois até mesmo o exército passou a se recusar a perseguir os escravos fugitivos) e política, porque acabou mobilizando alguns políticos que auxiliaram o processo de assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel. Como os paulistas detentores de terras produtoras de café já tinham encontrado meios para superar a crise da falta de mão-de-obra através do trabalho assalariado, se posicionaram a favor das campanhas abolicionistas e se distanciaram muito dos produtores valeparaibanos, que ainda defendiam a escravidão por parecer mais rentável aos seus negócios. A sociedade posterior a abolição não se tornou um mar de rosas para os antigos escravos, porque mesmo não sendo mais escravos, muitos negros acabaram permanecendo nas fazendas onde trabalhavam. A sociedade simplesmente ainda não aceitava o homem negro e nem a mulher negra. Muitos tinham a desvantagem de serem analfabetos e os que migraram para as cidades apenas conseguiam trabalhar com trabalhos braçais. Como exemplo, posso citar o aumento no número de empregados domésticos, artesãos, ambulantes nesse período da história brasileira.
  • 22. REFERÊNCIAS: https://educacao.uol.com.br/ https://www.historiadobrasil.net/ Questão 8- Quais foram os principais fatores da decadência do café no Vale do Paraíba? O Vale do Paraíba foi o maior e principal produtor de café, contribuindo para a formação social, econômica e política do país. No entanto, em meados do século XIX e início do século XX, ocorreu uma série de eventos q ue afetaria negativamente o ciclo do café no Vale. A partir do século XIX, surgiram leis abolicionistas que causaram uma considerável diminuição da oferta de escravos, o que fazia com que os fazendeiros incentivassem as políticas de imigração, que ainda não eram atendidas por D. Pedro II. Entretanto, esses imigrantes não possuíam as técnicas que os escravos, e após a abolição da escravatura, as fazendas passaram a diminuir ainda mais a sua produção. “Os vícios de estruturação não foram sanados, no decorrer do século, nem a técnica de tratar a terra, que acabou conhecendo a exaustão prematura. A erosão nos morros fazia baixar a produtividade dos cafezais” (MOTTA SOBRINHO, 1978, p. 107). Conforme os imigrantes chegavam ao Brasil, eles passavam a trabalhar nas novas fazendas que estavam se instalando e estabilizando fora do Vale do Paraíba, se concentrando no estado de São Paulo. Essas novas fazendas passaram a ser concorrentes das zonas cafeeiras do Vale do Paraíba, diminuindo ainda mais as demandas dessa.