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MallkuChanez
VIOLÊNCIAOBSTÉTRICANOBRASIL
Atorturaobstétricaemmulheresmãesbrasileiras
Mallku Chanez
Diagrama 40
A tortura obstétrica e o sofrimento psicológico e físico das mães, vítimas da repressão e da
omissão estatal brasileira. O universo trágico da tortura obstétrica e do parto de ferro. As
mutilações físicas e psicossociais sofridas pelas mães, resultantes das manipulações e das
intervenções na evolução dos nascimentos nas instituições do SUS
ou nas maternidades privadas.
Parte lV
Universo Trágico Inviabilizado: a violência obstétrica nos porões
das maternidades e dos hospitais brasileiros
6. A tortura obstétrica não é uma exceção, é uma regra
7. A venda de ilusões ventrais: ‘nascimentos naturais’, ‘nascimentos
humanizados’.
Pague, mas não leve!
9. Tortura obstétrica: sofrimento psicológico e físico
15. Análise das instituições fechadas: frustrações e imposições nas maternidades
24. As mães serão punidas concordando ou não com a prática do ‘bem-estar’ e do
‘bem-viver’ institucional
29. A prática da distorcida medicina cosmopolita
32. Por que o obstetra covarde procede como carrasco?
34.Tipos de tortura nos procedimentos obstétricos: o tipo ventral e o tipo períneo-
Parte lV
UNIVERSO TRÁGICO INVIABILIZADO
A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
PRATICADA NOS PORÕES DAS
MATERNIDADES E DOS
HOSPITAIS BRASILEIROS
A TORTURA OBSTÉTRICA
‘NÃO É UMA EXCEÇÃO, É UMA REGRA
A colisão de valores obstétricos
resulta na impunidade institucional.
O mundo civilizado se encontra
racionalmente e irracionalmente colado ou
5. costurado a ideia da salvação religiosa.
Nele, o racional nega o irracional.
Como combinar essas duas
polaridades que a filosofia
do ismo civilizado
10. considera contraditórias?
A venda de ilusões ventrais
‘Nascimentos naturais’, ‘nascimentos humanizados’: pague, mas não leve!
Em oferta! Pague e leve!
Trancos braçais!
Trancos de joelho!
Trancos do cavalo!
Trancos com tábua!
Estouramos órgãos internos e quebramos seus ossos, pélvis e ilíaco!
Rompemos bolsas! Realizamos Episiotomias a nosso gosto e capricho!
Efetuamos cesáreas, partos abomináveis e mutiladores desnecessários!
Provocamos abortos! Executamos curetagens a
sangue frio, a nosso mero prazer!
Diagrama 41
Cesárea
Partos abomináveis, reducionistas e sintéticos sem necessidade fisiológica.
Alienar-se e entregar seu corpo para ser dividido, rasgado, almejando um
‘bem-parir’, um ‘bem-viver’. Isso é o principal!
TORTURA OBSTÉTRICA
SOFRIMENTO PSICOLÓGICO E FÍSICO
Amedrontar, denegrir, atemorizar, intimidar, quebrantar, ralar, cortar, demolir
emocionalmente, vigiar, punir, agir com violência e truculência
“Quando fui para a última consulta antes do parto, a médica me disse: eu vou sair de
férias. Se por acaso a bolsa estourar em minha ausência, você ficará desamparada, angustiada
e sozinha. Seria melhor fazer cesárea hoje mesmo, hoje! Sim, para evitar problemas posteriores.
Se você esperar a bolsa estourar (sinal de encaixe do neném na via-fluvial baixa, canal de
nascimento), de repente isso poderia acontecer em casa, no meio da rua, dentro do carro, e a
criança poderia acabar nascendo no meio do caminho. Seria um caos!
Eu estava entrando ainda no nono mês de gravidez. As palavras da médica me
amedrontaram, me apavoraram, me atemorizaram, me aterrorizaram. Por uns instantes
permaneci em silêncio. Fiquei tão assustada que resolvi aceitar fazer a cesárea nesse mesmo dia.
Minha criança nasceu bem fraquinha, com dois quilos e meio. Senti-me, culpada, enganada e
decepcionada”. (SP, março de 2014.)
“É difícil lidar com essas índias e nordestinas”, diz a moralidade hospitalar. Sempre
que as prenhas, tendo esperança em sua tradição própria, em seus sentimentos, em suas dores e
em seus gritos, tentam transformar instintivamente a sua sensibilidade em iluminação do
nascimento, acabam se convertendo em ‘infecção social’.
2. Os obstetras manipulam sinistramente o mundo destas mulheres sugerindo que todas elas
lavem constantemente a via-fluvial baixa, com álcool e vinagre e que coloquem um tampão para se
preservarem da enfermidade psicossocial – a gravidez. Caso engravidem, terão que se submeter
à discrição, à dependência insana e ao silêncio absoluto.
3. O cabeça, o obstetra, adverte as mães que o caos deve ceder espaço à desordem autoritária.
A partir de hoje, vocês aprenderão a dar à luz dentro da subversão hospitalar, porque a gravidez
é um caso de infecção psicossocial.
4. Até agora, vocês tem dado à luz de acordo com os costumes, os rituais, os valores e as atitudes
de cada uma, libertinagem vazia e mentirosa, resultante dos desejos instintivos e dos desvios
sensitivos de vocês, mães.
5. Um pouco ao azar, segundo o arbítrio de cada qual, por assim dizer; cada uma cedendo-se ao
capricho dos ciclos úmidos lunares, especialmente à Lua Nova e à Lua Cheia, procurava a Mãe
d’Umbigo, a parteira curiosa, a parteira obstetra, quando seria muito mais fácil fazer a criança
nascer pelo desprazer da lógica racional, da ciência indigesta, pela lógica da máquina,
interferindo no trabalho de parto na sala de inibição, nas contrações uterinas, rompendo
períneos ou estourando bolsas, suturando ou colando os cortes.
6. Vocês fazem as mitãs, os brotinhos, os coroinhas e os nenês nascerem de uma maneira muito
desorganizada. Um nasce no rio, outro em casa, esse sobre a areia, aquele na calçada ou na
maca de um hospital ao lado de esfaqueado ou baleado. Libertinagem pura! Vocês se
marginalizaram. Mas, felizmente, toda essa euforia dos nascimentos espontâneos passará a ser
administrada pela minha razão religiosa.
7. De agora em diante, terão uma única forma de dar à luz. Haverá uma ‘fábrica’ e dentro dela,
uma linha de produção abominável de nenês com mês, dia e hora marcada.
8. Segundo meu capricho, vocês se submeterão à ordem de uma lista negra. No dia marcado,
todas as gestantes chegarão às cinco da manhã e receberão uma senha. Esperarão até chegar o
seu número, a sua vez. Eu só faço ‘partos abomináveis’ dois dias por semana, das seis da
manhã às seis da tarde, nesta maternidade produtiva.
9. Sob tal obediência, gozarão do meu favor e da minha salvação. Assim, vocês terão mais
cuidado com as práticas pouco razoáveis de libertinagem, dando vazão aos seus sentimentos, às
alegrias, com a iniciativa de pequenas febres, reivindicações que podem engendrar grandes
questionamentos e revoltas a favor dos nascimentos transcendentais energéticos em casa no
seu devido tempo.
10. Eu lhes concedo a salvação, a saúde, a intervenção absoluta e injusta, em troca de seu
silêncio, de sua natureza e não lhes peço agradecimentos, pois, o que eu faço é por amor a vocês,
isto é muito natural em mim. Somente exijo sua colaboração incondicional. Meu trabalho nos
partos abomináveis, reducionistas e sintéticos já começou!
11. Muitas mães foram e estão sendo torturadas por médicos obstetras no Brasil
A tortura obstétrica como fato brutal e despiedado da civilização moderna, apresenta
uma particular atrocidade e brutalidade quando se aplica a mulher e a mãe. e seu dano tem
efeitos avassaladores, por suas tarefas diretas com a reprodução, e por isso a vulnerabilidade
física psicológica de seu corpo.
12. Se a sociedade tradicional machista confere à mulher o papel de cuidar da prole e dos
afazeres domésticos, dentro dessa realidade, pode-se considerar como um desejo virtuoso da
criadora, o momento de dar à luz a uma criança. Certamente, é o momento em que a mulher se
encontra ao mesmo tempo mais sensível e mais exposta e por isso mesmo, ela não pode sofrer
covardes torturas obstétricas. Caso isso ocorra, os danos serão irreparáveis deixando sequelas
complexas e multifacetárias para sempre.
13. Desde a primeira consulta obstétrica, o trato recebido pelas futuras mães implica em
persuasões, em ameaças físicas e psicológicas que se iniciam com a sua desorientação (falta de
chão). Desnorteiam-nas e estimulam-nas a terem dificuldades e a desenvolverem um mínimo de
atividades pessoais com sentido irreal, porque as sugestionam, as apavoraram, as atemorizaram e
as aterrorizaram psiquicamente.
14. É evidente que os procedimentos aplicados nas mães cosmopolitas são propagados
massivamente em todo o país e fazem com que as intervenções desencadeiem um conjunto de
expectativas atemorizadoras, exercendo antecipadamente um efeito desmoralizador e aterrador
sobre as mulheres que não desejam ir a um hospital com medo de sofrer represálias, de serem
feridas, ofendidas por realizarem seus sonhos de serem mama’es.
15. A morte psicossocial na sala de inibição de parto é pressentida como a ‘morte em vida’. A
reclusão, o isolamento, a separação de seus familiares, humilhações para provocar reações no
estado de ânimo, nas vivências, desencadeia emoções de angústia e expectativas ansiosas antes
do parto.
16. Os tipos de torturas aplicados pelos médicos obstetras no Brasil foram sendo incorporados em
seus procedimentos e em seu programa de aplicação, conhecimentos e recursos técnicos
adquiridos nas próprias Universidades Estatais e particulares brasileiras os quais elevam sua
eficácia para prática de maus tratos as mulheres e as mães.
17. Aqui cabem algumas perguntas: fazer sua autoflagelação, drogar-se, etc., é uma realidade,
porém por que comprometer e destruir outras pessoas? Ele não foi feito médico para servir aos
outros? Então por que se servir de outras pessoas para preencher seu medo e sadismo
desenfreado? E, por que esses delinquentes acadêmicos covardes não são punidos?
Diagrama 42
Uma sociedade dominada pela angústia,
pelo terror, pelo medo, pela ansiedade,
pelo isolamento, pelo fumo, pelo
alcoolismo e pelas drogas consumidas
pelos(as) médicos(as).
Neste meio encontram-se mulheres e
mães subjugadas e torturadas por
instituições dominantes e covardes,
frustradas pelo ilimitado desejo da
barbárie civilizada.
ANÁLISE DAS INSTITUIÇÕES FECHADAS
FRUSTRAÇÕES E IMPOSIÇÕES NA MATERNIDADE
Ontem, voltei a minha casa com
sentimentos amargurados, a minha
pélvis agoniada e vencida, sofrendo de dor.
Trouxe no meu coração lamentos, cicatrizes...
5. E um sórdido ódio.
Eu tenho que cuidar das feridas e da
raiva que plantaram em mim, na maternidade.
Eu tenho a sensação de haver fracassado
nos meus sonhos e desejos de ser mulher e mãe.
10. Amei meu corpo em sua nudez.
Odiei o momento da minha maternidade.
Eu tenho que reaprender a ser mulher e mãe,
voltar a amar e a sorrir. Eu fui dar à luz na maternidade e
não buscar frustrações, escuridão e tristeza.
15. Inspirei-me na nudez de meu corpo.
As instituições de saúde mais dominantes da modernidade civilizada trabalham com
sistemas fechados em decadência. As maternidades, as Universidades, os hospitais, as clínicas
conveniadas e outros mostram em comum a chamada “doutrina institucional”.
2. Esta ideologia se complementa com o cooperativismo do dinheiro e consiste na exaltação,
glorificação incondicional da ordem e da segurança como valores absolutos. A sociedade
intelectual administra, sem mudanças, o seu serviço de conformidade com essa ideologia.
Podemos citar como exemplo destes contrassensos o fechamento do Hospital Universitário da
Universidade de São Paulo.
3. A ordem e a segurança são os princípios instáveis dessa sociedade regida pela injustiça, pela
opressão, pelas desigualdades, pelas discriminações, pelo analfabetismo, pelos privilégios, pela
violação sistemática dos direitos artísticos, das germinações fundamentadas nas comunidades
nativas; uma sociedade com muitas carências, mas que, no entanto, supervaloriza o ter em
detrimento da mulher e da mãe.
4. A seguir, o resumo de algumas observações, críticas e o comentário de outras, do notável
cientista político brasileiro Maurício Tragtenberg.
5. “Esta ideologia está enraizada na educação, mais propriamente na Universidade como
instituição dominante e mandarinesca, (classe de privilegiados que mandam na classe inferior), a
qual tropeça junto à sociedade em crise”.
6. “As Universidades tem como função básica, a formação de uma mão-de-obra dócil, “doutores”
tecnocratas comissionados pelo capital, que servirão para a produção e para a reprodução de um
saber dominante ao serviço do poder econômico”.
7. Formação de uma mão-de-obra dócil
“A carreira universitária inculcará as formas de sentir, de pensar e de agir da classe
dominante como sendo naturais e normais nesse contexto, transformando-se em mera estrutura de
domesticação da mão-de-obra em que uma nova pedantocracia (alardear a sabedoria que não
se tem) de doutores e livres docentes, sem serem docentes autônomos, garantem a hegemonia
do saber dominante como sendo o único e legítimo, desclassificando os outros tipos de saber,
considerando-os ilegítimos na medida em que não absorvem a retórica dominante na área do
conhecimento específico”.
8. Quanto ao outro elemento, o econômico, este se expressa hoje através das corporações
multinacionais e através de bolsas de todo tipo expedidas pelo governo (compra de votos), as
quais segregam a sociedade em seu todo. Na realidade, a peculiar ordem, progresso e segurança
das autocracias lotéricas institucionais servem à acomodação e ao imobilismo ao impedir a
educação, o questionamento consciente, a autocrítica e a reflexão.
9. Neste sentido, a Ideologia da Segurança dentro das instituições impede as “transformações
energéticas” audazes profundamente inovadoras e não permite vislumbrar uma educação
integradora consciente, solidária e generosa para as comunidades.
10. O que esta ideologia determina é a manutenção da paralisia, da servidão, da escravidão, da
ignorância, do analfabetismo funcional e o agravamento das desigualdades (quanto pior melhor),
entrando em conflito com o grito manifestante de Maurício Tragtenberg: “A Universidade está em
crise e isso ocorre porque a sociedade está em crise. Através da crise da Universidade é que os
jovens agem automaticamente, detectando as contradições profundas do mundo político-
psicossocial unilateral refletidas na instituição educacional, a qual não é tão essencial como
linguagem; é simplesmente uma instituição dominante ligada à dominação”.
11. A isto, pode-se agregar que a doutrina da insegurança nacional é uma roupa velha, mofada
de naftalina, que veste a Universidade, é uma ideologia mandarinesca, um sistema de ideias
retrógradas intervencionistas. Esta se encontra vinculada a um determinado paradigma
econômico político-psicossocial de características elitistas e verticalistas que suprime a
participação ampla das comunidades em decisões que lhes competem de cima para abaixo.
12. A respeito disto, Maurício Tragtenberg comenta: “A Universidade produz contrariamente dois
tipos de intelectuais. Primeiro, o intelectual orgânico (acrítico) da burguesia, organizador da
hegemonia burguesa, o qual por mediação da Universidade inculcará as formas de sentir, pensar,
agir da classe dominante como sendo naturais e normais, e o intelectual crítico que em épocas
de ascensão do movimento de massas pode legitimamente representá-las”.
13. Tragtenberg continua a afirmar: “O intelectual orgânico justifica-se como defensor da
civilização ocidental cristã, como também a Doutrina da Segurança Nacional justifica-se em todos
os países como defensor da civilização ocidental cristã, desenvolvendo um sistema repressivo,
em concordância com sua guerra permanente”.
14. Pode-se citar como exemplo a realização de curetagem a sangue frio, sem anestesia numa
menina-mulher. Disse o obstetra: “Você devia sentir-se feliz por padecer e perecer por minhas
mãos para que você tenha a esperança de que seja perdoada quando Deus te ressuscite...” Num
determinado momento, para ela não havia mais a evidência do existir. Não somente porque algo
havia morrido dentro dela, destruído por seu torturador, mas também porque através da
experiência que ela viveu produziu-se uma ruptura em relação ao mundo, uma inversão da ordem
das coisas, uma visão radicalmente ameaçadora. (ver casos anexos, os depoimentos das Mães
d’Água – Parte IV-A).
15. A Doutrina da Segurança Institucional entendida como ideologia absoluta impõe a tutela
intelectual às comunidades e faz acentuar a desigualdade das participações das pessoas em
assuntos de seu interesse.
16. Nestas condições, não surpreende, portanto, a dramática desproporção entre a importância
deste fenômeno ideológico de dominação política-psicossocial e econômica das instituições
hospitalares por um lado e a escassíssima bibliografia sobre este tema no continente Latino
Americano, para que todos questionem, reflitam sobre a transparência política, critiquem e
chamem a atenção da opinião pública sobre as gravíssimas e tenebrosas consequências e
sequelas psicossociais provocadas pela violência obstétrica .
17. Não é duvidosa a percepção de Maurício Tragtenberg que lhe permitiu constatar as origens
profundas desta ideologia, “a delinquência acadêmica”, que irradia insegurança, medo,
retraimento, desintegração comunicacional em tempos modernos. Daí o silêncio que sempre
pesou entre as mulheres, as mães e seus parentes, a angústia e o tormento que não podemos
imaginar e recompor senão metaforicamente, sob a forma de cenas infernais povoadas de
malignos e de monstros da Inquisição da Idade Média, os quais faziam pacientemente arder no
fogo, os corpos de meninas, de mulheres e de mães.
18. Adverte que é um fenômeno exógeno às nossas comunidades. “Propiciam a transformação
dos ‘meios’ em ‘fins’, o cultivo de um saber aparentemente neutro, porém financiado pelas
multinacionais da cultura para a formação dos quadros que servirão à repressão, a opressão na
sua odiosa divisão de classes sociais”.
19. Somam-se a essa desarticulação o caos psicossocial, médicos que não olham para o cliente,
para seu semelhante, não conversam, não sabem interpretar os exames e não querem trabalhar
nas periferias das cidades ou no interior dos estados, alegando uma série de empecilhos sociais,
religiosos, biológicos, antropológicos, psicológicos, institucionais, políticos, etc.
20. As Universidades, principalmente as do estado, acabam servindo como um santuário restrito
para uma elite. “Ela não é uma instituição neutra, mas sim de classe, onde as contradições
aparecem. Para obscurecer esses fatores, a Universidade desenvolve uma ideologia de saber
imparcial científico, de neutralidade cultural. O mito do saber é seu objetivo”.
21. Muitos desses privilegiados pensam estar acima dos valores práticos das Mães d’Umbigo e
das Mães d’Água amazônicas, das suas inter-relações com a arte e os conhecimentos, de seu
modo de sentir, pensar e agir dos quais se distanciaram e nem tomam conta de sua existência.
22. Essa ideologia do saber da Segurança Nacional civilizada “é uma extraordinária simplificação
dos problemas e dos valores pessoais. Em sua concepção, a estratégia, o combate e a guerra se
tornam a única realidade e a resposta para tudo. Por causa disso, a Doutrina da Segurança
Institucional escraviza e tortura mulheres dos povos originários e as mães civilizadas”.
23. As Universidades classistas formam estudantes de medicina e de psicologia para utilizá-los
“repressivamente contra os deserdados do sistema ocidental”. Em suma, trata-se de um complô
de belas almas recheadas de títulos acadêmicos de doutorismo, substituindo o bacharelismo com
uma nova pedantocracia da produção de um saber a serviço do poder, seja de que espécie for.
24. Este fenômeno vem de muito tempo atrás, quando as chamadas civilizações ocidentais deram
início ao genocídio de pessoas que acreditavam em valores e crenças desenvolvidas pela sua
própria práxis. Hoje, intentam abolir totalmente as iniciações e os nascimentos energéticos das
Mães d’Umbigo Raizeiras e das Mães d’Água amazônicas.
25. Vemos, assim, como os defensores da Doutrina da Segurança Institucional invertem
perniciosamente os valores. “A política, para eles, seria a continuação da guerra por outros meios,
ou seja, a transformação dos ‘meios’ em ‘fins’, o cultivo de um saber aparentemente neutro”.
26. A Ideologia da Segurança Institucional que promove uma elefântica expansão de delinquentes
acadêmicos nas instituições particulares e principalmente no estado é uma ocupação quase
integral das funções estatais.
27. A título de uma guerra imaginária, avança como tarântula pela teia do aparato institucional. A
Ideologia acentua a tradicional tendência das forças repressivas civis (herança dos governos
ditatoriais), aprisionando, com suas garras, as instituições públicas e privadas, produzindo
ditaduras tecnocratas institucionais. Pequenas ditaduras, mas grandes em sua massificação
econômica e psicossocial.
28. A inversão de valores e de pensamentos sobre a pessoa-física, pessoa-valores, pessoa-livre-
arbítrio imposta pela Ideologia da Segurança Institucional supõe o nepotismo e a impunidade do
colarinho branco, do avental branco, a “ditadura civil”, gerando a autonomia da violência. Este
último contribuiu para a falência da educação, da germinação da Força d’Alento Universal e, por
outro lado, contribuiu para o assentamento da crise política-psicossocial, da miséria, dos
latrocínios, dos estupros, da pedofilia, do uso das drogas e dos alucinógenos.
29. A Segurança Nacional, como bem-estar e ‘bem-viver’ dentro do materialismo científico, como
conceito e valor é ambígua. Primeiro, é essencial à condição da pessoa ter um mínimo de
incerteza e procurar se proteger contra os riscos. Segundo, a vida sempre está em constante
vaivém, em movimento, portanto a pessoa é relativamente insegura - a única segurança total é o
‘bem-estar’ e o ‘bem-viver’ gelado, sinônimo da morte.
30. Como dizia Hellen Keller, “a segurança é em grande medida uma superstição, não existe na
natureza. Evitar o perigo à larga não é estar mais a salvo”. A seiva foi semeada e está enraizada
no princípio da incerteza, ela é fruto de transformações energéticas, ela é uma grande aventura, a
vida é um desafio constante ou é a morte em vida.
31. Porém, manter o ‘bem-estar’ e o ‘bem-viver’, a salvação, é alimentar uma ideologia com
naftalina. A seguridade como o “bem-estar” e o “bem-viver” é ideológica. São conceitos deficientes,
os quais conduzem as comunidades, principalmente os povos originários, às aflições da
insegurança.
32. Assim sendo, o “bem-estar” e o “bem-viver” são conceitos reducionistas e demagógicos.
Simplesmente querem apagar crenças e valores práticos multiculturais dos povos originários,
como os das Mães d’Umbigo Raizeiras e das Mães d’Água amazônicas que fazem parte do
patrimônio da germinação de toda a Amazônia.
Diagrama 43
As mulheres e as mães tem como identidade originária a concepção, a reprodução e a
amamentação, assim, apreciam a instintividade, a sensitividade, o movimento, a coragem, a
ferocidade e a agressividade (Omopão Pachalea, terapêutica que se baseia nestes princípios).
AS MÃES SERÃO PUNIDAS
CONCORDANDO OU NÃO COM A PRÁTICA DO
‘BEM-ESTAR’ E DO ‘BEM-VIVER’ INSTITUCIONAL
A Universidade reproduz o modo de produção capitalista dominante, não apenas
pela ideologia que transmite, mas, também, pelos acadêmicos acríticos que ela forma.
A ideologia da segurança e do ‘bem-estar’ e do ‘bem-viver’, a da salvação nacional dos
acadêmicos, não faz nenhuma distinção entre a política psicossocial institucional interna e externa.
As inimigas são as mesmas - as nativas, as mães, as nordestinas, as baianas- estando dentro
ou fora das instituições. Tudo isto implica em atrofiar a energia e desmobilizar os sentimentos da
ancestralidade, aplicando-se e impondo-se a política de segurança institucional a qualquer preço.
2. Dependendo das circunstâncias, os médicos podem ser aproveitados como inimigos internos
dentro dos hospitais, através dos quais o universo se faz ameaçador e confuso; em tais momentos,
as mães sensitivas e instintivas, como inimigas externas, resistem a utilizar essa cultura da
opressão que se caracteriza pela práxis da medicina sanitária para a higienização das
germinações dos
vínculos entre as Mães d’Umbigo e as Mães d’Água.
3. As Mães d’Água amazônicas e as gestantes cosmopolitas, por terem valores e crenças
diferenciadas, são caracterizadas como pessoas não gratas, como inimigas para a conduta
médica ‘normal’ estabelecida dentro de uma maternidade, e são vistas como pessoas de “classe
inferior”, sendo coagidas a acatar as ordens institucionais. Ao serem submetidas à conduta
médica, por exemplo, recebem ordem de que “terão que ficar obrigatoriamente deitadas na
mesa ginecológica”. A identidade da perigosa Mãe d’Água é negada através da intervenção ou
4. No plano da política interna institucional dos hospitais, dos estatutos, do curriculum, ou seja,
dentro da ‘segurança universitária’, os médicos seguem dependendo da mofada herança francesa.
Os ‘partos deitados das obesas mórbidas’ é ainda usada nos partos da mesa ginecológica,. As
normas e os valores europeus são impostos como se fossem universais, em nada colaborando
para a mudança estrutural e científica acadêmica. Enquanto isso, as garantias institucionais
sistematicamente fechadas favorecem amplamente a insegurança, o bem-estar e o bem-viver do
custo-benefício.
5. O mestre universitário reproduz o que ele bem possui: um saber inacabado com o qual ignora
sua própria comunidade. O doutor mantém os alunos numa “ignorância transitória” e os
alimenta para serem permanentemente ignorantes, politicamente corretos e psicossocialmente
retraídos ou reservados. Ele se encontra além da sua própria realidade.
6. A Universidade ocidental prepara-se para ser uma diversidade econômica, isto é, ensina tudo
aquilo pelo qual o aluno possa pagar. A Universidade que deveria ser uma prestadora de
serviços à comunidade tende cada vez mais à adaptação indiscriminada.
7. A dominação cultural-científica exercida pelos acadêmicos impõe valores, o saber e os
costumes, destruindo a inspiração, a vontade, a compreensão, a criatividade e a confiança das
mães. Nas comunidades originárias, tenta-se apagar a própria memória (eliminando os Pajés e as
Y’Pajés), utilizando ‘agentes’ oriundos das próprias comunidades, destruindo a sua forma de ser,
arrancando a sua germinação, cegando seus olhos, adormecendo seus sentidos, eliminando sua
arte de produzir, os seus costumes e os seus valores. A desorientação e a segregação das
pessoas provocadas pelas pressões econômicas, políticas e psicossociais reproduzem a barbárie.
8. São métodos individualistas que cumprem o objetivo político-psicossocial bem claro de fazer
perpétuo um sistema no qual apenas uma minoria mais igual que os outros decide e obtém para si
os frutos e os lucros.
9. O assistencialismo universitário, a beneficência, a política partidária não resolve o problema da
maioria da população brasileira. A realidade global do assistencialismo acadêmico, da beneficência
religiosa e da militância partidária obscurece o desenvolvimento individual e coletivo por ser
intermediário da ideologia dominante no processo da doutrinação, estruturando tendências contra
as germinações originárias.
10. O problema significativo a ser colocado em pauta diz respeito ao nível de responsabilidade do
professor e do pesquisador universitário. A não preocupação com as finalidades psicossociais do
conhecimento produzido constitui-se em fator de delinquência acadêmica, traição intelectual,
traição da militância partidária, em nome do serviço da comunidade. A intelectualidade
universitária, religiosa e política partidária tornaram-se cúmplices do genocídio, espionagem,
engano e todo tipo de corrupção dominante, quando a ‘Razão do Estado’ passou a dominar
através de uma violenta corrupção em detrimento do povo. “Rouba mas faz”, “estupra mas não
mata”, “gozem enquanto esperam” são slogans de políticos(as) acadêmicos(as) que se acham
mais que os outros.
11. Em nome da ‘Segurança Nacional’, o intelectual acadêmico despe-se de qualquer
responsabilidade psicossocial quanto ao seu papel profissional: a política das ‘panelas’
acadêmicas, de corredores universitários e dos conselhos como os da psicologia, é a da
publicação de um texto qualquer que se constituirá em régua para medir o sucesso universitário e
intelectual.
12. O enigma da responsabilidade da política psicossocial transformadora é escamoteado. A ideologia
do acadêmico é não ter nenhuma ideologia, faz fé de apolítico; e isto serve à política do poder
econômico. Bérgson afirma: “a separação entre fazer e pensar constitui-se numa das doenças que
caracterizam a delinquência acadêmica; a análise e a discussão dos problemas relevantes do país
constituem um ato político, uma forma de ação, inerente à responsabilidade psicossocial do
intelectual. A valorização do que seja um ‘homem culto ou uma mulher culta’ está estreitamente
vinculada a seu valor na defesa de valores essenciais, ao seu exemplo revelado não pelo seu discurso,
mas por sua existência e ação”.
13. Ao analisar a “crise de percepção” dos “doutores”, percebemos que ela está vinculada a sua
formação, a sua incapacidade de discernir os meios e de questionar os fins. Eles transformam
os problemas político-psicossociais em problemas técnico-repressivos: realizam em meninas ou
em mães curetagens sem anestesia a sangue frio; quando elas perdem sua gestação por aborto
induzido ou espontâneo, devem esmolar humilhantemente a sua atenção; elas não são ouvidas
e são punidas de qualquer forma pelo avental branco, sugerindo-se que por serem criminosas,
baianas, nordestinas e índias devem pagar por seus pecados.
14. Desprezam, assim, as relações psicossociais, preferindo as soluções truculentas de
vitimização, de repressão e de castigo, consumando o que Maurício Tragtenberg define como a
‘Traição dos Intelectuais’ : a indignidade do intelectual substitui a dignidade da inteligência.
15. A delinquência acadêmica caracteriza-se pela existência de estruturas de ensino venenosas,
em que os meios técnicos se tornam fins repressivos. Os fins formativos “étikos” como o
respeito ao “êthos” (costumes, rituais, vínculos sentimentais) são esquecidos; a concepção do
conhecimento-educação em sua reprodução cede lugar ao controle tecnocrático e burocrático de
sua cultura como suprema virtude; o praticar aparece como sinônimo de vigiar e punir; as
universidades se constituem em depósitos de alunos. Como diz Lima Barreto, são um ‘cemitério
de vivos’.
Diagrama 44
O controle tecnocrático e burocrático
impõe a sua cultura como suprema
virtude, ignora aquilo que ouve das
germinações amazônicas.
Os hipócritas modernos esquecem,
renegam, abominam, vigiam e
castigam as mães nativas .
A PRÁTICA DA DISTORCIDA MEDICINA COSMOPOLITA
O juramento hipocrático cita em sua parte final: “... se cumprir este juramento, seja-me
dado gozar a vida e a arte, e que eu seja honrado entre os homens para sempre; se quebrá-lo e
cometer perjúrio, seja o contrário: a minha morte”.
2. O juramento hipocrático consolidou-se com o materialismo científico, o qual foi crescendo
através das conquistas e dos genocídios dos povos nativos como os amazônicos e os andinos.
Interferindo nas germinações originárias, os “doutores” foram impondo o seu saber absoluto e
inquestionável para serem honrados e glorificados entre os homens civilizados ocidentais.
3. “A fisiologia pré-socrática”, que explicava a totalidade das coisas, o cosmos, a natureza e as
pessoas que se inter-relacionavam, começou a ser dissociada pelas técnicas desenvolvidas e
impulsionadas nas escolas de Cnido e de Cós; esta última, liderada por Hipócrates, orientou
essas técnicas e seu processo para serem transformados numa doutrina (a ciência hipocrática
distorcida) difundida no ocidente entre grupos elitistas, que fiéis a instâncias tirânicas constituem-
se em seguidores dos princípios do “Corpus Hipocraticum”.
4. Sob tais princípios, passaram-se cinco séculos de massacres, indiferenças e expropriações de
conhecimento e de técnicas no Continente Aywa-Yala, Terra sem Males, hoje, Latino América.
Ainda hoje, continuam a fazer o mesmo com o método do renascimento e do nascimento de
assento na calma das Mães d’Água.
Os euroíndios sintetizam-no e o distorcem, lhe dão nomes como “parto de cócoras”, parto na
água, etc. Atualmente, esta técnica unilateral é oferecida às classes materialmente diferenciadas a
preços elevadíssimos só para “trabalhar na técnica”, eliminando-se o aconchego energético sem
o qual não se atinge a transcendência energética, Aliptanha Pachakutij.
5. Já às descendentes dos povos originários amazônicos, às legítimas herdeiras do método
Omopuã Pachalea, o renascimento da Mãe d’Água e o nascimento da criança são oferecidos
tratamentos de choque, práticas obstétricas sintetizadas como os “partos de ferro”, com a
desculpa de que o Assento na Calma da Mãe d’Água e da Mãe d’Umbigo é coisa do passado, é
sujo, “está vedado porque aqui é um hospital, não um chiqueiro”, etc. Todas as Mães d’Água
apresentam uma opinião em comum. Todas sentiram que foram partidas e trituradas pelo
compasso frio da máquina de ferro do obstetra.
6. Os fenômenos iatrogenizantes, ao causar alguma forma de repressão, dano, controle ou
discriminação, acabam por ameaçar seriamente as gerações futuras, o futuro das meninas, das
mulheres e das mães.
7. Muitas meninas, mulheres, Olhos de Água e Mães d’Água foram enlaçadas, torturadas, caçadas
na capoeira, estupradas desde os anos 1500 e muitas mães continuam sendo vitimizadas e
torturadas. Passam por dolorosas experiências por não terem seus valores reconhecidos e por
terem sido tratadas como ignorantes e atrasadas pela modernidade e pela medicina cosmopolita.
Também, experimentaram o desamparo afetivo em decorrência do aprisionamento nas salas de
parto, nas salas de “ninguém”, nas salas de inibição. Observa-se, com tudo isso, o dano produzido
e suas profundas implicações para o futuro das gerações.
8. Na relação terapêutica obstétrica, a imprudência e a ignorância dos técnicos medíocres não
éticos acabam provocando inúmeras enfermidades e deixando sequelas indecifráveis. Acontece
toda combinação de fatalidades, de equívocos, pois a linguagem e o comportamento dos técnicos
diferem completamente da linguagem, do comportamento e dos vínculos afetivos das Mães d’Água
e das Mães d’Umbigo; da mesma maneira, o tempo, o espaço, o ambiente controlados pelos
técnicos nada tem em comum com os valores práticos das Mães d’Água.
9. Os obstetras absolutistas de formação cosmopolita não possuem nenhuma orientação sobre a
prática médica na área da transcendência energética. São desqualificados porque carecem de
senso de compreensão mínima das germinações originárias femininas. O afã do lucro, a
supervalorização das máquinas, a dependência tecnológica, distanciaram-nos dos valores
energéticos que herdaram de suas próprias mães.
10. A carência do princípio da incerteza e a descrença nele fazem os civilizados obstetras afirmar
que os povos originários não ingressam e nem se integram no progresso da modernidade porque
não o desejam. “Por que não se integram à civilização e acabou?”, dizem alguns doutores,
esquecendo-se que o ventre energético da Mãe d’Água é um fenômeno sobrenatural de fluxo
milenarmente energético; não é algo mecânico, estático em que se pode intervir ou que pode ser
destruído a qualquer momento. Esse excesso de cientificismo mental vitima as Mães d’Água e as
grávidas da periferia e as gestantes civilizadas.
Por que o obstetra covarde procede como carrasco?
Enquanto a coerção é exercida pela mentalidade
fria dos obstetras e os tormentos
machistas brasileiros são praticados, suas
falácias elegantes e arrogantes fecham
5. os olhos e entopem os ouvidos das
meninas, das mulheres e das mães.
Ainda assim, quando a
civilização burocrática machista brasileira se
omite, perseguindo, matando e mentindo,
10. é mil vezes mais abominável porque est a é
mais aterrorizante e hedionda
que o próprio tema do horror
praticado pelos seus súditos,
delinquentes acadêmicos.
Diagrama 45
As torturas físicas e os danos psicossocias apresentam uma particular brutalidade
quando se aplicam às meninas, às mulheres e às Mães d’Água originárias de
etnias milenares, devido a sua constituição energética e Força d’Alento Universal
sincronizada e harmonizada diretamente com a reprodução e o projeto de vida.
TIPOS DE TORTURA NOS PROCEDIMENTOS OBSTÉTRICOS
O tipo ventral e o tipo períneo-genital
Desde Hipócrates, as regras para a conduta ética médica no mundo ocidental sempre
foram teoricamente bem objetivadas. No entanto, diante da complexidade multiétnica da Terra
sem Males, da confusão e da rapina econômica, da tecnologia supervalorizada, do mundo
globalizado, das guerras e das catástrofes naturais, do desrespeito com as mulheres e as mães, o
antigo juramento hipocrático deveria ser reavaliado, atualizado ou esquecido porque ele não
condiz com a realidade atual.
2. Basta lembrar que nenhum dos acordos ou juramentos foi cumprido em relação aos povos
originários da Terra sem Males. São palavras e palavras sepultadas sob o mármore racional e
irracional, pois jamais impediram que as mulheres nativas fossem enlaçadas, violentadas e
torturadas por haverem alcançado a sua transcendência energética. Então, como impedir que
inúmeras meninas e mães sejam submetidas a torturas obstétricas?
3. Em todos os estados brasileiros se tem notícias de práticas abomináveis, de tratamentos
obstétricos cruéis, porém, curiosamente, eles sempre deixaram de fazer parte dos processos
judiciais. Hoje, as mães parecem estar acordando dessa letargia civilizada imposta pelo cabeça.
Talvez, mais tarde, quando a faca de dois gumes se voltar contra os burocratas e os médicos, se
adotem medidas legais e práticas que compensem moralmente e economicamente as vítimas
da tortura obstétrica. Nada nos impede de ter pesadelos com tal proeza.
6. Por que as mães não denunciam?
Algumas hipóteses:
a). sentem-se culpadas e acham que devem pagar pelos seus ‘pecados’;
b). o doutor é visto como um deus, como pai que pode puni-las;
c). por medo, pois o carrasco acadêmico pode mais que elas; ele tem o poder acadêmico
da escolha.
Por essas e por muitas outras razões as denúncias não são formalizadas. Hoje, as mães
estão começando a mudar seus comportamentos e a vencer barreiras invisíveis.
7. Torturas físicas e psicossociais. Os maus tratos estão representados nas seguintes
práticas distorcidas:
a).tortura física: privação da anestesia para a realização de curetagem;
b).tortura física: realização de Episiotomia sem o consentimento da mãe;
c). tortura física calculada como os trancos e *manobras distorcidas de Kristeller, com o uso das
mãos, do joelho, do cotovelo, de tábuas, das nádegas, os quais podem provocar traumas e
arrebentar o fígado, o baço, etc;
*Ver Parte IV- A : Dilaceração da menina-mulher e da mulher-mãe com as manobras ou os trancos pesados de Kristeller
d) tortura psicossocial, colocando a mãe em isolamento, separando-a dos familiares,
ameaçando denunciá-la caso tenha acontecido o aborto, discriminando-a etnicamente,
humilhando-a, incitando-a a sentir culpa, afligindo-a.
e). pressão psicossocial: recorre-se amplamente às macabras manobras distorcidas
de Kristeller na presença de outras mulheres e mães, enfermeiras obstetras, assistentes.
Para complementar essa brutalidade, separam as mães de suas crianças, gerando dor e
transtorno.
8. Tipos de tortura nos procedimentos obstétricos
É óbvio que o tema “tortura obstétrica” merece mais reflexão e precisa de concentrados
esforços para sua investigação. De modo geral, é possível detectar dois tipos de torturadores:
- O tipo ventral
- O tipo períneo-genital
O tipo ventral - manobras pesadas de Kristeller-
9. Este grupo está representado tipicamente por obstetras eloquentes. Suas falácias são
elegantes, arrogantes, autoritárias, despertam o convencimento nas mães (ver: Tortura
Psicológica) para a realização de cesáreas, sem nenhuma necessidade fisiológica e de outros
movimentos anulatórios e paralisantes na área diafragmática ventral.
10. Primeiro, imputando-lhes o temor, levam as futuras mães ao desespero, ao limite de uma
regressão infantil. A exteriorização da fraqueza e da fragilidade materna criam condições
favoráveis para a covarde manipulação, tendo em mente a questão custo-benefício. Nessa
interferência sádica ventral diafragmática, os técnicos medíocres se sobressaem por sua conduta
agressiva - amedrontam, atemorizam, intimidam e quebram a identidade materna.
11. A anulação paralisante da mulher e da mãe transforma-a em uma morta-viva, isto é, deixa-
a sem coragem, sem iniciativa. O obstetra rejeita a mulher e a mãe antes mesmo de ser
rejeitado. Seu prazer de fazer sofrer o faz agir primeiramente na sensível área diafragmática
pela utilização das manobras pesadas de Kristeller- movimentos bruscos ou murros no
ventre com o cotovelo, com o joelho, com o punho, com a colocação de uma tábua ou de
outros afins sobre o ventre para pressioná-lo ou arrebentá-lo.
12. Os insultos quase sempre são dirigidas às Mães d’Água e às mulheres-mães de origem
étnica distinta consideradas objetos do mal, inferiores ao delinquente acadêmico.
O tipo períneo-genital – O toque genital e o corte no períneo
13. “Vou-me divertir com as mulheres” – não deixa de ser um comentário comum entre os
estudantes de medicina quando partem para a especialização em ginecologia e obstetrícia. É o
começo das aflições femininas: traições, ódios, pulsações conflitais, sadismo dos falsos
médicos.
14. Examinemos um tipo diferente de torturador-estuprador. A sua conduta sádica se associa, em
geral, à área períneo-genital. Surge com perfil autoconfiante como um semideus.
15. É totalmente frio ao realizar o toque vaginal, não demonstra nenhuma angústia quando age
em prol do seu sádico prazer. Num segundo momento, para poder descarregar completamente a
sua barbárie-civilizatória, pensa não arriscar nada ao rasgar o períneo da mulher e da mãe,
principalmente se ela é primípara. Aferra-se aos signos visíveis de seu status, o jaleco branco e a
instituição que lhe garante omissão.
16. Ele tem um grupo de colegas que participam, em fase de treinamento ou profissionalmente, de
estupros ou violações coletivas. São brutais e brincalhões com o canal de nascimento (a via-fluvial
baixa), proferindo uma série de palavras obscenas com conotações sexuais ou carícias sexuais.
17. Reich (1926) já descrevia que “a jactância fálica se observa com mais frequência em aqueles
que tratam de lutar contra uma intensa angústia de castração, mediante a acentuação de alguns
objetivos fálicos...”. Neste caso, vão atacando agressivamente o genital feminino demonstrando
sua autoridade para a castração.
18. Preeminência vaginal: torturadores covardes e fracos
Os obstetras criam uma conduta abertamente agressiva e sádica, empregam dedos e bisturis
para rasgar vaginas, bolsas d’água e períneos sem consultar as mulheres-mães. Estas se
transformam em “presas” frágeis, indefesas quando o assunto é o ‘amor maternal’. Os obstetras
delinquentes são torturadores covardes e fracos porque não tem em sua frente um ‘inimigo’
forte que lute de igual para igual.
.
19. Acomodando a vítima em posição ventral (horizontal), as torturas se dirigem à vagina, pois eles
possuem a informação de que ela é um órgão muito sensível. Seu instrumento favorito para as
práticas sádicas é a extensão de seu próprio corpo, os seus dedos. Manipulada a vagina, não
ficam rastros. A tortura, o suplício pode se repetir o quanto ele ou eles quiserem, pois sabem que a
mulher e a mãe será a única prejudicada.
20. Através do ‘toque sensual’, o corpo todo se contrai e entra em total cadência. As nossas
entrevistadas revelaram que foram intimidadas e submetidas a ‘lavagens cerebrais’ para, então,
sofrerem torturas na vagina.
21. O sentimento, o pensamento, o movimento, a energia da mulher e da mãe, nestas
circunstâncias, se apresentam voltados ao amor maternal e não dispostos a serem submetidos à
crueldade, à intervenção, ao castigo e à vingança do agressor obstetra.
22. A hegemonia sobre o períneo
Ao cortar o períneo, o torturador manifesta suas tendências agressivas exibicionistas. Ele
pode realizar essa ação sem fraquejar, com a qual mostra sua virilidade. Para ele, as dores, a
agonia e a intimidade violentada das mulheres e das mães são fatos banais que não merecem
qualquer atenção.
23. As perversões com o bisturi na mão e as dilacerações no períneo expressam formas de
agressões permanentes. Tendo o poder nas mãos, ele se torna para as mulheres e as mães, uma
agressividade permanente que rasga a individualidade e corta a sua intimidade e identidade,
chegando a afetar até mesmo o esfíncter. O bisturi, o cortar e o suturar cumprem uma função
violenta e truculenta - semear o terror.
24. “Um dia, nos aconchegamos em nossas intimidades para alcançar no futuro o amor maternal.
Depois de nove meses, queremos aconchegar e amamentar as nossas brotinhas, mas, antes
disso, rasgam e cortam nossa força maternal com seus metais frios”.
25. Quanto mais racional e irracional for o obstetra, mais sádico se mostrará no uso do seu
poder. Desejará destruir ou transformar o amor da mãe a seu mero prazer, segundo a sua
insanidade.
26. Todas as mulheres e as mães que vivenciaram maus tratos degradantes e aterradores sofrem
atualmente graves consequências: mudanças físicas, insônia, alteração da percepção,
inexistência de relações sexuais com o parceiro, abandono, tonturas, cefaleias e a constante
presença do torturador acadêmico nas fantasias de horror.
27. Em razão do incrível cinismo, da omissão, das mentiras, do racismo, do preconceito, da
realidade de um ambiente de terror generalizado, as mães e as Mães d’Água se acham
mentalmente, fisicamente e psicossocialmente inviabilizadas neste mundo civilizado.
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
NO BRASIL
“Minhas mamas e meu peito oprimidos e
o meu ventre
comprimido e dilacerado”
Mallku Chanez
www.mallkuchanez.com
e-mail: mallkuchanez.site@gmail.com
Facebook: Mallku Chanez
IKA: Instituto Kallawaya de Pesquisa Andino
WhatsApp: 55 11 9 63293080

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VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL -  A tortura obstétrica em mulheres mães brasileiras

  • 3. Diagrama 40 A tortura obstétrica e o sofrimento psicológico e físico das mães, vítimas da repressão e da omissão estatal brasileira. O universo trágico da tortura obstétrica e do parto de ferro. As mutilações físicas e psicossociais sofridas pelas mães, resultantes das manipulações e das intervenções na evolução dos nascimentos nas instituições do SUS ou nas maternidades privadas.
  • 4. Parte lV Universo Trágico Inviabilizado: a violência obstétrica nos porões das maternidades e dos hospitais brasileiros 6. A tortura obstétrica não é uma exceção, é uma regra 7. A venda de ilusões ventrais: ‘nascimentos naturais’, ‘nascimentos humanizados’. Pague, mas não leve! 9. Tortura obstétrica: sofrimento psicológico e físico 15. Análise das instituições fechadas: frustrações e imposições nas maternidades 24. As mães serão punidas concordando ou não com a prática do ‘bem-estar’ e do ‘bem-viver’ institucional 29. A prática da distorcida medicina cosmopolita 32. Por que o obstetra covarde procede como carrasco? 34.Tipos de tortura nos procedimentos obstétricos: o tipo ventral e o tipo períneo-
  • 5. Parte lV UNIVERSO TRÁGICO INVIABILIZADO A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA PRATICADA NOS PORÕES DAS MATERNIDADES E DOS HOSPITAIS BRASILEIROS
  • 6. A TORTURA OBSTÉTRICA ‘NÃO É UMA EXCEÇÃO, É UMA REGRA A colisão de valores obstétricos resulta na impunidade institucional. O mundo civilizado se encontra racionalmente e irracionalmente colado ou 5. costurado a ideia da salvação religiosa. Nele, o racional nega o irracional. Como combinar essas duas polaridades que a filosofia do ismo civilizado 10. considera contraditórias?
  • 7. A venda de ilusões ventrais ‘Nascimentos naturais’, ‘nascimentos humanizados’: pague, mas não leve! Em oferta! Pague e leve! Trancos braçais! Trancos de joelho! Trancos do cavalo! Trancos com tábua! Estouramos órgãos internos e quebramos seus ossos, pélvis e ilíaco! Rompemos bolsas! Realizamos Episiotomias a nosso gosto e capricho! Efetuamos cesáreas, partos abomináveis e mutiladores desnecessários! Provocamos abortos! Executamos curetagens a sangue frio, a nosso mero prazer!
  • 8. Diagrama 41 Cesárea Partos abomináveis, reducionistas e sintéticos sem necessidade fisiológica. Alienar-se e entregar seu corpo para ser dividido, rasgado, almejando um ‘bem-parir’, um ‘bem-viver’. Isso é o principal!
  • 9. TORTURA OBSTÉTRICA SOFRIMENTO PSICOLÓGICO E FÍSICO Amedrontar, denegrir, atemorizar, intimidar, quebrantar, ralar, cortar, demolir emocionalmente, vigiar, punir, agir com violência e truculência “Quando fui para a última consulta antes do parto, a médica me disse: eu vou sair de férias. Se por acaso a bolsa estourar em minha ausência, você ficará desamparada, angustiada e sozinha. Seria melhor fazer cesárea hoje mesmo, hoje! Sim, para evitar problemas posteriores. Se você esperar a bolsa estourar (sinal de encaixe do neném na via-fluvial baixa, canal de nascimento), de repente isso poderia acontecer em casa, no meio da rua, dentro do carro, e a criança poderia acabar nascendo no meio do caminho. Seria um caos! Eu estava entrando ainda no nono mês de gravidez. As palavras da médica me amedrontaram, me apavoraram, me atemorizaram, me aterrorizaram. Por uns instantes permaneci em silêncio. Fiquei tão assustada que resolvi aceitar fazer a cesárea nesse mesmo dia. Minha criança nasceu bem fraquinha, com dois quilos e meio. Senti-me, culpada, enganada e decepcionada”. (SP, março de 2014.)
  • 10. “É difícil lidar com essas índias e nordestinas”, diz a moralidade hospitalar. Sempre que as prenhas, tendo esperança em sua tradição própria, em seus sentimentos, em suas dores e em seus gritos, tentam transformar instintivamente a sua sensibilidade em iluminação do nascimento, acabam se convertendo em ‘infecção social’. 2. Os obstetras manipulam sinistramente o mundo destas mulheres sugerindo que todas elas lavem constantemente a via-fluvial baixa, com álcool e vinagre e que coloquem um tampão para se preservarem da enfermidade psicossocial – a gravidez. Caso engravidem, terão que se submeter à discrição, à dependência insana e ao silêncio absoluto. 3. O cabeça, o obstetra, adverte as mães que o caos deve ceder espaço à desordem autoritária. A partir de hoje, vocês aprenderão a dar à luz dentro da subversão hospitalar, porque a gravidez é um caso de infecção psicossocial. 4. Até agora, vocês tem dado à luz de acordo com os costumes, os rituais, os valores e as atitudes de cada uma, libertinagem vazia e mentirosa, resultante dos desejos instintivos e dos desvios sensitivos de vocês, mães. 5. Um pouco ao azar, segundo o arbítrio de cada qual, por assim dizer; cada uma cedendo-se ao capricho dos ciclos úmidos lunares, especialmente à Lua Nova e à Lua Cheia, procurava a Mãe d’Umbigo, a parteira curiosa, a parteira obstetra, quando seria muito mais fácil fazer a criança nascer pelo desprazer da lógica racional, da ciência indigesta, pela lógica da máquina, interferindo no trabalho de parto na sala de inibição, nas contrações uterinas, rompendo períneos ou estourando bolsas, suturando ou colando os cortes.
  • 11. 6. Vocês fazem as mitãs, os brotinhos, os coroinhas e os nenês nascerem de uma maneira muito desorganizada. Um nasce no rio, outro em casa, esse sobre a areia, aquele na calçada ou na maca de um hospital ao lado de esfaqueado ou baleado. Libertinagem pura! Vocês se marginalizaram. Mas, felizmente, toda essa euforia dos nascimentos espontâneos passará a ser administrada pela minha razão religiosa. 7. De agora em diante, terão uma única forma de dar à luz. Haverá uma ‘fábrica’ e dentro dela, uma linha de produção abominável de nenês com mês, dia e hora marcada. 8. Segundo meu capricho, vocês se submeterão à ordem de uma lista negra. No dia marcado, todas as gestantes chegarão às cinco da manhã e receberão uma senha. Esperarão até chegar o seu número, a sua vez. Eu só faço ‘partos abomináveis’ dois dias por semana, das seis da manhã às seis da tarde, nesta maternidade produtiva. 9. Sob tal obediência, gozarão do meu favor e da minha salvação. Assim, vocês terão mais cuidado com as práticas pouco razoáveis de libertinagem, dando vazão aos seus sentimentos, às alegrias, com a iniciativa de pequenas febres, reivindicações que podem engendrar grandes questionamentos e revoltas a favor dos nascimentos transcendentais energéticos em casa no seu devido tempo. 10. Eu lhes concedo a salvação, a saúde, a intervenção absoluta e injusta, em troca de seu silêncio, de sua natureza e não lhes peço agradecimentos, pois, o que eu faço é por amor a vocês, isto é muito natural em mim. Somente exijo sua colaboração incondicional. Meu trabalho nos partos abomináveis, reducionistas e sintéticos já começou!
  • 12. 11. Muitas mães foram e estão sendo torturadas por médicos obstetras no Brasil A tortura obstétrica como fato brutal e despiedado da civilização moderna, apresenta uma particular atrocidade e brutalidade quando se aplica a mulher e a mãe. e seu dano tem efeitos avassaladores, por suas tarefas diretas com a reprodução, e por isso a vulnerabilidade física psicológica de seu corpo. 12. Se a sociedade tradicional machista confere à mulher o papel de cuidar da prole e dos afazeres domésticos, dentro dessa realidade, pode-se considerar como um desejo virtuoso da criadora, o momento de dar à luz a uma criança. Certamente, é o momento em que a mulher se encontra ao mesmo tempo mais sensível e mais exposta e por isso mesmo, ela não pode sofrer covardes torturas obstétricas. Caso isso ocorra, os danos serão irreparáveis deixando sequelas complexas e multifacetárias para sempre. 13. Desde a primeira consulta obstétrica, o trato recebido pelas futuras mães implica em persuasões, em ameaças físicas e psicológicas que se iniciam com a sua desorientação (falta de chão). Desnorteiam-nas e estimulam-nas a terem dificuldades e a desenvolverem um mínimo de atividades pessoais com sentido irreal, porque as sugestionam, as apavoraram, as atemorizaram e as aterrorizaram psiquicamente.
  • 13. 14. É evidente que os procedimentos aplicados nas mães cosmopolitas são propagados massivamente em todo o país e fazem com que as intervenções desencadeiem um conjunto de expectativas atemorizadoras, exercendo antecipadamente um efeito desmoralizador e aterrador sobre as mulheres que não desejam ir a um hospital com medo de sofrer represálias, de serem feridas, ofendidas por realizarem seus sonhos de serem mama’es. 15. A morte psicossocial na sala de inibição de parto é pressentida como a ‘morte em vida’. A reclusão, o isolamento, a separação de seus familiares, humilhações para provocar reações no estado de ânimo, nas vivências, desencadeia emoções de angústia e expectativas ansiosas antes do parto. 16. Os tipos de torturas aplicados pelos médicos obstetras no Brasil foram sendo incorporados em seus procedimentos e em seu programa de aplicação, conhecimentos e recursos técnicos adquiridos nas próprias Universidades Estatais e particulares brasileiras os quais elevam sua eficácia para prática de maus tratos as mulheres e as mães. 17. Aqui cabem algumas perguntas: fazer sua autoflagelação, drogar-se, etc., é uma realidade, porém por que comprometer e destruir outras pessoas? Ele não foi feito médico para servir aos outros? Então por que se servir de outras pessoas para preencher seu medo e sadismo desenfreado? E, por que esses delinquentes acadêmicos covardes não são punidos?
  • 14. Diagrama 42 Uma sociedade dominada pela angústia, pelo terror, pelo medo, pela ansiedade, pelo isolamento, pelo fumo, pelo alcoolismo e pelas drogas consumidas pelos(as) médicos(as). Neste meio encontram-se mulheres e mães subjugadas e torturadas por instituições dominantes e covardes, frustradas pelo ilimitado desejo da barbárie civilizada.
  • 15. ANÁLISE DAS INSTITUIÇÕES FECHADAS FRUSTRAÇÕES E IMPOSIÇÕES NA MATERNIDADE Ontem, voltei a minha casa com sentimentos amargurados, a minha pélvis agoniada e vencida, sofrendo de dor. Trouxe no meu coração lamentos, cicatrizes... 5. E um sórdido ódio. Eu tenho que cuidar das feridas e da raiva que plantaram em mim, na maternidade. Eu tenho a sensação de haver fracassado nos meus sonhos e desejos de ser mulher e mãe. 10. Amei meu corpo em sua nudez. Odiei o momento da minha maternidade. Eu tenho que reaprender a ser mulher e mãe, voltar a amar e a sorrir. Eu fui dar à luz na maternidade e não buscar frustrações, escuridão e tristeza. 15. Inspirei-me na nudez de meu corpo.
  • 16. As instituições de saúde mais dominantes da modernidade civilizada trabalham com sistemas fechados em decadência. As maternidades, as Universidades, os hospitais, as clínicas conveniadas e outros mostram em comum a chamada “doutrina institucional”. 2. Esta ideologia se complementa com o cooperativismo do dinheiro e consiste na exaltação, glorificação incondicional da ordem e da segurança como valores absolutos. A sociedade intelectual administra, sem mudanças, o seu serviço de conformidade com essa ideologia. Podemos citar como exemplo destes contrassensos o fechamento do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. 3. A ordem e a segurança são os princípios instáveis dessa sociedade regida pela injustiça, pela opressão, pelas desigualdades, pelas discriminações, pelo analfabetismo, pelos privilégios, pela violação sistemática dos direitos artísticos, das germinações fundamentadas nas comunidades nativas; uma sociedade com muitas carências, mas que, no entanto, supervaloriza o ter em detrimento da mulher e da mãe. 4. A seguir, o resumo de algumas observações, críticas e o comentário de outras, do notável cientista político brasileiro Maurício Tragtenberg. 5. “Esta ideologia está enraizada na educação, mais propriamente na Universidade como instituição dominante e mandarinesca, (classe de privilegiados que mandam na classe inferior), a qual tropeça junto à sociedade em crise”. 6. “As Universidades tem como função básica, a formação de uma mão-de-obra dócil, “doutores” tecnocratas comissionados pelo capital, que servirão para a produção e para a reprodução de um saber dominante ao serviço do poder econômico”.
  • 17. 7. Formação de uma mão-de-obra dócil “A carreira universitária inculcará as formas de sentir, de pensar e de agir da classe dominante como sendo naturais e normais nesse contexto, transformando-se em mera estrutura de domesticação da mão-de-obra em que uma nova pedantocracia (alardear a sabedoria que não se tem) de doutores e livres docentes, sem serem docentes autônomos, garantem a hegemonia do saber dominante como sendo o único e legítimo, desclassificando os outros tipos de saber, considerando-os ilegítimos na medida em que não absorvem a retórica dominante na área do conhecimento específico”. 8. Quanto ao outro elemento, o econômico, este se expressa hoje através das corporações multinacionais e através de bolsas de todo tipo expedidas pelo governo (compra de votos), as quais segregam a sociedade em seu todo. Na realidade, a peculiar ordem, progresso e segurança das autocracias lotéricas institucionais servem à acomodação e ao imobilismo ao impedir a educação, o questionamento consciente, a autocrítica e a reflexão. 9. Neste sentido, a Ideologia da Segurança dentro das instituições impede as “transformações energéticas” audazes profundamente inovadoras e não permite vislumbrar uma educação integradora consciente, solidária e generosa para as comunidades. 10. O que esta ideologia determina é a manutenção da paralisia, da servidão, da escravidão, da ignorância, do analfabetismo funcional e o agravamento das desigualdades (quanto pior melhor), entrando em conflito com o grito manifestante de Maurício Tragtenberg: “A Universidade está em crise e isso ocorre porque a sociedade está em crise. Através da crise da Universidade é que os jovens agem automaticamente, detectando as contradições profundas do mundo político- psicossocial unilateral refletidas na instituição educacional, a qual não é tão essencial como linguagem; é simplesmente uma instituição dominante ligada à dominação”.
  • 18. 11. A isto, pode-se agregar que a doutrina da insegurança nacional é uma roupa velha, mofada de naftalina, que veste a Universidade, é uma ideologia mandarinesca, um sistema de ideias retrógradas intervencionistas. Esta se encontra vinculada a um determinado paradigma econômico político-psicossocial de características elitistas e verticalistas que suprime a participação ampla das comunidades em decisões que lhes competem de cima para abaixo. 12. A respeito disto, Maurício Tragtenberg comenta: “A Universidade produz contrariamente dois tipos de intelectuais. Primeiro, o intelectual orgânico (acrítico) da burguesia, organizador da hegemonia burguesa, o qual por mediação da Universidade inculcará as formas de sentir, pensar, agir da classe dominante como sendo naturais e normais, e o intelectual crítico que em épocas de ascensão do movimento de massas pode legitimamente representá-las”. 13. Tragtenberg continua a afirmar: “O intelectual orgânico justifica-se como defensor da civilização ocidental cristã, como também a Doutrina da Segurança Nacional justifica-se em todos os países como defensor da civilização ocidental cristã, desenvolvendo um sistema repressivo, em concordância com sua guerra permanente”. 14. Pode-se citar como exemplo a realização de curetagem a sangue frio, sem anestesia numa menina-mulher. Disse o obstetra: “Você devia sentir-se feliz por padecer e perecer por minhas mãos para que você tenha a esperança de que seja perdoada quando Deus te ressuscite...” Num determinado momento, para ela não havia mais a evidência do existir. Não somente porque algo havia morrido dentro dela, destruído por seu torturador, mas também porque através da experiência que ela viveu produziu-se uma ruptura em relação ao mundo, uma inversão da ordem das coisas, uma visão radicalmente ameaçadora. (ver casos anexos, os depoimentos das Mães d’Água – Parte IV-A).
  • 19. 15. A Doutrina da Segurança Institucional entendida como ideologia absoluta impõe a tutela intelectual às comunidades e faz acentuar a desigualdade das participações das pessoas em assuntos de seu interesse. 16. Nestas condições, não surpreende, portanto, a dramática desproporção entre a importância deste fenômeno ideológico de dominação política-psicossocial e econômica das instituições hospitalares por um lado e a escassíssima bibliografia sobre este tema no continente Latino Americano, para que todos questionem, reflitam sobre a transparência política, critiquem e chamem a atenção da opinião pública sobre as gravíssimas e tenebrosas consequências e sequelas psicossociais provocadas pela violência obstétrica . 17. Não é duvidosa a percepção de Maurício Tragtenberg que lhe permitiu constatar as origens profundas desta ideologia, “a delinquência acadêmica”, que irradia insegurança, medo, retraimento, desintegração comunicacional em tempos modernos. Daí o silêncio que sempre pesou entre as mulheres, as mães e seus parentes, a angústia e o tormento que não podemos imaginar e recompor senão metaforicamente, sob a forma de cenas infernais povoadas de malignos e de monstros da Inquisição da Idade Média, os quais faziam pacientemente arder no fogo, os corpos de meninas, de mulheres e de mães. 18. Adverte que é um fenômeno exógeno às nossas comunidades. “Propiciam a transformação dos ‘meios’ em ‘fins’, o cultivo de um saber aparentemente neutro, porém financiado pelas multinacionais da cultura para a formação dos quadros que servirão à repressão, a opressão na sua odiosa divisão de classes sociais”.
  • 20. 19. Somam-se a essa desarticulação o caos psicossocial, médicos que não olham para o cliente, para seu semelhante, não conversam, não sabem interpretar os exames e não querem trabalhar nas periferias das cidades ou no interior dos estados, alegando uma série de empecilhos sociais, religiosos, biológicos, antropológicos, psicológicos, institucionais, políticos, etc. 20. As Universidades, principalmente as do estado, acabam servindo como um santuário restrito para uma elite. “Ela não é uma instituição neutra, mas sim de classe, onde as contradições aparecem. Para obscurecer esses fatores, a Universidade desenvolve uma ideologia de saber imparcial científico, de neutralidade cultural. O mito do saber é seu objetivo”. 21. Muitos desses privilegiados pensam estar acima dos valores práticos das Mães d’Umbigo e das Mães d’Água amazônicas, das suas inter-relações com a arte e os conhecimentos, de seu modo de sentir, pensar e agir dos quais se distanciaram e nem tomam conta de sua existência. 22. Essa ideologia do saber da Segurança Nacional civilizada “é uma extraordinária simplificação dos problemas e dos valores pessoais. Em sua concepção, a estratégia, o combate e a guerra se tornam a única realidade e a resposta para tudo. Por causa disso, a Doutrina da Segurança Institucional escraviza e tortura mulheres dos povos originários e as mães civilizadas”. 23. As Universidades classistas formam estudantes de medicina e de psicologia para utilizá-los “repressivamente contra os deserdados do sistema ocidental”. Em suma, trata-se de um complô de belas almas recheadas de títulos acadêmicos de doutorismo, substituindo o bacharelismo com uma nova pedantocracia da produção de um saber a serviço do poder, seja de que espécie for.
  • 21. 24. Este fenômeno vem de muito tempo atrás, quando as chamadas civilizações ocidentais deram início ao genocídio de pessoas que acreditavam em valores e crenças desenvolvidas pela sua própria práxis. Hoje, intentam abolir totalmente as iniciações e os nascimentos energéticos das Mães d’Umbigo Raizeiras e das Mães d’Água amazônicas. 25. Vemos, assim, como os defensores da Doutrina da Segurança Institucional invertem perniciosamente os valores. “A política, para eles, seria a continuação da guerra por outros meios, ou seja, a transformação dos ‘meios’ em ‘fins’, o cultivo de um saber aparentemente neutro”. 26. A Ideologia da Segurança Institucional que promove uma elefântica expansão de delinquentes acadêmicos nas instituições particulares e principalmente no estado é uma ocupação quase integral das funções estatais. 27. A título de uma guerra imaginária, avança como tarântula pela teia do aparato institucional. A Ideologia acentua a tradicional tendência das forças repressivas civis (herança dos governos ditatoriais), aprisionando, com suas garras, as instituições públicas e privadas, produzindo ditaduras tecnocratas institucionais. Pequenas ditaduras, mas grandes em sua massificação econômica e psicossocial. 28. A inversão de valores e de pensamentos sobre a pessoa-física, pessoa-valores, pessoa-livre- arbítrio imposta pela Ideologia da Segurança Institucional supõe o nepotismo e a impunidade do colarinho branco, do avental branco, a “ditadura civil”, gerando a autonomia da violência. Este último contribuiu para a falência da educação, da germinação da Força d’Alento Universal e, por outro lado, contribuiu para o assentamento da crise política-psicossocial, da miséria, dos latrocínios, dos estupros, da pedofilia, do uso das drogas e dos alucinógenos.
  • 22. 29. A Segurança Nacional, como bem-estar e ‘bem-viver’ dentro do materialismo científico, como conceito e valor é ambígua. Primeiro, é essencial à condição da pessoa ter um mínimo de incerteza e procurar se proteger contra os riscos. Segundo, a vida sempre está em constante vaivém, em movimento, portanto a pessoa é relativamente insegura - a única segurança total é o ‘bem-estar’ e o ‘bem-viver’ gelado, sinônimo da morte. 30. Como dizia Hellen Keller, “a segurança é em grande medida uma superstição, não existe na natureza. Evitar o perigo à larga não é estar mais a salvo”. A seiva foi semeada e está enraizada no princípio da incerteza, ela é fruto de transformações energéticas, ela é uma grande aventura, a vida é um desafio constante ou é a morte em vida. 31. Porém, manter o ‘bem-estar’ e o ‘bem-viver’, a salvação, é alimentar uma ideologia com naftalina. A seguridade como o “bem-estar” e o “bem-viver” é ideológica. São conceitos deficientes, os quais conduzem as comunidades, principalmente os povos originários, às aflições da insegurança. 32. Assim sendo, o “bem-estar” e o “bem-viver” são conceitos reducionistas e demagógicos. Simplesmente querem apagar crenças e valores práticos multiculturais dos povos originários, como os das Mães d’Umbigo Raizeiras e das Mães d’Água amazônicas que fazem parte do patrimônio da germinação de toda a Amazônia.
  • 23. Diagrama 43 As mulheres e as mães tem como identidade originária a concepção, a reprodução e a amamentação, assim, apreciam a instintividade, a sensitividade, o movimento, a coragem, a ferocidade e a agressividade (Omopão Pachalea, terapêutica que se baseia nestes princípios).
  • 24. AS MÃES SERÃO PUNIDAS CONCORDANDO OU NÃO COM A PRÁTICA DO ‘BEM-ESTAR’ E DO ‘BEM-VIVER’ INSTITUCIONAL A Universidade reproduz o modo de produção capitalista dominante, não apenas pela ideologia que transmite, mas, também, pelos acadêmicos acríticos que ela forma. A ideologia da segurança e do ‘bem-estar’ e do ‘bem-viver’, a da salvação nacional dos acadêmicos, não faz nenhuma distinção entre a política psicossocial institucional interna e externa. As inimigas são as mesmas - as nativas, as mães, as nordestinas, as baianas- estando dentro ou fora das instituições. Tudo isto implica em atrofiar a energia e desmobilizar os sentimentos da ancestralidade, aplicando-se e impondo-se a política de segurança institucional a qualquer preço. 2. Dependendo das circunstâncias, os médicos podem ser aproveitados como inimigos internos dentro dos hospitais, através dos quais o universo se faz ameaçador e confuso; em tais momentos, as mães sensitivas e instintivas, como inimigas externas, resistem a utilizar essa cultura da opressão que se caracteriza pela práxis da medicina sanitária para a higienização das germinações dos vínculos entre as Mães d’Umbigo e as Mães d’Água. 3. As Mães d’Água amazônicas e as gestantes cosmopolitas, por terem valores e crenças diferenciadas, são caracterizadas como pessoas não gratas, como inimigas para a conduta médica ‘normal’ estabelecida dentro de uma maternidade, e são vistas como pessoas de “classe inferior”, sendo coagidas a acatar as ordens institucionais. Ao serem submetidas à conduta médica, por exemplo, recebem ordem de que “terão que ficar obrigatoriamente deitadas na mesa ginecológica”. A identidade da perigosa Mãe d’Água é negada através da intervenção ou
  • 25. 4. No plano da política interna institucional dos hospitais, dos estatutos, do curriculum, ou seja, dentro da ‘segurança universitária’, os médicos seguem dependendo da mofada herança francesa. Os ‘partos deitados das obesas mórbidas’ é ainda usada nos partos da mesa ginecológica,. As normas e os valores europeus são impostos como se fossem universais, em nada colaborando para a mudança estrutural e científica acadêmica. Enquanto isso, as garantias institucionais sistematicamente fechadas favorecem amplamente a insegurança, o bem-estar e o bem-viver do custo-benefício. 5. O mestre universitário reproduz o que ele bem possui: um saber inacabado com o qual ignora sua própria comunidade. O doutor mantém os alunos numa “ignorância transitória” e os alimenta para serem permanentemente ignorantes, politicamente corretos e psicossocialmente retraídos ou reservados. Ele se encontra além da sua própria realidade. 6. A Universidade ocidental prepara-se para ser uma diversidade econômica, isto é, ensina tudo aquilo pelo qual o aluno possa pagar. A Universidade que deveria ser uma prestadora de serviços à comunidade tende cada vez mais à adaptação indiscriminada. 7. A dominação cultural-científica exercida pelos acadêmicos impõe valores, o saber e os costumes, destruindo a inspiração, a vontade, a compreensão, a criatividade e a confiança das mães. Nas comunidades originárias, tenta-se apagar a própria memória (eliminando os Pajés e as Y’Pajés), utilizando ‘agentes’ oriundos das próprias comunidades, destruindo a sua forma de ser, arrancando a sua germinação, cegando seus olhos, adormecendo seus sentidos, eliminando sua arte de produzir, os seus costumes e os seus valores. A desorientação e a segregação das pessoas provocadas pelas pressões econômicas, políticas e psicossociais reproduzem a barbárie.
  • 26. 8. São métodos individualistas que cumprem o objetivo político-psicossocial bem claro de fazer perpétuo um sistema no qual apenas uma minoria mais igual que os outros decide e obtém para si os frutos e os lucros. 9. O assistencialismo universitário, a beneficência, a política partidária não resolve o problema da maioria da população brasileira. A realidade global do assistencialismo acadêmico, da beneficência religiosa e da militância partidária obscurece o desenvolvimento individual e coletivo por ser intermediário da ideologia dominante no processo da doutrinação, estruturando tendências contra as germinações originárias. 10. O problema significativo a ser colocado em pauta diz respeito ao nível de responsabilidade do professor e do pesquisador universitário. A não preocupação com as finalidades psicossociais do conhecimento produzido constitui-se em fator de delinquência acadêmica, traição intelectual, traição da militância partidária, em nome do serviço da comunidade. A intelectualidade universitária, religiosa e política partidária tornaram-se cúmplices do genocídio, espionagem, engano e todo tipo de corrupção dominante, quando a ‘Razão do Estado’ passou a dominar através de uma violenta corrupção em detrimento do povo. “Rouba mas faz”, “estupra mas não mata”, “gozem enquanto esperam” são slogans de políticos(as) acadêmicos(as) que se acham mais que os outros. 11. Em nome da ‘Segurança Nacional’, o intelectual acadêmico despe-se de qualquer responsabilidade psicossocial quanto ao seu papel profissional: a política das ‘panelas’ acadêmicas, de corredores universitários e dos conselhos como os da psicologia, é a da publicação de um texto qualquer que se constituirá em régua para medir o sucesso universitário e intelectual.
  • 27. 12. O enigma da responsabilidade da política psicossocial transformadora é escamoteado. A ideologia do acadêmico é não ter nenhuma ideologia, faz fé de apolítico; e isto serve à política do poder econômico. Bérgson afirma: “a separação entre fazer e pensar constitui-se numa das doenças que caracterizam a delinquência acadêmica; a análise e a discussão dos problemas relevantes do país constituem um ato político, uma forma de ação, inerente à responsabilidade psicossocial do intelectual. A valorização do que seja um ‘homem culto ou uma mulher culta’ está estreitamente vinculada a seu valor na defesa de valores essenciais, ao seu exemplo revelado não pelo seu discurso, mas por sua existência e ação”. 13. Ao analisar a “crise de percepção” dos “doutores”, percebemos que ela está vinculada a sua formação, a sua incapacidade de discernir os meios e de questionar os fins. Eles transformam os problemas político-psicossociais em problemas técnico-repressivos: realizam em meninas ou em mães curetagens sem anestesia a sangue frio; quando elas perdem sua gestação por aborto induzido ou espontâneo, devem esmolar humilhantemente a sua atenção; elas não são ouvidas e são punidas de qualquer forma pelo avental branco, sugerindo-se que por serem criminosas, baianas, nordestinas e índias devem pagar por seus pecados. 14. Desprezam, assim, as relações psicossociais, preferindo as soluções truculentas de vitimização, de repressão e de castigo, consumando o que Maurício Tragtenberg define como a ‘Traição dos Intelectuais’ : a indignidade do intelectual substitui a dignidade da inteligência. 15. A delinquência acadêmica caracteriza-se pela existência de estruturas de ensino venenosas, em que os meios técnicos se tornam fins repressivos. Os fins formativos “étikos” como o respeito ao “êthos” (costumes, rituais, vínculos sentimentais) são esquecidos; a concepção do conhecimento-educação em sua reprodução cede lugar ao controle tecnocrático e burocrático de sua cultura como suprema virtude; o praticar aparece como sinônimo de vigiar e punir; as universidades se constituem em depósitos de alunos. Como diz Lima Barreto, são um ‘cemitério de vivos’.
  • 28. Diagrama 44 O controle tecnocrático e burocrático impõe a sua cultura como suprema virtude, ignora aquilo que ouve das germinações amazônicas. Os hipócritas modernos esquecem, renegam, abominam, vigiam e castigam as mães nativas .
  • 29. A PRÁTICA DA DISTORCIDA MEDICINA COSMOPOLITA O juramento hipocrático cita em sua parte final: “... se cumprir este juramento, seja-me dado gozar a vida e a arte, e que eu seja honrado entre os homens para sempre; se quebrá-lo e cometer perjúrio, seja o contrário: a minha morte”. 2. O juramento hipocrático consolidou-se com o materialismo científico, o qual foi crescendo através das conquistas e dos genocídios dos povos nativos como os amazônicos e os andinos. Interferindo nas germinações originárias, os “doutores” foram impondo o seu saber absoluto e inquestionável para serem honrados e glorificados entre os homens civilizados ocidentais. 3. “A fisiologia pré-socrática”, que explicava a totalidade das coisas, o cosmos, a natureza e as pessoas que se inter-relacionavam, começou a ser dissociada pelas técnicas desenvolvidas e impulsionadas nas escolas de Cnido e de Cós; esta última, liderada por Hipócrates, orientou essas técnicas e seu processo para serem transformados numa doutrina (a ciência hipocrática distorcida) difundida no ocidente entre grupos elitistas, que fiéis a instâncias tirânicas constituem- se em seguidores dos princípios do “Corpus Hipocraticum”. 4. Sob tais princípios, passaram-se cinco séculos de massacres, indiferenças e expropriações de conhecimento e de técnicas no Continente Aywa-Yala, Terra sem Males, hoje, Latino América. Ainda hoje, continuam a fazer o mesmo com o método do renascimento e do nascimento de assento na calma das Mães d’Água.
  • 30. Os euroíndios sintetizam-no e o distorcem, lhe dão nomes como “parto de cócoras”, parto na água, etc. Atualmente, esta técnica unilateral é oferecida às classes materialmente diferenciadas a preços elevadíssimos só para “trabalhar na técnica”, eliminando-se o aconchego energético sem o qual não se atinge a transcendência energética, Aliptanha Pachakutij. 5. Já às descendentes dos povos originários amazônicos, às legítimas herdeiras do método Omopuã Pachalea, o renascimento da Mãe d’Água e o nascimento da criança são oferecidos tratamentos de choque, práticas obstétricas sintetizadas como os “partos de ferro”, com a desculpa de que o Assento na Calma da Mãe d’Água e da Mãe d’Umbigo é coisa do passado, é sujo, “está vedado porque aqui é um hospital, não um chiqueiro”, etc. Todas as Mães d’Água apresentam uma opinião em comum. Todas sentiram que foram partidas e trituradas pelo compasso frio da máquina de ferro do obstetra. 6. Os fenômenos iatrogenizantes, ao causar alguma forma de repressão, dano, controle ou discriminação, acabam por ameaçar seriamente as gerações futuras, o futuro das meninas, das mulheres e das mães. 7. Muitas meninas, mulheres, Olhos de Água e Mães d’Água foram enlaçadas, torturadas, caçadas na capoeira, estupradas desde os anos 1500 e muitas mães continuam sendo vitimizadas e torturadas. Passam por dolorosas experiências por não terem seus valores reconhecidos e por terem sido tratadas como ignorantes e atrasadas pela modernidade e pela medicina cosmopolita. Também, experimentaram o desamparo afetivo em decorrência do aprisionamento nas salas de parto, nas salas de “ninguém”, nas salas de inibição. Observa-se, com tudo isso, o dano produzido e suas profundas implicações para o futuro das gerações.
  • 31. 8. Na relação terapêutica obstétrica, a imprudência e a ignorância dos técnicos medíocres não éticos acabam provocando inúmeras enfermidades e deixando sequelas indecifráveis. Acontece toda combinação de fatalidades, de equívocos, pois a linguagem e o comportamento dos técnicos diferem completamente da linguagem, do comportamento e dos vínculos afetivos das Mães d’Água e das Mães d’Umbigo; da mesma maneira, o tempo, o espaço, o ambiente controlados pelos técnicos nada tem em comum com os valores práticos das Mães d’Água. 9. Os obstetras absolutistas de formação cosmopolita não possuem nenhuma orientação sobre a prática médica na área da transcendência energética. São desqualificados porque carecem de senso de compreensão mínima das germinações originárias femininas. O afã do lucro, a supervalorização das máquinas, a dependência tecnológica, distanciaram-nos dos valores energéticos que herdaram de suas próprias mães. 10. A carência do princípio da incerteza e a descrença nele fazem os civilizados obstetras afirmar que os povos originários não ingressam e nem se integram no progresso da modernidade porque não o desejam. “Por que não se integram à civilização e acabou?”, dizem alguns doutores, esquecendo-se que o ventre energético da Mãe d’Água é um fenômeno sobrenatural de fluxo milenarmente energético; não é algo mecânico, estático em que se pode intervir ou que pode ser destruído a qualquer momento. Esse excesso de cientificismo mental vitima as Mães d’Água e as grávidas da periferia e as gestantes civilizadas.
  • 32. Por que o obstetra covarde procede como carrasco? Enquanto a coerção é exercida pela mentalidade fria dos obstetras e os tormentos machistas brasileiros são praticados, suas falácias elegantes e arrogantes fecham 5. os olhos e entopem os ouvidos das meninas, das mulheres e das mães. Ainda assim, quando a civilização burocrática machista brasileira se omite, perseguindo, matando e mentindo, 10. é mil vezes mais abominável porque est a é mais aterrorizante e hedionda que o próprio tema do horror praticado pelos seus súditos, delinquentes acadêmicos.
  • 33. Diagrama 45 As torturas físicas e os danos psicossocias apresentam uma particular brutalidade quando se aplicam às meninas, às mulheres e às Mães d’Água originárias de etnias milenares, devido a sua constituição energética e Força d’Alento Universal sincronizada e harmonizada diretamente com a reprodução e o projeto de vida.
  • 34. TIPOS DE TORTURA NOS PROCEDIMENTOS OBSTÉTRICOS O tipo ventral e o tipo períneo-genital Desde Hipócrates, as regras para a conduta ética médica no mundo ocidental sempre foram teoricamente bem objetivadas. No entanto, diante da complexidade multiétnica da Terra sem Males, da confusão e da rapina econômica, da tecnologia supervalorizada, do mundo globalizado, das guerras e das catástrofes naturais, do desrespeito com as mulheres e as mães, o antigo juramento hipocrático deveria ser reavaliado, atualizado ou esquecido porque ele não condiz com a realidade atual. 2. Basta lembrar que nenhum dos acordos ou juramentos foi cumprido em relação aos povos originários da Terra sem Males. São palavras e palavras sepultadas sob o mármore racional e irracional, pois jamais impediram que as mulheres nativas fossem enlaçadas, violentadas e torturadas por haverem alcançado a sua transcendência energética. Então, como impedir que inúmeras meninas e mães sejam submetidas a torturas obstétricas? 3. Em todos os estados brasileiros se tem notícias de práticas abomináveis, de tratamentos obstétricos cruéis, porém, curiosamente, eles sempre deixaram de fazer parte dos processos judiciais. Hoje, as mães parecem estar acordando dessa letargia civilizada imposta pelo cabeça. Talvez, mais tarde, quando a faca de dois gumes se voltar contra os burocratas e os médicos, se adotem medidas legais e práticas que compensem moralmente e economicamente as vítimas da tortura obstétrica. Nada nos impede de ter pesadelos com tal proeza.
  • 35.
  • 36. 6. Por que as mães não denunciam? Algumas hipóteses: a). sentem-se culpadas e acham que devem pagar pelos seus ‘pecados’; b). o doutor é visto como um deus, como pai que pode puni-las; c). por medo, pois o carrasco acadêmico pode mais que elas; ele tem o poder acadêmico da escolha. Por essas e por muitas outras razões as denúncias não são formalizadas. Hoje, as mães estão começando a mudar seus comportamentos e a vencer barreiras invisíveis. 7. Torturas físicas e psicossociais. Os maus tratos estão representados nas seguintes práticas distorcidas: a).tortura física: privação da anestesia para a realização de curetagem; b).tortura física: realização de Episiotomia sem o consentimento da mãe; c). tortura física calculada como os trancos e *manobras distorcidas de Kristeller, com o uso das mãos, do joelho, do cotovelo, de tábuas, das nádegas, os quais podem provocar traumas e arrebentar o fígado, o baço, etc; *Ver Parte IV- A : Dilaceração da menina-mulher e da mulher-mãe com as manobras ou os trancos pesados de Kristeller
  • 37. d) tortura psicossocial, colocando a mãe em isolamento, separando-a dos familiares, ameaçando denunciá-la caso tenha acontecido o aborto, discriminando-a etnicamente, humilhando-a, incitando-a a sentir culpa, afligindo-a. e). pressão psicossocial: recorre-se amplamente às macabras manobras distorcidas de Kristeller na presença de outras mulheres e mães, enfermeiras obstetras, assistentes. Para complementar essa brutalidade, separam as mães de suas crianças, gerando dor e transtorno. 8. Tipos de tortura nos procedimentos obstétricos É óbvio que o tema “tortura obstétrica” merece mais reflexão e precisa de concentrados esforços para sua investigação. De modo geral, é possível detectar dois tipos de torturadores: - O tipo ventral - O tipo períneo-genital O tipo ventral - manobras pesadas de Kristeller- 9. Este grupo está representado tipicamente por obstetras eloquentes. Suas falácias são elegantes, arrogantes, autoritárias, despertam o convencimento nas mães (ver: Tortura Psicológica) para a realização de cesáreas, sem nenhuma necessidade fisiológica e de outros movimentos anulatórios e paralisantes na área diafragmática ventral.
  • 38. 10. Primeiro, imputando-lhes o temor, levam as futuras mães ao desespero, ao limite de uma regressão infantil. A exteriorização da fraqueza e da fragilidade materna criam condições favoráveis para a covarde manipulação, tendo em mente a questão custo-benefício. Nessa interferência sádica ventral diafragmática, os técnicos medíocres se sobressaem por sua conduta agressiva - amedrontam, atemorizam, intimidam e quebram a identidade materna. 11. A anulação paralisante da mulher e da mãe transforma-a em uma morta-viva, isto é, deixa- a sem coragem, sem iniciativa. O obstetra rejeita a mulher e a mãe antes mesmo de ser rejeitado. Seu prazer de fazer sofrer o faz agir primeiramente na sensível área diafragmática pela utilização das manobras pesadas de Kristeller- movimentos bruscos ou murros no ventre com o cotovelo, com o joelho, com o punho, com a colocação de uma tábua ou de outros afins sobre o ventre para pressioná-lo ou arrebentá-lo. 12. Os insultos quase sempre são dirigidas às Mães d’Água e às mulheres-mães de origem étnica distinta consideradas objetos do mal, inferiores ao delinquente acadêmico. O tipo períneo-genital – O toque genital e o corte no períneo 13. “Vou-me divertir com as mulheres” – não deixa de ser um comentário comum entre os estudantes de medicina quando partem para a especialização em ginecologia e obstetrícia. É o começo das aflições femininas: traições, ódios, pulsações conflitais, sadismo dos falsos médicos.
  • 39. 14. Examinemos um tipo diferente de torturador-estuprador. A sua conduta sádica se associa, em geral, à área períneo-genital. Surge com perfil autoconfiante como um semideus. 15. É totalmente frio ao realizar o toque vaginal, não demonstra nenhuma angústia quando age em prol do seu sádico prazer. Num segundo momento, para poder descarregar completamente a sua barbárie-civilizatória, pensa não arriscar nada ao rasgar o períneo da mulher e da mãe, principalmente se ela é primípara. Aferra-se aos signos visíveis de seu status, o jaleco branco e a instituição que lhe garante omissão. 16. Ele tem um grupo de colegas que participam, em fase de treinamento ou profissionalmente, de estupros ou violações coletivas. São brutais e brincalhões com o canal de nascimento (a via-fluvial baixa), proferindo uma série de palavras obscenas com conotações sexuais ou carícias sexuais. 17. Reich (1926) já descrevia que “a jactância fálica se observa com mais frequência em aqueles que tratam de lutar contra uma intensa angústia de castração, mediante a acentuação de alguns objetivos fálicos...”. Neste caso, vão atacando agressivamente o genital feminino demonstrando sua autoridade para a castração. 18. Preeminência vaginal: torturadores covardes e fracos Os obstetras criam uma conduta abertamente agressiva e sádica, empregam dedos e bisturis para rasgar vaginas, bolsas d’água e períneos sem consultar as mulheres-mães. Estas se transformam em “presas” frágeis, indefesas quando o assunto é o ‘amor maternal’. Os obstetras delinquentes são torturadores covardes e fracos porque não tem em sua frente um ‘inimigo’ forte que lute de igual para igual.
  • 40. . 19. Acomodando a vítima em posição ventral (horizontal), as torturas se dirigem à vagina, pois eles possuem a informação de que ela é um órgão muito sensível. Seu instrumento favorito para as práticas sádicas é a extensão de seu próprio corpo, os seus dedos. Manipulada a vagina, não ficam rastros. A tortura, o suplício pode se repetir o quanto ele ou eles quiserem, pois sabem que a mulher e a mãe será a única prejudicada. 20. Através do ‘toque sensual’, o corpo todo se contrai e entra em total cadência. As nossas entrevistadas revelaram que foram intimidadas e submetidas a ‘lavagens cerebrais’ para, então, sofrerem torturas na vagina. 21. O sentimento, o pensamento, o movimento, a energia da mulher e da mãe, nestas circunstâncias, se apresentam voltados ao amor maternal e não dispostos a serem submetidos à crueldade, à intervenção, ao castigo e à vingança do agressor obstetra. 22. A hegemonia sobre o períneo Ao cortar o períneo, o torturador manifesta suas tendências agressivas exibicionistas. Ele pode realizar essa ação sem fraquejar, com a qual mostra sua virilidade. Para ele, as dores, a agonia e a intimidade violentada das mulheres e das mães são fatos banais que não merecem qualquer atenção.
  • 41. 23. As perversões com o bisturi na mão e as dilacerações no períneo expressam formas de agressões permanentes. Tendo o poder nas mãos, ele se torna para as mulheres e as mães, uma agressividade permanente que rasga a individualidade e corta a sua intimidade e identidade, chegando a afetar até mesmo o esfíncter. O bisturi, o cortar e o suturar cumprem uma função violenta e truculenta - semear o terror. 24. “Um dia, nos aconchegamos em nossas intimidades para alcançar no futuro o amor maternal. Depois de nove meses, queremos aconchegar e amamentar as nossas brotinhas, mas, antes disso, rasgam e cortam nossa força maternal com seus metais frios”. 25. Quanto mais racional e irracional for o obstetra, mais sádico se mostrará no uso do seu poder. Desejará destruir ou transformar o amor da mãe a seu mero prazer, segundo a sua insanidade. 26. Todas as mulheres e as mães que vivenciaram maus tratos degradantes e aterradores sofrem atualmente graves consequências: mudanças físicas, insônia, alteração da percepção, inexistência de relações sexuais com o parceiro, abandono, tonturas, cefaleias e a constante presença do torturador acadêmico nas fantasias de horror. 27. Em razão do incrível cinismo, da omissão, das mentiras, do racismo, do preconceito, da realidade de um ambiente de terror generalizado, as mães e as Mães d’Água se acham mentalmente, fisicamente e psicossocialmente inviabilizadas neste mundo civilizado.
  • 42. VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL “Minhas mamas e meu peito oprimidos e o meu ventre comprimido e dilacerado” Mallku Chanez
  • 43. www.mallkuchanez.com e-mail: mallkuchanez.site@gmail.com Facebook: Mallku Chanez IKA: Instituto Kallawaya de Pesquisa Andino WhatsApp: 55 11 9 63293080