2. ANTROPOLOGIA E SEU CAMPO E OBJETO
DE ESTUDO
O homem nunca parou de interrogar-se sobre si mesmo. Em
todas as sociedades existiram homens que observavam homens .
Ex. Homero, Confúcio, os gregos.
A ciência supõe uma determinada distancia entre o observador e
seu objeto de estudo.
Nas ciências exatas e biológicos, há uma separacão entre o
sujeito observante e o objeto observado, isto se dá de maneira
natural em virtude da natureza diversa dos dois termos
presentes: cientista e objeto de estudo.
Na história, o tempo é a distância que separa o historiador da
sociedade estudada.
Na antropologia esse distanciamento, no início, foi uma distância
geográfica.
3. ANTROPOLOGIA E SEU CAMPO E OBJETO
DE ESTUDO
As sociedades estudadas pelos primeiros antropólogos são
sociedades longínquas as quais são atribuídas as seguintes
características:
Sociedades de dimensões restritas;
Tiveram poucos contatos com os grupos vizinhos;
Tecnologia é pouco desenvolvida em relação a nossa;
Menos especialização das atividades e funções sociais;
Qualificados de simples, comparada a organização “complexa” em
que vivemos.
• Assim, no início a antropologia se atribui um objeto de estudo: as
populações que não pertencem a civilização ocidental.
• Posteriormente a antropologia amplia o leque de investigações e
constitui:
o estudo do homem inteiro;
o estudo do homem em toda as sociedades, em todos os lugares e
em todas as épocas.
4. INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA
Antropologia: raiz grega Anthropo: homem
logia: ciência
A ciência do homem, estudo do homem e todas suas obras.
O comportamento do homem é estudado pela psicologia, sociologia e a
história.
Porém, a antropologia combina numa só disciplina os enfoques das
ciências biológicas e sociais. Por um lado o homem como membro do
reino animal e por outro, o comportamento do homem como membro de
uma sociedade. O tempo não é um fator restritivo-antigo e novo.
5. INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA
• A antropologia estuda a evolução estrutural da humanidade e o
desenvolvimento das civilizações desde os primeiros tempos e que
conservam os testemunhos até o presente.
• Antropologia enfatiza os estudos comparativos.
• As culturas humanas, mesmo as mais simples, possuem:
Utensílios, artefatos materiais, técnicas mais ou menos complexas para
obter alimentos;
Certo grau de divisão arbitrária do trabalho;
Organização social e política;
Sistema de crenças e ritos religiosos;
Faculdade de comunicar-se através da língua.
• Essas características culturais estão ausentes entre os animais.
6. INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA
• Todas as espécies animais atuais surgiram através de processos de
adaptação que geralmente implicam um desenvolvimento desde
formas simples a mais complexas e desde formas mais
generalizadas a mais especializadas.
• Especialização dos animais.
• O homem é um animal muito generalizado, a maioria de suas
especializações aumentaram sua capacidade para adaptar-se a
diversas circunstâncias, como:
Mão flexível e manipuladora;
Grande desenvolvimento de seu sistema nervoso.
• A cultura que possui possibilita o desenvolver mecanismos
adaptativos que o libera a muitas restrições ambientais e a adaptar-
se a novas situações sem necessitar de um grande período de
mudanças biológicas.
7. INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA
• Clima inapropriado-vestuário, casas, alimento cru (idealizou formas
comestíveis, por exemplo japonês).
• Aprendeu a viver em sociedade.
• O desenvolvimento da cultura e o hábito de viver e trabalhar juntos
haviam sido impossíveis sem a linguagem. A linguagem permite ao
homem comunicar-se diretamente com seus semelhantes e executar
tarefas mais comodamente cooperativas; acumulação de experiências e
conhecimentos e a sua transmissão de gerações sucessivas.
• O homem obtêm a maioria de seus conhecimentos através da palavra
falada ou escrita. Com isso compartilham experiências com seus
contemporâneos e também com muitas gerações que viveram antes
dele.
8. INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA
As sociedades sem escrita mais valorizam as tradições (invenções e
descobrimentos), mitos, falados e passados de gerações sucessivas.
Imensa diversidade de locais possíveis da sobrevivência do homem
exerceu-se assim, uma profunda influência em seu físico, em seu
comportamento e em sua cultura.
A antropologia se divide em vários ramos, cada uma das quais possui
aspectos especializados.
Antropologia: Física e Cultural.
9. INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA
• Antropologia Física estuda os aspectos biológicos do homem, isto é, do
homem enquanto animal.
• A antropologia física divide-se em 2 principais problemas: o estudo do
homem como produto de um processo evolutivo e o estudo e análises
das populações humanas. Centram no tema comum da variação
humana. Este tema é básico para compreensão da adaptação humana
problema central da antropologia Física e Cultural.
• Os homens atuais, embora pertençam a apenas 1 espécie, diferem
muito mais em sua forma física que a maioria dos demais espécies de
animais.
• A antropologia física concentra grande parte de sua atenção na história
das características físicas do homem primitivo, tais formas primitivas se
comparam cuidadosamente entre si e com o homem moderno.
10. INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA
Os homens de hoje são totalmente semelhantes uns aos outros em
sua estrutura básica, apesar de suas diferenças na aparência externa.
Espécie Homo Sapiens.
Antropologia Física também estuda os processos pelos quais se
desenvolveu o homem desde seus antepassados não humanos e os
contínuos processos de mudança que alteraram gradativamente sua
forma corporal.
Antropologia Cultural estuda as origens e a história das culturas do
homem, sua evolução e desenvolvimento, e a estrutura e
funcionamento das culturas humanas em todo lugar e tempo. Trata da
cultura desde já pertencente aos homens primitivos da idade da pedra
ou aos cidadões atuais. Todas as culturas interessam ao antropólogo
cultural, pois todas carregam alguma evidência das reações dos
homens sob formas culturais diante dos problemas sempre presentes
colocados pelo meio físico, as tentativas dos homens para viver e
trabalhar juntas e as mutuas interações dos grupos humanos.
11. INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA/ ARQUEOLOGIA
• A antropologia cultural abarca uma ampla esfera de atividades humanas
por isso dividi-se tradicionalmente em 3 ramos principais: arqueologia,
etnologia e lingüística (especialidades próprias, metodologia distinta).
• Arqueologia: trata primordialmente das culturas antigas e das fases
pretéritas das modernas civilizações. Tenta reconstituir as formas
culturais do passado e traçar seu crescimento e desenvolvimento no
tempo.
Escrita-invenção datada de 5.000 anos.
Brasil: Arqueologia pré-histórica e arqueológica histórica
Europa: Arqueologia clássica e arqueologia histórica pós medieval.
Utiliza-se da documentação escrita.
12. INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA/ ARQUEOLOGIA
Reconstitui as culturas do passado partindo somente dos restos
materiais. Pode achar varias coisas, tais como: instrumentos, casas ou
abrigos, esqueletos, restos alimentares e etc.
Mas grande parte da cultura pré-história deve permanecer sempre
inacessível ao arqueólogo.
Cronologia das culturas: relativas, pode informar quando determinadas
culturas precederam outras: pedra lascada, polida e uso do bronze.
Descobriu-se que a evolução cultural não foi igualmente rápida em
todas as partes do mundo.
13. Arqueologia desenvolvida no Brasil:
Arqueologia Pré-histórica e Histórica
Arqueologia Academica;
Arqueologia de contrato;
Dentro da arqueologia histórica: arqueologia
sub-aquática, arqueologia urbana,
arqueologia biblíca, arqueologia bélica,
arqueologia industrial.
14. O Brasil é um país rico em vestígios arqueológicos;
No país sao desenvolvidas pesquisas arqueológicas que
abrangem os mais diversos períodos históricos, desde as
épocas mais primitivas (pré-história) até o século XIX
(arqueologia histórica);
O mais antigo crânio de um ser humano pré-histórico já exumado nas
Américas foi encontrado nas cavernas da região de Lagoa Santa
(Estado de Minas Gerais), ele data de aproximadamente 11.000 anos e
pertenceu à uma mulher, batizada como Luzia, uma referência ao mais
antigo fóssil de um hominídeo (Lucy, de 2 milhões de anos, descoberto
na África). Esta região de Lagoa Santa foi pesquisada no século XIX
pelo dinamarquês Peter Lund, pioneiro no estudo da pré-história
brasileira.
Luzia – MG 11.000 mil
anos
15. Ainda em Minas Gerais, no Vale do Peruaçu, estão as mais
espetaculares obras de arte rupestre do país;
Elas se destacam pelo uso de cores variadas e pelos grafismos
geométricos;
As pinturas mais antigas têm 11.000 anos e as mais recentes 2.000
anos.
Arte Rupestre Vale do Peruaçu – Minas Gerais
16. Já a Serra da Capivara (Estado do Piauí),
abriga um dos sítios arqueológicos mais ricos do
mundo. São 25.000 desenhos que, juntamente
com utensílios de pedra, ossos e vestígios de
fogueiras, provocam uma revisão da história do
homem no continente americano;
Serra da Capivara- PI
17. No Rio Grande do Sul diversos grupos indígenas pré-históricos
desenvolveram suas culturas, o chamado Povo das Casas
Subterrâneas organizou verdadeiras "aldeias formigueiro" compostas
por cerca de 30 habitações escavadas na terra, protegendo seus
moradores do frio invernal;
Depressao do terreno indica o
local de uma habitaçao.
Corte de uma casa subterranea
recriada a partir de diversos
estudos arqueológicos. Modelagem eletronica mostrando as
interligaçoes existentes entre um conjunto
de casas subterraneas no sul do Brasil.
Reconstituiçao das vasilhas
ceramicas características
dos habitantes das casas
subterraneas.
18. Os sambaquianos deixaram uma das mais extraordinárias manifestações
culturais da pré-história brasileira: esculturas em pedra chamadas zoolitos
(representação de animais) ou antropolitos (seres humanos). Os peritos
estimam que a escultura de um peixe na pedra levaria 200 horas, em várias
etapas do trabalho, do lascamento até os últimos detalhes.
É uma pena que os sambaquis tenham sofrido com décadas de vandalismo. As
conchas empilhadas eram extraídas para virarem cal, estradas rasgaram os
antigos assentamentos e, muitas peças manufaturadas pelo povo que ali vivia
foram parar em coleções particulares de todo o país. Só em 1961, por lei, os
sambaquis foram colocados entre os sítios arqueológicos a serem preservados.
Sambaqui encontrado em
Jaguaruna
Esculturas em pedras chamadas zoolitos
19. Na Amazônia aconteceu o florescimento de
avançadas culturas indígenas, entre elas,
destacam-se as da Ilha de Marajó. A cultura
Marajoara começou a ser estudada desde o final do
século XIX, quando naturalistas e outros viajantes
tomaram conhecimento da fantástica cerâmica que era encontrada
enterrada em grandes aterros artificiais.
Hoje entende-se que a cultura Marajoara
originou-se localmente, à partir de um processo de
mudança que ocorreu entre as comunidades
que já habitavam a ilha há 3.500 anos atrás.
Utensílios característicos da cultura Marajoara
20. Ocupação humana em Goiás mais antiga data de 11.000 anos. Dessa
data até a atualidade houveram modificações no clima. Há 11.000 anos
o clima era mais frio e a umidade mediana. Com análise do material das
escavações, a alimentação por exemplo, deveria ser a base de
pequenos e médios animais, sendo um fator muito importante para a
sobrevivência.
Os primeiros habitantes viviam em abrigos rochosos: grutas, lapas,
paredões de pedra.
Objetos encontrados: material lítico e pinturas rupestres
Pintura Rupestre - Serranópolis
Instrumentos líticos - Serranópolis Sepultamento – Serranópolis
21. Escavaçoes arqueologicas no Brasil
Sepultamento primário encontrado na regiao
amazonica – Manaus- AM Escavaçao arqueologica de sítio histórico em Porto
Velho – Rondonia
Escavaçao sitio arqueologico
samabaqui. – Cubatao - SP
Sondagem
arqueologica – Unaí -
MG
22. Vestígios encontrados em escavaçoes arqueológicas brasileiros
Vasos ceramicos encontrados no
fundo do mar
Diferentes materiais líticos encontrados
em Unaí - MG
Instrumento
polido
Ponta de flecha em
quartzo
Instrumento denominado
plano convexo.
Urna Funerária - Amapá
23. Divisoes da Pré-história ocidental e as primeiras manifestaçoes de Arte:
Paleolítico (idade da pedra lascada): a principal característica dos
desenhos da Idade da Pedra Lascada é o naturalismo;
O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o
via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual
sua vista captava;
Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por
caçadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do qual
procurava-se interferir na captura de animais, ou seja, o pintor-caçador
do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a
sua imagem;
Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde que o
representasse ferido mortalmente num desenho. Utilizavam as pinturas
rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes de cavernas. O homem
deste período era nômade;
24. Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também
trabalhos em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na
escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas.
Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo
como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre
saltado e grandes nádegas.
Vênus de Willendorf.
Manifestaçoes artisticas do Paleolítico – Lascaux na França e Caverna de
Altamira – Espanha
O paleolítico tem início
há cerca de 8.000 a.C.
25. Neolítico: a fixação do homem da Idade da Pedra Polida, garantida
pelo cultivo da terra e pela manutenção de manadas, ocasionou um
aumento rápido da população e o desenvolvimento das primeiras
instituições, como família e a divisão do trabalho.
Assim, o homem do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de
fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os
primeiros arquitetos do mundo.
Conseguiu ainda, produzir o fogo através do atrito e deu início ao
trabalho com metais.
Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte.
O homem, que se tornara um camponês, não precisava mais ter os
sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de
observação foi substituído pela abstração e racionalização.
26. Como conseqüência surge um estilo simplificador e geometrizante,
sinais e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os
próprios temas da arte mudaram: começaram as representações da
vida coletiva.
Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico produziu uma
cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não apenas com
a utilidade do objeto, também esculturas de metal.
Desse período temos as construções denominadas dolmens. Consistem
em duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente no chão, como
se fossem paredes, e uma grande pedra era colocada horizontalmente
sobre elas, parecendo um teto. E o menir que era monumento
megalítico que consiste num único bloco de pedra fincado no solo em
sentido vertical.
27. O Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser considerado
uma das primeiras obras da arquitetura que a História registra. Ele
apresenta um enorme círculo de pedras erguidas a intervalos regulares,
que sustentam traves horizontais rodeando outros dois círculos
interiores. No centro do último está um bloco semelhante a um altar. O
conjunto está orientado para o ponto do horizonte onde nasce o Sol no
dia do solstício de verão, indício de que se destinava às práticas rituais
de um culto solar. Lembrando que as pedras eram colocadas umas
sobre as outras sem a união de nenhuma argamassa.
Stonehenge é um monumento megalítico da idade do bronze, localizado na planície de Salisbury, sul da
Inglaterra.
28. Cultura Megalítica (5.000 a 3.000 a. C.) Neolítico, os monumentos
megalíticos sao enormes blocos de pedra e podem ser classificados
como: dólmens, menires, alinhamentos e cromeleques.
29. Arquitetura Neolítica, nesta imagem observamos o interior de uma
casa neolítica, com duas camas em pedra em Shara Brae, uma vila
pré-histórica situada em Orkney, Escócia.
30. Ceramica e escultura Neolítica
Vaso ceramico, Gava
Deusa mae do neolítico
Escultura neolítica e escultura
Neolítica em bronze
Vaso ceramico neolítico, Museu Nacional, Copenhaga
31. Pintura Neolítica, comparada com as representaçoes do Paleolítico, as do
Neolítico dao uma impressao de execuçao sistemáica e pouco realista. A
pintura perde seu carater magico, ganhando um aspecto decorativo e
retratando primeiros agrupamentos humanos.