[1] O documento descreve uma revista acadêmica da Universidade Federal de Rondônia sobre hermenêutica do presente. [2] Abrange um texto sobre a teoria e objetivos da História Oral, distinguindo-a de outras abordagens e enfatizando sua ênfase na linguagem e construção social da realidade. [3] A História Oral é apresentada como um meio de compreender os discursos constitutivos da identidade e experiência humanas.
Apresenta a história da fundação de Cáceres em 1778 e seu desenvolvimento inicial centrado na Fazenda Jacobina. Discute o progresso no século XIX devido à extração de ipecacuanha e borracha, bem como a abertura da navegação no Rio Paraguai. Explica que Vila Maria do Paraguai recebeu o nome de São Luiz de Cáceres em 1874 quando foi elevada à categoria de cidade.
1. O documento discute os diferentes aspectos e possibilidades da leitura, desde a decodificação alfabética até leituras mais interpretativas e artísticas.
2. É destacado que a leitura pode ser instaurada diante de diferentes tipos de objetos e envolve processos como percepção, memória e inferência, implicando na descoberta e produção de significados.
3. Atividades práticas são sugeridas para estimular diferentes formas de ler, como a produção de anagramas, desenhos, livros sem texto e representações
O documento discute o conceito de nome a partir do diálogo Crátilo de Platão. Apresenta as teses de Hermógenes e Crátilo sobre nomes sendo resultado de convenção ou espelhando a natureza das coisas. Sócrates propõe que nomes espelham a essência das coisas como permanência, não fluxo. O documento defende que a linguagem possibilita o conhecimento ao fixar nossas almas nas coisas, e que a polissemia é necessária para a dialética platônica.
Este documento descreve as memórias e experiências de leitura da autora ao longo de sua vida, desde a infância até se tornar professora. Ela compartilha como foi seu primeiro contato com livros na escola primária e como sua paixão pela leitura cresceu ao ler gibis e coleções na adolescência. Também fala sobre como passou a apreciar literatura infantil após se tornar professora e como passou a ler para seus alunos.
Este documento relata uma oficina chamada Vida realizada com crianças de 7 a 12 anos. A oficina teve como objetivo explorar os diferentes sentidos da palavra vida através de atividades como desenho, pintura, escrita e leitura. As atividades desenvolvidas na oficina permitiram conhecer melhor as vidas únicas de cada criança e reconhecer aspectos comuns entre elas.
1. Oficina criada visando tematizar a vida das crianças de forma lúdica e criativa através da leitura, escrita e discussão. Objetiva explorar as histórias de vida das crianças de forma a valorizar os detalhes e aspectos minúsculos de suas vidas.
2. As atividades propostas incluem a escrita de diários, biografias, palavras e frases sobre conceitos de vida. Também desenhos, pinturas e a construção de um livro coletivo.
3. Preten
Este documento discute a relação entre antropologia e filosofia ao analisar textos e mitos amazônicos. Aborda como esses textos desafiam nossas categorias conceituais e como a morte e a transformação estão presentes nos mitos. Também reflete sobre como os achados arqueológicos na Amazônia não correspondem necessariamente ao que é considerado cientificamente verdadeiro.
O documento discute o Concretismo na literatura portuguesa, com foco na poesia concreta dos anos 1950-1960. Ele descreve como a poesia concreta buscava inovar rompendo com a forma do verso e explorando recursos visuais e sonoros. Também discute como a cultura brasileira acompanhou mudanças políticas e econômicas na época através do teatro, música e artes plásticas vanguardistas.
Apresenta a história da fundação de Cáceres em 1778 e seu desenvolvimento inicial centrado na Fazenda Jacobina. Discute o progresso no século XIX devido à extração de ipecacuanha e borracha, bem como a abertura da navegação no Rio Paraguai. Explica que Vila Maria do Paraguai recebeu o nome de São Luiz de Cáceres em 1874 quando foi elevada à categoria de cidade.
1. O documento discute os diferentes aspectos e possibilidades da leitura, desde a decodificação alfabética até leituras mais interpretativas e artísticas.
2. É destacado que a leitura pode ser instaurada diante de diferentes tipos de objetos e envolve processos como percepção, memória e inferência, implicando na descoberta e produção de significados.
3. Atividades práticas são sugeridas para estimular diferentes formas de ler, como a produção de anagramas, desenhos, livros sem texto e representações
O documento discute o conceito de nome a partir do diálogo Crátilo de Platão. Apresenta as teses de Hermógenes e Crátilo sobre nomes sendo resultado de convenção ou espelhando a natureza das coisas. Sócrates propõe que nomes espelham a essência das coisas como permanência, não fluxo. O documento defende que a linguagem possibilita o conhecimento ao fixar nossas almas nas coisas, e que a polissemia é necessária para a dialética platônica.
Este documento descreve as memórias e experiências de leitura da autora ao longo de sua vida, desde a infância até se tornar professora. Ela compartilha como foi seu primeiro contato com livros na escola primária e como sua paixão pela leitura cresceu ao ler gibis e coleções na adolescência. Também fala sobre como passou a apreciar literatura infantil após se tornar professora e como passou a ler para seus alunos.
Este documento relata uma oficina chamada Vida realizada com crianças de 7 a 12 anos. A oficina teve como objetivo explorar os diferentes sentidos da palavra vida através de atividades como desenho, pintura, escrita e leitura. As atividades desenvolvidas na oficina permitiram conhecer melhor as vidas únicas de cada criança e reconhecer aspectos comuns entre elas.
1. Oficina criada visando tematizar a vida das crianças de forma lúdica e criativa através da leitura, escrita e discussão. Objetiva explorar as histórias de vida das crianças de forma a valorizar os detalhes e aspectos minúsculos de suas vidas.
2. As atividades propostas incluem a escrita de diários, biografias, palavras e frases sobre conceitos de vida. Também desenhos, pinturas e a construção de um livro coletivo.
3. Preten
Este documento discute a relação entre antropologia e filosofia ao analisar textos e mitos amazônicos. Aborda como esses textos desafiam nossas categorias conceituais e como a morte e a transformação estão presentes nos mitos. Também reflete sobre como os achados arqueológicos na Amazônia não correspondem necessariamente ao que é considerado cientificamente verdadeiro.
O documento discute o Concretismo na literatura portuguesa, com foco na poesia concreta dos anos 1950-1960. Ele descreve como a poesia concreta buscava inovar rompendo com a forma do verso e explorando recursos visuais e sonoros. Também discute como a cultura brasileira acompanhou mudanças políticas e econômicas na época através do teatro, música e artes plásticas vanguardistas.
1) O documento discute como as ciências humanas têm desconstruído a noção de tempo através de sua dimensão interpretativa, seja como espaço de construção narrativa ou como fenômeno que participa do imaginário.
2) Analisa como Walter Benjamin viu a memória como espaço de construção do conhecimento e como a perda da narrativa ameaça a transmissão de experiências do passado.
3) Discutem como a tradição romântica sustentou que a memória permite a reconstrução da identidade pessoal e social ao reintegrar
SOBRE AUTORES E AUTORIDADES NA ANTROPOLOGIAJosep Segarra
Este ensaio teórico pretende fomentar a reflexão sobre a questão da autoria na escrita etnográfica. A partir de algumas obras de diferentes autores chave nesta temática, procuro pensar como estes especialistas consideram que os autores das etnografias podem ou devem se colocar no texto e na relação com as pessoas com as quais pesquisam. Analiso o interpretativismo geertziano; a questão da autoria em Foucault e Barthes; algumas propostas de autores considerados pós-modernos, como Clifford, Marcus ou Cushman; a questão da subalternidade e da (im)possibilidade de falar no pos-colonialismo de Spivak; as relações entre subjetividade e cultura em Sherry Ortner; e também algumas das críticas centradas nos autores pós-modernos, como as das antropólogas brasileiras Teresa Caldeira ou Mariza Peirano. Organizo este ensaio por autores, sem querer dar conta de todo o que o autor falou sobre o tema em questão e sabendo que o pensamento por ser processual, muda continuamente.
Mitologia: abordagens metodológicas para o historiador de Antiguidade ClássicaAndré Santos Luigi
Este artigo discute a abordagem metodológica para analisar mitos na Antiguidade Clássica, particularmente nos discursos de Dion Crisóstomo. A autora propõe aplicar análise semiótica como metodologia histórica. Ela revisa diferentes teorias sobre o conceito de mito e sua função, incluindo ideias de que mitos são narrativas que refletem os pensamentos de uma sociedade e servem como normas morais. A autora também discute a relação entre mito, memória e história na Grécia Antiga
O documento discute o simbolismo maçônico e a ciência do simbolismo. Explica que os símbolos são usados para transmitir ensinamentos de forma velada na Maçonaria. Também define símbolo e discute a origem, tipos, características e funções dos símbolos, especialmente no contexto maçônico.
Este documento descreve o livro "Retórica" de Aristóteles. Apresenta informações sobre a origem e desenvolvimento da retórica na Grécia antiga, destacando a importância de Péricles e de Aristóteles para a codificação da retórica como disciplina. Resume também detalhes da edição e tradução deste livro de Aristóteles.
1) O documento descreve a biografia e obra do fabulista grego Esopo, que viveu no século VI a.C. e é creditado como o autor das famosas fábulas de Esopo.
2) As fábulas de Esopo ensinam lições morais de forma concisa por meio de narrativas curtas que geralmente apresentam animais falantes.
3) Apesar de Esopo não ter escrito nada, as fábulas que lhe são atribuídas foram compiladas pela primeira vez por Demétrio de Falera por vol
Plano de aula feito para a aula de Literatura Brasileira com base na leitura e interpretação da obra "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Letras 6º semestre. São Paulo, 2015.
O documento discute os conceitos de tipologia textual versus gêneros textuais e fornece exemplos de diferentes tipos de textos, incluindo narrativa, descrição, dissertação, exposição e injunção. Também apresenta as características fundamentais da narrativa, como personagens, tempo, espaço e ação.
O documento discute a formação do leitor literário através de diferentes procedimentos como: abordar habilidades de leitura literária, propor leitura de gêneros variados, planejar leituras progressivamente mais complexas, e apresentar bons exemplos de leitura em colaboração.
1. O documento é uma dissertação de mestrado sobre as narrativas de Guimarães Rosa e seu uso de elementos da cultura oral.
2. O autor analisa várias estórias de Rosa para mostrar como ele recria a literatura de tradição oral e situações de contar histórias em contextos orais.
3. A dissertação argumenta que Rosa incorpora elementos populares e eruditos em suas narrativas para explorar o "pensamento sertanejo" de forma verossímil, fundindo oralidade e escrita.
O documento discute a apropriação e reescrita de mitos no hipertexto digital. Primeiramente, aborda como os mitos permanecem atuais ao responderem ao "e daí?" e se transformarem de acordo com o suporte e ênfase. Também discute como a interação entre autor e leitor no hipertexto permite novas narrativas e apropriações dos mitos literários. Por fim, analisa como a intertextualidade permite desmontar e remontar os mitos através da combinação de elementos textuais de diferentes obras.
O documento discute a arte como uma forma de conhecimento e explora a hipótese de que o livro pode ser um meio para desenvolver, articular, transmitir e compartilhar conhecimento artístico. O livro referido não é o livro tradicional impresso ou eletrônico, mas um "livro virtual" escrito no ciberespaço e aberto à transformação por leitores na rede.
Pulsão invocante e constituição de sociabilidades clementesnussufc
PAIVA, Antonio Cristian Saraiva. Pulsão invocante e constituição de sociabilidades clementes: notas etnográficas sobre karaokê numa sauna em Fortaleza. Trabalho apresentado no GT 36 “sexualidade, corpo e gênero”, do 33º. Encontro Anual da ANPOCS. Caxambu, 26 a 30 de outubro de 2009.
O documento apresenta os principais tipos de texto em prosa: narrativo, descritivo, dissertativo/argumentativo, injuntivo e exposição. Resume as características de cada um, incluindo tempos verbais, estrutura e exemplos.
Este documento discute o uso de humor, crítica e ironia nas histórias em quadrinhos de Bill Watterson. Analisa diversos mecanismos linguísticos e semânticos encontrados nas tiras, como a ambiguidade, polissemia e homonímia. Também aborda teorias sobre humor de autores como Bergson, Freud e Gil, e como esses elementos são empregados para caracterizar as tiras como humorísticas, irônicas ou críticas.
PLANO DIDÁTICO ANUAL LITERATURA 1º ANO ENSINO MÉDIOIFMA
Este documento é o plano didático anual para o ensino de Literatura Portuguesa e Brasileira para o 1o ano do Ensino Médio. O plano inclui a justificativa da disciplina, os objetivos, o conteúdo programático dividido em quatro períodos letivos, os procedimentos metodológicos, os recursos e a avaliação. O plano tem como objetivo ensinar conceitos literários, estilos, gêneros e obras da literatura portuguesa e brasileira de forma a desenvolver competências de análise e interpreta
Na “Série Artigos”, reunimos todos os textos já publicados pelos articulistas do IDD sobre temas importantes no contexto regional e nacional. Você poderá encontrar as compilações de: Gilson Gil, Lúcio Menezes, José Carlos Sardinha, Cláudio Barboza, Otoni Mesquita e Hélio Dantas. Essas coletâneas serão atualizadas semestralmente com os novos artigos que forem produzidos.
Memórias literárias são textos que rememoram o passado, seja vivido ou imaginado, utilizando linguagem cuidadosamente escolhida para conduzir o leitor através de cenários e situações reais ou imaginárias. Elas têm como ponto de partida experiências vividas pelo autor no passado e contadas no presente, aproximando o passado e compreendendo modos de vida antigos.
Universidade federal do rio grande do su1Bi_Oliveira
1) O documento descreve a arte milenar da contação de histórias, desde suas origens entre povos ancestrais até seu ressurgimento nos séculos XX e XXI. 2) Aborda o papel do contador de histórias, desde os tradicionais até os modernos "contadores urbanos", destacando a importância da leitura, técnicas de narrativa e adaptação aos públicos. 3) Discorre sobre a contação de histórias como instrumento educacional e de promoção da saúde.
Este documento describe las interacciones o bucles en Scratch y cómo usar la declaración continue. La declaración continue permite terminar una iteración específica de un bucle for, while o do-while sin terminar completamente el bucle. También muestra cómo mover un muñeco mágico siguiendo el movimiento del mouse y un ejemplo con 4 personajes donde uno se mueve con el mouse.
Dokumen tersebut membahas tentang sosiologi seni dan tari topeng dari kota Cirebon. Sosiologi seni adalah ilmu yang mempelajari kerangka analisis manusia terkait aktivitas seni, meliputi masyarakat sebagai konsumen dan pengelola seni. Tari topeng berasal dari Cirebon dan awalnya ditarikan oleh dalang wayang sebelum pentas untuk dakwah agama Islam.
1) O documento discute como as ciências humanas têm desconstruído a noção de tempo através de sua dimensão interpretativa, seja como espaço de construção narrativa ou como fenômeno que participa do imaginário.
2) Analisa como Walter Benjamin viu a memória como espaço de construção do conhecimento e como a perda da narrativa ameaça a transmissão de experiências do passado.
3) Discutem como a tradição romântica sustentou que a memória permite a reconstrução da identidade pessoal e social ao reintegrar
SOBRE AUTORES E AUTORIDADES NA ANTROPOLOGIAJosep Segarra
Este ensaio teórico pretende fomentar a reflexão sobre a questão da autoria na escrita etnográfica. A partir de algumas obras de diferentes autores chave nesta temática, procuro pensar como estes especialistas consideram que os autores das etnografias podem ou devem se colocar no texto e na relação com as pessoas com as quais pesquisam. Analiso o interpretativismo geertziano; a questão da autoria em Foucault e Barthes; algumas propostas de autores considerados pós-modernos, como Clifford, Marcus ou Cushman; a questão da subalternidade e da (im)possibilidade de falar no pos-colonialismo de Spivak; as relações entre subjetividade e cultura em Sherry Ortner; e também algumas das críticas centradas nos autores pós-modernos, como as das antropólogas brasileiras Teresa Caldeira ou Mariza Peirano. Organizo este ensaio por autores, sem querer dar conta de todo o que o autor falou sobre o tema em questão e sabendo que o pensamento por ser processual, muda continuamente.
Mitologia: abordagens metodológicas para o historiador de Antiguidade ClássicaAndré Santos Luigi
Este artigo discute a abordagem metodológica para analisar mitos na Antiguidade Clássica, particularmente nos discursos de Dion Crisóstomo. A autora propõe aplicar análise semiótica como metodologia histórica. Ela revisa diferentes teorias sobre o conceito de mito e sua função, incluindo ideias de que mitos são narrativas que refletem os pensamentos de uma sociedade e servem como normas morais. A autora também discute a relação entre mito, memória e história na Grécia Antiga
O documento discute o simbolismo maçônico e a ciência do simbolismo. Explica que os símbolos são usados para transmitir ensinamentos de forma velada na Maçonaria. Também define símbolo e discute a origem, tipos, características e funções dos símbolos, especialmente no contexto maçônico.
Este documento descreve o livro "Retórica" de Aristóteles. Apresenta informações sobre a origem e desenvolvimento da retórica na Grécia antiga, destacando a importância de Péricles e de Aristóteles para a codificação da retórica como disciplina. Resume também detalhes da edição e tradução deste livro de Aristóteles.
1) O documento descreve a biografia e obra do fabulista grego Esopo, que viveu no século VI a.C. e é creditado como o autor das famosas fábulas de Esopo.
2) As fábulas de Esopo ensinam lições morais de forma concisa por meio de narrativas curtas que geralmente apresentam animais falantes.
3) Apesar de Esopo não ter escrito nada, as fábulas que lhe são atribuídas foram compiladas pela primeira vez por Demétrio de Falera por vol
Plano de aula feito para a aula de Literatura Brasileira com base na leitura e interpretação da obra "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Letras 6º semestre. São Paulo, 2015.
O documento discute os conceitos de tipologia textual versus gêneros textuais e fornece exemplos de diferentes tipos de textos, incluindo narrativa, descrição, dissertação, exposição e injunção. Também apresenta as características fundamentais da narrativa, como personagens, tempo, espaço e ação.
O documento discute a formação do leitor literário através de diferentes procedimentos como: abordar habilidades de leitura literária, propor leitura de gêneros variados, planejar leituras progressivamente mais complexas, e apresentar bons exemplos de leitura em colaboração.
1. O documento é uma dissertação de mestrado sobre as narrativas de Guimarães Rosa e seu uso de elementos da cultura oral.
2. O autor analisa várias estórias de Rosa para mostrar como ele recria a literatura de tradição oral e situações de contar histórias em contextos orais.
3. A dissertação argumenta que Rosa incorpora elementos populares e eruditos em suas narrativas para explorar o "pensamento sertanejo" de forma verossímil, fundindo oralidade e escrita.
O documento discute a apropriação e reescrita de mitos no hipertexto digital. Primeiramente, aborda como os mitos permanecem atuais ao responderem ao "e daí?" e se transformarem de acordo com o suporte e ênfase. Também discute como a interação entre autor e leitor no hipertexto permite novas narrativas e apropriações dos mitos literários. Por fim, analisa como a intertextualidade permite desmontar e remontar os mitos através da combinação de elementos textuais de diferentes obras.
O documento discute a arte como uma forma de conhecimento e explora a hipótese de que o livro pode ser um meio para desenvolver, articular, transmitir e compartilhar conhecimento artístico. O livro referido não é o livro tradicional impresso ou eletrônico, mas um "livro virtual" escrito no ciberespaço e aberto à transformação por leitores na rede.
Pulsão invocante e constituição de sociabilidades clementesnussufc
PAIVA, Antonio Cristian Saraiva. Pulsão invocante e constituição de sociabilidades clementes: notas etnográficas sobre karaokê numa sauna em Fortaleza. Trabalho apresentado no GT 36 “sexualidade, corpo e gênero”, do 33º. Encontro Anual da ANPOCS. Caxambu, 26 a 30 de outubro de 2009.
O documento apresenta os principais tipos de texto em prosa: narrativo, descritivo, dissertativo/argumentativo, injuntivo e exposição. Resume as características de cada um, incluindo tempos verbais, estrutura e exemplos.
Este documento discute o uso de humor, crítica e ironia nas histórias em quadrinhos de Bill Watterson. Analisa diversos mecanismos linguísticos e semânticos encontrados nas tiras, como a ambiguidade, polissemia e homonímia. Também aborda teorias sobre humor de autores como Bergson, Freud e Gil, e como esses elementos são empregados para caracterizar as tiras como humorísticas, irônicas ou críticas.
PLANO DIDÁTICO ANUAL LITERATURA 1º ANO ENSINO MÉDIOIFMA
Este documento é o plano didático anual para o ensino de Literatura Portuguesa e Brasileira para o 1o ano do Ensino Médio. O plano inclui a justificativa da disciplina, os objetivos, o conteúdo programático dividido em quatro períodos letivos, os procedimentos metodológicos, os recursos e a avaliação. O plano tem como objetivo ensinar conceitos literários, estilos, gêneros e obras da literatura portuguesa e brasileira de forma a desenvolver competências de análise e interpreta
Na “Série Artigos”, reunimos todos os textos já publicados pelos articulistas do IDD sobre temas importantes no contexto regional e nacional. Você poderá encontrar as compilações de: Gilson Gil, Lúcio Menezes, José Carlos Sardinha, Cláudio Barboza, Otoni Mesquita e Hélio Dantas. Essas coletâneas serão atualizadas semestralmente com os novos artigos que forem produzidos.
Memórias literárias são textos que rememoram o passado, seja vivido ou imaginado, utilizando linguagem cuidadosamente escolhida para conduzir o leitor através de cenários e situações reais ou imaginárias. Elas têm como ponto de partida experiências vividas pelo autor no passado e contadas no presente, aproximando o passado e compreendendo modos de vida antigos.
Universidade federal do rio grande do su1Bi_Oliveira
1) O documento descreve a arte milenar da contação de histórias, desde suas origens entre povos ancestrais até seu ressurgimento nos séculos XX e XXI. 2) Aborda o papel do contador de histórias, desde os tradicionais até os modernos "contadores urbanos", destacando a importância da leitura, técnicas de narrativa e adaptação aos públicos. 3) Discorre sobre a contação de histórias como instrumento educacional e de promoção da saúde.
Este documento describe las interacciones o bucles en Scratch y cómo usar la declaración continue. La declaración continue permite terminar una iteración específica de un bucle for, while o do-while sin terminar completamente el bucle. También muestra cómo mover un muñeco mágico siguiendo el movimiento del mouse y un ejemplo con 4 personajes donde uno se mueve con el mouse.
Dokumen tersebut membahas tentang sosiologi seni dan tari topeng dari kota Cirebon. Sosiologi seni adalah ilmu yang mempelajari kerangka analisis manusia terkait aktivitas seni, meliputi masyarakat sebagai konsumen dan pengelola seni. Tari topeng berasal dari Cirebon dan awalnya ditarikan oleh dalang wayang sebelum pentas untuk dakwah agama Islam.
This document discusses the planning process for projects. The planning process involves several steps including identifying problems, setting goals and objectives, identifying alternatives, selecting the best alternatives, and developing an implementation plan. The key steps are determining the needs and priorities, evaluating alternative solutions, and creating a plan of action to implement the chosen alternative.
Bantuan rehabilitasi gedung SMK tahun 2014 bertujuan untuk meningkatkan sarana prasarana pendidikan kejuruan dengan melakukan perbaikan dan pemeliharaan gedung SMK yang membutuhkan rehabilitasi. Program ini menargetkan 60 paket rehabilitasi gedung SMK senilai Rp3 miliar untuk mendukung pencapaian Pendidikan Menengah Universal.
El documento presenta la lista del personal docente de una institución educativa, incluyendo el rector, coordinador, profesores de diferentes áreas como matemáticas, biología, música y sociales. También menciona algunos cursos impartidos como matemáticas, español e inglés, y juegos populares como Halo 4, GTA V y FIFA 14.
Dokumen tersebut membahas tentang kasus korupsi yang melibatkan Ketua Mahkamah Konstitusi Akil Mochtar yang ditangkap KPK karena menerima suap terkait sengketa pemilihan kepala daerah senilai Rp 3 milyar. Dokumen juga menyebutkan dampak positif dan negatif dari kasus tersebut serta solusi untuk mencegah terulangnya korupsi di masa depan.
El documento describe el proyecto Lego Mindstorms, un robot educativo creado por Lego en 1998. Se construye con piezas Lego y se programa mediante software en una computadora, luego se transfiere al robot a través de un cable USB o Bluetooth. Se mueve utilizando motores y sensores táctiles, de luz y ultrasonido, y se controla desde un mando a distancia.
Dokumen tersebut memberikan pandangan bahwa lawan bukanlah musuh yang harus disingkirkan, melainkan entitas yang dapat memberikan manfaat, seperti menunjukkan kelemahan diri, menjadi guru untuk belajar, membuat seseorang terkenal, properti termurah untuk melatih kesabaran, dan merupakan kebutuhan manusia. Kuncinya adalah mengelola lawan dan kawan secara proporsional.
Membangun negara tanpa pajak dan hutangRizky Faisal
Forum yang diselenggarakan oleh Hizbut Tahrir Indonesia membahas tentang membangun negara tanpa pajak dan hutang. Forum ini mengungkapkan bahwa anggaran negara saat ini disusun berdasarkan kapitalisme sehingga menguntungkan kelompok tertentu. Forum ini juga membahas tentang investasi berbasis syariah sebagai alternatif untuk menghindari sistem riba. Tujuan forum ini adalah untuk mengevolusi bisnis menuju model syariah yang berkah.
Halaman (2) parameter on may 31st june 30th 2014 lagak busuk indra rasiwan palsuEdwansyah Gumayenda
1. Dokumen ini membahas kasus kejahatan yang dilakukan oleh kelompok oknum-oknum Rasiwan yang terlibat penculikan dan pembunuhan.
2. Kelompok ini merekrut pelaku kejahatan lain seperti Taufan Putra dan Jimmy Arfan Masuning untuk melebarkan modus kejahatan mereka.
3. Kasus kejahatan ini melibatkan berbagai korban dan menyebar ke beberapa daerah seperti Pagaralam, Palembang, dan Jakarta.
Tulisan ini membahas berbagai jenis karangan, termasuk karangan ilmiah, non ilmiah, dan ilmiah populer. Karangan ilmiah didasarkan pada penelitian dan menggunakan metode ilmiah, sedangkan karangan non ilmiah bersifat subjektif. Karangan ilmiah populer menyajikan informasi ilmiah dengan bahasa sederhana untuk pembaca umum.
O documento descreve um projeto de formação continuada de professores realizado pela Universidade Federal de Rondônia que teve como foco o desenvolvimento da leitura e escrita. O texto discute concepções teóricas sobre leitura e escrita e como essas influenciam a prática pedagógica. Também apresenta experiências práticas como o "Clube da Leitura" que contribuíram para ampliar o universo de leitura dos alunos.
Dokumen tersebut memberikan penjelasan mengenai Peraturan Daerah Provinsi Sulawesi Tenggara tentang pengadaan pegawai negeri sipil daerah. Dokumen tersebut menjelaskan tentang pengertian informasi jabatan, analisis kebutuhan pegawai, syarat-syarat pengadaan pegawai, mekanisme seleksi calon pegawai, dan ketentuan lainnya dalam pengadaan pegawai daerah secara selektif, obyektif dan transparan.
O documento discute a filosofia da linguagem em Platão e como os nomes correspondem às coisas no mundo. Segundo Platão, os nomes são uma imitação dos seres, baseada nas suas qualidades essenciais, e não meramente convenções arbitrárias. Os nomes devem corresponder à realidade para que a linguagem e o conhecimento sejam possíveis.
1. A escrita trouxe mudanças fundamentais nas relações entre indivíduo e memória social, permitindo que o saber se tornasse objetivo e compartilhado independentemente do contexto.
2. A cultura escrita introduziu a noção de linearidade e cronologia na concepção de tempo, em contraste com a oralidade que enfatizava o ciclo eterno de retorno.
3. A hipertextualidade da cultura digital reconfigura nossas noções de espaço, tempo e autoridade, possibilitando a produção coletiva e mult
Este documento discute a questão da transmissão na psicanálise, especialmente a partir da perspectiva de Jacques Lacan. Apresenta como a constituição subjetiva humana resulta da experiência de transmissão da lei simbólica através da metáfora paterna. Discute também como o conceito de objeto a influencia a questão da transmissão em relação ao gozo fora da linguagem e à montagem fantasmática.
Este artigo analisa o romance "Outrora Agora" do autor português Augusto Abelaira, que apresenta diversas vozes narrativas que se entrecruzam sem aviso prévio, característica do pós-modernismo. A narrativa explora temas como memória, identidade e descontinuidades através das lembranças dos personagens. O romance questiona a própria narrativa e permite múltiplas interpretações sem um desfecho determinado.
Este documento apresenta a transcrição de uma entrevista com o antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira realizada por Etienne Samain e João Martinho de Mendonça. Na entrevista, Roberto reflete sobre o papel da escrita e da imagem na produção do discurso antropológico, discutindo a objetividade e a presença do pesquisador nos textos antropológicos.
1. O documento discute métodos de entrevistas e histórias de vida para captar informações, enfatizando a fidelidade aos fatos e perspectivas do entrevistado.
2. A memória é apresentada como uma construção social e individual que sofre influências do contexto cultural e das relações de poder.
3. Diferentes tipos de documentos são definidos e discutidos como fontes primárias e secundárias de informação para pesquisa.
O documento discute as matrizes da linguagem e do pensamento proposta por Lúcia Santaella, baseando-se na semiótica de Charles Sanders Peirce. As três matrizes primordiais são a sonora, a visual e a verbal, correspondentes às categorias de Primeiridade, Secundidade e Terceiridade de Peirce. Linguagens híbridas misturam essas matrizes, e a hipermídia é um exemplo de linguagem híbrida interativa que combina elementos sonoros, visuais e verbais.
A arte de contar histórias exige um fazer anterior, um preparo, um domínio prévio, um conhecimento, estudo, ensaio, profundidade. E é, evidentemente, exercício de longo prazo.
A arte de contar histórias é também a arte de não fazer concessões: contar bons textos, contar tendo preparado, contar para ir além do que se conta.
No mínimo, técnica e emoção. Técnica e repertório. Na ordem que se preferir!
O documento discute a importância da contação de histórias para estimular a imaginação, resgatar a memória e promover a interação social. A contação de histórias permite a transmissão oral de conhecimento e cultura, estimulando o desenvolvimento humano. Além disso, contar histórias na educação pode aumentar o interesse dos alunos e ajudar a resolver conflitos, favorecendo a compreensão de situações complexas.
1. O documento discute a origem e natureza da linguagem de acordo com diferentes filósofos e teorias ao longo da história. 2. A linguagem é vista como natural aos seres humanos, mas as línguas específicas são convenções sociais. 3. Existem várias teorias sobre a origem da linguagem, incluindo imitação de sons da natureza, gestos, necessidade de comunicação e expressão de emoções.
Plano de ação pedagógica priorizáveis para o ensino de ciências do peja i e i...Ivo Fonseca
O documento discute a abordagem do corpo humano no ensino de ciências, sugerindo uma perspectiva mais holística que considere o ser humano como um todo, integrando seus aspectos biológicos, históricos, culturais e sociais. O autor propõe atividades didáticas que estimulem a auto reflexão dos alunos sobre sua identidade e corporeidade para promover um ensino de ciências mais significativo.
Este documento apresenta as credenciais da professora Gláuci H. Mora Dias, incluindo sua formação acadêmica em Psicologia e Linguagem. Além disso, discute a importância da linguagem para a constituição do ser humano em sociedade e como a linguagem pode promover a emancipação. Por fim, apresenta diferentes tipos de textos e como a escrita pode ser um instrumento de pensamento reflexivo.
1. O documento descreve um projeto de pesquisa interdisciplinar que visa promover valores humanistas e tolerância através da história e de outras áreas.
2. O projeto usa metodologias da informática, livros e debates para explorar temas como o túnel do tempo, o amanhecer na história e imaginar uma escola ideal.
3. O grupo de pesquisa é composto por vários estudantes e professores e agradece a participação de todos na discussão dos temas propostos.
1. O documento descreve um projeto de pesquisa interdisciplinar que visa promover valores humanistas e tolerância.
2. O projeto reúne estudantes e professores de diversas áreas como história, geografia, filosofia para debates e pesquisas usando livros, pensamentos e tecnologia.
3. O objetivo é contribuir para a construção de uma consciência plural focada em valores humanos.
1) O documento discute a fenomenologia da imaginação na poesia de Alberto Caeiro e Manoel de Barros, analisando como a imagem poética (re)apresenta o mundo por meio da imaginação do sujeito-escritor.
2) A pesquisa se baseia na fenomenologia de Husserl para estudar como a palavra poética traz aos olhos do leitor as ausências percebidas, presentificando-as e atribuindo significado.
3) A imagem poética é uma forma de (re)apresent
1) O documento é um prefácio que discute a importância do estudo da mitologia grega, especialmente para compreender a literatura e cultura greco-latina.
2) O autor argumenta que os mitos são fundamentais para explicar o mundo e o homem de uma maneira simbólica, estando presentes em todas as atividades do espírito grego.
3) Ele também discute como o estudo dos mitos pode ajudar o Brasil em sua busca de identidade cultural, tanto por imitação quanto diferenciação em relação à cultura greco
Narrativas erodidas: os usos de si como estratégia poética.Priscilla Menezes
1. O trabalho investiga os usos da fala de si na obra de arte, analisando artistas que empregam procedimentos confessionais.
2. É questionada a noção de biografia como revelação do eu, pensando-se a escrita da vida como potência criadora.
3. O trabalho analisa diferentes estratégias de erosão do eu em três capítulos: "Refrações" sobre desvios identitários, "Abandonos" sobre práticas da perda, e "Metamorfoses" sobre transformações do eu.
1. O documento discute a relação entre narrativa, ficção e valor a partir das perspectivas de Platão, Aristóteles e outros teóricos.
2. Platão via a narrativa como superior à imitação, enquanto Aristóteles preferia a imitação direta para a épica.
3. Hegel caracterizou a épica como objetiva, a lírica como subjetiva e o dramático como objetivo-subjetivo. Ele viu o romance como a "epopéia burguesa moderna".
O documento discute três pontos principais sobre oralidade e escrita:
1) A comunicação oral se organiza em torno da fala enquanto suporte, priorizando a memória, o ritmo e a interação com o público.
2) A comunicação escrita se organiza em torno da escrita como suporte, priorizando a normatização da língua e a difusão de conhecimento de forma racional.
3) Literatura oral depende da performance para existir, portanto transcrições escritas não devem desconsiderar o contexto e est
10. O Sonho no Exílio. Ano I, Nº 10 - Volume I - Porto Velho - Julho/2001.estevaofernandes
O documento discute a filosofia da arte e a necessidade de uma ontologia das obras de arte. A arte foi por muito tempo vista como inferior à verdade e à natureza, e a estética enfatizou o espectador em vez da obra em si. Recentemente, com Heidegger e Merleau-Ponty, tornou-se possível uma filosofia centrada na obra de arte. No entanto, ainda há um enigma a ser desvendado sobre a própria essência da obra.
09. A Universidade nas Rondônias. Ano I, Nº 09 - Volume I - Porto Velho - Jul...estevaofernandes
1) A UFRO conseguiu formar uma equipe de pesquisadores e melhorar a qualidade dos professores, contrariando os interesses daqueles que querem destruí-la.
2) A universidade começou como um colégio grande com professores sem experiência universitária, e ainda precisa se transformar em uma verdadeira universidade.
3) Existem quatro tipos de professores: o de sala de aula, o burocrata, o rapinante e o criador, sendo este último a minoria que garante a dignidade da universidade.
08. Filosofia Para Crianças. Ano I, Nº 08 - Volume I - Porto Velho - Junho/2001.estevaofernandes
O documento discute a história da filosofia para crianças no Brasil desde a década de 1980, quando o programa foi introduzido no país. Ele descreve como o programa surgiu durante um período de abertura política após a ditadura militar e como seus promotores tiveram que superar resistências iniciais devido a desconfianças em relação a influências estrangeiras. O documento também explica os princípios e objetivos do programa de estimular habilidades de raciocínio e pensamento crítico em crianças.
06. Os Ratos no Sótão de Uma Memória Rock'n'roll. Ano I, Nº 06 - Volume I - ...estevaofernandes
O artigo resume um livro sobre a história da música ocidental, dividido em seções que cobrem desde as origens cristãs até a segunda metade do século XX, com ênfase nos encontros, desenvolvimentos e inventores que reinventaram a música ao longo dos séculos. O autor também discute como a leitura do livro foi complementada por músicas de rock que serviram como trilha sonora, estabelecendo conexões entre o texto literário e as composições musicais.
05. Poesia para Início de Conversa. Ano I, Nº 05 - Volume I - Porto Velho - J...estevaofernandes
O documento descreve uma edição de um periódico acadêmico da Universidade Federal de Rondônia contendo artigos sobre diversos temas como poesia, pronomes de tratamento no português do século XVI e links para sites de interesse cultural. O periódico inclui informações como título, ISSN, editor, conselho editorial e instruções aos autores para envio de artigos.
04. Batom no Espelho. Ano I, Nº 04 - Volume I - Porto Velho - Maio/2001.estevaofernandes
Este documento discute uma ação judicial de indenização movida por uma empregada doméstica contra seu patrão. A mulher trabalhou por quase 20 anos na casa do homem e alega ter contribuído para o seu sucesso profissional. No entanto, ela se sente explorada e pede o pagamento de seus direitos. O texto reflete sobre a posição subordinada das mulheres nesses casos e a importância da independência feminina.
1) O documento discute a virtude do perdão segundo a perspectiva de crianças de 6, 9 e 12 anos de idade através de uma pesquisa realizada em escolas públicas e particulares.
2) A pesquisa busca entender melhor as crianças e suas relações para melhorar o trabalho escolar, e os resultados são promissores para a educação.
3) A virtude da generosidade é considerada essencial para ser um bom professor, requerendo dar de si mesmo além do que é estritamente esperado professionalmente.
O documento descreve o processo criminal de Josepha Alves Correa em 1927 por suposta prática de feitiçaria na cidade de Porto Velho. O documento analisa o contexto histórico e social da época para entender melhor o caso, e sugere que preconceitos e crenças podem ter influenciado mais do que a lei no julgamento de Josepha.
Este documento discute a importância da oralidade no processo de aprendizagem de crianças em escolas públicas. Inicialmente, as atividades em sala de aula eram focadas na reprodução de conteúdo e havia pouco espaço para a produção oral dos alunos. Uma intervenção introduziu atividades baseadas em histórias orais contadas pelos próprios alunos, o que aumentou sua participação e produção textual oral. O documento defende que trabalhar com a oralidade dos alunos resgata suas experiências e cultura, contribuindo para
O documento discute a importância da cooperação entre os profissionais da educação. Afirma que todos na escola são responsáveis pelo ensino e devem trabalhar juntos de forma solidária. Também destaca que o trabalho interdisciplinar exige esforço cooperativo dos professores, apesar das resistências iniciais, para o bem dos estudantes.
O documento discute o efeito colateral da educação ocidental nas sociedades pós-coloniais. A educação foi introduzida para ajustar as pessoas ao trabalho capitalista, mas atualmente os sistemas educacionais desses países enfrentam crise devido à globalização e à incapacidade do capitalismo de financiar a educação, que é um custo indireto para as empresas. A educação se tornou "fantasma" em muitas regiões sem condições de oferecer ensino de qualidade.
Este documento analisa os resultados obtidos com a implementação de um processo de avaliação de desempenho funcional baseado no modelo 360 graus em uma organização pública, comparando-o com o método anterior. O novo método permitiu que os funcionários fossem avaliados por múltiplos avaliadores ao invés de apenas seus gerentes, fornecendo uma visão mais abrangente e justa do desempenho.
Este documento é uma entrevista com o historiador cultural francês Roger Chartier sobre o futuro do livro e da leitura. Ele argumenta que (1) a profecia de McLuhan sobre a substituição do livro impresso pela tecnologia eletrônica falhou, (2) o século 21 verá a convivência entre manuscritos, livros impressos e textos eletrônicos, e (3) as bibliotecas devem preservar textos em suas formas originais ao mesmo tempo em que participam da inovação com textos digitais.
1. O documento apresenta um resumo do pensamento de Bakhtin e discute alguns de seus principais conceitos, como o diálogo e a heterogeneidade da linguagem.
2. A autora analisa a obra de Bakhtin por meio de quatro períodos: fenomenológico, sociológico, linguístico e histórico-literário. Ela destaca a ênfase de Bakhtin na intersubjetividade e no caráter social e ideológico da linguagem.
3. Dois temas centrais discutidos são a constit
O documento apresenta um resumo do livro "O discurso filosófico da modernidade" de Jürgen Habermas. O autor argumenta que Habermas faz uma retomada da Teoria Crítica ao desvelar a crise da modernidade e propor uma solução prática na forma da Teoria da Ação Comunicativa, que poderia indicar caminhos para a interdisciplinaridade necessária na compreensão de objetos complexos como a questão ambiental. Adiante, o autor explica como Habermas analisa três vertentes filosóficas surgidas após Hegel e como a
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA (UFRO)
CENTRO DE HERMENÊUTICA DO PRESENTE PRIMEIRA VERSÃO 49
PRIMEIRA VERSÃO ISSN 1517-5421 lathé biosa
ANO II, Nº49 - MAIO - PORTO VELHO, 2002
VOLUME IV
ISSN 1517-5421
EDITOR
NILSON SANTOS
CONSELHO EDITORIAL
ALBERTO LINS CALDAS - História
ARNEIDE CEMIN - Antropologia
ARTUR MORETTI - Física
CELSO FERRAREZI - Letras
FABÍOLA LINS CALDAS - História
JOSÉ JANUÁRIO DO AMARAL – Geografia
MARIA CELESTE SAID MARQUES - Educação
MARIO COZZUOL - Biologia
MIGUEL NENEVÉ - Letras
VALDEMIR MIOTELLO – Filosofia
Os textos de até 5 laudas, tamanho de folha A4, fonte Times
New Roman 11, espaço 1.5, formatados em “Word for Windows”
TEXTUALIZAÇÃO
deverão ser encaminhados para e-mail:
nilson@unir.br
MARIA CRISTINA PEREIRA DE SOUZA
CAIXA POSTAL 775
CEP: 78.900-970
PORTO VELHO-RO
TIRAGEM 200 EXEMPLARES
EDITORA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
2. Maria Cristiane Pereira De Souza TEXTUALIZAÇÃO
Aluna do curso de História - Centro de Hermenêutica do Presente – UFRO
mcristianeps@bol.com.br
De início gostaria de esclarecer alguns enganos teóricos: entrevista não é História Oral, seja ela exercida com rigores teóricos ou não. A entrevista
em si não caracteriza nenhuma teoria sobre História Oral. A História Oral também tem seus equívocos. Talvez pela composição do nome é entendida como
uma ‘história’ (disciplina) que utiliza fontes orais como complementação e/ou confirmação às fontes escritas. A História Oral, ou pelo menos certa história
oral não é sobre oralidade e nem se baseia completamente sobre a oralidade. A oralidade é um momento no caminho da apreensão, de uma sondagem do
presente. O termo sondagem, ainda provisório pois não expressa de todo a idéia que tenho desenvolvido, que é: através da apropriação da linguagem
tenciona-se compreender o presente. O que difere da história que nunca é sobre ou chega ao presente.
O termo sondagem é aplicado para assinalar o desconhecimento intencional que colocamos frente ao presente. É como se pronunciássemos: “O presente não
existe e eu vou fazê-lo a partir de minha perspectiva. Ele não é o que eu estou lendo, o que estou vendo, porque tudo está pronto.”
E aqui trazemos um fragmento do texto “Ontologia, Virtualidade, História” de http://www.unir.br/~caldas/Alberto para especificar a acepção deste presente:
“conceber o presente não como uma fina fatia de tempo, mas como dobra: múltipla dimensão onde convergem todas as vivências, todos os significados,
todos os passados, deixando de lado tanto a concepção de História quanto uma idéia presentista: o passado deixa de existir como tendo acontecido e o
presente escapa do seu imediato. Sem o imediato do presente, sem os discursos que o produzem, reproduzem ou capturam, não há o presente, que é somente
quando desdobrado, em desdobramento, em tenção, em atualização. Não há o presente como depósito, arquivo, baú. A “forma de existência” do presente é a
de virtualidade [...]. Não há a língua antes do seu exercício, somente a língua em exercício, a atualização em desdobramento que a faz ser. Virtualidade viva
no viver.”
Sendo assim Roma clássica, Egito antigo, Renascimento e outros ‘fato histórico’ estão presentes enquanto linguagem (estrutura do existente) dada por uma
presença social. Não há uma Roma, um Egito antigo ou o Renascimento estagnado num passado, com uma existência física e metafísica, esperando pelo crivo dos
estudiosos, para ser descoberta, trazida a luz da ciência. Falamos e vivemos Roma. Pois Roma existe para nós apenas como criação e a recriamos na linguagem. O que
é Roma para um pigmeu? Nada. Não há significância pois não faz parte de sua estrutura de linguagens tais construções.
A História Oral parte de pressupostos diferentes da antropologia, psicologia, história, das ciências humanas. O pressuposto da História Oral é nossa existência
social, todos os processos sociais que nos apresenta como narrativa momentânea de linguagem. É a linguagem que cria nossos corpos, nossas crenças, ordena a
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3. sociedade. Fomos inscritos nos códigos desta cultura. Nesta percepção de linguagem constitutiva damo-nos conta da plasticidade do mundo. A História Oral não é
ciência por que a ciência é naturalizante, para esta não há linguagem como ficção.
Uma das preocupações fundamentais da História Oral é: termos o cuidado para não objetificar o ‘outro’, não naturalizarmos. Se tornarmos o ‘outro’ o objeto de
conhecimento, do pesquisador nós o estaremos reafirmando como mercadoria, limitando o ‘outro’ da ciência a uma linguagem como objeto de estudo. O momento da
entrevista requer a vigilância ético-epistemológica: não dialogarmos com nosso desejo, com os nossos motivos teóricos-metodológicos, nossas questões que possam
tolhe, retalhar, deformar o outro em sua linguagem. Com isso não queremos re-invocar a velha parcialidade, não-interferência, ao contrário, propomos assumi-la em
sua plenitude: o outro fala porque estou escutando em diálogo numa relação de entrelaçamentos, num imbricar, numa livre escolha para suas contradições. A existência
do oralista é plena de interferência num dialogismo com a existência do entrevistado. Esse ‘outro’(objeto) mirrado é confirmação dos objetivos e práticas que queremos
alcançar do conhecimento cientifico. Mesmo o ‘outro’ no seu discurso deixa aparecer em seus entremeios este outro: resultado dos fluxos discursivos ficcionais,
virtualidade social narrativa e textual, leitura que se organiza a partir dos limites do perceptível e do aceitável da sua comunidade.
Para compreendermos as especificidades de certa Historia Oral faz-se cogente distinguir os fundamentos em que esta inserida. Devemos não confundir
determinados conceitos (como faz o livro didático de História): o vivido onde homens vivenciam sentimentos e situações a partir das suas vidas e perspectivas,
situações que se esfumaçam ao serem vividas; diferencia-se do fato ou acontecimento que é sempre uma construção ficcional daquele vivido, uma perspectiva,
intertextualidade, uma abertura, sempre menos e sempre mais, sempre narrativa e ficcionalidade, sempre texto. Esta representação ocorre em processos múltiplos,
contínuo e por vezes imediato: a percepção que temos do som emitido pelo cachorro e sua relação que fazemos com o ser que chamamos de cachorro divergem entre si
e com o código que usamos para representa-lo. Deste modo a palavra cachorro, o seu desenho, não são o ser cachorro, mas todo esse sistema de representação funciona
de forma imediata e contínua para a nossa comunidade. Cada comunidade faz sua leitura do caos criando uma camada fina de significados e as redes simbólicas de
sentido que cobrem esse caos; e cada pele corresponde aos vários tipos de leituras construídas em relações. O olhar não suporta o nada: sem reconhecimento não há o
ver; sem um projetar profundo, não conseguimos ver. Toda projeção do ser é construída pelas relações. São elas que formam uma rede de significados vivenciados,
criando possibilidades de compreender e apreender o sentido do real enquanto ficcionalidade coletiva.
Mas para que serve este tipo de História Oral? Para nada. É inútil para a estrutura real e natural. É inútil para fazer rolar o eixo da mercadoria, do
sistema ideológico que garante a produção. Se muito servir quiçá seja para a aquisição da consciência pessoal num discurso crítico do conhecimento, das
formatações que compõe cada ser; que se converge na textualização: que faz fluir o outro da linguagem põe-se em dialogo em pela interpretação comigo que
sou linguagem. Outra conveniência para História Oral como conjunto teórico, (para quem necessite do utilitarismo como suporte das ações), é a de sanar a
deficiência do Marxismo e das ciências humanas que não sondam o presente apenas trabalhando com estrutura e conceito.
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4. Do que somos constituídos? De discurssividades. Somos fábulas (formatações) dos outros, do mundo e de nós mesmos. Somos discursos montados
pela coletividade, um algo para esconder núcleos vazios. A História Oral dentro dessa perspectiva de aquisição da consciência (consciência do projeto que
somos nós, aprendendo a ouvir a nossa voz, a sabê-la existente: sentir seu contorno, seu calor, as nuances que a faz ser o que não é, ser o que deveria ser, ser
aquilo que sonhou: compreender suas vozes e murmúrios como se tudo fosse uma grande e mesma voz: saber os sentidos e significados que é a identidade
mais intima de nós mesmos) busca aproximação com os discursos constitutivos da interioridade, da experiência, da palavra, da singularidade como um dos
caminhos necessários para se chegar ao conjunto da nossa atuação. A prática social vigente e pagamos para dizer o essencial, porque o essencial permanece
escondido, a linguagem é um jogo de esconde-esconde e não de revelações. Falamos do tempo, do jogo, da novela. Mas pagamos a psicólogos para dizer o
que realmente vale a pena ser dito. O oralista quer se colocar ao encontro do fluir a linguagem.
O assunto eleito para uma pesquisa tem função simplesmente operacional: o oralista precisa de uma ilusão básica para chegar a um local e ali iniciar
uma leitura nas redes de discursos. O outro em sua frente é discurso tecido entre escolhas de imagem, de linguagem. Não há nada além das palavras e idéias:
a fala direcionada gera ficção, falseamento. O escrito da nossa imagem (representação) é sagrado, o livro é sagrado. Platão apresentar a idéia de que o mundo
é um simulacro do mundo das idéias, do mundo perfeito. Os poetas têm baixa estima na sociedade pensada por Platão por representarem o grupo que cria e
re-cria simulacro sobre simulacro. Na caverna de Platão o simulacro é sombras, tudo é apenas sombra, penumbra, movimento de não-luz. A Textualização
nesta compreensão de realidade ficcional, sendo o passado criação literária ficcional no presente, abre-se como uma maneira de abordar o texto.
A ficcionalidade concernente à categoria do real, do humano, permeia o texto em História Oral e garante de rigor ético-filosófico e não um rigor
científico. A ética se concretiza no ouvir, deixar o outro construir o seu “eu” profundo, se metamorfoseia elaborando um corpo uma idéia, um sonho, um
desejo, satisfazendo o desejo de se dizer. A intencionalidade em História Oral esta no contar do outro, sua ilusão, como monta o fabular. A intenção esta no
fulgor do relato num auto-eco História Oral, deixando fluir nossa narrativa. O que é verdadeiro ou falso, o que está certo ou errado, ‘o que realmente
aconteceu’ na narrativa são perguntas incabíveis quando se trabalha com a concepção de realidade, humano, sociedade e todo o complexo de símbolos,
imagens como ficcionalidade. No texto “Ficção e Realidade” em http://www.unir.br/~caldas/Alberto:
“A ficcionalidade não reduz o texto ou a realidade a ser uma mentira ou uma ilusão. Deformação é a “realidade” e os “nossos textos” dizerem-se sem o saber
que são objetivos-além-do-mundo ou que seu rigor garante-lhe uma realidade-verdade: enquanto um texto ficcional encontra seu devido rigor e consciência,
voltado ao coletivo e às possibilidades reais de mudança e consciência, aqueles textos que são “cientificamente objetivos” desconhecem que são apenas
perspectivas ideológicas, afundados num inconsciente redemoinho etnocêntrico, que, sempre que pensaram ter conquistado o mundo somente o haviam
perdido por covardia, capachismo e falta de talento.”
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5. Existe diversidade na definição do que seja o texto final do conjunto de técnicas em História Oral: Alguns acreditam que a oralidade é documento (fitas
gravadas); outros que a oralidade escrita (a transcrição) é o documento. A idéia da textualização intenciona que oralidade e o primeiro texto (oralidade escrita) é
insuficiente para exprimir a intenção do colaborador, pois o código escrito e falado são essencialmente diferentes. A transcrição é uma integralidade de imagens
incompletas vítimas da oralidade (linguagem). Ela não é a oralidade e nem a fidelidade aos propósitos do colaborador. A transcrição é uma tentativa desta intenção. A
oralidade por sua vez não é um dizer: é um esconder que apreendemos como um dos passos que gerarão outros textos que se encaminham para a intenção.
Na utilização das técnicas de História Oral e compreensão do que é seu texto final consolidou-se várias formas de apresentação da entrevista e suas utilizações:
1. Emprega a transcrição na entrevista e a utiliza em Corte na fala do outro. Deixando que fale o “outro” para continuar o discurso do pesquisador, da ciência e do
conhecimento. Uma parte do outro que será eu mesmo falando.
2. Um texto preliminar apresenta a situação da entrevista e em seguida insere a entrevista como um jogo de perguntas e respostas.
3. A entrevista é apresentada em forma de depoimento sendo disposta uma diretriz temporal. Este tipo de texto faz certo tipo de textualização.
Nesse contexto conflituoso entre o esconde da oralidade e a intencionalidade da transcrição, a textualização estabelece uma conquista de um diálogo. O texto
definitivo, que passa por uma textualização retorna as intenções do colaborador, realizando-as. Não há uma re-escritura na operação do texto, com a textualização. Não
se re-escreve a transcrição. O que ocorre é um afloramento da intenção, um deixar fluir a narrativa escondida pela oralidade das ficções que somos criadas pela família,
pela sociedade e por nós. Nas ciências humanas: teoria e método criam a realidade. Em História Oral a textualização é a pratica teórica da conquista do que diz ser: o
colaborador; numa tentativa de fazer a individualidade, a singularidade. Assumir a ficção que o outro é a que nós somos é assumir a interferência no texto através da
textualização e da interpretação.
A interpretação é o momento mais próprio do oralista que entra em diálogo com o texto por que ali é necessário fazer fluir o texto sendo ele infinito e
polifônico requerendo uma postura que coloca em segundo plano o conhecimento e teorias. O texto é pura ficcionalidade, simbólico: não tem porta, não tem
entrada. É ponte para multiplicidade nossa no mundo. O olhar sobre a interpretação do texto é um conceito de barthesiano desenvolve em “Câmara Clara”
sobre as fotografias: o “punctum”: um ponto que atravessa você e o outro, desencadeando um encontro. O outro e você vão gerar interpretação. Um exemplo
disso: “Deus pairava sobre as águas”. Questões: quanto tempo eterno Deus permaneceu assim? Quantos mundos ele fez e desfez? Isto é o ponto no texto:
não importa, o antes e o depois textual, o que importa e o toque, o roçar que ocorre entre textos: entre você e o outro. O interprete: in-verte, sub-verte neste
jogo de sombras. Não é o trazer a luz, a perfeição, a verdade. Mas sim um per-verter de simulacros as cristalizações, as máscaras pessoais.
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6. UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA (UFRO)
CENTRO DE HERMENÊUTICA DO PRESENTE PRIMEIRA VERSÃO 50
PRIMEIRA VERSÃO ISSN 1517-5421 lathé biosa
ANO II, Nº50 - MAIO - PORTO VELHO, 2002
VOLUME IV
ISSN 1517-5421
EDITOR
NILSON SANTOS
CONSELHO EDITORIAL
ALBERTO LINS CALDAS - História
ARNEIDE CEMIN - Antropologia
ARTUR MORETTI - Física
CELSO FERRAREZI - Letras
FABÍOLA LINS CALDAS - História
JOSÉ JANUÁRIO DO AMARAL – Geografia
MARIA CELESTE SAID MARQUES - Educação
MARIO COZZUOL - Biologia
MIGUEL NENEVÉ - Letras
VALDEMIR MIOTELLO – Filosofia
Os textos de até 5 laudas, tamanho de folha A4, fonte Times
New Roman 11, espaço 1.5, formatados em “Word for Windows”
deverão ser encaminhados para e-mail:
NOTAS SOBRE LITERATURA E ARTE
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CEP: 78.900-970
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TIRAGEM 200 EXEMPLARES
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7. ALBERTO LINS CALDAS NOTAS SOBRE LITERATURA E ARTE
Professor de Teoria da História - Centro de Hermenêutica do Presente – UFRO
www.unir.br/~caldas/Alberto - caldas@unir.br
"A verdadeira vida, a vida enfim descoberta e tornada clara,conseqüentemente, a única vida plenamente vivida, é a literatura." (Marcel Proust)
1 - Qualquer tipo de arte, principalmente depois do século XX, pois nele o individual pode se expressar aparentemente fora do cânone, gera uma forma de
artesão ingênuo que pensa que aquilo que faz é arte. Ao mesmo tempo cria um público ingênuo, quem admira, compra e incentiva o artesão como se ele fosse artista e
como se aquilo que ele produzisse fosse arte. Essa “dupla dinâmica” existe em todo o lugar que tenha criado algo chamado arte. É essa “dupla” quem move o “mundo
da arte”, pois no seu movimento está a reprodução do mesmo, do de sempre, do conhecido e já devorado, o que foi transformado em esquema reprodutível, aquilo que
foi apascentado e retirado do terrível que é a arte, se tornando um pastiche inofensivo. É esse pastiche inofensivo que é continuamente reproduzido como arte e é
admirado infinitas vezes pela massa dos admiradores, principalmente porque, sem o saber, esses admiradores são outra grande invenção do século XX: eles são a
Massa, um dos horrores desse século que concluiu um ciclo de crenças mas não de tolices.
Nascendo e crescendo com uma arte que parece fácil: “simples coisa de criança”: “qualquer um faz”: “é a minha forma de ver”: o artesão inicia um exercício
aleatório que ele mesmo e seu nascente público chamará de música, pintura, escultura, poesia. Como se parece com o já feito, se torna também da mesma natureza
daquilo com que se parece. Esse espectro mole torna aquilo que o fez um artista e quem o admira um conhecedor. A Massa gera sua arte extraindo da arte aquilo que a
torna terrível, a torna única, a torna a conquista de uma linguagem, de uma intensidade, a resultante de mil caminhos anteriores superados e retorcidos. A arte da massa
reproduz o visível desse resultado sem ir além, o que seria fazer arte. E isso ela não pode jamais fazer. Seu movimento é para traz e não um movimento intenso para um
além do existente. Sua carapaça é nacionalista (leia-se também regionalista) e facistoide. É, sobretudo, burra, despreparada e com a arrogância do desconhecimento.
2 - O libertino não é aquele que tem bons costumes, o que inspira bons costumes e doutrina a moral, o obediente, o pio. O libertino escreve e lê a libertinagem:
ele desdobra a libertinagem, o não querido por “fora dos panos” mas o desejado por “dentro dos panos”. O libertino pode se dar o direito [ele mata também sem se dar
ao direito, longe dos direitos] de matar o outro para o seu prazer e esse direito não emana de uma permissão, de uma concessão, de um respeito a uma ordem
constituída: o libertino constitui sua ordem e essa ordem se esgota na expectativa, no prazer e no gozo: sua vida é se libertar libertando o outro dos seus limites [os
cordeiros têm horror-pânico ao liberto-lobo que lhe devora o bolo].
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8. O libertino afasta, dilui, destrói os limites. Faz fluir os limites: o limite não é o texto, não é o corpo masculino, feminino (todos dois são
performances de papéis sociais travestidos de gênero natural ou cultural) ou homossexual (outra performance): o limite para o corpo não é nenhuma das
novidades velhas: formicofilia, amalgatofilia, anastemafilia, autopederastia, ecouterismo, frottage, higrofilia, misofilia, acrotomofilia, zoofilia, dendrofilia,
enema, tafefilia, necrofilia: também performances de discursos e de possibilidades de corpo, de desejo, de deslimite, de desrespeito: o limite é a melancia e o
além da melancia; o tronco da bananeira, a banana, a cenoura e o além dos vegetais, além da brecha e da aresta das pedras.
Restam todos os limites sonhados no desejo: e o texto é bem mais que um corpo: o texto é um corpo de papel e tinta ou bits ou qualquer coisa que possa
multiplicá-lo: é um corpo de desejo negativo. Para o libertino a grafia (texto e pré-texto) é porno-grafia. [Nada mais querido e desejado que a pornografia e a
obscenidade e nada mais negado e escondido [a sedução do lobo: ver e viver e desejar aquilo que vê, deseja e vive o lobo]: há sempre muitas coisas sobre o
pornográfico: ele é algo esmagado sobre outras coisas: escondido. Dos textos do mundo nenhum é mais pornográfico que aqueles da literatura: transgressão viva dentro
da linguagem que se põe a gozar, para nada, por safadeza, por pura maldade, por perversa-idade [“Quem ri quando goza/É poesia/Até quando é prosa” (Há lice? Who
is): há uma ofensa maior que escrever? Kafka assim feria o pai.]
A porno-grafia é uma linguagem trans-a-gressiva: é um constante levar ao limite, um intermitente afastar os limites, é um des-velar, mas o ve-lar do des-velar
se faz no limite e no se afastar do limite e não num simples en-cobrir. O ve-lado do porno-grafico é o mais des-velado dos en-cobertos: é o des-velado que não cessa de
se des-velar e des-ve-lar seu próprio velamento: e seu prazer, e seu gozo ad-vém deste des-cobrir.
O libertino é obsessivo e obsceno. Até mesmo a normalidade é para ele uma trans(a)gressão. Sem a trans(a)gressão não há libertinagem, não há leitura, não há
interpret-ação. Sem a pele, sem o buraco da fechadura, sem o esgar de prazer, sem a palavra rasgada em sua normalidade, não há o libertino. O libertino é aquele que
vive com a con-tr-adição, com o i-lógico, o para-doxal, o des-medido: seu fluxo é criar textos para nada, para o gozo, para des-dizer, para contra-dizer: o seu é um dis-
ser.
A Literatura está sempre longe da libertinagem. Como palavra da ordem, é palavra disciplinada. A literatura é pura libertinagem. O escritor escreve a
Literatura enquanto o libertino deixa passar a literatura, simplesmente para seu gozo e de quem quiser ouvir.
3 - Há um engano de “leitor”, ou consumidor, normalmente sem conseqüências para eles, que, naqueles que querem se tornar escritores ou poetas, é um
desastre sem medida. O erro é pensar que a obra literária nasce da mesma maneira como a encontramos, pronta para ser consumida, nas livrarias, nas bibliotecas, na
internet, enfim, no texto. Esse engano é mortal.
Uma obra nasce de várias maneiras, mas vejamos uma delas, a que me diz respeito e a da qual posso falar. Em poucos e fulminantes dias se forma,
exteriorizada, uma massa coerente, legível, insuficiente; uma teia sutil e bruta, articulada, mineral e pulsante. Não tem ainda coração, ossos, sangue, veias, cérebro,
olhos, língua e, completamente, uma alma que a diferencie do mundo e das outras almas (nossa missão será criar, simetricamente, o universo de uma alma). É uma
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9. coisa viva, que respira, mas não fala; geme e grita mas não pensa; tem uma forma mas não é ainda uma espécie; não pertence, só subsiste; assimétrica, exigi simetria. É
a partir dessa matéria inicial, que nos consumiu semanas de puro deleite, gozo, cansaço e alegria, que se iniciará o trabalho doloroso e gratificante de transformar
aquela substância opaca, ainda sem todas os componentes e sem o devido polimento, sem órgãos e galerias, sem multiplicidades, numa obra literária. Passamos do
momento criador, aquele onde o escritor plasma sua matéria, ao momento de um tipo de leitor, corrigindo, acrescentando, cortando segundo uma perspectiva que não
pode ser a mesma do escritor inicial. Enquanto o primeiro cria, o outro transformará essa substância, dando-lhe vida, história, alma.
Esse texto inicial, a quem o leia, pode parecer um texto normal, inteiro, pronto, mas ali está somente um feto ou um quase feto em formação. Algumas células
multiplicadas, alguns tecidos, carnes, músculos. Falta todo o resto. Enquanto a grande maioria dos literatos e poetastros provincianos, nesse momento, abortam essa
substância, essa coisa quase viva, pensando e convencendo os tolos em volta que aquilo é uma obra, o escritor começa seu prazer, sua virtude, seu deleite em criar a
obra literária [do vômito ele parte: transformar dejeto em alimento].
A quantidade e a qualidade do trabalho do escritor sobre essa massa inicial é o que vai definir seu valor literário, sua qualidade de “texto literário”. Esse
trabalho vai unir veios dispersos e não concluídos das tradições literárias, realizando-as; vai torcer o que estava simetricamente mofando e simetrizar o informe dessas
tradições; vai superar o apontado por essas tradições e inovar, como se essas mesmas tradições não existissem, vai articular os pontos futuros que realmente aquele
texto conseguiu reunir.
É a leitura de toda uma tradição literária, extensa, profunda e repetidamente, na verdade a formatação de uma filosofia, de uma estética e de uma visão de
mundo, que definira os parâmetros da ação literária na formação do texto, sendo constantemente alargada, senão será somente um fóssil inútil. A textualização, que
criara a obra a partir do “informe”, não é uma correção, um complemento, mas uma reescritura estratigráfica pondo a escritura na sua maneira de existir em devires e o
texto com um espírito que o porá livre e fora da vida do autor, da tradição, dos leitores e de uma interpretação unidimencional. O trabalho literário conquista para o
texto inicial a liberdade que somente um texto literário pode desejar. E essa liberdade de corpo maduro [passado e semente], essa plenitude diante de si mesmo e do
mundo, é o maior resultado diante daquele magro e incompleto texto inicial.
4 - A palavra silenciosa da morte, ou a palavra do Caos, o que vem exatamente a desaguar na mesma água. As palavras não significam absolutamente nada.
Não são coisas, não são significantes e muito menos almejam a estranha dignidade de serem significado. Não são mais palavras. Conquistaram a dignidade de serem
entendidas ou sentidas como um tecido muito fino que nada significa: elas deixam passar somente o múltiplo e perverso frio da existência do outro lado do tecido. Elas,
as palavras, são apenas frágeis biombos rasgados, furados, partidos, vergados. A verdadeira literatura não se faz com palavras: ela cria frágeis biombos para que o
imenso calor ou o terrível frio ou o imenso vazio ou o completamente cheio e arestoso do outro lado não nos sidere, não nos cegue, não nos degole, não nos cale, não
nos imobilize: o tipo de artista a que nos referimos é aquele que, morto para as palavras que constrói, que cria, que ensina, que repete, que estrutura, extingui as
palavras e em seu lugar põe o biombo que instaura a literatura: ele é um libertino das palavras: através dele flui o nada que nos faz sentir o nada por baixo do existir, o
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10. silêncio antes e depois do sentido, as vagas nulas do antes da vida e do depois da vida, os choques de virtualidades ensandecidas dentro dos sonhos: sem essa morte não
seria ele aquele que põe a palavra em seu devido lugar: o lugar nenhum de todos nós: se não fosse assim não sentiríamos por trás, antes, entre e depois dessas palavras
o mysterium tremendum et fascinans: somente sua morte e o desaparecimento material e espiritual das suas palavras é o que garante a presença, bem junto,
sempre colado e sempre distante do mysterium: os escritores e os poetas que ainda estão vivos e que trabalham palavras materializadas podem somente repetir
a palhaçada dos gêneros, dos ritmos, das musicalidades, das formas, das agradáveis e esperadas mesmas coisas: e nos alegramos com essa morte e com esse
cadáver que persevera: isso prova que nada está ainda irremediavelmente corrompido: no meio do legítimo nada, entre lama e rios de lama, cercados por mil
desertos, perfurados por mil mediocridades gritantes e sempre certas, um libertino caminha morto entre nós gerando no caos frágeis biombos que
silenciosamente sussurram que ainda estamos vivos.
5 - A arte não vem da “realidade circundante”: a arte vem das entranhas [as entranhas: o fundamento: os fluxos cristalizados de linguagem que entendemos
como mundo: os fluxos vivos que geram e formatam o existir: a maneira do “nosso” existir], e isso não é provinciano, não é de uma rua, de uma casa, de um barzinho.
Mas também não é universal: todo universal é uma forma de imperialismo, de religião devorando tudo, apagando todos os passos singulares. A arte é a resistência
dessas singularidades: a arte cria guerrilhas contra o mesquinho pensar pequeno, do querer de shopping Center, do fazer medroso, dos tristes buraquinhos de vermes
terrestres. A arte é uma guerra contra o mundo.
Todo artista é um extraterrestre, um ser nojento, infeliz, metafísico e louco para penetrar onde não é chamado. O infinito é sempre menor e o mundo não cabe
em nossa boca.
6 - A Poesia, normalmente, é reacionária e o Poeta um lambe-botas. Isso porque a Poesia é uma maneira cristalizada de dizer, de manipular palavras, sons,
musicalidades, imagens. O Poeta cria a Poesia como um bichinho de estimação, um animal treinado que sabe dar cambalhotas, algo amestrado, domesticado e sempre o
mesmo. Exercita um “gênero literário”: para ele existe Poesia e Prosa. E a Poesia existe através da estrofe, do verso e do ritmo. Por isso a Poesia é reacionária: o Poeta
é aquele que além de reverenciar o hino nacional, chorar com a bandeira e achar que o “parnasianismo” é o máximo, retém a possibilidade de fluxo multidimensional
da poesia, fazendo parte daqueles que estão sempre em volta do poder, das maneiras estereotipadas de dizer, sentir e pensar. O Poeta não consegue entender nem o
poeta nem a poesia: ele consegue somente reproduzir uma coisa asquerosa chamada Poesia (os minimamente atentos já notaram que uso o maiúsculo e o minúsculo
para dizer coisas diferentes com a mesma palavra).
E toda “província” tem em exagero essa perversão poética tanto da poesia quanto do poeta, para não falar do excesso de Poetas. Mas não é por maldade não: é
por burrice mesmo, ignorância e falta de coragem. Mas essa realidade não é hegemônica, não inclui todos, mesmo que o restante não chegue aos dedos de uma mão. E
isso é um prêmio à inteligência. O nascimento tanto da poesia quanto do poeta é um acontecimento da inteligência, uma festa, uma conquista do além da palavra e da
imagem.
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11. Não haver na poesia a frouxidão, o sentimentalismo besta, a ignorância patente, a mesquinhez de palavras, a não superação do mais reles cotidiano, a expressão
de uma vidinha pequeno-burguesa, a falta de consciência literária, de leitura, de vida e de tragédia. E sim o que há de mais intenso, mais compacto, mais vívido e
vivido. O que se formata ali deve está bem além das palavras.
A poesia, como a prosa, não se faz com palavras. O Poeta é que se engana com o visível, o palpável: nenhuma legítima literatura se faz com palavras ou
sentimentos ou emoções. A literatura é a criação de um hipertexto. É das múltiplas dimensões textuais compactadas num minúsculo espaço formal literário (o poema),
que a leitura deve desdobrar, quadrimensionalizar palavra, signo, sentido e significado, pondo a fluir as várias dimensões, as várias vidas, as várias literaturas, os vários
textos postos em movimento, e só assim o leitor terá o universo que os poemas podem gerar. Esse movimento de entendimento do texto é dado pela leitura.
7 - Há os ratos brancos da arte: aqueles que ficam dentro da garrafa de vidro no laboratório, comendo ração e pensando seriamente que o mundo, que aquele
espaço branco onde às vezes um ratinho branco é brancamente sacrificado por aquelas sombras também brancas, é o horizonte visível; mas há, para nosso sabor, as
ratazanas de esgoto dentro do largo mundo sem fronteiras. Essas sabem que o mundo é cruel, melancólico, perverso, ilusório, temporário, feito de esquecimento, tolice
e dor; e que é preciso correr em busca da comida, do sonho, do desejo. Os primeiros, os ratos brancos, desaparecem como vapor dentro do tempo: são os artistas que
pensam que são artistas: infestam os laboratórios com sua arrogância de salvadores da raça: desaparecem na hora da morte: não deixam nada: nada significam: todo
significado foi somente moda; mas existem as ratazanas: são os verdadeiros artistas: os que sabem que o mundo é um dejeto perigoso mas que é nesse lixo que está o
significado sem significado da sua vida: elas, as ratazanas, ou eles os artistas, que formatam nosso existir: dão-lhe sentido e álibi.
Mas enquanto o artesanato dos ratos brancos existe, é mercadoria desde o início, coisa feita para brilhar e reproduzir, a arte das ratazanas é somente aquele
líquido negro que escorre dos lixões. É uma arte que atravessa o mundo e se derrama inutilmente pela terra. E mesmo que transformem esse líquido novamente em
água cristalina e à venda como água mineral, ainda assim o seu percurso não se apaga.
8 - Alguns artistas, na verdade artesãos, passam a vida inteira engalfinhados com formas batidas, idéias repetidas; com uma atitude diante do mundo que em
nada difere da maioria dos espectadores do mundo em seu trabalho de formigas. O artista de verdade é aquele que se perde dos limites, desrespeita a tradição, inicia
uma modalidade de ser e ver o mundo. Enquanto o escritor inicia uma voz o pintor cria um novo olho. Essa a grandeza do artista: criar outro corpo dentro do corpo
normal e aceito como um verme dentro da fruta. É ele quem gerenciará esse novo e estranho corpo. E há artistas que não conseguem isso simplesmente por uma
covardia inerente ao homem comum e que em vez de ser vencida é continuamente justificada (coisa que o homem comum não faz: ele simplesmente vive como uma
ostra na pedra: somente o artesão que pensa que é artista consegue a tolice de justificar sua incapacidade em se tornar um artista).
9 - A aquele que se diz escritor e a aquele que quer ser escritor, normalmente falta paixão; falta intensidade; falta devoção aos livros e aos livros que só podem
vir através dele; falta uma luta diuturna querendo revelar a “natureza humana”: nós e os outros; falta querer criar uma obra que intensifique o mundo, a consciência, o
sonho, a percepção e a liberdade sem limites do indivíduo; falta disciplina para conquistar o desejado; falta uma crença raivosa, indignada, rebelada contra pai, mãe,
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12. família, pátria, bandeiras, deus, sentidos e significados; falta criar seus próprios padrões formando seu gosto; falta criar e exercer uma consciência crítica; falta uma
loucura intensa e ininterrupta; falta ler profundamente; falta o isolamento silencioso que isso exige e que filhos, mulheres, pais e amigos não entendem e destroem
como vermes a um pedaço de carne, sempre dando “boas razões”: nada mais perigoso para um escritor do que a família, o círculo medíocre dos amigos e o entorno do
mundo do trabalho e do laser; falta, mas esse saber é inútil. Quase todos os que escrevem são apenas covardes da emoção, covardes da escrita, covardes da loucura,
covardes da memória, covardes da missão, covardes da palavra, covardes da vida, covardes do ritmo, covardes do sentido, covardes do sentimento, covardes do
silêncio, covardes do tempo, covardes da visão.
Como o chamado escritor pode se abster de tal aventura, a aventura real da literatura, sempre pondo sua vidinha de “classe média”, suburbana e nacional “em
texto”? Como não sentir profundamente que a verdadeira literatura engrandece a vida e essa literaturazinha brasileira de terceira categoria que sequer diz ou pode dizer
sua alminha provinciana ou sua regiãozinha, são pastiches medrosos que somente envergonham quem a faz e quem um dia por acaso encontre besteira tão
desnecessária.
Como não sentir a literatura como um conhecimento, e o mais perfeito mecanismo de autoconhecimento, capaz de nos tornar mais vigilantes em relação a nós
mesmos, ativando nossa percepção para o múltiplo dos mundos entre nós e amplificando a consciência? Quanto talento desperdiçado, quanta vida falsa fingindo ser
uma coisa que não é. Algo que reúne todas as ironias, todos os paradoxos, todos os sentidos é transformado pelo escritor de província em uma coisinha, em um
bichinho morto de pelúcia, um joguinho adolescente que passará como um comichão reprodutivo. O amplo prisma giratório da literatura vira um espelhinho de
motorista de caminhão. A fundamental ambivalência querendo a todo custo atingir a plenitude expressiva, que é o mesmo que atingir a vida em sua alma, o sonho em
sua matéria, a matéria em sua virtualidade, transforma-se, na mão dos “poetas” e “escritores” de província, num ridículo balbucio de doentes mentais covardes. A
impossibilidade de dizer o máximo, que todo dia nos dilacera, em vez de ser combatida, é alimentada: quanto mais escrevem esses escrevinhadores menos eles dizem,
menos eles constroem, menos eles se tornam ou tornam alguém melhor, e mais eles publicam.
A literatura, que é o incansável combate entre textos, vindos de uma leitura encarniçada, onívora e carnívora, precisa dessa leitura para viver: mas o escritor
normalmente é um charlatão: ele não lê, ele não lê completamente, ele lê com um vagar medroso, com uma humildade que destrói sua leitura no nascedouro. A
literatura como a solitária, complexa e arriscada experiência da singularidade, essencialmente libertária e libertina gerando portais que facilitam a articulação entre
tempos, lugares, experiências e vidas, se torna uma maneira de ganhar prestígio entre os tolos, uma maneira de mostrar inteligência, talento e cultura para idiotas que
respeitam cultura, talento e inteligência sem saberem o que é inteligência, talento e cultura: burros enganando burros, antas guiando antas e todos somente com um
interesse: mais capim! Sem se tornar um inventor da leitura e da escrita o sujeito não se transforma em escritor: não basta escrever e publicar.
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13. Se nos tornamos escritores de verdade não estamos livres para desistir como pensam sempre os tolos que se dizem escritores: não há como fugir de uma
ambição vital, de uma fome que devora o mundo, o universo e não se satisfaz: para o escritor todo limite é um desafio. E com isso ele alarga a vida, o sonho e a revolta
contra o insuportável e humilhante peso de existir.
Aqueles poucos que realmente estão escrevendo algo que se pode chamar literatura não escreve numa “região”, nem em português, nem mesmo num brasil
limitante, enfadonho e ridículo: escreve na literatura, isto é, num rastro de nada, numa ausência. Os outros são escrivães e literatos que publicam coisas ao meio do
caminho, incompletas, tragicamente abortadas, onde se pode vê claramente e sem mistério algum, todos os tolos mecanismos literários, os quase métodos, as parcas
leituras, a fragilidade do mergulho e da reflexão.
10 - É mais fácil compreender a literatura de Dante, de Proust, de Joyce ou de Rosas do que a chamada “literatura provinciana”. É uma coisa impressionante! É
um composto bastante complexo onde encontramos sempre as ingenuidades da boa fé e da ignorância; a vontade adestrada e covarde do mundo sonhando ser mais; um
destempero técnico, metodológico e teórico; uma crença piegas em tudo aquilo que é já feito, já pensado, já vivido, já escrito; a admiração, por um círculo de poetas e
escritores do “Estado”, da “Nação”, do “Povo”, da “Língua”, da “Literatura”; um fundamento e uma manifestação facistóide por aderir a bandeiras, hinos, emblemas,
símbolos e amizades que os tomam sempre frágeis e alegres puxa-sacos, inábeis e espertas presas dos poderes dos estados e municípios: assim todos se completam;
uma quase-escrita que é um verdadeiro monstro numa feira de variedades: não se diz ali nada mais que o senso comum; a fezinha ridícula e domingueira; o corpinho
adolescente e seus probleminhas; rimas das mais chulas; frases de inacreditável primarismo; escrita de “segundo grau” num conjunto que não passaria por uma
professorinha primária mais atenta ao seu estropiado machadinho; artificialismo levado ao esquematismo de periferia; nada tem consistência ou é inteiriço ou luta pela
unidade; nenhuma análise ou interpretação convincente: imitações rasteiras; ali não se sente a missão de escrever; extrema desespiritualização; capacidade zero de
reviver qualquer “realidade”; não há nenhuma convicção especial transparecendo; tudo está fora dos domínios da sensibilidade: são róis de lavadeira, recados de
empregada adomesticada; não há amor, prazer ou paixão desvairada; nenhum elo se prende ao outro com clareza ou densidade; sem “unidade de composição”,
estrutura ou ritmo; disformidade, dessimetria e imotivação; sem estilo, o prosaico é levado ao mais chulo estremo; sem concepção estética ou filosófica não há música;
sem ossos, não há músculo, carne ou pele.
Para esses escritores, a literatura é igual a sua fezinha dominical; igual ao mundinho; igual ao seu joguinho de futebol e aos fogos que solta depois; igual ao
pãozinho e seu gostinho de sempre; igualzinho ao sexozinho com a esposa, a prostituta ou a namoradinha: a mesma monotonia ridícula dos que não ousam e pensam
ousar, dos que não ferem mas pensam ferir, dos que não violam mas pensam violar; igual às continhas de todo mês; igual ao seu salário conformado com a exploração;
igual a tudo que o cerca e aos de seus pobres desejos ainda não testados pelo universo de nenhuma libertinagem séria ou palhaça. É sempre um sonho de adolescente
integrado, aquele que não degolou o pai e não violentou a mãe, picando-a depois como a um tubérculo; que não incendiou a casa e assassinou os amigos e os irmãos;
que não lutou pelo mais, pelo não, pelo corte, pelo além que caracteriza qualquer aspecto daquilo que pode ser chamado dissolução, mas que na verdade é a literatura:
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14. um traço de nada, de revolta, de sonho estranho e perverso, algo que começa depois que tudo termina, sempre em outro lugar. Mas aqueles que acreditam naquilo que
todos acreditam não podem criar algo que não seja um objeto, uma coisa, uma forma, um conteúdo, uma mensagem, um significado: a literatura é o avesso dessa
coisificação: é a criação de um não-corpo, um não-objeto, uma não-forma, um não-conteúdo, de uma não-mensagem, de um não-significado, de um fluir sentido por
dentro ao fluir. E isso não é coisa moderna: a lição para vocês foi uma derrota: o moderno é somente quando o que sempre se fez passou a gritar como fazia: não sejam
anti-modernos: toda literatura sempre, mesmo quando não existia ou se considerava literatura, foi sempre exatamente igual àquela que os modernos disseram fazer:
Joyce e Dante, Rosas e Vieira, Rubião e Homero, Graciliano e Rimbaud são apenas aspectos de uma mesma raiva, de uma mesma paixão, de uma mesma loucura, de
uma mesma exasperação, de uma mesma infâmia escorrendo feito palavra, sem criar instituição, poder, imobilidade ou fluxo. Esqueçam língua, pátria, corpo ou razão:
e virá a literatura como uma doença infecciosa: e, felizes, morram nela!
11 - Como saber se um texto tem ou não “valor literário”? Como saber se um texto é realmente literário ou não passa de uma impostura? A gramática
(normalmente o gramaticamente “correto” carrega uma boa dose de servilismo!) não pode ser aquilo que vai decidir sobre o “valor literário”: a gramática é um
ordenamento de poder, um círculo do já feito, do conhecido e reconhecido: a literatura vai sempre além desse círculo e seu limite; a língua também não pode decidir: a
literatura é indiferente à língua: ela é somente um dos seus suportes: não importa em qual língua a virtualidade literária se configure: ela não marca essa virtualidade; a
região também em nada afeta o nascimento ou florescimento de uma obra, podendo, quando muito, fazê-la definhar por enquadrá-la a um pequeno significado
vivencial, a um comodismo provinciano; uma tradição também não pode servir de parâmetro literário, pois a literatura sempre se fez a um passo depois das tradições,
apesar de servir-se delas como nossa fome de um pedaço de carne; gênero também não interessa: a grande literatura não pertence a nenhum gênero específico: não
existe literatura negra ou branca, heterossexual ou homossexual, macho ou fêmea, moral ou imoral, infantil ou adulta, desenvolvida ou subdesenvolvida, prosa ou
verso: o que há é literatura ou não literatura [parece que ninguém mais sabe o que é literatura e qualquer um que escreve é chamado de escritor]; a história da literatura
também não pode contribuir: as obras nascem sempre antes das outras obras de uma história: a origem de uma verdadeira obra literária é sempre anterior as suas
“influências”; a economia também não resolve a questão: as classes sociais, a riqueza, o capital, a exploração, a mais valia, o roubo, o poder, a miséria, a história, os
partidos, a política, o governo: nada disso cria ou impede a criação de uma grande literatura ou de uma grande obra: o “valor literário” não é uma conseqüência, em
“última instância”, das determinantes econômicas. Então como saber se uma obra tem valor literário ou não?
Todas as obras de real valor literário possuem algo em comum: todas elas partem, sempre com um espírito de negação, de uma filosofia (F), de uma estética (E)
e de uma visão de mundo (V) e constituem, em seus labirintos, uma visão de mundo própria, uma outra filosofia e uma nova estética: mas esses elementos só servem
naquele universo, naquelas obras específicas: dali não nascem mais obras, a não ser como pastiches, reproduções de segunda mão, como em quase todas as obras
provincianas: são reproduções simplificadas dos esquemas, das visões, das facilidades visíveis de uma obra, daqueles elementos que o poder difunde como qualidade e
valor.
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15. Mas ainda mantemos o mesmo problema: como saber se um texto tem ou não “valor literário”? É um longo caminho. Toda obra realmente literária gera uma
rede de galerias onde se formatam em movimento sua FEV: cria-se uma espécie de “virtualidade singular” e uma forma de “virtualidade social”. Há um intrincado
virtual que é preciso levar em conta antes das análises do leitor, da língua, do estilo, dos discursos, dos gêneros, das formas, das estruturas, das funções. Precisamos,
enquanto hermeneutas da obra literária, pensar sobre a FEV que propõe. É a partir desses componentes (FEV) que poderemos estabelecer se uma obra, em seus
fundamentos, é somente uma reprodução sem valor, porquê mil vezes dita e dita mil vezes melhor, de uma “escola” qualquer, de um “autor” qualquer.
Uma “obra limite” sem história, sem personagem, sem lugar, sem perspectiva, sem narrador, sem temporalidade pode estruturar uma FEV inigualável. Sua
significância nascerá da importância não do estilo, não da gramática, não da tradição, não da língua, não do gênero mas da sua específica FEV. Esse é um começo
porque nenhuma obra literária se resume a sua FEV. Mas é dela que retira toda a sua força, todo a multiplicidade que devora as outras obras e exige a multiplicação da
leitura e da interpretação; é dela que nasce nossa admiração, nosso amor, nosso espanto, nossa busca, nosso desejo, nosso olhar, nossa leitura. Fazer literatura não é
somente escrever, contar uma história, construir um estilo: é criar uma FEV, é constitui-la com toda a nossa singularidade, com toda a sinceridade, coragem e unicidade
que nos for possível. Como essa FEV pôs ao seu serviço um estilo, uma gramática, uma tradição, um gênero, uma história, uma língua é a nossa grande questão. Uma
virtualidade singular que, para existir, precisa de uma outra voz, uma outra forma, uma outra perspectiva.
Daí porque é impossível para o artista ser “normal” e escrever (ou pintar ou esculpir ou criar qualquer coisa realmente em arte). Gerar filhotes, obedecer à
família, entender o governo, participar de um partido político, sentir-se honrado por estar trabalhando ou estudando, amar pai e mãe, amar uma mulher ou à mulher
sobre todas as coisas, defender a pátria, chorar de emoção com a bandeira, respeitar alguma coisa, gostar daquilo que todo mundo gosta, assistir televisão, gostar de
programas de auditório e novelas, ler os autores da moda, ler os autores respeitados pela “escola” e pela “academia”, desejar aquilo que todo mundo deseja e tolices do
gênero são sintomas de uma quase FEV massificada que está há muito estabelecida, servindo somente a um mundo ridículo e cada vez mais pobre e fascista. Um
escritor é aquele que, antes de tudo e depois de tudo, cria uma FEV própria, singular, como maneira de ver, sentir, dialogar, desejar e sonhar, viver e morrer.
Aqui resolvemos a nossa questão? Não! Para desalinharmos um bom pedaço desses fios é realmente preciso muito caminho e muita tinta. Aqui é somente um
dos mil começos de algo sem começo que tem seu fim exatamente em todos os possíveis começos.
12 - Para a grande maioria dos leitores, e até mesmo dos críticos, existe uma só e mesma e grande Literatura. Essa grande Literatura se distingue por ser feita
por línguas diferentes, povos diferentes, costumes e culturas diferentes. É a multidão dos que não sabem que existe também uma literatura. São duas: uma, a Literatura,
se divide por gêneros, é feita em prosa ou verso, pertence a uma língua, a uma cultura, tem escritores, pode ser estudada calmamente por professores de letras e de
línguas; é escrita por homens, mulheres ou homossexuais; negros ou brancos ou amarelos ou vermelhos; jovens ou velhos; doentes ou sãos; de ilhas, continentes,
cidades ou campos: nasce de um gênero, de uma cor, de um lugar: uma máscara sobre uma máscara sobre uma máscara, e se plasma numa máscara sem face por
dentro.
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16. A chamada “Literatura Brasileira” (católica demais, cristã em exagero, subserviente em excesso, filosófica e esteticamente sempre burra e atrasada demais,
cavalarmente capacho de governos e poderes!) é quase somente Literatura: palavras numa língua, costumes numa cultura, referência de um mundo pré-determinado,
contação de história: é algo que não voa ou tenta voar como um imenso avestruz afoito mas tímido demais para ver que para voar é preciso algo mais que olhos
vendados, vergonha e covardia. Falta intensidade.
Mas a nossa literatura existe. Não vivemos somente de Literatura. O Brasil produziu quase inteiramente Literatura: aquela que é lida nas escolas, aquela que é
filmada, aquela que vende, aquela que é indicada, aquela que diz “a nossa alma”. Coisinha do espírito dos pobres, dos covardes, dos inferiores (já não há, entre vocês
brasileiros, um “complexo de inferioridade”, mas inferioridade mesmo, gritante, dolorosa, estridente). E até mesmo a literatura de vocês é fraquinha, é covardezinha, é
quase um espelhinho, quase um puxadinho, quase boazinha, quase interessantezinha: dá até uma peninha, uma vontadezinha de acarinhar o pelamezinho do
animalzinho tristinho.
Mas qual a diferença entre a Literatura e a literatura? Vejamos. Porque não é uma questão de língua, de “momento histórico”, de cultura, de amadurecimento
ou tolices do gênero. Vejamos.
A Literatura é um espelho; por trás desse espelho só tem a parede: é reflexo, é superfície pintada: nele Alice não entra, não penetra e não é penetrada conforme
seu íntimo mais desejo. A literatura não reflete, não representa, não reproduz: ela não é um espelho, não é espelho de nada, se parece espelhar é somente ilusão. A
literatura é espelhamento, isto é, além de refletir o mundo circundante, como fantasmas em claro escuro, faz pressentir que algo se move por traz, algo vive e se agita
além da nossa imagem e das imagens do mundo: multiplica e faz se mover. Além das palavras: a literatura não escreve com palavras: elas são apenas um artifício para
semi-esconder (ou nos proteger?) aquilo que se move do outro lado, ou aquilo que existe do outro lado, pelo avesso. A literatura é fazer sentir aquilo que se move do
outro lado. Enquanto a Literatura é somente uma história contada com palavras. Alice atravessa o espelhamento que ali é chamado de espelho por falta de um outro
nome. Mas o que se move atrás e além do espelhamento não é aquele mundo de Alice, não é um conto de fadas: o espelhamento não é atravessável: do outro lado
podemos apenas pressentir existência, movimento, algo que escuta, algo que respira, algo que deseja e sonha: e esse algo, estranhamente, diz respeito intimamente a
cada um que chegue perto.
A literatura não diz o visível, o institucionalizado, o já recortado, o social, como a Literatura; diz aquele fluxo discursivo vivencial que está entre o caos e a
Virtualidade. A literatura diz aquilo que ainda não foi dominado, dito ou que pode ser dito: um fluxo que atravessa livremente tanto o informe do caos quanto a
essência e a vivacidade do formatado. Por isso a literatura nos toca tão intensamente, tão profundamente, por isso ela não nos conta uma história: ela somente nos
aproxima cada vez mais dessa coisa do outro lado, dessa coisa que corre entre nós, dessa coisa que somente em momentos extremos e intensos da vida, momentos
perversos e estranhos, nos aparece com sua face sem palavras.
O escritor é o trabalhador da Literatura enquanto o libertino é aquele que faz deslizar intensamente a literatura.
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17. 13 - Como distinguir o charlatão (não o picareta - que é o charlatão que sabe que é charlatão) das letras? Como saber que um poeta, um contista, um romancista
é realmente aquilo que ele e alguns ao seu redor dizem que ele é? Como separar o verdadeiro artista daquele que é apenas uma cópia deformada e simplória? Como
saber se aquilo ali escrito é realmente literatura e não uma reprodução ridícula do existente? Normalmente não podemos saber, mas uma coisa é fundamental para uma
consciência literária: ter se preparado a vida inteira, intensa e obsessivamente, para a escrita e seu mundo. Mas como saber que esse mundo criado por nós é realmente
um mundo legitimamente literário? É preciso leitura e é essa leitura que nos dará um dos parâmetros para a compreensão e o valor daquilo que fazemos. Por isso, aqui
darei uma lista de autores que, se lidos, serão uma garantia de que estamos no caminho certo, de que sabemos o que estamos fazendo, de que não somos charlatões ou
picaretas. Não é uma lista definitiva ou que deva ser seguida, mas que sem ela ter sido devorada, assimilada e superada o escritor não estará escrevendo coisa com
coisa, ou somente se enganando e enganando os outros mais ignorantes que ele. Estará repetindo burramente.
Não é um paideuma, uma lista dos poucos essenciais, mas uma lista de formação, isto é, sem ela o escritor não possuirá uma formação básica para constituir
seu texto e ter consciência literária suficiente para saber a direção da sua escrita, o valor inicial da sua escritura (o tempo do Éden passou!).
Vejamos nossa lista mínima de autores, e alguns livros: Gilgames, Bíblia, As Mil e uma Noites, Homero, Ésquilo, Sófocles, Eurípedes, Aristófanes, Platão,
Ovídio, Petrônio, Agostinho, Dante, Boccaccio, Casanova, Pirandello, Ungaretti, Buzzati, Pavese, Svevo, Guareschi, Calvino, Quevedo, Góngora, Cervantes, Lope de
Vega, Calderon, Lorca, Borges, Cabrera Infante, Neruda, Paz, Lezama, Cortazar, Marques, Chaucer, Shakespeare, Donne, Milton, Swift, Defoe, Fielding, Sterne,
Blake, Dickens, Lewis Carroll, Wilde, Stevenson, Dickinson, Whitman, Melville, Poe, Henry James, Twain, Yeats, Shaw, Hardy, Conrad, D.H. Lawrence, Virginia
Woolf, Joyce, Beckett, Auden, Pinter, Orwell, Pound, Eliot, O’Neill, Fitzgerald, Faulkner, Hemingway, Steinbeck, Bellow, Pynchon, Singer, Villon, Montaigne,
Rabelais, La Fontaine, Moliere, Pascal, Rousseau, Voltaire, Diderot, Sade, Balzac, Hugo, Nerval, Stendhal, Flaubert, Baudelaire, Mallarmé, Verlaine, Rimbaud,
Lautréamont, Proust, Gide, Céline, Genet, Jarry, Sartre, Camus, Malraux, Ionesco, Artaud, Duras, Yourcenar, Erasmo, Goethe, Schiller, Hölderlin, Hoffmann,
Büchner, Heine, Nietzsche, Rilke, Broch, Kafka, Brecht, Mann, Döblin, Musil, Bernhard, Canetti, Dürrenmatt, Ibsen, Strindberg, Kundera, Puchkin, Gogol,
Turquenev, Dostoievski, Tolstoi, Chekov, Maiakovsky, Kavafis, Seferis, Kazantzakis, Vieira, Eça, Pessoa, Saramago, Pompéia, Machado de Assis, Euclides, Lima
Barreto, Graciliano, Drummond, Rosa, Rubião, Suassuna, Nava.
Essa lista não é exaustiva, principalmente porque é “ocidental” (nem é para ser seguida ou admirada, mas superada pela leitura e com uma obra pessoal), mas
pode servir de parâmetro mínimo para o charlatão saber (se não leu ou leu de raspão ou somente leu alguns) que é um charlatão, podendo criar vergonha e ir ler ou
continuar na senda do crime de burrice militante; ou ainda se transformar em picareta. Ter lido esta lista mínima nos capacita, minimamente, a responder as perguntas
iniciais.
Ainda se acredita numa “literatura parnasiana”, numa poesia “vinda do coração e das emoções”, numa expressão literária “dos sentimentos e da vida”, numa
arte que “vem de dentro”. É de uma ingenuidade, de uma tolice, de uma falta de vergonha sem limites. O resultado é sempre um puxadinho ridículo, uma coisinha sem
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18. razão de existir: tudo de um provincianismo doloroso, de uma adolescência inescapável. No entanto essa coisa informe, fraca e pobre é publicada a todo instante nos
jornais, em livros, em coletâneas seja pelo próprio autor seja pela proximidade com o poder, que o defende como a um cão caseiro.
Acreditam, os pobres escritores desta terra, que para se tornar um escritor e escrever literatura basta sentar e escrever; basta se acreditar alfabetizado;
basta um comichãozinho entre um filho e um horário de trabalho; literaturas dos feriados e fins de semana; basta ter amigos no poder para publicar suas
asneiras; basta ter lido um Bilacquinho, um Montelozinho, um Coelhinho, alguma seleta secundarista, jornais e algumas raras revistinhas, ou não ter lido
ninguém (para não afetar o “estilo” da cavalgadura). Não! A literatura é muito mais difícil, muito mais complexa, muito mais profunda que qualquer curso
universitário. E além da lista de escritores obrigatórios existe toda uma longa bibliografia teórica sobre literatura que é absolutamente necessária.
Um escritor não se faz com simples amadorismo, com leituras de segunda mão, com pouquíssima leitura, com uma vida integrada no mundo como uma barata
ao esgoto. Não! A literatura é outra coisa.
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19. UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA (UFRO)
CENTRO DE HERMENÊUTICA DO PRESENTE PRIMEIRA VERSÃO 51
PRIMEIRA VERSÃO ISSN 1517-5421 lathé biosa
ANO II, Nº51 - MAIO - PORTO VELHO, 2002
VOLUME IV
ISSN 1517-5421
EDITOR
NILSON SANTOS
EFEITOS DO PERFIL MOTIVACIONAL
CONSELHO EDITORIAL SOBRE O DESEMPENHO NO TRABALHO DE
ALBERTO LINS CALDAS - História
ARNEIDE CEMIN - Antropologia
EQUIPES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
ARTUR MORETTI - Física
CELSO FERRAREZI - Letras SAÚDE DA CIDADE DE PORTO VELHO-
FABÍOLA LINS CALDAS - História
JOSÉ JANUÁRIO DO AMARAL – Geografia RONDÔNIA-BRASIL INFORME DE
MARIA CELESTE SAID MARQUES - Educação
MARIO COZZUOL - Biologia
MIGUEL NENEVÉ - Letras PILOTAGEM
VALDEMIR MIOTELLO – Filosofia
Os textos de até 5 laudas, tamanho de folha A4, fonte Times
New Roman 11, espaço 1.5, formatados em “Word for Windows”
deverão ser encaminhados para e-mail:
CLAUDEMIR LEITE DA SILVA
nilson@unir.br
CAIXA POSTAL 775
CEP: 78.900-970
PORTO VELHO-RO
TIRAGEM 200 EXEMPLARES
EDITORA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
19
20. Claudemir Leite da Silva
leite@unir.br
Professor do Departamento de Psicologia - UFRO
EFEITOS DO PERFIL MOTIVACIONAL SOBRE O DESEMPENHO NO TRABALHO DE EQUIPES
DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE DA CIDADE DE PORTO VELHO-RONDÔNIA-BRASIL
INFORME DE PILOTAGEM
Muitos são os fatores que podem afetar o bom desempenho no trabalho, entre eles temos o estilo de direção, o sistema de comunicação entre dirigente e
subordinado, o tipo de liderança exercido pelos gerentes ou possíveis líderes e os fatores motivacionais que impulsionam os trabalhadores a terem melhor ou pior
desempenho no trabalho para assim satisfazerem direta ou indiretamente suas necessidades.
Um dos assuntos que tem impulsionado grande quantidade de investimentos em pesquisas na área Organizacional desde o início do século XX é “os motivos que
levam as pessoas a agirem”.
Não é possível compreender o comportamento das pessoas sem um mínimo de conhecimento sobre o que motiva seu comportamento.
Existem diferenças motivacionais entre as pessoas. É tão importante esse fato que as políticas de uma empresa, os incentivos, o desenho do posto de trabalho, o
desenho organizacional e tantos outros mecanismos motivacionais empregados pelas empresas, não alcançam produzir efeitos massivos e uniformes nas
preferências, persistência ou vigor de seu comportamento ocupacional. Há razão essencial que as condições motivacionais internas de uma pessoa podem ser
diferentes das de outra. Também essas condições internas se modificam com a experiência, a idade e outras circunstâncias. As condições externas tampouco são
idênticas para pessoas que trabalham em diferentes grupos ou ambientes laborais, e tanto as primeiras como as segundas incidem nas realidades motivacionais
internas dos indivíduos. Se as condições motivacionais internas são mutáveis e também o são as externas e, ademais, uma inter-atua com a outra para afetar as
preferências, persistência e vigor do comportamento devemos esperar que as particularidades motivacionais das pessoas sejam diferentes entre indivíduos e em uma
mesma pessoa em diferentes circunstâncias.
Para Simon (1957) o comportamento das pessoas na organização é intencional, está orientado para obtenção de metas ou resultados. Por conseguinte, na medida em
que as organizações proporcionam possibilidades diretas ou indiretas de obter metas pessoais, nessa mesma medida as pessoas estarão dispostas a considerar sua
vinculação como membro. Por sua participação na atividade organizacional, o indivíduo recebe benefícios ou retribuições que lhe interessam, como salário, bom
trato, promoção, prestígio e a satisfação de várias necessidades (Toro, 1982). Sua participação ou contribuição consiste em dedicar a empresa tempo e esforço,
aceitar que as pessoas investidas de autoridade definam e limitem seu comportamento, ou seja, aceitar as relações de autoridade, dentro de certos limites.
Segundo Toro(1992) o comportamento em geral e o desempenho ocupacional em particular se entendem como um efeito ou condição conseqüente. O
comportamento é o efeito de dois tipos de agentes causais denominados condições antecedentes e condições intervenientes. São condições antecedentes a causa ou
pré-requisitos da ação, tais como a saciedade e os estímulos ou reforços positivos ou negativos. São condições intervenientes, a habilidade ou capacidade da pessoa,
seu conhecimento e experiência, sua orientação ao trabalho, suas expectativas e sua motivação. Estes são processos internos que têm um papel mediador na
determinação dos comportamentos. Um desempenho específico ou um comportamento particular constitui a condição conseqüente ou efeito.
20
21. A relação entre desempenho e esforço para realizar uma ação é impactada por um conjunto de condições intervenientes cujo efeito na relação consiste em potenciar
e em precipitar a ação. A ação a sua vez é um instrumento para obter resultados que permitem a pessoa obter satisfação, recobrar um equilíbrio que se havia alterado
ou evitar um efeito desagradável ou nocivo. Este conjunto de fatores ou condições intervenientes está conformado por Condições Motivacionais Internas. Se deve
ter em conta que estas condições internas se estruturam, se sustêm ou se modificam pela ação dos outros fatores que determinam a personalidade e das condições
sociais, culturais e demográficas das que participa o indivíduo.
A relação entre desempenho e resultado é afetada por diversas variáveis e circunstâncias, embora se destacam um conjunto de variáveis antecedentes do contexto,
que fazem parte do que se denomina como Condições Motivacionais Externas, estas condições são em sua vez a expressão concreta e fatual das distintas dimensões
do posto de trabalho em que está localizada a pessoa. As Condições Motivacionais Externas, tal como são percebidas e experimentadas pelo indivíduo e tal como se
associam ao desempenho, podem ser mais ou menos contingentes com ele. Deste modo se convertem em esforço e recompensa por sua ação (desempenho) e podem
chegar a constituir-se, também em efeitos ou resultados de alto interesse para o indivíduo ainda que para a organização do trabalho tenham pouco ou nenhum
interesse. Uma pessoa pode aumentar a quantidade de seu desempenho, por exemplo, dado que dentro das condições de seu posto de trabalho está previsto o
incremento da retribuição econômica sem isto ocorrer.
O interesse por esse tema e especialmente pela identificação dos fatores que exercem influências sobre o rendimento de trabalhadores é derivado de uma série de
estudos que realizo e que têm como objetivos, levantar, identificar e classificar os padrões de identidade da população atual da região Norte do Brasil,
especificamente do estado de Rondônia que apresenta um desenvolvimento global bastante diferenciado de outras regiões do Brasil, e para isso é necessário
empregar instrumentos padronizados para esta realidade.
MÉTODO
Equipes: As equipes sorteadas são amostras aleatórias de tamanhos proporcionais a dois estratos não superpostos (com alto nível de desempenho e com baixo nível
de desempenho) de uma população de equipes de enfermagem prestadoras de serviços de saúde da cidade de Porto Velho-Rondônia-Brasil, sendo do primeiro
estrato de um total de 09 equipes foram sorteadas 02 para a amostra, e do segundo estrato de um total de 10 equipes foram sorteadas 03 equipes, com as seguintes
estruturas
Equipe 1= 06 sujeitos; Equipe 2= 05 sujeitos; Equipe 3= 06 sujeitos;
Equipe 4= 05 sujeitos; Equipe 5= 08 sujeitos
As comparações realizadas foram as seguintes: Equipes: (01-03); (01-04); (01-05); (02-03); (02-04); (02-05);
Procedimentos e Instrumentos: Levantou-se um total de 23 equipes de enfermagem, prestadoras de serviços de saúde em Porto Velho-Rondônia-Brasil, que
preencheram os seguintes requisitos: integrantes das equipes com o ensino fundamental completo e com 04 meses, no mínimo, de tempo de permanência no grupo;
que a equipe desenvolva suas atividades em condições de interação constante entre seus membros, de maneira que as diferentes atividades que executem requeiram
uma integração por parte de todos seus membros para alcançar o objetivo final; que apresentem similares situações materiais de funcionamento, de organização e de
hierarquia; e que cada equipe tenha no mínimo 04 sujeitos;
1. Realizou-se a avaliação de desempenho e após, as equipes foram classificadas em níveis de desempenho (1ª-alto desempenho; 23ª-baixo desempenho);
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22. 2. Aplicou-se em cada membro das equipes um questionário para levantamento das variáveis de controle e depois, realizou-se comparações de duas em duas equipes,
utilizando-se da Prova de Proporção para analisar as diferenças significativas das variáveis de controle. Ao final, de 132 comparações possíveis, encontramos 90 que
não apresentavam diferenças significativas, sendo: 9 equipes com alto nível de desempenho com 10 equipes com baixo nível de desempenho;
3. Para esta pilotagem foram sorteadas duas (02) equipes com alto nível de desempenho (1; 2) e três (03) equipes com baixo nível de desempenho (3; 4; 5) perfazendo
um total de seis (06) comparações;
4. Foi aplicado o QMT em todos os membros da amostra e após a qualificação dos dados por equipe foram aplicadas a “Prova da Mediana” e a “Prova de Fisher” para
analisar se os fatores apresentavam diferenças significativas.
Os três instrumentos utilizados foram:
1º - O Questionário de Avaliação de Desempenho com os respectivos indicadores que foram avaliados foi montado após um estudo criterioso utilizando os
Organogramas e Fluxogramas das empresas que trabalhavam as equipes, o Código Brasileiro de Ocupações e outros questionários utilizados por órgãos do Governo
Federal, assim como, também, tabelas com relações de cargos e seus indicadores.
A amostra a ser utilizada de pessoas que responderiam o questionário de avaliação de desempenho das equipes foi estabelecida em não menos que 50 pacientes
internados.
Para a composição do questionário de avaliação da eficiência (desempenho profissional) das equipes de enfermagem os indicadores estabelecidos foram: 1-
Sociabilidade; 2-Apresentação pessoal; 3-Equilíbrio emocional; 4-Organização; 5-Interação com o cliente; 6- Comunicação; 7- Limpeza e Higiene; 8- Qualidade do
trabalho; e 9-Agilidade no atendimento;
Ao final da aplicação os dados foram organizados em tabelas com a média de cada indicador e eles se movem de 01 ponto até 05 pontos. Com os resultados
levantados foram realizadas as comparabilidades entre os grupos utilizando-se das médias alcançadas em cada indicador e, para verificar se as diferenças apresentadas
foram significativas, foi utilizada a Prova “U de Mann-Whitney”.
2º - O Questionário para controle de variáveis foi necessário para controlar um conjunto de variáveis que pela importância poderiam ser fator de influência nos
resultados a serem obtidos e chegando a ser a causa das diferenças produtivas entre os grupos. Para este controle de variáveis foram tomadas as variáveis consideradas
por Rojas (1999), sendo: 1-média de idade do grupo; 2-nível de escolaridade dos membros do grupo; 3-tempo médio de experiência de trabalho do grupo; 4-média de
tempo de permanência dos membros no grupo; 5-nível de escolaridade do dirigente; 6-tempo dirigindo o grupo; 7-tempo de experiência de direção do dirigente; 8-
satisfação com o salário; 9-satisfação com as condições espirituais de vida; 10-satisfação com as possibilidades de superação técnica; 11- satisfação com o grupo; 12-
satisfação com o dirigente; 13-cursos de direção; 14-idade do dirigente; 15-satisfação com o trabalho;
3º - O QMT que foi criado por Toro (1982,1990) e é estruturado da seguinte forma: O QMT é dividido em três dimensões (Condições Motivacionais Internas-CMI;
Condições Motivacionais Externas-CME; e Meios Preferidos para obter Retribuições desejadas no trabalho-MPR), com 05 fatores cada, representados por 05
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23. questões com 05 alternativas cada uma, aonde o indivíduo deverá classificá-las por ordem de preferência, e como não é o objetivo deste trabalho uma discussão
detalhada do QMT apresentamos a seguir as definições dos 15 fatores medidos pelo mesmo:
CMI- Logro (Log)- Se manifesta através do comportamento caracterizado pela intenção de fazer algo excepcional, alcançar excelência, levar vantagens sobre
outros; Poder (Pod)- expressado por ações e intenções orientadas a adquirir ou exercer domínio, controle e influência sobre pessoas ou grupos; Afiliação (Afi)-
expressada por ações dirigidas a obter relações interpessoais acaloradas; Auto-Realização (A-R)- manifestada por ações que buscam aperfeiçoamento e utilização no
trabalho de habilidades e conhecimentos pessoais; Reconhecimento (Rec)- manifestado em atividades orientadas para obter dos outros atenção, aceitação ou
adminiração pelo que a pessoa é, faz ou sabe;
MPR- Dedicação a Tarefa (DT)- expressado por comportamentos ocupacionais orientados a dedicação do tempo, esforço e iniciativa no trabalho. Preocupação por
mostrar no trabalho respondabilidade e qualidade; Aceitação da Autoridade (A-A)- inclue modos de comportamento que expressam reconhecimento e aceitação
tanto das pessoas com autoridade na empresa como das decisões e atuações de tais pessoas; Aceitação de Normas e Valores (ANV)- inclue comportamentos que
refletem aceitação e colocação em prática de crenças, valores e normas para o funcionamento e a permanência da empresa; Requisição (Req)- modos de
comportamento que buscam alcançar as retribuições desejadas influenciando diretamente a quem pode concede-las, mediante solicitude direta, confrontação ou
persuasão; Expectativa (Exp)- modos de comportamento que mostram uma atitude de espera ou de confiança nas decisões e disposições dos mandos, nas
determinações da autoridade formal;
CME - Supervisão (Sup)- comportamentos de consideração, reconhecimento ou retroinformação por parte dos representantes da autoridade organizacional; Grupo
de Trabalho (G-T)- possibilidade no trabalho de contato pessoal com outros, de participação em atividades coletivas; Conteúdo do Trabalho (C-T)- variedade,
autonomia e retroinformação que fornecem o cargo ou tarefa; Salário (Sal)- retribuição em dinheiro ou espécie, associada ao desempenho de cargo; Promoção (Pro)-
possibilidade de movimentação ascendente na organização;
RESULTADOS
Equipes 1-3: número de indicadores a favor da primeira (7 de 9), número de indicadores a favor da segunda (0 de 9). A equipe 1 se apresentou com nível de
desempenho significativamente superior ao da equipe 3.(Teste de Significação – valor calculado: Z= 3,38; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Equipes 1-4: número de indicadores a favor da primeira (5 de 9), número de indicadores a favor da segunda (0 de 9). A equipe 1 se apresentou com nível de
desempenho significativamente superior ao da equipe 4. (Teste de Significação – valor calculado: Z= 2,63; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Equipes 1-5: número de indicadores a favor da primeira (6 de 9), número de indicadores a favor da segunda (0 de 9). A equipe 1 se apresentou com nível de
desempenho significativamente superior ao da equipe 5. (Teste de Significação – valor calculado: Z= 3,00; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Equipes 2-3: número de indicadores a favor da primeira (9 de 9), número de indicadores a favor da segunda (0 de 9). A equipe 2 se apresentou com nível de
desempenho significativamente superior ao da equipe 3. (Teste de Significação – valor calculado: Z= 4,24; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Equipes 2-4: número de indicadores a favor da primeira (9 de 9), número de indicadores a favor da segunda (0 de 9). A equipe 2 se apresentou com nível de
desempenho significativamente superior ao da equipe 4. (Teste de Significação – valor calculado: Z= 4,24; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
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24. Equipes 2-5: número de indicadores a favor da primeira (9 de 9), número de indicadores a favor da segunda (0 de 9). A equipe 2 se apresentou com nível de
desempenho significativamente superior ao da equipe 5. (Teste de Significação – valor calculado: Z= 4,24; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Controle de variáveis:
Na fundamentação da compatibilidade realizada para cada situação concluímos com a análise das variáveis de controle aplicando a Prova de “Proporções”, que as
comparações 01-03; 01-04; 01-05; 02-03; 02-04; 02-05 resultaram similares por não apresentarem diferenças significativas, sendo:
Equipes 1-3: número de indicadores a favor da primeira (3 de 15); número de indicadores a favor da segunda (1 de 15); número de indicadores similares as duas
equipes (11 de 15). (Teste de Significação – valor calculado: Z= 2,56; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Equipes 1-4: número de indicadores a favor da primeira (1 de 15); número de indicadores a favor da segunda (3 de 15); número de indicadores similares as duas
equipes (11 de 15). (Teste de Significação – valor calculado: Z= 2,56; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Equipes 1-5: número de indicadores a favor da primeira (0 de 15); número de indicadores a favor da segunda (2 de 15); número de indicadores similares as duas
equipes (13 de 15). (Teste de Significação – valor calculado: Z= 1,46; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Equipes 2-3: número de indicadores a favor da primeira (3 de 15); número de indicadores a favor da segunda (0 de 15); número de indicadores similares as duas
equipes (12 de 15). (Teste de Significação – valor calculado: Z= 3,29; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Equipes 2-4: número de indicadores a favor da primeira (3 de 15); número de indicadores a favor da segunda (1 de 15); número de indicadores similares as duas
equipes (11 de 15). (Teste de Significação – valor calculado: Z= 2,56; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Equipes 2-5: número de indicadores a favor da primeira (2 de 15); número de indicadores a favor da segunda (1 de 15); número de indicadores similares as duas
equipes (13 de 15). (Teste de Significação – valor calculado: Z= 3,29; valor tabelado: Z= 1,96; nível de significância α= 0,05).
Comparações dos fatores do Perfil Motivacional: Na Tabelas abaixo apresentamos as comparações de cada fator motivacional das Equipes 1-3; 1-4; 1-5; 2-3; 2-4; 2-
5 com os resultados das aplicações da Prova da Mediana e da Prova de Fisher com um nivel de significancia de α= 0,05, que foram empregadas para analisar os
dados separados pela mediana.
Equipes: 1-3
AN
Tabela 01 Fator Log Pod Afi A-R Rec DT A-A Req Exp Sup G-T C-T Sal Pro
V
0,4 0,3
p= 0,43 0,32 0,46 0,46 0,16 0,55 0,18 0,43 0,32 0,32 0,18 0,43 0,16
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25. Como podemos observar em todos os fatores comparados das equipes 1 e 3, não encontramos diferenças significativas a um nível de significância de α= 0,05;
Equipes: 1-4
AN
Tabela 02 Fator Log Pod Afi A-R Rec DT A-A Req Exp Sup G-T C-T Sal Pro
V
0,3
p= 0,43 0,32 0,43 0,32 0,18 0,45 0,36 0,43 0,43 0,43 0,32 0,06 0,43 0,05
2
Somente a comparação entre os resultados apresentados para o fator Promoção das equipes 1 e 4 apresentou ter diferença significativa favorável para a equipe 1 a
um nível de significância de α= 0,05;
Equipes: 1-5
AN
Tabela 03 Fator Log Pod Afi A-R Rec DT A-A Req Exp Sup G-T C-T Sal Pro
V
p= 0,05 0,37 0,34 0,35 0,35 0,05 0,14 0,53 0,37 0,56 0,41 0,21 0,21 0,24 0,14
Nesta comparação, entre os fatores comparados das equipes 1 e 4, somente dois apresentaram ter diferenças significativas a um um nível de significância de α=
0,05, sendo o fator Logro com diferença favorável para a equipe 1 e o fator Dedicação a Tarefa com diferença favorável a equipe 5;
Equipes: 2-3
AN
Tabela 04 Fator Log Pod Afi A-R Rec DT A-A Req Exp Sup G-T C-T Sal Pro
V
p= 0,42 0,42 0,48 0,24 0,48 0,24 0,48 0,42 0,40 0,18 0,24 0,42 0,42 0,40 0,48
Nesta comparação podemos observar que em todos os fatores levantados das equipes 2 e 3 não encontramos diferenças significativas a um nível de
significância de α= 0,05;
Equipes: 2-4
Fato AN
Tabela 05 Log Pod Afi A-R Rec DT A-A Req Exp Sup G-T C-T Sal Pro
r V
p= 0,24 0,48 0,48 0,42 0,24 0,40 0,48 0,42 0,48 0,24 0,42 0,40 0,24 0,40 0,48
Em todos os fatores comparados das equipes 2 e 4 não encontramos diferenças significativas a um nível de significância de α= 0,05;
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26. Equipes: 2-5
Fato AN
Tabela 06 r Log Pod Afi A-R Rec DT A-A Req Exp Sup G-T C-T Sal Pro
V
p= 0,08 0,39 0,44 0,16 0,41 0,41 0,39 0,28 0,44 0,04 0,41 0,41 0,41 0,33 0,41
Somente a comparação entre os resultados apresentados para o fator Expectativa das equipes 2 e 5 apresentou ter diferença significativa favorável para a equipe
05 a um nível de significância de α= 0,05;
CONCLUSÔES
Considerando que as comparações realizadas nesta pilotagem foram entre equipes que apresentaram alto nível de desempenho com equipes que apresentaram
baixo nível de desempenho, não podemos, após análise dos resultados levantados, estabelecer traços que possam ser considerados como um perfil que determinem uma
equipe ser mais eficiente ou menos eficiente.
Os fatores: Promoção (Tabela 02), Logro e Dedicação a Tarefa (Tabela 03), e Expectativa (Tabela 05), que apresentaram diferenças significativas quando da
comparação dos resultados alcançados pelas equipes com alto nível de desempenho com as equipes com baixo nível de desempenho, não foram detectados
aparecimentos nas comparações em quantidades estatísticas significativas para estabelecermos como determinantes favoráveis para alcançar um certo nível de
desempenho.
Estas conclusões se circunscrevem aos grupos estudados. O tamanho pequeno da amostra utilizada (02 equipes com alto nível de desempenho e 03 equipes com
baixo nível de desempenho) se constitui em um fator que limita realizar uma análise mais profunda de algumas das relações possíveis apresentadas pelos instrumentos
porém como estudo piloto se faz necessário continuar estes estudos com uma amostragem maior e com outras populações, também realizando correlações com outros
fatores que podem exercem influência sobre a variabilidade do nível de desempenho da equipe.
BIBLIOGRAFIA
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28. UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA (UFRO)
CENTRO DE HERMENÊUTICA DO PRESENTE PRIMEIRA VERSÃO 52
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VOLUME IV
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NILSON SANTOS
CONSELHO EDITORIAL
ALBERTO LINS CALDAS - História
ARNEIDE CEMIN - Antropologia
ARTUR MORETTI - Física
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FABÍOLA LINS CALDAS - História
JOSÉ JANUÁRIO DO AMARAL – Geografia
MARIA CELESTE SAID MARQUES - Educação
MARIO COZZUOL - Biologia
MIGUEL NENEVÉ - Letras
VALDEMIR MIOTELLO – Filosofia
Os textos de até 5 laudas, tamanho de folha A4, fonte Times
New Roman 11, espaço 1.5, formatados em “Word for Windows” SOLDADINHOS DE BORRACHA
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29. Nilza Menezes Soldadinhos de borracha
Centro de Documentação - TJRO
cendoc@tj.ro.gov.br
Em face da surpresa causada pela observação do grande número de procedimentos envolvendo menores nos processos judiciais, buscamos aqui registrar essa
característica da documentação do judiciário na região onde foi assentado o marco de modernidade na selva amazônica, ao longo dos trilhos da estrada de ferro
Madeira-Mamoré, nas primeiras três décadas do século XX e que oferece a possibilidade de um olhar sobre uma questão que só mais recentemente passou a ter
maior atenção dos juristas e do governo: as crianças.
Grande parte dos escritos sobre a região amazônica, especificamente na região onde hoje está localizado o Estado de Rondônia, são direcionados à
construção da Estrada de Ferro e exploração da borracha. (Nogueira, 1913, Ferreira, 1987) Maior ênfase é dado às características regionais, aos trabalhadores e as
mortes, tudo isso perpassado pela economia e comércio.
Oswaldo Cruz, no seu relatório do ano 1910, observa que as crianças não passavam do tamanho de um sabre, em razão da insalubridade. Rondon também
observou: “a cousa mais notavel dessa villa é não haver criança no lugar. As poucas que para alli são levadas definham fatalmente, como planta exótica que fenece
ao calor terrivel da zona tropical”.
Contudo uma parcela sobreviveu, e pode ser observada através dos documentos judiciários arquivados no Centro de Documentação Histórica do Tribunal de
Justiça de Rondônia.
Não temos documentos dando conta dos casos de mortes infantis, mas encontramos diversos casos de crianças em situação de abandono e miserabilidade na
localidade de Presidente Marques (Abunã), por exemplo, localidade esta de grande fluxo de mulheres e trabalhadores. Grande parte dos processos com desavenças por
causa de mulher ocorriam naquela localidade, percebendo-se uma grande movimentação, consequentemente ocorrendo a incidência de problemas sociais, como casos
de denúncia de crianças abandonadas pelas ruas e maus tratos por parte dos tutores ou mesmo da família.
Da análise dos processos que tramitaram pela justiça na região hoje compreendida pelo Estado de Rondônia, no começo do século XX, quando da instalação
dos serviços judiciários na região (1912), criando-se a Comarca de Santo Antonio do Rio Madeira, percebe-se clara a importância dada as questões de terras e
comércio. Os crimes ocorriam pelos motivos de sempre: dinheiro, bebida e mulher, característica que perdura até os presentes dias como a linha principal dos feitos
judiciais, ao lançarmos um olhar generalizado nas ações da justiça.
ISSN 1517 - 5421 29