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Ministério do Ensino Superior
Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla
Departamento de Letras Modernas
Repartição de Ensino e Investigação do Português
Tema: Resgate dos Valores Morais e Cívicos na Aula de Português.
Proposta de Actividades
Por: Ana Paula Ndenhanuma
Orientador: Lisender Cabral
(Professor Associado)
Agradecimentos
Aos professores do primeiro ao último ano do Isced Lubango
DEDICATORIA
Dedico este trabalho a::::::::::
A todos aqueles que direta ou indiretamente deram o seu contributo para que este trabalho
fosse possível…
RESUMO
A educação é um processo que visa preparar o individuo para as exigências da
vida. O sistema de educação tende a formação harmoniosa e integral do
homem. A educação em formação de valores começa a ser desenhada e
vivenciada como processo social que se desenvolve, na vida familiar, na escola
, na convivência humana , no trabalho e em outras esferas da vida social. Este
trabalho intitulado “Atividades Didáticas para o Resgate dos Valores Morais e
Cívicos na Aula de Português nos alunos da 7ª Classe” e de acordo com o
desenho teórico, o problema a expor-se foi o seguinte: A (re) formulação de
determinadas atividades didáticas na aula de português pode contribuir para
resgatar os valores morais e cívicos na nossa sociedade? Formulou-se como
objetivo da investigação contribuir com atividades didáticas que concorram
para o resgate dos valores morais e cívicos nos alunos da 7ª classe da Escola
11 de Novembro do Lubango, província da Huíla em vista a construirmos uma
sociedade mais equilibrada. E definidos como objetivos específicos:
diagnosticar o grau do conhecimento que tem os professores sobre atividades
didáticas e sua importância no processo de ensino e aprendizagem. Os
métodos utilizados foram entre outros esta focado no método histórico-logico
no estabelecimento das tendências do papel da escola na formação de valores.
Método de análise – Síntese na caracterização dos valores e a sua influência
na formação da personalidade, assim como na caracterização do processo de
ensino e aprendizagem. Como resultados conclui-se que, a importância dos
valores éticos e morais no processo de ensino e aprendizagem, que mostrou
que não se pode desenvolver a dinâmica do processo- docente educativo sem
ter em conta a formação de valores. A escola tem um papel determinante nesta
formação mas, o seu êxito depende da integração da escola e da comunidade.
LISTA DE TABELAS
Índice
INTRODUÇÃO
Angola é um país que tem apresentado uma intensidade de crescimento a
diferentes níveis, tais como económico, social, científico e cultural. Urge, deste
modo, a necessidade de prestar maior atenção à determinados sectores
fundamentais para assegurar o crescimento e consequentemente alcançar o
desenvolvimento.
Nesta óptica, o Executivo Angolano tem implementado vàrias políticas com
vista à dinamização do sector educativo, pois, é neste sector que assentam as
ferramentas essenciais para o futuro próspero de uma nação.
A educação é um processo que é visto e analisado sob várias perspectivas.
Ainda assim é necessário intervir num sector que, a priori, potencie as crianças
e os jovens com hábitos positivos, incutindo-lhes valores tais como o
patriotismo, o espírito de unidade nacional, o amor ao próximo, respeito pela
diferença, cuidados com a higiene e com a saúde, respeito pelo ambiente e
pelas diversidades culturais que o país apresenta.
Os atributos acima mencionados fazem parte da Educação Cívica. Sabendo
que a Educação Cívica é uma expressão que designa os processos educativos
preocupados com o desenvolvimento do espírito crítico, apreço pelos valores
democráticos e desenvolvimento das competências e atitudes de participação
na comunidade, quando bem incutidas na mente das crianças e adolescentes,
os conhecimentos técnicos e científicos triunfarão no seio delas. Necessário se
torna fazer uma fusão entre estes elementos para que o homem nas suas
acções e decisões procure construir um mundo cada vez melhor para se viver.
Neste contexto a língua portuguesa desempenha um papel preponderante
como veículo da educação cívica dos alunos pelo facto de a mesma gozar de
um estatuto privilegiado, mediante o qual chama a si quatro funções
importantes acometidas, a de língua oficial, a de língua veicular, a de língua de
discurso pedagógico e de a disciplina curricular. Como disciplina curricular, o
português, para alunos que o falam quer como língua materna quer como
língua segunda, é o veículo de todos os conhecimentos que a escola
proporciona daí a posição muito saliente que ocupa no âmbito das disciplinas
escolares: fala-se e lê-se português ao discutir sobre Matemática ou
Estatística, sobre História ou Geografia e mesmo no ensino das línguas
estrangeiras. Tudo reconduz ao português a todo o momento da vida escolar1.
O ensino do português é uma espécie de ensino permanente, instalada na
forma de todas as disciplinas, onde provém a impressão do mestre que ele não
para nem termina nunca de ensinar o português, de que as aulas de pronúncia,
de vocabulário, ou de redação se renovam sempre que convém compreender
uma palavra de terminologia das ciências, ou redigir a solução de um problema
de Estatística. Pelo seu carácter de suporte, o português se distingue uma vez
mais das outras matérias de ensino, impõe a construção de exercícios de
aprendizado da língua, sobretudo de temas culturais, o que é apaixonante, e
ter pela frente essa nova tarefa.
Assim sendo o português como disciplina-mãe da escolaridade primária à
superior, pode contribuir para a consciencialização nos alunos da necessidade
de promover a aquisição de princípios e valores cívicos, como elementos
fundamentais para a formação de cidadão responsável, crítico, ativo e
interveniente através do diálogo, discussão e reflexão da atualidade e das
experiências e preocupações da comunidade e da sociedade em geral.
DA MORAL E DO CIVISMO EM ANGOLA
O que são valores? Qual é a importância da formação de valores morais e
cívico num cidadão?
Para Marteneli (1999) os valores são qualidades ou aspectos que ocupam a
parte central da personalidade humana. Os valores são determinantes no
comportamento humano tanto para a sua conduta pública quanto para a sua
conduta particular. A moral e a cívica sempre foram uma preocupação do povo
angolano. Com efeito, a nossa história pode ser compreendida como uma re-
abordagem contínua dos nossos ideais morais e cívicos, enquanto seres
sociais. A luta pela autoformação enquanto povo, a independência, a luta pela
paz, democracia e desenvolvimento do homem angolano, podem ser citados
como exemplos históricos do exercício de realização de ideais morais e cívicos.
No entanto, a nossa própria história também é mostra do quanto a moral e a
cívica nem sempre gozaram do lugar que nós todos desejávamos que elas
tivessem. Dum lado, pela dialéctica própria da existência humana, onde a
negação contínua e a superação constante são uma realidade, doutro lado pela
idealidade própria aos princípios cívicos e morais que podem ser
compreendidos como sendo da dimensão da Ideia.
Elas não são factos ou realidades adquiridas, mas sim ideais a alcançar.
Finalmente, e ligados aos argumentos precedentes, a moral e a cívica nem
sempre foram realizadas pelo facto da própria contingência humana. Somos
seres contingentes, e por isso finitos e imperfeitos. Assim, nós erramos. O
nosso conflito armado, e as suas consequências, são prova da nossa
imperfeição no exercício da cívica e da moral. Portanto, quando falamos da
educação na recuperação dos valores morais e cívicos, estamos a falar duma
realidade que nos toca enquanto angolanos aqui e agora.
Em Angola, proponho que situemos o resgate de valores cívicos e morais
dentro da grande dinâmica de reconstrução nacional. A reconstrução nacional,
na minha despectiva, é a reconstrução da razão em nós. Neste sentido, razão
não é apenas discursiva ou teórica. Ela é também, como nos lembra Kant, uma
razão prática, ou seja, a razão não é apenas pensamento; ela é também
comportamento. Isto que dizer que apesar de sermos racionais, moralmente
nós devemos querer ser racionais e comportamo-nos de maneira aceitável.
Como consequência, a nossa razão prática é também ativa, no sentido de
agirmos civicamente de acordo com os princípios morais aceites pela nossa
sociedade. Não devemos apenas querer ser razoável, mas também agir de
maneira razoável, ou seja trabalhar para que os angolanos ajam de maneira
cada vez mais razoável.
Muito tem sido realizado pelo executivo e os seus parceiros sociais no sentido
do resgate dos valores morais e cívicos. O curriculum educativo, no seu todo
revela implicitamente, e no seu sentido lato, um esforço de recuperação dos
valores morais e cívicos. No entanto, esse esforço também se manifesta
explicitamente e no sentido restrito pelas disciplinas como a geografia, história,
organização do estado, línguas, e mais claramente com a introdução da
disciplina de Educação Moral e Cívica.
A disciplina de educação moral e cívica constitui um espaço de transmissão de
valores que concorrem para uma realização do homem angolano enquanto
indivíduo e enquanto social. Um aspeto importante da educação moral e cívica
é mesmo a sua utilidade enquanto espaço de instrução sobre os assuntos, da
sociedade e do estado. Com efeito a nossa população mais jovem, e não só,
pode ser algumas vezes constituída de diríamos ignorantes cívicos. Ou seja
indivíduos que têm pouca informação, e compreendem muito menos, sobre os
conteúdos da sociedade, dos direitos e deveres, da economia, da cultura e
política; indivíduos alheios a realidade social e física envolvente.
A introdução da disciplina de Educação Moral e cívica, como disciplina
autónoma, no sistema da reforma educativa, é um dos exemplos mais notáveis,
embora, em princípio, todas as disciplinas contribuem para educação moral e
cívica, sobretudo disciplinas como história, geografia, línguas.
DESAFIOS
Apesar do trabalho educativo que tem sido feito por todos nós, os desafios são
vários. Porém, podemos levantar alguns desses: Assumir e articular da melhor
maneira possível, Implementação da Reforma Educativa, O desafio da
assunção da transversalidade e interdisciplinaridade da Educação moral e
cívica, o desafio da Família angolana, O desafio do Engajamento comunitário e
Associativismo e ao desafio da Responsabilidade social da Igreja.
Assumir e articular da melhor maneira possível
É de acordo com o nosso contexto, aquilo que afirmaria ser a dialéctica da
educação cívica e moral. Com efeito, embora a escola seja um dos contextos
institucionais principais para aquisição e resgate dos valores morais e cívicos,
esses aprendem-se mais em exercício, ou seja na prática. Neste sentido, os
princípios valorativos são lançados pela escola, mas são vividos e vivenciados
na sociedade em geral que se organiza politicamente.
Implementação da Reforma Educativa
A concepção e implementação da reforma educativa é um reconhecimento do
executivo de que a educação, enquanto transmissora e recuperadora de
valores, deve ser susceptível de reconsideração e melhoramento. Os contextos
sociais mudam e a apresentação dos valores pode exigir novas estratégias,
metodologias. Temos todos de estar unidos para o sucesso da reforma
educativa em Angola.
O desafio da assunção da transversalidade e interdisciplinaridade da
Educação moral e cívica
Na verdade, a manifestação curricular (como disciplina) da educação moral e
cívica implica o envolvimento de varais ciências sociais e não só. Com efeito,
também as ciências ditas humanas (ou sociais) têm sempre um contributo para
uma melhor compreensão da realização do homem enquanto cidadão na
sociedade politicamente organizada. Para além disso, as ciências naturais
também convergem para um melhor entendimento do ambiente natural no qual
o homem exerce a sua cidadania consciente, porque moral e civicamente
educado. Assim, a articulação do cidadão angolano da relação entre o meio
ambiente (questões ecológicas) e a Sociedade (questões de desenvolvimento)
é deveras importante.
O desafio da Família angolana
A família, como núcleo da sociedade, é o espaço primeiro do processo
educativo. Ela é a primeira escola de valores. É na família que nós começamos
a despertar aos valores morais e mesmo cívicos. Com efeito, tem sido quase
unânime a afirmação da crise da família moderna, e a crise da família angolana
em especial. Neste sentido, a crise da família tem implicações na maneira
como a recuperação educativa dos valores pode ser processada. Assim, é
importante pensarmos, a nosso nível quais os mecanismos de recuperação dos
valores num contexto de afirmação da crise da família. Parece-me que o
caminho é, mais uma vez, dialéctico no sentido de reforço mútuo. Com efeito,
na medida em que a família assumir devidamente o seu papel, melhor
recuperaremos os valores cívicos e morais. Por outro lado, quanto melhor for
essa recuperação dos valores morais e cívicos, melhores famílias terão no
cumprimento das suas funções como escola de valores.
O desafio do Engajamento comunitário e Associativismo
A educação cívica tem uma dimensão comunitária. O voluntariado e
participação dos cidadãos em projetos comunitários são essenciais. O
engajamento com a comunidade é crucial. Embora não estejamos mal,
podemos continuar a melhorar a desejada participação civil e moral dos nossos
concidadãos. Na mesma esteira, o associativismo apresenta-se como um
mecanismo de transmissão e recuperação do sentido da moral e cívica. Já
Tocqueville via no associativismo o trunfo da democracia americana. Nós
diríamos que associativismo é a peça chave na transmissão e recuperação do
sentir moral e cívico.
O desafio da Responsabilidade social da Igreja
Sem dúvida que a Igreja em Angola tem sido uma das instituições mais
interessadas na recuperação e resgate dos valores cívicos. Constatamos esse
interesse e empenho nas celebrações, pregações, na criação de cursos de
educação moral e cívica, etc. No entanto, reconhece-se que a crise também
pode afetar as igrejas e urge criamos mecanismos de recuperação dos nossos
valores religiosos fundacionais.
Antecedentes do tema
O tema em questão precisa ser discutido no sentido de que se fomentem
debates a esse respeito e se encontre caminhos pelos quais se consiga atrair
as crianças e os adolescentes, em fim, o aluno (a), ver resgatados seus valores
em alguns casos, e em outros ensinando novos valores.
Diante da sociedade atual, faz-se necessário uma metodologia de ensino que
haja de maneira preventiva, na educação de valores éticos e morais, na
formação consciente do indivíduo que reflete ética e moralmente diante de
situações conflituantes, que exijam dele uma gama de princípios e valores que
norteiem suas decisões.
A preocupação com os valores é tão antiga como a humanidade, só a partir do
século XIX surge como disciplina escolar. Axiologia ou teoria dos valores,
ocupa-se das relações que se estabelecem entre as coisas, seres vivos ou
mesmo ideais e a pessoa que as aprecia.
Valores morais, éticos, são tão antigos como a própria história da humanidade.
A luta entre o bem e o mal está presente no imaginário popular como tema em
todas as culturas e civilizações.
Quais os valores mutáveis e quais os permanentes o caminho é longo para que
os valores se consolidem já que, “não existe vento favorável para quem não
sabe aonde vai” afirma Plinio, o jovem filósofo citado por (Cotrim, 2010).
Para Martinelli(1999), os valores são qualidades ou aspectos que ocupam a
parte central da personalidade humana. Os valores são determinantes do
comportamento do ser humano, tanto da sua conduta publica como da sua
conduta particular. Ou seja valores são qualidades abstratas em seu enunciado
(verdade por exemplo), independentemente do sujeito (a verdade última está
fora do ser humano, em Deus) e de carácter absoluto (existe verdade suprema,
absoluta).
No caso de Angola, o currículo escolar, realmente, ficou e está desfasado se
compararmos o que ensinamos com o que os parâmetros curriculares
nacionais, produzidos nos anos 90, requerem dos professores e alunos maior
esforço e dedicação. No entanto a razão de ser a escola, a de educar os
alunos informal e formalmente, não é uma tarefa descartada pela sociedade,
apesar da influência da mídia eletrônica na formação cognitiva e de valores dos
alunos. Também não perdeu tanto espaço assim para a sociedade informática
(Ndala, 2011).
Em Angola, desde o limiar da sua independência nacional, proclamada perante
a África e o Mundo a 11 de Novembro de 1975, pelo primeiro presidente da
República Popular de Angola Dr. António Agostinho Neto até hoje, a formação
de valores nos cidadãos tem sido uma preocupação constante dos mais altos
magistrados da Nação. Por exemplo, numa das entrevista em Luanda dizia:
“Não se transforma a consciência de um homem de um momento para o outro.
É necessário explicar, é necessário transformar a base material. É preciso que
nós sejamos completamente convencidos com todos os instrumentos nas mãos
para pudermos fazer esta transformação lenta da consciência do povo e do
nosso país. Nós vamos também encarar, do ponto de vista estratégico, este
problema de resistência para dizer que é necessário estudar, é necessário
ensinar, é necessário que cada um supere do ponto de vista cultural e técnico,
para puder exercer funções cada vez mais elevadas, com mais eficiência
dentro do país. Vamos no plano da Cultura, elevar a nossa concepção de
cultura angolana para que a Nação, para que todo o nosso povo seja cada vez
mais angolano, para que as características nacionais possam ser dominantes
em nossa terra” (Neto, 1978).
Formulação do Problema
Problema cientifico de acordo com o desenho teórico a pergunta a expor-se é
a seguinte: a (re)formulação de determinadas atividades didáticas na aula de
português pode contribuir para resgatar os valores morais e cívicos nos alunos
da 7ª classe da escola 11 de Novembro do Lubango?
Formulação do objetivo de investigação
Concordamos Rubem Alves (1994:56), ao assinalar que “há um tipo de
educação que tem por objetivo produzir conhecimentos para transformar o
mundo, interferir no mundo, que é a educação científica e técnica. Mas há uma
educação – e é a isso que chamamos realmente educação – cujo objetivo não
é fazer nenhuma transformação no mundo, é transformar as pessoas”.
Este estudo tem como objetivo contribuir com atividades didáticas que
concorram para o resgate dos valores morais e cívicos nos alunos da 7ª classe
da Escola 11 de Novembro do Lubango, província da Huíla em vista a
construirmos uma sociedade mais equilibrada.
Formulação do objetivo geral da investigação: O grau de conhecimento dos
professores sobre atividades didáticas para a formação de valores dos alunos
da 7ª Classe da escola 11 de Novembro do Lubango.
Objetivos Específicos
 Diagnosticar o grau de conhecimento que tem os professores
sobre atividades didáticas e sua importância para o processo de
ensino e aprendizagem.
 Aprofundar o estudo sobre os mecanismos utilizados na escola na
formação de valores.
Campo de ação da investigação: A formação de valores dos alunos da 7ª
classe da escola 11 de Novembro do Lubango.
Ideia a defender: Atividades Didáticas para o Resgate dos Valores Morais e
Cívicos na Aula de Português nos alunos da 7ª classe da escola 11 de
Novembro do Lubango para melhorar o processo de ensino e aprendizagem.
Tipo de investigação
Segundo a finalidade utilizou-se a investigação aplicada; segundo a
profundidade ou objetivo , a descritiva; segundo o caracter da medida, a
qualitativa.
Enfoques ou Paradigmas
Aplicaram-se os enfoques ou paradigmas qualitativo, ao realizar a aplicação e
a interpretação dos resultados da investigação; assim também se aplicará o
enfoque critico – social ou dialéctico, com uma investigação de caracter
participativo, ao realizar a mesma com os alunos e professores da 7ª classe da
Escola 11 de Novembro do Lubango.
Determinação da Amostra
A amostra foi constituída por 30% dos alunos e 10 professores da referida
escola. Para determinar a amostra foi utilizado o critério de Lakatos e Marconi
(2006) onde o pesquisador seleciona aqueles elementos que segundo o seu
entender são susceptiveis de obter contributos válidos a pesquisa.
Tarefas de investigação ou objetivos específicos
 Realizar a busca bibliográfica que permita saber qual o papel que as
sequencias didáticas tem na formação de valores;
 Elaborar inquéritos por questionários para os professores e alunos,
 Inquirir aos professores e alunos;
 Diagnosticar como as sequencias didáticas afetam a formação de
valores aos alunos e como repercutem no processo de ensino –
aprendizagem.
Determinação dos métodos, técnicas e procedimentos a empregar
Entre os métodos teóricos destacam-se os seguintes:
 Método de análise – síntese na caraterização dos valores e a sua
influência na formação da personalidade, assim como na caracterização
do processo de ensino – aprendizagem.
 Método de análise documental na obtenção de informações
pertinentes
Dentre as técnicas empíricas destacaram-se as seguintes: Inquérito
e observação
Inquérito aos professores com o objetivo de diagnosticar o grau de
conhecimento que tem sobre sequencias didáticas e sua importância
para o processo de ensino – aprendizagem.
Observação de atividade aos alunos e professores, com o propósito de
obtenção de informações pertinentes sobre atividades didáticas para a
formação de valores e sua repercussão no processo de ensino.
Noções Básicas
Os termos que abaixo apresentamos são os que na nossa opinião facilitarão o
desenvolvimento da pesquisa, sendo certo que sempre que nos referirmos a
eles será nestes limites.
Princípio é a regra que, baseada num juízo de valor, regula o comportamento
ou as atitudes de alguém ≈ critério, modelo, norma, preceito. É a ideia
orientadora e subordinante à regra fundamental da conduta humana. DACL,
pág. 2962.
Valores são qualidades físicas, intelectuais ou morais que tornam uma pessoa
digna de grande apreço. Fundamentos morais que orientam a ação humana
DACL, pág. 29623699-3700. São definidos como normas, princípios, padrões
socialmente aceites. São-nos incutidos desde cedo, frutos do meio social e,
quando chancelados pela conduta humana considerados eticamente
adequados. Somos orientados a aceitá-los, evitar questioná-los. E acabamos
cercados da possibilidade de exercer nossa criatividade, nossa imaginação,
nosso livre arbítrio2.
Outra interessante intepretação é de Acosta (1998:18), que define os valores
humanos como:
“Ideais que atuam o modo de causas atuais, isto é, são,
por um lado, o motor que põem em marcha a nossa
ação e por outro a meta que queremos alcançar, uma
vez postos os meios adequados. Portanto os valores
são finalidades e não meios e, por isso, estimados por
si mesmos e não com vista a uma outra coisa.”
.
Normas norma é o cumprimento das regras de acordo com seus valores.
Aquilo que se estabelece como regra de comportamento ou de procedimento.
DACL, pág.
Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e é definida como um
conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos
outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem estar
social, ou seja, a Ética é a forma como o homem deve se comportar no seu
meio social Mootta (1984:15).
Moral tem sua origem do latim, que vem de “mores”, significando costumes.
Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em
sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo
cotidiano.
Atitude é uma disposição básica do indivíduo para agir num determinado
sentido. É uma combinação de conceitos, informação e emoção que dão lugar
a uma predisposição para responder (des)favoravelmente a pessoas, ideais ou
objetos. As atitudes são determinantes nos comportamentos do indivíduo. A
atitude é uma posição que revela uma maneira de estar com os outros e de se
posicionar perante as outras pessoas.
Civismo designa os processos que visam dar ao indivíduo o conhecimento dos
deveres e direitos de cidadania. Compreende não só o conhecimento das
instituições políticas do país, mas também o conhecimento das relações de
cortesia e bons costumes. Pode ser entendida também como uma forma de
proporcionar competências para o exercício da cidadania, nomeadamente a
participação em processos deliberativos e ações conducentes à transformação
da comunidade.
Resgate refere-se ao salvamento de pessoa ou bem sobre qualquer tipo de
ameaça.
Educação termo que designa o processo de desenvolvimento e realização do
potencial intelectual, físico, estético e afetivo existente em cada criança.
Também designa o processo de transmissão da herança cultural às novas
gerações, Marques (2000. 36).
DESENVOLVIMENTO DA MORALIDADE SEGUNDO JEAN PIAGET
Na teoria conhecida como Psicologia Genética do psicólogo suíço Jean Piaget,
a inteligência não é inata, entretanto a gênese da razão, da afetividade e da
moral é feita progressivamente através de estágios sucessivos, onde a criança
organiza o pensamento e o julgamento. O saber é construído e não imposto de
fora.
Nessa perspectiva, o desenvolvimento moral é concomitante ao
desenvolvimento lógico, com aspectos paralelos de um mesmo processo geral
de adaptação. Piaget escreveu o texto “Os procedimentos de Educação Moral”
em 1930, em que apresenta os resultados de suas pesquisas acerca da
construção da moralidade. Nesse texto, o autor defende a necessidade de se
educar moralmente e discorre sobre a importância do papel das relações
sociais (interação) nessa educação. Piaget diz que tanto as relações de coação
como as de cooperação são importantes.
Num primeiro momento, a coação se faz necessária para que a criança
conheça as regras e tenha noções sobre o bem e o mal, o certo e o errado.
Estudando a construção da moralidade infantil, descobriu que o
desenvolvimento das crianças mostra duas tendências basicamente opostas de
moral: “ a moral do dever ”, ou heteronomia, onde uma criança segue as regras
fixadas pelas autoridades que a rodeiam (pais, irmãos mais velhos, etc) e as
obedece por temor à perda de afeto ou ao castigo; é uma moral fruto de um
tipo de relação social em que predomina o respeito unilateral e que Piaget
chamou de coação; e a “moral do bem”, ou autonomia, resultado da formação
na qual a criança pode se ver cada vez mais livre de autoridades e capaz de
construir normas entre iguais. É necessário e inevitável que a criança passe
pela fase da heteronomia, de obediência à autoridade, para que, depois, o
espírito de cooperação possa ser construído, através do respeito mútuo e da
reciprocidade. O objetivo da educação moral, portanto, é a de auxiliar a criança
em construir sua autonomia. A educação moral, para Piaget, não constitui uma
matéria especial de ensino, mas um aspecto particular da totalidade do
sistema, dessa maneira, as crianças e os jovens não devem ter “aulas” de
educação moral, mas vivenciar a moralidade em todos os aspetos e ambientes
presentes na escola. Nesse sentido, os trabalhos em grupo são uma atividade
facilitadora para a construção da autonomia, pois as crianças, ao trabalharem
juntas, podem trocar pontos de vista, discutir, ganhar em algumas idéias e
perder em outras, enfim, podem exercer a democracia. Do ponto de vista de
Piaget, educar moralmente, é proporcionar à criança situações onde ela possa
vivenciar a cooperação, a reciprocidade e o respeito mútuo e assim, construir
a sua moralidade.
DESENVOLVIMENTO MORAL SEGUNDO LAWRENCE KOHLBERG
Lawrence Kohlberg dominou os estudos sobre desenvolvimento moral nas
últimos tempos. Estudou a moralidade do ponto de vista cognitivista, assim
como Piaget. Esse autor iniciou publicamente seus trabalhos sobre julgamento
moral com sua defesa de tese de doutorado em 1958, na Universidade de
Chicago, intitulada "O desenvolvimento dos modos de pensamento e opção
moral entre dez e dezesseis anos", tendo alguns anos depois se fixado na
Universidade de Harvard, até sua morte em 1987, aos 59 anos de idade. Criou
a teoria dos estágios morais, pois acreditava que o nível mais alto da
moralidade exige estruturas lógicas novas e mais complexas do que as
apresentadas por Piaget. Assim, segundo o autor, existem três níveis de
moralidade.
O primeiro chamou de nível pré-convencional que se caracteriza pela
moralidade heterónoma, onde “as regras morais derivam da autoridade, são
aceitas de forma incondicional e a criança obedece a fim de evitar castigo ou
para merecer recompensa“ (Aranha e Martins, 2003, p.311). O indivíduo deste
estágio, define a justiça em função de diferenças de poder e status, sendo
incapaz de diferenciar despectivas nos dilemas morais. Há neste nível um
segundo estágio, o qual Kohlberg, chamou de moralidade de intercâmbio, pois
inicia-se o processo de descentração, possibilitando ao indivíduo perceber que
outras pessoas também têm seus próprios interesses, porém a moral ainda
permanece individualista, fazendo com que estabeleça trocas e acordos. O
segundo nível, foi chamado de nível convencional, o qual valoriza-se o
reconhecimento do outro e inclui dois estágios: o da moralidade da normativa
interpessoal e o da moralidade do sistema social. No primeiro começa-se a
seguir as regras para assim garantir um bom desempenho do papel de "bom
menino" e de "boa menina", percebe-se uma preocupação com as outras
pessoas e seus sentimentos. pá no segundo estágio, o indivíduo "adota a
perspetiva de um membro da sociedade baseada em uma concepção do
sistema social como um conjunto consistente de códigos e procedimentos que
se aplicam imparcialmente a todos os seus membros" (Diáz-Aguado e
Medrano, 1999, p. 31).
O terceiro nível foi chamado de nível pós-convencional, considerado por
Kohlberg, como o mais alto da moralidade, pois o indivíduo começa a perceber
os conflitos entre as regras e o sistema, o qual foi dividido entre o estágio da
moralidade dos direitos humanos e o estágio dos princípios éticos universais.
Neste nível, os comportamentos morais passam a ser regulados por
princípios,"os valores independem dos grupos ou das pessoas que os
sustentam, porque são princípios universais de justiça: igualdade dos direitos
humanos, respeito à dignidade das pessoas, reconhecimento de que elas são
fins em si e precisam ser tratadas como tal. Não se trata de recusar leis ou
contratos, mas de reconhecer que eles são válidos porque se apoiam em
princípios" (Aranha e Martins, 2003, p. 312).
Os alunos podem entender um nível mais alto de julgamento moral desde que
alguém os explique. Todo indivíduo é potencialmente capaz de transcender os
valores da cultura em que ele foi socializado, ao invés de incorporá-las
passivamente. Este é o ponto central na teoria de Kohlberg e que representa a
possibilidade de um terreno comum com teorias sociológicas cujo objetivo é a
transformação da sociedade. O pensamento pós convencional, enfatizando a
democracia e os princípios individuais de consciência, parece essencial à
formação da cidadania.
CONSIDERAÇÕES DE OUTROS AUTORES
É importante citar o trabalho do professor Josep Maria Puig, catedrático em
Teoria da Educação pela Universidade de Barcelona e coordenador do Grupo
de Pesquisa em Educação Moral (Grem), pois é reconhecido como um dos
maiores especialistas em educação moral na Espanha. Este autor entende a
educação moral como construção da personalidade moral; o que introduz um
novo conceito às idéias de Piaget que considera a educação moral como
desenvolvimento.
Segundo Puig, a educação moral pressupõe uma tarefa construtiva e deve
levar em consideração as diferenças e os valores culturais de todos os grupos
sociais. É necessário, ainda, atentar para alguns elementos presentes na
moralidade, como por exemplo, as emoções e os sentimentos. Para esse autor,
a educação moral como desenvolvimento entende que o domínio progressivo
de formas de pensamento moral é um valor desejável em si mesmo e, sem
dúvida nenhuma, o seu principal objetivo.
No entanto, vale destacar sua capacidade de fundamentar uma ideia de
autonomia baseada na reflexão, e não na escolha, assim como sua eficácia
para fundamentar a educação moral além das crenças concretas. A educação
moral como desenvolvimento, defendida por Piaget, não esclarece muito
quando se trata de considerar problemas morais contextualizados e concretos;
não consegue localizar corretamente as aquisições morais das gerações
anteriores que parece lógico conservar e transmitir; tem dificuldade para
acomodar elementos da personalidade moral tais como os sentimentos e as
emoções ou, ainda, a necessidade de explicar a própria conduta moral . É com
base nessas críticas que Puig propõe certas reformulações à teoria piagetiana
da construção da autonomia, inserindo a idéia de construção da personalidade
moral, o que, obviamente, inclui, também, a autonomia.
Primeiramente, essa construção propõe a adaptação dos indivíduos à
sociedade e à si mesmos, ou seja, a aquisição de normas básicas de
convivência e o reconhecimento de seus próprios pontos de vista. À esse
primeiro passo para a construção da personalidade moral, Puig dá o nome de
clarificação de valores. São propostos exercícios para auxiliar esse auto-
conhecimento, que têm como objetivo: iluminar melhor o horizonte valorativo do
sujeito, ou conduzir processos de valoração que provoquem a assimilação de
novos valores. Os procedimentos metodológicos incluem: perguntas
clarificadoras, frases inacabadas, dinâmicas e exercícios expressivos como
folhas de pensamento, folhas de revisão, jogos de entrevista, jogos de seleção
e trabalhos com fotografias. O segundo momento da construção da
personalidade moral consiste em adquirir elementos culturais e de valor que se
constituem como horizontes normativos desejáveis, tais como a justiça, a
igualdade, a liberdade e a solidariedade. É necessário, ainda, formular
capacidades pessoais de julgamento, compreensão e auto-regulação, o que
permitirá o enfrentamento autônomo do indivíduo com os inevitáveis conflitos
de valores. Nesse sentido, Puig propõe, como procedimentos metodológicos,
uma série de recursos, tais como: discussão de dilemas morais (baseados nos
procedimentos de investigação de Kohlberg), exercícios de role-playing,
compreensão crítica, enfoques socioafetivos, exercícios de auto-regulação,
exercícios de role-model, exercícios de construção conceitual, habilidades
sociais, resolução de conflitos e atividades informativas .Assim, o último
momento da educação moral com vistas à construção da personalidade, seria
o de tomar conhecimento de sua própria biografia moral, conhecer seus valores
e ter as habilidades necessárias para viver uma vida. As análises de Puig
aprofundam as reflexões de Piaget, mas deixam a desejar no que se refere às
relações sociais estabelecidas dentro da escola e que têm papel central na
construção da autonomia. Nesse sentido, outros pesquisadores oferecem
contribuições valiosas.
Autores como Maria Rosa Buxarrais (1997) e Miguel Martínez Martín (1998),
também membros do Grupo de Investigação em Educação Moral (GREM) da
Universidade de Barcelona ( Espanha) são bons exemplos de aprofundamento
da questão social (interação), fator importante para a construção da moralidade
e face pouco explorada por Puig.
Segundo Buxarrais (1997), um “projeto de educação moral” deve levar em
conta a realidade do país, as questões políticas relacionadas à concepção de
escola e a preparação do corpo docente, para que possa elaborar um currículo
onde estejam presentes: o conceito de educação, as características
socioculturais do grupo, as dimensões da personalidade moral, as estratégias
de trabalho e os âmbitos temáticos a serem trabalhados.
Dessa forma, toda a escola deve estar engajada em seu programa de
educação moral, caso tenha optado por ele de forma democrática. Esse
trabalho não pode ser desenvolvido apenas na sala de aula, entre professor e
alunos, mas em toda a escola, que deve constituir-se como um ambiente sócio-
moral que permita a construção da autonomia moral e intelectual. Ainda
segundo essa autora, a educação moral deve contribuir para a aquisição de
critérios que guiem, regulem e proporcionem normas orientadoras para a vida
prática das pessoas e da coletividade, tais como a crítica, o princípio de
alteridade, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a implicação e o
compromisso.
A crítica é o instrumento que permite ao indivíduo analisar a realidade e entrar
no mundo dos valores determinando aquilo que é justo e o que não é. O
princípio de alteridade é o que leva à descentração e às trocas efetivas entre
pessoas, onde a justiça e a solidariedade devem ocupar lugar central. A
Declaração Universal dos Direitos Humanos e outras leis, como o Estatuto da
Criança e do Adolescente, podem se apresentar como instrumentos úteis para
se fazer uma análise crítica da realidade cotidiana. A implicação e o
compromisso são fatores que tornam os critérios anteriores possíveis, não
fazendo deles simples declarações mas princípios que tenham significado em
nível pessoal e coletivo.
Martín ( 1998) introduz um novo conceito à educação moral: o de contrato
moral dos professores. Segundo esse autor, é necessário haver um clima
sociomoral na instituição educativa e um “estilo” do corpo docente que
garantam um bom convívio entre professores e alunos. O que Martín propõe é
um compromisso efetivo do corpo docente com a questão dos valores, criando
um clima institucional de caráter moral oportuno para o êxito dos objetivos que
presidem a proposta de educação moral e em valores desse grupo.
Os Valores Morais e Cívicos na Sociedade Angolana
Diante da sociedade atual, faz-se necessário uma metodologia de ensino que
haja de maneira preventiva, na educação de valores éticos e morais, na
formação consciente do indivíduo que reflete ética e moralmente diante de
situações conflituantes, que exijam dele uma gama de princípios e valores que
norteiem suas decisões. De um tempo a esta parte temos ouvido falar no
resgate dos valores cívicos e morais. Com efeitos este povo, num passado
recente, se assim se pode considerar os 30 anos passados, tinha uma
educação fora do normal. Todos que aqui aportavam ficavam vislumbrados
pela sua educação, respeito, humildade e amor ao próximo. Não era normal ver
pessoas gritando, o espirito de entre ajuda estava patente nas ações das
pessoas. Era um orgulho para um senhorio se batêssemos a sua porta
solicitando a utilização dos seus lavabos. Notava-se uma grande hospitalidade
por parte dos indivíduos ou seja a moral, a ética e o civismo eram termos que
faziam parte do dia-a-dia das pessoas.
Hoje o normal é vermos jovens e adultos fazendo necessidades maiores e
menores em plenas ruas, sem o mínimo de pudor ou nas paredes dos edifícios,
em plena luz do dia, sem sequer protegerem-se de quem quer que seja alunos
a escreverem nas paredes da escolas e partirem carteiras que são usadas
simplesmente para o seu beneficio, partirem vidros e entre outros.
Segundo Rogério Eduardo Zabila (vice-governador do Zaire para o sector
político e social) a recuperação dos valores morais, cívicos e culturais é um
imperativo que requer de todos, individual ou coletivamente, uma resposta para
superar as atuais dificuldades, visando a obtenção da paz e harmonia social,
defendeu, “Os comportamentos imorais que se verificam atualmente na
sociedade angolana atingem a paz social, ao ponto de desintegrar famílias que
em alguns casos chegam a configurar ilícito penal”, considerou responsável
quando discursava na sessão de encerramento do workshop sobre “o resgate
dos valores morais e cívicos”, realizado na cidade de Mbanza Kongo, capital da
província do Zaire.
Quando nos referimos aos valores cívicos, pretendemos dizer que na base da
nossa ação ou omissão, estão os princípios e regras que devem conformar-se
com uma determinada cultura, tais como os hábitos e costumes tradicionais. O
facto de estarmos integrados num contexto global obriga-nos a observar
determinadas regras universais, e avaliar se as normas herdadas das culturas
ancestrais ainda se enquadram no contexto histórico atual para não cairmos
em extremos.
Neste sentido, e imperioso promover o equilíbrio entre os valores tradicionais e
universais, tais como o direito à vida, à integridade física e os princípios da
democracia e da soberania, presentes em todas sociedades e culturas.
É preciso termos em atenção esse pormenor sempre que nos referirmos ao
resgate dos valores morais, cívicos e culturais, pois nem tudo que no passado
era bom continua a sê-lo. Havia valores positivos e negativos que no atual
contexto histórico ferem a dignidade humana logo, é preciso haver equilíbrio
entre os valores locais e universais, tais como o direito à vida, a integridade
física e aos princípios da democracia e da soberania popular, presentes em
todas as culturas.
Atualmente tem-se verificado um fenómeno preocupante na sociedade
angolana, consubstanciado na desresponsabilização das famílias, relegando a
educação dos filhos à responsabilidade das escolas e do Estado, recordando
que a primeira instrução deve partir de casa.
É no seio da família onde a criança aprende a falar, a caminhar e a imitar o
comportamento dos pais, e é nesse processo de aprendizagem que devemos
transmitir os valores que julgamos fundamentais para uma convivência sã, e
não deixar que a educação fique exclusivamente à cargo do Governo.
A tarefa de educação é de todos e não uma tarefa exclusiva da escola ou
Governo. É preciso mudar de atitude quanto a instrução das crianças. Não
devemos viver em ilhas, pois estamos todos ligados porque a ação do outro
terá reflexos em nós.
O Papel do Estado, da Igreja e da Escola no Resgate dos Valores Morais e
Cívicos
A sociedade angolana está cada vez mais engajada no resgate de valores
cívicos e morais. As leis penais devem ser aplicadas para conter atos negativos
aos valores que o estado visa proteger, mas outras esferas são chamadas a
contribuir na moralização do indivíduo.
Na abertura do workshop sobre o cidadão, a família e a igreja, Roberto de
Almeida, disse que a sociedade angolana tem sido, nos últimos anos, palco de
determinados conflitos sociais como a delinquência infantil e juvenil, violência
doméstica e crianças acusadas de feitiçaria. Referiu que, tais conflitos
pressupõem um declínio do verdadeiro papel da família e da igreja, enquanto
instituições sociais de transmissão e manutenção de valores cívicos morais e
culturais, tendo recomendado aos participantes a encontrarem soluções
susceptiveis de inverter o quadro.
Para Roberto de Almeida, os subtemas inscritos para o debate, tais como “A
importância jurídica da Lei contra a violência doméstica no resgate dos valores
cívicos e morais”, “A repercussão da violência doméstica na sociedade
angolana” e “O papel da igreja na moralização do cidadão e da família”, vão de
encontro às preocupações do Executivo.
Bispo emérito da Igreja Metodista Unida em Angola, Emílio de Carvalho,
exortou para que às Igrejas do país a colaborarem com o governo nas ações
tendentes ao resgate dos valores morais e cívicos da sociedade. Em uma
palestra sobre “o papel da Igreja no resgate dos valores morais e cívicos da
sociedade angolana disse que as Igrejas também têm como missão moralizar e
educar a sociedade.
Sendo resgate dos valores morais, um processo demorado, não deve ser
responsabilidade única do governo, requer, o maior envolvimento das Igrejas
para o efeito. A destruição dos valores morais, cívicos e culturais leva muito
pouco tempo, mas a sua recuperação leva anos e anos, pelo que é necessário
um esforço redobrado de todas as forças vivas, com realce para a Igreja.
Algumas igrejas tem promovido actividades de carácter social um meio de
contribuir para o bem-estar das crianças, idosos e ou outros grupos em
situação de carência. A acção social não pode ser vista apenas como dever no
sentido de uma obrigação formal e farisaica, pois ela é parte integrante da
missão da Igreja e deve ser acolhida como fruto natural de uma fé integral.
Existe parceria entre a Igreja e o Governo na área de educação, funcionando
em diversas escolas de ensino espalhadas no país, e universidade. Algumas
Igrejas ainda desenvolvem acções no sector da saúde, através da criação de
postos médicos em diferentes representações, bem como um centro de
formação profissional.
Meios Usados pelo Executivo Angolano para o Resgate dos valores
Morais e Cívicos na Escola (lei 13)
O executivo angolano tem criadas politicas para o resgate de valores morais e
cívicos na escola defendendo que a política para a juventude deve assentar
nos seguintes pressupostos:
a) Promover o fomento do cooperativismo juvenil, do voluntariado e da
participação social dos jovens e a criação de círculos interprovinciais de
intercâmbio de experiências e de boas práticas;
b) Dotar o instituto da juventude de competências adequadas para que
cumpra cabalmente a sua função como instância de operacionalização de
políticas juvenis públicas;
c) Desenvolver o observatório nacional da juventude com meios técnicos
e humanos para a realização de estudos regulares sobre o perfil, atitudes,
comportamentos e necessidades dos jovens, objetivando que tal conhecimento
subsidie o pro- cesso de tomada de decisões e a adequação das políticas
públicas para a juventude;
d) Promover, acompanhar e enquadrar nas políticas nacionais do
estado, as despectivas internacionais de participação e desenvolvimento da
juventude, nomeadamente a implementação da carta africana da juventude, da
década africana da juventude, do programa africano do voluntariado jovem, dos
objetivos do desenvolvimento do milénio e do programa mundial de ação para
a juventude.
O Papel dos Órgãos de Difusão Massiva para o Resgate dos Valores
Morais e Cívicos
Na maioria dos lares angolanos existe, pelo menos, um aparelho de TV ou um
radio. Milhares de telespectadores estão ligados a estes durante grande parte
de suas vidas, recebendo informações através de um conjunto de de sons e
imagens que nos transformam de uma civilização verbal, para urna civilização
essencialmente visual e auditiva.
A televisão tem o poder de induzir a determinado hábito, gosto ou atitude,
promovendo entre as pessoas várias discussões em torno de um mesmo
assunto. Os cartazes e folhetos, espalhados pela cidade, também conseguem
transmitir o seu recado, chamando a atenção por suas cores, formas e
mensagens. Um cartaz que realmente atraia a atenção das pessoas pode leva
Ias a parar durante minutos e provocar alguns instantes de concentrarão e
reflecção sobre a mensagem. Um folheto bem elaborado pode ser guardado,
servindo como instrumento auxiliador na propagação de uma informação feita
de uma pessoa a outra, através da mensagem boca a boca, fazendo com que
um produto, uma ideia ou uma forma de comportamento seja disseminado
entre o público em geral.
A comunicação É uma necessidade comum a todo ser humano. A capacidade
de comunicação humana abre novos caminhos as ciências da educação
através de técnicas que possam oferecer ao processo educativo uma nova
forma de diálogo. Os gestos, as palavras, os sons e as imagens permitem
ampliar o sentido que a educação tem dado a comunicação, já que cabe a
escola oferecer ao educando possibilidades de auto- expressão.
As múltiplas representações dos sons e imagens (TV, radio, cinema, pósteres),
não modificam o homem apenas enquanto indivíduo, mas sim, todo o seu meio
cultural. Somos agora homens, pertencentes a uma cultura de massa, unidos
por uma comunicação visual que rompe barreiras entre o indivíduo culto e o
não culto, levando a diferentes povos a conquista do tempo e do espaço,
ultrapassando os nossos meios naturais.
Uma camara, ao registrar imagens, leva os fatos ao telespectador com maior
precisão de dados do que se estivéssemos no local do acontecimento. Ao
realizar qualquer tipo de filmagem, os sons e imagens mantém entre nós
qualquer pessoa, independente de sua presença física. Portanto, a cultura de
massa é um desafio social. Cada vez mais, os meios de comunicação
possibilitam uma maior participação cultural. Até bem pouco tempo, as elites
eram círculos impenetráveis; hoje, não existe mais uma civilização de
privilegiados e sim uma civilização de massas, que tende a se transformar em
uma cultura popular.
Essa universalização toma-se possível a partir do momento em que a cultura
popular nivela todos os gostos culturais, ou seja, todas as camadas sociais
passam a receber os mesmos produtos culturais. Os programas de TV, o
cinema e a imprensa chegam até as pessoas sem nenhuma distinção de
classe social ou nível cultural. Por outro lado, o fato de ter uma cultura mais
acessível provoca nas camadas populares um grande apetite por informações,
despertando nelas o desejo de não serem taxadas como uma classe inferior
aos demais. Com as novas tecnologias desenvolvidas nos últimos anos (o
computador, a TV a cabo e a internet, por exemplo) surgiram novas formas de
comunicação fundamentais para a aprendizagem e a inserção do indivíduo na
sociedade de maneira mais crítica, participativa e atuantes. E a utilização
desses meios como uma alternativa educacional torna-se mais viável ao
aprendizado das crianças dessa nova era, que já crescem adaptando-se
naturalmente a esses novos instrumentos.
Os meios de comunicação criaram um mundo que ultrapassa os muros da
escola; ou melhor, muitas vezes acabam por deslocar totalmente o estudante
do ambiente escolar. Não existem mais limites geográficos. Com o uso do
telefone, por exemplo, podemos nos comunicar aonde quisermos, quando
quisermos. O estudante de hoje, não é aquela criança ou aquele adolescente
tímido cuja visão corresponde aos horizontes do seu bairro, mas ele é sim, um
cidadão do mundo com um habitat cultural diferente. Mesmo não podendo
escapar de todas essas influências, é preciso gerar novos procedimentos e
metodologias para integrar os meios de comunicação á educação actual. Nas
proximidades do terceiro milénio os estudantes não poderão chegar a uma
mínima culturalização sem terem, pelo menos, um conhecimento básico sobre
as linguagens dos meios de comunicação.
O homem do século XX é diferente dos homens de outras épocas mesmo
quando, essencialmente continua sendo o mesmo. Este novo habitat
proporciona ao homem uma rede extraordinariamente densa de estímulos,
condicionamentos e provocações sensoriais. O homem muda porque tudo
muda ao seu redor. Criou-se e continuamos criando um meio (habitat) muito
distinto. A civilização moderna, com seus meios de, esta oferecendo ao homem
novas formas de perceber, de intuir, sentir e pensar.
Mas a escola ainda não descobriu a melhor maneira de se utilizar dos meios de
comunicação para cumprir satisfatoriamente o seu papel e nem os próprios
meios de comunicação sabem exatamente qual deveria ser a sua função.
Talvez pela falta de incentivo aos professores, pelo despreparo em relação ao
manuseio dos equipamentos ou até mesmo pelo desconhecimento de métodos
de trabalho.
A programação gerada pelas emissoras de radio e TV, atualmente, estão
dispostas a tudo em busca de audiência. Apresentando programas com
informações superficiais ou que cultivam o sensacionalismo - enfocando a
violência e colocando a mostra as tragédias presentes no dia-a-dia de nossa
sociedade; ou ainda, satisfazendo curiosidades sobre a vida de pessoas
famosas e tocando músicas da moda - contribuem para a alienação das
pessoas, que estão cada vez mais distantes da realidade. No caso do
computador, a Internet faz com que os Jovens saibam mais sobre outras
localidades do mundo do que sobre o seu próprio país
É preciso ter cuidado na hora de definir o melhor método para inserir esses
instrumentos na escola. Na verdade, a educação nos próximos anos se
apresenta ainda como um beco sem saída, principalmente no que diz respeito
aos países de terceiro mundo. Talvez a grande dificuldade em lidar com os
meios técnicos de comunicação seja o fato deles serem uma massa unilateral;
não existe diálogo entre o emissor e o recetor. Estamos de certa forma,
condicionados a aceitar a mensagem sem que tenhamos condições de debater
e modificar direita e imediatamente o seu conteúdo.
Para que possamos obter resultados positivos no‚ âmbito escolar, não se trata
de desenvolver uma pedagogia sobre os meios de comunicação e sim, de
aplicar uma pedagogia que estabeleça comunicação escolar com os
conhecimentos, com os sujeitos, considerando os meios de comunicação.
Dialoga-se com os meios e suas linguagens, em vez de falar dos meios.
Portanto, a comunicação é necessária a todas as pessoas. As formas de
expressão desenvolvem-se nos seres humanos de maneira espontânea e
natural, sendo assim, a capacidade comunicativa do homem abre diversas
oportunidades para que os meios de comunicação sejam incorporados aos
métodos educacionais, podendo ser aplicados como novas técnicas de ensino-
aprendizagem.
III. ACTIVIDADES PARA O RESGATE DOS VALORES MORAIS E
CÍVICOS (sequencias didaticas)
A discussão sobre a atividades para o resgate dos valores morais e cívicos é
complexa e seu caráter não é apenas teórico, pois envolve de forma direta ou
indireta quase todas as ações humanas cotidianas. Seu estudo é um dos
aspetos mais importantes na compreensão do processo de socialização
humano. Portanto, a vida exige uma orientação moral, uma postura em que as
ações passem por uma reflexão, uma decisão e um julgamento. O
desenvolvimento moral do homem é condição essencial no processo de
socialização. Assim, a educação moral deve acontecer em todos os espaços
em que as pessoas estão em relação e, em decorrência dessa convivência,
possam experimentar as vantagens da cooperação, da solidariedade, da
igualdade, da justiça.
Entendemos que, de acordo com a perspetiva de Puig (1998) precisamos
desenvolver uma educação moral para ser capaz de detetar e criticar injustiças,
estar comprometido com a construção de uma vida mais justa para todos,
comportar-se de acordo com princípios auto-escolhidos, adquirir as normas e
valores considerados justos em sociedade, pois a educação moral pode se dar
em momentos distintos que vão da adaptação às normas da sociedade ao
conhecimento e reconstrução dos próprios valores. Todos os autores citados
concordam que a educação moral deve abarcar toda a escola e ir além de seus
muros, e que a realidade de um país pode retratar e contextualizar as
possibilidades de educação moral e que questões políticas podem se
relacionar à escola determinando suas possibilidades de realmente educar
moralmente. Além disso, insistem em que deve haver uma preparação do
corpo docente para a educação moral a ser levada por toda a escola e é
essencial um compromisso dos professores nesse sentido. Assim,
considerando a escola como um amplo espaço de relações humanas onde
decisões e julgamentos são feitos a todo tempo, para analisarmos a Moral na
escola, é preciso considerar o que se faz na escola, de forma refletida ou
irrefletida, consciente ou não, em busca da defesa de finalidades ou bens
maiores inscritos em nossos valores morais. A moralidade de professores,
alunos e demais membros da escola é importante demais para acontecer de
modo implícito e irrefletido. Por todas essas questões acreditamos que a Ética
deva ser pensada como um dos componentes mais importantes da Educação
sendo, portanto, alvo de debates, de reflexão e de formação de educadores
tanto quanto o são os aspetos pedagógicos
IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, U. F. Moralidade e indisciplina: uma leitura possível a partir do
referencial
piagetiano. In. AQUINO, J. (Org.) Indisciplina na escola: alternativas
teóricas e
práticas. São Paulo: Summus, 1996.
BARROS, Célia Silva Guimarães – Pontos de Psicologia do
Desenvolvimento –
8ª edição – Ática – 1995
BUXARRAIS, M. R. La formación del profesorado en educación en valores:
propuesta y materiais. Bilbao: Desclée de Brouwer, 1997.
FREITAG, Bárbara. Sociedade e consciência. São Paulo: Cortez, 1984
LEPRE, R. M. Desenvolvimento moral e indisciplina na escola. Revista
Nuances,
v.5, p.64-68, 1999.
____________A Indisciplina na escola e os estágios de desenvolvimento
moral
na teoria de Jean Piaget – Marília, 2001: Dissertação (Mestrado) –
Unesp/Marília
____________Educação Moral e Construção da autonomia -
www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=791
MARTÍN, M. M. El contrato moral del profesorado: condiciones para una
nueva
escuela. Bilbao: Desclée De Brouwer, 1998.

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  • 1. Ministério do Ensino Superior Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla Departamento de Letras Modernas Repartição de Ensino e Investigação do Português Tema: Resgate dos Valores Morais e Cívicos na Aula de Português. Proposta de Actividades Por: Ana Paula Ndenhanuma Orientador: Lisender Cabral (Professor Associado)
  • 2.
  • 3. Agradecimentos Aos professores do primeiro ao último ano do Isced Lubango
  • 4. DEDICATORIA Dedico este trabalho a:::::::::: A todos aqueles que direta ou indiretamente deram o seu contributo para que este trabalho fosse possível…
  • 5. RESUMO A educação é um processo que visa preparar o individuo para as exigências da vida. O sistema de educação tende a formação harmoniosa e integral do homem. A educação em formação de valores começa a ser desenhada e vivenciada como processo social que se desenvolve, na vida familiar, na escola , na convivência humana , no trabalho e em outras esferas da vida social. Este trabalho intitulado “Atividades Didáticas para o Resgate dos Valores Morais e Cívicos na Aula de Português nos alunos da 7ª Classe” e de acordo com o desenho teórico, o problema a expor-se foi o seguinte: A (re) formulação de determinadas atividades didáticas na aula de português pode contribuir para resgatar os valores morais e cívicos na nossa sociedade? Formulou-se como objetivo da investigação contribuir com atividades didáticas que concorram para o resgate dos valores morais e cívicos nos alunos da 7ª classe da Escola 11 de Novembro do Lubango, província da Huíla em vista a construirmos uma sociedade mais equilibrada. E definidos como objetivos específicos: diagnosticar o grau do conhecimento que tem os professores sobre atividades didáticas e sua importância no processo de ensino e aprendizagem. Os métodos utilizados foram entre outros esta focado no método histórico-logico no estabelecimento das tendências do papel da escola na formação de valores. Método de análise – Síntese na caracterização dos valores e a sua influência na formação da personalidade, assim como na caracterização do processo de ensino e aprendizagem. Como resultados conclui-se que, a importância dos valores éticos e morais no processo de ensino e aprendizagem, que mostrou que não se pode desenvolver a dinâmica do processo- docente educativo sem ter em conta a formação de valores. A escola tem um papel determinante nesta formação mas, o seu êxito depende da integração da escola e da comunidade.
  • 8. INTRODUÇÃO Angola é um país que tem apresentado uma intensidade de crescimento a diferentes níveis, tais como económico, social, científico e cultural. Urge, deste modo, a necessidade de prestar maior atenção à determinados sectores fundamentais para assegurar o crescimento e consequentemente alcançar o desenvolvimento. Nesta óptica, o Executivo Angolano tem implementado vàrias políticas com vista à dinamização do sector educativo, pois, é neste sector que assentam as ferramentas essenciais para o futuro próspero de uma nação. A educação é um processo que é visto e analisado sob várias perspectivas. Ainda assim é necessário intervir num sector que, a priori, potencie as crianças e os jovens com hábitos positivos, incutindo-lhes valores tais como o patriotismo, o espírito de unidade nacional, o amor ao próximo, respeito pela diferença, cuidados com a higiene e com a saúde, respeito pelo ambiente e pelas diversidades culturais que o país apresenta. Os atributos acima mencionados fazem parte da Educação Cívica. Sabendo que a Educação Cívica é uma expressão que designa os processos educativos preocupados com o desenvolvimento do espírito crítico, apreço pelos valores democráticos e desenvolvimento das competências e atitudes de participação na comunidade, quando bem incutidas na mente das crianças e adolescentes, os conhecimentos técnicos e científicos triunfarão no seio delas. Necessário se torna fazer uma fusão entre estes elementos para que o homem nas suas acções e decisões procure construir um mundo cada vez melhor para se viver. Neste contexto a língua portuguesa desempenha um papel preponderante como veículo da educação cívica dos alunos pelo facto de a mesma gozar de um estatuto privilegiado, mediante o qual chama a si quatro funções importantes acometidas, a de língua oficial, a de língua veicular, a de língua de discurso pedagógico e de a disciplina curricular. Como disciplina curricular, o português, para alunos que o falam quer como língua materna quer como língua segunda, é o veículo de todos os conhecimentos que a escola
  • 9. proporciona daí a posição muito saliente que ocupa no âmbito das disciplinas escolares: fala-se e lê-se português ao discutir sobre Matemática ou Estatística, sobre História ou Geografia e mesmo no ensino das línguas estrangeiras. Tudo reconduz ao português a todo o momento da vida escolar1. O ensino do português é uma espécie de ensino permanente, instalada na forma de todas as disciplinas, onde provém a impressão do mestre que ele não para nem termina nunca de ensinar o português, de que as aulas de pronúncia, de vocabulário, ou de redação se renovam sempre que convém compreender uma palavra de terminologia das ciências, ou redigir a solução de um problema de Estatística. Pelo seu carácter de suporte, o português se distingue uma vez mais das outras matérias de ensino, impõe a construção de exercícios de aprendizado da língua, sobretudo de temas culturais, o que é apaixonante, e ter pela frente essa nova tarefa. Assim sendo o português como disciplina-mãe da escolaridade primária à superior, pode contribuir para a consciencialização nos alunos da necessidade de promover a aquisição de princípios e valores cívicos, como elementos fundamentais para a formação de cidadão responsável, crítico, ativo e interveniente através do diálogo, discussão e reflexão da atualidade e das experiências e preocupações da comunidade e da sociedade em geral. DA MORAL E DO CIVISMO EM ANGOLA O que são valores? Qual é a importância da formação de valores morais e cívico num cidadão? Para Marteneli (1999) os valores são qualidades ou aspectos que ocupam a parte central da personalidade humana. Os valores são determinantes no comportamento humano tanto para a sua conduta pública quanto para a sua
  • 10. conduta particular. A moral e a cívica sempre foram uma preocupação do povo angolano. Com efeito, a nossa história pode ser compreendida como uma re- abordagem contínua dos nossos ideais morais e cívicos, enquanto seres sociais. A luta pela autoformação enquanto povo, a independência, a luta pela paz, democracia e desenvolvimento do homem angolano, podem ser citados como exemplos históricos do exercício de realização de ideais morais e cívicos. No entanto, a nossa própria história também é mostra do quanto a moral e a cívica nem sempre gozaram do lugar que nós todos desejávamos que elas tivessem. Dum lado, pela dialéctica própria da existência humana, onde a negação contínua e a superação constante são uma realidade, doutro lado pela idealidade própria aos princípios cívicos e morais que podem ser compreendidos como sendo da dimensão da Ideia. Elas não são factos ou realidades adquiridas, mas sim ideais a alcançar. Finalmente, e ligados aos argumentos precedentes, a moral e a cívica nem sempre foram realizadas pelo facto da própria contingência humana. Somos seres contingentes, e por isso finitos e imperfeitos. Assim, nós erramos. O nosso conflito armado, e as suas consequências, são prova da nossa imperfeição no exercício da cívica e da moral. Portanto, quando falamos da educação na recuperação dos valores morais e cívicos, estamos a falar duma realidade que nos toca enquanto angolanos aqui e agora. Em Angola, proponho que situemos o resgate de valores cívicos e morais dentro da grande dinâmica de reconstrução nacional. A reconstrução nacional, na minha despectiva, é a reconstrução da razão em nós. Neste sentido, razão não é apenas discursiva ou teórica. Ela é também, como nos lembra Kant, uma razão prática, ou seja, a razão não é apenas pensamento; ela é também comportamento. Isto que dizer que apesar de sermos racionais, moralmente nós devemos querer ser racionais e comportamo-nos de maneira aceitável. Como consequência, a nossa razão prática é também ativa, no sentido de agirmos civicamente de acordo com os princípios morais aceites pela nossa sociedade. Não devemos apenas querer ser razoável, mas também agir de maneira razoável, ou seja trabalhar para que os angolanos ajam de maneira cada vez mais razoável.
  • 11. Muito tem sido realizado pelo executivo e os seus parceiros sociais no sentido do resgate dos valores morais e cívicos. O curriculum educativo, no seu todo revela implicitamente, e no seu sentido lato, um esforço de recuperação dos valores morais e cívicos. No entanto, esse esforço também se manifesta explicitamente e no sentido restrito pelas disciplinas como a geografia, história, organização do estado, línguas, e mais claramente com a introdução da disciplina de Educação Moral e Cívica. A disciplina de educação moral e cívica constitui um espaço de transmissão de valores que concorrem para uma realização do homem angolano enquanto indivíduo e enquanto social. Um aspeto importante da educação moral e cívica é mesmo a sua utilidade enquanto espaço de instrução sobre os assuntos, da sociedade e do estado. Com efeito a nossa população mais jovem, e não só, pode ser algumas vezes constituída de diríamos ignorantes cívicos. Ou seja indivíduos que têm pouca informação, e compreendem muito menos, sobre os conteúdos da sociedade, dos direitos e deveres, da economia, da cultura e política; indivíduos alheios a realidade social e física envolvente. A introdução da disciplina de Educação Moral e cívica, como disciplina autónoma, no sistema da reforma educativa, é um dos exemplos mais notáveis, embora, em princípio, todas as disciplinas contribuem para educação moral e cívica, sobretudo disciplinas como história, geografia, línguas.
  • 12. DESAFIOS Apesar do trabalho educativo que tem sido feito por todos nós, os desafios são vários. Porém, podemos levantar alguns desses: Assumir e articular da melhor maneira possível, Implementação da Reforma Educativa, O desafio da assunção da transversalidade e interdisciplinaridade da Educação moral e cívica, o desafio da Família angolana, O desafio do Engajamento comunitário e Associativismo e ao desafio da Responsabilidade social da Igreja. Assumir e articular da melhor maneira possível É de acordo com o nosso contexto, aquilo que afirmaria ser a dialéctica da educação cívica e moral. Com efeito, embora a escola seja um dos contextos institucionais principais para aquisição e resgate dos valores morais e cívicos, esses aprendem-se mais em exercício, ou seja na prática. Neste sentido, os princípios valorativos são lançados pela escola, mas são vividos e vivenciados na sociedade em geral que se organiza politicamente. Implementação da Reforma Educativa A concepção e implementação da reforma educativa é um reconhecimento do executivo de que a educação, enquanto transmissora e recuperadora de valores, deve ser susceptível de reconsideração e melhoramento. Os contextos sociais mudam e a apresentação dos valores pode exigir novas estratégias, metodologias. Temos todos de estar unidos para o sucesso da reforma educativa em Angola. O desafio da assunção da transversalidade e interdisciplinaridade da Educação moral e cívica Na verdade, a manifestação curricular (como disciplina) da educação moral e cívica implica o envolvimento de varais ciências sociais e não só. Com efeito, também as ciências ditas humanas (ou sociais) têm sempre um contributo para uma melhor compreensão da realização do homem enquanto cidadão na
  • 13. sociedade politicamente organizada. Para além disso, as ciências naturais também convergem para um melhor entendimento do ambiente natural no qual o homem exerce a sua cidadania consciente, porque moral e civicamente educado. Assim, a articulação do cidadão angolano da relação entre o meio ambiente (questões ecológicas) e a Sociedade (questões de desenvolvimento) é deveras importante. O desafio da Família angolana A família, como núcleo da sociedade, é o espaço primeiro do processo educativo. Ela é a primeira escola de valores. É na família que nós começamos a despertar aos valores morais e mesmo cívicos. Com efeito, tem sido quase unânime a afirmação da crise da família moderna, e a crise da família angolana em especial. Neste sentido, a crise da família tem implicações na maneira como a recuperação educativa dos valores pode ser processada. Assim, é importante pensarmos, a nosso nível quais os mecanismos de recuperação dos valores num contexto de afirmação da crise da família. Parece-me que o caminho é, mais uma vez, dialéctico no sentido de reforço mútuo. Com efeito, na medida em que a família assumir devidamente o seu papel, melhor recuperaremos os valores cívicos e morais. Por outro lado, quanto melhor for essa recuperação dos valores morais e cívicos, melhores famílias terão no cumprimento das suas funções como escola de valores. O desafio do Engajamento comunitário e Associativismo A educação cívica tem uma dimensão comunitária. O voluntariado e participação dos cidadãos em projetos comunitários são essenciais. O engajamento com a comunidade é crucial. Embora não estejamos mal, podemos continuar a melhorar a desejada participação civil e moral dos nossos concidadãos. Na mesma esteira, o associativismo apresenta-se como um mecanismo de transmissão e recuperação do sentido da moral e cívica. Já Tocqueville via no associativismo o trunfo da democracia americana. Nós diríamos que associativismo é a peça chave na transmissão e recuperação do sentir moral e cívico.
  • 14. O desafio da Responsabilidade social da Igreja Sem dúvida que a Igreja em Angola tem sido uma das instituições mais interessadas na recuperação e resgate dos valores cívicos. Constatamos esse interesse e empenho nas celebrações, pregações, na criação de cursos de educação moral e cívica, etc. No entanto, reconhece-se que a crise também pode afetar as igrejas e urge criamos mecanismos de recuperação dos nossos valores religiosos fundacionais.
  • 15. Antecedentes do tema O tema em questão precisa ser discutido no sentido de que se fomentem debates a esse respeito e se encontre caminhos pelos quais se consiga atrair as crianças e os adolescentes, em fim, o aluno (a), ver resgatados seus valores em alguns casos, e em outros ensinando novos valores. Diante da sociedade atual, faz-se necessário uma metodologia de ensino que haja de maneira preventiva, na educação de valores éticos e morais, na formação consciente do indivíduo que reflete ética e moralmente diante de situações conflituantes, que exijam dele uma gama de princípios e valores que norteiem suas decisões. A preocupação com os valores é tão antiga como a humanidade, só a partir do século XIX surge como disciplina escolar. Axiologia ou teoria dos valores, ocupa-se das relações que se estabelecem entre as coisas, seres vivos ou mesmo ideais e a pessoa que as aprecia. Valores morais, éticos, são tão antigos como a própria história da humanidade. A luta entre o bem e o mal está presente no imaginário popular como tema em todas as culturas e civilizações. Quais os valores mutáveis e quais os permanentes o caminho é longo para que os valores se consolidem já que, “não existe vento favorável para quem não sabe aonde vai” afirma Plinio, o jovem filósofo citado por (Cotrim, 2010). Para Martinelli(1999), os valores são qualidades ou aspectos que ocupam a parte central da personalidade humana. Os valores são determinantes do comportamento do ser humano, tanto da sua conduta publica como da sua conduta particular. Ou seja valores são qualidades abstratas em seu enunciado (verdade por exemplo), independentemente do sujeito (a verdade última está fora do ser humano, em Deus) e de carácter absoluto (existe verdade suprema, absoluta). No caso de Angola, o currículo escolar, realmente, ficou e está desfasado se compararmos o que ensinamos com o que os parâmetros curriculares nacionais, produzidos nos anos 90, requerem dos professores e alunos maior
  • 16. esforço e dedicação. No entanto a razão de ser a escola, a de educar os alunos informal e formalmente, não é uma tarefa descartada pela sociedade, apesar da influência da mídia eletrônica na formação cognitiva e de valores dos alunos. Também não perdeu tanto espaço assim para a sociedade informática (Ndala, 2011). Em Angola, desde o limiar da sua independência nacional, proclamada perante a África e o Mundo a 11 de Novembro de 1975, pelo primeiro presidente da República Popular de Angola Dr. António Agostinho Neto até hoje, a formação de valores nos cidadãos tem sido uma preocupação constante dos mais altos magistrados da Nação. Por exemplo, numa das entrevista em Luanda dizia: “Não se transforma a consciência de um homem de um momento para o outro. É necessário explicar, é necessário transformar a base material. É preciso que nós sejamos completamente convencidos com todos os instrumentos nas mãos para pudermos fazer esta transformação lenta da consciência do povo e do nosso país. Nós vamos também encarar, do ponto de vista estratégico, este problema de resistência para dizer que é necessário estudar, é necessário ensinar, é necessário que cada um supere do ponto de vista cultural e técnico, para puder exercer funções cada vez mais elevadas, com mais eficiência dentro do país. Vamos no plano da Cultura, elevar a nossa concepção de cultura angolana para que a Nação, para que todo o nosso povo seja cada vez mais angolano, para que as características nacionais possam ser dominantes em nossa terra” (Neto, 1978). Formulação do Problema Problema cientifico de acordo com o desenho teórico a pergunta a expor-se é a seguinte: a (re)formulação de determinadas atividades didáticas na aula de português pode contribuir para resgatar os valores morais e cívicos nos alunos da 7ª classe da escola 11 de Novembro do Lubango?
  • 17. Formulação do objetivo de investigação Concordamos Rubem Alves (1994:56), ao assinalar que “há um tipo de educação que tem por objetivo produzir conhecimentos para transformar o mundo, interferir no mundo, que é a educação científica e técnica. Mas há uma educação – e é a isso que chamamos realmente educação – cujo objetivo não é fazer nenhuma transformação no mundo, é transformar as pessoas”. Este estudo tem como objetivo contribuir com atividades didáticas que concorram para o resgate dos valores morais e cívicos nos alunos da 7ª classe da Escola 11 de Novembro do Lubango, província da Huíla em vista a construirmos uma sociedade mais equilibrada. Formulação do objetivo geral da investigação: O grau de conhecimento dos professores sobre atividades didáticas para a formação de valores dos alunos da 7ª Classe da escola 11 de Novembro do Lubango. Objetivos Específicos  Diagnosticar o grau de conhecimento que tem os professores sobre atividades didáticas e sua importância para o processo de ensino e aprendizagem.  Aprofundar o estudo sobre os mecanismos utilizados na escola na formação de valores. Campo de ação da investigação: A formação de valores dos alunos da 7ª classe da escola 11 de Novembro do Lubango. Ideia a defender: Atividades Didáticas para o Resgate dos Valores Morais e Cívicos na Aula de Português nos alunos da 7ª classe da escola 11 de Novembro do Lubango para melhorar o processo de ensino e aprendizagem. Tipo de investigação Segundo a finalidade utilizou-se a investigação aplicada; segundo a profundidade ou objetivo , a descritiva; segundo o caracter da medida, a qualitativa.
  • 18. Enfoques ou Paradigmas Aplicaram-se os enfoques ou paradigmas qualitativo, ao realizar a aplicação e a interpretação dos resultados da investigação; assim também se aplicará o enfoque critico – social ou dialéctico, com uma investigação de caracter participativo, ao realizar a mesma com os alunos e professores da 7ª classe da Escola 11 de Novembro do Lubango. Determinação da Amostra A amostra foi constituída por 30% dos alunos e 10 professores da referida escola. Para determinar a amostra foi utilizado o critério de Lakatos e Marconi (2006) onde o pesquisador seleciona aqueles elementos que segundo o seu entender são susceptiveis de obter contributos válidos a pesquisa. Tarefas de investigação ou objetivos específicos  Realizar a busca bibliográfica que permita saber qual o papel que as sequencias didáticas tem na formação de valores;  Elaborar inquéritos por questionários para os professores e alunos,  Inquirir aos professores e alunos;  Diagnosticar como as sequencias didáticas afetam a formação de valores aos alunos e como repercutem no processo de ensino – aprendizagem. Determinação dos métodos, técnicas e procedimentos a empregar Entre os métodos teóricos destacam-se os seguintes:
  • 19.  Método de análise – síntese na caraterização dos valores e a sua influência na formação da personalidade, assim como na caracterização do processo de ensino – aprendizagem.  Método de análise documental na obtenção de informações pertinentes Dentre as técnicas empíricas destacaram-se as seguintes: Inquérito e observação Inquérito aos professores com o objetivo de diagnosticar o grau de conhecimento que tem sobre sequencias didáticas e sua importância para o processo de ensino – aprendizagem. Observação de atividade aos alunos e professores, com o propósito de obtenção de informações pertinentes sobre atividades didáticas para a formação de valores e sua repercussão no processo de ensino.
  • 20. Noções Básicas Os termos que abaixo apresentamos são os que na nossa opinião facilitarão o desenvolvimento da pesquisa, sendo certo que sempre que nos referirmos a eles será nestes limites. Princípio é a regra que, baseada num juízo de valor, regula o comportamento ou as atitudes de alguém ≈ critério, modelo, norma, preceito. É a ideia orientadora e subordinante à regra fundamental da conduta humana. DACL, pág. 2962. Valores são qualidades físicas, intelectuais ou morais que tornam uma pessoa digna de grande apreço. Fundamentos morais que orientam a ação humana DACL, pág. 29623699-3700. São definidos como normas, princípios, padrões socialmente aceites. São-nos incutidos desde cedo, frutos do meio social e, quando chancelados pela conduta humana considerados eticamente adequados. Somos orientados a aceitá-los, evitar questioná-los. E acabamos cercados da possibilidade de exercer nossa criatividade, nossa imaginação, nosso livre arbítrio2. Outra interessante intepretação é de Acosta (1998:18), que define os valores humanos como: “Ideais que atuam o modo de causas atuais, isto é, são, por um lado, o motor que põem em marcha a nossa ação e por outro a meta que queremos alcançar, uma vez postos os meios adequados. Portanto os valores são finalidades e não meios e, por isso, estimados por si mesmos e não com vista a uma outra coisa.” .
  • 21. Normas norma é o cumprimento das regras de acordo com seus valores. Aquilo que se estabelece como regra de comportamento ou de procedimento. DACL, pág. Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e é definida como um conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem estar social, ou seja, a Ética é a forma como o homem deve se comportar no seu meio social Mootta (1984:15). Moral tem sua origem do latim, que vem de “mores”, significando costumes. Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Atitude é uma disposição básica do indivíduo para agir num determinado sentido. É uma combinação de conceitos, informação e emoção que dão lugar a uma predisposição para responder (des)favoravelmente a pessoas, ideais ou objetos. As atitudes são determinantes nos comportamentos do indivíduo. A atitude é uma posição que revela uma maneira de estar com os outros e de se posicionar perante as outras pessoas. Civismo designa os processos que visam dar ao indivíduo o conhecimento dos deveres e direitos de cidadania. Compreende não só o conhecimento das instituições políticas do país, mas também o conhecimento das relações de cortesia e bons costumes. Pode ser entendida também como uma forma de proporcionar competências para o exercício da cidadania, nomeadamente a participação em processos deliberativos e ações conducentes à transformação da comunidade. Resgate refere-se ao salvamento de pessoa ou bem sobre qualquer tipo de ameaça. Educação termo que designa o processo de desenvolvimento e realização do potencial intelectual, físico, estético e afetivo existente em cada criança.
  • 22. Também designa o processo de transmissão da herança cultural às novas gerações, Marques (2000. 36). DESENVOLVIMENTO DA MORALIDADE SEGUNDO JEAN PIAGET Na teoria conhecida como Psicologia Genética do psicólogo suíço Jean Piaget, a inteligência não é inata, entretanto a gênese da razão, da afetividade e da moral é feita progressivamente através de estágios sucessivos, onde a criança organiza o pensamento e o julgamento. O saber é construído e não imposto de fora. Nessa perspectiva, o desenvolvimento moral é concomitante ao desenvolvimento lógico, com aspectos paralelos de um mesmo processo geral de adaptação. Piaget escreveu o texto “Os procedimentos de Educação Moral” em 1930, em que apresenta os resultados de suas pesquisas acerca da construção da moralidade. Nesse texto, o autor defende a necessidade de se educar moralmente e discorre sobre a importância do papel das relações sociais (interação) nessa educação. Piaget diz que tanto as relações de coação como as de cooperação são importantes.
  • 23. Num primeiro momento, a coação se faz necessária para que a criança conheça as regras e tenha noções sobre o bem e o mal, o certo e o errado. Estudando a construção da moralidade infantil, descobriu que o desenvolvimento das crianças mostra duas tendências basicamente opostas de moral: “ a moral do dever ”, ou heteronomia, onde uma criança segue as regras fixadas pelas autoridades que a rodeiam (pais, irmãos mais velhos, etc) e as obedece por temor à perda de afeto ou ao castigo; é uma moral fruto de um tipo de relação social em que predomina o respeito unilateral e que Piaget chamou de coação; e a “moral do bem”, ou autonomia, resultado da formação na qual a criança pode se ver cada vez mais livre de autoridades e capaz de construir normas entre iguais. É necessário e inevitável que a criança passe pela fase da heteronomia, de obediência à autoridade, para que, depois, o espírito de cooperação possa ser construído, através do respeito mútuo e da reciprocidade. O objetivo da educação moral, portanto, é a de auxiliar a criança em construir sua autonomia. A educação moral, para Piaget, não constitui uma matéria especial de ensino, mas um aspecto particular da totalidade do sistema, dessa maneira, as crianças e os jovens não devem ter “aulas” de educação moral, mas vivenciar a moralidade em todos os aspetos e ambientes presentes na escola. Nesse sentido, os trabalhos em grupo são uma atividade facilitadora para a construção da autonomia, pois as crianças, ao trabalharem juntas, podem trocar pontos de vista, discutir, ganhar em algumas idéias e perder em outras, enfim, podem exercer a democracia. Do ponto de vista de Piaget, educar moralmente, é proporcionar à criança situações onde ela possa vivenciar a cooperação, a reciprocidade e o respeito mútuo e assim, construir a sua moralidade. DESENVOLVIMENTO MORAL SEGUNDO LAWRENCE KOHLBERG Lawrence Kohlberg dominou os estudos sobre desenvolvimento moral nas últimos tempos. Estudou a moralidade do ponto de vista cognitivista, assim como Piaget. Esse autor iniciou publicamente seus trabalhos sobre julgamento moral com sua defesa de tese de doutorado em 1958, na Universidade de Chicago, intitulada "O desenvolvimento dos modos de pensamento e opção moral entre dez e dezesseis anos", tendo alguns anos depois se fixado na Universidade de Harvard, até sua morte em 1987, aos 59 anos de idade. Criou
  • 24. a teoria dos estágios morais, pois acreditava que o nível mais alto da moralidade exige estruturas lógicas novas e mais complexas do que as apresentadas por Piaget. Assim, segundo o autor, existem três níveis de moralidade. O primeiro chamou de nível pré-convencional que se caracteriza pela moralidade heterónoma, onde “as regras morais derivam da autoridade, são aceitas de forma incondicional e a criança obedece a fim de evitar castigo ou para merecer recompensa“ (Aranha e Martins, 2003, p.311). O indivíduo deste estágio, define a justiça em função de diferenças de poder e status, sendo incapaz de diferenciar despectivas nos dilemas morais. Há neste nível um segundo estágio, o qual Kohlberg, chamou de moralidade de intercâmbio, pois inicia-se o processo de descentração, possibilitando ao indivíduo perceber que outras pessoas também têm seus próprios interesses, porém a moral ainda permanece individualista, fazendo com que estabeleça trocas e acordos. O segundo nível, foi chamado de nível convencional, o qual valoriza-se o reconhecimento do outro e inclui dois estágios: o da moralidade da normativa interpessoal e o da moralidade do sistema social. No primeiro começa-se a seguir as regras para assim garantir um bom desempenho do papel de "bom menino" e de "boa menina", percebe-se uma preocupação com as outras pessoas e seus sentimentos. pá no segundo estágio, o indivíduo "adota a perspetiva de um membro da sociedade baseada em uma concepção do sistema social como um conjunto consistente de códigos e procedimentos que se aplicam imparcialmente a todos os seus membros" (Diáz-Aguado e Medrano, 1999, p. 31). O terceiro nível foi chamado de nível pós-convencional, considerado por Kohlberg, como o mais alto da moralidade, pois o indivíduo começa a perceber os conflitos entre as regras e o sistema, o qual foi dividido entre o estágio da moralidade dos direitos humanos e o estágio dos princípios éticos universais. Neste nível, os comportamentos morais passam a ser regulados por princípios,"os valores independem dos grupos ou das pessoas que os sustentam, porque são princípios universais de justiça: igualdade dos direitos humanos, respeito à dignidade das pessoas, reconhecimento de que elas são fins em si e precisam ser tratadas como tal. Não se trata de recusar leis ou
  • 25. contratos, mas de reconhecer que eles são válidos porque se apoiam em princípios" (Aranha e Martins, 2003, p. 312). Os alunos podem entender um nível mais alto de julgamento moral desde que alguém os explique. Todo indivíduo é potencialmente capaz de transcender os valores da cultura em que ele foi socializado, ao invés de incorporá-las passivamente. Este é o ponto central na teoria de Kohlberg e que representa a possibilidade de um terreno comum com teorias sociológicas cujo objetivo é a transformação da sociedade. O pensamento pós convencional, enfatizando a democracia e os princípios individuais de consciência, parece essencial à formação da cidadania. CONSIDERAÇÕES DE OUTROS AUTORES É importante citar o trabalho do professor Josep Maria Puig, catedrático em Teoria da Educação pela Universidade de Barcelona e coordenador do Grupo de Pesquisa em Educação Moral (Grem), pois é reconhecido como um dos maiores especialistas em educação moral na Espanha. Este autor entende a educação moral como construção da personalidade moral; o que introduz um novo conceito às idéias de Piaget que considera a educação moral como desenvolvimento. Segundo Puig, a educação moral pressupõe uma tarefa construtiva e deve levar em consideração as diferenças e os valores culturais de todos os grupos sociais. É necessário, ainda, atentar para alguns elementos presentes na moralidade, como por exemplo, as emoções e os sentimentos. Para esse autor, a educação moral como desenvolvimento entende que o domínio progressivo de formas de pensamento moral é um valor desejável em si mesmo e, sem dúvida nenhuma, o seu principal objetivo. No entanto, vale destacar sua capacidade de fundamentar uma ideia de autonomia baseada na reflexão, e não na escolha, assim como sua eficácia para fundamentar a educação moral além das crenças concretas. A educação moral como desenvolvimento, defendida por Piaget, não esclarece muito quando se trata de considerar problemas morais contextualizados e concretos;
  • 26. não consegue localizar corretamente as aquisições morais das gerações anteriores que parece lógico conservar e transmitir; tem dificuldade para acomodar elementos da personalidade moral tais como os sentimentos e as emoções ou, ainda, a necessidade de explicar a própria conduta moral . É com base nessas críticas que Puig propõe certas reformulações à teoria piagetiana da construção da autonomia, inserindo a idéia de construção da personalidade moral, o que, obviamente, inclui, também, a autonomia. Primeiramente, essa construção propõe a adaptação dos indivíduos à sociedade e à si mesmos, ou seja, a aquisição de normas básicas de convivência e o reconhecimento de seus próprios pontos de vista. À esse primeiro passo para a construção da personalidade moral, Puig dá o nome de clarificação de valores. São propostos exercícios para auxiliar esse auto- conhecimento, que têm como objetivo: iluminar melhor o horizonte valorativo do sujeito, ou conduzir processos de valoração que provoquem a assimilação de novos valores. Os procedimentos metodológicos incluem: perguntas clarificadoras, frases inacabadas, dinâmicas e exercícios expressivos como folhas de pensamento, folhas de revisão, jogos de entrevista, jogos de seleção e trabalhos com fotografias. O segundo momento da construção da personalidade moral consiste em adquirir elementos culturais e de valor que se constituem como horizontes normativos desejáveis, tais como a justiça, a igualdade, a liberdade e a solidariedade. É necessário, ainda, formular capacidades pessoais de julgamento, compreensão e auto-regulação, o que permitirá o enfrentamento autônomo do indivíduo com os inevitáveis conflitos de valores. Nesse sentido, Puig propõe, como procedimentos metodológicos, uma série de recursos, tais como: discussão de dilemas morais (baseados nos procedimentos de investigação de Kohlberg), exercícios de role-playing, compreensão crítica, enfoques socioafetivos, exercícios de auto-regulação, exercícios de role-model, exercícios de construção conceitual, habilidades sociais, resolução de conflitos e atividades informativas .Assim, o último momento da educação moral com vistas à construção da personalidade, seria o de tomar conhecimento de sua própria biografia moral, conhecer seus valores e ter as habilidades necessárias para viver uma vida. As análises de Puig aprofundam as reflexões de Piaget, mas deixam a desejar no que se refere às
  • 27. relações sociais estabelecidas dentro da escola e que têm papel central na construção da autonomia. Nesse sentido, outros pesquisadores oferecem contribuições valiosas. Autores como Maria Rosa Buxarrais (1997) e Miguel Martínez Martín (1998), também membros do Grupo de Investigação em Educação Moral (GREM) da Universidade de Barcelona ( Espanha) são bons exemplos de aprofundamento da questão social (interação), fator importante para a construção da moralidade e face pouco explorada por Puig. Segundo Buxarrais (1997), um “projeto de educação moral” deve levar em conta a realidade do país, as questões políticas relacionadas à concepção de escola e a preparação do corpo docente, para que possa elaborar um currículo onde estejam presentes: o conceito de educação, as características socioculturais do grupo, as dimensões da personalidade moral, as estratégias de trabalho e os âmbitos temáticos a serem trabalhados. Dessa forma, toda a escola deve estar engajada em seu programa de educação moral, caso tenha optado por ele de forma democrática. Esse trabalho não pode ser desenvolvido apenas na sala de aula, entre professor e alunos, mas em toda a escola, que deve constituir-se como um ambiente sócio- moral que permita a construção da autonomia moral e intelectual. Ainda segundo essa autora, a educação moral deve contribuir para a aquisição de critérios que guiem, regulem e proporcionem normas orientadoras para a vida prática das pessoas e da coletividade, tais como a crítica, o princípio de alteridade, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a implicação e o compromisso. A crítica é o instrumento que permite ao indivíduo analisar a realidade e entrar no mundo dos valores determinando aquilo que é justo e o que não é. O princípio de alteridade é o que leva à descentração e às trocas efetivas entre pessoas, onde a justiça e a solidariedade devem ocupar lugar central. A Declaração Universal dos Direitos Humanos e outras leis, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, podem se apresentar como instrumentos úteis para se fazer uma análise crítica da realidade cotidiana. A implicação e o
  • 28. compromisso são fatores que tornam os critérios anteriores possíveis, não fazendo deles simples declarações mas princípios que tenham significado em nível pessoal e coletivo. Martín ( 1998) introduz um novo conceito à educação moral: o de contrato moral dos professores. Segundo esse autor, é necessário haver um clima sociomoral na instituição educativa e um “estilo” do corpo docente que garantam um bom convívio entre professores e alunos. O que Martín propõe é um compromisso efetivo do corpo docente com a questão dos valores, criando um clima institucional de caráter moral oportuno para o êxito dos objetivos que presidem a proposta de educação moral e em valores desse grupo. Os Valores Morais e Cívicos na Sociedade Angolana Diante da sociedade atual, faz-se necessário uma metodologia de ensino que haja de maneira preventiva, na educação de valores éticos e morais, na formação consciente do indivíduo que reflete ética e moralmente diante de situações conflituantes, que exijam dele uma gama de princípios e valores que norteiem suas decisões. De um tempo a esta parte temos ouvido falar no resgate dos valores cívicos e morais. Com efeitos este povo, num passado recente, se assim se pode considerar os 30 anos passados, tinha uma educação fora do normal. Todos que aqui aportavam ficavam vislumbrados pela sua educação, respeito, humildade e amor ao próximo. Não era normal ver pessoas gritando, o espirito de entre ajuda estava patente nas ações das pessoas. Era um orgulho para um senhorio se batêssemos a sua porta solicitando a utilização dos seus lavabos. Notava-se uma grande hospitalidade por parte dos indivíduos ou seja a moral, a ética e o civismo eram termos que faziam parte do dia-a-dia das pessoas. Hoje o normal é vermos jovens e adultos fazendo necessidades maiores e menores em plenas ruas, sem o mínimo de pudor ou nas paredes dos edifícios, em plena luz do dia, sem sequer protegerem-se de quem quer que seja alunos a escreverem nas paredes da escolas e partirem carteiras que são usadas simplesmente para o seu beneficio, partirem vidros e entre outros.
  • 29. Segundo Rogério Eduardo Zabila (vice-governador do Zaire para o sector político e social) a recuperação dos valores morais, cívicos e culturais é um imperativo que requer de todos, individual ou coletivamente, uma resposta para superar as atuais dificuldades, visando a obtenção da paz e harmonia social, defendeu, “Os comportamentos imorais que se verificam atualmente na sociedade angolana atingem a paz social, ao ponto de desintegrar famílias que em alguns casos chegam a configurar ilícito penal”, considerou responsável quando discursava na sessão de encerramento do workshop sobre “o resgate dos valores morais e cívicos”, realizado na cidade de Mbanza Kongo, capital da província do Zaire. Quando nos referimos aos valores cívicos, pretendemos dizer que na base da nossa ação ou omissão, estão os princípios e regras que devem conformar-se com uma determinada cultura, tais como os hábitos e costumes tradicionais. O facto de estarmos integrados num contexto global obriga-nos a observar determinadas regras universais, e avaliar se as normas herdadas das culturas ancestrais ainda se enquadram no contexto histórico atual para não cairmos em extremos. Neste sentido, e imperioso promover o equilíbrio entre os valores tradicionais e universais, tais como o direito à vida, à integridade física e os princípios da democracia e da soberania, presentes em todas sociedades e culturas. É preciso termos em atenção esse pormenor sempre que nos referirmos ao resgate dos valores morais, cívicos e culturais, pois nem tudo que no passado era bom continua a sê-lo. Havia valores positivos e negativos que no atual contexto histórico ferem a dignidade humana logo, é preciso haver equilíbrio entre os valores locais e universais, tais como o direito à vida, a integridade física e aos princípios da democracia e da soberania popular, presentes em todas as culturas. Atualmente tem-se verificado um fenómeno preocupante na sociedade angolana, consubstanciado na desresponsabilização das famílias, relegando a educação dos filhos à responsabilidade das escolas e do Estado, recordando que a primeira instrução deve partir de casa.
  • 30. É no seio da família onde a criança aprende a falar, a caminhar e a imitar o comportamento dos pais, e é nesse processo de aprendizagem que devemos transmitir os valores que julgamos fundamentais para uma convivência sã, e não deixar que a educação fique exclusivamente à cargo do Governo. A tarefa de educação é de todos e não uma tarefa exclusiva da escola ou Governo. É preciso mudar de atitude quanto a instrução das crianças. Não devemos viver em ilhas, pois estamos todos ligados porque a ação do outro terá reflexos em nós. O Papel do Estado, da Igreja e da Escola no Resgate dos Valores Morais e Cívicos A sociedade angolana está cada vez mais engajada no resgate de valores cívicos e morais. As leis penais devem ser aplicadas para conter atos negativos aos valores que o estado visa proteger, mas outras esferas são chamadas a contribuir na moralização do indivíduo. Na abertura do workshop sobre o cidadão, a família e a igreja, Roberto de Almeida, disse que a sociedade angolana tem sido, nos últimos anos, palco de determinados conflitos sociais como a delinquência infantil e juvenil, violência doméstica e crianças acusadas de feitiçaria. Referiu que, tais conflitos pressupõem um declínio do verdadeiro papel da família e da igreja, enquanto instituições sociais de transmissão e manutenção de valores cívicos morais e culturais, tendo recomendado aos participantes a encontrarem soluções susceptiveis de inverter o quadro. Para Roberto de Almeida, os subtemas inscritos para o debate, tais como “A importância jurídica da Lei contra a violência doméstica no resgate dos valores cívicos e morais”, “A repercussão da violência doméstica na sociedade angolana” e “O papel da igreja na moralização do cidadão e da família”, vão de encontro às preocupações do Executivo. Bispo emérito da Igreja Metodista Unida em Angola, Emílio de Carvalho, exortou para que às Igrejas do país a colaborarem com o governo nas ações tendentes ao resgate dos valores morais e cívicos da sociedade. Em uma
  • 31. palestra sobre “o papel da Igreja no resgate dos valores morais e cívicos da sociedade angolana disse que as Igrejas também têm como missão moralizar e educar a sociedade. Sendo resgate dos valores morais, um processo demorado, não deve ser responsabilidade única do governo, requer, o maior envolvimento das Igrejas para o efeito. A destruição dos valores morais, cívicos e culturais leva muito pouco tempo, mas a sua recuperação leva anos e anos, pelo que é necessário um esforço redobrado de todas as forças vivas, com realce para a Igreja. Algumas igrejas tem promovido actividades de carácter social um meio de contribuir para o bem-estar das crianças, idosos e ou outros grupos em situação de carência. A acção social não pode ser vista apenas como dever no sentido de uma obrigação formal e farisaica, pois ela é parte integrante da missão da Igreja e deve ser acolhida como fruto natural de uma fé integral. Existe parceria entre a Igreja e o Governo na área de educação, funcionando em diversas escolas de ensino espalhadas no país, e universidade. Algumas Igrejas ainda desenvolvem acções no sector da saúde, através da criação de postos médicos em diferentes representações, bem como um centro de formação profissional. Meios Usados pelo Executivo Angolano para o Resgate dos valores Morais e Cívicos na Escola (lei 13) O executivo angolano tem criadas politicas para o resgate de valores morais e cívicos na escola defendendo que a política para a juventude deve assentar nos seguintes pressupostos: a) Promover o fomento do cooperativismo juvenil, do voluntariado e da participação social dos jovens e a criação de círculos interprovinciais de intercâmbio de experiências e de boas práticas;
  • 32. b) Dotar o instituto da juventude de competências adequadas para que cumpra cabalmente a sua função como instância de operacionalização de políticas juvenis públicas; c) Desenvolver o observatório nacional da juventude com meios técnicos e humanos para a realização de estudos regulares sobre o perfil, atitudes, comportamentos e necessidades dos jovens, objetivando que tal conhecimento subsidie o pro- cesso de tomada de decisões e a adequação das políticas públicas para a juventude; d) Promover, acompanhar e enquadrar nas políticas nacionais do estado, as despectivas internacionais de participação e desenvolvimento da juventude, nomeadamente a implementação da carta africana da juventude, da década africana da juventude, do programa africano do voluntariado jovem, dos objetivos do desenvolvimento do milénio e do programa mundial de ação para a juventude. O Papel dos Órgãos de Difusão Massiva para o Resgate dos Valores Morais e Cívicos Na maioria dos lares angolanos existe, pelo menos, um aparelho de TV ou um radio. Milhares de telespectadores estão ligados a estes durante grande parte de suas vidas, recebendo informações através de um conjunto de de sons e imagens que nos transformam de uma civilização verbal, para urna civilização essencialmente visual e auditiva. A televisão tem o poder de induzir a determinado hábito, gosto ou atitude, promovendo entre as pessoas várias discussões em torno de um mesmo assunto. Os cartazes e folhetos, espalhados pela cidade, também conseguem transmitir o seu recado, chamando a atenção por suas cores, formas e mensagens. Um cartaz que realmente atraia a atenção das pessoas pode leva Ias a parar durante minutos e provocar alguns instantes de concentrarão e reflecção sobre a mensagem. Um folheto bem elaborado pode ser guardado, servindo como instrumento auxiliador na propagação de uma informação feita
  • 33. de uma pessoa a outra, através da mensagem boca a boca, fazendo com que um produto, uma ideia ou uma forma de comportamento seja disseminado entre o público em geral. A comunicação É uma necessidade comum a todo ser humano. A capacidade de comunicação humana abre novos caminhos as ciências da educação através de técnicas que possam oferecer ao processo educativo uma nova forma de diálogo. Os gestos, as palavras, os sons e as imagens permitem ampliar o sentido que a educação tem dado a comunicação, já que cabe a escola oferecer ao educando possibilidades de auto- expressão. As múltiplas representações dos sons e imagens (TV, radio, cinema, pósteres), não modificam o homem apenas enquanto indivíduo, mas sim, todo o seu meio cultural. Somos agora homens, pertencentes a uma cultura de massa, unidos por uma comunicação visual que rompe barreiras entre o indivíduo culto e o não culto, levando a diferentes povos a conquista do tempo e do espaço, ultrapassando os nossos meios naturais. Uma camara, ao registrar imagens, leva os fatos ao telespectador com maior precisão de dados do que se estivéssemos no local do acontecimento. Ao realizar qualquer tipo de filmagem, os sons e imagens mantém entre nós qualquer pessoa, independente de sua presença física. Portanto, a cultura de massa é um desafio social. Cada vez mais, os meios de comunicação possibilitam uma maior participação cultural. Até bem pouco tempo, as elites eram círculos impenetráveis; hoje, não existe mais uma civilização de privilegiados e sim uma civilização de massas, que tende a se transformar em uma cultura popular. Essa universalização toma-se possível a partir do momento em que a cultura popular nivela todos os gostos culturais, ou seja, todas as camadas sociais passam a receber os mesmos produtos culturais. Os programas de TV, o cinema e a imprensa chegam até as pessoas sem nenhuma distinção de classe social ou nível cultural. Por outro lado, o fato de ter uma cultura mais acessível provoca nas camadas populares um grande apetite por informações, despertando nelas o desejo de não serem taxadas como uma classe inferior
  • 34. aos demais. Com as novas tecnologias desenvolvidas nos últimos anos (o computador, a TV a cabo e a internet, por exemplo) surgiram novas formas de comunicação fundamentais para a aprendizagem e a inserção do indivíduo na sociedade de maneira mais crítica, participativa e atuantes. E a utilização desses meios como uma alternativa educacional torna-se mais viável ao aprendizado das crianças dessa nova era, que já crescem adaptando-se naturalmente a esses novos instrumentos. Os meios de comunicação criaram um mundo que ultrapassa os muros da escola; ou melhor, muitas vezes acabam por deslocar totalmente o estudante do ambiente escolar. Não existem mais limites geográficos. Com o uso do telefone, por exemplo, podemos nos comunicar aonde quisermos, quando quisermos. O estudante de hoje, não é aquela criança ou aquele adolescente tímido cuja visão corresponde aos horizontes do seu bairro, mas ele é sim, um cidadão do mundo com um habitat cultural diferente. Mesmo não podendo escapar de todas essas influências, é preciso gerar novos procedimentos e metodologias para integrar os meios de comunicação á educação actual. Nas proximidades do terceiro milénio os estudantes não poderão chegar a uma mínima culturalização sem terem, pelo menos, um conhecimento básico sobre as linguagens dos meios de comunicação. O homem do século XX é diferente dos homens de outras épocas mesmo quando, essencialmente continua sendo o mesmo. Este novo habitat proporciona ao homem uma rede extraordinariamente densa de estímulos, condicionamentos e provocações sensoriais. O homem muda porque tudo muda ao seu redor. Criou-se e continuamos criando um meio (habitat) muito distinto. A civilização moderna, com seus meios de, esta oferecendo ao homem novas formas de perceber, de intuir, sentir e pensar. Mas a escola ainda não descobriu a melhor maneira de se utilizar dos meios de comunicação para cumprir satisfatoriamente o seu papel e nem os próprios meios de comunicação sabem exatamente qual deveria ser a sua função. Talvez pela falta de incentivo aos professores, pelo despreparo em relação ao manuseio dos equipamentos ou até mesmo pelo desconhecimento de métodos de trabalho.
  • 35. A programação gerada pelas emissoras de radio e TV, atualmente, estão dispostas a tudo em busca de audiência. Apresentando programas com informações superficiais ou que cultivam o sensacionalismo - enfocando a violência e colocando a mostra as tragédias presentes no dia-a-dia de nossa sociedade; ou ainda, satisfazendo curiosidades sobre a vida de pessoas famosas e tocando músicas da moda - contribuem para a alienação das pessoas, que estão cada vez mais distantes da realidade. No caso do computador, a Internet faz com que os Jovens saibam mais sobre outras localidades do mundo do que sobre o seu próprio país É preciso ter cuidado na hora de definir o melhor método para inserir esses instrumentos na escola. Na verdade, a educação nos próximos anos se apresenta ainda como um beco sem saída, principalmente no que diz respeito aos países de terceiro mundo. Talvez a grande dificuldade em lidar com os meios técnicos de comunicação seja o fato deles serem uma massa unilateral; não existe diálogo entre o emissor e o recetor. Estamos de certa forma, condicionados a aceitar a mensagem sem que tenhamos condições de debater e modificar direita e imediatamente o seu conteúdo. Para que possamos obter resultados positivos no‚ âmbito escolar, não se trata de desenvolver uma pedagogia sobre os meios de comunicação e sim, de aplicar uma pedagogia que estabeleça comunicação escolar com os conhecimentos, com os sujeitos, considerando os meios de comunicação. Dialoga-se com os meios e suas linguagens, em vez de falar dos meios. Portanto, a comunicação é necessária a todas as pessoas. As formas de expressão desenvolvem-se nos seres humanos de maneira espontânea e natural, sendo assim, a capacidade comunicativa do homem abre diversas oportunidades para que os meios de comunicação sejam incorporados aos métodos educacionais, podendo ser aplicados como novas técnicas de ensino- aprendizagem.
  • 36. III. ACTIVIDADES PARA O RESGATE DOS VALORES MORAIS E CÍVICOS (sequencias didaticas) A discussão sobre a atividades para o resgate dos valores morais e cívicos é complexa e seu caráter não é apenas teórico, pois envolve de forma direta ou indireta quase todas as ações humanas cotidianas. Seu estudo é um dos aspetos mais importantes na compreensão do processo de socialização humano. Portanto, a vida exige uma orientação moral, uma postura em que as ações passem por uma reflexão, uma decisão e um julgamento. O desenvolvimento moral do homem é condição essencial no processo de socialização. Assim, a educação moral deve acontecer em todos os espaços em que as pessoas estão em relação e, em decorrência dessa convivência, possam experimentar as vantagens da cooperação, da solidariedade, da igualdade, da justiça. Entendemos que, de acordo com a perspetiva de Puig (1998) precisamos desenvolver uma educação moral para ser capaz de detetar e criticar injustiças, estar comprometido com a construção de uma vida mais justa para todos, comportar-se de acordo com princípios auto-escolhidos, adquirir as normas e valores considerados justos em sociedade, pois a educação moral pode se dar em momentos distintos que vão da adaptação às normas da sociedade ao conhecimento e reconstrução dos próprios valores. Todos os autores citados concordam que a educação moral deve abarcar toda a escola e ir além de seus muros, e que a realidade de um país pode retratar e contextualizar as possibilidades de educação moral e que questões políticas podem se relacionar à escola determinando suas possibilidades de realmente educar moralmente. Além disso, insistem em que deve haver uma preparação do corpo docente para a educação moral a ser levada por toda a escola e é essencial um compromisso dos professores nesse sentido. Assim, considerando a escola como um amplo espaço de relações humanas onde decisões e julgamentos são feitos a todo tempo, para analisarmos a Moral na escola, é preciso considerar o que se faz na escola, de forma refletida ou irrefletida, consciente ou não, em busca da defesa de finalidades ou bens maiores inscritos em nossos valores morais. A moralidade de professores,
  • 37. alunos e demais membros da escola é importante demais para acontecer de modo implícito e irrefletido. Por todas essas questões acreditamos que a Ética deva ser pensada como um dos componentes mais importantes da Educação sendo, portanto, alvo de debates, de reflexão e de formação de educadores tanto quanto o são os aspetos pedagógicos IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • 38. V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, U. F. Moralidade e indisciplina: uma leitura possível a partir do referencial piagetiano. In. AQUINO, J. (Org.) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996. BARROS, Célia Silva Guimarães – Pontos de Psicologia do Desenvolvimento – 8ª edição – Ática – 1995 BUXARRAIS, M. R. La formación del profesorado en educación en valores: propuesta y materiais. Bilbao: Desclée de Brouwer, 1997. FREITAG, Bárbara. Sociedade e consciência. São Paulo: Cortez, 1984 LEPRE, R. M. Desenvolvimento moral e indisciplina na escola. Revista Nuances, v.5, p.64-68, 1999. ____________A Indisciplina na escola e os estágios de desenvolvimento moral na teoria de Jean Piaget – Marília, 2001: Dissertação (Mestrado) – Unesp/Marília ____________Educação Moral e Construção da autonomia - www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=791 MARTÍN, M. M. El contrato moral del profesorado: condiciones para una nueva escuela. Bilbao: Desclée De Brouwer, 1998.