1) O documento apresenta os principais conceitos e fundamentos da economia, incluindo definições de economia, escassez de recursos, trade-offs e como as pessoas tomam decisões.
2) Inclui uma tabela com 10 princípios econômicos agrupados em como as pessoas tomam decisões, como as pessoas interagem e como a economia funciona.
3) Tem como objetivo fornecer uma introdução básica aos conceitos e problemas econômicos fundamentais.
3. Unidade 1 - Introdução à Economia
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Objetivos específicos
• Compreender os principais conceitos e fundamentos de economia.
• Entender os problemas econômicos fundamentais.
Apresentando a Unidade
Por que estudar economia? Essa é uma pergunta inicial que frequentemente
fazemos quando vamos estudar algum assunto. A partir dos estudos de economia,
você poderá utilizar esses conhecimentos em sua vida pessoal, conhecendo melhor
a realidade em que vive. Portanto, a ciência que aqui vamos estudar propicia não
somente a boa gestão das organizações, como também uma melhor administração
da vida pessoal; ela nos permite analisar melhor nosso processo de escolha, de
forma que possamos definir nossas preferências de maneira mais eficiente pelo
homem.
O objeto de estudo da economia é a escassez de recursos. Sendo assim,
só faz sentido estudar economia quando houver problemas econômicos, como
o desemprego, a inflação, o déficit da balança comercial, a pobreza, entre outros.
Dessa forma, nesta unidade faremos uma introdução à economia para entendermos
os principais conceitos, fundamentos e problemas econômicos que veremos a
seguir. Agora que você já sabe o que vamos estudar, bons estudos!
Conceitos de economia
A palavra “economia” é de origem grega e significa oikos (casa) e nomos
(norma, lei), ou seja, administração da casa. Nesse sentido, economia significa
a administração da sociedade e de seus recursos produtivos (trabalho, capital,
recursos naturais, tecnológicos, entre outros) (VASCONCELOS; GARCIA, 2012).
A economia, segundo Rossetti (2002), é um estudo da forma como os homens
agem, vivem e pensam na sociedade. Para o autor, a economia é uma ciência da
humanidade, e o caráter do homem é moldado pela sociedade em que ele vive. A
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economia é o resultado da condução do homem nas transações comerciais, os
motivos que levam os homens a ações que geram consequências econômicas.
E tais consequências não estão associadas somente a benefícios materiais,
envolvem também os custos e sacrifícios de desenvolver uma atividade econômica
(ROSSETTI, 2002).
Para Mankiw (2001, p. 3), “[...] a palavra economia vem de palavra grega “aquele
que gerencia uma casa”. Em primeiro lugar, essa origem pode parecer peculiar. E de
fato as famílias e as economias têm muito em comum. Uma família enfrenta muitas
decisões”.
Figura 1.1: Economia
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Mankiw (2001) compara a economia às decisões que uma família toma para
administrar a sua casa. A família decide quais tarefas cada um vai fazer e como vai
fazer. E assim é a economia de um país, em que a sociedade decide e escolhe o que
produzir.
A Economia é uma ciência social muito importante para o administrador, pois
estabelece as bases de análise do cenário externo à empresa. Sendo assim,
o estudo dessa área nos auxilia a entender a nossa realidade, principalmente
por nos permitir o conhecimento da macroeconomia, da microeconomia, do
desenvolvimento econômico e da sustentabilidade nas organizações que venhamos
a gerenciar, analisando as políticas econômicas adotadas pelos governos
municipal, estadual ou federal.
Segundo Vasconcelos e Garcia (2012), o objeto de estudo da economia são as
maneiras possíveis de se economizar recursos. Isso porque se todos os bens
fossem abundantes, não seria preciso economizá-los. O estudo da escassez dos
recursos produtivos é que dá sentido ao estudo da economia, pois sem ela não
seria possível pensar economicamente.
5. 5
Você acha que a escassez no mundo pode ser resolvida?
Reflita
“A escassez significa que a sociedade tem recursos limitados e, portanto, não
pode produzir todos os bens e serviços que as pessoas desejam” (MANKIW, 2001,
p. 4). Nesse sentido, podemos compreender que as necessidades humanas são
ilimitadas, pois as pessoas desejam adquirir um bem e pagam por esse bem,
satisfazendo às suas necessidades; e quando satisfeitas, passam a sentir outras
desejos e necessidades.
Os recursos produtivos, que são escassos, se contrapõem às necessidades
humanas ilimitadas e originam os problemas econômicos fundamentais. As
pessoas são obrigadas a escolher o que produzir, pois não é possível atender a
todas as necessidades humanas.
Nesta disciplina, a princípio, o enfoque dado segue o trinômio recursos
necessidades-prioridades. Assim, os estudos da economia se baseiam em
conceitos muito importantes, como por exemplo: escassez, necessidades, recursos,
produção, escolhas e distribuição.
Os recursos produtivos são limitados, dado a escassez dos fatores de produção,
tais como mão de obra, matéria-prima, capital, entre outros. E as necessidades
humanas que tendem a ser supridas pelos recursos produtivos são ilimitadas, ou
seja, a necessidade do homem em consumir bens e serviços é ilimitada. Assim,
quando o homem adquire o bem que deseja, ele passa a sentir a necessidade de
consumir outro bem ou serviço e nunca está satisfeito e sempre querendo seja pelo
desejo de aumento do padrão de vida ou pelo crescimento da população. Essa é a
lógica do capitalismo, em que as empresas produzem o tempo todo para atender as
necessidades do homem.
Nesta unidade, compreenderemos os conceitos básicos de economia e a
sua abrangência de estudo (ao longo desta e das próximas unidades, nos
aprofundaremos na análise e nos conceitos).
No tópico a seguir, abordaremos os fundamentos da ciência econômica.
6. 6
Fundamentos da ciência econômica
Mankiw, autor de livros clássicos da Ciência Econômica, introduz um pensamento
comum entre os estudantes sobre a existência de dez princípios da Economia.
Assim, ele aborda elementos gerais da teoria econômica para um primeiro contato.
Ele fundamenta o pensamento econômico baseado em dez princípios, que são
divididos em três partes (MANKIW, 2001): como as pessoas tomam decisões?
Como as pessoas interagem? Como a economia funciona? Veja na tabela a seguir:
Tabela 1.1: Princípios econômicos
Princípios econômicos Conceito de Mankiw Contextualização
Como as pessoas tomam decisões?
1º As pessoas enfrentam
trade-offs.
“Para obter uma coisa que
gostamos, geralmente
devemos desistir de outra
coisa que gostamos”
(MANKIW, 2001, p. 4).
Os trade-offs se referem
à escolha de uma coisa
em detrimento de outra.
2º O custo de algo é o
que você desiste para
obtê-lo.
“Como as pessoas enfrentam
compromissos, tomar
decisões exige comparar
os custos e benefícios de
cursos alternativos de ação”
(MANKIW, 2001, p. 5).
Os custos influenciam
nas escolhas de adquirir
um bem ou serviço. É
necessário compará-los
com os benefícios para
avaliar se a escolha é
adequada.
3º Pessoas racionais
pensam à margem.
“As decisões na vida
raramente são em preto e
branco, mas geralmente
envolvem tons de cinza”
(MANKIW, 2001, p. 6).
No mundo dos negócios,
não há decisões neutras,
é sim ou não, ou aceita
ou não aceita.
4º Pessoas respondem a
incentivos.
“Como as pessoas tomam
decisões comparando
custos e benefícios, seu
comportamento pode
mudar quando os custos ou
benefícios mudam” (MANKIW,
2001, p. 7).
Os incentivos
influenciam na mudança
de comportamento dos
agentes econômicos.
7. 7
Como as pessoas interagem?
5º O comércio pode ser
bom para todos.
“Você provavelmente já ouviu
na notícia de que os japoneses
são nossos concorrentes na
economia mundial. De certa
forma, isso é verdade, pois
as empresas americanas e
japonesas produzem muitos
dos mesmos bens” (MANKIW,
2001, p. 9).
Atualmente, o mercado
hoje é bom pra todos,
pois diversos países
competem uns com
os outros ao produzir
os mesmos bens,
distribuindo renda ao
invés de se concentrar
em apenas alguns
países.
6º Os mercados são
uma boa maneira para
organizar a atividade
econômica.
Mankiw (2001) afirma a
importância dos planejadores
econômicos para a
organização das atividades.
As estruturas de
mercado como
monopólio, oligopólio,
entre outras, são
formas de organizar as
atividades econômicas.
7º Os governos podem
melhorar os resultados
do mercado.
Mankiw (2001) afirma que
existem dois motivos para o
governo intervir na economia,
são eles: promover a eficiência
e promover a equidade.
A intervenção do governo
na economia para melhor
alocar os recursos
buscando a eficiência
econômica e a equidade,
embora nem sempre o
governo alcance.
Como a economia funciona?
8º O padrão de vida
de um país depende
de sua capacidade
de produzir produtos e
serviços.
Segundo Mankiw (2001), a
variação de renda influencia
na qualidade de vida da
população de um país.
Quando a renda de
uma país melhora, as
condições de vida da
população melhoram (ao
adquirir novos bens e
serviços).
9º Os preços sobem
quando o governo
emite moeda demais.
Segundo Mankiw (2001)
quando os preços sobem
demais, eleva-se os preços
gerais da economia.
A elevação geral dos
preços gerais da
economia é chamada de
inflação.
10º A sociedade
enfrenta um trade-off
de curto prazo entre
inflação e desemprego.
Segundo Mankiw (2001), a
curto prazo o emprego e a
inflação não afetam tanto a
economia.
A curto prazo ocorre um
aumento da quantidade
de moeda que tende a
aumentar a demanda e
elevar os preços.
Fonte: Elaborada pelos autores (2018).
8. 8
O trade-off é um termo bastante utilizado na economia e corresponde à
compensação de uma escolha por outra. E como as pessoas enfrentam trade-offs,
é como as pessoas se comportam em relação aos custos e benefícios sobre a
escolha de algo.
Quando agrupadas em sociedade, as pessoas enfrentam diferentes trade-offs. Em
economia, o clássico trade-off é o uso de recursos entre “armas e manteiga”. Isto
é uma analogia para saber quanto mais a sociedade gastar em defesa nacional
(armas) para proteger suas linhas costeiras, menos irá gastar com bens de
consumo (manteiga) para elevar o padrão de vida da sociedade. Portanto, há de se
reconhecer que existem trade-offs em diversos setores da vida.
Por exemplo, o investimento em ações financeiras, que é um risco assumido pelo
investidor, mas que ele não tem garantia sobre o retorno sobre o seu investimento.
O investidor arriscará, podendo alavancar o negócio ou perdendo dinheiro e ficando
sem investir.
Figura 1.2: Enfrentando trade-offs
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Quando você recebe uma proposta nova de emprego, primeiramente você deverá
comparar os custos e benefícios para aceitá-la. Por exemplo: o valor do salário; o
gasto com transporte, ou se a empresa oferecerá um vale-transporte; se a empresa
oferecerá planos de saúde e vale-alimentação. Escolher aceitar a proposta de
emprego influenciará o seu comportamento dentro da empresa. É preciso tomar
decisões que atendam à satisfação de suas necessidades.
Embora nem sempre as escolhas possam satisfazer a todas as necessidades,
é preciso escolher as que trazem mais benefícios e menores custos. Podem ser
oferecidos, por exemplo, incentivos salariais (tais como a participação nos lucros da
empresa, bônus por melhor desempenho, entre outras iniciativas).
9. 9
Assim também acontece com a economia. Os economistas, principalmente, ao
destacar as análises da microeconomia, presumem que as pessoas são racionais.
Uma pessoa racional faz o melhor para alcançar seus objetivos, sistematicamente e
objetivamente, conforme as oportunidades disponíveis.
As estudarmos economia, conheceremos empresas que vão decidir a quantidade
de bens que serão manufaturados e vendidos para maximizar seus lucros. Também
encontraremos indivíduos que decidem quanto tempo passam trabalhando e que
bens e serviços comprarão com a renda obtida para que possam conseguir um nível
de satisfação.
Um incentivo é algo que induz uma pessoa a agir, tal como uma perspectiva de
punição ou recompensa. Assim como as pessoas racionais tomam decisões
comparando custo e benefício, elas respondem a incentivos.
Os incentivos são cruciais para análise do mercado, por exemplo, o incentivo
de preço, que é um dos principais incentivos da economia. Quando o preço de
determinado produto sobe, as pessoas são incentivadas a reduzir o consumo de tal
produto, enquanto que as empresas são estimuladas a produzir mais deste produto.
O Brasil está inserido em uma economia de mercado, caracterizada
por ser descentralizada, não possuir a intervenção do Estado na
economia e ser de livre iniciativa. Para saber mais, leia “Brasil: a
economia do capitalismo selvagem”. Disponível em: http://www.
scielo.br/pdf/ln/n57/a02n57.pdf.
Saiba mais
Empresas e famílias tomam as decisões em uma economia de mercado. As
empresas decidem quem contratar para executar a mão de obra e o que, quanto,
como e para quem produzir. Já as famílias decidem em que empresa trabalhar e o
que vão comprar com os salários recebidos em troca de sua mão de obra.
As famílias e empresas interagem no mercado e são guiadas por suas decisões e
pelo mecanismo de preço. Embora em uma economia de mercado ninguém cuide
do bem-estar econômico de toda sociedade, os mercados livres são formados por
inúmeros compradores e vendedores que estão pensando no seu próprio bem-
estar.
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E o mercado funciona de acordo com o padrão de vida de um país, o qual depende
da sua capacidade de produzir bens ou serviços. É essa capacidade de produção e
oferta de bens e serviços que determinará o mercado de cada país.
Nesta unidade podemos compreender como se fundamenta a economia partindo de
como as pessoas fazem as suas escolhas, tomam as suas decisões e interagem no
mercado (e como ele funciona).
No tópico a seguir, abordaremos os problemas econômicos fundamentais.
Problemas econômicos fundamentais
Um dos principais problemas econômicos é a dúvida: sobre o que, quando e quanto
deve ser produzido pelas empresas. Devido à escassez existente, a sociedade
deverá sempre escolher a quantidade a produzir e quais os produtos devem ser
produzidos. Essas escolhas devem ser feitas de acordo com o tipo de organização
econômica de dada sociedade.
Por que existem problemas econômicos?
Reflita
Os problemas econômicos fundamentais, segundo Vasconcelos e Garcia (2012),
existem por causa da escassez dos recursos produtivos. E por isso, as pessoas
são obrigadas a fazer escolhas para decidirem o que, quanto, como e para quem
produzir.
São esses questionamentos que servem de objeto de estudo da economia e que
devem ser decididos para se organizar a economia de uma sociedade.
• O que produzir? Refere-se a quais bens a se produzir estarão relacionados
aos desejos e da capacidade dos consumidores de adquirir.
• Quanto produzir? Refere-se à quantidade a ser produzida de um bem para
atender às necessidades dos clientes.
• Como produzir? Relaciona-se à técnica empregada na produção, que tam-
bém se relaciona à disputa concorrencial.
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• E, para quem produzir? Relaciona-se aos recursos escassos alocados para
aqueles bens que são desejados e que os consumidores estão dispostos e
que apresentem disponibilidade de renda para adquirir.
Na figura a seguir, ilustramos essas questões que implicam na escolha da produção
que gera a economia de um país.
Figura 1.3: Problemas econômicos
Produzir
O que ?
Como?
Para quem? Quando?
Fonte: Elaborada pelos autores (2018).
A produção de bens e serviços funciona como o combustível que abastece um
veículo, ele só andará se tiver abastecido. E assim funciona a economia de um país,
é pela produção de bens e serviços que a economia se articula, gerando trabalho,
renda e emprego.
Mas nem sempre ela funciona perfeitamente, e são as imperfeições que surgem no
mercado que geram os problemas econômicos, a escassez dos recursos produtivos
que configuram a economia de um país, gerando a falta de matéria-prima,
desemprego, pobreza etc
De acordo com Rossetti (2002), os problemas econômicos não se restringem
apenas aos aspectos econômicos, eles se estendem aos aspectos políticos, sociais,
éticos, religiosos, entre outros. A ciência econômica é muito mais ampla e não deve
estar restrita apenas aos problemas econômicos.
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Assim, compreendemos a economia como uma ciência que apresenta
especificidades, mas que também é multidisciplinar. Destacamos como disciplinas
importantes para sua compreensão: política, história, filosofia, sociologia, ética,
psicologia, matemática e estatística. Um outro destaque para natureza da economia
é que, como as demais ciências sociais, ela não é exata.
Segundo Vasconcelos e Garcia (2012), os problemas econômicos são solucionados
através da organização da economia da sociedade em estruturas de mercado, as
quais dividem a economia em economia de mercado e economia planificada.
As estruturas de mercado são as formas de organização
econômica da sociedade, que dividem a nossa economia nos
sistemas capitalista e socialista.
Atenção
Para aprofundarmos mais nossos estudos na questão da escassez de recursos
e das alternativas que a sociedade dispõe para tentar resolver os problemas
econômicos fundamentais, estudaremos a seguir dois importantes conceitos: curva
de possibilidades de produção e custos de oportunidade.
Curva de possibilidade de produção
Segundo Vasconcelos e Garcia (2012), a curva de possibilidade de produção (CPP)
ou curva de transformação (como também é chamada) representa a fronteira
máxima que a economia pode produzir, dadas a escassez dos recursos produtivos
(que são limitados) e a tecnologia.
Devido à escassez de recursos disponíveis em certas sociedades, há um limite para
a capacidade produtiva da economia, que é quando ocorre o pleno emprego dos
recursos produtivos: todos os trabalhadores estão empregados, assim como os
demais fatores de produção. Nesse caso, não há capacidade ociosa, ou seja, não há
recursos sobrando e que poderiam ser utilizados para se produzir mais. Dada essa
limitação, a sociedade terá que fazer escolhas, ou seja, deve optar por uma ou outra
alternativa de produção.
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A CPP é uma representação gráfica da fronteira de produção que é expressa pela
limitação dos recursos e a necessidade humana de se fazer escolhas.
Imaginemos que em uma economia produz dois bens diferentes: celulares e
camisas. Na tabela a seguir, veremos o exemplo da demanda (consumo) dos
respectivos bens.
Tabela 1.2: Dados da curva de possibilidade de produção
Bens
Quantidade
Máxima de
celulares
Possibilidades
intermediárias
Quantidade
Máxima de
camisas
A B C D
Celulares
(Milhares)
130 100 40 0
Camisas
(Milhares)
0 35 55 60
Fone: Elaborado pelo autor (2017)
Os dados da Tabela 1.2 foram transformados e representados na curva de
possibilidade de produção ilustrada no gráfico a seguir:
Gráfico 1.1: Curva de possibilidade de produção
60
Camisas
(milhões)
Celulares
(milhões)
55
35
40
0 100
A
B
C
D
130
Fonte: Grinko (2017, p. 24).
No Gráfico 1.1, pode-se observar que na medida em que passamos de um ponto ao
outro, por exemplo, de A para B, B para C e C para D, as empresas transformaram
celulares em camisas. Dessa forma, a economia deixa de produzir celulares para
produzir camisas.
14. 14
Isso ocorre devido às flutuações do mercado, na medida em que um bem deixa
de satisfazer às necessidades dos consumidores em determinado momento, ele é
substituído por outro.
De acordo com Vasconcelos e Garcia (2012), os pontos localizados fora da fronteira
(ou da curva) não poderão ser atingidos com os recursos de produção disponíveis.
Já os pontos que ficam localizados dentro da fronteira mostram que a economia
não está empregando todos os recursos de forma plena.
Além da curva de transformação, outro conceito importante que podemos utilizar
para analisar as alternativas de produção é o custo de oportunidade que veremos a
seguir.
Custo de oportunidade
O custo de oportunidade, segundo Vasconcelos e Garcia (2012), é o valor
econômico da escolha da melhor alternativa para se produzir um bem ou serviço.
A oportunidade ou custo de oportunidade é o que ocorre quando se deixa
de produzir um bem para que outro seja produzido em seu lugar. O custo de
oportunidade também pode ser chamado de custo alternativo, por ser o custo da
alternativa ao que produzir.
No exemplo do consumo dos bens “celulares” e “camisas” (citados anteriormente),
o custo de oportunidade ocorre quando se faz a escolha de produzir um bem
(celular) em vez de produzir a camisa. Tal escolha é feita devido aos recursos
limitados.
Por exemplo, quando a empresa decide produzir 130 celulares em vez de produzir
camisas; opta por produzir 100 celulares e deixa de produzir 35 camisas; opta por
produzir 40 celulares e não 55 camisas; ou quando deixa de produzir celulares para
produzir 60 camisas.
No caso dos exemplos citados, o custo de oportunidade é aquele que implica em
deixar de produzir um bem para produzir outro. E isso depende de diversos fatores,
como recursos financeiros para aquisição de matérias-primas, disponibilidade
de mão de obra adequada, espaço físico, entre outros, que são essenciais para
produção de um bem ou serviço.
As empresas preferem produzir um bem e deixam de produzir outros, devido à
redução de custos com a sua fabricação. E quando optam por produzir várias
15. 15
unidades de um mesmo produto de forma padronizada tendem a economizar
recursos, evitando desperdícios de materiais e tempo.
A busca pela eficiência das atividades organizacionais faz com que cada vez
mais nós façamos escolhas do que melhor produzir e produzir da melhor forma,
para evitar desperdícios de matérias-primas e tempo de produção, gastos com
pessoal e com manutenção de máquinas e equipamentos. E para isso, mais e mais
precisamos analisar as escolhas pelo custo de oportunidade.
Figura 1.4: Custo de oportunidade
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
O conceito de custo de oportunidade é primordial para todas as decisões
econômicas e, por que não dizer, para todas as decisões que tomamos na vida?
Para priorizar uma escolha, é importante lembrarmos que sempre precisamos
sacrificar outra.
Nesta unidade, podemos compreender sobre os conceitos iniciais de economia,
a sua fundamentação enquanto ciência econômica e os problemas econômicos
fundamentais. Aprendemos também um pouco sobre a curva de possibilidade de
produção e o custo de oportunidade, como instrumentos importantes para avaliar
as escolhas do que produzir.
Esperamos que você possa ter compreendido a importância da economia enquanto
uma ciência social que estuda como o homem interagem com a sociedade. E além
disso, como a economia nos faz pensar enquanto indivíduos que vivemos em uma
sociedade de recursos limitados, enquanto nossas necessidades são ilimitadas. E
até onde é possível produzir para atender essas necessidades.
16. 16
Referências
ANDRADE, R. de C. Brasil: a economia do capitalismo selvagem. Rev. Lua Nova on
line, n. 57, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ln/n57/a02n57.pdf>.
Acesso em: 10 jan. 2018.
GRINKO, M. Economia. Canoas: Unisalle, 2017.
MANKIW, G. Introdução à economia. São Paulo: Elsevier, 2001.
ROSSETTI, J. P. Introdução a economia. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
VASCONCELOS, M. A. S. de; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.