1. Centro Universitário Salesiano de São Paulo
Unidade de Ensino de Lorena
Ana Clara de Oliveira Dias
Flávio Correa de Melo Junior
Gabriel Quintanilha
Lucas Barbosa
Luiz Gustavo de Moura Silva
Web Quest - Café:
Grupo 3
Lorena, 2016.
2. 1. Resumos e comentários críticos:
Texto: “O Café no Vale do Paraíba: Origem e Decadência”,
de Alan Alves Brito Conceição.
Em seu artigo “O Café no Vale do Paraíba: Origem e Decadência”, Alan Alves
Brito começa ressaltando a origem da planta e como ela chegou ao Brasil,
pontuando que seu descobrimento foi na África, na região da Etiópia. Ele afirma
que já no século XV o café era reconhecido como um estimulante energético e
já estava sendo levado para todo o território africano, chegando na Europa no
final de 1500, mas só se tornou popular dois séculos depois.
A princípio a Igreja cristã condenou o consumo do café aos cristãos, devido a
sua cor escura, mas o Papa Clemente VIII liberou seu consumo após
experimentar a bebida.
Diante da popularização da bebida pela Europa e com a ajuda das
Companhias das Índias Ocidentais, o fruto passou a ser cultivado em
abundancia, em todo terreno que se mostrasse adaptável. Chegando na América
do Sul pela Guiana Francesa e no Brasil em 1722, por Belém do Pará, chegando
no Rio de Janeiro apenas em 1774.
Após essa explanação histórica, Alan Alves coloca o Vale do Paraíba no foco,
pontuando que o café chegou no Vale logo após o ouro das Minas se esgotarem,
e que se beneficiou muito com o sistema do engenho de açúcar, dizendo que a
produção cafeeira está fortemente ligada ao aumento de escravizados,
principalmente quando se aproxima da proibição do tráfico negreiro e ocorre um
estopim de escravizados sendo desembarcados no Brasil.
A dependência da mão-de-obra escrava é um dos fatores mais fortes na
decadência do Café, já que quem conhecia o cotidiano do plantio era o negro,
com a abolição da escravidão essa atividade acabou sofrendo e a terra foi se
deteriorando.
O autor faz algumas ligações do ciclo do café com o da cana-de-açúcar e com
o do ouro, defendendo a ideia de que o grande lucro da venda do café, deu a
mesma ilusão de riqueza imediata que o ouro, fazendo com que não se pensasse
na possibilidadede uma queda. Sobre o ciclo da cana-de-açúcar, o autor nos diz
que o Brasil deixa de lucrar com a exportação, se preocupando apenas com a
3. produção e deixando a exportação para que outro faça, como foi com a Holanda
na exportação da cana.
O autor pontua muito bem as questões do Café no Vale do Paraíba,
ressaltando pontos importantes e refletindo sobre os temas mais controversos.
Por mais que sua visão sobre a abolição da escravatura possa ser equivocada
ou mal compreendida, a explicação dos fatos vem a ser precisa e correta.
Texto: “O Problema do Café no Brasil”, de Delfim Moreira
Neto.
O livro ‘’O problema do café no Brasil’’, de Delfim Moreira Neto é diferente dos
convencionais livros de história pelo seguinte fato: trabalhar mais o lado
econômico do Brasil cafeicultor.
Cita como poderia ter sido a escolha de investir na plantação de café por
causa de seus altos preços e margens de lucro quase estáveis, porém mostrou
ser um problema nos anos finais do século XIX para o século XX, devido as
influências externas e preços instáveis, as crises que atravessamos influenciou
no café mostrados através de quadros e a libertação dos escravos. E mesmo
assim as elites resolveram seguir retardando a industrialização.
Mas o foco principal é a história do café no Brasil em uma perspectiva
econômica para entender as oscilações financeiras em relação ao governo para
a economia nacional.
A escolha do livro da área de economia é pelo seguinte fato de aparecer
muitos livros e artigos de temas parecidos e repetidos no Web Quest, por isso
seria interessante propor esse livro analisar as decisões sobre o café e outros
meios pelo viés econômico já que ele mostrar tabelas e números sobre os
percentuais de ganhos e despesas.
Texto: “História do ciclo do café no Vale do Paraíba de 1830
a 1930”, de Rafael Menezes.
Em seu artigo, o autor afirma que o café foi trazido ao Brasil em 1727, mas
que chegou mais tarde no Rio de Janeiro, apenas na década de 60, mas apenas
para o consumo doméstico. Já no período regencial o café contribuía para a
4. economia do país, porem foi só no Segundo Reinado que a exportação do café
chegou em seu auge e se tornou o principal produto de exportação, com os
cafezais localizados no Vale do Paraíba.
As terras do Vale eram propícias para o cultivo, já que o clima era favorável e
as terras eram virgens, cheias de nutrientes e era usada até perder seus
nutrientes e só após isso que eles trocavam de lugar da plantação.
A produção de café necessitava de um grande investimento inicial, pois, a
princípio, era preciso ter terras, escravos e os utensílios, mesmo que a produção
fosse feita em modo pré-industrializado, como o autor defende, com poucos
utensílios, o lucro só viria após aproximadamente 5 anos.
O café trouxe muitos benefícios para o Vale, como empregos, melhores
condições e portos. Os grandes senhores ganham títulos de nobreza e
proximidade ao Imperador, ficando conhecidos como os “Barões do Café”.
O texto tem uma leitura simples e pontual, junto com a leitura dos outros textos
sugeridos nesse trabalho, pode-se alcançar uma compreensão abrangente de
todo o movimento do Ciclo do Café no Vale do Paraíba.
5. 2. Vídeos e Imagens:
Figura 2 - Brasil do café
Fonte: Blog por Simas.
Disponível em: <http://porsimas.blogspot.com.br/2012/05/24-de-
maio-dia-nacional-do-cafe.html>
Comentário: Desde seu "descobrimento", o Brasil se porta como
colônia, não era por menos, pois ficou 322 anos nas mãos de Portugal,
mas mesmo após sua independência, o Brasil continuou a se
comportar assim.
Como toda colônia, sempre foi país que se destacou por ser agrário
exportador, com o café não foi diferente. O que se ganhou nesse
período, pouco foi investido no país, sempre com mesma mentalidade
de abastecer o mercado externo.
6. Figura 2 - Escravizados trabalhando na produção de café.
Fonte: Hyperallergic.
Disponível em: <https://hyperallergic.com/93626/seeking-humanity-in-the-
barbarity-of-brazils-slave-past/>
Comentário: A época do café é a época da falta de humanidade e de sentido.
Mesmo que os negros fossem forçados a trabalhar de 14 a 18 horas diárias,
ainda assim, se tinha o consenso de que os negros eram preguiçosos.
Ao mesmo tempo em que o senhor se preocupava com a saúde do escravo,
não se importava com sua longevidade.
A cultura do negro era considerada inferior, mas ainda sim se proibia os
negros de falarem sua língua local e cultura seus próprios deuses.
7. Figura 3 - Homens e mulheres imigrantes em colheita do café no estado
de São Paulo no início do século passado.
Fonte: Pagina do G1.
Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/06/em-10-anos-
numero-de-imigrantes-aumenta-160-no-brasil-diz-pf.html>
Comentário: Na época do café, muitos imigrantes europeus vieram ao Brasil
em busca de melhores condições, porem alguns acabaram virando escravos
daqueles fazendeiros que haviam pago suas despesas de viagens e trabalharam
a vida toda para pagar a dívida. Esses imigrantes eram tratos como escravizados
e trabalhavam em condições iguais, essa situação só foi se alterar quando o
governo passou a bancar as viagens.
Também existia pessoas que traziam os imigrantes europeus com o intuito de
"branquear" a população brasileira.
8. Vídeo 1 – Café no Vale Histórico.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=WJgzZ41iwOA>
Fonte: TV Cultura Digital.
Comentário: O vídeo muito didático e claro ao tratar da entrada do Café no
Brasil, pensando de onde vieram os primeiros grãos.
Vídeo 2 –Passo 2: A expansão do café pelo Vale do Paraíba.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=uHPKlK0UaxU>
Fonte: Guilherme B. Hoffmann.
Comentário: As rotas que o café percorreu são de estrema importância para
compreender os movimentos sociais do Vale, o vídeo trata de forma bem
pautada esse trajeto.
Vídeo 3 – O Café: História e Penetração no Brasil.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qs4LLlotBJw>
Fonte: Revista Cafeicultura.
Comentário: Parte do vídeo que mostra que os trabalhadores nas lavouras
eram imigrantes, é possível concluir já que se passa após a abolição, mas que
não exclui a ideia de ex-escravos estarem trabalhando por não terem aonde ir.
Além de mostrar os diferentes tipos de produção em diversos centros de
produção do café. Onde também as Lavouras usavam o trabalho animal para a
produção que até hoje pode ser usada mas tem-se o uso de maquinas.
O vídeo cita os Escravos nas primeiras lavouras de café antes da grande
demanda brasileira e a chegada de Imigrantes vindo trabalhar nas lavouras e
vassouras.
Há uma explicação da origem do café até a chegada no brasil. Onde a
França trouxe a américa, para combater o lucro da Inglaterra, e mais tarde
Francisco de Melo palheta trouxe-o para o brasil.
O vídeo nos demonstra que ao chegar no brasil o café e não encontrar
condições favoráveis, desceu ao sul onde melhor se aprimorou e se dividiu em
dois rumos para expansão: o Norte na região de Valença e paraíba do Sul, com
grandes lavouras e vassouras;
E o Noroeste, lucros grandes na região de Joao marcos e Resende.
E ainda temos a expansão pela região do Vale do paraíba, onde:
A cidade de Resende, grande centro de café, Luiz Pereira Barrett criador do
café Bourbon introduziu o mesmo na região de ribeirão preto;
9. Pelo vale do paraíba, o café penetrou minas gerais na zona da mata, onde a
cultura se desenvolveu notavelmente;
No Rio de janeiro, criou-se grandes fazendas da nobreza rural latifundiária
produzida pela mão de obra escrava.
O café penetrou no estado de são Paulo pelo norte paulista, penetrou em
minas e expandiu ao norte do Paraná.
A uma explicação do rendimento econômico que o café resultou no Brasil,
temos Por causa da grande demanda de café no estado de são Paulo, o porto
de santos tornou-se o maior do brasil e um dos mais importantes do mundo
sobre o comercio do café.
São Paulo construiu centro urbanos e metrópoles industriais de crescimento
mais rápido do mundo pelo fato do grande lucro adquirido.
10. 3. Caixa de Minhocas: Duvidas e Questionamentos:
O cultivo do café tornou-se o estabilizador da economia do
Império, reforçando o sistema de dominação dos senhores
rurais. O que poderia ter ocorrido com o Vale Paraíba se não
houvesse as grandes lavouras de café?
Explique os fatores que contribuíram para a expansão da
economia cafeeira no Brasil?
Podemos dizer que os judeus foram responsáveis pelo
crescimento do Brasil em sua primeira fase colonial? Justifique
sua resposta.
11. 4. Caracterize:
Fazendas de café:
As fazendas de café paulistas aproveitaram toda uma estrutura canavieira já
existente, aprimorando construções e maquinário conforme as necessidades
foram aparecendo.
Eram o lugar onde ocorria toda a vida econômica brasileira depois da
decadência do ouro, com toda uma arquitetura planejada para ajudar na
produção do café, aonde se tinha senzalas, cujos escravos ficavam alojados; a
casa sede (Casa Grande), na qual ficava o fazendeiro e sua família com mais
alguns empregados domésticos; a área de serviços, conhecido como engenho e
tulha, aonde acontecia os processos de manufatura do café e, por fim, a área de
cultivo do café, na qual era reservada a maior parte da propriedade para maior
produção.
Comissário do café:
Na época do café, havia ausência de um sistema bancário, público ou privado,
ligado diretamente à produção, então o comissário do café chamava para si o
papel fundamental de suprir o crédito e recurso necessário ao fazendeiro de café
para que pudesse estruturar sua fazenda e ter giro de produção. O comissário
exigia em contrapartida do fazendeiro por volta dos 3% do valor da venda da
produção.
Os comissários eram pessoas que tinham poder econômico suficiente para
investir no negócio do café, e faziam isso porque viam no café a atividade mais
segura e rentável da época, pois o café era valorizado tanto em âmbito
doméstico quanto no exterior.
Arquitetura do café:
O conjunto de edificações, a casa-sede, a senzala, o engenho de café e a
tulha, formavam um “quadrado funcional”, denominação dada à forma de
implantação no sítio natural, tendo o terreiro de café, ao centro, como referência.
12. Vale ressaltar também que toda a arquitetura da fazenda era pensada no café,
para otimizar sua produção.
A senzala era uma construção simples desprovida de janelas, cobertura em
telha-vã e possuía uma varanda fronteira, em toda a sua extensão, para evitar
que o escravo tomasse chuva, com piso de terra batida. Era dividia em cubículos
ou celas, denominadas lances, cuja quantidade e dimensões variavam em
função do número de escravos.
As plantas das casas-sede eram marcadas pela preocupação de separar as
dependências em blocos distintos, refletindo, na organização de seus ambientes,
as regras e normas sociais vigentes. Em um bloco eram contemplados os
espaços de convivência social da família, onde se localizavam os quartos de
dormir, as salas de refeição, jantar e almoço, e as dependências de serviços,
como a cozinha. No outro bloco ficavam as dependências de recepção dos
hóspedes e dos visitantes, com suas salas e alcovas separadas da área familiar
por ambientes cujas portas eram mantidas sempre fechadas.
Catolicismo Popular:
O Catolicismo Popular veio ao Brasil na época colonial, com a vinda de
portugueses de origem pobre que tinham esse costume na sua terra natal. Essa
é a forma de catolicismo que predominou e ainda predomina no Brasil. Ela
consiste na figura dos santos e na sua glorificação, geralmente representada
fisicamente pela imagem física do santo, assim, se tornando tão importante
quanto Deus para as pessoas. O santo tem a missão de atender as orações que
lhe são conferidas, podendo ser tanto pedidosdo cotidiano, quanto pedidosmais
ambiciosos.
Esse tipo de catolicismo tem diferentes abrangências, podendo atingir
pequenos grupos (núcleos familiares), grupos maiores como comunidades
(capelas e igrejas) e algo de influência maior, como os santuários, ligado a
peregrinação e multidões.
13. 5. Como ocorreu a gestação da economia cafeeira?
A abundância de terras no Brasil do século XIX faz com que os produtores de
café não encontrem muitas dificuldades para transformar a produção de café em
um produto lucrativo para a exportação. O café se torna uma solução rápida e
viável para o problema econômico brasileiro.
Com a queda da mineração, há facilidade de mão-de-obra e capital
acumulado para que fosse possível fazer um novo investimento, na tentativa de
encontrar outro carro chefe para a economia.
Os empresários comerciais que já estavam no ramo do ouro, adquiriram terras
e mão-de-obra, fazendo massivos investimentos na produção para a exportação.
Diferente dos produtores de cana-de-açúcar no período colonial, os
produtores de café sabem da sua importância para a economia, o que acarreta
mais tarde em influência política.
Entende-se por "Gestação da economia cafeeira" o período entre 1830 e
1840, onde a produção do café era feita exclusivamente para suprir o mercado
externo.
14. 6. Como transcorria o cotidiano em uma fazenda de café?
Ao soar dos sinos ainda de madrugada, os escravos se levantavam e
enfileirados se apresentavam ao feitor e seus capatazes, se preparando para
uma jornada que duraria de 14 a 18 horas de trabalhos.
Depois de receber suas tarefas, os escravos se deslocavam para a área das
tarefas, que se fossem próximas a fazenda iriam a pé, se não, subiriam em um
carro de boi e seriam transportados.
Os grupos eram separados e distribuídos de acordo com suas tarefas, sob a
vista do feitor.
As dez horas o almoço era servido, sua comida era composta (na maioria das
vezes) por angu, feijão, abóbora, mandioca, partes de carne de porco não
aproveitadas na casa grande, frutas da estação, com direito a alguns minutos de
descanso.
Por volta das 12:00hs era servido café com rapadura. O café era substituído
por cachaça em dias frios.
As 16:00hs jantava-se o mesmo cardápio do almoço e ganhavam mais alguns
minutos de descanso e voltavam ao trabalho, que só se encerraria ao anoitecer.
Ao retornar a fazenda, os escravos tinham a função de fazer tarefas
pequenas, como a produção de farinha de mandioca, debulhar milho, fazer fubá,
torrar café e cortar lenha.
15. 7. Qual o significado político, econômico e social da abolição da
escravatura?
Após quase três séculos de escravidão no Brasil, os negros foram libertos
através da Lei Aurea em 13 de maio de 1888. Porém esta liberdade, não
concedeu aos afrodescendentes as condições necessárias para que
conseguissem ter uma vida mais plena e próspera economicamente.
Sem nenhum tipo de indenização ou doação de terras, os negros foram
obrigados a buscarem saídas para conseguirem se manter financeiramente.
Muitos optaram em permanecer nas fazendas, onde anteriormente foram
escravizados, já que não tinham outro local para trilharem o seu futuro. Desta
maneira, eles vendiam o seu trabalho em troca de alimentação e moradia nas
fazendas.
Já os escravizados libertos que foram tentar a sorte na zona urbana,
acabaram tendo que se contentar com subempregos e a mendicância. Os que
não viviam na rua, passaram a morar em cortiços que não contavam com
condições adequadas de infraestrutura.
Neste cenário, o país registrou um aumento considerável de
afrodescendentes desempenhando a função de empregadas domésticas,
vendedores ambulantes e prostituas.
Em um artigo acadêmico, a doutora Jacia Maria Ferraz de Menezes, afirma
que o pós-abolição não correspondeu às expectativas dos abolicionistas, pois
houve uma queda na qualidade de vida dos ex-escravos, o que pode ser
reforçado pela presença de fortes movimentos sociais na Bahia nas duas
primeiras décadas do século XX dirigidos a uma luta contra a carestia. Ela
enfatiza ainda que “descendentes dos escravos continuaram vivendo de forma
semelhante àquela em que viviam sob a escravatura, dado à indigência a que
foram lançados”. Ou seja, a abolição não deu condições para que os negros
pudessem alcançar a igualdade, a cidadania plena.
Diante este panorama, houve a criação de um abismo social entre brancos e
negros, que até hoje assola milhões de afrodescendentes, que notoriamente
constituem a maioria das favelas e da população carcerária até hoje.
Na obra “O Império do Brasil” a autora Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves
ressalta que “O país, já incluído no rol das nações civilizadas, não tinha espaço
16. para os ex-escravizados, que foram marginalizados, inclusive pelas elites
intelectuais que os defenderam antes da abolição. Os negros continuaram
fazendo parte de uma estrutura hierárquica e excludente que caracteriza as
relações sociais existentes no Brasil até hoje. ”.
17. 8. Quais foram os principais fatores da decadência do café no Vale
do Paraíba?
De acordo com o artigo “O Café no Vale do Paraíba: Origem e Decadência”,
do mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, Alan Alves Brito, o início do
declínio do comércio do café nacional ocorreu no final do século XIX devido a
uma grande crise.
Além da recém abolição da escravatura, que acabou libertando os
escravos que tinham conhecimento da rotina de plantio, os cafeicultores do Vale
do Paraíba passaram a contar com a concorrência das zonas cafeeiras no oeste
do estado.
O autor afirma que o ciclo do café estava totalmente estruturado na exploração
da terra e na mão de obra escrava, assim “surge a hipótese de que os
cafeicultores não levaram a sério os movimentos abolicionistas, já que os
escravocratas acreditavam que a situação seria revertida”.
Ou seja, a migração dos negros para as zonas urbanas e até mesmo para as
plantações do oeste paulista acabaram contribuindo para que as fazendas
valeparaibanas deixassem de contar com a mão de obra adequada para a
produção cafeeira.
Outro fator que pode ter contribuído para o declínio do café no Vale do Paraíba
é o fato dos problemas causados pela superprodução do grão no país. De acordo
com o escritor Motta Sobrinho esta crise “gerará a primeira intervenção
governamental de monta, como solução paliativa, urgente, para atender os
reclamos da cafeicultura em 1906, com o Convênio de Taubaté, ao tempo do
governo Rodrigues Alves”.
18. 9. Referencias:
Cafeicultura. Disponível em:
<http://revistacafeicultura.com.br/?mat=5550> Acesso em: 14
de setembro de 2017.
Cafeicultura. Disponível em:
<http://revistacafeicultura.com.br/?mat=21809> Acesso em: 14
de setembro de 2017.
CONCEIÇÃO, Alan Alves Brito. O Café no Vale do Paraíba:
Origem e Decadência. Taubaté, Unitau. Outubro de 2014.
DELFIM NETTO, Antônio. O problema do café no Brasil. 3ª ed.
São Paulo: UNESP, 2009.
Enlargement of “Slaves in the yard of a coffee farm, Vale do
Paraíba, Brazil, c. 1882”.
FURTADO, CELSO. Formação econômica do Brasil. 22 ed.,
São Paulo: Editora. p. 116-126
MENEZES, Jaci Maria F. Abolição no Brasil: A Construção da
Liberdade. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.36, p. 83-
104, dez.2009.
<http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/36/art07_3
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PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto,
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Portal São Francisco. Disponível em:
<http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/ciclo-
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Scielo. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
75901980000100005> Acesso em: 14 de setembro de 2017.