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Sociedade da Informação: um olhar funcional sobre a
sociedade adjetivada de tecnológica
Manassés Morais Xavier, Arão de Azevêdo
Universidade Estadual da Paraíba
Índice
1. Considerações iniciais 1
2. A sociedade da informação 1
3. Informação e democracia no con-
texto da contemporânea sociedade tec-
nológica 4
4. Fatores que contribuem para a so-
ciedade da informação: a relação en-
tre usuários, infra-estrutura, conteúdo
e entorno 5
5. Considerações finais 6
6. Referências 7
1. Considerações iniciais
O mundo contemporâneo é marcado pelo
avanço das tecnologias da informação. Essa
realidade mostra que, diante da globaliza-
ção, isto é, da crescente abertura de mercado
em nível mundial, o papel que as tecnologias
vêm desempenhando se configura como uma
marca definidora no processo de desenvolvi-
mento humano e social.
Nesse sentido, as novas tecnologias se in-
seriram nas práticas sociais e estar “conec-
tado” ao ambiente tecnológico, ou se “plu-
gar” nos eventos de letramento que se uti-
lizam do suporte digital, é uma necessi-
dade para as atuais atividades sociais. Desse
modo, o mundo digital trouxe consigo difer-
entes e atrativas possibilidades de se pro-
duzir comunicação e interação, mas tam-
bém, trouxe a urgente necessidade de adap-
tação social às demandas comportamentais
que permeiam os usos efetivos da vida tec-
nológica.
É nessa perspectiva que situamos a dis-
cussão do presente artigo, que objetiva di-
alogar sobre as características funcionais da
sociedade contemporânea, denominada de
sociedade da informação.
2. A sociedade da informação
2.1. A comunicação humana e os
avanços da tecnologia
Com o objetivo de estabelecer comuni-
cação, o ser humano, desde sua origem,
procura desenvolver estratégias de lin-
guagem que surtam significados satisfatórios
na conjuntura das relações interpessoais.
A partir da invenção da escrita alfabética,
fato que ocorreu em meados do século VII
a.C., a comunicação social passou a ser re-
alizada através de um sistema organizado,
denominado de sistema lingüístico. Diante
disso, diversas formas de textos, orais e es-
2 Manassés Morais Xavier, Arão de Azevêdo
critos, foram se “enraizando” nas práticas
comunicativas.
Com o passar dos anos, essas formas de se
produzir comunicação foram se modificando
e acompanhando as constantes evoluções
que perpassam, por exemplo, o cenário do
mundo tecnológico, de modo que as mu-
danças que presenciamos em âmbito sócio-
cultural advêm do avanço tecnológico que
está cada vez mais alicerçado nas práticas
discursivas. É nesse contexto que refletimos
as várias formas de uso da linguagem, uma
vez que as novas tecnologias modificaram
profundamente as relações interpessoais, na
medida em que a praticidade e a veloci-
dade da Internet ampliaram os atos comu-
nicativos.
Nesse sentido, o modo como as pes-
soas se comunicam e interagem atualmente
apresenta mudanças significativas, desde a
invenção da escrita alfabética até o surg-
imento de formas discursivas conhecidas
como gêneros digitais, que são oportu-
nidades de textualização produzidas e con-
sumidas na e através da esfera tecnológica
e/ou cibernética.
2.2. O surgimento da sociedade
da informação:
características e
funcionalidades
Com a chegada dos computadores e,
principalmente, com a veiculação da rede
mundial (Internet), marcando as inovações
típicas de um mundo globalizado, novas es-
tratégias de informação foram emergindo
nos eventos comunicativos dos falantes, são
os chamados gêneros eletrônicos ou digi-
tais. Dentre eles, podemos destacar o e-mail,
os blogs, os chats, as comunidades virtuais
e outros, que proporcionam alternativas de
verificação dos efeitos de sentido que as no-
vas tecnologias surtiram/surtem nos usos da
linguagem.
Dentro dessa perspectiva, nasce uma so-
ciedade pautada nos costumes da velocidade
que a globalização transmite, a partir de for-
mas dinâmicas e situadas de promover inter-
ação social. Podemos perceber que essas for-
mas ampliaram as negociações vivenciadas
em sociedade e diminuíram distâncias. Con-
cordamos com Ferraz1
quando menciona que
a linguagem digital é um meio heterogê-
neo e transfronteiriço. Isso ocorre pelo fato
de que no ciberespaço há a confluência de
atividades modernas que abarcam, com rapi-
dez, as necessidades de uma sociedade ativa
e atrativa em suas práticas comunicativo-
comportamentais.
Silva (2006: 75) afirma que “as so-
ciedades contemporâneas são construídas a
partir da engenharia tecnológica”. Essa real-
idade revela que as esferas sociais se utilizam
diariamente da tecnologia e, dessa forma, as
tecnologias da informática viabilizam as no-
vas áreas de atuação da sociedade moderna,
que tem como membros integrantes cidadãos
globais.
Podemos crer, então, que o surgimento
da sociedade da informação se deu em con-
sonância com as demandas que as novas tec-
nologias de informação e da comunicação
inseriram nas atividades realizadas em so-
ciedade. Nessa perspectiva, o conceito de
sociedade da informação, conforme Gas-
paretto Júnior (et all, 2002: 16), refere-se a
1
FERRAZ, Maria Nélida Sampaio. Um novo
sujeito para um novo espaço. Texto extraído
de:http://www.revistaconecta.com/conectados/
nelida_sujeito.htm. Acessado em outubro de 2008.
www.bocc.ubi.pt
Sociedade da Informação: um olhar funcional sobre a sociedade adjetivada de tecnológica 3
“um estágio de desenvolvimento social car-
acterizado pela capacidade de seus mem-
bros (cidadãos, empresas e administração
pública) de obter e compartilhar qualquer in-
formação, instantaneamente, de qualquer lu-
gar e da maneira mais adequada”.
No contexto da sociedade da informação
e da globalização, é evidente que a tecnolo-
gia dita à necessidade de se ter equipamentos
mais velozes, para acompanhar o acelerado
ritmo das comunicações via gêneros digitais,
pois
além de influenciar algumas atividades
elementares do cotidiano do sujeito con-
temporâneo, a informática também interfere
na forma como ele lida com a informação
necessária à sobrevivência. Por meio dos re-
cursos dessa tecnologia, a recuperação, o ar-
mazenamento, a organização, o tratamento,
a produção e a disseminação da informação
tornam-se tarefas cada vez mais incorpo-
radas à realidade desse sujeito (MARQUES
NETO, 2003: 52).
De fato, a linguagem digital é uma real-
idade e está consolidada, praticamente, em
todas as atividades humanas, das mais sim-
ples às mais complexas. Ela transformou,
radicalmente, a natureza da comunicação es-
crita e o letramento convencional, uma vez
que introduziu novas práticas discursivas e
um novo paradigma nas ciências da lin-
guagem.
Como a interação evidenciada no ciberes-
paço está vinculada ao uso da linguagem hu-
mana, torna-se oportuno destacar que as car-
acterísticas funcionais do uso da língua nesse
espaço apresentam uma centralidade na es-
crita. Entretanto, é possível observar nos
gêneros eletrônicos a presença de aspectos
referentes à oralidade. Isso ocorre porque
os indivíduos envolvidos na prática desses
gêneros são reais, apesar das relações nessas
formações discursivas serem, no geral, virtu-
ais.
Por isso, Marcuschi (2004a: 64) afirma
que nos gêneros da mídia eletrônica há a pre-
sença do contínuo fala – escrita. Segundo o
autor,
podemos indagar de que modo as no-
vas tecnologias eletrônicas afetam nossos
hábitos de ler e escrever. Uma das idéias
mais comuns aos que trabalham a relação
entre a lingüística e as novas tecnologias
da comunicação, em especial a computa-
cional, é a que diz respeito à relação fala
e escrita. Quanto a isso, parece claro que
a escrita nos gêneros em ambientes virtu-
ais se dá numa certa combinação com a
fala, manifestando um hibridismo ainda
não bem-conhecido e muitas vezes mal-
compreendido.
Nesse sentido, a oralidade jamais desa-
parecerá e sempre será o grande meio de ex-
pressão e de atividade comunicativa, pois,
enquanto prática social é inerente ao ser hu-
mano e não será substituída por nenhuma
outra tecnologia (MARCUSCHI, 2004b).
Em linhas gerais, o mundo tecnológico
proporciona à sociedade, e que não é qual-
quer sociedade, mas a tecnológica, maior
flexibilidade de comunicação, alternativas
dinâmicas e próximas da modernidade da in-
formação, espaço para a abertura de uma
rede de contato ampla e heterogênea, em
conformidade com necessidades contem-
porâneas. Por outro lado, a cultura digital
exige um cidadão cada vez mais atualizado,
pronto a diariamente está aprendendo com
o novo, uma vez que esse novo marcará e
demarcará a sua atuação na conjuntura so-
cial, que é regida pela inovação incessante
www.bocc.ubi.pt
4 Manassés Morais Xavier, Arão de Azevêdo
das aparelhagens tecnológicas. Essas são
as características que mostram a funcionali-
dade da linguagem digital em contexto da so-
ciedade da informação. Ainda comungamos
com Palhares, Silva e Rosa2
, para quem
na sociedade da informação as pessoas
têm capacidade de gerar e armazenar
suas próprias informações bem como
disseminá-la e ter acesso às informações
de terceiros. Essa mudança comporta-
mental permite o acesso à informação
que pode desencadear uma série de trans-
formações sociais, pois provocam mu-
danças nos valores, nas atitudes, e no
comportamento, mudando com isso tam-
bém a cultura e os costumes da so-
ciedade.
Diante desse universo atrativo e dinâmico
da linguagem digital, entendemos que estu-
dos sobre a relação entre sociedade e no-
vas tecnologias tornam-se cada vez mais
necessários, frente à intensa penetração da
rede mundial de computadores, uma vez que
a Internet afeta as relações humanas e, ter
acesso à mesma, é uma questão de inclusão
social.
3. Informação e democracia no
contexto da contemporânea
sociedade tecnológica
Uma característica relevante do ciberes-
paço é a possibilidade interativa que o
2
PALHARES, Márcia Maria; SILVA,
Rachel Inês; ROSA, Rosemar. As no-
vas tecnologias da informação numa so-
ciedade em transição. Texto extraído de:
www.cinform.ufba.br/vi_anais/docs/MarciaPalhares.pdf.
Acessado em outubro de 2008.
mesmo disponibiliza para os sujeitos so-
ciais, uma vez que pode ser efetivada
com maior freqüência e compartilhada em
rede mundial. Nesses termos, a comuni-
cação/informação na esfera tecnológica se
define por ser ágil, precisa e de ampla cir-
culação.
Esta realidade mostra como as novas tec-
nologias organizam, na contemporaneidade,
as práticas sociais. Hoje, a informação é
transmitida em frações de segundo e em
cadeia global, a partir dos dispositivos dig-
itais.
A realidade do mundo tecnológico cobra
da sociedade posicionamentos eficazes di-
ante da rapidez dos desenvolvimentos cien-
tíficos nesta área. Dessa forma, as novas tec-
nologias exigem mudança de padrões com-
portamentais, isto é, exigem um redireciona-
mento de atitudes que, muitas vezes, são im-
postas sem levar em consideração a existên-
cia de pessoas que não têm acesso aos meios
eletrônicos e que, conseqüentemente, ficam
à margem da tecnologia típica da sociedade
da informação. Nessas condições, discuti-
mos sobre informação e democracia no con-
texto da sociedade em rede ou tecnológica.
Em um texto que trata, especificamente,
do trabalho jornalístico em relação às novas
tecnologias da informação e comunicação,
Machado3
esclarece que o “treinamento dos
jornalistas e dos usuários emerge como uma
pré-condição para o acesso com proveito das
fontes no ciberespaço devido as particulari-
dades das técnicas de apuração e das funções
3
MACHADO, Elias. O ciberespaço como
fonte para os jornalistas. Texto extraído
de: http://www.bocc.ubi.pt/pag/machado-elias-
ciberespaco-jornalistas.pdf. Acessado em outubro de
2008.
www.bocc.ubi.pt
Sociedade da Informação: um olhar funcional sobre a sociedade adjetivada de tecnológica 5
desempenhadas pelos atores sociais em redes
telemáticas”.
Esta afirmação revela a necessidade que
os sujeitos sociais têm em se adaptar à re-
alidade do ciberespaço, sob o risco de não
usufruírem dos recursos disponibilizados nas
atividades desenvolvidas no espaço digital.
Sabemos que o acesso à informação na
esfera digital está para todos os usuários.
Nesse sentido, podemos afirmar que a ciber-
cultura é democrática. No entanto, para
compartilhar, democraticamente, dos seus
benefícios é preciso que os seus usuários
se constituam sujeitos digitalmente letrados,
capazes de produzir significados práticos às
atividades tecnológicas.
Reconhecemos aqui que a Internet é um
espaço rico e fértil de informação. Ratifi-
camos ainda com a seguinte citação:
De certa maneira, o mundo da internet
tem esta marca do vale-tudo, se olharmos
para o lado da liberdade de se conectar
e se comunicar, ainda que não se possa
jamais esquecer que a invasão pelo mer-
cado é muito mais drástica do que a da
comunicação democrática. Com esta re-
strição crítica em mente, podemos ver
a dialética como o cerne da arte do de-
bate e conversação, ou o diálogo, no
contexto de uma dinâmica transforma-
cional cercada de paradoxos do ciberes-
paço. (DEMO, 2001: 98)
Nessa relação, o ciberespaço se torna
democrático quando os seus usuários, além
de terem acesso às informações, passam a
agirem criativamente num jogo que converge
para o aprimoramento da construção de um
processo crítico e reflexivo. Dessa maneira,
as construções lingüístico-discursivas pre-
sentes no ciberespaço evidenciam, de acordo
com Xavier (2007), as práticas de linguagem
da sociedade de hoje que utiliza diariamente
a escrita digital e preenchem as necessidades
comunicativas dessa sociedade, em que a
tecnologia consolidou novos e irreversíveis
usos.
4. Fatores que contribuem para
a sociedade da informação: a
relação entre usuários,
infra-estrutura, conteúdo e
entorno
Para se estabelecer/manter interação so-
cial no contexto da sociedade da informação,
faz-se necessário, como já mencionado, os
usuários ou indivíduos se adaptarem às re-
gras do espaço cibernético, com fins ao esta-
belecimento de uma comunicação informa-
tiva bem demarcada e que ocorra em situação
harmônica, isto é, que os propósitos comu-
nicativos, dentro do discurso eletrônico, atin-
jam, satisfatoriamente, os objetivos a serem
alcançados.
Concordamos com a concepção de Lévy
(1999: 25, grifos do autor), quando diz que
“a emergência do ciberespaço acompanha,
traduz e favorece uma evolução geral da civ-
ilização. Uma técnica é produzida dentro
de uma cultura, e uma sociedade encontra-
se condicionada por suas técnicas. E digo
condicionada, não determinada”.
À luz desse contexto existem fatores que
vão contribuir para que as interações da so-
ciedade da informação possam cumprir final-
idades específicas e que estão condicionadas
às regras próprias do ciberespaço.
Analisando o modelo que compõe a so-
ciedade da informação, Gasparetto Júnior (et
all, 2002) destaca quatro fatores que con-
www.bocc.ubi.pt
6 Manassés Morais Xavier, Arão de Azevêdo
USUÁRIOS: pessoas ou organizações que
têm acesso aos conteúdos por meio da infra-
estrutura.
INFRA-ESTRUTURA: meios técnicos que
permitem aos usuários ter acesso de maneira
remota aos conteúdos.
CONTEÚDO: informação, produtos ou
serviços (no sentido do setor terciário) aos
quais os usuários podem ter acesso sem
a necessidade de se deslocar a um lugar
determinado.
ENTORNO: fatores ou agentes diversos que
podem influenciar em qualquer fenômeno
que aconteça na sociedade e, portanto, po-
dem afetar a orientação e o ritmo de desen-
volvimento da Sociedade da Informação.
Cuadro 1: Fatores que contribuem para o
modelo de Sociedade da Informação
tribuem nesse processo, a saber: os usuários,
a infra-estrutura, o conteúdo e o entorno.
As funções desses fatores estão descritas na
leitura do quadro a seguir.
Extraído de Gasparetto Júnior (et all,
2002, p. 19)
Como vemos, as circunstâncias sócio-
históricas se constituem como definidoras
da sociedade da informação. Texto e con-
texto se imbricam na construção de sentidos,
forma e conteúdo estão ligados de modo a es-
tabelecerem o bom funcionamento das inter-
ações, conhecimentos técnicos e de mundo
se influenciam mutuamente e proporcionam
o acesso às formas interativas de transmitir e
receber informações.
Assim, a sociedade da informação age a
partir de fatores circunstanciais que perme-
iam as atividades virtuais, se tratando das
condições de produção em que se realizam,
e sólidas, se tratando de resultados significa-
tivos na conjuntura globalizada que caracter-
iza as transações sociais do mundo moderno.
Vale ressaltar, ainda, que esses fatores
não ocorrem de maneira isolada ou indepen-
dente, mas em concomitância com as de-
mandas da velocidade típica da sociedade da
informação, que, conseqüentemente, a pro-
jeta para um futuro incerto mas que traz a
certeza – a antítese foi proposital – de a uma
evolução constante dos conhecimentos liga-
dos à esfera tecnológica.
5. Considerações finais
Constantes reflexões acerca das mudanças
desencadeadas socialmente, relacionadas às
maneiras usuais de comunicação, surtem
transformações nos modos de representação
da linguagem, ou seja, a linguagem passa
por inovações significativas com o decorrer
do tempo. Esta afirmação vem corroborar a
concepção de que a língua, instrumento de
interação social, é um organismo vivo e seu
uso, sendo assim, tende a variar e a se adap-
tar/acomodar à realidade, uma vez que ela é
flexível.
O presente artigo se configurou como uma
oportunidade de se refletir sobre a utiliza-
ção das ferramentas tecnológicas como fonte
para a sociedade de hoje, a sociedade da
informação. Nesse sentido, o centro da
discussão foram os efeitos que o ciberes-
paço surtiu nas práticas comunicativas da so-
ciedade atual, caracterizada por ser global-
izada e tecnológica (XAVIER, 2008).
Assim, destacamos uma relação dialética
e indissociável entre informação, sociedade
e novas tecnologias, visto que o ciberes-
paço aglutina fontes eficazes de pesquisa
que, quando bem utilizadas, produzem sig-
www.bocc.ubi.pt
Sociedade da Informação: um olhar funcional sobre a sociedade adjetivada de tecnológica 7
nificados relevantes à dinâmica e complexa
sociedade contemporânea.
O ambiente virtual revela um caráter ed-
ucativo, pois induz práticas socializantes
que, estimuladas, mostram-se democráti-
cas e auxiliam determinantemente nas atu-
ais possibilidades de manifestações de lin-
guagem.
Inserida nesse complexo e dinâmico am-
biente, que é o virtual, a sociedade da in-
formação consolida um terreno fértil para se
verificar as tendências que os avanços tec-
nológicos produzem nos usos cotidianos da
linguagem digital e que se materializam nas
mais variadas práticas sócio-comunicativas.
6. Referências
DEMO, Pedro. Conhecimento e aprendiza-
gem na nova mídia. Brasília: Plano,
2001.
GASPARETTO JÙNIOR, Renato. Et all.
A sociedade da informação no Brasil:
presente e perspectivas. Rede Tele-
fônica de Comunicação. Takano editora
Gráfica, 2002.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de
Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed-
itora 34, 1999.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros tex-
tuais emergentes no contexto da tec-
nologia digital. In: . XAVIER, A. C.
(Orgs.) Hipertexto e gêneros digitais.
Rio de Janeiro: Lucerna, 2004a, p. 13-
67.
Da fala para escrita: atividades de retextu-
alização. 5. ed. São Paulo: Cortez,
2004b.
MARQUES NETO, Humberto Torres. A
tecnologia da informação na escola. In:
COSCARELLI, C. V. (Org.) Novas tec-
nologias, novos textos, novas formas de
pensar. 2. ed. Belo Horizonte: Autên-
tica, 2003, p. 51-63.
SILVA, Antonio de Pádua Dias. O ensino
de língua portuguesa frente às tecnolo-
gias da informática. In: ALMEIDA,
M. L. L. ARANHA, S. D. G. CAMP-
INA, T. N. F. (Orgs.) Ensino de lín-
gua: do impresso ao virtual. Campina
Grande: EDUEPB, 2006, p. 63-81.
XAVIER, Manassés Morais. O e-mail na
sala de aula: uma conexão interativa
no ensino contemporâneo de Língua
portuguesa. In: AGRA, Marcos Wag-
ner da Costa; PEREIRA, Tânia Maria
Augusto. (Orgs.). Coletânea Mono-
gráfica do Curso de Especialização em
Língua Portuguesa: Princípios Organi-
zacionais da Língua e Funcionamento
Textual-Discursivo. Campina Grande –
PB: Realize, 2008. CD-ROM.
O aspecto discursivo nos e-mails: um olhar
sobre o sujeito que fala, de onde fala
e para quem fala. In: Anais do I Sim-
pósio Nacional Linguagens e Gêneros
Textuais – SINALGE, 28 a 30 de março
de 2007. João Pessoa: EDUFPB, 2007.
CD-ROM.
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  • 1. Sociedade da Informação: um olhar funcional sobre a sociedade adjetivada de tecnológica Manassés Morais Xavier, Arão de Azevêdo Universidade Estadual da Paraíba Índice 1. Considerações iniciais 1 2. A sociedade da informação 1 3. Informação e democracia no con- texto da contemporânea sociedade tec- nológica 4 4. Fatores que contribuem para a so- ciedade da informação: a relação en- tre usuários, infra-estrutura, conteúdo e entorno 5 5. Considerações finais 6 6. Referências 7 1. Considerações iniciais O mundo contemporâneo é marcado pelo avanço das tecnologias da informação. Essa realidade mostra que, diante da globaliza- ção, isto é, da crescente abertura de mercado em nível mundial, o papel que as tecnologias vêm desempenhando se configura como uma marca definidora no processo de desenvolvi- mento humano e social. Nesse sentido, as novas tecnologias se in- seriram nas práticas sociais e estar “conec- tado” ao ambiente tecnológico, ou se “plu- gar” nos eventos de letramento que se uti- lizam do suporte digital, é uma necessi- dade para as atuais atividades sociais. Desse modo, o mundo digital trouxe consigo difer- entes e atrativas possibilidades de se pro- duzir comunicação e interação, mas tam- bém, trouxe a urgente necessidade de adap- tação social às demandas comportamentais que permeiam os usos efetivos da vida tec- nológica. É nessa perspectiva que situamos a dis- cussão do presente artigo, que objetiva di- alogar sobre as características funcionais da sociedade contemporânea, denominada de sociedade da informação. 2. A sociedade da informação 2.1. A comunicação humana e os avanços da tecnologia Com o objetivo de estabelecer comuni- cação, o ser humano, desde sua origem, procura desenvolver estratégias de lin- guagem que surtam significados satisfatórios na conjuntura das relações interpessoais. A partir da invenção da escrita alfabética, fato que ocorreu em meados do século VII a.C., a comunicação social passou a ser re- alizada através de um sistema organizado, denominado de sistema lingüístico. Diante disso, diversas formas de textos, orais e es-
  • 2. 2 Manassés Morais Xavier, Arão de Azevêdo critos, foram se “enraizando” nas práticas comunicativas. Com o passar dos anos, essas formas de se produzir comunicação foram se modificando e acompanhando as constantes evoluções que perpassam, por exemplo, o cenário do mundo tecnológico, de modo que as mu- danças que presenciamos em âmbito sócio- cultural advêm do avanço tecnológico que está cada vez mais alicerçado nas práticas discursivas. É nesse contexto que refletimos as várias formas de uso da linguagem, uma vez que as novas tecnologias modificaram profundamente as relações interpessoais, na medida em que a praticidade e a veloci- dade da Internet ampliaram os atos comu- nicativos. Nesse sentido, o modo como as pes- soas se comunicam e interagem atualmente apresenta mudanças significativas, desde a invenção da escrita alfabética até o surg- imento de formas discursivas conhecidas como gêneros digitais, que são oportu- nidades de textualização produzidas e con- sumidas na e através da esfera tecnológica e/ou cibernética. 2.2. O surgimento da sociedade da informação: características e funcionalidades Com a chegada dos computadores e, principalmente, com a veiculação da rede mundial (Internet), marcando as inovações típicas de um mundo globalizado, novas es- tratégias de informação foram emergindo nos eventos comunicativos dos falantes, são os chamados gêneros eletrônicos ou digi- tais. Dentre eles, podemos destacar o e-mail, os blogs, os chats, as comunidades virtuais e outros, que proporcionam alternativas de verificação dos efeitos de sentido que as no- vas tecnologias surtiram/surtem nos usos da linguagem. Dentro dessa perspectiva, nasce uma so- ciedade pautada nos costumes da velocidade que a globalização transmite, a partir de for- mas dinâmicas e situadas de promover inter- ação social. Podemos perceber que essas for- mas ampliaram as negociações vivenciadas em sociedade e diminuíram distâncias. Con- cordamos com Ferraz1 quando menciona que a linguagem digital é um meio heterogê- neo e transfronteiriço. Isso ocorre pelo fato de que no ciberespaço há a confluência de atividades modernas que abarcam, com rapi- dez, as necessidades de uma sociedade ativa e atrativa em suas práticas comunicativo- comportamentais. Silva (2006: 75) afirma que “as so- ciedades contemporâneas são construídas a partir da engenharia tecnológica”. Essa real- idade revela que as esferas sociais se utilizam diariamente da tecnologia e, dessa forma, as tecnologias da informática viabilizam as no- vas áreas de atuação da sociedade moderna, que tem como membros integrantes cidadãos globais. Podemos crer, então, que o surgimento da sociedade da informação se deu em con- sonância com as demandas que as novas tec- nologias de informação e da comunicação inseriram nas atividades realizadas em so- ciedade. Nessa perspectiva, o conceito de sociedade da informação, conforme Gas- paretto Júnior (et all, 2002: 16), refere-se a 1 FERRAZ, Maria Nélida Sampaio. Um novo sujeito para um novo espaço. Texto extraído de:http://www.revistaconecta.com/conectados/ nelida_sujeito.htm. Acessado em outubro de 2008. www.bocc.ubi.pt
  • 3. Sociedade da Informação: um olhar funcional sobre a sociedade adjetivada de tecnológica 3 “um estágio de desenvolvimento social car- acterizado pela capacidade de seus mem- bros (cidadãos, empresas e administração pública) de obter e compartilhar qualquer in- formação, instantaneamente, de qualquer lu- gar e da maneira mais adequada”. No contexto da sociedade da informação e da globalização, é evidente que a tecnolo- gia dita à necessidade de se ter equipamentos mais velozes, para acompanhar o acelerado ritmo das comunicações via gêneros digitais, pois além de influenciar algumas atividades elementares do cotidiano do sujeito con- temporâneo, a informática também interfere na forma como ele lida com a informação necessária à sobrevivência. Por meio dos re- cursos dessa tecnologia, a recuperação, o ar- mazenamento, a organização, o tratamento, a produção e a disseminação da informação tornam-se tarefas cada vez mais incorpo- radas à realidade desse sujeito (MARQUES NETO, 2003: 52). De fato, a linguagem digital é uma real- idade e está consolidada, praticamente, em todas as atividades humanas, das mais sim- ples às mais complexas. Ela transformou, radicalmente, a natureza da comunicação es- crita e o letramento convencional, uma vez que introduziu novas práticas discursivas e um novo paradigma nas ciências da lin- guagem. Como a interação evidenciada no ciberes- paço está vinculada ao uso da linguagem hu- mana, torna-se oportuno destacar que as car- acterísticas funcionais do uso da língua nesse espaço apresentam uma centralidade na es- crita. Entretanto, é possível observar nos gêneros eletrônicos a presença de aspectos referentes à oralidade. Isso ocorre porque os indivíduos envolvidos na prática desses gêneros são reais, apesar das relações nessas formações discursivas serem, no geral, virtu- ais. Por isso, Marcuschi (2004a: 64) afirma que nos gêneros da mídia eletrônica há a pre- sença do contínuo fala – escrita. Segundo o autor, podemos indagar de que modo as no- vas tecnologias eletrônicas afetam nossos hábitos de ler e escrever. Uma das idéias mais comuns aos que trabalham a relação entre a lingüística e as novas tecnologias da comunicação, em especial a computa- cional, é a que diz respeito à relação fala e escrita. Quanto a isso, parece claro que a escrita nos gêneros em ambientes virtu- ais se dá numa certa combinação com a fala, manifestando um hibridismo ainda não bem-conhecido e muitas vezes mal- compreendido. Nesse sentido, a oralidade jamais desa- parecerá e sempre será o grande meio de ex- pressão e de atividade comunicativa, pois, enquanto prática social é inerente ao ser hu- mano e não será substituída por nenhuma outra tecnologia (MARCUSCHI, 2004b). Em linhas gerais, o mundo tecnológico proporciona à sociedade, e que não é qual- quer sociedade, mas a tecnológica, maior flexibilidade de comunicação, alternativas dinâmicas e próximas da modernidade da in- formação, espaço para a abertura de uma rede de contato ampla e heterogênea, em conformidade com necessidades contem- porâneas. Por outro lado, a cultura digital exige um cidadão cada vez mais atualizado, pronto a diariamente está aprendendo com o novo, uma vez que esse novo marcará e demarcará a sua atuação na conjuntura so- cial, que é regida pela inovação incessante www.bocc.ubi.pt
  • 4. 4 Manassés Morais Xavier, Arão de Azevêdo das aparelhagens tecnológicas. Essas são as características que mostram a funcionali- dade da linguagem digital em contexto da so- ciedade da informação. Ainda comungamos com Palhares, Silva e Rosa2 , para quem na sociedade da informação as pessoas têm capacidade de gerar e armazenar suas próprias informações bem como disseminá-la e ter acesso às informações de terceiros. Essa mudança comporta- mental permite o acesso à informação que pode desencadear uma série de trans- formações sociais, pois provocam mu- danças nos valores, nas atitudes, e no comportamento, mudando com isso tam- bém a cultura e os costumes da so- ciedade. Diante desse universo atrativo e dinâmico da linguagem digital, entendemos que estu- dos sobre a relação entre sociedade e no- vas tecnologias tornam-se cada vez mais necessários, frente à intensa penetração da rede mundial de computadores, uma vez que a Internet afeta as relações humanas e, ter acesso à mesma, é uma questão de inclusão social. 3. Informação e democracia no contexto da contemporânea sociedade tecnológica Uma característica relevante do ciberes- paço é a possibilidade interativa que o 2 PALHARES, Márcia Maria; SILVA, Rachel Inês; ROSA, Rosemar. As no- vas tecnologias da informação numa so- ciedade em transição. Texto extraído de: www.cinform.ufba.br/vi_anais/docs/MarciaPalhares.pdf. Acessado em outubro de 2008. mesmo disponibiliza para os sujeitos so- ciais, uma vez que pode ser efetivada com maior freqüência e compartilhada em rede mundial. Nesses termos, a comuni- cação/informação na esfera tecnológica se define por ser ágil, precisa e de ampla cir- culação. Esta realidade mostra como as novas tec- nologias organizam, na contemporaneidade, as práticas sociais. Hoje, a informação é transmitida em frações de segundo e em cadeia global, a partir dos dispositivos dig- itais. A realidade do mundo tecnológico cobra da sociedade posicionamentos eficazes di- ante da rapidez dos desenvolvimentos cien- tíficos nesta área. Dessa forma, as novas tec- nologias exigem mudança de padrões com- portamentais, isto é, exigem um redireciona- mento de atitudes que, muitas vezes, são im- postas sem levar em consideração a existên- cia de pessoas que não têm acesso aos meios eletrônicos e que, conseqüentemente, ficam à margem da tecnologia típica da sociedade da informação. Nessas condições, discuti- mos sobre informação e democracia no con- texto da sociedade em rede ou tecnológica. Em um texto que trata, especificamente, do trabalho jornalístico em relação às novas tecnologias da informação e comunicação, Machado3 esclarece que o “treinamento dos jornalistas e dos usuários emerge como uma pré-condição para o acesso com proveito das fontes no ciberespaço devido as particulari- dades das técnicas de apuração e das funções 3 MACHADO, Elias. O ciberespaço como fonte para os jornalistas. Texto extraído de: http://www.bocc.ubi.pt/pag/machado-elias- ciberespaco-jornalistas.pdf. Acessado em outubro de 2008. www.bocc.ubi.pt
  • 5. Sociedade da Informação: um olhar funcional sobre a sociedade adjetivada de tecnológica 5 desempenhadas pelos atores sociais em redes telemáticas”. Esta afirmação revela a necessidade que os sujeitos sociais têm em se adaptar à re- alidade do ciberespaço, sob o risco de não usufruírem dos recursos disponibilizados nas atividades desenvolvidas no espaço digital. Sabemos que o acesso à informação na esfera digital está para todos os usuários. Nesse sentido, podemos afirmar que a ciber- cultura é democrática. No entanto, para compartilhar, democraticamente, dos seus benefícios é preciso que os seus usuários se constituam sujeitos digitalmente letrados, capazes de produzir significados práticos às atividades tecnológicas. Reconhecemos aqui que a Internet é um espaço rico e fértil de informação. Ratifi- camos ainda com a seguinte citação: De certa maneira, o mundo da internet tem esta marca do vale-tudo, se olharmos para o lado da liberdade de se conectar e se comunicar, ainda que não se possa jamais esquecer que a invasão pelo mer- cado é muito mais drástica do que a da comunicação democrática. Com esta re- strição crítica em mente, podemos ver a dialética como o cerne da arte do de- bate e conversação, ou o diálogo, no contexto de uma dinâmica transforma- cional cercada de paradoxos do ciberes- paço. (DEMO, 2001: 98) Nessa relação, o ciberespaço se torna democrático quando os seus usuários, além de terem acesso às informações, passam a agirem criativamente num jogo que converge para o aprimoramento da construção de um processo crítico e reflexivo. Dessa maneira, as construções lingüístico-discursivas pre- sentes no ciberespaço evidenciam, de acordo com Xavier (2007), as práticas de linguagem da sociedade de hoje que utiliza diariamente a escrita digital e preenchem as necessidades comunicativas dessa sociedade, em que a tecnologia consolidou novos e irreversíveis usos. 4. Fatores que contribuem para a sociedade da informação: a relação entre usuários, infra-estrutura, conteúdo e entorno Para se estabelecer/manter interação so- cial no contexto da sociedade da informação, faz-se necessário, como já mencionado, os usuários ou indivíduos se adaptarem às re- gras do espaço cibernético, com fins ao esta- belecimento de uma comunicação informa- tiva bem demarcada e que ocorra em situação harmônica, isto é, que os propósitos comu- nicativos, dentro do discurso eletrônico, atin- jam, satisfatoriamente, os objetivos a serem alcançados. Concordamos com a concepção de Lévy (1999: 25, grifos do autor), quando diz que “a emergência do ciberespaço acompanha, traduz e favorece uma evolução geral da civ- ilização. Uma técnica é produzida dentro de uma cultura, e uma sociedade encontra- se condicionada por suas técnicas. E digo condicionada, não determinada”. À luz desse contexto existem fatores que vão contribuir para que as interações da so- ciedade da informação possam cumprir final- idades específicas e que estão condicionadas às regras próprias do ciberespaço. Analisando o modelo que compõe a so- ciedade da informação, Gasparetto Júnior (et all, 2002) destaca quatro fatores que con- www.bocc.ubi.pt
  • 6. 6 Manassés Morais Xavier, Arão de Azevêdo USUÁRIOS: pessoas ou organizações que têm acesso aos conteúdos por meio da infra- estrutura. INFRA-ESTRUTURA: meios técnicos que permitem aos usuários ter acesso de maneira remota aos conteúdos. CONTEÚDO: informação, produtos ou serviços (no sentido do setor terciário) aos quais os usuários podem ter acesso sem a necessidade de se deslocar a um lugar determinado. ENTORNO: fatores ou agentes diversos que podem influenciar em qualquer fenômeno que aconteça na sociedade e, portanto, po- dem afetar a orientação e o ritmo de desen- volvimento da Sociedade da Informação. Cuadro 1: Fatores que contribuem para o modelo de Sociedade da Informação tribuem nesse processo, a saber: os usuários, a infra-estrutura, o conteúdo e o entorno. As funções desses fatores estão descritas na leitura do quadro a seguir. Extraído de Gasparetto Júnior (et all, 2002, p. 19) Como vemos, as circunstâncias sócio- históricas se constituem como definidoras da sociedade da informação. Texto e con- texto se imbricam na construção de sentidos, forma e conteúdo estão ligados de modo a es- tabelecerem o bom funcionamento das inter- ações, conhecimentos técnicos e de mundo se influenciam mutuamente e proporcionam o acesso às formas interativas de transmitir e receber informações. Assim, a sociedade da informação age a partir de fatores circunstanciais que perme- iam as atividades virtuais, se tratando das condições de produção em que se realizam, e sólidas, se tratando de resultados significa- tivos na conjuntura globalizada que caracter- iza as transações sociais do mundo moderno. Vale ressaltar, ainda, que esses fatores não ocorrem de maneira isolada ou indepen- dente, mas em concomitância com as de- mandas da velocidade típica da sociedade da informação, que, conseqüentemente, a pro- jeta para um futuro incerto mas que traz a certeza – a antítese foi proposital – de a uma evolução constante dos conhecimentos liga- dos à esfera tecnológica. 5. Considerações finais Constantes reflexões acerca das mudanças desencadeadas socialmente, relacionadas às maneiras usuais de comunicação, surtem transformações nos modos de representação da linguagem, ou seja, a linguagem passa por inovações significativas com o decorrer do tempo. Esta afirmação vem corroborar a concepção de que a língua, instrumento de interação social, é um organismo vivo e seu uso, sendo assim, tende a variar e a se adap- tar/acomodar à realidade, uma vez que ela é flexível. O presente artigo se configurou como uma oportunidade de se refletir sobre a utiliza- ção das ferramentas tecnológicas como fonte para a sociedade de hoje, a sociedade da informação. Nesse sentido, o centro da discussão foram os efeitos que o ciberes- paço surtiu nas práticas comunicativas da so- ciedade atual, caracterizada por ser global- izada e tecnológica (XAVIER, 2008). Assim, destacamos uma relação dialética e indissociável entre informação, sociedade e novas tecnologias, visto que o ciberes- paço aglutina fontes eficazes de pesquisa que, quando bem utilizadas, produzem sig- www.bocc.ubi.pt
  • 7. Sociedade da Informação: um olhar funcional sobre a sociedade adjetivada de tecnológica 7 nificados relevantes à dinâmica e complexa sociedade contemporânea. O ambiente virtual revela um caráter ed- ucativo, pois induz práticas socializantes que, estimuladas, mostram-se democráti- cas e auxiliam determinantemente nas atu- ais possibilidades de manifestações de lin- guagem. Inserida nesse complexo e dinâmico am- biente, que é o virtual, a sociedade da in- formação consolida um terreno fértil para se verificar as tendências que os avanços tec- nológicos produzem nos usos cotidianos da linguagem digital e que se materializam nas mais variadas práticas sócio-comunicativas. 6. Referências DEMO, Pedro. Conhecimento e aprendiza- gem na nova mídia. Brasília: Plano, 2001. GASPARETTO JÙNIOR, Renato. Et all. A sociedade da informação no Brasil: presente e perspectivas. Rede Tele- fônica de Comunicação. Takano editora Gráfica, 2002. LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed- itora 34, 1999. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros tex- tuais emergentes no contexto da tec- nologia digital. In: . XAVIER, A. C. (Orgs.) Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004a, p. 13- 67. Da fala para escrita: atividades de retextu- alização. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2004b. MARQUES NETO, Humberto Torres. A tecnologia da informação na escola. In: COSCARELLI, C. V. (Org.) Novas tec- nologias, novos textos, novas formas de pensar. 2. ed. Belo Horizonte: Autên- tica, 2003, p. 51-63. SILVA, Antonio de Pádua Dias. O ensino de língua portuguesa frente às tecnolo- gias da informática. In: ALMEIDA, M. L. L. ARANHA, S. D. G. CAMP- INA, T. N. F. (Orgs.) Ensino de lín- gua: do impresso ao virtual. Campina Grande: EDUEPB, 2006, p. 63-81. XAVIER, Manassés Morais. O e-mail na sala de aula: uma conexão interativa no ensino contemporâneo de Língua portuguesa. In: AGRA, Marcos Wag- ner da Costa; PEREIRA, Tânia Maria Augusto. (Orgs.). Coletânea Mono- gráfica do Curso de Especialização em Língua Portuguesa: Princípios Organi- zacionais da Língua e Funcionamento Textual-Discursivo. Campina Grande – PB: Realize, 2008. CD-ROM. O aspecto discursivo nos e-mails: um olhar sobre o sujeito que fala, de onde fala e para quem fala. In: Anais do I Sim- pósio Nacional Linguagens e Gêneros Textuais – SINALGE, 28 a 30 de março de 2007. João Pessoa: EDUFPB, 2007. CD-ROM. www.bocc.ubi.pt