O documento descreve a história da arte de jardins ao longo do tempo, começando pelas origens e civilizações antigas e abordando diferentes períodos e culturas como a egípcia, a oriental e a ocidental. Inclui também informações sobre a tipologia e atributos dos jardins portugueses.
2. HISTÓRIA DE ARTE DE JARDINS
Apresentação da UFCD
Conteúdos
1.História de Arte Geral
2. História de Arte de Jardins
2.1. Origens
2.2. Civilizações centrais
2.3. Civilizações orientais
2.4. Civilizações ocidentais
2.5. Portugal
2.5.1. O jardim em Portugal (tipologias e
atributos)
2.5.2 Fatores edafoclimáticos.
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3. História
• ESTUDA OS ASPETOS SOCIAIS, POLÍTICOS, ECONÓMICOS
E CULTURAIS DAS SOCIEDADES
• ESTUDA A EVOLUÇÃO DO HOMEM AO LONGO DO TEMPO E
NUM DETERMINADO ESPAÇO
• PRETENDEMOS CONHECER O PASSADO
PARA MELHOR COMPREENDER O PRESENTE
E PODER PROJETAR O FUTURO
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4. ARTE
A ARTE É O REFLEXO DE UMA ÉPOCA E DE UMA SOCIEDADE NUM
DETERMINADO TEMPO E LUGAR
• REFLETE O ESPÍRITO INVENTIVO
A CRIATIVIDADE
E A SENSIBILIDADE DO HOMEM
• A ARTE EXPRIME IDEIAS
• DESPERTA ESTÍMULOS
• ESTABELECE SIGNIFICADOS
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5. ORIGINALIDADE CRIATIVIDADE IMAGINAÇÃO
OBRA DE ARTE
Ao longo do século XX, os espaços de
conservação e divulgação da OBRA DE
ARTE têm contribuído para aproximar a arte
do público.
• Museus de arte
• Feiras internacionais
• Bienais de arte
• Galerias de arte
• Exposições coletivas e individuais
• Debates e conferências sobre arte
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7. JARDINS
Os jardins são espaços delimitados em
centros urbanos onde predominam os
elementos naturais.
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8. ARQUITETURA PAISAGISTA
Os arquitetos paisagistas estudam através da sua
ciência e da sua arte, os jardins e a forma como eles
se relacionam com o meio envolvente e com o ser
humano.
O arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles
é um bom exemplo de contribuição para o
desenvolvimento da arquitetura
paisagística.
Recentemente foi galardoado com o
prémio IFLA 2013, o equivalente ao prémio
“Nobel” no paisagismo.
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9. JARDINAGEM
Os jardineiros, com o uso
de técnicas e ferramentas
próprias, trabalham os
jardins de um modo
planeado procedendo
também à sua
manutenção.
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11. COMO FAZER UM JARDIM
1. Para fazer um jardim devemos planear e estudar a sua
disposição e o melhor enquadramento das plantas ao
espaço.
2. Cada planta tem características muito próprias, como a cor e
o cheiro, assim como, necessidades especiais de
sobrevivência.
3. Existem processos simples de desenho que nos
permitem passar para a realidade o nosso projeto. Por
exemplo, usando fios e estacas para traçar retas,
circunferências ou elipses, podem ser dados efeitos
geométricos aos jardins.
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12. SEMEAR
1. Depois de marcar o espaço faz-se a sementeira usando
terra de boa qualidade. A sementeira deve ser feita num
lugar resguardado e com sol.
2. Abrem-se pequenos furos (com um furador) onde se
colocam as sementes e tapam-se com um pequeno
ancinho.
3. Depois rega-se.
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13. REPICAR
Depois de germinadas, as plantas já com algum
desenvolvimento crescem muito próximas umas das outras.
Devem ser então retiradas uma a uma da terra. Depois
devem ser plantadas a uma distância mais apropriada - este
processo é conhecido como repicagem.
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14. PLANTAR
1. Ao plantar, repetimos o processo de semear, embora
usando as plantas em vez das sementes e usando uma
distância apropriada entre elas.
2. Enterramos a raiz sem abafar o caule na terra e
devemos regar de seguida.
REGAR
1. A cor menos viva e brilhante das plantas é sinal de
desidratação, podendo ficar amarelas, murchar e morrer.
2. Devemos evitar regar nas alturas de mais calor, pois a
água evapora facilmente e funciona como lupa
aquecendo as plantas. Regando de manhã, permite
preparar as plantas para o calor do Sol.
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15. FERTILIZAR
Para obtermos um bom resultado, devemos fertilizar o terreno.
O solo é constituído por matéria viva em decomposição, como
restos de plantas, de insetos ou excrementos de animais,
de que as plantas se alimentam.
Se o solo não tiver esta matéria, deve ser
fertilizado, através de adubos naturais ou
químicos que ajudam as plantas a sobreviver.
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16. PODAR
A poda é uma técnica de jardinagem que serve para fortalecer as
plantas fazendo com que estas floresçam e frutifiquem na estação
seguinte. O processo de poda é feito com uma tesoura especial
para esse efeito.
As plantas podem ser fixadas a
tutores, com o auxílio de estacas e
atilhos, para se desenvolverem numa
determinada direção e resistirem
melhor ao vento.
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17. O conhecimento e os saberes da ciência
aliados ao uso e à manipulação de uma
determinada técnica, permitem-nos
chegar a resultados muito concretos.
Neste caso, à realização de um jardim.
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18. Paisagem
• Observação.
• A paisagem resulta da ação de fatores naturais e/ou humanos, dependendo
do lugar, do tempo e da perspetiva pessoal com que essa observação é feita.
As paisagens vão sofrendo, ao longo do
tempo, diversas transformações, o que
significa que são dinâmicas.
Parque das Nações, Lisboa,
Portugal
19. Paisagem As constantes mudanças a que uma paisagem está
sujeita são uma consequência da permanente
transformação dos elementos naturais e humanos.
A transformação da
paisagem resulta, então:
• de fatores naturais,
como a ocorrência de
uma catástrofe natural;
• da intervenção do
Homem sobre o meio
natural.
Sismo no
Haiti Desflorestação da
Amazónia
24. Jardins da História
Arte da Pré-história ao século XX
Pré - história
• período que antecedeu à invenção da escrita;
• não foi registado por nenhum documento escrito;
• Homem pré-histórico registou a sua evolução através dos
seus instrumentos, armas, fósseis, utensílios, gravuras,
pinturas e fragmentos de joalharia e ornamentação.
Tudo o que sabemos da raça humana que viveu nesse tempo é o resultado da pesquisa de
antropólogos, historiadores e arqueólogos, que reconstituíram as evoluções dessa época.
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25. Evolução da arte da Pré-História
1. Paleolítico
Arte paleolítica
Arte rupestre: com o sílex, o homem trabalhava a escultura e o relevo.
Na pintura utilizavam pigmentos ou cores naturais.
Tendência para o 3D, devido ao aproveitamento dos acidentes naturais dos tetos e
das paredes da guta, utilizando traços de grossura diferente e linhas de sombra.
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26. Sílex, utensílio em pedra, conservado até aos
nossos dias eram fabricados, habitualmente,
com ossos ou pedras. A técnica consistia em
lascar uma pedra de modo a dar-lhe a forma
para cortar, raspar ou furar.
Na pintura verifica-se a tendência para o uso
de cores como o vermelho e preto. Ausência
de figuras humanas, predominando apenas
animais isolados e de grande porte.
Pintura de bisonte, Pirenéus - França
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27. O Homem primitivo e a Natureza
• Nos primórdios da Humanidade, os recursos naturais eram, sobretudo, usados para criar
abrigos, fabricar armas ou ferramentas.
• O Homem foi aprendendo com a natureza e apercebeu-se de que muitas plantas e frutos eram
comestíveis e que outras tinham efeitos curativos.
• Percebeu também que as sementes germinavam e que davam origem a novas árvores ou plantas
da mesma espécie.
• Este conhecimento impulsionou a seleção e o cultivo de plantas, ajudando à sedentarização das
tribos primitivas.
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28. Os jardins da antiguidade
à idade média.
https://www.youtube.com/watch?v=IgdoDPBLPXs
29. Árvore – água – vida – luz - ar
• Jardim (garden; garten; giardino; jardín)
• Gan (hebreu arcaico) – proteger ou defender
• Oden ou Eden – prazer
• Jardim expressão de arte – correspondência
cultural, filosófica ou religiosa de refinado
senso estético e simbólico (valores) da
sociedade que o constrói.
• Filosofia: arquétipo da perfeição;
correspondência do mundo ideal.
• Religião: origem e fim da vida; espaço de
transcendência entre o céu e a terra.
Jardins foram associados à elite e ao poder da
aristocracia e religioso até ao século XIX
O Jardim das Delícias Terrenas é um tríptico de Hieronymus Bosch
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30. Contributo das primeiras civilizações
• Há 5 mil anos, na África e na Ásia,
surgiram as primeiras civilizações da
História, que cresceram a partir da
riqueza de grandes rios e das suas
margens.
• Cresceram até formarem grandes
cidades – Civilizações dos grandes rios.
• as terras férteis junto dos rios Tigre,
Eufrates, Indo, Amarelo e Nilo atraíram
comunidades de agricultores e
pastores e contribuíram para o
desenvolvimento das mais antigas
civilizações.
CIVILIZAÇÃO
SUMÉRIA
CIVILIZAÇÃO
EGÍPCIA
CIVILIZAÇÃO DO
VALE DO INDO
CIVILIZAÇÃO DO
RIO AMARELO
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31. CIVILIZAÇÃO SUMÉRIA
Suméria é a mais antiga civilização conhecida da região
do sul da Mesopotâmia, na região dos rios Tigre e
Eufrates.
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32. CIVILIZAÇÃO DO VALE DO INDO
Civilização do Vale do Indo foi uma civilização da
Idade do Bronze nas regiões noroeste do sul da
Ásia, que existiu entre 3 300 a.C. e 1 300 a.C.,
sendo que atingiu seu auge entre 2600 e 1 900
a.C.
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34. A procura das regiões férteis junto aos rios gerou uma maior
concentração populacional e o aparecimento de importantes
núcleos urbanos.
Ruínas do núcleo
urbano de
Mohenjo-Daro,
no Vale do Indo.
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35. Embora férteis, essas terras exigiram muito esforço para que se
tornassem produtivas. Foi necessário:
→ drenar campos;
→ desbravar terra;
→ construir diques e barragens;
→ contruir canais para irrigar os
campos.
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36. Estes fatores tiveram como
consequência uma maior
abundância das colheitas,
possibilitando a acumulação de
excedentes agrícolas, o que veio
criar condições para o
desenvolvimento do comércio, para a
especialização de algumas pessoas
noutras atividades e para a
estratificação social.
1. Núcleo urbano consiste numa
concentração de populações num
determinado lugar, já com alguma
organização política, económica,
social e religiosa, que deu origem às
primeiras cidades.
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37. Nos núcleos urbanos, as
habitações destacam-se pelo
refinado valor estético,
delimitados por espaços
consagrados ao luxo e ao
prazer, ao mesmo tempo em
que chamava a atenção para a
extensão do jardim.
O jardim - simbolismo (uma
espécie de natureza
domesticada pelo homem).
Ruínas do núcleo urbano de Mohenjo-Daro,
no Vale do Indo.
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39. Origens
https://www.youtube.com/watch?v=-dVdnviCQ_s&t=4s
• A história do paisagismo não começa com um lápis ou uma mangueira, mas sim com
o fogo. Os “projetistas” pré-históricos utilizavam as chamas para limpar o espaço, para
estimular o crescimento das plantas.
• 400.000 anos depois, já no século XVIII, ricos proprietários de terras contratavam
pessoas como “eremitas ornamentais” para seus extensos jardins.
• Para eles, um jardim era um símbolo de riqueza e exclusividade
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40. 1400 aC: Jardim Doméstico (Era Egípcia Antiga)
• O jardim egípcio foi desenvolvido de acordo com a topografia do Rio Nilo.
• Grandes planos horizontais, sem acidentes naturais ou artificiais.
• As características dos monumentos egípcios - com a rigidez retilínea e a geometria -
fizeram com que os jardins tivessem uma simetrização rigorosa.
• Tudo de acordo com os 4 pontos cardeais.
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42. • O jardim egípcio era um oásis. Fornecia
cuidadosamente a beleza natural em uma
terra árida.
• Práticos, geométricos e belos.
• Os jardins eram cultivados para produzirem
os ingredientes da vida quotidiana:
1. Papiro;
2. Ervas e especiarias;
3. Sombras e frutas.
• As plantas mais utilizadas eram as palmeiras,
figueiras, videiras e plantas aquáticas.
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43. • O jardim regular era símbolo da fertilidade,
sintetizava as forças da natureza e era a
imagem de um sistema racional e
arquitetónico baseado no monoteísmo.
• Fortemente influenciados pela astrologia e
pela crença em deuses.
• Osíris para os egípcios era o deus da
vegetação.
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45. Babilónia
• Berço da civilização.
• Foi uma antiga área cultural, localizada na
região centro-sul da Mesopotâmia (atual
Iraque, a 100km de Bagdad).
• Os jardins mais famosos da Antiguidade.
• Banhada pelo rio Tigre e Eufrates.
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46. Babilónia
• A cidade era cosmopolita, com grande diversidade de povos e cultura.
• Tinha na educação e na ciência sua fonte de enriquecimento.
• A Babilônia impressionava pela sua arquitetura e urbanismo.
• Mostrava a sua potência e ostentação através das artes. Milhares de pessoas passavam
pela Babilônia apenas para conhecer a majestosa arquitetura. Seriam nossos primeiros
registros de um tipo de turismo.
• Politeístas, o que fazia com que templos magníficos fossem construídos.
• Estratificação social, sabe-se que a alta nobreza e o clero comandavam a maior parte da
administração pública.
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47. Jardins suspensos da Babilónia
• 7 maravilhas do mundo antigo.
• Jardins adaptados à topografia local.
• Desenvolvimento de técnicas agrícolas aliadas à irrigação.
• Formados por vastos terraços assentes sobre arcadas.
• Árvores raras e flores exóticas recebiam a água do rio Tigre, elevada por meio de
máquinas hidráulicas.
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48. Jardins suspensos da Babilónia
• Racionalidade geométrica nos projetos, de forma a que
pudessem ser admirados à distância.
• A água canalizada, tanques e bosques foram incorporados na
habitação para conforto e funcionalidade.
• Os jardins eram exclusivos da realeza.
• Atualmente estes jardins já não existem, apenas ruinas.
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50. Lenda
• Foram construídos por Nabucodonosor para agradar a sua esposa (Persa) que sentia fortes calores e
precisava de um lugar para se refrescar, visto não estar acostumada com o clima da região.
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51. Jardins Suspensos da Babilônia (605-652 a.C.)
https://www.youtube.com/watch?v=XTIBvdzB05k
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